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2 Questão 1 Esta questão se baseia no texto a seguir. A ciência do palavrão Por que diabos m... é palavrão? Aliás, por que a palavra diabos, indizível décadas atrás, deixou de ser um? Outra: você já deve ter tropeçado numa pedra e, para revidar, xingou-a de algo como filha da …, mesmo sabendo que a dita nem mãe tem. Pois é: há mais mistérios no universo dos palavrões do que o senso comum imagina. Mas a ciência ajuda a desvendá-los. Pesquisas recentes mostram que as palavras sujas nascem em um mundo à parte dentro do cérebro. Enquanto a linguagem comum e o pensamento consciente ficam a cargo da parte mais sofisticada da massa cinzenta, o neocórtex, os palavrões moram nos porões da cabeça. Mais exatamente no sistema límbico. Nossa parte animal fica lá. E sai de vez em quando, na forma de palavrões. A medicina ajuda a entender isso. Veja o caso da síndrome de Tourette. Essa doença acomete pessoas que sofreram danos no gânglio basal, a parte do cérebro cuja função é manter o sistema límbico comportado. E os palavrões saem como se fossem tiques nervosos na forma de palavras. Mas você não precisa ter lesão nenhuma para se descontrolar de vez em quando, claro. Justamente por não pensar, quando essa parte animal do cérebro fala, ela consegue traduzir certas emoções com uma intensidade inigualável. Os palavrões, por esse ponto de vista, são poesia no sentido mais profundo da palavra. Duvida? Então pense em uma palavra forte. Paixão, por exemplo. Ela tem substância, sim, mas está longe de transmitir toda a carga emocional da paixão propriamente dita. Mas com um grande e gordo p.q.p. a história é outra. Ele vai direto ao ponto, transmite a emoção do sistema límbico de quem fala diretamente para o de quem ouve. Por isso mesmo, alguns pesquisadores consideram o palavrão até mais sofisticado que a linguagem comum. (www.super.abril.com.br/revista/. Adaptado.) No texto, o substantivo palavrão, ainda que se mostre flexionado em grau, não reporta à ideia de tamanho. Tal emprego também se verifica em: (A) Durante a pesquisa, foi colocada uma gotícula do ácido para se definir a reação. (B) Na casa dos sete anões, Branca de Neve encontrou sete minúsculas caminhas. (C) Para cortar gastos, resolveu confeccionar livrinhos que cabem nos bolsos. (D) Não estava satisfeita com aquele empreguinho sem graça e sem perspectivas. (E) Teve um carrinho de dois lugares, depois um carro de cinco e, hoje, um de sete. Gabarito: D Resolução: Na alternativa D, o uso do grau diminutivo na palavra empreguinho não remete ao tamanho, sua função é depreciativa. Nas demais alternativas o uso de grau diminutivo ou aumentativo se refere ao tamanho: gotícula, caminhas, livrinhos, carrinho. Questão 2 FOLHA – Seus estudos mostram que, entre os mais escolarizados, há maior preocupação com a corrupção. O acesso à educação melhorou no país, mas a aversão à corrupção não parece ter aumentado. Não se vê mais mobilizações como nos movimentos pelas Diretas ou no Fora Collor. Como explicar? ALMEIDA – Esta questão foi objeto de grande controvérsia nos Estados Unidos. Quanto maior a escolarização, maior a participação política. Mas a escolaridade também cresceu lá, e não se viu aumento de mobilização. O que se discutiu, a partir da literatura mais recente, é que, para acontecerem grandes mobilizações, é necessária também a participação atuante de uma elite política. No caso das Diretas-Já, por exemplo, essa mobilização de cima para baixo foi fundamental. O governador de São Paulo na época, Franco Montoro, estava à frente da mobilização. No Rio, o governador Leonel Brizola liberou as catracas do metrô e deu ponto facultativo aos servidores. No caso de Collor, foi um fenômeno mais raro, pois a mobilização foi mais espontânea, mas não tão grande quanto nas Diretas. Porém, é preciso lembrar que Collor atravessava um momento econômico difícil. Isso ajuda a explicar por que ele caiu com os escândalos da época, enquanto Lula sobreviveu bem ao mensalão. Collor não tinha o apoio da elite nem da classe média ou pobre. Já Lula perdeu apoio das camadas mais altas, mas a população mais pobre estava satisfeita com o desempenho da economia. Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes. (Adaptado de: GOIS, Antonio. "Mais conscientes, menos mobilizados". Disponível em: . Acesso em: 26 jul. 2009). Considere o trecho: “Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos destacadas”. As palavras grifadas são a) predicados verbais. b) núcleos do sujeito. c) substantivos. d) advérbios. e) adjetivos. Gabarito: E Resolução: Os termos destacados são adjetivos, pois modificam ou caracterizam um substantivo: "pobre" qualifica o substantivo "pessoa"; "associada" se refere ao substantivo "preocupação"; "resolvido" se refere a "isso", que por sua vez retoma o substantivo "sobrevivência"; e "diferentes" qualifica o substantivo "mundos". Questão 3 VESTIBULAR 1 Vestibular, aquilo que o Ministério da Educação estuda agora extinguir, é um brasileirismo para algo que em 2 Portugal costuma ser chamado de exame de acesso à universidade. Trata-se de um adjetivo que se subs- 3 tantivou, num processo semelhante ao que ocorreu com celular, qualificativo de telefone, que tenta – e na 4 maioria das vezes consegue – expulsar a palavra principal de cena sob uma pertinente alegação de redun- 5 dância, tomando para si o lugar de substantivo. Pois o exame vestibular, de tão consagrado no vocabulário 6 de gerações e gerações de estudantes brasileiros que perderam o sono por causa dele, acabou conhecido 7 como vestibular só. E qualquer associação remota com a palavra que está em sua origem – vestíbulo – se 8 perdeu nesse processo. 9 Quando ainda era claramente um adjetivo, ficava mais fácil perceber a metáfora que, com certa dose de per- 10 nosticismo, levou a palavra vestibular a ser escolhida para qualificar o processo de seleção de candidatos ao 11 ensino superior. Vestíbulo (do latim vestibulum) é, na origem, um termo de arquitetura que significa pórtico, 12 alpendre ou pátio externo, mas que pode ser usado também, em sentido mais amplo, para designar um átrio, 13 uma antessala, qualquer cômodo ou ambiente de passagem entre a porta de entrada e o corpo principal de 14 uma casa, apartamento, palácio ou prédio público. Para quem prefere uma solução anglófona, estamos fa- 15 lando de hall ou lobby. 16 Como é um ambiente de transição entre o lado de fora e o lado de dentro, vestíbulo ganhou ainda por exten- 17 são, em anatomia, o sentido de “cavidade que dá acesso a um órgão oco” (Houaiss). Antes de ser admitido 18 no vocabulário da educação, “sistema vestibular” já tinha aplicação na linguagem médica como nome dos 19 pequenos órgãos situados na entrada do ouvido interno, responsáveis por nosso equilíbrio. (Adaptado de: RODRIGUES, S. Vestibular. Disponível em: . Acesso em: 6 jun. 2009.) Com relação aos recursos linguísticos utilizados no texto, considere as afirmativas a seguir: I. Na sentença “E qualquer associação remota com a palavra que está em sua origem – vestíbulo – se perdeu nesse processo” (linha 7), a conjunção “e”, que nesse caso tem valor adversativo, pode ser substituída pela conjunção “porém”. II. No trecho “que tenta – e na maioria das vezes consegue – expulsar a palavra principal de cena sob uma pertinente alegação de redundância” (linhas 3 e 4), a palavra “sob” pode ser substituída por “com base em”. III. No primeiro parágrafo,a sequência “na maioria das vezes consegue” (linhas 3 e 4) pode, facultativamente, ser substituída por “na maioria das vezes conseguem”. IV. No trecho “Quando ainda era claramente um adjetivo, ficava mais fácil perceber a metáfora” (linha 9), para introduzir uma situação hipotética, pode-se substituir a palavra “quando” por “se” e fazer as devidas alterações verbais. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e III são corretas. b) Somente as afirmativas II e IV são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. Gabarito: B Resolução: Na sentença “E qualquer associação remota com a palavra que está em sua origem – vestíbulo – se perdeu nesse processo” (linha 7), a conjunção “e”, tem valor aditivo, e não pode ser substituída pela conjunção “porém”. A expressão "na maioria das vezes" (linha 3 e 4) não pode ser facultativamente substituída por "na maioria das vezes conseguem", pois o sujeito do verbo "conseguir" é "celular, qualitativo de telefone" e não a expressão "na maioria das vezes". Questão 4 Marte é o Futuro 1 O pouso na Lua não foi só o ápice da corrida espacial. Foi também o passo inicial do turbocapitalismo que 2 dominaria as três décadas seguintes. Dependente, porém, de matérias-primas do século XIX: aço, carvão, 3 óleo. Lançar-se ao espaço implicava algum reconhecimento dos limites da Terra. Ela era azul, mas finita. 4 Com o império da tecnociência, ascendeu também sua nêmese, o movimento ambiental. Fixar Marte como 5 objetivo para dentro de 20 ou 30 anos, hoje, parece tão louco quanto chegar à Lua em dez, como determinou 6 John F. Kennedy. Não há um imperialismo visionário como ele à vista, e isso é bom. A ISS (estação espacial 7 internacional) representa a prova viva de que certas metas só podem ser alcançadas pela humanidade como 8 um todo, não por nações forjadas no tempo das caravelas. Marte é o futuro da humanidade. Ele nos fornecerá 9 a experiência vívida e a imagem perturbadora de um planeta devastado, inabitável. Destino certo da Terra 10 em vários milhões de anos. Ou, mais provável, em poucas décadas, se prosseguir o saque a descoberto da 11 energia fóssil pelo hipercapitalismo globalizado, inflando a bolha ambiental. (Adaptado de: LEITE, M. Caderno Mais!. Folha de S. Paulo. São Paulo, domingo, 26 jul. 2009. p. 3.) Quanto à predicação verbal, é correto afirmar: a) Em “Lançar-se ao espaço implicava algum reconhecimento” (linha 3), o verbo implicar, nesse contexto, é um verbo transitivo direto, por isso seu complemento não exige preposição. b) Em “Não há um imperialismo visionário como ele à vista” (linha 6), o verbo haver é considerado um verbo de ligação, pois estabelece relação entre sujeito e seu predicativo. c) Em “A ISS (estação espacial internacional) representa a prova viva” (linhas 6 e 7), o verbo representar é intransitivo, portanto, não necessita complemento. d) Em “Marte é o futuro da humanidade” (linha 8), o verbo ser é classificado como verbo transitivo direto e indireto, ou seja, possui um complemento precedido de preposição e outro não. e) Em “Ele nos fornecerá a experiência vívida e a imagem” (linhas 8 e 9), o verbo fornecer é classificado como verbo defectivo, pois não apresenta a conjugação completa. Gabarito: A Resolução: Em B, o verbo "haver" não é um verbo de ligação, e sim um verbo nocional e impessoal; portanto, não há predicativo do sujeito na frase mencionada porque não há sequer um sujeito. Em C, o verbo "representar" é transitivo direto, e "a prova viva" é o complemento deste verbo. Em D, o verbo "ser" é um verbo de ligação, e "o futuro da humanidade", um predicativo do sujeito (e não complementos verbais). Por fim, o verbo "fornecer", mencionado em E, não é um verbo defectivo, sendo conjugado em todas as pessoas do discurso no futuro do indicativo. Questão 5 Uma ideia radical demais “Grátis pode significar muitas coisas, e esse significado tem mudado ao longo dos anos. Grátis levanta suspeitas, mas não há quase nada que chame tanto a atenção. Quase nunca é tão simples quanto parece, mas é a transação mais natural de todas. Se agora estamos construindo uma economia em torno do Grátis, deveríamos começar entendendo o que ele é e como funciona.” Essas são as palavras que abrem o segundo capítulo de um livro lançado nesta semana nos Estados Unidos. O título é Free – The Future of a Radical Price (“Grátis – o futuro de um preço radical”, numa tradução livre). A editora Campus-Elsevier deve lançá-lo no Brasil no final deste mês. É preciso reconhecer que o autor não falta com a verdade. “Grátis” pode realmente significar muitas coisas, entre elas cobrar por um livro cuja ideia central é uma defesa apaixonada de tudo o que é gratuito. A favor de Anderson, é necessário avisar de saída: em nenhum momento ele escreve que tudo será de graça. Sua tese central é que certos produtos e serviços podem, sim, ser gratuitos – e mesmo assim dá para ganhar dinheiro. Anderson constrói seu argumento sobre as diferenças fundamentais entre o mundo das coisas materiais, ou o mundo dos átomos, e a internet, ou o mundo dos bits. Eis a ideia central: todos os custos dos insumos básicos do mundo digital caem vertiginosamente. (Disponível em: portalexame.abril.uol.com.br/revista/exame/edicoes/0947/tecnologia/ideiaradical- demais-482570.html) Na primeira frase do texto, o tempo composto tem mudado expressa uma ação (A) concluída e pode ser substituído por mudou ou muda. (B) em processo e não há forma simples que o possa exprimir. (C) hipotética e pode ser substituído por mudaria. (D) em continuidade e pode ser substituído por mudara. (E) impossível no futuro e não há forma simples que o possa exprimir. Gabarito: B Resolução: O termo "tem mudado", forma composta do pretérito perfeito, não tem uma forma simples equivalente e serve para indicar ações que se iniciaram no passado e estão em processo, não concluídas. Questão 6 Uma ideia radical demais “Grátis pode significar muitas coisas, e esse significado tem mudado ao longo dos anos. Grátis levanta suspeitas, mas não há quase nada que chame tanto a atenção. Quase nunca é tão simples quanto parece, mas é a transação mais natural de todas. Se agora estamos construindo uma economia em torno do Grátis, deveríamos começar entendendo o que ele é e como funciona.” Essas são as palavras que abrem o segundo capítulo de um livro lançado nesta semana nos Estados Unidos. O título é Free – The Future of a Radical Price (“Grátis – o futuro de um preço radical”, numa tradução livre). A editora Campus-Elsevier deve lançá-lo no Brasil no final deste mês. É preciso reconhecer que o autor não falta com a verdade. “Grátis” pode realmente significar muitas coisas, entre elas cobrar por um livro cuja ideia central é uma defesa apaixonada de tudo o que é gratuito. A favor de Anderson, é necessário avisar de saída: em nenhum momento ele escreve que tudo será de graça. Sua tese central é que certos produtos e serviços podem, sim, ser gratuitos – e mesmo assim dá para ganhar dinheiro. Anderson constrói seu argumento sobre as diferenças fundamentais entre o mundo das coisas materiais, ou o mundo dos átomos, e a internet, ou o mundo dos bits. Eis a ideia central: todos os custos dos insumos básicos do mundo digital caem vertiginosamente. (Disponível em: portalexame.abril.uol.com.br/revista/exame/edicoes/0947/tecnologia/ideiaradical- demais-482570.html) Observe: ... em nenhum momento ele escreve que tudo será de graça. O sentido dessa frase está mantido em: (A) ... ele escreve que tudo será de graça em momento algum. (B) ... ele escreve que tudo será de graça em algum momento. (C) ... ele, em algum momento, escreve que tudo será de graça. (D) ... ele escreve que tudo, em algum momento, será de graça. (E) ... ele, em momento algum, escreve que tudo será de graça. Gabarito: E Resolução: A expressão "em momento algum", que equivale a "em nenhum momento", está relacionadaao ato de escrever, o que só fica claro na alternativa E. Na alternativa A, a expressão acaba sendo relacionada a "tudo ser de graça", o que modifica o sentido. As alternativas B, C e D afirmam o contrário do que o autor diz. Questão 7 Vários estudos têm alertado que tanto a população da Terra quanto seus níveis de consumo crescem mais rapidamente do que a capacidade de regeneração dos sistemas naturais. Um dos mais recentes, o relatório Planeta Vivo, elaborado pela ONG internacional WWF, estima que atualmente três quartos da população mundial vivem em países que consomem mais recursos do que conseguem repor.(...) Segundo o estudo do WWF, o colapso ambiental pode custar ao mundo US$ 4,5 trilhões por ano em reparações. E, apesar das promessas de que o crescimento do PIB reduziria a pobreza, as desigualdades econômicas se mantêm: a cada US$ 160 milhões produzidos no mundo, só US$ 0,60 chega efetivamente aos mais pobres. “O argumento de que o crescimento econômico é a solução já não basta. Não há recursos naturais para suportar o crescimento constante. A terra é finita e a economia clássica sempre ignorou essa verdade”, afirma o ecoeconomista Hugo Penteado, autor do livro Ecoeconomia – Uma nova abordagem. (...) Para a ecoeconomia, é preciso parar de crescer em níveis exponenciais e reproduzir – ou “biomimetizar” – os ciclos da natureza: para ser sustentável, a economia deve caminhar para ser cada vez mais parecida com os processos naturais. “A economia baseada no mecanicismo não oferece mais respostas. É preciso encontrar um novo modelo, que dê respostas a questões como geração de empregos, desenvolvimento com qualidade, até mesmo uma desmaterialização do sistema. Vender serviços, não apenas produtos, e também produzir em ciclos fechados, sem desperdício”, afirma Paulo Durval Branco, professor da Escola de Conservação Ambiental e Sustentabilidade. Segundo Branco, embora as empresas venham repetindo a palavra sustentabilidade como um mantra, são pouquíssimas as que fizeram mudanças efetivas em seus modelos de negócios. O desperdício de matérias-primas, o estímulo ao consumismo e a obsolescência programada (bens fabricados com data certa para serem substituídos) ainda ditam as regras. “Mesmo nas companhias que são consideradas vanguarda em sustentabilidade, essas questões não estão sendo observadas. O paradigma vigente é crescer, conquistar mais consumidores, elevar o lucro do acionista.”– afirma Branco. (O Estado de S.Paulo, 15 mai. 2009. Adaptado) Assinale a alternativa em que a substituição da conjunção “embora” nas frases dadas torna-as corretas, de acordo com a norma culta. – As novas medidas para avaliar o crescimento da economia não bastam, embora sejam bem-vindas. – Embora não se defendam mais as regras da economia clássica, as empresas continuam aplicando- as. (A) As novas medidas para avaliar o crescimento da economia não bastam, apesar de serem bem- vindas. Mesmo que não se defendam mais as regras da economia clássica, as empresas continuam aplicando-as. (B) As novas medidas para avaliar o crescimento da economia não bastam, apesar de ser bem-vindas. Mesmo sem se defenderem mais as regras da economia clássica, as empresas continuam aplicando- as. (C) As novas medidas para avaliar o crescimento da economia não bastam, apesar de serem bem- vindas. Ainda que não se defenda mais as regras da economia clássica, as empresas continuam aplicando-as. (D) As novas medidas para avaliar o crescimento da economia não bastam, embora fossem bem- vindas. Apesar de que não se defende mais as regras da economia clássica, as empresas continuam aplicando-as. (E) As novas medidas para avaliar o crescimento da economia não bastam, ainda que tivesse sido bem-vindas. Apesar de não mais se defender as regras da economia clássica, as empresas continuam aplicando- as. Gabarito: A Resolução: A única alternativa que apresenta versões completamente corretas gramaticalmente é a letra A. Em B, a primeira versão apresenta erro de concordância do verbo "ser", que deveria estar no plural. Em C, na segunda versão, o verbo "defender" deveria estar no plural, concordando com o sujeito da oração "regras da economia clássica". Em D, na primeira versão, o verbo "ser" deveria estar conjugado no presente do subjuntivo, e não no pretérito. Além disso, na segunda versão, o verbo "defender" deveria estar no plural pela mesma razão já apontada anteriormente. Em E, na primeira versão, o verbo "ter" está em tempo inadequado e não concordando com "medidas", termo ao qual se refere. Na segunda versão, novamente o verbo "defender" encontra-se no singular, quando deveria estar no plural. Questão 8 “Como é difícil reconstituir os acontecimentos! Lembrar o ano em que tudo começou já exige esforço. Distribuir os fatos pelos meses não consigo. Mas ordenar os sentimentos é para mim totalmente impossível.” REDIJA um texto, explicando o funcionamento do conector destacado nesse trecho do conto “Helga”*, do livro Antes do baile verde, de Lygia Fagundes Telles. *Embora “Helga” não faça parte da primeira edição do livro, a interpretação do trecho reproduzido independe da leitura do conto. Gabarito: O trecho transcrito retrata a dificudade de Paulo Silva, protagonista do conto, em relembrar os fatos que vão compor sua narrativa. Filho de um brasileiro com uma alemã, ele vai para a Alemanha justamente no contexto da II Guerra Mundial e sobrevive à custa da venda de medicamentos. Conhece então Helga, filha de um farmacêutico. Uma das pernas de Helga é mecânica e fora conseguida a muito custo, devido ao alto preço desse tipo de mecanismo. Paulo envolve-se com Helga e a pede em casamento. O leitor julga que Paulo de fato está apaixonado por Helga, mas se vê surpreendido quando o protagonista, após o casamento, rouba sua perna e vende a um alto preço para retornar ao Brasil. Todo esse contexto explica por que, no início do conto, o protagonista, de algum modo, sofre e se autopune por suas atitudes erradas do passado. Se, para ele, já é difícil lembrar e organizar os fatos do passado, muito mais complicado (ou impossível) é ordenar os sentimentos que envolveram tais fatos. Assim, justifica-se o uso do conectivo "mas", que apresenta um contraste, uma oposição: lembrar e ordenar os fatos passados é difícil, MAS ordenar os sentimentos é algo impossível para Paulo Silva. Questão 9 A MEMÓRIA E O CAOS DIGITAL Fernanda Colavitti 01 A era digital trouxe inovações e facilidades 02 para o homem que superou de longe o que a 03 ficção previa até pouco tempo atrás. Se antes 04 precisávamos correr em busca de informações de 05 nosso interesse, hoje, úteis ou não, elas é que nos 06 assediam: resultados de loterias, dicas de cursos, 07 variações da moeda, ofertas de compras, notícias 08 de atentados, ganhadores de gincanas etc. Por 09 outro lado, enquanto cresce a capacidade dos 10 discos rígidos e a velocidade das informações, o 11 desempenho da memória humana está ficando 12 cada vez mais comprometido. Cientistas são 13 unânimes ao associar a rapidez das informações 14 geradas pelo mundo digital com a restrição de 15 nosso “disco rígido” natural. Eles ressaltam, 16 porém, que o problema não está propriamente 17 nas novas tecnologias, mas no uso exagerado 18 delas, o que faz com que deixemos de lado 19 atividades mais estimulantes, como a leitura, que 20 envolvem diversas funções do cérebro. Os mais 21 prejudicados por esse processo têm sido crianças 22 e adolescentes, cujo desenvolvimento neuronal 23 acaba sendo moldado preguiçosamente. 24 Responda sem pensar: qual era a manchete 25 do jornal de ontem? Você lembra o nome da 26 novela que antecedeu O clone? E quem era o 27 técnico da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 28 1994? Não ter uma resposta imediata para essas 29 perguntas não deve ser causa de preocupação 30 para ninguém, mas exemplifica bem o problema 31 constatado pela fonoaudióloga paulista Ana Maria 32 Maaz Alvarez, que há mais de 20 anos estuda a 33 relação entreaudição e recordação. 34 A pedido de duas empresas, ela realizou uma 35 pesquisa para saber o que estava ocorrendo com 36 os funcionários que reclamavam com frequência 37 de lapsos de memória. Foram entrevistados 71 38 homens e mulheres, com idade entre 18 e 42 anos. A 39 maioria dos esquecimentos era de natureza 40 auditiva, como nomes que acabavam de ser 41 ouvidos ou assuntos discutidos. (Por falar nisso, 42 responda sem olhar no parágrafo anterior: você 43 lembra o nome da pesquisadora citada?) 44 Ana Maria descobriu que os lapsos de 45 memória resultavam basicamente do excesso de 46 informação em consequência do tipo de trabalho 47 que essas pessoas exerciam nas empresas e do 48 pouco tempo que dispunham para processá-las, 49 somados à angústia de querer saber mais e ao 50 excesso de atribuições. “Elas não se detinham no 51 que estava sendo dito (lido, ouvido ou visto) e, 52 consequentemente, não conseguiam gravar os 53 dados na memória”, afirma. Fonte: Superinteressante, 2001 (internet). O termo que inicia a oração “... enquanto cresce a capacidade dos discos rígidos e a velocidade das informações, o desempenho da memória humana está ficando cada vez mais comprometido.” (linhas 09 a 12) indica uma ideia de A) tempo B) causa C) consequência D) proporcionalidade Gabarito: D Resolução: O termo "enquanto", que inicia a oração assinalada, assume no contexto em que se insere o sentido de proporcionalidade, que pode ser traduzido do seguinte modo: "À proporção que cresce a capacidade dos discos rígidos e a velocidade das informações, o desempenho da memória humana está ficando cada vez mais comprometido". Questão 10 A MEMÓRIA E O CAOS DIGITAL Fernanda Colavitti 01 A era digital trouxe inovações e facilidades 02 para o homem que superou de longe o que a 03 ficção previa até pouco tempo atrás. Se antes 04 precisávamos correr em busca de informações de 05 nosso interesse, hoje, úteis ou não, elas é que nos 06 assediam: resultados de loterias, dicas de cursos, 07 variações da moeda, ofertas de compras, notícias 08 de atentados, ganhadores de gincanas etc. Por 09 outro lado, enquanto cresce a capacidade dos 10 discos rígidos e a velocidade das informações, o 11 desempenho da memória humana está ficando 12 cada vez mais comprometido. Cientistas são 13 unânimes ao associar a rapidez das informações 14 geradas pelo mundo digital com a restrição de 15 nosso “disco rígido” natural. Eles ressaltam, 16 porém, que o problema não está propriamente 17 nas novas tecnologias, mas no uso exagerado 18 delas, o que faz com que deixemos de lado 19 atividades mais estimulantes, como a leitura, que 20 envolvem diversas funções do cérebro. Os mais 21 prejudicados por esse processo têm sido crianças 22 e adolescentes, cujo desenvolvimento neuronal 23 acaba sendo moldado preguiçosamente. 24 Responda sem pensar: qual era a manchete 25 do jornal de ontem? Você lembra o nome da 26 novela que antecedeu O clone? E quem era o 27 técnico da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 28 1994? Não ter uma resposta imediata para essas 29 perguntas não deve ser causa de preocupação 30 para ninguém, mas exemplifica bem o problema 31 constatado pela fonoaudióloga paulista Ana Maria 32 Maaz Alvarez, que há mais de 20 anos estuda a 33 relação entre audição e recordação. 34 A pedido de duas empresas, ela realizou uma 35 pesquisa para saber o que estava ocorrendo com 36 os funcionários que reclamavam com frequência 37 de lapsos de memória. Foram entrevistados 71 38 homens e mulheres, com idade entre 18 e 42 anos. A 39 maioria dos esquecimentos era de natureza 40 auditiva, como nomes que acabavam de ser 41 ouvidos ou assuntos discutidos. (Por falar nisso, 42 responda sem olhar no parágrafo anterior: você 43 lembra o nome da pesquisadora citada?) 44 Ana Maria descobriu que os lapsos de 45 memória resultavam basicamente do excesso de 46 informação em consequência do tipo de trabalho 47 que essas pessoas exerciam nas empresas e do 48 pouco tempo que dispunham para processá-las, 49 somados à angústia de querer saber mais e ao 50 excesso de atribuições. “Elas não se detinham no 51 que estava sendo dito (lido, ouvido ou visto) e, 52 consequentemente, não conseguiam gravar os 53 dados na memória”, afirma. Fonte: Superinteressante, 2001 (internet). Considerando a relação entre as orações das frases a seguir, marque com V as afirmativas verdadeiras e, com F, a falsa. ( ) “Se antes precisávamos correr em busca de informações de nosso interesse, hoje, úteis ou não, elas é que nos assediam...” (linhas 03 a 06) – temporalidade ( ) “... o problema não está propriamente nas novas tecnologias, mas no uso exagerado delas...” (linhas 16 a 18) – adversidade ( ) “... ela realizou uma pesquisa para saber o que estava ocorrendo com os funcionários...” (linhas 34 a 36) – finalidade ( ) “A maioria dos esquecimentos era de natureza auditiva, como nomes que acabavam de ser ouvidos...” (linhas 38 a 41) – comparação Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo. A) V, F, F, F B) V, V, V, F C) F, V, V, V D) F, F, F, V Gabarito: B Resolução: Apenas a útima afirmação é falsa, pois, no contexto em que se insere, não serve para estabelecer uma relação de comparação, mas sim para introduzir exemplos do que se afirmara anteriormente. Questão 11 A MEMÓRIA E O CAOS DIGITAL Fernanda Colavitti 01 A era digital trouxe inovações e facilidades 02 para o homem que superou de longe o que a 03 ficção previa até pouco tempo atrás. Se antes 04 precisávamos correr em busca de informações de 05 nosso interesse, hoje, úteis ou não, elas é que nos 06 assediam: resultados de loterias, dicas de cursos, 07 variações da moeda, ofertas de compras, notícias 08 de atentados, ganhadores de gincanas etc. Por 09 outro lado, enquanto cresce a capacidade dos 10 discos rígidos e a velocidade das informações, o 11 desempenho da memória humana está ficando 12 cada vez mais comprometido. Cientistas são 13 unânimes ao associar a rapidez das informações 14 geradas pelo mundo digital com a restrição de 15 nosso “disco rígido” natural. Eles ressaltam, 16 porém, que o problema não está propriamente 17 nas novas tecnologias, mas no uso exagerado 18 delas, o que faz com que deixemos de lado 19 atividades mais estimulantes, como a leitura, que 20 envolvem diversas funções do cérebro. Os mais 21 prejudicados por esse processo têm sido crianças 22 e adolescentes, cujo desenvolvimento neuronal 23 acaba sendo moldado preguiçosamente. 24 Responda sem pensar: qual era a manchete 25 do jornal de ontem? Você lembra o nome da 26 novela que antecedeu O clone? E quem era o 27 técnico da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 28 1994? Não ter uma resposta imediata para essas 29 perguntas não deve ser causa de preocupação 30 para ninguém, mas exemplifica bem o problema 31 constatado pela fonoaudióloga paulista Ana Maria 32 Maaz Alvarez, que há mais de 20 anos estuda a 33 relação entre audição e recordação. 34 A pedido de duas empresas, ela realizou uma 35 pesquisa para saber o que estava ocorrendo com 36 os funcionários que reclamavam com frequência 37 de lapsos de memória. Foram entrevistados 71 38 homens e mulheres, com idade entre 18 e 42 anos. A 39 maioria dos esquecimentos era de natureza 40 auditiva, como nomes que acabavam de ser 41 ouvidos ou assuntos discutidos. (Por falar nisso, 42 responda sem olhar no parágrafo anterior: você 43 lembra o nome da pesquisadora citada?) 44 Ana Maria descobriu que os lapsos de 45 memória resultavam basicamente do excesso de 46 informação em consequência do tipo de trabalho 47 que essas pessoas exerciam nas empresas e do 48 pouco tempo que dispunham para processá-las, 49 somados à angústia de querer saber mais e ao 50 excesso de atribuições. “Elas não se detinham no 51 que estava sendo dito (lido, ouvido ou visto) e, 52 consequentemente, não conseguiam gravar os 53 dados na memória”, afirma. Fonte:Superinteressante, 2001 (internet). Na frase “A era digital trouxe inovações e facilidades para o homem QUE superou de longe o QUE a ficção previa até pouco tempo atrás.” (linhas 01 a 03), os "quês" são, respectivamente, referentes de A) homem – o B) inovações – facilidades C) inovações – o D) era digital – de longe Gabarito: A Resolução: Os "quês", nos dois casos, funcionam como pronomes relativos que retomam seus antecedentes. O primeiro retoma "homem" e o segundo retoma o pronome demonstrativo "o", que pode ser substituído por "aquilo". Questão 12 A MEMÓRIA E O CAOS DIGITAL Fernanda Colavitti 01 A era digital trouxe inovações e facilidades 02 para o homem que superou de longe o que a 03 ficção previa até pouco tempo atrás. Se antes 04 precisávamos correr em busca de informações de 05 nosso interesse, hoje, úteis ou não, elas é que nos 06 assediam: resultados de loterias, dicas de cursos, 07 variações da moeda, ofertas de compras, notícias 08 de atentados, ganhadores de gincanas etc. Por 09 outro lado, enquanto cresce a capacidade dos 10 discos rígidos e a velocidade das informações, o 11 desempenho da memória humana está ficando 12 cada vez mais comprometido. Cientistas são 13 unânimes ao associar a rapidez das informações 14 geradas pelo mundo digital com a restrição de 15 nosso “disco rígido” natural. Eles ressaltam, 16 porém, que o problema não está propriamente 17 nas novas tecnologias, mas no uso exagerado 18 delas, o que faz com que deixemos de lado 19 atividades mais estimulantes, como a leitura, que 20 envolvem diversas funções do cérebro. Os mais 21 prejudicados por esse processo têm sido crianças 22 e adolescentes, cujo desenvolvimento neuronal 23 acaba sendo moldado preguiçosamente. 24 Responda sem pensar: qual era a manchete 25 do jornal de ontem? Você lembra o nome da 26 novela que antecedeu O clone? E quem era o 27 técnico da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 28 1994? Não ter uma resposta imediata para essas 29 perguntas não deve ser causa de preocupação 30 para ninguém, mas exemplifica bem o problema 31 constatado pela fonoaudióloga paulista Ana Maria 32 Maaz Alvarez, que há mais de 20 anos estuda a 33 relação entre audição e recordação. 34 A pedido de duas empresas, ela realizou uma 35 pesquisa para saber o que estava ocorrendo com 36 os funcionários que reclamavam com frequência 37 de lapsos de memória. Foram entrevistados 71 38 homens e mulheres, com idade entre 18 e 42 anos. A 39 maioria dos esquecimentos era de natureza 40 auditiva, como nomes que acabavam de ser 41 ouvidos ou assuntos discutidos. (Por falar nisso, 42 responda sem olhar no parágrafo anterior: você 43 lembra o nome da pesquisadora citada?) 44 Ana Maria descobriu que os lapsos de 45 memória resultavam basicamente do excesso de 46 informação em consequência do tipo de trabalho 47 que essas pessoas exerciam nas empresas e do 48 pouco tempo que dispunham para processá-las, 49 somados à angústia de querer saber mais e ao 50 excesso de atribuições. “Elas não se detinham no 51 que estava sendo dito (lido, ouvido ou visto) e, 52 consequentemente, não conseguiam gravar os 53 dados na memória”, afirma. Fonte: Superinteressante, 2001 (internet). No período “Eles ressaltam, porém, que o problema não está propriamente nas novas tecnologias, mas no uso exagerado delas, o que faz com que deixemos de lado atividades mais estimulantes, como a leitura, que envolvem diversas funções do cérebro.” (linhas 15 a 20), o conectivo "porém" introduz a oração A) “Eles ressaltam” B) “que o problema não está propriamente nas novas tecnologias” C) “mas no uso exagerado delas” D) “que envolvem diversas funções do cérebro” Gabarito: A Resolução: A conjunção "porém" pertence à primeira parte do período ("Eles ressaltam"), pois faz uma ressalva ao que havia sido dito anteriormente: se, por um lado, os cientistas são unânimes em associar a rapidez das informações à restrição da capacidade de memória, por outro, admitem que o problema não está na tecnologia em si, mas no seu uso exagerado. Em um ordem usual, a conjunção "porém" teria iniciado o período ("Porém eles ressaltam..."), entretanto optou-se por uma inversão que, ao deslocar a conjunção adversativa, confere maior ênfase ao seu sentido adversativo. Questão 13 A MEMÓRIA E O CAOS DIGITAL Fernanda Colavitti 01 A era digital trouxe inovações e facilidades 02 para o homem que superou de longe o que a 03 ficção previa até pouco tempo atrás. Se antes 04 precisávamos correr em busca de informações de 05 nosso interesse, hoje, úteis ou não, elas é que nos 06 assediam: resultados de loterias, dicas de cursos, 07 variações da moeda, ofertas de compras, notícias 08 de atentados, ganhadores de gincanas etc. Por 09 outro lado, enquanto cresce a capacidade dos 10 discos rígidos e a velocidade das informações, o 11 desempenho da memória humana está ficando 12 cada vez mais comprometido. Cientistas são 13 unânimes ao associar a rapidez das informações 14 geradas pelo mundo digital com a restrição de 15 nosso “disco rígido” natural. Eles ressaltam, 16 porém, que o problema não está propriamente 17 nas novas tecnologias, mas no uso exagerado 18 delas, o que faz com que deixemos de lado 19 atividades mais estimulantes, como a leitura, que 20 envolvem diversas funções do cérebro. Os mais 21 prejudicados por esse processo têm sido crianças 22 e adolescentes, cujo desenvolvimento neuronal 23 acaba sendo moldado preguiçosamente. 24 Responda sem pensar: qual era a manchete 25 do jornal de ontem? Você lembra o nome da 26 novela que antecedeu O clone? E quem era o 27 técnico da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 28 1994? Não ter uma resposta imediata para essas 29 perguntas não deve ser causa de preocupação 30 para ninguém, mas exemplifica bem o problema 31 constatado pela fonoaudióloga paulista Ana Maria 32 Maaz Alvarez, que há mais de 20 anos estuda a 33 relação entre audição e recordação. 34 A pedido de duas empresas, ela realizou uma 35 pesquisa para saber o que estava ocorrendo com 36 os funcionários que reclamavam com frequência 37 de lapsos de memória. Foram entrevistados 71 38 homens e mulheres, com idade entre 18 e 42 anos. A 39 maioria dos esquecimentos era de natureza 40 auditiva, como nomes que acabavam de ser 41 ouvidos ou assuntos discutidos. (Por falar nisso, 42 responda sem olhar no parágrafo anterior: você 43 lembra o nome da pesquisadora citada?) 44 Ana Maria descobriu que os lapsos de 45 memória resultavam basicamente do excesso de 46 informação em consequência do tipo de trabalho 47 que essas pessoas exerciam nas empresas e do 48 pouco tempo que dispunham para processá-las, 49 somados à angústia de querer saber mais e ao 50 excesso de atribuições. “Elas não se detinham no 51 que estava sendo dito (lido, ouvido ou visto) e, 52 consequentemente, não conseguiam gravar os 53 dados na memória”, afirma. Fonte: Superinteressante, 2001 (internet). Analise os elementos mórficos das formas verbais e assinale com V as segmentações corretas e, com F, as falsas. ( ) antecedeu (linha 26): ante + ced + e + u ( ) descobriu (linha 44): des + cobri + u ( ) dispunham (linha 48): dis + punh + a + m ( ) conseguiam (linha 52): con + segu + i + a + m Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo. A) V, F, V, F B) F, V, F, V C) V, F, V, V D) V, F, F, F Gabarito: A Resolução: A alternativa A é a correta, pois, do ponto de vista morfológico, apenas as segmentações presentes em I e III estão corretas. A segmentação de II está incorreta, pois não isola a vogal temática do verbo de 3ª conjungação "i" do radical "cobr". A segmentação de IV está incorreta, pois o "con" faz parte do radical da palavra (e não é prefixo como sugere a segmentação). Além disso, o "i" não pode ser separado do "a", já que o "ia" é a desinência modo-temporal, indicativa de que o verbo está conjugado no pretérito imperfeito do indicativo. Questão 14 A MEMÓRIA E OCAOS DIGITAL Fernanda Colavitti 01 A era digital trouxe inovações e facilidades 02 para o homem que superou de longe o que a 03 ficção previa até pouco tempo atrás. Se antes 04 precisávamos correr em busca de informações de 05 nosso interesse, hoje, úteis ou não, elas é que nos 06 assediam: resultados de loterias, dicas de cursos, 07 variações da moeda, ofertas de compras, notícias 08 de atentados, ganhadores de gincanas etc. Por 09 outro lado, enquanto cresce a capacidade dos 10 discos rígidos e a velocidade das informações, o 11 desempenho da memória humana está ficando 12 cada vez mais comprometido. Cientistas são 13 unânimes ao associar a rapidez das informações 14 geradas pelo mundo digital com a restrição de 15 nosso “disco rígido” natural. Eles ressaltam, 16 porém, que o problema não está propriamente 17 nas novas tecnologias, mas no uso exagerado 18 delas, o que faz com que deixemos de lado 19 atividades mais estimulantes, como a leitura, que 20 envolvem diversas funções do cérebro. Os mais 21 prejudicados por esse processo têm sido crianças 22 e adolescentes, cujo desenvolvimento neuronal 23 acaba sendo moldado preguiçosamente. 24 Responda sem pensar: qual era a manchete 25 do jornal de ontem? Você lembra o nome da 26 novela que antecedeu O clone? E quem era o 27 técnico da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 28 1994? Não ter uma resposta imediata para essas 29 perguntas não deve ser causa de preocupação 30 para ninguém, mas exemplifica bem o problema 31 constatado pela fonoaudióloga paulista Ana Maria 32 Maaz Alvarez, que há mais de 20 anos estuda a 33 relação entre audição e recordação. 34 A pedido de duas empresas, ela realizou uma 35 pesquisa para saber o que estava ocorrendo com 36 os funcionários que reclamavam com frequência 37 de lapsos de memória. Foram entrevistados 71 38 homens e mulheres, com idade entre 18 e 42 anos. A 39 maioria dos esquecimentos era de natureza 40 auditiva, como nomes que acabavam de ser 41 ouvidos ou assuntos discutidos. (Por falar nisso, 42 responda sem olhar no parágrafo anterior: você 43 lembra o nome da pesquisadora citada?) 44 Ana Maria descobriu que os lapsos de 45 memória resultavam basicamente do excesso de 46 informação em consequência do tipo de trabalho 47 que essas pessoas exerciam nas empresas e do 48 pouco tempo que dispunham para processá-las, 49 somados à angústia de querer saber mais e ao 50 excesso de atribuições. “Elas não se detinham no 51 que estava sendo dito (lido, ouvido ou visto) e, 52 consequentemente, não conseguiam gravar os 53 dados na memória”, afirma. Fonte: Superinteressante, 2001 (internet). Na oração “... que a ficção previa até pouco tempo atrás” (linhas 02 e 03), mudando-se a forma verbal para o mais-que-perfeito do indicativo, ficará A) que a ficção previera B) que a ficção previra C) que a ficção prevera D) que a ficção previu Gabarito: B Resolução: O verbo "prever" é irregular e se conjuga como o verbo "ver", do qual é derivado. No pretérito mais- que-perfeito, temos "vira" para o verbo "ver" e, consequententemente, "previra" para o verbo "prever". Questão 15 A MEMÓRIA E O CAOS DIGITAL Fernanda Colavitti 01 A era digital trouxe inovações e facilidades 02 para o homem que superou de longe o que a 03 ficção previa até pouco tempo atrás. Se antes 04 precisávamos correr em busca de informações de 05 nosso interesse, hoje, úteis ou não, elas é que nos 06 assediam: resultados de loterias, dicas de cursos, 07 variações da moeda, ofertas de compras, notícias 08 de atentados, ganhadores de gincanas etc. Por 09 outro lado, enquanto cresce a capacidade dos 10 discos rígidos e a velocidade das informações, o 11 desempenho da memória humana está ficando 12 cada vez mais comprometido. Cientistas são 13 unânimes ao associar a rapidez das informações 14 geradas pelo mundo digital com a restrição de 15 nosso “disco rígido” natural. Eles ressaltam, 16 porém, que o problema não está propriamente 17 nas novas tecnologias, mas no uso exagerado 18 delas, o que faz com que deixemos de lado 19 atividades mais estimulantes, como a leitura, que 20 envolvem diversas funções do cérebro. Os mais 21 prejudicados por esse processo têm sido crianças 22 e adolescentes, cujo desenvolvimento neuronal 23 acaba sendo moldado preguiçosamente. 24 Responda sem pensar: qual era a manchete 25 do jornal de ontem? Você lembra o nome da 26 novela que antecedeu O clone? E quem era o 27 técnico da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 28 1994? Não ter uma resposta imediata para essas 29 perguntas não deve ser causa de preocupação 30 para ninguém, mas exemplifica bem o problema 31 constatado pela fonoaudióloga paulista Ana Maria 32 Maaz Alvarez, que há mais de 20 anos estuda a 33 relação entre audição e recordação. 34 A pedido de duas empresas, ela realizou uma 35 pesquisa para saber o que estava ocorrendo com 36 os funcionários que reclamavam com frequência 37 de lapsos de memória. Foram entrevistados 71 38 homens e mulheres, com idade entre 18 e 42 anos. A 39 maioria dos esquecimentos era de natureza 40 auditiva, como nomes que acabavam de ser 41 ouvidos ou assuntos discutidos. (Por falar nisso, 42 responda sem olhar no parágrafo anterior: você 43 lembra o nome da pesquisadora citada?) 44 Ana Maria descobriu que os lapsos de 45 memória resultavam basicamente do excesso de 46 informação em consequência do tipo de trabalho 47 que essas pessoas exerciam nas empresas e do 48 pouco tempo que dispunham para processá-las, 49 somados à angústia de querer saber mais e ao 50 excesso de atribuições. “Elas não se detinham no 51 que estava sendo dito (lido, ouvido ou visto) e, 52 consequentemente, não conseguiam gravar os 53 dados na memória”, afirma. Fonte: Superinteressante, 2001 (internet). Assinale a alternativa em que todas as expressões destacadas têm valor de adjetivo. A) Era digital trouxe inovações e facilidades que superaram o que previa a ficção. B) Deixemos de lado atividades que envolvem diversas funções do cérebro. C) Hoje, úteis ou não, as informações é que nos assediam. D) Responda qual era a manchete do jornal de ontem. Gabarito: D Resolução: Apenas na alternativa D, as duas expressões destacadas têm valor adjetivo: a locução "do jornal" caracteriza o substantivo "jornal" e a locução "de ontem" caracteriza o substantivo "jornal". Em A, a palavra "facilidades" é um substantivo, e não um adjetivo; em B, a expressão "de lado" é uma locução adverbial de lugar; em C, a expressão "é que" tem apenas valor enfático, sendo denominada de partícula expletiva. Questão 16 A questão refere-se a uma passagem da Bíblia Sagrada (“Primeira Epístola do Apóstolo Paulo aos Coríntios”) e a uma canção do grupo Legião Urbana, intitulada “Monte Castelo”. O amor AINDA que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. 2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. 3 E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. 4 O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. 5 Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; 6 Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; 7 Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 8 O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; 9 Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos: 10 Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. 11 Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com ascoisas de menino. 12 Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. 13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor. Legião Urbana – Monte Castelo Ainda que eu falasse a língua dos homens. E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria. É só o amor, é só o amor. Que conhece o que é verdade. O amor é bom, não quer o mal. Não sente inveja ou se envaidece. O amor é o fogo que arde sem se ver. É ferida que dói e não se sente. É um contentamento descontente. É dor que desatina sem doer. Ainda que eu falasse a língua dos homens. E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria. É um não querer mais que bem querer. É solitário andar por entre a gente. É um não contentar-se de contente. É cuidar que se ganha em se perder. É um estar-se preso por vontade. É servir a quem vence, o vencedor; É um ter com quem nos mata a lealdade. Tão contrário a si é o mesmo amor. Estou acordado e todos dormem todos dormem todos dormem. Agora vejo em parte. Mas então veremos face a face. É só o amor, é só o amor. Que conhece o que é verdade. Ainda que eu falasse a língua dos homens. E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria. Considere as proposições, do ponto de vista morfossintático, e assinale a alternativa correta: I. “É um contentamento descontente.” II. “É um não querer mais que bem querer." III. “É um não contentar-se de contente." IV. “É um estar-se preso por vontade." V. “É um ter com quem nos mata a lealdade.” a) Em todas as proposições, o artigo indefinido é seguido por um verbo. b) Somente na proposição I, o substantivo é precedido por um artigo indefinido. c) Nas proposições II, III, IV e V, os verbos são precedidos por um artigo indefinido. d) Apenas nas proposições II e III, o artigo indefinido é seguido por um verbo. e) Em todas as proposições, o artigo indefinido é posposto por um substantivo. Gabarito: E Resolução: Está correta apenas a alternativa E, já que, em todas as proposições, o artigo indefinido "um" antecede uma expressão com valor substantivo. Todas expressões substantivas são usadas para fazer as definições de amor. Assim, ao caracterizarem o próprio sentimento do amor, do ponto de vista sintático, assumem a função de predicativo do sujeito. Questão 17 Já na segurança da calçada, e passando por um trecho em obras que atravanca nossos passos, lanço à queima-roupa: — Você conhece alguma cidade mais feia do que São Paulo? — Agora você me pegou, retruca, rindo. Hã, deixa eu ver... Lembro-me de La Paz, a capital da Bolívia, que me pareceu bem feia. Dizem que Bogotá é muito feiosa também, mas não a conheço. Bem, São Paulo, no geral, é feia, mas as pessoas têm uma disposição para o trabalho aqui, uma vibração empreendedora, que dá uma feição muito particular à cidade. Acordar cedo em São Paulo e ver as pessoas saindo para trabalhar é algo que me toca. Acho emocionante ver a garra dessa gente. R. Moraes e R. Linsker. Estrangeiros em casa: uma caminhada pela selva urbana de São Paulo. National Geographic Brasil. Adaptado. No terceiro parágrafo do texto, a expressão que indica, de modo mais evidente, o distanciamento social do segundo interlocutor em relação às pessoas a que se refere é a) “disposição para o trabalho”. b) “vibração empreendedora”. c) “feição muito particular”. d) “saindo para trabalhar”. e) “dessa gente”. Gabarito: E Resolução: O distanciamento social do interlocutor em relação às pessoas a que se refere se evidencia pelo uso da expressão "dessa gente", que explicita que ele não se inclui de forma alguma nesse grupo. Questão 18 Já na segurança da calçada, e passando por um trecho em obras que atravanca nossos passos, lanço à queima-roupa: — Você conhece alguma cidade mais feia do que São Paulo? — Agora você me pegou, retruca, rindo. Hã, deixa eu ver... Lembro-me de La Paz, a capital da Bolívia, que me pareceu bem feia. Dizem que Bogotá é muito feiosa também, mas não a conheço. Bem, São Paulo, no geral, é feia, mas as pessoas têm uma disposição para o trabalho aqui, uma vibração empreendedora, que dá uma feição muito particular à cidade. Acordar cedo em São Paulo e ver as pessoas saindo para trabalhar é algo que me toca. Acho emocionante ver a garra dessa gente. R. Moraes e R. Linsker. Estrangeiros em casa: uma caminhada pela selva urbana de São Paulo. National Geographic Brasil. Adaptado. Ao reproduzir um diálogo, o texto incorpora marcas de oralidade, tanto de ordem léxica, caso da palavra “garra”, como de ordem gramatical, da mesma maneria que: a) “lanço à queima-roupa”. b) “Agora você me pegou”. c) “deixa eu ver”. d) “Bogotá é muito feiosa”. e) “é algo que me toca”. Gabarito: C Resolução: Dentre as alternativas, a única que apresenta marca gramatical de oralidade é C, em que o pronome pessoal reto "eu" está na posição de objeto, e não de sujeito, como exige a norma culta. Porém, a utilização de "deixa eu ver" em vez de "deixe-me ver" é bastante comum na linguagem coloquial oral. Questão 19 [Sem-Pernas] queria alegria, uma mão que o acarinhasse, alguém que com muito amor o fizesse esquecer o defeito físico e os muitos anos (talvez tivessem sido apenas meses ou semanas, mas para ele seriam sempre longos anos) que vivera sozinho nas ruas da cidade, hostilizado pelos homens que passavam, empurrado pelos guardas, surrado pelos moleques maiores. Nunca tivera família. Vivera na casa de um padeiro a quem chamava “meu padrinho” e que o surrava. Fugiu logo que pôde compreender que a fuga o libertaria. Sofreu fome, um dia levaram-no preso. Ele quer um carinho, u’a mão que passe sobre os seus olhos e faça com que ele possa se esquecer daquela noite na cadeia, quando os soldados bêbados o fizeram correr com sua perna coxa em volta de uma saleta. Em cada canto estava um com uma borracha comprida. As marcas que ficaram nas suas costas desapareceram. Mas de dentro dele nunca desapareceu a dor daquela hora. Corria na saleta como um animal perseguido por outros mais fortes. A perna coxa se recusava a ajudá-lo. E a borracha zunia nas suas costas quando o cansaço o fazia parar. A princípio chorou muito, depois, não sabe como, as lágrimas secaram. Certa hora não resistiu mais, abateu-se no chão. Sangrava. Ainda hoje ouve como os soldados riam e como riu aquele homem de colete cinzento que fumava um charuto. (AMADO, Jorge. Capitães da areia.) O zigue-zague temporal ligado à vida de Sem-Pernas, empregado no fragmento para a composição da personagem, é construído de maneira muito precisa, por meio da utilização alternada de diversos tempos verbais. Indique a alternativa em que há, respectivamente, um tempo verbal que expressa fatos ocorridos num tempo anterior a outros fatos do passado e um tempo verbal usado para marcar o caráter hipotético de certas ações ou o desejo de que se realizassem. (A) Vivera na casa de um padeiro (...) – uma mão que o acarinhasse (...) (B) Em cada canto estava um com uma borracha comprida. – Sofreu fome. (C) Nunca tivera família. – A perna coxa se recusava a ajudá-lo. (D) A princípio chorou muito (...) – Mas de dentro dele nunca desapareceu a dor daquela hora. (E) Ele quer um carinho (...) – Um dia levaram-no preso. Gabarito: A Resolução: O tempo verbal que expressa fatos ocorridos num tempo anterior a outros fatos do passado é o pretérito mais-que-perfeito ("vivera"); já o modo subjuntivo ("acarinhasse") é usado para marcar o desejo de que certas ações se realizassem ou seu caráter hipotético. Em B, temos duas formas de pretérito do indicativo ("estava", imperfeito, e "sofreu", perfeito). Em C, embora a primeira forma seja do pretérito mais-que-perfeito do indicativo ("tivera"), a segunda forma é do pretérito imperfeito do indicativo ("recusava"). Em D, as duas formas ("chorou" e "desapareceu") são do pretérito perfeito do indicativo. Em E, "quer" está no presente do indicativo; "levaram-no", no pretérito perfeito. Questão 20 Prioridade para a competênciada leitura e da escrita A humanidade criou a palavra, que é constitutiva do humano, seu traço distintivo. O ser humano constitui-se assim um ser de linguagem e disso decorre todo o restante, tudo o que transformou a humanidade naquilo que é. Ao associar palavras e sinais, criando a escrita, o homem construiu um instrumental que ampliou exponencialmente sua capacidade de comunicar-se, incluindo pessoas que estão longe no tempo e no espaço. Representar, comunicar e expressar são atividades de construção de significado relacionadas a vivências que se incorporam ao repertório de saberes de cada indivíduo. Os sentidos são construídos na relação entre a linguagem e o universo natural e cultural em que nos situamos. E é na adolescência, como vimos, que a linguagem adquire essa qualidade de instrumento para compreender e agir sobre o mundo real. A ampliação das capacidades de representação, comunicação e expressão está articulada ao domínio não apenas da língua mas de todas as outras linguagens e, principalmente, ao repertório cultural de cada indivíduo e de seu grupo social, que a elas dá sentido. A escola é o espaço em que ocorre a transmissão, entre as gerações, do ativo cultural da humanidade, seja artístico e literário, histórico e social, seja científico e tecnológico. Em cada uma dessas áreas, as linguagens são essenciais. As linguagens são sistemas simbólicos, com os quais recortamos e representamos o que está em nosso exterior, em nosso interior e na relação entre esses âmbitos; é com eles também que nos comunicamos com os nossos iguais e expressamos nossa articulação com o mundo. Em nossa sociedade, as linguagens e os códigos se multiplicam: os meios de comunicação estão repletos de gráficos, esquemas, diagramas, infográficos, fotografias e desenhos. O design diferencia produtos equivalentes quanto ao desempenho ou à qualidade. A publicidade circunda nossas vidas, exigindo permanentes tomadas de decisão e fazendo uso de linguagens sedutoras e até enigmáticas. Códigos sonoros e visuais estabelecem a comunicação nos diferentes espaços. As ciências construíram suas próprias linguagens, plenas de símbolos e códigos. A produção de bens e serviços foi em grande parte automatizada e cabe a nós programar as máquinas, utilizando linguagens específicas. As manifestações artísticas e de entretenimento utilizam, cada vez mais, diversas linguagens que se articulam. Para acompanhar tal contexto, a competência de leitura e de escrita vai além da linguagem verbal, vernácula – ainda que esta tenha papel fundamental – e refere-se a sistemas simbólicos como os citados, pois essas múltiplas linguagens estão presentes no mundo contemporâneo, na vida cultural e política, bem como nas designações e nos conceitos científicos e tecnológicos usados atualmente. (Proposta Curricular do Estado de São Paulo: Língua Portuguesa / Coord. Maria Inês Fini. São Paulo: SEE, 2008. p. 16. Adaptado.) A humanidade criou a palavra, que é constitutiva do humano, seu traço distintivo. Considerando o contexto e o relacionamento sintático entre os elementos desse período do texto, verifica-se que humano é empregado como (A) adjetivo. (B) pronome indefinido. (C) advérbio. (D) substantivo. (E) verbo. Gabarito: D Resolução: Na frase destacada, "humano" é um substantivo – o que se verifica por nomear uma espécie e ser precedido por artigo (do = de + o). O termo seria adjetivo se qualificasse um substantivo (como em "ser humano").