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Laudo de Insalubridade - Sílica

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
LAUDO DE INSALUBRIDADE
Sílica em mineração subterrânea
CURITIBA
2022
LAUDO DE INSALUBRIDADE
Sílica em mineração subterrânea
Trabalho apresentado à disciplina de Higiene do Trabalho II do curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
Professor: Antônio Denardi Jr.
CURITIBA
2012
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	4
2.	OBJETIVO	5
3.	INTRODUÇÃO TEÓRICA	6
3.1 Agentes Químicos	6
3.2 Doenças	11
3.2.1 Silicose	13
3.2.2 Pneumoconiose dos Trabalhadores de Carvão (PTC)	13
3.2.3 Pneumoconiose por Poeiras Mistas (PPM)	14
4.	SÍLICA	17
4.1 Introdução	17
4.2 Sinônimos, nomes comerciais e fórmula	20
4.3 Origem e classificação	20
4.4	Estrutura e ligações químicas	21
4.5	Exposição ocupacional	24
4.6	Efeitos tóxicos	25
5.	LEGISLAÇÃO	27
5.1 NR 15	27
6.	ESTUDO DE CASO	44
6.1 Dados da Empresa	44
6.2 A mineração	44
6.3 Descrição do Processo	44
6.4 Produto a ser avaliado	45
6.5 Metodologia de Amostragem:	46
6.6 Metodologia de análise:	46
6.7 Equipamentos utilizados:	47
6.8 Limites de Tolerância	48
6.9 Tabela de Registros	49
7.	LAUDO PERICIAL DE INSALUBRIDADE	50
8.	PROPOSTA TÉCNICA PARA CORREÇÃO	53
8.1 Correções Imediatas	53
8.2 Medidas Corretivas	53
9.	REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA	54
1. INTRODUÇÃO
	Manter o ambiente laboral saudável é uma importante estratégia para preservar a saúde dos trabalhadores. São inúmeros os fatores potencialmente tóxicos para o trabalhador, que podem estar presentes na forma sólida, como pós e fumos; líquida, como névoas e a forma física de contaminantes que causa a maior incidência de doenças laborais: a gasosa como vapores e gases. A principal via de ingresso de tóxicos são as vias aéreas superiores, ou seja, nariz e boca. Assim, neste trabalho, estudaremos um contaminante atmosférico muito comum em vários ambientes de trabalho e que, quando inalado, provoca alterações irreversíveis a saúde do trabalhador.
Apresentaremos a análise dos riscos inerentes à sílica livre/particulada presente na mineração subterrânea para a extração de ouro. Avaliaremos o efeito desse agente no organismo do trabalhador quando em um ambiente insalubre, os métodos de monitoramento da quantidade dessa substancia presente no ar, e os métodos de proteção coletiva e individual dos trabalhadores. 
2. OBJETIVO
 
	Este trabalho tem a finalidade de identificar e avaliar quantitativamente à presença do agente químico, sílica, nos postos de trabalho no setor de mineração subterrânea, e fornecer subsídios quanto à caracterização ou não da insalubridade dos funcionários que trabalham no local avaliado.
3. INTRODUÇÃO TEÓRICA
3.1 Agentes Químicos
	São substâncias compostas ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, ou pela natureza da atividade de exposição possam ter contato através da pele ou serem absorvidos pelo organismo por ingestão; Poeiras, Fumos, Névoas, Neblina, Gases, e Vapores.
	São os agentes ambientais causadores em potencial de doenças profissionais devido à sua ação química sobre o organismo dos trabalhadores. Podem ser encontrados tanto na forma sólida, como líquida ou gasosa. Além do grande número de materiais e substâncias tradicionalmente utilizadas ou manufaturadas no meio industrial, uma variedade enorme de novos agentes químicos em potencial vai sendo encontrados, devido à quantidade sempre crescente de novos processos e compostos desenvolvidos. 
	Eles podem ser classificados de diversas formas, segundo suas características tóxicas, estado físico, etc. Conforme foi observado, os agentes químicos são encontrados em forma sólida, líquida e gasosa. 
	Os agentes químicos, quando se encontram em suspensão ou dispersão no ar atmosférico, são chamados de contaminantes atmosféricos. Estes podem ser classificados em:
	- Aerodispersóides. 
	São dispersões de partículas sólidas ou líquidas de tamanho bastante reduzido (abaixo de 100m, que podem se manter por longo tempo em suspensão no ar. E classificadas em:
Poeiras: são partículas sólidas, produzidas mecanicamente por ruptura de partículas maiores;
Fumos: são partículas sólidas produzidas por condensação de vapores metálicos;
Fumaça: sistemas de partículas combinadas com gases que se originam em combustões incompletas;
Névoas: partículas líquidas produzidas mecanicamente, como por em processo “spray”;
Neblinas: são partículas líquidas produzidas por condensações de vapores.
	O tempo que os aerodispersóides podem permanecer no ar depende do seu tamanho, peso específico (quanto maior o peso específico, menor o tempo de permanência) e velocidade de movimentação do ar. Evidentemente, quanto mais tempo o aerodispersóides permanece no ar, maior é a chance de ser inalado e produzir intoxicações no trabalhador. 
	As partículas mais perigosas são as que se situam abaixo de 10m, visíveis apenas com microscópio. Estas constituem a chamada fração respirável, pois podem ser absorvidas pelo organismo através do sistema respiratório. As partículas maiores, normalmente ficam retidas nas mucosas da parte superior do aparelho respiratório, de onde são expelidas através de tosse, expectoração, ou pela ação dos cílios. 
	- Gases
	São dispersões de moléculas no ar, misturadas completamente com este (o próprio ar é uma mistura de gases). Não possuem formas e volumes próprios e tendem a se expandir indefinidamente. À temperatura ordinária, mesmo sujeitos à pressão fortes, não podem ser total ou parcialmente reduzidos ao estado líquido.
	- Vapores 
	São também dispersões de moléculas no ar, que ao contrário dos gases, podem condensar-se para formar líquidos ou sólidos em condições normais de temperatura e pressão. Outra diferença importante é que os vapores em recintos fechados podem alcançar uma concentração máxima no ar, que não é ultrapassada, chamada de saturação. Os gases, por outro lado, podem chegar a deslocar totalmente o ar de um recinto.
	De acordo com a definição dada pela Portaria n.º 25, que alterou a redação da NR-09, são as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão.
	São os riscos gerados por agentes que modificam a composição química do meio ambiente. Por exemplo, a utilização de tintas á base de chumbo introduz no processo de trabalho um risco do tipo aqui enfocado, já que a simples inalação de tal substância pode vir a ocasionar doenças como o saturnismo.
	Tal como os riscos físicos, os riscos químicos podem atingir também pessoas que não estejam em contato direto com a fonte do risco, e em geral provocam lesões mediatas (doenças). No entanto, eles não necessariamente demandam a existência de um meio para a propagação de sua nocividade, já que algumas substâncias são nocivas por contato direto.
	Tais agentes podem se apresentar segundo distintos estados: gasoso, líquido, sólido, ou na forma de partículas suspensas no ar, sejam elas sólidas (poeira e fumos) ou líquidas (neblina e névoas). Os agentes suspensos no ar são chamados de aerodispersóides.
	As principais vias de penetração destas substâncias no organismo humano são:
· Absorção através da Pele
A maioria dos casos de absorção de substâncias tóxicas pela pele remete a solventes orgânicos. É comum a prática de usar o solvente para a remoção de graxas de mãos e braços. Além disso, lesões na epiderme facilitam a entrada de agentes estranhos no organismo.
· Absorção Gastrintestinal 
Este tipo de absorção tem menor importância, pelo fato de se acreditar que ninguém em estado de sanidade ingere substâncias tóxicas. Existem casos que a contaminação por essa via ocorreu quando a vítima se alimentava sem antes lavar as mãos, ingerindo assim, quantidades perigosas de tóxicos.
· Absorção através dos pulmões
	Pelo menos90% de todo envenenamento industrial (excluindo dermatites) pode ser atribuído à absorção através dos pulmões. Substâncias perigosas podem estar suspensas no ar na forma de pós, fumos, névoas ou vapores, e podem estar misturadas com o ar respirável. Ao inalar o ar, o contaminante segue o mesmo caminho que o oxigênio dentro do organismo. Das narinas, alcança os pulmões e chega aos alvéolos. Nessa ramificação dos pulmões, os alvéolos, é onde o agente entra na corrente sanguínea e assim, distribuirá o contaminante por todos os órgãos e tecidos da vítima.
As substâncias químicas são classificadas em sete grupos, em função da ação nociva ao organismo do trabalhador:
	Grupo I – Substâncias de ação generalizada sobre o organismo, dependem da quantidade de substâncias absorvidas, estando representados pela maioria das substâncias relacionadas no Quadro 1 do Anexo 1 da NR 15, aos quais se aplica o limite de tolerância média ponderada (ex.: cloro, chumbo, dióxido de carbono, monóxido de carbono e nitroetano);
	Grupo II – São substâncias que basicamente provocam o mesmo efeito que as substancia do grupo anterior, porém estas, são absorvidas também através da pele. Além de proteção das vias respiratória, também exigem a proteção individual para o corpo. (ex.: anilina, benzeno, bromofórmio);
	Grupo III – Substâncias de efeito extremamente rápido: correspondem aos agentes químicos que têm indicados limites valor teto, os quais não podem ser ultrapassados, em momento algum durante a jornada de trabalho (ex.: ácido clorídico, dióxido de enxofre e formaldeído);
	Grupo IV – Substâncias de efeitos extremamente rápidos, podendo ser absorvidas, também por via cutânea: correspondem a apenas quatro substâncias: álcool n-butílico, m-butilamona, monoetil hidrazina e sulfato de dimetila, as quais, além de apresentarem limite de tolerância valor teto, que não pode ser ultrapassado em nenhum momento da jornada de trabalho, podem ser absorvidas pela pele, exigindo necessariamente, a utilização do equipamento de proteção individual (EPI);
	Grupo V – Asfixiantes simples: são representados por alguns gases em altas concentrações no ar, atuam no sentido de deslocar o oxigênio do ar, sem provocar efeitos fisiológicos importantes. Entende-se por asfixia o bloqueio dos processos tissulares, pela falta de oxigênio (ex.: acetileno, argônio, hélio, hidrogênio, metano);
	Grupo VI – Poeiras: são substâncias químicas sólidas provenientes da segregação mecânica das substâncias no estado sólido; podem ser altamente nocivas, dependendo da sua dimensão, podendo causar pneumoconiose . A NR 15, em seu Anexo 12, prevê três agentes: asbestos (amianto), manganês e seus compostos e sílica livre;
	Grupo VII – Substâncias cancerígenas: correspondem àquelas que cientificamente comprovado, podem causar câncer ao trabalhador ou induzir câncer em animais, sob determinadas condições experimentais (ex.: cloreto de vinila, asbestos,benzidina, beta-naftalina, 4 nitrodifenil, 4-aminodifenil e, ultimamente, o benzeno).
Os gases e vapores tóxicos também apresentam riscos ao trabalhador, é importante sabermos a diferença entre eles:
· Gás: estado físico de uma substância que, em condições normais de temperatura e pressão (25°C e 760 mmHg), encontra-se no estado gasoso;
· Vapor: a fase gasosa de uma substância que, em condições normais, encontra-se no estado sólido ou líquido.
	Fisiologicamente, do ponto de vista de sua ação sobre o organismo, os gases e vapores podem ser classificados em: irritantes, anestésicos e asfixiantes. A seguir, são apresentadas as seguintes definições:
	Gases e Vapores Irritantes: São substâncias que produzem inflamação nos tecidos vivos, quando entram em contato direto, podendo ser subdivididas em primárias e secundárias.
· Irritantes primários – são aquelas substâncias que concentram sua ação irritante ao organismo. Os Gases irritantes primários podem ter sua ação sobre as vias respiratórias superiores, sobre os brônquios, sobre os pulmões.
· Irritantes secundários – são aquelas substâncias que, apesar de possuírem efeito irritante, têm uma ação tóxica generalizada sobre o organismo (ex.: gás sulfrídico).
 Gases e Vapores Anestésicos: São aquelas substâncias que, devido à sua ação sobre o sistema nervoso central, apresentam efeitos anestésicos; algumas destas substâncias, transferidas dos pulmões para a corrente sanguínea e, a partir daí, para os outros órgãos internos, podem penetrar através da pele.
· Anestésico primário: não produzem outro efeito além da anestesia, (ex.: aldeídos, cetonas, ésteres e os hidrocarbonetos alifáticos – butano, propano, eteno e outros);
· Anestésico de efeitos sobre as vísceras: podem acarretar danos ao fígado e aos rins dos trabalhadores expostos (ex: hidrocarbonetos clorados);
· Anestésico de ação sobre o sistema formador do sangue: se acumulam, preferencialmente, nos tecidos graxos, medula óssea e sistema nervoso (ex.: benzeno, tolueno e xileno). Vale ressaltar que o benzeno é a substância com maior ação nociva; sua exposição prolongada, mesmo a baixas concentrações, pode ocasionar anemia, leucemia e câncer.
· Anestésico de ação sobre o sistema nervoso: devido à sua alta solubilidade em água, apresentam eliminação lenta pelo organismo; daí, a sua manifestação mais acentuada no sistema nervoso (ex.: álcool etílico e metílico);
· Anestésico de ação sobre o sangue e o sistema circulatório: em decorrência de sua utilização industrial, podem ocasionar alteração na hemoglobina do sangue (ex.: nitrotolueno, nitrito de etila, nitrobenzeno e anilina).
Gases asfixiantes: Os asfixiantes são classificados, de acordo com o seu mecanismo de ação tóxica em:
· Asfixiantes Simples: são gases inertes, porém, quando em altas concentrações em ambientes confinados, reduzem a disponibilidade do oxigênio. Desta forma, a substância ocupa o espaço do oxigênio nos brônquios. Ex.:  dióxido de carbono (CO2), metano, butano e propano (GLP - gás liquefeito de petróleo).
· Asfixiantes Químicos: são substâncias que impedem a utilização bioquímica do oxigênio (O2). Atuam no transporte de oxigênio pela hemoglobina (Hb) e impedemque os tecidos se utilizem dele. Ex.: monóxido de carbono, cianeto e gás sulfídrico (H2S).
3.2 Doenças
 
	Apesar das defesas naturais, alguns contaminantes conseguem penetrar profundamente no sistema respiratório e causar algumas doenças, como as pneumoconioses, que é o estado mórbido decorrente da infiltração do pulmão pelas poeiras inaladas. O termo pneumoconiose foi criado por Zenker, em 1866, para designar um grupo de doenças que originam de exposição a poeiras fibrosantes. Em 1971, este termo foi redefinido como sendo “acúmulo de poeiras nos pulmões e a reação tecidual à sua presença”. 
	As Doenças Pulmonares Ambientais e Ocupacionais - DPAO, especialmente aquelas relacionadas aos ambientes de trabalho, constituem ainda, entre nós, um importante e grave problema de saúde pública.
	Considerando o atual estágio de desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil, enquanto países industrializado são incipientes os conhecimentos e os mecanismos de controle dessas enfermidades conseqüentes da degradação ambiental, que, por sua vez, têm gerado impacto nas condições de saúde e qualidade de vida da população. 
	Essas doenças, em sua maioria, de curso crônico, são irreversíveis e sem tratamento. Além de incapacitar os indivíduos ainda jovens em plena capacidade laborativa, requer compensação previdenciária, faceta importante de implicação social.
	Conforme Portaria nº. 2.569, publicada no Diário Oficial União de 20.12.95, o Ministério da Saúde, através da Coordenação Nacional de Pneumologia Sanitária e da Coordenação de Saúde do Trabalhador constituiu o Comitê Assessor em Doenças Pulmonares Ambientais e Ocupacionais, com o propósito de, juntamente com outros segmentos, programar ações para o equacionamento e, se possível, a redução dessas doenças.
	Diante da importância e da abrangência das doenças relacionadas ao processo de trabalho, as Pneumoconioses, tais como: a Silicose, a Pneumoconiose dos Trabalhadoresde Carvão e a Pneumoconiose por Poeiras Mistas, em especial aquelas que causam maior impacto social em nosso meio. 
	O termo pneumoconiose foi criado por Zenker, em 1866, para designar um grupo de doenças que se originam de exposição a poeiras fibrosantes. Em 1971, este termo foi redefinido como sendo "o acúmulo de poeiras nos pulmões e a reação tecidual à sua presença" e define como poeira um aerosol composto de partículas sólidas inanimadas.
 3.2.1 Silicose
	A silicose é uma doença pulmonar causada pela inalação de poeiras com sílica-livre e sua conseqüente reação tecidual de caráter fibrogênica.
	Embora conhecida desde a antigüidade, no Brasil, caracteriza-se como a principal pneumoconiose e as estatísticas fiéis são escassas, assim como as estimativas da população de risco. Contudo, a ocorrência de poeiras com sílica certamente atinge alguns milhões de trabalhadores nas mais variadas atividades produtivas.
	Agrava-se o quadro quando se considera que a silicose está intimamente relacionada com a tuberculose, além de outras doenças como artrite reumatóide e até mesmo neoplasia pulmonar. 
	No Brasil, em 1978, estimou-se a existência de aproximadamente 30.000 portadores de silicose. Em Minas Gerais, registrou-se a ocorrência de 7.416 casos de silicose na mineração de ouro. Na região Sudeste de São Paulo foram identificados aproximadamente 1000 casos em trabalhadores das indústrias de cerâmicas e metalúrgicas. No Ceará, entre 687 cavadores de poços examinados, a ocorrência de silicose e provável silicose foi de 26,4% (180 casos). No Rio de Janeiro, entre jateadores da indústria de construção naval, a ocorrência de silicose foi de 23,6% (138 casos), em 586 trabalhadores radiografados. Na Bahia, relatório preliminar de avaliação dos casos atendidos no Centro de Estudo de Saúde do Trabalhador (CESAT), no período de 1988 a 1995, registrou a existência de 98 casos, sendo encontrada associação de sílico-tuberculose em 37 casos (38%).
3.2.2 Pneumoconiose dos Trabalhadores de Carvão (PTC)
	Esta enfermidade é causada pelo acúmulo de partículas de carvão nos pulmões, com prevalência e incidência em diferentes regiões carboníferas do mundo. Os dados estatísticos diferem muito devido a existência de vários tipos de carvão. O tipo antracitoso, que possui elevado conteúdo de carbono, promove maior número de partículas respiráveis, quando comparado ao tipo betuminoso que é o mais comum nas minas da região Sul do Brasil.
	Em 1836, a PTC foi descrita na Inglaterra por Thompson. No final do século passado e início deste, aumentou o número de casos com a eclosão da primeira e segunda Guerra Mundial. Tornou-se um problema epidêmico, principalmente no país de Gales e Inglaterra, razão pela qual em 1945 criou-se uma unidade de pesquisa para as pneumoconioses.
	No Brasil, as PTC ocorrem com maior freqüência nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul onde estão concentradas as maiores bacias carboníferas do país. Somente na região de Santa Catarina existem mais de 3000 casos de PTC. A prevalência que era de 5 a 8%, com a mineração manual ou semimecanizada, passou para 10% com a mecanização das minas. A partir de 1985, com adoção de medidas de prevenção como uso de água nas frentes de serviços e melhor sistema de ventilação, a prevalência caiu para 5 a 6%. 
	A redução na incidência das PTC tem sido observada nos países desenvolvidos, medidas de higiene, como por exemplo, a Inglaterra, quando os índices eram de 13,4% na década de 50, caíram para 5,2% em 1978, e atualmente estão entre 3 e 2,5%. Essa mesma redução vem ocorrendo na Alemanha, França e Estados Unidos da América. Além disso, deve-se considerar que os mineiros desses países trabalham, em média, 30 anos, enquanto que no Brasil o período laborativo na mineração no subsolo é de 15 anos. 
3.2.3 Pneumoconiose por Poeiras Mistas (PPM)
	Define-se PPM como as pneumoconioses causadas pela inalação de poeiras minerais com porcentagem de sílica livre cristalina abaixo de 7,5%, ou com alterações anatomopatológicas características, tais como "lesões em cabeça de medusa" ou "fibrose intersticial".
	São consideradas como mais freqüentes: 
1. A antracosilicose em mineiros de carvão expostos a altos teores de Si02; 
1. A silicossiderose em fundidores de ferro; 
1. A doença de Shaver, nos trabalhadores de fabricação da abrasivos de alumínio; 
1. A pneumoconiose pelo caulim e a talcose.
	Atividades de Risco de Silicose, PTC e PPM 
1. Indústria extrativa: mineração subterrânea e de superfície; 
1. Beneficiamento de minerais: corte de pedras, britagem, moagem e lapidação; 
1. Indústria de transformação: cerâmicas, fundições, vidros, abrasivos, marmorarias, cortes e polimento de granito e cosméticos; 
1. Atividades mistas: protéticos, cavadores de poços, artistas plásticos, jateadores de areia e borracheiros. 
	Os Fatores de Risco de Adoecimento podem ser classificados como:
1. Dependentes da exposição; 
1. Concentração total de poeira respirável; 
1. Dimensão das partículas; 
1. Composição mineralógica da poeira respirável; 
1. Tempo de exposição; 
1. Dependentes da resposta orgânica individual; 
1. Integridade do sistema de transporte mucociliar e das respostas imunitárias; 
1. Concomitância de outras doenças respiratórias; 
1. Hiperreatividade brônquica; 
1. Susceptibilidade individual.
	Como se proteger dos contaminantes:
1. Controle de engenharia: inclui mudanças nos processos e substituição de substâncias perigosas que apresentem menores riscos; isolamento da fonte de perigo; isolação do trabalhador e uso de ventilação.
1. Práticas de trabalho e controles administrativos: incluem manutenção e limpeza; manuseios de produtos; programas de detecção; treinamento; modificação dos métodos de trabalho e higiene pessoal.
1. Equipamentos de proteção individual: estes equipamentos, conhecidos como respiradores (máscaras), são constituídos por uma peça que cobre, no mínimo, a boca e o nariz, através da qual o ar chega à zona respiratória do usuário, passando por um filtro ou sendo suprido por uma fonte de ar limpa. 
 
4. SÍLICA
	4.1 Introdução
	O termo sílica refere-se aos compostos de dióxido de silício, SiO2, nas suas várias formas incluindo sílicas cristalinas; sílicas vítreas e sílicas amorfas. O dióxido de silício, SiO2, é o composto binário de oxigênio e silício mais comum, sendo inclusive composto dos dois elementos mais abundantes na crosta da Terra. A sílica e seus compostos constituem cerca de 60% em peso de toda a crosta terrestre.
	Os depósitos de sílica são encontrados universalmente e são provenientes de várias eras geológicas. A maioria dos depósitos de sílica que são minerados para obtenção das "areias de sílica" consiste de quartzo livre, quartzitos, e depósitos sedimentares como os arenitos.
	O quartzo é um mineral de natureza dura, inerte e insolúvel. Suporta totalmente a vários processos de ação de agentes atmosféricos (intempéries) e é encontrado desde traço até grandes quantidades em várias rochas sedimentares. Ele é o componente principal dos solos, variando de 90 a 95% das frações arenosas e siltosas de um solo. A areia é composta predominantemente de quartzo.
	Comercialmente, a sílica é fonte do elemento silício e é usada em grande quantidade como um constituinte de materiais de construção. A sílica também possui numerosas aplicações especializadas, como cristais piezoelétricos Na sua forma amorfa é utilizada como dessecante, adsorvente, carga e componente catalisador. Na sua forma vítrea é muito utilizada na indústria de vidro e como componentes óticos. Sílica é um material básico na indústria de vidro, cerâmicas e refratários, e é uma importante matéria prima na produção de silicatos solúveis, silício e seus derivados carbeto de silício e silicones.
	Pela sua abundância na crosta terrestre, a sílica é largamente utilizada como constituinte de inúmeros materiais. Desta forma, trabalhadores podem ser expostos a sílica cristalina em uma grande variedade de indústrias e ocupações. No Quadro 1 apresentam-se exemplos de indústrias, operações e atividadesespecíficas onde podem ocorrer exposição ocupacional a sílica livre cristalina. Sílica cristalina refere-se a um grupo mineral no qual a sílica assume uma estrutura que se repete regularmente, isto é uma estrutura cristalina.
	Oito diferentes arranjos estruturais (polimorfos) do SiO2 ocorrem na natureza, no entanto sete dentre esses são mais importantes nas condições da crosta terrestre: a-quartzo, cristobalita, tridimita, moganita, keatita, coesita e stishovita. 
	As três formas mais importantes da sílica cristalina, do ponto de vista da saúde ocupacional são o quartzo, a tridimita e a cristobalita. Estas três formas de sílica também são chamadas de sílica livre ou sílica não combinada para distingüí-las dos demais silicatos.
	Industria/atividade
	Operação específica/tarefa
	Fonte do material
	Agricultura
	Aragem, colheita, uso de máquinas
	Solo
	Mineração e operações relacionadas ao beneficiamento do minério
	A maioria das ocupações (em baixo da terra, superficial, moinho) e minas (metal, não metal, carvão)
	Minérios e rochas associadas
	Lavra/extração e operações relacionadas com o beneficiamento do minério
	Processo de trituração de pedra, areia e pedregulho, corte de pedra, abrasivo para jateamento, trabalho com ardósia, calcinação da diatomita 
	Arenito, granito, pedra, areia, pedregulho, ardósia, terras diatomáceas, pedra.
	Construção 
	Abrasivos para jateamento de estrutura, edifícios.Construção de alto estrada e túneis.Escavação e movimentação de terra.Alvenaria, trabalho com concreto, demolição.
	Areia e concreto.RochaSolo e rochaConcreto, argamassa e reboque.
	Vidro incluindo fibra de vidro
	Vidro incluindo fibra de vidro
	Areia, quartzo moídoMaterial refratário.
	Cimento
	Processamento da matéria prima 
	Argila, areia, pedra calcaria, terras diatomáceas.
	
	
	
	Abrasivos
	Produção de carbeto de silícioFabricação de Produtos Abrasivos
	Areia, tripoli e arenito
	Cerâmicas, incluindo tijolos, telha, porcelana sanitária, porcelana, olaria, refratários, esmaltes vitrificados.
	Misturas, moldagem, Cobertura vifriticada ou esmaltada, acabamento.
	Argila, pedra, areia "Shale"Quartzito, terras diatomáceas.
	Fabricação de ferro e aço 
	Fabricação (manipulação) de refratários e reparos em fornos
	Material refratário
	Silício e ferro-silício
	Manuseio de matérias primas
	Areia
	Fundições (ferrosos e não ferrosos)
	Fundição da peça, choques para retirada da peça do molde.Limpeza da peça que encontra-se com areia aderida na superfície. Uso de abrasivo. Operações de alisamento/aplainamento.Instalação e reparo de fornos.
	AreiaAreiaMaterial refratário.
	
	
	
	Produtos de metal, incluindo metal estrutural, maquinaria, equipamento de transporte.
	Abrasivo para jateamento
	Areia
	Construção civil e manutenções (reparos)
	Abrasivo para jateamento
	Areia
	Borrachas e plásticos
	Manuseio de matéria prima
	Funis alimentadores (tripoli, terras diatomáceas)
	
	
	
	Tintas
	Manuseio de matéria prima
	Funis alimentadores (tripoli, terras diatomáceas, sílica flour)
	Sabões e cosméticos
	Sabões abrasivos, pós para arear
	Sílica flour
	Asfalto e papelão alcatroado
	Aplicação como enchimento e granulado
	Areia e agregado, terra diatomáceas.
	Substâncias químicas para a agricultura
	Trituração e manuseio de matérias primas.
	Minérios e rochas fosfáticas 
	Joalheria
	Corte, esmerilhar, polimento, lustramento
	Gemas semi-preciosas ou pedras, abrasivos
	
	
	
	Material dental
	Areia abrasiva, polimento
	Areia, abrasivos
	Reparos de automóveis
	Abrasivo para jateamento
	Areia
	Escamação de "boiler"
	"Boiler" com queima de carvão
	Cinza e concreções. 
Quadro 1 - Ramos de atividade onde podem ocorrer exposição ocupacional a sílica livre cristalina. Fonte: IARC 1997 
4.2 Sinônimos, nomes comerciais e fórmula
	- Número de registro CAS (Chemical Abstrat Service): 7631-86-9
	- Nome químico: Dióxido de silício
	- Fórmula molecular: SiO2.
	- Sinônimos: Cristalina: coesista, cristobalita, jasper, sílica microcristalina, quartzo, quartizito, entre outros. Amorfa: Sílica coloidal, terra diatomácia, diatomita, sílica "fumed", sílica fused, opala, sílica gel, sílica vítrea, entre outros 
	- Nomes comerciais: Cristalina: BRGM, D&D, DQ12, Min-U-Sil, Sil-Co-Snowit. Amorfa: Aerosil, Celite, Ludox, Silcron G-910. 
4.3 Origem e classificação
	Pode ser de origem: mineral, biogênica ou sintética. 
	Classificação:
	 a- Formas cristalinas:
   	natural - , ß quartzo; , ß1, ß2, tridimita; , ß cristobalita; coesita; 
   stishovita; moganita, keatita.
   	sintética - keatita; sílica W; porosils.
	b- Formas amorfas:
  	natural - opala; sílica biogênica; terras diatomácias; fibras de sílica;
   sílica vítrea.
 	sintética - sílica fundida; pirogênica ou sílica evaporada; sílica precipitada; sílica coloidal; sílica gel.
   	c- Rochas contendo sílica (>90% de SiO2):
   	Quartzito, quartzo arenito, diatomita, porcelanita, sílex córneo, gueiserita.
	O Quartzo é a forma termodinamicamente estável da sílica cristalina nas condições ambientais A grande maioria da sílica cristalina natural existe como quartzo. As outras formas existem num estado metaestável. A nomenclatura usada é "a" para uma fase de baixa temperatura e "ß" para uma fase de alta temperatura. A estabilidade dos polimorfos da sílica está relacionada com a temperatura e a pressão. Polimorfo é um termo usado para descrever materiais com diferentes arranjos atômicos cristalinos mas de mesma composição química. O quartzo é o mais estável nas temperaturas e pressões que caracterizam a crostra terrestre. A tridimita e cristobalita são formadas sob altas temperaturas, enquanto coesita e stishovita são formadas sob altas pressões. 
4.4 Estrutura e ligações químicas
	A unidade estrutural básica da maioria das formas da sílica e dos silicatos é um arranjo tetraédrico de 4 átomos de oxigênio ao redor de um átomo de silício centralizado, silício tetraédrico, SiO4. Pequenas variações na orientação da cela de silício tetraédrico com outra respectiva resulta no desenvolvimento de nova simetria, produzindo os diferentes polimorfos da sílica, quartzo, tridimita, cristobalita, coesita e stishovita. Uma orientação totalmente aleatória destas unidades resulta nas variedades amorfas do material. 
	Esse arranjo tetraédrico possibilita a formação de uma rede cristalina tridimensional infinita por meio do compartilhamento de todos os átomos de oxigênio de um tetraedro com os grupos vizinhos. Quando alguns dos vértices do tetraedro não se ligam, isto é, átomos de oxigênio ficam livres, uma ampla faixa de possibilidades estruturais se abre, algumas das quais são encontradas nos silicatos. Nas estruturas para as quais todos os vértices do tetraedro não são compartilhados, cada átomo de oxigênio não compartilhado contribui com uma carga negativa para o grupo aniônico então formado, o equilíbrio dessas cargas dá-se pela presença de cátions (cargas positivas) na estrutura do silicato. Na figura, encontra-se a representação esquemática das possíveis estruturas básicas dos silicatos. Na figura 2, encontra-se a representação da estrutura cristalina do quartzo, da cristobalita e da tridimita. 
	A sílica a temperaturas ordinárias é quimicamente resistente a muitos dos reagentes comuns. Além disso, ela pode suportar uma ampla variedade de transformações sob condições severas como por exemplo, temperaturas altas. A reatividade da sílica depende fortemente da sua forma, pré-tratamento e estado de subdivisão da amostra específica em estudo.
	Poeiras contendo sílica livre cristalina que foram geradas recentemente, como por exemplo, em operações com jateamento de areia, perfuração de rochas, escavação de túneis e moagem, possuem maior toxicidade para as células do pulmão comparada com poeiras mais velhas. Alguns estudos que demonstram isso, descrevem que esse aumento da toxicidade é devido a geração e presença de radicais livres na superfície da partícula de poeira. São formados radicais de oxigênio livre como o ánion superóxido (O2.-) e radicais hidroxilas (.OH) que são altamente reativosna presença do cátion ferro bivalente (Fe2+) e traços de outros metais.
	A solubilidade, as características de clivagem, a morfologia e as propriedades de superfície da sílica podem influenciar na sua atividade biológica nos organismos. 
Figura 1 - Representação esquemática das estruturas básicas dos silicatos. 
(a) Formas de ligação de tetraedro de SiO4; 
(b) padrões de ligação química correspondente; 
(c) fórmula molecular. Os átomos de Si aparecem ligados somente a 3 átomos de O, o quarto átomo de O ligado ao Si está abaixo do plano de diagrama. 
Fonte: Kirk Otmer
Figura 2 - Representações das estruturas poliédricas do a-quartzo 
(a) e da tridimita e cristobalita, que é comum a ambas (b).
4.5 Exposição ocupacional
	A exposição ocupacional dá-se por meio da inalação, pelo trabalhador, de poeira contendo sílica livre cristalizada. Poeira é toda partícula sólida de qualquer tamanho, natureza ou origem, formada por trituração ou outro tipo de ruptura mecânica de um material original sólido, suspensa ou capaz de se manter suspensa no ar. Essas partículas geralmente têm formas irregulares e são maiores que 0,5 μm. O local de deposição das partículas no sistema respiratório humano, Figura 1 depende diretamente do tamanho das partículas: 
· As inaláveis - partículas menores que 100 μm, são capazes de penetrar pelo nariz e pela boca; 
· As torácicas - partículas menores que 25 μm, são capazes de penetrar além da laringe; 
· As respiráveis - partículas menores que 10 μm, são capazes de penetrar na região alveolar.
 
Figura 3
	As poeiras podem ser classificadas de várias formas. No entanto, a classificação quanto ao tamanho da partícula, têm importância fundamental quando trata-se de poeira que contem sílica, pois a avaliação do risco de se desenvolver silicose, depende da quantidade de sílica livre cristalizada inalada e depositada na região dos bronquíolos respiratórios e alvéolos pulmonares. 	Os fatores determinantes são: a concentração atmosférica de fração respirável de poeira e seu teor de sílica livre cristalina, duração da exposição do trabalhador e a suscetibilidade individual.
4.6 Efeitos tóxicos
	Os efeitos tóxicos sobre o organismo humano devido a exposição à poeiras contendo sílica livre cristalina dependem de uma série de variáveis:
· Tipo de exposição: composição da fração respirável, concentração de poeira ambiental, concentração de sílica livre cristalina, outros minerais presentes na fração respirável, tamanho da partícula e o tempo de exposição; 
· Tipo de resposta orgânica: integridade do sistema mucociliar e das respostas imunológicas; concomitância de outras doenças respiratórias; hiperreatividade brônquica.
	O caminho que as partículas de poeira percorrem dentro do sistema respiratório é constituído pelo nariz, boca, faringe, laringe, árvore traqueobronquial e alvéolos pulmonares, e se depositam em diferentes regiões dependendo do seu diâmetro aerodinâmico. Em situações normais, o aparelho respiratório intercepta a maioria das partículas inaladas, através da ativação dos mecanismos de defesa e restauração Entretanto, essa capacidade de auto-proteção e reparo de danos tem um limite. Durante a exposição ocupacional, a deposição excessiva de poeira, provocada pela inalação freqüente e contínua desse agente, causa diversos efeitos adversos dentro do aparelho respiratório. Na região traqueobronquial a presença da poeira estimula um aumento na produção de muco para auxiliar o trabalho de condução dos cílios ali existentes na remoção das partículas. A estimulação prolongada das células e das glândulas de secreção do muco pode induzir a hipertrofia dessas estruturas.
	As partículas que penetram além do bronquíolo terminal são rapidamente ingeridas por células chamadas macrófagos, cuja função é destruir material estranho. Alguns dos macrófagos, com suas partículas ingeridas, são transportados sobre a lâmina mucociliar. Outros macrófagos morrem, liberando partículas, substâncias ativas e restos celulares, que são ingeridas por novos macrófagos, e esse processo é repetido indefinidamente. A vida do macrófago sob circunstâncias normais é medida em termos de semanas ou talvez um mês ou mais. Sua vida é encurtada se a partícula ingerida é especialmente tóxica, como é o caso da sílica livre cristalina, que devido às suas propriedades de superfície, mata o macrófago em um período de horas ou dias. Partículas de poeira que se alojam nos alvéolos estimulam o recrutamento e acúmulo dos macrófagos nessa área provocando reações do tecido pulmonar. Estudos têm demonstrado um aumento nos indicadores de inflamação principalmente nos pulmões de pessoas silicóticas. A formação de colágeno acompanha a inflamação prolongada ou crônica na maioria dos órgãos do corpo. É uma parte da familiar formação de cicatriz nos tecidos, que pode agir tanto sobre a pele como dentro do pulmão. A fibrose pulmonar é uma seqüela comum da inflamação pulmonar crônica. Além disso, as células do pulmão que estão em contato com o ar, possuem uma alta taxa de reposição ou renovação, onde as células com a superfície parcialmente danificada são rapidamente trocadas por células novas. Devido à rápida regeneração das células do pulmão, há provavelmente maior vulnerabilidade às alterações carcinogênicas pela presença da poeira. Com base em todas as considerações anteriores, pode-se antecipar que a poeira depositada nos pulmões pode induzir: 
· Pequena ou nenhuma reação; 
· Hiperprodução de muco e hipertrofia das glândulas de secreção de muco;
· Recrutamento de macrófagos; 
· Proliferação crônica ou reação inflamatória; 
· Fibrose; 
· Câncer.
5. LEGISLAÇÃO
	A discriminação dos agentes considerados nocivos à saúde bem como os limites de tolerância mencionados estão previstos nos anexos da Norma Regulamentadora NR‐15, aprovada pela Portaria 3.214/78, com alterações posteriores.
	A insalubridade é definida pela legislação em função do tempo de exposição ao agente nocivo, levando em conta ainda o tipo de atividade desenvolvida pelo empregado no curso de sua jornada de trabalho, observado os limites de tolerância, as taxas de metabolismo e respectivos tempos de exposição.
	Assim, são consideras insalubres as atividades ou operações que por sua natureza condições ou métodos de trabalho, expõem o empregado a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza, da intensidade do agente e o tempo de exposição aos seus efeitos.
	Para caracterizar e classificar a insalubridade, em consonância com as normas do Ministério do Trabalho, faz se necessária a perícia médica por profissional competente e devidamente registrado no Ministério do Trabalho e Emprego.
	Conforme prevê artigo 192 da CLT, o exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário mínimo, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo.
5.1 NR 15
NR 15 – Atividades e Operações Insalubres
Anexo 11 – Agentes Químicos cuja Insalubridade é Caracterizada por Limite de Tolerância e Inspeção no Local de Trabalho
1. Nas atividades ou operações nas quais os trabalhadores ficam expostos a agentes químicos, a caracterização de insalubridade ocorrerá quando forem ultrapassados os limites de tolerância constantes do Quadro no 1 deste Anexo.
2. Todos os valores fixados no Quadro no 1 - Tabela de Limites de Tolerância são válidos para absorção apenas por via respiratória.
3. Todos os valores fixados no Quadro no 1 como "Asfixiantes Simples" determinam que nos ambientes de trabalho, em presença destas substâncias, a concentração mínima de oxigênio deverá ser 18 (dezoito) por cento em volume. As situações nas quais a concentração de oxigênio estiver abaixo deste valor serão consideradas de risco grave e iminente.
4. Na coluna "VALOR TETO" estão assinalados os agentes químicos cujos limites de tolerância não podem ser ultrapassados em momento algumda jornada de trabalho.
5. Na coluna "ABSORÇÃO TAMBÉM PELA PELE" estão assinalados os agentes químicos que podem ser absorvidos, por via cutânea, e portanto exigindo na sua manipulação o uso da luvas adequadas, além do EPI necessário à proteção de outras partes do corpo.
6. A avaliação das concentrações dos agentes químicos através de métodos de amostragem instantânea, de leitura direta ou não, deverá ser feita pelo menos em 10 (dez) amostragens, para cada ponto - em nível respiratório do trabalhador. Entre cada uma das amostragens deverá haver um intervalo de, no mínimo, 20 (vinte) minutos.
7. Cada uma das concentrações obtidas nas referidas amostragens não deverá ultrapassar os valores obtidos na equação que segue, sob pena de ser considerada situação de risco grave e iminente.
Valor máximo = L.T. x F. D.
Onde: L.T.= limite de tolerância para o agente químico, segundo o Quadro n° 1.
	F.D. = fator de desvio, segundo definido no Quadro n° 2.
	
QUADRO 2
	L.T.
	F.D.
	(pp, ou mg/m3)
0 a 1
1 a 10
10 a 100
100 a 1000
acima de 1000
	3
2
1,5
1,25
1,1
8. O limite de tolerância será considerado excedido quando a média aritmética das concentrações ultrapassar os valores fixados no Quadro n° 1.
9. Para os agentes químicos que tenham "VALOR TETO" assinalado no Quadro n° 1 (Tabela de Limites de Tolerância) considerar-se-á excedido o limite de tolerância, quando qualquer uma das concentrações obtidas nas amostragens ultrapassar os valores fixados no mesmo quadro.
10. Os limites de tolerância fixados no Quadro n° 1 são válidos para jornadas de trabalho de até 48 (quarenta e oito) horas por semana, inclusive.
10.1. Para jornadas de trabalho que excedam as 48 (quarenta e oito) horas semanais dever-se-á cumprir o disposto no art. 60 da CLT.
QUADRO 1
TABELA DE LIMITES DE TOLERÂNCIA
	AGENTES QUÍMICOS
	Valor teto
	Absorção também p/pele
	Até 48 horas/semana
	Grau de insalubridade a ser considerado no caso de sua caracterização
	
	
	
	ppm*
	mg/m3**
	
	Acetaldeído
	
	
	78
	140
	máximo
	Acetato de cellosolve
	
	+
	78
	420
	médio
	Acetato de éter monoetílico de etileno glicol (vide acetado de cellsolve)
	
	
	-
	-
	-
	Acetato de etila
	
	
	310
	1090
	mínimo
	Acetato de 2-etóxi etila (vide acetato de cellosolve)
	
	
	-
	-
	-
	Acetileno
	
	
	Axfixiante simples
	-
	Acetona
	
	
	780
	1870
	mínimo
	Acetonitrila
	
	
	30
	55
	máximo
	Ácido acético
	
	
	8
	20
	médio
	Ácido cianídrico
	
	+
	8
	9
	máximo
	Ácido clorídrico
	+
	
	4
	5,5
	máximo
	Ácido crômico (névoa)
	
	
	-
	0,04
	máximo
	Ácido etanóico (vide ácido acético)
	
	
	-
	-
	-
	Ácido fluorídrico
	
	
	2,5
	1,5
	máximo
	Ácido fórmico
	
	
	4
	7
	médio
	Ácido metanóico (vide ácido fórmico)
	
	
	-
	-
	-
	Acrilato de metila
	
	+
	8
	27
	máximo
	Acrilonitrila
	
	+
	16
	35
	máximo
	Álcool isoamílico
	
	
	78
	280
	mínimo
	Álcool n-butílico
	+
	+
	40
	115
	máximo
	Álcool isobutílico
	
	
	40
	115
	médio
	Álcool sec-butílico (2-butanol)
	
	
	115
	350
	médio
	Álcool terc-butílico
	
	
	78
	235
	médio
	Álcool etílico
	
	
	780
	1480
	mínimo
	Álcool furfurílico
	
	+
	4
	15,5
	médio
	Álcool metil amílico (vide metil isobutil carbinol)
	
	
	-
	-
	-
	Álcool metílico
	
	+
	156
	200
	máximo
	Álcool n-propílico
	
	+
	156
	390
	médio
* ppm - partes de vapor ou gás por milhão de partes de ar contaminado.
** mg/m3 - miligramas por metro cúbico de ar.
	
AGENTES QUÍMICOS
	Valor Teto
	Absorção também p/ pele
	Até 48 horas/semana
	Grau de insalubridade a ser
considerado no caso de sua caracterização
	
	
	
	ppm*
	mg/m3**
	
	Álcool isopropílico
	
	+
	310
	765
	médio
	Aldeído acético (vide acetaldeído)
	
	
	-
	-
	-
	Aldeído fórmico (vide formaldeído)
	
	
	-
	-
	-
	Amônia
	
	
	20
	14
	médio
	Anidro sulfuroso (vide dióxido de enxofre)
	
	
	-
	-
	-
	Anilina
	
	+
	4
	15
	máximo
	Argônio
	
	
	Asfixante simples
	-
	Arsina (arsenamina)
	
	
	0,04
	0,16
	máximo
	(1)
	
	
	
	
	
	Brometo de etila
	
	
	156
	695
	máximo
	Brometo de metila
	
	+
	12
	47
	máximo
	Bromo
	
	
	0,08
	0,6
	máximo
	Bromoetano (vide brometo de etila)
	
	
	-
	-
	-
	Bromofórmio
	
	+
	0,4
	4
	médio
	Bromometano (vide brometo de metila)
	
	
	-
	-
	-
	1,3 Butadieno
	
	
	780
	1720
	médio
	n-Butano
	
	
	470
	1090
	médio
	n-Butano (vide álcoo n-butílico)
	
	
	-
	-
	-
	sec-Butanol (vide álcool sec-butílico)
	
	
	-
	-
	-
	Butanona (vide metil etil cetona)
	
	
	-
	-
	-
	1-Butanotiol (vide butil mercaptana)
	
	
	-
	-
	-
	n-Butilamina
	+
	+
	4
	12
	máximo
	Butil cellosolve
	
	+
	39
	190
	médio
	n-Butil mercaptana
	
	
	0,4
	1,2
	médio
	2-Butóxi etanol (vide butil cellosolve)
	
	
	-
	-
	-
	Cellosolve (vide 2-etóxi etanol)
	
	
	-
	-
	-
	Chumbo
	
	
	-
	0,1
	máximo
	Cianeto de metila (vide acetonitrila)
	
	
	-
	-
	-
	Cianeto de vinila (vide acrilonitrila)
	
	
	-
	-
	-
	Cianogênio
	
	
	8
	16
	máximo
	Ciclohexano
	
	
	235
	820
	médio
	Ciclohexanol
	
	
	40
	160
	máximo
* ppm - partes de vapor ou gás por milhão de partes de ar contaminado
** mg/m3 - miligramas por metro cúbico de ar.
	
AGENTES QUÍMICOS
	Valor Teto
	Absorção também p/ pele
	Até 48 horas/semana
	Grau de insalubridade a ser considerado no caso de sua caracterização
	
	
	
	ppm*
	mg/m3**
	
	Ciclohexilamina
	
	+
	8
	32
	máximo
	Cloreto de carbonila (vide fosgênio)
	
	
	-
	-
	-
	Cloreto de etila
	
	
	780
	2030
	médio
	Cloreto de fenila (vide cloro benzeno)
	
	
	-
	-
	-
	Cloreto de metila
	
	
	78
	165
	máximo
	Cloreto de metileno
	
	
	156
	560
	máximo
	Cloreto de vinila
	+
	
	156
	398
	máximo
	Cloreto de vinilideno
	
	
	8
	31
	máximo
	Cloro
	
	
	0,8
	2,3
	máximo
	Clorobenzeno
	
	
	59
	275
	médio
	Clorobromometano
	
	
	156
	820
	máximo
	Cloroetano (vide cloreto de etila)
	
	
	-
	-
	-
	Cloroetílico (vide cloreto de vinila)
	
	
	-
	-
	-
	Clorodifluometano (freon 22)
	
	
	780
	2730
	mínimo
	Clorofórmio
	
	
	20
	94
	máximo
	1-Cloro 1-nitropropano
	
	
	16
	78
	máximo
	Cloroprene
	
	+
	20
	70
	máximo
	Cumeno
	
	+
	39
	190
	máximo
	Decaborano
	
	+
	0,04
	0,25
	máximo
	Demeton
	
	+
	0,008
	0,08
	máximo
	Diamina (vide hidrazina)
	
	
	-
	-
	-
	Diborano
	
	
	0,08
	0,08
	máximo
	1,2-Dibramoetano
	
	+
	16
	110
	médio
	o-Diclorobenzeno
	+
	
	39
	235
	máximo
	Diclorodifluormetano (freon 12)
	
	
	780
	3860
	mínimo
	1,1 Dicloroetano
	
	
	156
	640
	médio
	1,2 Dicloroetano
	
	
	39
	156
	máximo
	1,1 Dicloreotileno (vide cloreto de vinilideno)
	
	
	-
	-
	-
	1,2 Dicloroetileno
	
	
	155
	615
	médio
	Diclorometano (vide cloreto de metilino)
	
	
	-
	-
	-
	1,1 Dicloro-1-nitroetano
	+
	
	8
	47
	máximo
	1,2 Dicloropropano
	
	
	59
	275
	máximo
	Diclorotetrafluoretano (freon 114)
	
	
	780
	5460
	mínimo
	Dietil amina
	
	
	20
	59
	médio
	Dietil éter (vide éter etílico)
	
	
	-
	-
	-
	2,4 Diisocianato de tolueno (TDI)
	+
	
	0,016
	0,11
	máximo
	Diisopropilamina
	
	+
	4
	16
	máximo
* ppm - partes de vapor ou gás por milhão de partes de ar contaminado.
** mg/m3 - miligramas por metro cúbico de ar.
	AGENTES QUÍMICOS
	Valor teto
	Absorção também p/pele
	Até 48 horas/semana
	Grau de insalubridade a ser considerado no caso de sua caracterização
	
	
	
	ppm*
	mg/m3**
	
	Dimetilacetamida
	
	+
	8
	28
	máximo
	Dimetilamina
	
	
	-8
	14
	médio
	Dimetiformamida
	
	
	8
	24
	médio
	l,l Dimetil hidrazina
	
	+
	0,4
	0,8
	máximo
	Dióxido de carbono
	
	
	3900
	7020
	mínimo
	Dióxido de cloro
	
	
	0,08
	0,25
	máximo
	Dióxido de enxofre
	
	
	4
	10
	máximo
	Dióxido de nitrogênio
	+
	
	4
	7
	máximo
	Dissulfeto de carbono
	
	+
	16
	47
	máximo
	Estibina
	
	
	0,08
	0,4
	máximo
	Estireno
	
	
	78
	328
	médio
	Etanol 9vide acetaldeído)
	
	
	_
	_
	_
	Etano
	
	
	Asfixiante
	simples
	_
	Etanol (vide etílico)
	
	
	_
	_
	_
	Etanotiol (vide etil mercaptana)
	
	
	_
	_
	_
	Éter decloroetílico
	
	+
	4
	24
	máximo
	Éter etílico
	
	
	310
	940
	médio
	Éter monobutílico do etileno glicol (vide butil cellosolve
	
	
	_
	_
	_
	Éter monoetílico do etileno glicol (vide cellosolve)
	
	
	_
	_
	_
	Éter monometílico do etileno glicol (vide metil cellosolve)
	
	
	_
	_
	_
	Etilamina
	
	
	8
	14
	máximo
	Etilbenzeno
	
	
	78
	340
	médio
	Etileno
	
	
	Asfixiantesimples
	_
	Etilenoimina
	
	+
	0,4
	0,8
	máximo
	Etil mercaptana
	
	
	0,4
	0,8
	médio
	n-Etil morfolina
	
	+
	16
	74
	médio
	2-Etoxietanol
	
	+
	78
	290
	médio
	Fenol
	
	+
	4
	15
	máximo
	Fluortriclorometano (freon 11)
	
	
	780
	4370
	médio
	Formaldeído (formol)
	+
	
	l,6
	2,3
	máximo
	Fosfina (fosfamina)
	
	
	0,23
	0,3
	máximo
	Fosgênio
	
	
	0,08
	0,3
	máximo
	freon 11 (vide flortriclorometano)
	
	
	_
	_
	_
	Freon 12 (vide diclorodiflormetano)
	
	
	_
	_
	_
	Freon 22 (vide clorodifluormetano)
	
	
	_
	_
	_
	Freon 113 (vide 1,1,2,tricloro-1,2,2- trifluoretano)
	
	
	_
	_
	_
* ppm - partes de vapor ou gás por milhão de partes de ar contaminado.
**mg/m3 - miligramas por metro cúbico de ar.
	AGENTES QUÍMICOS
	Valor teto
	Absorção também p/pele
	Até 48 horas/semana
	Grau de insalubridade a ser considerado no caso de sua caracterização
	
	
	
	ppm*
	mg/m*
	
	Freon 114 (vide declrorotetrafloretano)
	
	
	
	
	
	Gás amoníaco (vide amônia)
	
	
	_
	_
	_
	Gás carbônico (vide dióxido de carbono
	
	
	_
	_
	_
	Gás cianídrico (vide ácido cianídrico)
	
	
	_
	_
	_
	Gás clorídrico (vide ácido clorídrico)
	
	
	_
	_
	_
	Gás sulfídrico
	
	
	8
	12
	máximo
	Hélio
	
	
	Asfixiante
	simples
	_
	Hidrazina
	
	+
	0,08
	0,08
	máximo
	Hidreto de antimônio (vide estibina)
	
	
	_
	_
	_
	Hidrogênio
	
	
	Asfixiante
	simples
	_
	Isobutanol (vide álcool isobutílico)
	
	
	_
	_
	_
	Isopropilamina
	
	
	4
	9,5
	médio
	Isopropil benzeno (vide cumeno)
	
	
	_
	_
	_
	Mercúrio (todas as formas exceto orgânicas)
	
	
	_
	0,04
	máximo
	Metacrilato de metila
	
	
	78
	320
	mínimo
	Metano
	
	
	Asfixiante
	simples
	_
	Metanol (vide álcool metílico)
	
	
	_
	_
	_
	Metilamina
	
	
	8
	9,5
	máximo
	Metil cellosolve
	
	+
	20
	60
	máximo
	Metil ciclohexanol
	
	
	39
	180
	médio
	Metilclorofórmio
	
	
	275
	1480
	médio
	Metil demeton
	
	+
	_
	0,4
	máximo
	metil etil cetona
	
	
	155
	460
	médio
	Metil isobutilcarbinol
	
	+
	20
	78
	máximo
	Metil mercaptana (metanotiol)
	
	
	0,04
	0,8
	médio
	2-Metoxi etanol 9vide metil cellosolve)
	
	
	_
	_
	_
	Monometil hidrazina
	+
	+
	0,l6
	0,27
	máximo
	Monóxido de carbono
	
	+
	39
	43
	máximo
	Negro de fumo(1) 
	
	
	
	3,5
	máximo
	Neônio
	
	
	Asfixiante
	simples
	_
	Níquel carbonila (níquel tetracarbonila)
	
	
	0,04
	0,28
	máximo
	Nitrato de n-propila
	
	
	20
	85
	máximo
	Nitroetano
	
	
	78
	245
	médio
	Nitrometano
	
	
	78
	195
	máximo
	1 - Nitropropano
	
	
	20
	70
	médio
	2 - Nitropropano
	
	
	20
	70
	médio
	Óxido de etileno
	
	
	39
	70
	maximo
* ppm - partes de vapor ou gás por milhão de partes de ar contaminado.
**mg/m3 - miligramas por metro cúbico de ar.
 
	AGENTES QUÍMICOS
	Valor teto
	Absorção também p/pele
	Até 48 horas/semana
	Grau de insalubridade a ser considerado no caso de sua caracterização
	
	
	
	ppm*
	mg/m3**
	
	Óxido nítrico (NO)
	
	
	20
	23
	máximo
	Óxido nitroso (N2O)
	
	
	Asfixiante simples
	-
	Ozona
	
	
	0,08
	0,16
	máximo
	Pentaborano
	
	
	0,004
	0,008
	máximo
	n-Pentano
	
	
	470
	1400
	mínimo
	Percloroetíleno
	
	+
	78
	525
	médio
	Piridina
	
	+
	4
	12
	médio
	n-propano
	
	
	Asfixiante simples
	-
	n-Propanol (vide álcool n-propílico)
	
	
	-
	-
	-
	iso-Propanol (vide álcool isopropílico)
	
	
	-
	-
	-
	Propanona (vide acetona)
	
	
	-
	-
	-
	Propileno
	
	
	Asfixiante simples
	-
	Propileno imina
	
	+
	1,6
	4
	máximo
	Sulfato de dimetila
	+
	+
	0,08
	0,4
	máximo
	Sulfeto de hidrogênio (vide gás sulfídrico)
	
	
	-
	-
	-
	Systox (vide demeton)
	
	
	-
	-
	-
	1,1,2,2,Tetrabromoetano
	
	+
	0,8
	11
	médio
	Tetracloreto de carbono
	
	+
	8
	50
	máximo
	Tetracloroetano
	
	+
	4
	27
	máximo
	Tetracloroetileno (vide percloroetileno)
	
	
	-
	-
	-
	Tetrahidrofurano
	
	
	156
	460
	máximo
	Tolueno (toluol)
	
	+
	78
	290
	médio
	Tolueno-2,4-diisocianato (TDI) (vide 2,4 diisocianato de tolueno)
	
	
	-
	-
	-
	Tribromometano (vide bromofórmio)
	
	
	-
	-
	-
	Tricloreto de vinila (vide 1,1,2 tricloroetano)
	
	
	-
	-
	-
	1,1,1 Tricloroetano (vide metil clorofórmio)
	
	
	-
	-
	-
	1,1,2 Tricloroetano
	
	+
	8
	35
	médio
	Tricloroetileno
	
	
	78
	420
	máximo
	Triclorometano (vide clorofórmio)
	
	
	-
	-
	-
	1,2,3 Tricloropropano
	
	
	40
	235
	máximo
	1,1,2 Tricloro-1,2,2 trifluoretano (freon 113)
	
	
	780
	5930
	médio
	Trietilamina
	
	
	20
	78
	máximo
	Trifluormonobramometano
	
	
	780
	4760
	médio
	Vinibenzeno (vide estireno)
	
	
	-
	-
	-
	Xileno (xilol)
	
	
	78
	340
	médio
* ppm - partes de vapor ou gás por milhão de partes de ar contaminado.
** mg/m3 - miligramas por metro cúbico de ar. 
Anexo 12 – Limites de Tolerância para Poeiras Minerais
Asbesto
1. O presente Anexo aplica-se a todas e quaisquer atividades nas quais os trabalhadores estão expostos ao asbesto no exercício do trabalho.
1.1. Entende-se por "asbesto", também denominado amianto, a forma fibrosa dos silicatos minerais pertencentes aos grupos de rochas metamórficas das serpentinas, isto é, a crisotila (asbesto branco), e dos anfibólios, isto é, a actinolita, a amosita (asbesto marrom), a antofilita, a crocidolita (asbesto azul), a tremolita ou qualquer mistura que contenha um ou vários destes minerais).
1.2. Entende-se por "exposição ao asbesto", a exposição no trabalho às fibras de asbesto respiráveis ou poeira de asbesto em suspensão no ar originada pelo asbesto ou por minerais, materiais ou produtos que contenham asbesto.
1.3. Entende-se por "fornecedor" de asbesto, o produtor e/ou distribuidor da matéria-prima in natura.
2. Sempre que dois ou mais empregadores, embora cada um deles com personalidade jurídica própria, levem a cabo atividades em um mesmo local de trabalho, serão, para efeito de aplicação dos dispositivos legais previstos neste Anexo, solidariamente responsáveis contratante(s) e contratado(s).
2.1. Compete à(s) contratante(s) garantir os dispositivos legais previstos neste Anexo por parte do(s) contratado(s). (115.016-2 / I4)
3. Cabe ao empregador elaborar normas de procedimento a serem adotadas em situações de emergência, informando os trabalhadores convenientemente, inclusive com treinamento específico. (115.017-0 / I2)
3.1. Entende-se por "situações de emergência" qualquer evento não programado dentro do processo habitual de trabalho que implique o agravamento da exposição dos trabalhadores.
4. Fica proibida a utilização de qualquer tipo de asbesto do grupo anfibólio e dos produtos que contenham estas fibras. (115.018-9 / I4)
4.1. A autoridade competente, após consulta prévia às organizações mais representativas de empregadores e de trabalhadores interessados, poderá autorizar o uso de anfibólios, desde que a substituição não seja exeqüível e sempre que sejam garantidas as medidas de proteção à saúde dos trabalhadores.
5. Fica proibida a pulverização (spray) de todas as formas do asbesto. (115.019-7 / I4)
6. Fica proibido o trabalho de menores de 18 (dezoito) anos em setores onde possa haver exposição à poeira de asbesto. (115.020-0 / I4)
7. As empresas (públicas ou privadas) que produzem, utilizam ou comercializam fibras de asbesto e as responsáveis pela remoção de sistemas que contêm ou podem liberar fibras de asbesto para o ambiente deverão ter seus estabelecimentos cadastrados junto ao Ministério do Trabalho e da Previdência Social/Instituto Nacional de Seguridade Social, através de seu setor competente em matéria de segurança e saúde do trabalhador. (115.021-9 / I3)
7.1. O referido cadastro será obtido mediante a apresentação do modelo AnexoI.
7.2. O número de cadastro obtido será obrigatoriamente apresentado quando da aquisição da matéria-prima junto ao fornecedor. (115.022-7 / I3)
7.3. O fornecedor de asbesto só poderá entregar a matéria-prima a empresas cadastradas.
7.4. Os órgãos públicos responsáveis pela autorização da importação de fibras de asbesto só poderão fornecer a guia de importação a empresas cadastradas. (115.023-5 / I3)
7.5. O cadastro deverá ser atualizado obrigatoriamente a cada 2 (dois) anos.
8. Antes de iniciar os trabalhos de remoção e/ou demolição, o empregador 
e/ou contratado, em conjunto com a representação dos trabalhadores,deverão elaborar um plano de trabalho onde sejam especificadas as medidas a serem tomadas, inclusive as destinadas a: (115.024-3 / I3)
a) proporcionar toda proteção necessária aos trabalhadores;
b) limitar o desprendimento da poeira de asbesto no ar;
c) prever a eliminação dos resíduos que contenham asbesto.
9. Será de responsabilidade dos fornecedores de asbesto, assim como dos fabricantes e fornecedores de produtos contendo asbesto, a rotulagem adequada e suficiente, de maneira facilmente compreensível pelos trabalhadores e usuários interessados. (115.025-1 / I3)
9.1. A rotulagem deverá conter, conforme modelo Anexo II: (115.026-0 / I3)
- a letra minúscula "a" ocupando 40% (quarenta por cento) da área total da etiqueta;
- caracteres: "Atenção contém amianto", "Respirar poeira de amianto é prejudicial à saúde" e "Evite risco: siga as instruções de uso".
9.2. A rotulagem deverá, sempre que possível, ser impressa no produto, em cor contrastante, de forma visível e legível. (115.027-8 / I3)
10. Todos os produtos contendo asbesto deverão ser acompanhados de "instrução de uso" com, no mínimo, as seguintes informações: tipo de asbesto, risco à saúde e doenças relacionadas, medidas de controle e proteção adequada.
(115.028-6 / I3)
11. O empregador deverá realizar a avaliação ambiental de poeira de asbesto nos locais de trabalho, em intervalos não superiores a 6 (seis) meses. (115.029-4 / I3)
11.1. Os registros das avaliações deverão ser mantidos por um período não inferior a 30 (trinta) anos. (115.030-8 / I3)
11.2. Os representantes indicados pelos trabalhadores acompanharão o processo de avaliação ambiental. (115.031-6 / I3)
11.3. Os trabalhadores e/ou seus representantes têm o direito de solicitar avaliação ambiental complementar nos locais de trabalho e/ou impugnar os resultados das avaliações junto à autoridade competente.
11.4. O empregador é obrigado a afixar o resultado dessas avaliações em quadro próprio de avisos para conhecimento dos trabalhadores. (115.032-4 / I3)
12. O limite de tolerância para fibras respiráveis de asbesto crisotila é de 
2,0 f/cm3. (115.033-2 / I4)
12.1. Entende-se por "fibras respiráveis de asbesto" aquelas com diâmetro inferior a 3 (três) micrômetros, comprimento maior que 5 (cinco) micrômetros e relação entre comprimento e diâmetro superior a 3:1.
13. A avaliação ambiental será realizada pelo método do filtro de membrana, utilizando-se aumentos de 400 a 500x, com iluminação de contraste de fase.
13.1. Serão contadas as fibras respiráveis conforme subitem 12.1 independentemente de estarem ou não ligadas ou agregadas a outras partículas.
13.2. O método de avaliação a ser utilizado será definido pela ABNT/INMETRO.
13.3. Os laboratórios que realizarem análise de amostras ambientais de fibras dispersas no ar devem atestar a participação em programas de controle de qualidade laboratorial e sua aptidão para proceder às análises requeridas pelo método do filtro de membrana.
14. O empregador deverá fornecer gratuitamente toda vestimenta de trabalho que poderá ser contaminada por asbesto, não podendo esta ser utilizada fora dos locais de trabalho. (115.034-0 / I3)
14.1. O empregador será responsável pela limpeza, manutenção e guarda da vestimenta de trabalho, bem como dos EPI utilizados pelo trabalhador. (115.035-9 / I3)
14.2. A troca de vestimenta de trabalho será feita com freqüência mínima de duas vezes por semana. (115.036-7 / I3)
15. O empregador deverá dispor de vestiário duplo para os trabalhadores expostos ao asbesto. (115.037-5 / I3)
15.1. Entende-se por "vestiário duplo" a instalação que oferece uma área para guarda de roupa pessoal e outra, isolada, para guarda da vestimenta de trabalho, ambas com comunicação direta com a bateria de chuveiros.
15.2. As demais especificações de construção e instalação obedecerão às determinações das demais Normas Regulamentadoras.
16. Ao final de cada jornada diária de trabalho, o empregador deverá criar condições para troca de roupa e banho do trabalhador. (115.038-3 / I1)
17. O empregador deverá eliminar os resíduos que contêm asbesto, de maneira que não se produza nenhum risco à saúde dos trabalhadores e da população em geral, de conformidade com as disposições legais previstas pelos órgãos competentes do meio ambiente e outros que porventura venham a regulamentar a matéria. (115.039-1 / I4)
18. Todos os trabalhadores que desempenham ou tenham funções ligadas à exposição ocupacional ao asbesto serão submetidos a exames médicos previstos no subitem 7.1.3 da NR 7, sendo que por ocasião da admissão, demissão e anualmente devem ser realizados, obrigatoriamente, exames complementares, incluindo, além da avaliação clínica, telerradiografia de tórax e prova de função pulmonar (espirometria). (115.040-5 / I2)
18.1. A técnica utilizada na realização das telerradiografias de tórax deverá obedecer ao padrão determinado pela Organização Internacional do Trabalho, especificado na Classificação Internacional de Radiografias de Pneumoconioses (OIT-1980).
18.2. As empresas ficam obrigadas a informar aos trabalhadores examinados, em formulário próprio, os resultados dos exames realizados. (115.041-3 / I2)
19. Cabe ao empregador, após o término do contrato de trabalho envolvendo exposição ao asbesto, manter disponível a realização periódica de exames médicos de controle dos trabalhadores durante 30 (trinta) anos. (115.042-1 / I1)
19.1. Estes exames deverão ser realizados com a seguinte periodicidade: (115.043-0 / I1)
a) a cada 3 (três) anos para trabalhadores com período de exposição de 0 (zero) a 12 (doze) anos;
b) a cada 2 (dois) anos para trabalhadores com período de exposição de 12 (doze) a 20 (vinte) anos;
c) anual para trabalhadores com período de exposição superior a 20 (vinte) anos.
19.2. O trabalhador receberá, por ocasião da demissão e retornos posteriores, comunicação da data e local da próxima avaliação médica.
20. O empregador deve garantir informações e treinamento aos trabalhadores, com freqüência mínima anual, priorizando os riscos e as medidas de proteção e controle devido à exposição ao asbesto. (115.044-8 / I1)
20.1. Os programas de prevenção já previstos em lei (curso da CIPA, SIPAT, etc.) devem conter informações específicas sobre os riscos de exposição ao asbesto. (115.045-6 / I1)
21. Os prazos de notificações e os valores das infrações estão especificados no Anexo III.
ANEXO I
MODELO DO CADASTRO DOS UTILIZADORES DO ASBESTO
I - IDENTIFICAÇÃO
	Nome
	____________________________________________________________________________
	Endereço:
	___________________________________________
	Bairro: ___________________________
	Cidade:
	_____________________________
	Telefone: 
	______________  CEP: ________
	CGC:
	_____________________________________
	
	Ramo de Atividade:
	________________________________ 
	CNAE:
	__________________
II - DADOS DE PRODUÇÃO
1. Número de Trabalhadores
. Total:_______________ Menores:________________ Mulheres: ________________ 
. Em contato direto com o asbesto: _____________________________ 
2. Procedência do asbesto
	Nacional ( )
	
	Importado ( )
	
Nome do(s) fornecedor(es)
____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________
3. Produtos Fabricados 
	Gênero de produto que contém asbesto
	Utilização a que se destina
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
4. Observações: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
NOTA: As declarações acima prestadas são de inteira responsabilidade da empresa, passíveis de verificação e eventuais penalidades facultadas pela lei.
	____/ ____/____
	__________________________
	
	Assinatura e carimbo
ANEXO II
ANEXO III
	Item e Subitem
	Prazo
	Infração
	- 2.1
	P4
	I4
	- 3
	P2
	I2
	- 4
	P1
	I4
	- 5
	P1
	I4
	- 6
	P1
	I4
	- 7, 7.2, 7.4
	P1
	I3
	- 8
	P2
	I3
	- 9,9.1, 9.2
	P4
	I3
	- 10
	P4
	I3
	- 11, 11.1, 11.2 e 11.4
	P4
	I3
	- 12
	P4
	I4
	- 14, 14.1, 14.2
	P3
	I3
	- 15
	P4
	I3
	- 16
	P1
	I1
	- 17
	P4
	I4
	- 18, 18.2
	P3
	I2
	- 19, 19.1
	P1
	I1
	- 20, 20.1
	P1
	I1
 
 
· Sílica livre cristalizada
1. O limite de tolerância, expresso em milhões de partículas por decímetro cúbico, é dado pela seguinte fórmula:
8,5 
L.T. = –———————— mppdc 
% quartzo + 10
* mppdc: milhões de partículas por decímetro cúbico
Esta fórmula é válida para amostras tomadas com impactador (impinger) no nível da zona respiratória e contadas pela técnica de campo claro. A percentagem de quartzo é a quantidade determinada através de amostras em suspensão aérea.
2. O limite de tolerância para poeira respirável, expresso em mg/m3, é dado pela seguinte fórmula:
8 
L.T. = -—————— mg/m3
  % quartzo + 2
Tanto a concentração como a percentagem do quartzo, para a aplicação deste limite, devem ser determinadas a partir da porção que passa por um seletor com as características do Quadro n° 1.
 
QUADRO 1
	Diâmetro Aerodinâmico (um)
(esfera de densidade unitária)
	% de passagem pelo seletor
	menor ou igual a 2
 2,5
3,5
5,0
10,0
	90
75
50
25
0 (zero)
  
4. O limite de tolerância para poeira total (respirável e não-respirável), expresso em mg/m3, é dado pela seguinte fórmula:
24
L.T. = ———————— mg/m3
                 % quartzo + 3
5. Sempre será entendido que "quartzo" significa sílica livre cristalizada.
6. Os limites de tolerância fixados no item 5 são válidos para jornadas de trabalho de até 48 (quarenta e oito) horas por semana, inclusive.
6.1. Para jornadas de trabalho que excedem a 48 (quarenta e oito) horas semanais, os limites deverão ser deduzidos, sendo estes valores fixados pela autoridade competente
6. ESTUDO DE CASO
	6.1 Dados da Empresa
	Razão Social: IBQ Indústrias Químicas S/A
	CNPJ: 78.391.612/0001-40
	Endereço: Rodovia BR 116, km 01, bairro Florestal – Quatro Barras, PR.
	A IBQ é uma empresa que fabrica e comercializa explosivos e acessórios, que são utilizados no desmonte de rochas, tanto para exploração de minérios e rochas, quanto na construção de obras de grande porte.
	O caso objeto deste estudo é a aplicação de explosivos e acessórios em mineração subterrânea de ouro, no município de Jacobina, na Bahia.
6.2 A mineração
	O projeto de Jacobina está localizado no estado da Bahia, nordeste do Brasil cerca de 340 km a noroeste da cidade de Salvador. O ouro tem sido explorado na região desde o século 17.
	A história moderna produção da mina de Jacobina começou no final de 1982. PA baixa cotação do ouro forçou o fechamento da mina durante o período de 1999-2004, a exploração foi retomada em2005. 
	O método de mineração que é usado na mina de Jacobina subterrânea é o sub-nível retiro método stoping aberto.
6.3 Descrição do Processo
	A mineração com explosivos pode ser resumida em três passos:
· Perfuração – o minério é furado utilizando máquina de perfuração hidráulicas; a perfuração é executada com diâmetro, comprimento e distâncias entre furos previamente calculadas;
· Desmonte – os furos previamente executados são preenchidos (ou carregados) com explosivos a base de nitrato sensibilizados com nitrito e acessórios usados para gerar e transportar a energia necessária para detonação e conseqüente fragmentação do minério.
· Remoção – o minério assim fragmentado é transportado até a instalação de processamento.
Figura 1 – Fluxograma do processo produtivo.
6.4 Produto a ser avaliado 
	O produto a ser avaliado é sílica livre cristalizada.
	A denominação para poeiras contendo sílica livre cristalizada é utilizada para poeiras que contêm mais que 1% de sílica. 	
	A sílica livre cristalizada apresenta-se na grande maioria dos casos de exposição ocupacional na forma de quartzo, cristobalita e tridimita (polimorfos do óxido de silício SiO2). 
	O termo “sílica” é um termo que vem sendo utilizado para definir esses polimorfos.Todos os outros compostos que contêm sílica não cristalizada são definidos como silicatos.
	O pó está constituído por partículas geradas mecanicamente, resultantes de operações tais como: moenda, perfuração, explosões e manuseio de minérios, limpeza abrasiva, corte e polimento de granitos, etc.
	A forma cristalizada do quartzo é a de maior risco, causadora de uma pneumoconiose chamada de silicose.	
	Entende-se por pneumoconiose a alteração produzida no tecido dos pulmões pela inalação de poeiras orgânicas ou inorgânicas. Está alteração pode ser uma fibrose pulmonar ou um depósito de material inerte, entre estes dois estados, existe uma variedade de danos aos pulmões.
6.5 Metodologia de Amostragem:
	Amostrador: Ciclone + filtro (Ciclone nylon 10-mm, Ciclonede HigginsDewell, ou ciclone de alumínio + membrana de PVC 5µm.
Figura 2 - Ciclone em Alumínio para Poeira Respirável.
6.6 Metodologia de análise:
	Determinação de poeira respirável e de sílica livre cristalina por difratometria de raios X. 
· National Institute of Occupational Safety and Health (NIOSH), Silica, Crystalline, by XRD (Analytical Method7500). Em NIOSH Manual of Analytical Methods 4ª ed., 2003, 1-9.
· Fundacentro – Norma de Higiene Ocupacional NHO 03, Análise Gravimétrica de Aerodispersóides Sólidos Coletados sobre Filtro de Membrana, 1ª ed., 2001, 1-34)
6.7 Equipamentos utilizados:
· Difratômetro de Raios-X;
· Balança analítica.
Figura 3 - Difratômetro de Raios-X
Figura 4 - Balança analítica
6.8 Limites de Tolerância
- Limite de Tolerância para poeira respirável, expresso em mg/m³:
Amostra 2:
Amostra 1:
LT médio: (0,153 + 0,139) / 2 = 0,146 mg/m³	
- Volume amostrado: 
400 litros / amostra
- Concentrações: Amostra 2:
1,125 mg de Poeira respirável /m³ 
Amostra 1:
0,75 mg de Poeira respirável /m³ 
Concentrações médias: (0,75+ 1,125) / 2 = 0,937 mg/m³
	A média das concentrações é maior que a média do limite de tolerância, isso indica que é uma atividade insalubre.
6.9 Tabela de Registros
Empresa: IBQ Industrias Químicas S/A
Amostrador: Ciclone nylon + Filtro
Posto de trabalho: Desmonte de Rocha
Cargo: Blaster I
Data da amostragem: 30/05/2012
Horário de início da coleta: 8:00
Tempo de cada coleta: 233 minutos
Tempo total de coleta: 466 minutos = 7 horas e 45 minutos
Código da amostra: 1 e 2
Resultados:
	Amostra 
(cassete)
	Amostra de poeira respirável
(mg)
	Massa de quartzo (mg)
	1
	0,3
	0,15
	2
	0,45
	0,25
Figura 5 – Comparativo entre a Poeira Respirável e o Limite de Tolerância.
7. LAUDO PERICIAL DE INSALUBRIDADE
MINISTÉRIO DO TRABALHO
SECRETÁRIA DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO
DELEGACIA REGIONAL DO TRABALHO
DIVISÃO/SEÇÃO DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO
ABIMAEL RIBEIRO DE JESUS, FABIOLA ANDREIA DISARÔ, JORGE DANIEL
MIKOS, JULIANA MACHADO, LUANA GIOIA SIQUEIRA, PAULO LUIZ
MANENTI, RAFAEL PEDRASSANI VIEIRA E RENATA MURARA VIEIRA,
Engenheiros de Segurança do Trabalho, registrados junto ao CREA e nomeado
por V. Ex.ª como peritos judiciais na presente ação trabalhistas, vimos mui
respeitosamente apresentar seu Laudo Técnico Pericial, o qual se divide nas
seguintes partes:
1. IDENTIFICAÇÃO
2. IDENTIFICAÇÃO DO LOCAL PERICIADO
3. DESCRIÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO
4. ANÁLISE QUALITATIVA
5. ANÁLISE QUANTITATIVA
6. CONCLUSÃO
1. Identificação
	Trata de avaliação pericial conclusiva sobre as condições de exposição do servidor aos agentes insalubres e/ou perigosos, com a finalidade de enquadrar a(s) atividade(s) analisada(s), nos termos das Normas Regulamentadoras (NR’s) n.ºs 15 e seus respectivos Anexos regulamentados pela Portaria n.º 3214/78.
 
2. Identificação do local periciado
	Mina Subterrânea
3. Descrição do ambiente de trabalho
 
	O ambiente de trabalho é constituído por mina subterrânea, sendo as paredes, piso e teto constituídos de material rochoso, com iluminação artificial, circulação de ar realizado por circuladores de ar elétricos.
4. Análise Qualitativa
a. Da função do trabalhador: Examina os locais que deverão receber as cargas de fogo, estuda o tipo de serviço, a quantidade de explosivos e as medidas de segurança aserem adotadas, prepara os explosivos, coloca os cordéis detonantes e amarra conforme especificações do fabricante e instruções de trabalho recebidas.
Providencia e certifica-se que não há pessoas na área próxima ao local da explosão, inicia a detonação com autorização do encarregado da mina, podendo instruir auxiliares no processo de carga de fogo. 
b. Dos possíveis riscos ocupacionais:
i. Físico: Ruído
ii. Químico: Poeira Respirável (Sílica livre) – compostos de dióxido de silício, SiO2, que inalada causa inflamação seguida de cicatrização do tecido do pulmão.
c. Do tempo de exposição ao risco:
	220 horas / mês + horas extras.
5. Análise Quantitativa
a. Descrição Método:
	O instrumento utilizado nas medições dos gases foi o...
b. Resultados obtidos:
	Média das Concentrações Obtidas: 1,12 mg/m³
	Média de Tolerância Obtida: 0,145 mg/m³
c. Interpretação dos resultados:
	Os resultados de Sílica Livre Cristalizada excedem o limite calculado segundo Anexo III da NR 15.
6. Conclusão
a. Fundamento científico:
	O grau de insalubridade a ser considerado no caso de sua caracterização é o grau máximo.
b. Fundamento legal: 
	Em conformidade com a portaria nº 3.214. de 08/06/78, NR‐15, Anexo 3, o Limite de Tolerância para o exposição a poeira livre, com as características de percentual de sílica livre cristalizada é 0,93 mg/m³ para jornadas de trabalho de até 48 horas semanais. O limite de tolerância foi ultrapassado, caracterizando a insalubridade. 
8. PROPOSTA TÉCNICA PARA CORREÇÃO
8.1 Correções Imediatas
· Respiradores pessoais: para as condições de uso em que há exposição de vapor usa‐se um respirador de meia face;
· Proteção da pele: usar luvas protetoras;
· Proteção dos olhos: usar óculos químico‐protetores. Manter uma fonte para lavar os olhos na área de trabalho.
8.2 Medidas Corretivas
	- Sistema de Ventilação:
	Um sistema de exaustão local ou geral é recomendado para manter a exposição do usuário(a) a menor possível. O sistema local é preferível porque controla a emissão do contaminante em sua origem, prevenindo dispersão dele numa área maior.
	- Respiradores pessoais:
	Para as condições de uso em que há exposição à poeira ou vapor, um respirador de meia face contra poeira e vapor é efetiva. Para emergências e instâncias em que não se sabem os níveis de exposição, use uma respirador inteiriço de pressão positiva. AVISO: respirador com purificação de ar não são efetivos num ambiente deficientes de oxigênio.
	- Proteção da Pele:
	Use luvas protetoras e roupas limpas que cubram todo o corpo.
	- Proteção dos Olhos:
	Use óculos químico‐protetores. Mantenha uma fonte para lavar os olhos na área de trabalho.
9. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
http://medeseg.com.br/acidentes.php?acidente=13
http://www.grupomednet.com.br/medicina-trabalho/ppra-pcmso-ltcat-aso-ppp/norma-regulamentadora-15-12.html
http://www.jjr.com.br/simples/skc/acessorios/ciclone_aluminio/index.htm 
http://jararaca.ufsm.br/websites/lmi/bb69b92cb2cacff5cf40023b21370ca6.htm
http://www.splabor.com.br/blog/balancas/balanca-analitica/ 
http://www.zirtec.com.br/areia/silica.htm
http://www.nucleoeducafrovalongo.org/painel/arquivo_upload/Agentes%20quimicos.doc
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAn04AD/agentes-quimicos

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