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Professor Esp. Gilson Costa de Aguiar
SISTEMAS DE PENSAMENTO: CRÍTICO, 
ANALÍTICO E CRIATIVO
REITORIA Prof. Me. Gilmar de Oliveira
DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Prof. Me. Renato Valença 
DIREÇÃO DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Me. Daniel de Lima
DIREÇÃO DE ENSINO EAD Profa. Dra. Giani Andrea Linde Colauto 
DIREÇÃO FINANCEIRA Eduardo Luiz Campano Santini
DIREÇÃO FINANCEIRA EAD Guilherme Esquivel
COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Me. Jeferson de Souza Sá
COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO E PROCESSOS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EAD Profa. Ma. Sônia Maria Crivelli Mataruco
COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS Luiz Fernando Freitas
REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling 
 Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
 Caroline da Silva Marques 
 Eduardo Alves de Oliveira
 Jéssica Eugênio Azevedo
 Marcelino Fernando Rodrigues Santos
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bruna de Lima Ramos
 Hugo Batalhoti Morangueira
 Vitor Amaral Poltronieri
ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz 
DE VÍDEO Carlos Firmino de Oliveira 
 Carlos Henrique Moraes dos Anjos
 Kauê Berto
 Pedro Vinícius de Lima Machado
 Thassiane da Silva Jacinto 
 
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Professor Esp. Gilson Costa de Aguiar
Caro(a) aluno(a), falar de ser professor não é uma tarefa fácil. Minha jornada com a 
educação completa 36 anos. Longa? Quando penso no quanto aprendi, percebo que ainda 
há um longo caminho a percorrer. 
Formado em História, Mestre em História e Sociedade, Especialista em Gestão de 
Pessoas e Jornalista. A formação acadêmica me permitiu a compreensão da importância de 
nosso posicionamento no mundo. Saber o que se quer onde se deseja andar.
Professor de Graduação e Pós-graduação por mais de 34 anos, autor de livros nas 
áreas de Filosofia, Antropologia, Sociologia e História ligados à Educação, aceitei o desafio 
de falar do princípio fundamental da busca do conhecimento, o pensamento crítico, 
analítico e criativo.
Além da docência e da pesquisa, tenho atuação no radiojornalismo como 
comentarista das rádios CBN de Maringá, Ponta Grossa, Cascavel e União da Vitória. 
O Ensino à Distância é campo de jornada dos últimos 20 anos. Dos quais muitos eu 
vi nascer e crescer ao longo deste tempo. 
Ativo nas redes sociais, na busca da produção de conteúdo que valorize a reflexão 
e o conhecimento, deixo aqui o endereço para acessarem conteúdos e terem mais 
informações: @gilsoncostaaguiar.
Meu currículo lattes acesse em: http://lattes.cnpq.br/3020130108890878
AUTOR
http://lattes.cnpq.br/3020130108890878
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Caro(a) aluno(a), este mundo precisa de atenção, nem tudo é o que parece. Sim, é 
preciso colocar nossos sentidos para funcionar na busca de compreender a realidade que 
nos cerca. As coisas não são o que aparentam, e esta afirmação não é minha, é de Platão. 
O filósofo grego que viveu no Século V a.C., acreditava que este mundo é de aparência 
e é enganoso. Aquilo que percebemos de imediato não é a essência. Logo, se queremos 
saber o que está por detrás deste “mundo que nos cerca” é preciso buscar a verdade. E, para 
ele, o que temos como ferramenta para “garimpar” a verdade é o pensamento.
Sim, ter um pensamento crítico. Este que nos leve a duvidar para buscar o conhecimento. 
Logo, o tema deste nosso trabalho é um dilema de mais de mil e quinhentos anos. 
E acredite, caro(a) aluno(a), a preocupação de Platão é atual. Poucos estão 
preocupados em desenvolver o pensamento crítico, analítico e a criatividade. 
O que se percebe hoje é que este mundo de aparência satisfaz e alimenta a existência 
de uma grande parte dos seres humanos. A acomodação em relação ao que vivemos, um 
mundo de apenas viver sem questionar, sem buscar entender, sem especular, é regra comum.
Logo, acredito que se você está aqui, disposto a mergulhar no conteúdo que 
elaboramos para você, caro(a) aluno(a), você não é mais um, não é qualquer um, não quer 
seguir o curso da onda, da moda, seguir a manada. E, por isso, parabéns!
Antes de você mergulhar no que elaboramos para você, deixa eu lembrar de outro 
pensador, René Descartes, pensador francês, ele viveu na primeira metade do Século XVII. 
Um matemático brilhante, considerava que devemos duvidar de tudo. Nada deve 
ser aceito sem questionamento. Nada deve ser considerado como verdade sem antes ter 
passado pelo crivo da dúvida. 
Ele ia mais longe, para Descartes o verdadeiro conhecimento deve ser construído 
pela dúvida e ser comprovado. Ele é conhecido pela sua frase emblemática, “Penso, logo 
existo!”. Frase que devemos compreender com a profundidade que tem, existência só é 
possível de ser comprovada pelo ser humano. Por quê? O ser humano pensa.
A existência só é percebida pela capacidade do pensamento em desvendar sua 
existência e lhe dar sentido. 
Para Descartes, devemos nos dedicar à busca da verdade, pois esta é nossa 
missão na terra, compreender tudo o que nos cerca, desvendar os mistérios da existência, 
cumprir nosso destino como seres humanos, a consciência.
Logo, este material é uma contribuição para a busca de que vocês, meus alunos, 
realizem sua missão.
Boa leitura!
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
5
A história do pensamento crítico, 
analítico e criativo
TÓPICO 3
Crítica com análise exige criatividade
TÓPICO 2
Existe um pensamento crítico
TÓPICO 1
SUMÁRIO
Pensamento crítico 
e a metafísica
TÓPICO 4
6
E a criação, como é que fica?
TÓPICO 7
Quais são as etapas de uma mente 
crítica e analítica?
TÓPICO 6
Porém não se critica 
qualquer coisa
TÓPICO 5
SUMÁRIO
EXISTE UM PENSAMENTO 
CRÍTICO1
TÓPICO
7EXISTE UM PENSAMENTO CRÍTICOTÓPICO 1
Você pode estranhar começar um texto sobre “pensamento crítico” colocando em 
dúvida o tema que iremos dissertar. Mas, acredite se quiser, ser crítico é bom começar por 
uma dúvida. 
Mas voltemos à questão, caro(a) aluno(a), hoje estamos diante de uma crença 
que a liberdade de expressão implica em poder expor o que pensamos sem considerar 
que o que estamos argumentando não tem uma sustentação científica, uma comprovação 
objetiva, ou, ao menos, uma lógica fundada em dados concretos.
Muitos “batem na mesa” e afirmam: “eu sei do que estou falando”, “contra fatos não 
há argumentos”, será que não há mesmo?
Logo, o pontapé inicial na nossa conversa é entender que a dúvida é o melhor guia na 
busca da “verdade”, na compreensão dos fatos, na medida do que as coisas são ou não são. 
A prática de duvidar não é nova. Ela já está em nós desde a antiguidade. Vou 
mais longe,Praça Brasil , 250 - Centro
 CEP 87702 - 320
 Paranavaí - PR - Brasil 
TELEFONE (44) 3045 - 9898
	Site UniFatecie 3:acredito que antes mesmo da nossa organização como uma civilização mais 
complexa, o ser humano, desde quando se colocou sobre uma estepe, na África, de forma 
ereta, já lançou seu olhar no horizonte e lhe veio inúmeras dúvidas e desejos de conhecer. 
Vale lembrar que o que nos diferencia dos demais seres viventes é o pensamento. 
Sim, nós somos um ser que compreende a si mesmo na vida e dá um valor a esta existência. 
Somos aquele que reflete volta e meia o motivo de estar aqui, vivendo esta vida. 
Acredito que o ser humano tem algo de inato, a curiosidade. O primeiro ser humano, 
pelo menos, teve. E por ter buscado uma resposta, iniciou a nossa jornada de mudança ao 
longo da história. 
Aqui, caro(a) aluno(a), já dá para perceber que nós não somos o que somos por acaso. 
Não avançamos como civilização por uma relação acidental ou pontual com a natureza. 
8EXISTE UM PENSAMENTO CRÍTICOTÓPICO 1
Logo, o pensamento crítico nos acompanha. Ele é o motor do nosso desenvolvimento, 
do progresso, tanto para a nossa melhora enquanto civilização, como para os males que 
promovemos. O conhecer é coisa humana e sem o pensamento crítico a ciência não existiria 
da forma que a conhecemos. Você não estaria aqui, lendo este material e nem eu o produzindo.
Diante disso, te convido a ser mais especulativo. Te convido também a duvidar, a 
questionar, a não aceitar, a ser inconformado e, principalmente, buscar respostas seguras 
para incertezas constantes. O profissional competente é sem dúvida o que não aceita as 
coisas como são, mas busca entendê-las. 
Vivemos hoje tempos em que as pessoas buscam ter uma vida estável, viver numa 
zona de conforto no qual tudo permaneça previsível. Por sinal, há uma tendência a nos 
sentirmos seguros onde há o controle. Quanto mais dominamos ações e consequências, 
melhor nos sentimos em relação à convivência com os demais. 
Contudo, sinto lhe dizer, não há como conciliar a liberdade com a segurança. Da 
mesma forma que a segurança exige controle, controle castra a liberdade. Se queremos 
mudança, inovação, avanços, renovação, superação, progresso humano, então, reduza o 
interesse na segurança e assuma a liberdade.
O incrível da atualidade é que vivemos um tempo de inúmeras possibilidades, mas 
de um controle absurdo. Não estamos percebendo que quanto mais criamos mecanismos 
de monitoramento da vida humana e manipulamos a condição em que as pessoas vivem, 
nós eliminamos a criatividade, castramos a liberdade. 
Por isso, quando falamos de pensamento crítico, estamos falando da condição de 
ser livre como matéria-prima, condição fundamental. Sem a livre especulação não há como 
conhecer a fundo, argumentar e contrapor. O questionamento é uma condição de seres 
humanos livres. Nunca se esqueça disso. Por isso, se vamos falar de pensamento crítico, 
seja um defensor da liberdade.
Nos é caro o exercício do direito à liberdade, pelo menos da maneira como o 
liberalismo a estabelece, como um direito, uma condição conquistada. Diferente do que 
os existencialistas consideram e da qual eu comungo, a liberdade é inerente à existência, 
somos condenados a ela. 
Você pode não ter direito nenhum, pode estar trancafiado, preso, amordaçado, e 
mesmo assim, há um ser que pode não concordar com o que está vivendo, resistir, lutar e 
buscar sair dessa situação. Ser livre é um exercício de existir. 
Logo, não sou defensor dessa ideia de que para fazer algo que desagrada, você 
afirma que está obedecendo ordens. Não, você faz porque compactua, comunga, aceita. 
Se não aceitasse, resistia. Se não resiste, compactua. 
Por isso, o senso crítico, o pensamento crítico, é coisa de gente que questiona e 
busca conhecer o que está vivendo. Aquele que não se conforma com a primeira explicação, 
não aceita a condição, quer ir além. Ou seja, alguém que exercita a liberdade intensamente.
CRÍTICA COM ANÁLISE 
EXIGE CRIATIVIDADE2
TÓPICO
9CRÍTICA COM ANÁLISE EXIGE CRIATIVIDADETÓPICO 2
Vamos perceber com isso que o pensamento crítico é condição para o pensamento 
analítico. A capacidade de observar e compreender os fatores que podem ou não legitimar 
determinada condição, ou afirmação. 
Saber abordar um objeto e compreendê-lo dentro de um determinado contexto 
de regras e condições que podem comprovar ou não a sua veracidade. Por isso, nada 
se supõe dentro de uma ação subjetiva que só considere a percepção isolada sobre um 
determinado fenômeno.
Vamos dizer que a experiência particular, aquela que você tem e costuma usar 
como referência para determinadas argumentações, é sua. Não pode ser considerada lei 
geral. Falaremos disso mais para frente e você irá compreender melhor.
Muitas pessoas costumam afirmar que certas coisas, condições ou conceitos são 
de determinada forma porque elas viveram a situação. Há uma particularidade que não pode 
ser considerada se não se comprovar a proporção e condição objetiva de sua realização. 
A experiência particular é sempre “particular”. Ela é um parâmetro da nossa 
percepção pessoal e não social sobre os acontecimentos. Como diz Durkheim, o pensador 
social francês, em sua “Da divisão do trabalho social”, ao se referir a necessidade de uma 
observação social que derive a percepção da moral: 
Não queremos tirar a moral da ciência, mas fazer a ciência da mora, o que é 
muito diferente. Os fatos morais são fenômenos como os outros, eles consis-
tem em regras de ação que se reconhecem por certas características distinti-
vas, logo, deve ser possível observá-los, descrevê-los, classificá-los e procu-
rar as leis que os explicam (Durkheim, 1999, p. 24).
10CRÍTICA COM ANÁLISE EXIGE CRIATIVIDADETÓPICO 2
Se tivermos uma percepção como a sugerida por Durkheim, nossa capacidade de 
análise é criteriosa e científica. Como reafirmamos a partir da citação, é preciso observar, 
descrever, classificar e procurar as leis que regem os fenômenos. Isso é um critério 
fundamental para se fazer ciência. 
Uma análise deve levar em conta estes critérios para ter o mínimo de confiabilidade 
diante do que nos é apresentado, bem diferente do que vivenciamos hoje, no qual a experiência 
subjetiva e carregada de conceitos precários e preconceitos infundados tem prevalecido. 
Neste ambiente em que prevalece o culto às sensações, dificilmente teremos a 
capacidade de construir uma sociedade que avance com o conhecimento e gere soluções 
efetivas. O que temos são superficialidades e generalizações perigosas e infundadas. 
2.1 Contexto que ameaça o pensamento criativo
Por isso, teremos raramente a condição fundamental da criatividade. A capacidade 
de um determinado ambiente sermos capazes de possibilitar os meios de superação. 
Nada se cria do nada. Esta ideia que temos de que as pessoas têm que pensar 
“fora da casinha” é chavão sem sustentação. Fora de que “casinha” podemos pensar? 
A criatividade é resultado de uma condição de ambiente que estimula a necessidade 
de mudança e gere as possibilidades de associações de lógicas, contextos e experiências 
para resultar na criação.
Resumindo, é preciso ingredientes para a criatividade florar. Se isso não existir, não 
tem quem crie nada do nada. 
Sempre é muito bom não deixar de mencionar que a criatividade é fruto de um contexto 
que tem direcionamentos culturais. Criar não é, literalmente, uma questão de neutralidade e sim 
de posicionamento contrário ao que está colocado. A negação da realidade que se vive. Se não 
de forma plena, há que se repensar e estabelecer pontos fundamentais que a sustentam. 
Logo, o que se chama de “criativo” é um inconformado. Ele não aceita as coisas 
como são e gera possibilidades para que esta condição não permaneça. Porém, este 
“inconformado” é lógico. 
2.2 Tecnologia e criatividade
A tecnologia não é uma ameaça a criatividade, ela é resultado de seu criador, o ser 
humano. E quem a criou tinha um determinado interesse para fazê-la da maneira que a fez. 
Aqui farei uma comparação para podermos aguçar sua reflexão, meu aluno, 
minha aluna. Imagine queDeus fez o ser humano aprimorar tecnologicamente os seres 
11CRÍTICA COM ANÁLISE EXIGE CRIATIVIDADETÓPICO 2
vivos. Assim, nós, uma invenção criativa de Deus, podemos pensar, refletir, questionar, 
argumentar, enfim, tudo o que você já experimentou. 
Bem, diante disso, qual era a intenção de Deus? Não sei, mas uma coisa sei, não 
é deixar as coisas como estão. Ele tinha o interesse de mudar a realidade do que existia. 
Logo, por esta lógica, nós somos uma criatividade traduzida na ação técnica.
Fazemos o mesmo quando criamos nossos meios técnicos. Então, porque temer a 
tecnologia. O que temos que temer é a mediocridade do ser humano que se sente ameaçado 
pela sua criação.
Sim, há uma parte das pessoas que receberão os efeitos da tecnologia e se sentem 
em risco. Porém, é porque o ambiente pouco criativo as fazem ser passivas diante das 
consequências que as aterrorizam. 
Enfim, o problema está mais no ser humano do que na tecnologia. E esta é uma 
questão que discutiremos no decorrer deste texto.
A HISTÓRIA DO PENSAMENTO 
CRÍTICO, ANALÍTICO E CRIATIVO3
TÓPICO
12A HISTÓRIA DO PENSAMENTO CRÍTICO, ANALÍTICO E CRIATIVOTÓPICO 3
Nos ocidentais fizemos da dúvida o princípio da racionalidade lógica. Foi com os 
filósofos gregos, destaque para a maiêutica de Sócrates, no questionar constante, nos 
diálogos de Platão para sair do senso-comum para o conhecimento verdadeiro, sair da 
aparência para a essência, que avançamos. 
Aristóteles nos deu a criação do método de análise chamado de silogismo. Nele, 
Aristóteles estabelece as comparações entre os elementos observáveis detectando suas 
semelhanças e diferenças, agrupamentos e distinções. 
Caminhamos ao longo do tempo com a prosperidade que a consciência pode nos 
dar. Com ela, avaliamos a realidade, dominamos leis naturais, geramos a racionalidade 
sobre os fenômenos que nos cerca. Aprendemos a sistematizar o conhecimento e 
passarmos por gerações. 
O que faço neste momento nada mais é do que dar continuidade ao que foi produzido 
pelos seres humanos ao longo de sua história. Todo o conteúdo apresentado só é possível 
porque há uma produção gravada, transferida, revisada, ampliada ao longo do tempo. Não 
é preciso ir ao começo para se avançar um pouco mais quando se trata de conhecimento.
A única coisa que não podemos é negligenciar a complexidade do que o 
conhecimento científico trata. Não podemos perder a orientação de ao nos referirmos a 
temas que a ciência aborda buscarmos fontes seguras para entendermos determinados 
objetos e fenômenos. 
E exatamente deste mal que sofremos na atualidade. A simplificação e as crenças 
infundadas que negam o conhecimento científico tendem a ganhar prestígio e adeptos 
13A HISTÓRIA DO PENSAMENTO CRÍTICO, ANALÍTICO E CRIATIVOTÓPICO 3
como um dogma religioso. E isso, não contribuiu para o esclarecimento de ninguém e sim 
para ampliar as diferenças entre posturas antagônicas e que ninguém a base fundamental 
do senso-crítico, estar aberto à contraposição, ao contraditório. 
Por isso, falar sobre o pensamento crítico é importante. Educar as pessoas a 
desenvolverem a capacidade de buscar o conhecimento e propagar esta busca, contaminar 
as pessoas, à informação segura e confiável é um dever. 
Se demonstrarmos às pessoas que estão à nossa volta o poder da dúvida e levá-
las a buscarem a resposta em fontes que se sustentem na ciência para esclarecer os seres 
humanos, seria fundamental. 
Apenas para lembrar e lamentar, temos hoje uma indústria da informação que está 
preocupada com agradar o leitor, ouvinte, ou internauta. Ela quer dar respostas simples, 
fáceis e que dê a sensação a quem consome a notícia de que ele tem competência, 
conhecimento e satisfação sem grande esforço de estar informado. Porém, não está. 
Todas as notícias que são curtas, com lógica fácil e de concordância com o “senso-
comum” cheira a mentira, falácia e enganação. Fora isso, empobrece a capacidade de 
reflexão dos seres humanos. 
O que está encharcando os nossos olhos nas plataformas digitais não parece, em 
sua maioria e sem querer generalizar, algo confiável. Para agradar se faz tudo, se enxerga 
um consumidor e se despreza a consciência do ser humano. 
3.1 No princípio tudo era mente e experiência
Muitos pensadores se debruçaram na busca de compreender o que faz com que 
nossa espécie produza o conhecimento. Há, lá em nossa origem, de homens pré-históricos, a 
experiência e as sensações que ela gera conhecimento. Havia a busca de criar um raciocínio 
lógico que pudesse englobar todas as experiências em uma definição do que era viver.
Neste ambiente de busca de sentido para a vida através da experiência e da 
experimentação é uma contradição alucinante. Foi assim que demos os primeiros passos 
na busca da construção de um sentido para a existência e para o próprio conhecimento que 
se adquire e se deseja passar à frente.
Quando estamos educando uma nova geração e a qualificando para que cumpram 
suas funções, a ciência tem um papel de preservação de nossas conquistas e gera a 
possibilidade de avançarmos. O conhecimento produzido pode se desdobrar com o potencial 
do ser humano de entendê-lo e superá-lo. Precisamos fazer isso. Nunca escreveremos a 
última página da história e sim o “próximo capítulo”.
14A HISTÓRIA DO PENSAMENTO CRÍTICO, ANALÍTICO E CRIATIVOTÓPICO 3
Hoje, infelizmente, há uma banalização do conhecimento científico. O desprezo 
ao conhecimento científico está no quanto é mais popular o sensacionalismo do que a 
racionalidade sustentada em informações precisas. 
Por mais que pesquisas tenham sido feitas, por mais que as estatísticas apontem, 
por mais que os fatos demonstram de maneira proporcional e definitiva, há os que acreditam 
em teorias da conspiração, na banalização, na distorção. Estes estão sempre à procura de 
aprovação e apoio ao senso-comum.
Tem quem confunda “superficialidade da dúvida” com ceticismo. E mesmo os 
céticos costumam fazer da questão a essência sem lhe dar um critério do que dúvida. 
Perguntar é fundamental, mas sem um sentido para a sequência de questionamentos, 
cheira a provocação barata ou posicionamento sem sustentação lógica.
Por isso, o crítico é diferente do cético. Enquanto o primeiro, o crítico, busca uma 
compreensão mais apurada, assertiva, sem perder a sequência lógica e racional a qual 
deseja responder, o cético questiona e é descrente sem qualquer critério. 
Hoje, as pessoas estão transformando o questionamento, a dúvida e a oposição 
em dogma, em crença, em doutrina. Desejam apenas destruir seu objeto de desdém que 
chamam, para iludir, de objeto de análise. Falsidade. O que desejam é fazer se tornar 
desacreditada a posição que não endossa suas defesas. Por isso, criticar nunca é destruir 
e sim desconstruir para entender. 
Quando falarmos do pensamento analítico, poderemos entender melhor esta 
questão. Compreender a diferença de se compreender o processo, o sistema, as relações 
estabelecidas entre os elementos causais de um problema e as distorções que aparentam 
lógica, mas iludem os menos informados. 
Há muitos raciocínios que nos parecem ter consistência, mas não tem. Não porque 
não se apresentam lógicos, mas o que sustenta a lógica não tem bases sólidas e muitas das 
afirmações refletem mais a aparência do que a essência dos elementos que as constituem.
3.2 É hora de um exemplo: 
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as famílias 
brasileiras, em sua maioria, 50,8%, são chefiadas por mulheres. Isto mesmo, elas são a 
maioria do poder dentro do lar (NIVA e COUTINHO, 2022). 
O dado acima é um sinal do empoderamento feminino? Mostra que as mulheres 
estão ganhando força no ambiente social? Expressa que, agora, elas mostram de maneira 
consciente o quanto podem ser senhoras de seu destino? Estes dados denunciam que elas 
não precisam de uma figura masculina ao seu lado?
15A HISTÓRIA DO PENSAMENTO CRÍTICO, ANALÍTICO E CRIATIVOTÓPICO3
Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos 
(DIEESE) mostram que a condição da mulher no país não é favorável e mantém muito do 
que denominamos patriarcalismo. 
Na política, elas conseguiram eleger na última eleição, 2022, 302 representantes, 
entre deputadas estaduais, deputadas federais e senadoras. Lembrando que estes 
números representam um aumento de 33,3%. Os homens, nesta mesma eleição, foram 
1.394 eleitos. A representatividade continua distante do ideal, ainda mais para elas, que 
são a maioria dos eleitores. 
O número de mulheres assassinadas por violência doméstica em 2022 foi de 699. 
Lembrando que o feminicídio é quando uma mulher é morta apenas por ser mulher. O número 
cresceu em relação a 2021. As principais vítimas são mulheres negras. Lembrando, também, 
que o principal assassino são companheiros ou ex-companheiros (ACAYABA, 2022). 
No mercado de trabalho elas representam 44% da força de trabalho e em média 
ganham 21% menos que os homens cumprindo as mesmas funções. Os dados são da 
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad-C), ligado ao Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística (IBGE). 
Elas hoje são a maioria entre os desempregados, 55,5%. Entre os desocupados 
elas também são o maior número, 11%, enquanto os homens são 6,9%. Fora da força de 
trabalho, elas são 64,5% (AMARAL, 2022).
Entre os trabalhadores em desalento, aqueles que estão desempregados e pararam 
de procurar emprego por se convenceram de que não serão contratados, elas são 55,5%. 
Inclusive, mais uma vez, as mulheres pretas são a maioria dos trabalhadores em desalento, 
9,3% (NITAHARA, 2019).
Voltando ao começo da nossa conversa sobre as mulheres, elas podem ser a 
maioria dos chefes de família, mas a condição em que elas vivem não é favorável e em sua 
maioria elas chefiam suas famílias porque foram abandonadas. 
Podemos considerar que uma mulher, além de ter que chefiar a família, corre o 
risco de violência pelo mesmo ex-companheiro que a abandonou. Se ela também for fugir 
da agressão pode perder a vida.
3.3 Nunca menospreze a complexidade
Toda esta apresentação é para demonstrarmos haver uma complexidade ao 
abordarmos um tema que volta e meia está sendo trazido à tona pelos meios de comunicação. 
Isto visto que há constantemente noticiários de feminicídio. Quantas vezes você se depara 
com um crime contra uma mulher em que o ex-companheiro tirou sua vida? 
16A HISTÓRIA DO PENSAMENTO CRÍTICO, ANALÍTICO E CRIATIVOTÓPICO 3
Entender a dimensão destes fenômenos requer cuidado. Não podemos generalizar. 
Podemos cair em erro em certas afirmações. E dependendo da condição em que estamos 
e das pessoas com quem nos relacionamos, nossas opiniões podem contribuir para 
contaminar os demais. Propagar a visão distorcida, contribuir para o preconceito ou mesmo 
para a violência. E isto é algo que se deve combater a todo custo. 
Por isso, te convido a conhecer o Pensamento Crítico e o quanto ele é um 
exercício de saber enfrentar a vida e viver contribuindo para a convivência e o conhecimento 
humano. Se hoje, necessitamos superar os dilemas e embates fundados na ilusão e no 
dogmatismo, é porque precisamos do “pensamento crítico”. Espero que com este trabalho 
você o desenvolva ou nunca o perca, caso já faça parte de sua vida.
PENSAMENTO CRÍTICO E A 
METAFÍSICA4
TÓPICO
17 PENSAMENTO CRÍTICO E A METAFÍSICATÓPICO 4
O pensamento crítico deve muito à metafísica. Muito do que buscamos compreender 
da realidade está em considerar que é necessário ir além da percepção imediata dos fatos. 
Há algo mais na aparência daquilo que nos cerca. 
Desta forma, tudo o que vemos pode não ser da maneira que o sentimos. Platão já 
argumenta esta questão, de que a sensação pode nos enganar. Somos vítimas das nossas 
percepções imediatas. 
Em uma sociedade com a complexidade que a nossa apresenta, a visão limitada da 
realidade é fato que nos persegue constantemente. Para piorar, o mundo de “sensações” 
que vivemos esconde de forma eficiente a realidade. 
Você deve se lembrar do “Mito da Caverna” de Platão. Uma parábola que demonstra 
o quanto o senso comum é condição que muitos de nós vivemos, considerando que as 
sombras na caverna são a verdade. 
Mas, a busca pela verdade tem seus riscos. Ter a ação de não se deixar levar pelas 
aparências e “garimpar” uma análise mais apurada da realidade, na busca de sua essência 
não é atividade simples e mesmo estimulada pelas pessoas à nossa volta. Paga-se o preço 
por ter um pensamento especulativo. Ganha-se muito também. 
Confrontar o senso-comum exige uma busca constante de associar o questionamento 
à investigação. Ter o que denominamos de pensamento crítico e pensamento analítico. Fazer 
o que a maioria das pessoas não fazem, buscar fontes de investigação que possam elucidar o 
que estamos vivendo e nos dar condições de estabelecermos um passo à procura da verdade. 
18 PENSAMENTO CRÍTICO E A METAFÍSICATÓPICO 4
O que nos faz evoluir enquanto espécie, o que já falamos anteriormente, é a busca 
de superar a dúvida. E, meu aluno e aluna, você há de convir comigo que a maior de todas 
as dúvidas é a busca do sentido de nossa existência. 
Platão considerava como fundamental que ao desvendar a verdade sobre o 
Universo, ao ir além do mundo sensível e conhecer a essência das coisas fará com que o 
ser humano mude suas prioridades. 
Precisamos ter um posicionamento crítico diante do mundo para buscarmos 
conhecer não só o que é externo a nós, mas também nossa essência humana. 
4.1 A metafísica nos ajuda a entender os limites do pensamento.
Olha, falar de metafísica não é algo simples, mas também não é o fim do mundo. 
Lembre-se se queremos ter um pensamento crítico, analítico e a criatividade, meus alunos, 
entender a metafísica é fundamental. 
Logo, partimos do pensamento de Platão. Para ele, o mundo tem dois âmbitos de 
compreensão. Eles se sobrepõem e são necessários a busca da realidade. São a condição 
fundamental da possibilidade de se chegar à verdade.
Um primeiro é aquele das coisas sensíveis. Aquilo que observo e posso sentir pela 
minha capacidade de olhar e comprovar sua existência. Meus sentidos, olfato, tato, visão, 
audição e o paladar contam nesta hora de ter o conhecimento pelo que Platão chamava da 
physis, os seres em sua condição nata.
Porém, existe um outro mundo, o que vai além da física, por isso, “metafísica”, objeto 
de nossa conversa aqui. O que não se pode perceber pela sensibilidade dos sentidos, nem 
deduzir a partir dele a sua essência, logo, o seu significado e dimensão. 
O sentido que damos à realidade é fundamental para o sentido do que a mente descobre. 
Então, se temos uma percepção sobre o mundo, a ordenação desta percepção é a metafísica.
Há uma parábola em Platão, e parte considerável de sua obra se desdobra desta forma, 
em que ele compara o pensamento “físico” e o “metafísico” com duas formas de navegar.
Na primeira, ele considera a navegação à vela. Onde o barco vai na direção que o 
vento soprar. Não há interferência humana no sentido da navegação, no rumo, no caminho. 
O caminho que se traça é aquele que o vento permite. Logo, o conhecimento das coisas é 
aquilo que percebo pelos sentidos.
Já, na segunda forma de navegação, há aquela que é feita a remo, na força dos 
braços dos seres humanos. Eles terão que forjar o caminho. Terão que assumir a direção 
do remo e se esforçar para traçar o caminho dentro de um ambiente onde as experiências 
que vão encontrar vão lhes dar um mapa, mas também um sentido do que é possível e 
impossível.
19 PENSAMENTO CRÍTICO E A METAFÍSICATÓPICO 4
Neste segundo momento entra a condição humana do pensamento que ordena a 
realidade sensível, lhe dá proporções de valor. Aqui, o potencial humano de sistematizar o 
conhecimento pode ser sustentado em uma compreensão metafísica.
Acredito que a matemática é uma demonstração clara do que pode ser a metafísica. 
Perceba,podemos quantificar as coisas em nossas mãos. Se você tem canetas nas mãos 
é possível dar uma proporção a elas, duas, três, quatro ou cinco. Contudo, a quantidade de 
canetas, a proporção, o número delas que está na sua mão não é físico. Eles, os números, 
não são objetos como as canetas, mas ordenam a compreensão lógica da existência delas. 
E isso é metafísica.
4.2 O pensamento crítico e analítico precisam da metafísica
Os seres humanos na compreensão da realidade necessitam ordenar este 
conhecimento e lhe dar sentido. A capacidade que temos de compreensão do mundo faz e 
refaz o seu significado. Não podemos nos livrar disso. Estamos presos a esta condição. Tudo o 
que pensamos é uma ordenação do mundo que nos cerca e daquilo que desejamos conhecer.
Immanuel Kant considera que não podemos deixar de compreender o mundo por 
uma ordem que estabelecemos previamente e que dá significado às nossas experiências. 
Então, segundo ele, se estou neste mundo e quero compreendê-lo, sempre se 
partirá de um significado autêntico que é nossa condição estabelecida de valores no mundo 
e que nos dão um olhar próprio sobre tudo o que existe.
Para o pensador alemão, Kant, melhoramos na medida em que especulamos este 
mundo e o compreendemos de forma crítica. Como já falamos inúmeras vezes aqui, meu 
aluno e minha aluna, quando estamos dispostos a não aceitar as coisas como são, mas 
entender a profundidade delas através de um questionamento constante. 
Logo, o ser humano não pode se desenvolver sem o pensamento crítico, sem a 
percepção analítica e a criatividade. O que está em jogo ao falarmos sobre sermos críticos 
é o futuro. Agir de maneira crítica é construir o futuro, ser protagonista, agir para mudar o 
que nos limita. E, meus alunos, se preparem, porque isso desagrada muita gente.
PORÉM NÃO SE CRITICA 
QUALQUER COISA5
TÓPICO
20PORÉM NÃO SE CRITICA QUALQUER COISATÓPICO 5
A crítica pela crítica também não vale muita coisa. Meu caro(a) aluno(a), é bom 
esclarecer logo que uma coisa é a crítica a busca do saber e a outra e fazer críticas sem 
qualquer critério. 
Não vamos confundir aquele que indaga as coisas para entendê-las melhor com o 
que a questiona pelo desejo de contrariar. Estas posturas são bem diferentes. Ironizando, 
enquanto a primeira supera limites, a segunda é limitadora.
Enquanto aquele que é crítico busca aprofundar a qualidade humana com um 
conhecimento que nos dê dimensão do que estamos vivendo, como também, do que é 
relevante em nossas vidas, a segunda é a busca de banalizar o conhecimento e gerar 
confusão e não esclarecimento.
Vou mais longe em relação a esta questão, na atualidade, os “arrumadores de 
confusão” são muitos. Dominam as plataformas de comunicação fazendo um desfavor à 
racionalidade humana e estimulando condutas nocivas. Perceba quanta bobagem afirmada 
nas redes sociais e quanta violência, agressão, gratuita. 
Vale lembrar que no século passado o conhecimento crítico, a postura de buscar 
entender profundamente determinados temas foi banalizado. Os radicais e o radicalismo 
emergiram com uma intensidade assustadora. O que estamos vivenciando hoje com as 
posturas polarizadas e pouco fundamentadas se desdobrou do que assistimos no final do 
Século XX com a ideologização excessiva dos debates acadêmicos.
21PORÉM NÃO SE CRITICA QUALQUER COISATÓPICO 5
Se empobreceu o conteúdo para que ele se encaixasse nos interesses políticos 
e ideológicos que desenhavam o jogo das superpotências militares e econômicas 
predominantes na segunda metade do século passado. 
Humberto S. Coelho, em sua obra Pensamento Crítico: história e método, critica o 
século XX como um período de rotulação do conhecimento até mesmo pelos pensadores e 
intelectuais, que segundo propaga uma “falsa consciência”.
Esta consciência é o que os reducionismos teimam em ignorar em sua postura 
de “hermenêutica agressiva”, que muito comumente toma as expressões 
filosóficas por seu valor de face doutrinal, desprezando a formulação e a 
problematização que as justificam e vitalizam. Todos esses erros, hoje tão 
óbvios, passavam despercebidos aos reducionismos do século anterior 
porque sua própria visão era inflada por uma ilusão de autoridade científica, 
com a qual seria justo e permissível operar as reduções explicativas e 
rotuladoras (Coelho, 2022, p. 11).
Com o final da Guerra Fria (1945-1989) se acreditava que chegaria ao fim também 
a carga de manipulação do conhecimento para fins ideológicos. Se pensava em uma 
produção do conhecimento em seu sentido libertário. Sim, meu aluno(a), o conhecimento 
liberta, gera a possibilidade do exercício da escolha com mais lucidez. E era isso que se 
esperava com o final da polarização do mundo entre o capitalismo e o socialismo.
Porém, não foi isso que aconteceu, a ascensão das plataformas de comunicação 
digital, possibilitadas pela rede mundial de computadores, que era para ser um campo de 
troca de conhecimento, principalmente, acabou por se transformar na particularização e 
banalização da realidade. 
A abertura para a notoriedade do que é superficial e vulgar tomou lugar do 
conhecimento racional e lógico fundado na ciência. A tecnologia, fruto de um aprimorado 
conhecimento acumulado pelos seres humanos ao longo de sua história possibilitou a 
emergência de uma relevância de milhares de pessoas dentro do mundo virtual carregado 
de estímulos empobrecedores.
O conteúdo vulgar se sobrepõe ao relevante. E o ambiente de ampla acessibilidade 
demonstra o nível de preocupação da humanidade com a trivialidade. A ciência foi discriminada 
e sucateada ao extremo. Não por acaso as redes sociais estão cheias de falsos gurus e 
mágicos dispostos a transformar a vida dos seres humanos com receitas prontas. 
Não por acaso os títulos dos conteúdos banais aparecem sempre como uma receita 
de bolo. Estão sempre afirmando que com um número de dicas, receitas, estratégias, atitudes 
etc. a vida das pessoas irá mudar para sempre. A ciência que sempre foi um contraponto ao 
milagre agora é distorcida e usada como varinha de condão para realizar os sonhos. 
Por isso, você precisa desenvolver senso-crítico para estar acima da média, sendo 
o diferencial em um mundo da vulgaridade e das ideias pueril. 
22PORÉM NÃO SE CRITICA QUALQUER COISATÓPICO 5
René Descartes, o pai do pensamento moderno, foi um defensor árduo da dúvida. Para 
ele, não se deve aceitar dogmas, não se pode assumir valores ou princípios sem questioná-los. 
Nada deve ser aceito sem ter passado pelo crivo da dúvida, garimpado no 
questionamento constante, acreditava o pensador francês. Não por acaso, a afirmação 
clássica: “Penso logo existo”, foi cunhada na compreensão de que o pensar humano, de 
que a racionalidade que é construída pela mente humana, é o princípio do sentido da 
existência e de suas possibilidades. Ou seja, somos o que pensamos e agimos. 
Os pensadores iluministas franceses e os esclarecidos da corrente filosófica alemão, 
ambas tiveram seu auge no Século XVIII, afirmavam a importância da racionalidade como 
condição libertária do ser humano. O quanto a racionalidade potencializa a liberdade. 
Se hoje temos a liberdade e não conseguimos dar a ela um sentido e usá-la para 
a construção de uma sociedade melhor, isso se dá pela falta de competência na análise 
crítica e analítica da realidade. 
Por mais que tenhamos que considerar que estamos vivendo um tempo diferente 
daquele que pensadores como John Locke, Jean-Jacques Rousseau, Immanuel Kant e 
Friedrich Hegel viveram, porém, o conhecimento ainda continua desempenhando o papel 
principal na condução da vida humana. E preservá-lo ainda é uma de nossas “obrigações” 
fundamentais enquanto espécie.
Todos os pensadores citados acima consideravam fundamental que a razão guiasse 
a ação humana. Que o conhecimento racional fosse o mapa da ação da mente. 
Claro, você já percebeu que caminhar sobre um determinado terreno mapeado, é 
muito mais seguro do queficar andando por aí a esmo, ao “deus dará”. Como disse o “gato” 
para Alice, na obra de Lewis Carrol, “para quem está perdido, qualquer caminho serve”. 
Para quem sabe onde quer chegar, isso não pode ser regra. 
Os iluministas, os pensadores do esclarecimento consideravam que a mente 
guiada pela razão e está usando do conhecimento científico, desvenda as incertezas e 
aponta a melhor direção. 
Logo, o pensamento crítico é a lanterna que ilumina o que vem pela frente e evita 
percalços, garante o olhar mais atento para os obstáculos e a possibilidade de se criar 
soluções eficientes. Sim, meu aluno e minha aluna, uma mente crítica e analítica está mais 
perto da criatividade.
Mas, daremos um próximo passo.
QUAIS SÃO AS ETAPAS DE UMA 
MENTE CRÍTICA E ANALÍTICA?6
TÓPICO
23QUAIS SÃO AS ETAPAS DE UMA MENTE CRÍTICA E ANALÍTICA?TÓPICO 6
A primeira coisa a te dizer é que não precisa ser um gênio para iniciar a jornada 
do pensamento crítico. Ninguém se faz um pesquisador, um analista, desenvolve uma 
mente aguçada antes de fazer a análise crítica. Lembre-se, o desenvolvimento de um 
pensamento crítico se faz com o exercício do questionamento e da reflexão. 
Vamos explicar isso melhor? Você já foi a uma academia fazer exercícios, tentar 
melhorar sua condição física? Acredito que se já foi ou não, sabe que quando se procura 
um espaço como este para fazer exercícios é porque você está com seu condicionamento 
limitado. Ninguém vai para a academia com o “corpo sarado” em plena forma física.
Com o pensamento crítico não é diferente. Estamos em busca de melhorar nossa 
compreensão e percepção sobre a realidade, sobre um determinado tema, entender melhor 
uma problemática. E começamos com pouca informação ou nenhuma. Quase sempre, 
descobrimos após alguns questionamentos que a visão que tínhamos sobre determinado 
assunto era em grande parte equivocada. 
Lembre-se, você deve e irá se tornar líderes eficientes na medida em que tomam 
decisões coerentes, fundadas em conhecimento racional e com uma profunda capacidade de 
análise sistêmica. Liderar pessoas é de uma responsabilidade imensa. Com conhecimento 
crítico e analítico, o potencial de acerto é muito maior. 
Reflita sempre que aquele que está mais apto a liderar é o que conhece melhor o 
“terreno” no qual todos pisam. Aquele que tem a melhor visão do que estamos fazendo, 
onde estamos e como podemos chegar onde desejamos tem um diferencial notável. Claro, 
contudo e, porém, ele precisa saber conviver, se relacionar, conhecer e compreender as 
pessoas que lidera. Ter inteligência emocional. Mas, isso é uma outra história.
24QUAIS SÃO AS ETAPAS DE UMA MENTE CRÍTICA E ANALÍTICA?TÓPICO 6
Agora, o que precisamos focar é na capacidade de análise crítica, no pensamento 
crítico e analítico. E estes são pré-requisitos que os líderes devem ter.
6.1 Lembre-se, as coisas não são o que parecem.
Quando se está diante de um dilema, de um problema, de um obstáculo, de um 
desafio, busque conhecer. Faça perguntas fundamentais partindo em primeiro lugar do seu 
envolvimento com o que está a sua frente. Pense, o que o resultado disso trará para os 
envolvidos, não só você, mas todos aqueles que dependem da superação do problema.
Mapeando os envolvidos, o conhecimento sobre a questão fica mais lógico de ser 
abordado. Há inúmeros lados de uma mesma questão e você vai descobrir que este “lado” 
muda na medida em que você considera as partes envolvidas. Logo, o jogo de interesses 
sobre a questão está posto.
Neste jogo de interesses você deve buscar a maior ciência e consciência possível 
sobre o que deve ser enfrentado. E partindo disto, deve buscar conhecer os dados, 
números estatísticos, abordagens de pesquisadores, lembrando sempre da importância 
das fontes pesquisadas. 
Você irá perceber que quanto mais conhece o problema, melhor se torna a 
capacidade de decisão. Principalmente com a percepção dos desdobramentos que a 
resolução terá. As consequências de uma ação devem ser sempre consideradas. É ela que 
vai determinar a eficiência de ter um pensamento crítico e analítico.
O pensamento crítico é fugir dos dogmas, generalizações, preconceitos, pré-
disposições. Não caia nesta tentação. Toda a solução fácil no fundo é mais um problema. 
Lembre-se, você deve buscar compreender uma questão, um problema, por 
diversos ângulos, perspectivas diferentes. É isso que dá a decisão tomada eficiência. E 
para isso deve-se ter a capacidade de questionar as informações que tem e buscar novas 
como resposta. 
6.2 Sem preconceito.
Procure se afastar ao máximo de dogmas. Nós temos as nossas crenças e 
valores. Acreditamos em determinados princípios e cultuamos certos valores morais. 
Tome cuidado com isso.
Hoje, vivemos um tempo em que a diversidade é lembrada em todos os lugares. 
Caminhamos para uma sociedade que aprende a conviver com as diferenças. Logo, ter 
um pensamento crítico é ter o que se denomina “mente aberta”. Não julgue os envolvidos, 
conheça suas razões. Entenda o “porquê” estão na condição em que estão e qual a posição 
que defendem. 
Imagine você em um ambiente corporativo, quantas pessoas têm histórias diferentes 
da sua, vivem realidades distintas da sua, acreditam em deus ou deuses diferentes do seu, 
25QUAIS SÃO AS ETAPAS DE UMA MENTE CRÍTICA E ANALÍTICA?TÓPICO 6
tem uma composição familiar uma condição financeira distintas da sua. E, seja sincero, 
quem somos nós para julgar os outros?
Uma coisa é buscar informações científicas e racionais, a outra é “bisbilhotar” a vida 
alheia. Então, não confunda pesquisar o problema com ficar buscando informação da 
vida alheia. Isso já tem muita gente que faz em uma empresa e são sempre os mesmos 
que estão no protagonismo dos problemas das relações entre as pessoas.
O conhecimento crítico não se estabelece com a aparência da situação. Lembre-
se, a consciência não se adquire com a consideração de que a aparência é a expressão da 
verdade. Isso, esta valorização da aparência, é o que chamamos de senso-comum.
6.3 Gerar consciência não é ter inércia.
As pessoas costumam pensar que quem demora para agir é fraco. Também costuma 
considerar que aqueles que não reagem na mesma proporção da agressão que tomam são 
conformados. Meus alunos, isso é um engano. 
As pessoas que têm pensamento crítico e analítico reagem da forma certa 
conhecendo o mais profundo possível a situação. Aquele que detém um conhecimento 
crítico e analítico age de maneira a superar problemas. Veja, eu falei, “superar”, o que vem 
da mesma raíz de ser “superior”. Estar acima do problema é olhar ele pelo melhor ângulo. 
O pensamento crítico permite isso. Uma ação mais consciente tem resultados mais 
eficientes. Para quem gosta de imediatismo e de decisões com consequências mais rápidas 
acaba comprando “gato por lebre”. Acredita que tem uma solução para o problema que no 
fundo está sendo anestesiado, sendo iludido.
Vou lhe dar um exemplo sobre esta questão. Sou professor há mais de 34 anos. 
Convivi e conversei com inúmeros pais. Sempre considerei que a presença dos pais no 
acompanhamento da vida escolar dos filhos é uma ação importante. 
Porém, percebi também que nem todos os pais estavam dispostos a terem um 
pensamento crítico em relação aos seus filhos. Mais que isso, ter um conhecimento mais 
analítico em relação a adolescência e a juventude e entender que o seu filho ou filha fazem 
parte de uma geração com características que podem contrariar a expectativa dos pais em 
relação aos estudos dos seus rebentos. 
Quando conversava com os pais sobre o desempenho escolar dos seus filhos e 
filhas, eles desejavam que eles superassem o problema imediato de notas baixas ou de 
uma iminente reprovação. Poucos eram os que entendiam as limitações dos seus filhos 
diante das competências e habilidades necessárias que a formação escolar exigia.
Muitos pais ficam contentes se a escola cedesse ao interesse de ver os filhos 
aprovados. Porém, o problema era mais complexo e resolvê-lo não seria deixar o aluno 
seguirem frente sem ter adquirido determinado conhecimento.
26QUAIS SÃO AS ETAPAS DE UMA MENTE CRÍTICA E ANALÍTICA?TÓPICO 6
Por isso, quem tem pensamento crítico e analítico gera soluções mais sólidas. 
Participa na resolução de problemas atingindo a raiz da questão e não a superficialidade 
que observamos no dia a dia.
6.4 Esteja preparado para a mudança
Quando nos envolvemos com o pensamento crítico e analítico de forma coerente, 
séria, comprometida, devemos estar dispostos a mudar. Meus alunos, a mudança virá na 
medida em que nosso conhecimento se amplia.
Aqui, neste ponto, quero lembrá-los de que quando falamos de conhecimento, 
não estamos falando de aprender teorias, conhecer dados, e sim compreender, questionar, 
estabelecer uma relação reflexiva com o que está diante de nós em forma de informações, 
dados. Saber dar vida à informação.
Como professor, considero um desperdício de tempo um aluno se dedicar aos estudos, 
aprender teorias, técnicas, procedimentos e não compreender o quão isso impacta na nossa 
existência. Lembre-se meus alunos, conhecer não é aprender. Aprender é se transformar na 
medida em que se conhece e se reflete sobre o sentido do conhecimento na nossa vida.
Não adianta estarmos diante de um problema dentro da empresa onde atuamos, 
ou algo que envolve nossos familiares, amigos, pessoas de nossa relação pessoal, se 
não somos capazes de estarmos cientes da dimensão que a questão tem para todos os 
envolvidos e, é claro, para você.
O pensamento crítico e reflexivo. Logo, esteja preparado para mudar. Lembre-se, 
você não será o mesmo diante do questionamento e das respostas que obterá quando 
resolver se aprofundar no entendimento de um problema. Sendo uma pessoa crítica e 
analítica haverá mudanças que você promoverá e, também e ainda bem, a principal dela 
será em você mesmo.
6.5 Observar sem ter certeza de nada. 
Lembre-se, você tem dois olhos e dois ouvidos. No meio e atrás deles, um cérebro, 
e isso faz toda a diferença. Pareceu engraçado isso, não é meus alunos? Contudo, há uma 
lógica por trás disso. Você tem apenas uma boca. Então, como afirma Aristóteles, “O sábio 
nunca diz tudo o que pensa, mas pensa tudo o que diz”.
Temos que aprender que observar, não julgar, analisar com cautela tudo o que 
ouve e vê, sente e percebe, são práticas fundamentais para o pensamento crítico. A tal da 
resiliência é fundamental neste aspecto. Não se deixe levar pelas aparências. Aqui está 
Platão novamente. 
Utilize a razão, tenha um método criterioso de análise dos dados o mais objetivo e 
imparcial possível na compreensão e lógico na intenção, tendo em visto o benefício para 
a maioria como busca final. Lembre-se, o ser humano crítico e analítico age para resolver 
27QUAIS SÃO AS ETAPAS DE UMA MENTE CRÍTICA E ANALÍTICA?TÓPICO 6
problemas. Por isso, não expressa através da fala e do ato nada que seja superficial e que 
possa deturpar a realidade.
Sim, sei que o que acabei de falar é um exercício difícil. No mundo de hoje, onde se 
deseja falar o que se quer e a hora que se quer, controlar o impulso é algo complicado. Porém, é 
necessário para quem deseja ser a resolução dos problemas e não um alimentador de conflitos.
6.6 Interpretação dos dados e a importância do valor.
Sim, temos que em determinado momento analisar os dados. Colocar todas as 
informações “sobre a mesa” e comparar, classificar, estabelecer uma escala de valor e agir. 
E aqui há um desafio, não podemos classificar a revelia e considerar que o que 
tem menos ou mais valor parte exclusivamente da nossa vontade. Tem que se ter critérios. 
Deve-se saber o que é mais relevante diante do que se busca e se o que se deseja é justo 
diante do conhecimento que se tem sobre o problema a ser resolvido.
Para isso, vou lhe dar um exemplo. Já desempenhei alguns cargos de liderança na 
minha vida. E, minha aluna, meu aluno, vou lhe dizer que não é tarefa fácil. Lembre-se, há 
muita responsabilidade envolvida sobre a vida de outras pessoas. 
Um dos momentos mais difíceis que já tive que enfrentar foi a redução de custos 
operacionais no setor que administrava. Tentei ao máximo evitar cortes de pessoal, mas, 
infelizmente, tive que fazê-lo.
Sabia que alguns dos profissionais que seriam desligados dependiam daquele trabalho 
para sustentarem suas famílias e eram boas pessoas, tinham um bom desempenho profissional. 
Pedi à direção geral um prazo de trinta dias para os desligamentos e iniciei um 
estudo sobre o mercado de trabalho, mapeei empresas do mesmo ramo ou áreas afins que 
poderiam ser o destino dos profissionais que estavam comigo. 
Consegui três empresas interessadas no currículo e experiência dos profissionais 
que trabalhavam comigo. Fiz a ponte com uma carta de referência, de indicação. 
Acredite, foi muito mais fácil comunicar o desligamento e no caso de dois destes 
profissionais a demissão virou promoção. No caso de todos, por mais que houvesse 
desligamento, tudo pareceu mais uma transferência. 
Todos saíram elogiando a empresa e agradeceram o papel que desempenhei na 
busca de um reposicionamento no mercado. Por isso, não basta apenas cumprir as ordens, 
há que se ter proatividade, com senso crítico e analítico para buscar a melhor solução para 
a maioria dos envolvidos.
Porém, a criatividade merece um tratamento à parte. O conhecimento criativo tem 
que ser entendido com mais atenção. Então, vamos a isso?
E A CRIAÇÃO, 
COMO É QUE FICA?7
TÓPICO
28E A CRIAÇÃO, COMO É QUE FICA?TÓPICO 7
Falamos muito aqui do pensamento crítico e analítico. Porém, como ser criativo? 
Há uma receita? Criatividade é inata ou adquirimos ela ao longo da vida?
Bom, vamos começar considerando que a criatividade faz parte da natureza 
humana, mas o ambiente é fundamental para estimular ou travar a criatividade. Em muitos 
momentos de nossa vida somos bombardeados para aniquilarmos nossa criatividade. A tal 
da busca da “zona de conforto”. 
Na escola, por exemplo, acabamos aprendendo conceitos e formas racionais de 
compreensão da realidade. Esta condição irá nos servir, será muito útil ao longo da vida, 
porém, não pode ser a única coisa a ser estimulada.
Muitos destes estímulos que aprendemos na escola acabam por anular a nossa 
criatividade, por isso, vivemos muitas experiências que anulam a criação. Considero que 
muito do que nos anula a criatividade é o medo que temos, meus alunos, de “errar”. Vivemos 
a busca da resposta certa e não da criação da solução.
Outra “crença” que temos é que criatividade é coisa de alguns escolhidos, de 
algumas profissões, os artistas em especial, aqueles que lidam com as emoções. No 
mundo das empresas, no mundo das organizações, não há espaço para isso. Ironicamente 
as empresas querem sempre “inovação”.
Se tem algo que não podemos fazer é abandonar o nosso pensamento criativo 
pelo reflexivo. Ficamos presos aos conceitos que se comprova, ao que se mostra como 
permanente, sem entender que é possível a transformação da realidade, mais que isso, 
uma outra realidade além desta. 
29E A CRIAÇÃO, COMO É QUE FICA?TÓPICO 7
Nós seres humanos temos o poder da mudança, e isso faz parte da nossa história 
enquanto humanidade. Se pegar uma aranha e observar a teia que ela faz e se perguntar 
como será a teia que ela fará daqui 100 anos, é claro que você vai me responder, será a 
mesma teia professor. E está correto em sua resposta, meu aluno, minha aluna.
Porém, se você pensar de como os seres humanos se deslocam hoje e como será 
daqui a cem anos, com certeza não será da mesma forma. Muitas mudanças, diversas 
criações, uma superação constante de dificuldades, crise, dilemas.
Mas, voltamos lá, nós bloqueamos nossa criatividade. Ao longo de nossa vida 
somos jogados a condições que nos limitam desenvolver a criação. Vamos lembrar alguns 
desses momentos? 
7.1 Família é tudo? Sim, para o bem e o mal
A menina cria com pedaços de madeira uma nave espacial, mostra para os pais 
com a intenção de poder explicar como funciona sua criação. Quer mostrar oquanto aquilo 
foi um desafio e uma expressão de sua forma de ver o mundo. 
Contudo, os pais olham para o objeto e não vêem naquilo nada de valor, algo que 
possam identificar com algo que existe, consideram o objeto disforme. E expressam sem 
hesitar, “que coisa feia?”. A filha ainda tenta explicar, resiste, “É uma nave espacial!” 
Depois de uma gargalhada, os pais afirmam, “Isso não é nada! Faça uma coisa 
mais inteligente, que tenha utilidade, minha filha!”
A decepção se instala. E se mina aos poucos a criatividade de um ser humano. 
Fora isso, quantas cobranças para não errar, a valorização de quem acerta e não 
de quem tenta. A busca de especulação constante é acompanhada muitas vezes com 
represálias a tantos questionamentos. 
Então, deixe as crianças questionarem, deixe elas perguntarem, se não há uma 
resposta pronta, porque não buscá-la. Uma boa hora para os pais admitirem que não 
sabem tudo.
7.2 Solução tem seu tempo e hora
Esta mania que temos, meus alunos, de achar que o ser humano criativo tem 
resposta para tudo. Não tem, mentira, ilusão. Primeiro é que criatividade não é dom, é 
estímulo. E muitas das respostas chegam em seu tempo e lugar.
Quantas vezes nos deparamos com problemas que não sabemos solucionar na 
hora que eles se apresentam. Porém, depois, quando estamos distantes deste ambiente, 
fazendo algo completamente diferente, a solução vem.
30E A CRIAÇÃO, COMO É QUE FICA?TÓPICO 7
Eu, meus alunos, já tive insights, a compreensão ou ideias, visões, possibilidades 
de compreender e agir em lugares inusitados. Por exemplo, tomando banho e cantarolando, 
canto mal por sinal, e, de repente, veio a resposta à questão. 
O padre Antônio Vieira, um dos personagens emblemáticos da literatura brasileira, 
viveu no período colonial e escreveu inúmeros documentos, cartas relatando a vida na 
colônia. Ele tinha sempre a afirmação que é preciso ver as coisas de outra forma, por outro 
ângulo, por outro prisma, um outro olhar.
O nosso problema é que estamos sempre vendo o mundo pelo nosso olhar, pela 
nossa forma, como se ela fosse a de todos os envolvidos e isso não é verdade.
Na Antropologia se fala da alteridade. Hoje, nas empresas se resume esta questão 
quando falamos da cultura empresarial. O quanto nossos hábitos consideramos comuns, 
costumeiros, se naturalizam e julgam as pessoas e os problemas preconceituosamente, 
com predisposição, com pré-conceito.
Essa visão unilateral não é boa. Ela acaba com a possibilidade de exercitar o 
contraditório e a criatividade se alimenta disso. É fundamental que isso ocorra.
7.3 Errar não é só humano e necessário
Claro que ninguém erra intencionalmente. As pessoas, normalmente, enfrentam 
dilemas, buscam resolver problemas, querendo acertar. Mas, nem sempre isso ocorre. E, 
vamos ser sinceros, meus alunos e minhas alunas, ninguém erra por acaso. O problema é 
o que fazemos com nossos erros.
Aprender com os erros não é somente eliminar possibilidades, é perceber que um 
erro pode ter uma utilidade assertiva. Melhorar a nossa compreensão e entender que o 
certo e o errado depende muito de contextos e definições. 
Não temos a resposta certa sempre. Em alguns casos, muitos problemas têm várias 
respostas. Há muitas maneiras de responder a uma realidade. 
Uma prática muito comum que percebo ao longo destes anos como professor é 
como as pessoas ironizam quem erra. Ridicularizam as respostas que não são o padrão 
esperado. Estamos, com isso, desestimulando a criatividade.
Muitas respostas fogem ao padrão, são inovadoras exatamente por isso, saem da 
casinha. Não respondem da forma esperada e sim inesperada. Pode ser de absurdos que 
surgem ações humanas. 
Quem não conhece a história da pasta de dente que passou a aumentar as vendas 
com o aumento do diâmetro da boca. Uma ideia dada por uma pessoa da manutenção em 
uma reunião de executivos. A resposta veio de uma pessoa que não se pensava. 
31E A CRIAÇÃO, COMO É QUE FICA?TÓPICO 7
Se descermos mais espaço a criatividade das pessoas e daqueles que nem sempre 
esperamos ou permitimos, seria possível incentivar ainda mais a criatividade.
Você sabe que o cérebro tem dois lados. Em um deles está a razão lógica, a forma 
sistemática que organizamos o pensamento e os valores daquilo que abordamos dentro 
de uma percepção de pensamento constante. O que o método cartesiano desenvolveu ao 
longo do tempo. Mas, há um outro lado.
Meus alunos, o outro lado do cérebro é o da imaginação, aquilo que transcende a 
razão lógica. Muito mais emocional, lida com nossas percepções afetivas e o potencial de 
sonhar a partir de nossa sensibilidade. Muitas pessoas consideram que esse lado não é 
bom e não faz bem.
Se queremos ser criativos teremos que deixar estes dois lados do cérebro funcionar. 
E aprendermos a usar um com a capacidade de cooperação com o outro. Veja o caso das 
metáforas, elas podem ser uma boa maneira de usar a razão lógica e a sensibilidade. Saber 
se fazer entender com elementos da vida cotidiana.
Se usássemos mais nossas experiências cotidianas para compreendermos as 
grandes questões de nossas vidas, poderíamos ter respostas surpreendentes. 
 
7.4 Dar tempo ao tempo é fundamental
Nós estamos ansiosos. Essa é uma realidade que prejudica a criatividade. Não 
somos capazes de dar um tempo a nossa percepção, nosso estado de espírito e ao cérebro. 
A resposta, a criação, a inovação precisa ser maturada e isso requer um tempo.
Cobramos muito das pessoas em nossa volta que respondam aquilo que desejamos. 
Infelizmente queremos respostas prontas. Nada de criativo surgirá em um ambiente desses. 
Nas empresas há muitas pessoas envolvidas, mas a grande parte delas não 
está em busca de encontrar respostas, querem apenas executar tarefas, fazer o que 
determinam fazerem. 
Você já imaginou quantos seres humanos com potencial de criação não se perde. 
Por isso, as empresas precisam envolver mais as pessoas no processo de criação. E, dar 
tempo para que seja maturada a possibilidade para que isso ocorra.
Meu aluno e minha aluna, se um dia vocês forem gestores de pessoas, 
aprendam a dividirem com elas dúvidas que necessitam inúmeras “cabeças” pensando. 
A posição diferenciada de cada um diante do problema pode trazer soluções 
inesperadas. Porém, sempre é bom repetir, de tempo em tempo, e a resposta virá. 
32E A CRIAÇÃO, COMO É QUE FICA?TÓPICO 7
7.5 Cuidado com a especialidade excessiva
Muito cuidado com o excesso de especialidade. O foco demasiado em uma determinada 
questão por um grupo de especialistas não implica na melhor solução. Em muitos casos é 
preciso visitar outras áreas de conhecimento para se ter resultados realmente inovadores.
Gosto de lembrar aos meus alunos que uma carreira profissional na atualidade é a 
capacidade de atuar em campos de conhecimento ou problemáticas que não tenham uma 
fronteira rígida de especialidades de conhecimento. 
Hoje há uma carência de profissionais com uma visão sistêmica que envolvam 
outras áreas que não somente aquela que é, aparentemente, o problema em questão.
Sugiro que você, meu aluno, minha aluna, de vez em quando, leia artigos, textos 
ou conteúdos de reportagens de áreas diferentes da sua e sobre questões que perpassam 
sobre seus interesses. Com certeza você fará grandes descobertas.
7.6 As boas práticas de um pensamento criativo
Claro que não há receita pronta. Sou um opositor árduo desta mania de manuais 
que resumem tudo em passos a serem dados. Isso não existe. O que e tem são pontos de 
reflexão e ação que podem nos ajudar a compreender melhor uma questão.
Acredito que um bom ponto de partida para a criatividade é ser explorador. Como 
falamos anteriormente, não se prenda a especialidades, saiba lidar de forma diferente com 
ambientes diferentes. Isso pode te trazer bagagem para enfrentar um determinado problema.
Um exemplo é a literatura. Ler um bom romance pode nos dar metáforas e reflexões 
sobre o que estamos atravessando. Ao mesmo tempo,comparações e experiências 
diferentes com o que estamos lidando.
Busque o máximo de visões e informações sobre uma questão “garimpando” em 
campos diferentes dos tradicionais de sua busca. Isto lhe fará bem.
Outra questão importante é saber ser artista, buscar desenhar uma realidade de 
forma diferente. Pensar com a cabeça do outro e imaginar saídas para problemas inusitados. 
Depois de se fazer uma busca nas leituras, filmes, viagens, ambientes que 
conhecemos com pessoas diferentes, porque não tentar descrever estas experiências 
colocando em um papel, para guardar constantemente, a importância do que se viveu.
Saber selecionar estes conteúdos diferentes que tivemos acesso, seja nas leituras, 
nos filmes, naquilo que as pessoas que conhecemos nos falaram. Aprender com o mundo 
sendo sensível a ele.
A partir destas ideias que construímos com nossas experiências, precisamos traçar 
planos e colocá-los no papel. Traçarmos um caminho a cumprir e seguir em frente. 
Lembrando sempre, o mundo resiste a novas ideias.
33
Todas estas questões que abordamos devem trazer sempre, meu aluno e aluna, o 
potencial que o pensamento crítico e analítico pode ter na vida das pessoas. 
Aqui falamos por diversas vezes da experiência profissional, daquilo que diz 
respeito ao ambiente de trabalho e a carreira nas organizações. Contudo, lembre-se que o 
pensamento crítico e analítico deve ser incorporado na sua vida.
São ações mais conscientes que fazem de nós pessoas necessárias e disputadas 
pelo mercado de trabalho. A capacidade resolutiva traz por si um ingrediente atrativo em 
qualquer ser humano. Não falo só do profissional.
Lembre-se, perceba, reflita, nós gostamos mais de conviver com quem está sempre 
pronto a ser solução. Não gostamos de pessoas que vivem reclamando, lamentando ou 
trazendo problemas. Pior, tem gente que vê problema inclusive onde ele não existe.
Logo, o pensamento crítico e analítico são pré-requisito para a criatividade. Quem 
antecipa problemas é quem começa pela solução. Espero que vocês, minhas alunas e meus 
alunos, incorporem as questões que apresentamos aqui e levem o ser crítico e analítico 
como uma parte de seu perfil profissional.
Na atualidade, a superficialidade com que tratamos de questões fundamentais à 
vida gera temor sobre o nosso futuro. Estamos lidando com temas que merecem maior 
consideração, respeito e responsabilidade na discussão.
Por isso, nos falta a capacidade de questionar de forma coerente o que é a 
condição em que os fatos relevantes se dão, o que os sustentam, quais os fatores que os 
fazem ser relevantes. 
Lembre-se sempre, boas perguntas são mais importantes do que uma imensa 
quantidade de respostas. 
Meus alunos, vivemos em um tempo em que as pessoas buscam respostas o 
tempo todo. Mais que isso, elas buscam fórmulas prontas e receitas para uma vida que 
desconhecem e não se dão ao trabalho de entender. 
A dúvida, na atualidade, virou medo. O medo levou grande parte dos seres humanos 
à ignorância. Sim, as pessoas têm medo da verdade. Logo, ignorar é uma defesa contra 
um mundo de descobertas que colocam em “xeque mate” as certezas, dogmas, que muitos 
querem levar como verdade.
CONCLUSÃO GERAL
34
Não se acovarde, meu aluno e minha aluna, em hipótese alguma. Ter uma postura crítica, 
desenvolver a capacidade de análise e gerar, criar, respostas aos dilemas que enfrentamos 
diferenciam os que dão um sentido à vida e os que estão neste mundo apenas para viver.
Meu aluno, seja protagonista de sua vida e a solução para a existência de tantos 
outros. Assim se constroem líderes e caminhos. 
Lembre, caminhante, não há caminho, ele se faz ao caminhar, 
Assim, espero que curta este poema de Antônio Machado, “Cantares”:
“Tudo passa e tudo fica
porém o nosso é passar,
passar fazendo caminhos
caminhos sobre o mar
Nunca persegui a glória
nem deixar na memória
dos homens minha canção
eu amo os mundos sutis
leves e gentis,
como bolhas de sabão
Gosto de vê-los pintar-se
de sol e grená, voar
abaixo o céu azul, tremer
subitamente e quebrar-se…
Nunca persegui a glória
Caminhante, são tuas pegadas
o caminho e nada mais;
caminhante, não há caminho,
se faz o caminho ao caminhar
Ao caminhar se faz o caminho
e ao voltar a vista atrás
se vê a senda que nunca
se há de voltar a pisar
Caminhante não há caminho
não há marcas no mar…
Faz algum tempo neste lugar
35
onde hoje os bosques se vestem de espinhos
se ouviu a voz de um poeta gritar
“Caminhante não há caminho,
se faz o caminho ao caminhar”…
Golpe a golpe, verso a verso…
Morreu o poeta longe do lar
cobre-lhe o pó de um país vizinho.
Ao afastar-se lhe viram chorar
“Caminhante não há caminho,
se faz o caminho ao caminhar…”
Golpe a golpe, verso a verso…
Quando o pintassilgo não pode cantar.
Quando o poeta é um peregrino.
Quando de nada nos serve rezar.
“Caminhante não há caminho,
se faz o caminho ao caminhar…
Golpe a golpe, verso a verso.”
 
Um imenso abraço! Obrigado por me acompanharem até aqui!
36
ACAYABA, Cíntia e ARCOVERDE, Léo. Feminicídios batem recorde no 1º semestre de 
2022 no Brasil quando repasse ao combate à violência contra a mulher foi o mais 
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COELHO, Humberto Schulber. O pensamento crítico: história e método. Juiz de Fora: 
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Paulo: Martins Fontes, 1999. (Coleção Tópicos)
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‘encolhe’ e já tem menos de 3 pessoas. 2023. Disponível em: https://oglobo.globo.com/
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2019-11/negros-sao-maioria-entre-desocupados-e-trabalhadores-informais-no-pais
https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2019-11/negros-sao-maioria-entre-desocupados-e-trabalhadores-informais-no-pais
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