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2
Questão 1
Esta questão se baseia no texto a seguir.
A ciência do palavrão
Por que diabos m... é palavrão? Aliás, por que a palavra diabos, indizível décadas atrás, deixou de ser
um? Outra: você já deve ter tropeçado numa pedra e, para revidar, xingou-a de algo como filha da …,
mesmo sabendo que a dita nem mãe tem.
Pois é: há mais mistérios no universo dos palavrões do que o senso comum imagina. Mas a ciência
ajuda a desvendá-los. Pesquisas recentes mostram que as palavras sujas nascem em um mundo à
parte dentro do cérebro. Enquanto a linguagem comum e o pensamento consciente ficam a cargo da
parte mais sofisticada da massa cinzenta, o neocórtex, os palavrões moram nos porões da cabeça.
Mais exatamente no sistema límbico. Nossa parte animal fica lá. 
E sai de vez em quando, na forma de palavrões. A medicina ajuda a entender isso. Veja o caso da
síndrome de Tourette. Essa doença acomete pessoas que sofreram danos no gânglio basal, a parte do
cérebro cuja função é manter o sistema límbico comportado. E os palavrões saem como se fossem
tiques nervosos na forma de palavras.
Mas você não precisa ter lesão nenhuma para se descontrolar de vez em quando, claro. Justamente
por não pensar, quando essa parte animal do cérebro fala, ela consegue traduzir certas emoções com
uma intensidade inigualável.
Os palavrões, por esse ponto de vista, são poesia no sentido mais profundo da palavra. Duvida? Então
pense em uma palavra forte. Paixão, por exemplo. Ela tem substância, sim, mas está longe de
transmitir toda a carga emocional da paixão propriamente dita. Mas com um grande e gordo p.q.p. a
história é outra. Ele vai direto ao ponto, transmite a emoção do sistema límbico de quem fala
diretamente para o de quem ouve. Por isso mesmo, alguns pesquisadores consideram o palavrão até
mais sofisticado que a linguagem comum.
(www.super.abril.com.br/revista/. Adaptado.)
No texto, o substantivo palavrão, ainda que se mostre flexionado em grau, não reporta à ideia de
tamanho. Tal emprego também se verifica em:
(A) Durante a pesquisa, foi colocada uma gotícula do ácido para se definir a reação.
(B) Na casa dos sete anões, Branca de Neve encontrou sete minúsculas caminhas.
(C) Para cortar gastos, resolveu confeccionar livrinhos que cabem nos bolsos.
(D) Não estava satisfeita com aquele empreguinho sem graça e sem perspectivas.
(E) Teve um carrinho de dois lugares, depois um carro de cinco e, hoje, um de sete.
Gabarito:
D
Resolução:
Na alternativa D, o uso do grau diminutivo na palavra empreguinho não remete ao tamanho, sua
função é depreciativa. Nas demais alternativas o uso de grau diminutivo ou aumentativo se refere
ao tamanho: gotícula, caminhas, livrinhos, carrinho.
Questão 2
FOLHA – Seus estudos mostram que, entre os mais escolarizados, há maior preocupação com a
corrupção.
O acesso à educação melhorou no país, mas a aversão à corrupção não parece ter aumentado. Não
se vê mais mobilizações como nos movimentos pelas Diretas ou no Fora Collor. Como explicar?
ALMEIDA – Esta questão foi objeto de grande controvérsia nos Estados Unidos. Quanto maior a
escolarização, maior a participação política. Mas a escolaridade também cresceu lá, e não se viu
aumento de mobilização. O que se discutiu, a partir da literatura mais recente, é que, para
acontecerem grandes mobilizações, é necessária também a participação atuante de uma elite
política. No caso das Diretas-Já, por exemplo, essa mobilização de cima para baixo foi fundamental. O
governador de São Paulo na época, Franco Montoro, estava à frente da mobilização. No Rio, o
governador Leonel Brizola liberou as catracas do metrô e deu ponto facultativo aos servidores. No
caso de Collor, foi um fenômeno mais raro, pois a mobilização foi mais espontânea, mas não tão
grande quanto nas Diretas. Porém, é preciso lembrar que Collor atravessava um momento econômico
difícil. Isso ajuda a explicar por que ele caiu com os escândalos da época, enquanto Lula sobreviveu
bem ao mensalão. Collor não tinha o apoio da elite nem da classe média ou pobre. Já Lula perdeu
apoio das camadas mais altas, mas a população mais pobre estava satisfeita com o desempenho da
economia. Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está
muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas,
isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos
diferentes.
(Adaptado de: GOIS, Antonio. "Mais conscientes, menos mobilizados". Disponível em:
. Acesso em: 26 jul. 2009).
Considere o trecho: “Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito
pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite,
jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois
mundos destacadas”.
As palavras grifadas são
a) predicados verbais.
b) núcleos do sujeito.
c) substantivos.
d) advérbios.
e) adjetivos.
Gabarito:
E
Resolução:
Os termos destacados são adjetivos, pois modificam ou caracterizam um substantivo: "pobre"
qualifica o substantivo "pessoa"; "associada" se refere ao substantivo "preocupação"; "resolvido" se
refere a "isso", que por sua vez retoma o substantivo "sobrevivência"; e "diferentes" qualifica o
substantivo "mundos".
Questão 3
VESTIBULAR
1 Vestibular, aquilo que o Ministério da Educação estuda agora extinguir, é um brasileirismo para algo
que em
2 Portugal costuma ser chamado de exame de acesso à universidade. Trata-se de um adjetivo que se
subs-
3 tantivou, num processo semelhante ao que ocorreu com celular, qualificativo de telefone, que tenta
– e na
4 maioria das vezes consegue – expulsar a palavra principal de cena sob uma pertinente alegação de
redun-
5 dância, tomando para si o lugar de substantivo. Pois o exame vestibular, de tão consagrado no
vocabulário
6 de gerações e gerações de estudantes brasileiros que perderam o sono por causa dele, acabou
conhecido
7 como vestibular só. E qualquer associação remota com a palavra que está em sua origem –
vestíbulo – se
8 perdeu nesse processo.
9 Quando ainda era claramente um adjetivo, ficava mais fácil perceber a metáfora que, com certa
dose de per-
10 nosticismo, levou a palavra vestibular a ser escolhida para qualificar o processo de seleção de
candidatos ao
11 ensino superior. Vestíbulo (do latim vestibulum) é, na origem, um termo de arquitetura que
significa pórtico,
12 alpendre ou pátio externo, mas que pode ser usado também, em sentido mais amplo, para
designar um átrio,
13 uma antessala, qualquer cômodo ou ambiente de passagem entre a porta de entrada e o corpo
principal de
14 uma casa, apartamento, palácio ou prédio público. Para quem prefere uma solução anglófona,
estamos fa-
15 lando de hall ou lobby.
16 Como é um ambiente de transição entre o lado de fora e o lado de dentro, vestíbulo ganhou ainda
por exten-
17 são, em anatomia, o sentido de “cavidade que dá acesso a um órgão oco” (Houaiss). Antes de ser
admitido
18 no vocabulário da educação, “sistema vestibular” já tinha aplicação na linguagem médica como
nome dos
19 pequenos órgãos situados na entrada do ouvido interno, responsáveis por nosso equilíbrio.
(Adaptado de: RODRIGUES, S. Vestibular. Disponível em:
. Acesso em: 6 jun. 2009.)
Com relação aos recursos linguísticos utilizados no texto, considere as afirmativas a seguir:
I. Na sentença “E qualquer associação remota com a palavra que está em sua origem – vestíbulo – se
perdeu nesse processo” (linha 7), a conjunção “e”, que nesse caso tem valor adversativo, pode ser
substituída pela conjunção “porém”.
II. No trecho “que tenta – e na maioria das vezes consegue – expulsar a palavra principal de cena sob
uma pertinente alegação de redundância” (linhas 3 e 4), a palavra “sob” pode ser substituída por
“com base em”.
III. No primeiro parágrafo,a sequência “na maioria das vezes consegue” (linhas 3 e 4) pode,
facultativamente, ser substituída por “na maioria das vezes conseguem”.
IV. No trecho “Quando ainda era claramente um adjetivo, ficava mais fácil perceber a metáfora”
(linha 9), para introduzir uma situação hipotética, pode-se substituir a palavra “quando” por “se” e
fazer as devidas alterações verbais.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e III são corretas.
b) Somente as afirmativas II e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
Gabarito:
B
Resolução:
Na sentença “E qualquer associação remota com a palavra que está em sua origem – vestíbulo – se
perdeu nesse processo” (linha 7), a conjunção “e”, tem valor aditivo, e não pode ser substituída pela
conjunção “porém”. A expressão "na maioria das vezes" (linha 3 e 4) não pode ser facultativamente
substituída por "na maioria das vezes conseguem", pois o sujeito do verbo "conseguir" é "celular,
qualitativo de telefone" e não a expressão "na maioria das vezes".
Questão 4
Marte é o Futuro
1 O pouso na Lua não foi só o ápice da corrida espacial. Foi também o passo inicial do
turbocapitalismo que
2 dominaria as três décadas seguintes. Dependente, porém, de matérias-primas do século XIX: aço,
carvão,
3 óleo. Lançar-se ao espaço implicava algum reconhecimento dos limites da Terra. Ela era azul, mas
finita.
4 Com o império da tecnociência, ascendeu também sua nêmese, o movimento ambiental. Fixar
Marte como
5 objetivo para dentro de 20 ou 30 anos, hoje, parece tão louco quanto chegar à Lua em dez, como
determinou
6 John F. Kennedy. Não há um imperialismo visionário como ele à vista, e isso é bom. A ISS (estação
espacial
7 internacional) representa a prova viva de que certas metas só podem ser alcançadas pela
humanidade como
8 um todo, não por nações forjadas no tempo das caravelas. Marte é o futuro da humanidade. Ele nos
fornecerá
9 a experiência vívida e a imagem perturbadora de um planeta devastado, inabitável. Destino certo
da Terra
10 em vários milhões de anos. Ou, mais provável, em poucas décadas, se prosseguir o saque a
descoberto da
11 energia fóssil pelo hipercapitalismo globalizado, inflando a bolha ambiental.
(Adaptado de: LEITE, M. Caderno Mais!. Folha de S. Paulo. São Paulo, domingo, 26 jul. 2009. p. 3.)
Quanto à predicação verbal, é correto afirmar:
a) Em “Lançar-se ao espaço implicava algum reconhecimento” (linha 3), o verbo implicar, nesse
contexto, é um verbo transitivo direto, por isso seu complemento não exige preposição.
b) Em “Não há um imperialismo visionário como ele à vista” (linha 6), o verbo haver é considerado
um verbo de ligação, pois estabelece relação entre sujeito e seu predicativo.
c) Em “A ISS (estação espacial internacional) representa a prova viva” (linhas 6 e 7), o verbo
representar é intransitivo, portanto, não necessita complemento.
d) Em “Marte é o futuro da humanidade” (linha 8), o verbo ser é classificado como verbo transitivo
direto e indireto, ou seja, possui um complemento precedido de preposição e outro não.
e) Em “Ele nos fornecerá a experiência vívida e a imagem” (linhas 8 e 9), o verbo fornecer é
classificado como verbo defectivo, pois não apresenta a conjugação completa.
Gabarito:
A
Resolução:
Em B, o verbo "haver" não é um verbo de ligação, e sim um verbo nocional e impessoal; portanto, não
há predicativo do sujeito na frase mencionada porque não há sequer um sujeito. Em C, o verbo
"representar" é transitivo direto, e "a prova viva" é o complemento deste verbo. Em D, o verbo "ser" é
um verbo de ligação, e "o futuro da humanidade", um predicativo do sujeito (e não complementos
verbais). Por fim, o verbo "fornecer", mencionado em E, não é um verbo defectivo, sendo conjugado
em todas as pessoas do discurso no futuro do indicativo.
Questão 5
Uma ideia radical demais
 
“Grátis pode significar muitas coisas, e esse significado tem mudado ao longo dos anos. Grátis
levanta suspeitas, mas não há quase nada que chame tanto a atenção. Quase nunca é tão simples
quanto parece, mas é a transação mais natural de todas. Se agora estamos construindo uma
economia em torno do Grátis, deveríamos começar entendendo o que ele é e como funciona.” Essas
são as palavras que abrem o segundo capítulo de um livro lançado nesta semana nos Estados Unidos.
O título é Free – The Future of a Radical Price (“Grátis – o futuro de um preço radical”, numa tradução
livre). A editora Campus-Elsevier deve lançá-lo no Brasil no final deste mês. É preciso reconhecer que
o autor não falta com a verdade. “Grátis” pode realmente significar muitas coisas, entre elas cobrar
por um livro cuja ideia central é uma defesa apaixonada de tudo o que é gratuito.
 
A favor de Anderson, é necessário avisar de saída: em nenhum momento ele escreve que tudo será
de graça. Sua tese central é que certos produtos e serviços podem, sim, ser gratuitos – e mesmo
assim dá para ganhar dinheiro. Anderson constrói seu argumento sobre as diferenças fundamentais
entre o mundo das coisas materiais, ou o mundo dos átomos, e a internet, ou o mundo dos bits. Eis a
ideia central: todos os custos dos insumos básicos do mundo digital caem vertiginosamente.
 
(Disponível em: portalexame.abril.uol.com.br/revista/exame/edicoes/0947/tecnologia/ideiaradical-
demais-482570.html)
 
Na primeira frase do texto, o tempo composto tem mudado expressa uma ação
(A) concluída e pode ser substituído por mudou ou muda.
(B) em processo e não há forma simples que o possa exprimir.
(C) hipotética e pode ser substituído por mudaria.
(D) em continuidade e pode ser substituído por mudara.
(E) impossível no futuro e não há forma simples que o possa exprimir.
Gabarito:
B
Resolução:
O termo "tem mudado", forma composta do pretérito perfeito, não tem uma forma simples
equivalente e serve para indicar ações que se iniciaram no passado e estão em processo, não
concluídas.
Questão 6
Uma ideia radical demais
 
“Grátis pode significar muitas coisas, e esse significado tem mudado ao longo dos anos. Grátis
levanta suspeitas, mas não há quase nada que chame tanto a atenção. Quase nunca é tão simples
quanto parece, mas é a transação mais natural de todas. Se agora estamos construindo uma
economia em torno do Grátis, deveríamos começar entendendo o que ele é e como funciona.” Essas
são as palavras que abrem o segundo capítulo de um livro lançado nesta semana nos Estados Unidos.
O título é Free – The Future of a Radical Price (“Grátis – o futuro de um preço radical”, numa tradução
livre). A editora Campus-Elsevier deve lançá-lo no Brasil no final deste mês. É preciso reconhecer que
o autor não falta com a verdade. “Grátis” pode realmente significar muitas coisas, entre elas cobrar
por um livro cuja ideia central é uma defesa apaixonada de tudo o que é gratuito.
 
A favor de Anderson, é necessário avisar de saída: em nenhum momento ele escreve que tudo será
de graça. Sua tese central é que certos produtos e serviços podem, sim, ser gratuitos – e mesmo
assim dá para ganhar dinheiro. Anderson constrói seu argumento sobre as diferenças fundamentais
entre o mundo das coisas materiais, ou o mundo dos átomos, e a internet, ou o mundo dos bits. Eis a
ideia central: todos os custos dos insumos básicos do mundo digital caem vertiginosamente.
 
(Disponível em: portalexame.abril.uol.com.br/revista/exame/edicoes/0947/tecnologia/ideiaradical-
demais-482570.html)
 
Observe: ... em nenhum momento ele escreve que tudo será de graça. O sentido dessa frase está
mantido em:
 
(A) ... ele escreve que tudo será de graça em momento algum.
(B) ... ele escreve que tudo será de graça em algum momento.
(C) ... ele, em algum momento, escreve que tudo será de graça.
(D) ... ele escreve que tudo, em algum momento, será de graça.
(E) ... ele, em momento algum, escreve que tudo será de graça.
Gabarito:
E
Resolução:
A expressão "em momento algum", que equivale a "em nenhum momento", está relacionadaao ato
de escrever, o que só fica claro na alternativa E.
Na alternativa A, a expressão acaba sendo relacionada a "tudo ser de graça", o que modifica o
sentido. As alternativas B, C e D afirmam o contrário do que o autor diz.
Questão 7
Vários estudos têm alertado que tanto a população da Terra quanto seus níveis de consumo crescem
mais rapidamente do que a capacidade de regeneração dos sistemas naturais. Um dos mais recentes,
o relatório Planeta Vivo, elaborado pela ONG internacional WWF, estima que atualmente três quartos
da população mundial vivem em países que consomem mais recursos do que conseguem repor.(...)
 
Segundo o estudo do WWF, o colapso ambiental pode custar ao mundo US$ 4,5 trilhões por ano em
reparações. E, apesar das promessas de que o crescimento do PIB reduziria a pobreza, as
desigualdades econômicas se mantêm: a cada US$ 160 milhões produzidos no mundo, só US$ 0,60
chega efetivamente aos mais pobres.
 
“O argumento de que o crescimento econômico é a solução já não basta. Não há recursos naturais
para suportar o crescimento constante. A terra é finita e a economia clássica sempre ignorou essa
verdade”, afirma o ecoeconomista Hugo Penteado, autor do livro Ecoeconomia – Uma nova
abordagem. (...)
 
Para a ecoeconomia, é preciso parar de crescer em níveis exponenciais e reproduzir – ou
“biomimetizar” – os ciclos da natureza: para ser sustentável, a economia deve caminhar para ser
cada vez mais parecida com os processos naturais.
 
“A economia baseada no mecanicismo não oferece mais respostas. É preciso encontrar um novo
modelo, que dê respostas a questões como geração de empregos, desenvolvimento com qualidade,
até mesmo uma desmaterialização do sistema. Vender serviços, não apenas produtos, e também
produzir em ciclos fechados, sem desperdício”, afirma Paulo Durval Branco, professor da Escola de
Conservação Ambiental e Sustentabilidade.
 
Segundo Branco, embora as empresas venham repetindo a palavra sustentabilidade como um
mantra, são pouquíssimas as que fizeram mudanças efetivas em seus modelos de negócios. O
desperdício de matérias-primas, o estímulo ao consumismo e a obsolescência programada (bens
fabricados com data certa para serem substituídos) ainda ditam as regras. “Mesmo nas companhias
que são consideradas vanguarda em sustentabilidade, essas questões não estão sendo observadas. O
paradigma vigente é crescer, conquistar mais consumidores, elevar o lucro do acionista.”– afirma
Branco.
 
(O Estado de S.Paulo, 15 mai. 2009. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a substituição da conjunção “embora” nas frases dadas torna-as
corretas, de acordo com a norma culta.
 
– As novas medidas para avaliar o crescimento da economia não bastam, embora sejam bem-vindas.
– Embora não se defendam mais as regras da economia clássica, as empresas continuam aplicando-
as.
 
(A) As novas medidas para avaliar o crescimento da economia não bastam, apesar de serem bem-
vindas.
Mesmo que não se defendam mais as regras da economia clássica, as empresas continuam
aplicando-as.
 
(B) As novas medidas para avaliar o crescimento da economia não bastam, apesar de ser bem-vindas.
Mesmo sem se defenderem mais as regras da economia clássica, as empresas continuam aplicando-
as.
 
(C) As novas medidas para avaliar o crescimento da economia não bastam, apesar de serem bem-
vindas.
Ainda que não se defenda mais as regras da economia clássica, as empresas continuam aplicando-as.
 
(D) As novas medidas para avaliar o crescimento da economia não bastam, embora fossem bem-
vindas.
Apesar de que não se defende mais as regras da economia clássica, as empresas continuam
aplicando-as.
 
(E) As novas medidas para avaliar o crescimento da economia não bastam, ainda que tivesse sido
bem-vindas.
Apesar de não mais se defender as regras da economia clássica, as empresas continuam aplicando-
as.
 
Gabarito:
A
Resolução:
A única alternativa que apresenta versões completamente corretas gramaticalmente é a letra A. 
Em B, a primeira versão apresenta erro de concordância do verbo "ser", que deveria estar no plural. 
Em C, na segunda versão, o verbo "defender" deveria estar no plural, concordando com o sujeito da
oração "regras da economia clássica".
Em D, na primeira versão, o verbo "ser" deveria estar conjugado no presente do subjuntivo, e não no
pretérito. Além disso, na segunda versão, o verbo "defender" deveria estar no plural pela mesma
razão já apontada anteriormente.
Em E, na primeira versão, o verbo "ter" está em tempo inadequado e não concordando com
"medidas", termo ao qual se refere. Na segunda versão, novamente o verbo "defender" encontra-se
no singular, quando deveria estar no plural.
Questão 8
“Como é difícil reconstituir os acontecimentos! Lembrar o ano em que tudo começou já exige esforço.
Distribuir os fatos pelos meses não consigo. Mas ordenar os sentimentos é para mim totalmente
impossível.”
 
REDIJA um texto, explicando o funcionamento do conector destacado nesse trecho do conto “Helga”*,
do livro Antes do baile verde, de Lygia Fagundes Telles.
*Embora “Helga” não faça parte da primeira edição do livro, a interpretação do trecho reproduzido
independe da leitura do conto.
Gabarito:
O trecho transcrito retrata a dificudade de Paulo Silva, protagonista do conto, em relembrar os fatos
que vão compor sua narrativa. Filho de um brasileiro com uma alemã, ele vai para a Alemanha
justamente no contexto da II Guerra Mundial e sobrevive à custa da venda de medicamentos.
Conhece então Helga, filha de um farmacêutico. Uma das pernas de Helga é mecânica e fora
conseguida a muito custo, devido ao alto preço desse tipo de mecanismo. Paulo envolve-se com
Helga e a pede em casamento. O leitor julga que Paulo de fato está apaixonado por Helga, mas se vê
surpreendido quando o protagonista, após o casamento, rouba sua perna e vende a um alto preço
para retornar ao Brasil. Todo esse contexto explica por que, no início do conto, o protagonista, de
algum modo, sofre e se autopune por suas atitudes erradas do passado. Se, para ele, já é difícil
lembrar e organizar os fatos do passado, muito mais complicado (ou impossível) é ordenar os
sentimentos que envolveram tais fatos. Assim, justifica-se o uso do conectivo "mas", que apresenta
um contraste, uma oposição: lembrar e ordenar os fatos passados é difícil, MAS ordenar os
sentimentos é algo impossível para Paulo Silva.
Questão 9
A MEMÓRIA E O CAOS DIGITAL
Fernanda Colavitti
01 A era digital trouxe inovações e facilidades
02 para o homem que superou de longe o que a
03 ficção previa até pouco tempo atrás. Se antes
04 precisávamos correr em busca de informações de
05 nosso interesse, hoje, úteis ou não, elas é que nos
06 assediam: resultados de loterias, dicas de cursos,
07 variações da moeda, ofertas de compras, notícias
08 de atentados, ganhadores de gincanas etc. Por
09 outro lado, enquanto cresce a capacidade dos
10 discos rígidos e a velocidade das informações, o
11 desempenho da memória humana está ficando
12 cada vez mais comprometido. Cientistas são
13 unânimes ao associar a rapidez das informações
14 geradas pelo mundo digital com a restrição de
15 nosso “disco rígido” natural. Eles ressaltam,
16 porém, que o problema não está propriamente
17 nas novas tecnologias, mas no uso exagerado
18 delas, o que faz com que deixemos de lado
19 atividades mais estimulantes, como a leitura, que
20 envolvem diversas funções do cérebro. Os mais
21 prejudicados por esse processo têm sido crianças
22 e adolescentes, cujo desenvolvimento neuronal
23 acaba sendo moldado preguiçosamente.
24 Responda sem pensar: qual era a manchete
25 do jornal de ontem? Você lembra o nome da
26 novela que antecedeu O clone? E quem era o
27 técnico da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de
28 1994? Não ter uma resposta imediata para essas
29 perguntas não deve ser causa de preocupação
30 para ninguém, mas exemplifica bem o problema
31 constatado pela fonoaudióloga paulista Ana Maria
32 Maaz Alvarez, que há mais de 20 anos estuda a
33 relação entreaudição e recordação.
34 A pedido de duas empresas, ela realizou uma
35 pesquisa para saber o que estava ocorrendo com
36 os funcionários que reclamavam com frequência
37 de lapsos de memória. Foram entrevistados 71
38 homens e mulheres, com idade entre 18 e 42 anos. A
39 maioria dos esquecimentos era de natureza
40 auditiva, como nomes que acabavam de ser
41 ouvidos ou assuntos discutidos. (Por falar nisso,
42 responda sem olhar no parágrafo anterior: você
43 lembra o nome da pesquisadora citada?)
44 Ana Maria descobriu que os lapsos de
45 memória resultavam basicamente do excesso de
46 informação em consequência do tipo de trabalho
47 que essas pessoas exerciam nas empresas e do
48 pouco tempo que dispunham para processá-las,
49 somados à angústia de querer saber mais e ao
50 excesso de atribuições. “Elas não se detinham no
51 que estava sendo dito (lido, ouvido ou visto) e,
52 consequentemente, não conseguiam gravar os
53 dados na memória”, afirma.
Fonte: Superinteressante, 2001 (internet).
O termo que inicia a oração “... enquanto cresce a capacidade dos discos rígidos e a velocidade das
informações, o desempenho da memória humana está ficando cada vez mais comprometido.” (linhas
09 a 12) indica uma ideia de
A) tempo
B) causa
C) consequência
D) proporcionalidade
Gabarito:
D
Resolução:
O termo "enquanto", que inicia a oração assinalada, assume no contexto em que se insere o sentido
de proporcionalidade, que pode ser traduzido do seguinte modo: "À proporção que cresce a
capacidade dos discos rígidos e a velocidade das informações, o desempenho da memória humana
está ficando cada vez mais comprometido".
Questão 10
A MEMÓRIA E O CAOS DIGITAL
Fernanda Colavitti
01 A era digital trouxe inovações e facilidades
02 para o homem que superou de longe o que a
03 ficção previa até pouco tempo atrás. Se antes
04 precisávamos correr em busca de informações de
05 nosso interesse, hoje, úteis ou não, elas é que nos
06 assediam: resultados de loterias, dicas de cursos,
07 variações da moeda, ofertas de compras, notícias
08 de atentados, ganhadores de gincanas etc. Por
09 outro lado, enquanto cresce a capacidade dos
10 discos rígidos e a velocidade das informações, o
11 desempenho da memória humana está ficando
12 cada vez mais comprometido. Cientistas são
13 unânimes ao associar a rapidez das informações
14 geradas pelo mundo digital com a restrição de
15 nosso “disco rígido” natural. Eles ressaltam,
16 porém, que o problema não está propriamente
17 nas novas tecnologias, mas no uso exagerado
18 delas, o que faz com que deixemos de lado
19 atividades mais estimulantes, como a leitura, que
20 envolvem diversas funções do cérebro. Os mais
21 prejudicados por esse processo têm sido crianças
22 e adolescentes, cujo desenvolvimento neuronal
23 acaba sendo moldado preguiçosamente.
24 Responda sem pensar: qual era a manchete
25 do jornal de ontem? Você lembra o nome da
26 novela que antecedeu O clone? E quem era o
27 técnico da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de
28 1994? Não ter uma resposta imediata para essas
29 perguntas não deve ser causa de preocupação
30 para ninguém, mas exemplifica bem o problema
31 constatado pela fonoaudióloga paulista Ana Maria
32 Maaz Alvarez, que há mais de 20 anos estuda a
33 relação entre audição e recordação.
34 A pedido de duas empresas, ela realizou uma
35 pesquisa para saber o que estava ocorrendo com
36 os funcionários que reclamavam com frequência
37 de lapsos de memória. Foram entrevistados 71
38 homens e mulheres, com idade entre 18 e 42 anos. A
39 maioria dos esquecimentos era de natureza
40 auditiva, como nomes que acabavam de ser
41 ouvidos ou assuntos discutidos. (Por falar nisso,
42 responda sem olhar no parágrafo anterior: você
43 lembra o nome da pesquisadora citada?)
44 Ana Maria descobriu que os lapsos de
45 memória resultavam basicamente do excesso de
46 informação em consequência do tipo de trabalho
47 que essas pessoas exerciam nas empresas e do
48 pouco tempo que dispunham para processá-las,
49 somados à angústia de querer saber mais e ao
50 excesso de atribuições. “Elas não se detinham no
51 que estava sendo dito (lido, ouvido ou visto) e,
52 consequentemente, não conseguiam gravar os
53 dados na memória”, afirma.
Fonte: Superinteressante, 2001 (internet).
Considerando a relação entre as orações das frases a seguir, marque com V as afirmativas
verdadeiras e, com F, a falsa.
( ) “Se antes precisávamos correr em busca de informações de nosso interesse, hoje, úteis ou não,
elas é que nos assediam...” (linhas 03 a 06) – temporalidade
( ) “... o problema não está propriamente nas novas tecnologias, mas no uso exagerado delas...”
(linhas 16 a 18) – adversidade 
( ) “... ela realizou uma pesquisa para saber o que estava ocorrendo com os funcionários...” (linhas
34 a 36) – finalidade 
( ) “A maioria dos esquecimentos era de natureza auditiva, como nomes que acabavam de ser
ouvidos...” (linhas 38 a 41) – comparação
Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo.
A) V, F, F, F
B) V, V, V, F
C) F, V, V, V
D) F, F, F, V
Gabarito:
B
Resolução:
Apenas a útima afirmação é falsa, pois, no contexto em que se insere, não serve para estabelecer
uma relação de comparação, mas sim para introduzir exemplos do que se afirmara anteriormente.
Questão 11
A MEMÓRIA E O CAOS DIGITAL
Fernanda Colavitti
01 A era digital trouxe inovações e facilidades
02 para o homem que superou de longe o que a
03 ficção previa até pouco tempo atrás. Se antes
04 precisávamos correr em busca de informações de
05 nosso interesse, hoje, úteis ou não, elas é que nos
06 assediam: resultados de loterias, dicas de cursos,
07 variações da moeda, ofertas de compras, notícias
08 de atentados, ganhadores de gincanas etc. Por
09 outro lado, enquanto cresce a capacidade dos
10 discos rígidos e a velocidade das informações, o
11 desempenho da memória humana está ficando
12 cada vez mais comprometido. Cientistas são
13 unânimes ao associar a rapidez das informações
14 geradas pelo mundo digital com a restrição de
15 nosso “disco rígido” natural. Eles ressaltam,
16 porém, que o problema não está propriamente
17 nas novas tecnologias, mas no uso exagerado
18 delas, o que faz com que deixemos de lado
19 atividades mais estimulantes, como a leitura, que
20 envolvem diversas funções do cérebro. Os mais
21 prejudicados por esse processo têm sido crianças
22 e adolescentes, cujo desenvolvimento neuronal
23 acaba sendo moldado preguiçosamente.
24 Responda sem pensar: qual era a manchete
25 do jornal de ontem? Você lembra o nome da
26 novela que antecedeu O clone? E quem era o
27 técnico da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de
28 1994? Não ter uma resposta imediata para essas
29 perguntas não deve ser causa de preocupação
30 para ninguém, mas exemplifica bem o problema
31 constatado pela fonoaudióloga paulista Ana Maria
32 Maaz Alvarez, que há mais de 20 anos estuda a
33 relação entre audição e recordação.
34 A pedido de duas empresas, ela realizou uma
35 pesquisa para saber o que estava ocorrendo com
36 os funcionários que reclamavam com frequência
37 de lapsos de memória. Foram entrevistados 71
38 homens e mulheres, com idade entre 18 e 42 anos. A
39 maioria dos esquecimentos era de natureza
40 auditiva, como nomes que acabavam de ser
41 ouvidos ou assuntos discutidos. (Por falar nisso,
42 responda sem olhar no parágrafo anterior: você
43 lembra o nome da pesquisadora citada?)
44 Ana Maria descobriu que os lapsos de
45 memória resultavam basicamente do excesso de
46 informação em consequência do tipo de trabalho
47 que essas pessoas exerciam nas empresas e do
48 pouco tempo que dispunham para processá-las,
49 somados à angústia de querer saber mais e ao
50 excesso de atribuições. “Elas não se detinham no
51 que estava sendo dito (lido, ouvido ou visto) e,
52 consequentemente, não conseguiam gravar os
53 dados na memória”, afirma.
Fonte:Superinteressante, 2001 (internet).
Na frase “A era digital trouxe inovações e facilidades para o homem QUE superou de longe o QUE a
ficção previa até pouco tempo atrás.” (linhas 01 a 03), os "quês" são, respectivamente, referentes de
A) homem – o
B) inovações – facilidades
C) inovações – o
D) era digital – de longe
Gabarito:
A
Resolução:
Os "quês", nos dois casos, funcionam como pronomes relativos que retomam seus antecedentes. O
primeiro retoma "homem" e o segundo retoma o pronome demonstrativo "o", que pode ser
substituído por "aquilo".
Questão 12
A MEMÓRIA E O CAOS DIGITAL
Fernanda Colavitti
01 A era digital trouxe inovações e facilidades
02 para o homem que superou de longe o que a
03 ficção previa até pouco tempo atrás. Se antes
04 precisávamos correr em busca de informações de
05 nosso interesse, hoje, úteis ou não, elas é que nos
06 assediam: resultados de loterias, dicas de cursos,
07 variações da moeda, ofertas de compras, notícias
08 de atentados, ganhadores de gincanas etc. Por
09 outro lado, enquanto cresce a capacidade dos
10 discos rígidos e a velocidade das informações, o
11 desempenho da memória humana está ficando
12 cada vez mais comprometido. Cientistas são
13 unânimes ao associar a rapidez das informações
14 geradas pelo mundo digital com a restrição de
15 nosso “disco rígido” natural. Eles ressaltam,
16 porém, que o problema não está propriamente
17 nas novas tecnologias, mas no uso exagerado
18 delas, o que faz com que deixemos de lado
19 atividades mais estimulantes, como a leitura, que
20 envolvem diversas funções do cérebro. Os mais
21 prejudicados por esse processo têm sido crianças
22 e adolescentes, cujo desenvolvimento neuronal
23 acaba sendo moldado preguiçosamente.
24 Responda sem pensar: qual era a manchete
25 do jornal de ontem? Você lembra o nome da
26 novela que antecedeu O clone? E quem era o
27 técnico da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de
28 1994? Não ter uma resposta imediata para essas
29 perguntas não deve ser causa de preocupação
30 para ninguém, mas exemplifica bem o problema
31 constatado pela fonoaudióloga paulista Ana Maria
32 Maaz Alvarez, que há mais de 20 anos estuda a
33 relação entre audição e recordação.
34 A pedido de duas empresas, ela realizou uma
35 pesquisa para saber o que estava ocorrendo com
36 os funcionários que reclamavam com frequência
37 de lapsos de memória. Foram entrevistados 71
38 homens e mulheres, com idade entre 18 e 42 anos. A
39 maioria dos esquecimentos era de natureza
40 auditiva, como nomes que acabavam de ser
41 ouvidos ou assuntos discutidos. (Por falar nisso,
42 responda sem olhar no parágrafo anterior: você
43 lembra o nome da pesquisadora citada?)
44 Ana Maria descobriu que os lapsos de
45 memória resultavam basicamente do excesso de
46 informação em consequência do tipo de trabalho
47 que essas pessoas exerciam nas empresas e do
48 pouco tempo que dispunham para processá-las,
49 somados à angústia de querer saber mais e ao
50 excesso de atribuições. “Elas não se detinham no
51 que estava sendo dito (lido, ouvido ou visto) e,
52 consequentemente, não conseguiam gravar os
53 dados na memória”, afirma.
Fonte: Superinteressante, 2001 (internet).
No período “Eles ressaltam, porém, que o problema não está propriamente nas novas tecnologias,
mas no uso exagerado delas, o que faz com que deixemos de lado atividades mais estimulantes,
como a leitura, que envolvem diversas funções do cérebro.” (linhas 15 a 20), o conectivo "porém"
introduz a oração
A) “Eles ressaltam”
B) “que o problema não está propriamente nas novas tecnologias”
C) “mas no uso exagerado delas”
D) “que envolvem diversas funções do cérebro”
Gabarito:
A
Resolução:
A conjunção "porém" pertence à primeira parte do período ("Eles ressaltam"), pois faz uma ressalva
ao que havia sido dito anteriormente: se, por um lado, os cientistas são unânimes em associar a
rapidez das informações à restrição da capacidade de memória, por outro, admitem que o problema
não está na tecnologia em si, mas no seu uso exagerado. Em um ordem usual, a conjunção "porém"
teria iniciado o período ("Porém eles ressaltam..."), entretanto optou-se por uma inversão que, ao
deslocar a conjunção adversativa, confere maior ênfase ao seu sentido adversativo.
Questão 13
A MEMÓRIA E O CAOS DIGITAL
Fernanda Colavitti
01 A era digital trouxe inovações e facilidades
02 para o homem que superou de longe o que a
03 ficção previa até pouco tempo atrás. Se antes
04 precisávamos correr em busca de informações de
05 nosso interesse, hoje, úteis ou não, elas é que nos
06 assediam: resultados de loterias, dicas de cursos,
07 variações da moeda, ofertas de compras, notícias
08 de atentados, ganhadores de gincanas etc. Por
09 outro lado, enquanto cresce a capacidade dos
10 discos rígidos e a velocidade das informações, o
11 desempenho da memória humana está ficando
12 cada vez mais comprometido. Cientistas são
13 unânimes ao associar a rapidez das informações
14 geradas pelo mundo digital com a restrição de
15 nosso “disco rígido” natural. Eles ressaltam,
16 porém, que o problema não está propriamente
17 nas novas tecnologias, mas no uso exagerado
18 delas, o que faz com que deixemos de lado
19 atividades mais estimulantes, como a leitura, que
20 envolvem diversas funções do cérebro. Os mais
21 prejudicados por esse processo têm sido crianças
22 e adolescentes, cujo desenvolvimento neuronal
23 acaba sendo moldado preguiçosamente.
24 Responda sem pensar: qual era a manchete
25 do jornal de ontem? Você lembra o nome da
26 novela que antecedeu O clone? E quem era o
27 técnico da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de
28 1994? Não ter uma resposta imediata para essas
29 perguntas não deve ser causa de preocupação
30 para ninguém, mas exemplifica bem o problema
31 constatado pela fonoaudióloga paulista Ana Maria
32 Maaz Alvarez, que há mais de 20 anos estuda a
33 relação entre audição e recordação.
34 A pedido de duas empresas, ela realizou uma
35 pesquisa para saber o que estava ocorrendo com
36 os funcionários que reclamavam com frequência
37 de lapsos de memória. Foram entrevistados 71
38 homens e mulheres, com idade entre 18 e 42 anos. A
39 maioria dos esquecimentos era de natureza
40 auditiva, como nomes que acabavam de ser
41 ouvidos ou assuntos discutidos. (Por falar nisso,
42 responda sem olhar no parágrafo anterior: você
43 lembra o nome da pesquisadora citada?)
44 Ana Maria descobriu que os lapsos de
45 memória resultavam basicamente do excesso de
46 informação em consequência do tipo de trabalho
47 que essas pessoas exerciam nas empresas e do
48 pouco tempo que dispunham para processá-las,
49 somados à angústia de querer saber mais e ao
50 excesso de atribuições. “Elas não se detinham no
51 que estava sendo dito (lido, ouvido ou visto) e,
52 consequentemente, não conseguiam gravar os
53 dados na memória”, afirma.
Fonte: Superinteressante, 2001 (internet).
Analise os elementos mórficos das formas verbais e assinale com V as segmentações corretas e, com
F, as falsas. 
( ) antecedeu (linha 26): ante + ced + e + u
( ) descobriu (linha 44): des + cobri + u
( ) dispunham (linha 48): dis + punh + a + m
( ) conseguiam (linha 52): con + segu + i + a + m
Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo.
A) V, F, V, F
B) F, V, F, V
C) V, F, V, V
D) V, F, F, F
Gabarito:
A
Resolução:
A alternativa A é a correta, pois, do ponto de vista morfológico, apenas as segmentações presentes
em I e III estão corretas. A segmentação de II está incorreta, pois não isola a vogal temática do verbo
de 3ª conjungação "i" do radical "cobr". A segmentação de IV está incorreta, pois o "con" faz parte do
radical da palavra (e não é prefixo como sugere a segmentação). Além disso, o "i" não pode ser
separado do "a", já que o "ia" é a desinência modo-temporal, indicativa de que o verbo está
conjugado no pretérito imperfeito do indicativo.
Questão 14
A MEMÓRIA E OCAOS DIGITAL
Fernanda Colavitti
01 A era digital trouxe inovações e facilidades
02 para o homem que superou de longe o que a
03 ficção previa até pouco tempo atrás. Se antes
04 precisávamos correr em busca de informações de
05 nosso interesse, hoje, úteis ou não, elas é que nos
06 assediam: resultados de loterias, dicas de cursos,
07 variações da moeda, ofertas de compras, notícias
08 de atentados, ganhadores de gincanas etc. Por
09 outro lado, enquanto cresce a capacidade dos
10 discos rígidos e a velocidade das informações, o
11 desempenho da memória humana está ficando
12 cada vez mais comprometido. Cientistas são
13 unânimes ao associar a rapidez das informações
14 geradas pelo mundo digital com a restrição de
15 nosso “disco rígido” natural. Eles ressaltam,
16 porém, que o problema não está propriamente
17 nas novas tecnologias, mas no uso exagerado
18 delas, o que faz com que deixemos de lado
19 atividades mais estimulantes, como a leitura, que
20 envolvem diversas funções do cérebro. Os mais
21 prejudicados por esse processo têm sido crianças
22 e adolescentes, cujo desenvolvimento neuronal
23 acaba sendo moldado preguiçosamente.
24 Responda sem pensar: qual era a manchete
25 do jornal de ontem? Você lembra o nome da
26 novela que antecedeu O clone? E quem era o
27 técnico da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de
28 1994? Não ter uma resposta imediata para essas
29 perguntas não deve ser causa de preocupação
30 para ninguém, mas exemplifica bem o problema
31 constatado pela fonoaudióloga paulista Ana Maria
32 Maaz Alvarez, que há mais de 20 anos estuda a
33 relação entre audição e recordação.
34 A pedido de duas empresas, ela realizou uma
35 pesquisa para saber o que estava ocorrendo com
36 os funcionários que reclamavam com frequência
37 de lapsos de memória. Foram entrevistados 71
38 homens e mulheres, com idade entre 18 e 42 anos. A
39 maioria dos esquecimentos era de natureza
40 auditiva, como nomes que acabavam de ser
41 ouvidos ou assuntos discutidos. (Por falar nisso,
42 responda sem olhar no parágrafo anterior: você
43 lembra o nome da pesquisadora citada?)
44 Ana Maria descobriu que os lapsos de
45 memória resultavam basicamente do excesso de
46 informação em consequência do tipo de trabalho
47 que essas pessoas exerciam nas empresas e do
48 pouco tempo que dispunham para processá-las,
49 somados à angústia de querer saber mais e ao
50 excesso de atribuições. “Elas não se detinham no
51 que estava sendo dito (lido, ouvido ou visto) e,
52 consequentemente, não conseguiam gravar os
53 dados na memória”, afirma.
Fonte: Superinteressante, 2001 (internet).
Na oração “... que a ficção previa até pouco tempo atrás” (linhas 02 e 03), mudando-se a forma
verbal para o mais-que-perfeito do indicativo, ficará
A) que a ficção previera
B) que a ficção previra
C) que a ficção prevera
D) que a ficção previu
Gabarito:
B
Resolução:
O verbo "prever" é irregular e se conjuga como o verbo "ver", do qual é derivado. No pretérito mais-
que-perfeito, temos "vira" para o verbo "ver" e, consequententemente, "previra" para o verbo
"prever".
Questão 15
A MEMÓRIA E O CAOS DIGITAL
Fernanda Colavitti
01 A era digital trouxe inovações e facilidades
02 para o homem que superou de longe o que a
03 ficção previa até pouco tempo atrás. Se antes
04 precisávamos correr em busca de informações de
05 nosso interesse, hoje, úteis ou não, elas é que nos
06 assediam: resultados de loterias, dicas de cursos,
07 variações da moeda, ofertas de compras, notícias
08 de atentados, ganhadores de gincanas etc. Por
09 outro lado, enquanto cresce a capacidade dos
10 discos rígidos e a velocidade das informações, o
11 desempenho da memória humana está ficando
12 cada vez mais comprometido. Cientistas são
13 unânimes ao associar a rapidez das informações
14 geradas pelo mundo digital com a restrição de
15 nosso “disco rígido” natural. Eles ressaltam,
16 porém, que o problema não está propriamente
17 nas novas tecnologias, mas no uso exagerado
18 delas, o que faz com que deixemos de lado
19 atividades mais estimulantes, como a leitura, que
20 envolvem diversas funções do cérebro. Os mais
21 prejudicados por esse processo têm sido crianças
22 e adolescentes, cujo desenvolvimento neuronal
23 acaba sendo moldado preguiçosamente.
24 Responda sem pensar: qual era a manchete
25 do jornal de ontem? Você lembra o nome da
26 novela que antecedeu O clone? E quem era o
27 técnico da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de
28 1994? Não ter uma resposta imediata para essas
29 perguntas não deve ser causa de preocupação
30 para ninguém, mas exemplifica bem o problema
31 constatado pela fonoaudióloga paulista Ana Maria
32 Maaz Alvarez, que há mais de 20 anos estuda a
33 relação entre audição e recordação.
34 A pedido de duas empresas, ela realizou uma
35 pesquisa para saber o que estava ocorrendo com
36 os funcionários que reclamavam com frequência
37 de lapsos de memória. Foram entrevistados 71
38 homens e mulheres, com idade entre 18 e 42 anos. A
39 maioria dos esquecimentos era de natureza
40 auditiva, como nomes que acabavam de ser
41 ouvidos ou assuntos discutidos. (Por falar nisso,
42 responda sem olhar no parágrafo anterior: você
43 lembra o nome da pesquisadora citada?)
44 Ana Maria descobriu que os lapsos de
45 memória resultavam basicamente do excesso de
46 informação em consequência do tipo de trabalho
47 que essas pessoas exerciam nas empresas e do
48 pouco tempo que dispunham para processá-las,
49 somados à angústia de querer saber mais e ao
50 excesso de atribuições. “Elas não se detinham no
51 que estava sendo dito (lido, ouvido ou visto) e,
52 consequentemente, não conseguiam gravar os
53 dados na memória”, afirma.
Fonte: Superinteressante, 2001 (internet).
Assinale a alternativa em que todas as expressões destacadas têm valor de adjetivo.
A) Era digital trouxe inovações e facilidades que superaram o que previa a ficção.
B) Deixemos de lado atividades que envolvem diversas funções do cérebro.
C) Hoje, úteis ou não, as informações é que nos assediam.
D) Responda qual era a manchete do jornal de ontem.
Gabarito:
D
Resolução:
Apenas na alternativa D, as duas expressões destacadas têm valor adjetivo: a locução "do jornal"
caracteriza o substantivo "jornal" e a locução "de ontem" caracteriza o substantivo "jornal". Em A, a
palavra "facilidades" é um substantivo, e não um adjetivo; em B, a expressão "de lado" é uma
locução adverbial de lugar; em C, a expressão "é que" tem apenas valor enfático, sendo denominada
de partícula expletiva.
Questão 16
A questão refere-se a uma passagem da Bíblia Sagrada (“Primeira Epístola do Apóstolo Paulo aos
Coríntios”) e a uma canção do grupo Legião Urbana, intitulada “Monte Castelo”.
O amor
AINDA que eu falasse as línguas dos homens e dos
anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que
soa ou como o sino que tine.
2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse
todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse
toda a fé de maneira tal que transportasse os montes, e
não tivesse amor, nada seria.
3 E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para
sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo
para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me
aproveitaria.
4 O amor é sofredor, é benigno; o amor não é
invejoso; o amor não trata com leviandade, não se
ensoberbece.
5 Não se porta com indecência, não busca os seus
interesses, não se irrita, não suspeita mal;
6 Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
7 Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
8 O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão
aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência,
desaparecerá;
9 Porque, em parte, conhecemos, e em parte
profetizamos:
10 Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é
em parte será aniquilado.
11 Quando eu era menino, falava como menino,
sentia como menino, discorria como menino, mas, logo
que cheguei a ser homem, acabei com ascoisas de
menino.
12 Porque agora vemos por espelho em enigma, mas
então veremos face a face; agora conheço em parte, mas
então conhecerei como também sou conhecido.
13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o
amor, estes três, mas o maior destes é o amor.
Legião Urbana – Monte Castelo
Ainda que eu falasse a língua dos homens.
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.
É só o amor, é só o amor.
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal.
Não sente inveja ou se envaidece.
O amor é o fogo que arde sem se ver.
É ferida que dói e não se sente.
É um contentamento descontente.
É dor que desatina sem doer.
Ainda que eu falasse a língua dos homens.
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.
É um não querer mais que bem querer.
É solitário andar por entre a gente.
É um não contentar-se de contente.
É cuidar que se ganha em se perder.
É um estar-se preso por vontade.
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.
Estou acordado e todos dormem todos dormem todos
dormem.
Agora vejo em parte. Mas então veremos face a face.
É só o amor, é só o amor.
Que conhece o que é verdade.
Ainda que eu falasse a língua dos homens.
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.
Considere as proposições, do ponto de vista morfossintático, e assinale a alternativa correta:
I. “É um contentamento descontente.”
II. “É um não querer mais que bem querer."
III. “É um não contentar-se de contente."
IV. “É um estar-se preso por vontade."
V. “É um ter com quem nos mata a lealdade.”
a) Em todas as proposições, o artigo indefinido é seguido por um verbo.
b) Somente na proposição I, o substantivo é precedido por um artigo indefinido.
c) Nas proposições II, III, IV e V, os verbos são precedidos por um artigo indefinido.
d) Apenas nas proposições II e III, o artigo indefinido é seguido por um verbo.
e) Em todas as proposições, o artigo indefinido é posposto por um substantivo.
Gabarito:
E
Resolução:
Está correta apenas a alternativa E, já que, em todas as proposições, o artigo indefinido "um"
antecede uma expressão com valor substantivo. Todas expressões substantivas são usadas para
fazer as definições de amor. Assim, ao caracterizarem o próprio sentimento do amor, do ponto de
vista sintático, assumem a função de predicativo do sujeito.
Questão 17
Já na segurança da calçada, e passando por um trecho em obras que atravanca nossos passos, lanço
à queima-roupa:
— Você conhece alguma cidade mais feia do que São Paulo? — Agora você me pegou, retruca, rindo.
Hã, deixa eu ver... Lembro-me de La Paz, a capital da Bolívia, que me pareceu bem feia. Dizem que
Bogotá é muito feiosa também, mas não a conheço. Bem, São Paulo, no geral, é feia, mas as pessoas
têm uma disposição para o trabalho aqui, uma vibração empreendedora, que dá uma feição muito
particular à cidade. Acordar cedo em São Paulo e ver as pessoas saindo para trabalhar é algo que me
toca. Acho emocionante ver a garra dessa gente.
R. Moraes e R. Linsker. Estrangeiros em casa: uma caminhada pela selva urbana de São Paulo.
National Geographic Brasil. Adaptado.
No terceiro parágrafo do texto, a expressão que indica, de modo mais evidente, o distanciamento
social do segundo interlocutor em relação às pessoas a que se refere é
a) “disposição para o trabalho”.
b) “vibração empreendedora”.
c) “feição muito particular”.
d) “saindo para trabalhar”.
e) “dessa gente”.
Gabarito:
E
Resolução:
O distanciamento social do interlocutor em relação às pessoas a que se refere se evidencia pelo uso
da expressão "dessa gente", que explicita que ele não se inclui de forma alguma nesse grupo.
Questão 18
Já na segurança da calçada, e passando por um trecho em obras que atravanca nossos passos, lanço
à queima-roupa:
— Você conhece alguma cidade mais feia do que São Paulo? — Agora você me pegou, retruca, rindo.
Hã, deixa eu ver... Lembro-me de La Paz, a capital da Bolívia, que me pareceu bem feia. Dizem que
Bogotá é muito feiosa também, mas não a conheço. Bem, São Paulo, no geral, é feia, mas as pessoas
têm uma disposição para o trabalho aqui, uma vibração empreendedora, que dá uma feição muito
particular à cidade. Acordar cedo em São Paulo e ver as pessoas saindo para trabalhar é algo que me
toca. Acho emocionante ver a garra dessa gente.
R. Moraes e R. Linsker. Estrangeiros em casa: uma caminhada pela selva urbana de São Paulo.
National Geographic Brasil. Adaptado.
Ao reproduzir um diálogo, o texto incorpora marcas de oralidade, tanto de ordem léxica, caso da
palavra “garra”, como de ordem gramatical, da mesma maneria que:
a) “lanço à queima-roupa”.
b) “Agora você me pegou”.
c) “deixa eu ver”.
d) “Bogotá é muito feiosa”.
e) “é algo que me toca”.
Gabarito:
C
Resolução:
Dentre as alternativas, a única que apresenta marca gramatical de oralidade é C, em que o pronome
pessoal reto "eu" está na posição de objeto, e não de sujeito, como exige a norma culta. Porém, a
utilização de "deixa eu ver" em vez de "deixe-me ver" é bastante comum na linguagem coloquial oral.
Questão 19
[Sem-Pernas] queria alegria, uma mão que o acarinhasse, alguém que com muito amor o fizesse
esquecer o defeito físico e os muitos anos (talvez tivessem sido apenas meses ou semanas, mas para
ele seriam sempre longos anos) que vivera sozinho nas ruas da cidade, hostilizado pelos homens que
passavam, empurrado pelos guardas, surrado pelos moleques maiores. Nunca tivera família. Vivera
na casa de um padeiro a quem chamava “meu padrinho” e que o surrava. Fugiu logo que pôde
compreender que a fuga o libertaria. Sofreu fome, um dia levaram-no preso. Ele quer um carinho, u’a
mão que passe sobre os seus olhos e faça com que ele possa se esquecer daquela noite na cadeia,
quando os soldados bêbados o fizeram correr com sua perna coxa em volta de uma saleta. Em cada
canto estava um com uma borracha comprida. As marcas que ficaram nas suas costas
desapareceram. Mas de dentro dele nunca desapareceu a dor daquela hora. Corria na saleta como
um animal perseguido por outros mais fortes. A perna coxa se recusava a ajudá-lo. E a borracha zunia
nas suas costas quando o cansaço o fazia parar. A princípio chorou muito, depois, não sabe como, as
lágrimas secaram. Certa hora não resistiu mais, abateu-se no chão. Sangrava. Ainda hoje ouve como
os soldados riam e como riu aquele homem de colete cinzento que fumava um charuto.
 
(AMADO, Jorge. Capitães da areia.)
 
O zigue-zague temporal ligado à vida de Sem-Pernas, empregado no fragmento para a composição da
personagem, é construído de maneira muito precisa, por meio da utilização alternada de diversos
tempos verbais. Indique a alternativa em que há, respectivamente, um tempo verbal que expressa
fatos ocorridos num tempo anterior a outros fatos do passado e um tempo verbal usado para marcar
o caráter hipotético de certas ações ou o desejo de que se realizassem.
 
(A) Vivera na casa de um padeiro (...) – uma mão que o acarinhasse (...)
 
(B) Em cada canto estava um com uma borracha comprida. – Sofreu fome.
 
(C) Nunca tivera família. – A perna coxa se recusava a ajudá-lo.
 
(D) A princípio chorou muito (...) – Mas de dentro dele nunca desapareceu a dor daquela hora.
 
(E) Ele quer um carinho (...) – Um dia levaram-no preso.
Gabarito:
A
Resolução:
O tempo verbal que expressa fatos ocorridos num tempo anterior a outros fatos do passado é o
pretérito mais-que-perfeito ("vivera"); já o modo subjuntivo ("acarinhasse") é usado para marcar o
desejo de que certas ações se realizassem ou seu caráter hipotético. Em B, temos duas formas de
pretérito do indicativo ("estava", imperfeito, e "sofreu", perfeito). Em C, embora a primeira forma seja
do pretérito mais-que-perfeito do indicativo ("tivera"), a segunda forma é do pretérito imperfeito do
indicativo ("recusava"). Em D, as duas formas ("chorou" e "desapareceu") são do pretérito perfeito do
indicativo. Em E, "quer" está no presente do indicativo; "levaram-no", no pretérito perfeito. 
Questão 20
Prioridade para a competênciada leitura e da escrita
 
A humanidade criou a palavra, que é constitutiva do humano, seu traço distintivo. O ser humano
constitui-se assim um ser de linguagem e disso decorre todo o restante, tudo o que transformou a
humanidade naquilo que é. Ao associar palavras e sinais, criando a escrita, o homem construiu um
instrumental que ampliou exponencialmente sua capacidade de comunicar-se, incluindo pessoas que
estão longe no tempo e no espaço.
Representar, comunicar e expressar são atividades de construção de significado relacionadas a
vivências que se incorporam ao repertório de saberes de cada indivíduo. Os sentidos são construídos
na relação entre a linguagem e o universo natural e cultural em que nos situamos. E é na
adolescência, como vimos, que a linguagem adquire essa qualidade de instrumento para
compreender e agir sobre o mundo real.
A ampliação das capacidades de representação, comunicação e expressão está articulada ao domínio
não apenas da língua mas de todas as outras linguagens e, principalmente, ao repertório cultural de
cada indivíduo e de seu grupo social, que a elas dá sentido. A escola é o espaço em que ocorre a
transmissão, entre as gerações, do ativo cultural da humanidade, seja artístico e literário, histórico e
social, seja científico e tecnológico. Em cada uma dessas áreas, as linguagens são essenciais.
As linguagens são sistemas simbólicos, com os quais recortamos e representamos o que está em
nosso exterior, em nosso interior e na relação entre esses âmbitos; é com eles também que nos
comunicamos com os nossos iguais e expressamos nossa articulação com o mundo.
Em nossa sociedade, as linguagens e os códigos se multiplicam: os meios de comunicação estão
repletos de gráficos, esquemas, diagramas, infográficos, fotografias e desenhos. O design diferencia
produtos equivalentes quanto ao desempenho ou à qualidade. A publicidade circunda nossas vidas,
exigindo permanentes tomadas de decisão e fazendo uso de linguagens sedutoras e até enigmáticas.
Códigos sonoros e visuais estabelecem a comunicação nos diferentes espaços. As ciências
construíram suas próprias linguagens, plenas de símbolos e códigos. A produção de bens e serviços
foi em grande parte automatizada e cabe a nós programar as máquinas, utilizando linguagens
específicas. As manifestações artísticas e de entretenimento utilizam, cada vez mais, diversas
linguagens que se articulam.
Para acompanhar tal contexto, a competência de leitura e de escrita vai além da linguagem verbal,
vernácula – ainda que esta tenha papel fundamental – e refere-se a sistemas simbólicos como os
citados, pois essas múltiplas linguagens estão presentes no mundo contemporâneo, na vida cultural e
política, bem como nas designações e nos conceitos científicos e tecnológicos usados atualmente.
 
(Proposta Curricular do Estado de São Paulo: Língua Portuguesa / Coord. Maria Inês Fini. São Paulo:
SEE, 2008. p. 16. Adaptado.)
 
A humanidade criou a palavra, que é constitutiva do humano, seu traço distintivo.
Considerando o contexto e o relacionamento sintático entre os elementos desse período do texto,
verifica-se que humano é empregado como
(A) adjetivo.
(B) pronome indefinido.
(C) advérbio.
(D) substantivo.
(E) verbo.
Gabarito:
D
Resolução:
Na frase destacada, "humano" é um substantivo – o que se verifica por nomear uma espécie e ser
precedido por artigo (do = de + o). O termo seria adjetivo se qualificasse um substantivo (como em
"ser humano").

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