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ENGENHARIA CLÍNICA UNIDADE III SEGURANÇA Elaboração Vinicius de Paula Flauzino Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração SUMÁRIO UNIDADE III SEGURANÇA ..............................................................................................................................5 CAPÍTULO 1 A GESTÃO DE RISCOS .......................................................................................................... 5 CAPÍTULO 2 INTERFERÊNCIA ELETROMAGNÉTICA NO HOSPITAL .......................................................... 11 CAPÍTULO 3 PLANO DE DESASTRE ........................................................................................................ 17 REFERÊNCIAS ........................................................................................................................23 5 UNIDADE IIISEGURANÇA CAPÍTULO 1 A GESTÃO DE RISCOS A Gestão de Riscos (GR) é o esforço organizado para identificar, avaliar e reduzir risco para pacientes, funcionários e empresas. No mundo inteiro, foram criadas agências reguladoras internacionais que desenvolveram técnicas de gerenciamento de riscos no desenvolvimento e na utilização dos dispositivos médicos. No entanto, os processos de gestão de riscos que ocorreram nos últimos 35 anos não foram inovadores e tiveram que desenvolver vários regulamentos internacionais para remodelar conceitos antigos. As aplicações da gestão de risco incluem os seguintes aspectos: » risco empresarial; » gerenciamento total da qualidade; » melhoria de desempenho; » técnica do sistema de inspeção de qualidade; » análise do modo de falha e efeito; » ação corretiva e preventiva; » análise de risco – ISO/IEC 14971 Cláusula 7; » análise de causas básicas. A GR toma as medidas necessárias para identificar, avaliar e abordar efetivamente o risco para acidentes e incidentes que podem causar falha em todo o processo ou sistema. A ocorrência falha raramente é ocasionada por um indivíduo; geralmente, há uma série de ações e interações resultantes que permite que a falha ocorra. A maioria das falhas foi ocasionada por erros básicos no GR, ocasionadas pela adesão de um processo sem teste (DYRO, 2004). 6 UNIDADE III | SEGURANÇA Quando o processo de GR é aceito parcialmente por um grupo, pode ocorrer a supressão da comunicação e diminuir a eficácia de todo processo. A GR utiliza como principal ferramenta a comunicação de informações consistente entre toda a equipe multiprofissional, os princípios básicos da gestão de riscos são o gerenciamento de dispositivos e fabricantes de dispositivos médicos (OLIVEIRA, 2018). 1.1. Definições da gestão de riscos A gestão de riscos pode ser definida como “um esforço organizado para identificar, avaliar e reduzir riscos para os pacientes, visitantes, funcionários e ativos das organizacionais. A American Society of Health care Risk Management (ASHRM) define a gestão de riscos como o processo de tomada de decisão que ajudará na prevenção de eventos adversos. Tomar essas decisões requer uma abordagem sistemática e científica para identificar, avaliar, reduzir, eliminar e evitar a perda de ativos financeiros, que podem gerar prejuízos a pacientes, visitantes, funcionários, equipe médica, independente de danos, roubo ou perda de propriedade pertencente a instituição de saúde ou profissionais da equipe multidisciplinar. O governo canadense definiu o risco como qualquer coisa ou evento que pode criar alguma dificuldade para as organizações de saúde alcançar as suas metas e objetivos. Assim, para essas instituições, a GR possui como foco a identificação, a avaliação, o controle e o domínio de riscos. A GR em design e produção de dispositivos médicos é composto por cinco atividades principais: planejamento, análise de riscos, avaliação de riscos, controle de riscos e controle de pós-produção (DYRO, 2004). 1.1.1. Histórico da GR em saúde O conceito de GR teve início nos Estados Unidos da América no setor de seguros de saúde. Principalmente relacionados as responsabilidades legais dos produtos voltadas para a saúde. O setor de seguros tinha e ainda mantém o interesse de reduzir a ocorrência e o impacto de eventos adversos. Foi criado um prêmio para as agências de seguros, que estavam abaixo de um valor pré-determinado sobre as perdas acidentais e reais de ativos, por exemplo um evento adverso como um hospital foi incendiado, a seguradora excedeu o limite estabelecido e os assegurados estavam em perigo eminente. Para prevenir esses problemas, as seguradoras implantaram o protocolo de GR. Por muitos anos, as práticas relacionadas ao GR foram utilizadas para a fabricação de dispositivos médicos e juntamente com outros setores de fabricação, por exemplo, equipamentos pesados e automotivo (DYRO, 2004). 7 SEGURANÇA | UNIDADE III 1.1.2. Processo de gestão de riscos Para aplicar a GR no departamento de engenharia clínica, é preciso entender os componentes básicos do processo de gestão de riscos. O processo consiste em cinco etapas: » Identificar e analisar exposições. » Considerar técnicas alternativas para o tratamento de risco. » Selecione a melhor técnica para gerenciar e tratar o risco. » Implementar a técnica selecionada. » Monitorar o processo de melhoria do programa de GR. 1.1.3. Estrutura do programa de gestão de riscos As estruturas e operações da GR podem ser diferentes em instituições de saúde, pois podem apresentar realidades, públicos e dinâmicas diferentes. Porém, há certos elementos que são comuns na maioria dos programas de GR, funções específicas variam de acordo com a complexidade das organizações e interesses do órgão regulador e diretor administrativo. Os programas de gerenciamento de riscos são baseados na segurança do paciente, preservação de ativos e identificação e prevenção de risco e perdas. A ASHRM sugeriu que existem seis áreas funcionais dentro do programa de gerenciamento de riscos: » identificação e tratamento de riscos, por meio da prevenção e redução de perdas; » gerenciamento do risco; » financiamento de risco; » conformidade regulatória e de credenciamento; » operações departamentais de gestão de riscos; » bioética. 1.1.4. Identificação de risco A identificação de risco é o processo pelo qual o engenheiro se conscientiza sobre a potencial exposição à perda. Uma exposição pode incluir lesão do paciente, perca de algum equipamento, processo reputação ou multas governamentais. Os métodos implementados para identificar riscos em potencial são os relatórios de incidentes, triagem de ocorrência, queixas de pacientes, pesquisa de satisfação do paciente, tempo 8 UNIDADE III | SEGURANÇA de inatividade do equipamento, relatórios de avaliação de risco e problemas. Os relatórios também podem ser usados para identificar potenciais ou reais eventos adversos. 1.1.5. Tratamento de risco O tratamento de risco utiliza as opções disponíveis para lidar com um risco específico. Risco pode ser controlado internamente por meio da prevenção, redução ou minimização. O risco pode ser controlado financeiramente, por meio do controle, da aceitação, da retenção e da transferência. A prevenção é usada quando o risco é evitável. Por exemplo, um hospital não consegue contratar funcionários para uma UTI neonatal, portanto, a organização transfere todos as gestantes para outros hospitais parceiros. A redução de riscos é muito utilizada, por exemplo, para realizar o treinamento da equipe multiprofissional sobre a utilização de um determinado equipamento, para prevenir, evitar, ou reduzir riscos durante a manipulação. A aceitação de riscos envolve assumir as perdas potenciais associadas a um determinado risco e realizar planos para cobrir os custos financeiros. A transferência de risco significa reconhecer que o atendimento médico não pode ser prestado sem assumir algum risco, que transfere o risco para seguradoras ou empresas terceirizadas (DYRO, 2004). 1.1.6. Financiamento deriscos O financiamento de riscos consiste em atividades para financiar perdas. Essa estratégia inclui a manutenção e coordenação de valores sobre a exposição do risco, por exemplo, capital de giro, custos de substituição e de interrupção de serviços. O método mais utilizado para o financiamento de risco é a compra de seguro. Os diretores das organizações devem tomar decisões sobre o que garantir, a justificativa para o seguro, limites de cobertura e pontos de fragilidade para garantir que todas as exposições sejam cobertas pelas seguradoras. 1.1.7. Revisão do contrato A revisão contratual é fundamental na avaliação do seguro, pois o contrato deve garantir que os serviços contratados tenham reponsabilidade e assegure a instituição de saúde contra eventuais problemas que possam ocorrer e que tenham responsabilidade sobre erros e omissões. O profissional responsável por realizar a GR deve participar da supervisão técnica de contratos para fiscalizar que as empresas cumpram todos as cláusulas do contrato (OLIVEIRA, 2018). 1.1.8. Coleta, análise e relatórios de dados Os gestores de risco devem desenvolver relatórios para demonstrar indicadores para administração hospitalar. Esse documento apresenta os eventos adversos, atividades 9 SEGURANÇA | UNIDADE III de prevenção de perdas e investigações. O departamento de gestão de riscos pode ser responsável pelo desenvolvimento políticas e procedimentos relacionados às atividades de segurança do paciente, como consentimento informado, relatórios, divulgação de eventos adversos e avaliações dos produtos e serviços contratados. Em alguns hospitais, gestores de risco encontram-se responsáveis pelo desenvolvimento de um programa de gestão de exposições de eventos adversos resultantes de contratos compra e alocação de dispositivos médicos. Figura 13. Gestão de risco. Fonte: https://engenhariaclinica.online/images/aqui.png. 1.1.9. O Setor de Engenharia Clínica na GR A GR é uma ciência utilizada para evitar e medir o risco, por meio da combinação de avaliação técnica do equipamento, do treinamento adequado da equipe técnica, da manutenção e da prevenção de falhas. A seleção segura de equipamentos necessita da avaliação das manutenções preventivas, softwares e possíveis upgrades. A deterioração gradual sem a manutenção pode trazer riscos à segurança do paciente. A GR pode ser identificada durante o processo de manutenção preventiva, por meio de dados sobre avaliação de possíveis fatores de risco, por exemplo, a identificação de falhas constante. A utilização de softwares para identificar dispositivos médicos críticos que possam colocar o paciente ou operador em risco é muito utilizado pelos setores de EC. Os responsáveis pelo setor de EC contribuem para o GR, por meio da identificação de riscos que são incidentes, relatórios de desempenho dos dispositivos médicos e investigação de eventos adversos, além de serem responsáveis pelo desenvolvimento plano de manutenção preventiva para identificar e tratar o risco. A análise de risco antes da aquisição de dispositivos médicos pode ajudar os administradores a determinar termos 10 UNIDADE III | SEGURANÇA e contratos para controlar riscos. O responsável do setor de EC pode rever os problemas clínicos, de instalações e equipamentos antes da aquisição para oferecer informações sobre formas desempenho e riscos dos equipamentos médicos hospitalares (OLIVEIRA, 2018). A GR deve ser adotado em todas as instituições de saúde. O responsável pela unidade EC precisa padronizar as ações de GR, por meio de manuais, protocolos e políticas prevenção de risco. Os manuais definem quais são os requisitos ideias, que são fornecidos pelo fabricante para instalar dispositivos e equipamentos médicos de forma segura. As políticas criadas devem ser identificadas com número e a data de início. Como as políticas e os procedimentos podem ser removidos ou revisados, uma cópia deve ser arquivada. As políticas e os procedimentos necessitam que sejam revisadas pelo menos uma vez ao ano ou conforme as necessidades da instituição (DYRO, 2004). No entanto, as políticas que foram revisadas e modificadas precisam ser informadas para toda a equipe multiprofissional, mas caso seja necessário seja modificar a utilização de algum equipamento como a ressonância magnética, é preciso que toda a equipe que utiliza o aparelho seja treinada e capacitada novamente para manipular o dispositivo. Embora aparentemente óbvio, todos os documentos devem conter o nome da instituição e o setor destinado (DYRO, 2004). As políticas e os procedimentos da instituição não devem ser infligidos por qualquer integrante da equipe multiprofissional, pois pode colocar em risco a segurança do paciente e do próprio operador. Os manuais do usuário devem estar presentes no local em que os equipamentos são utilizados e os membros da EC devem estar ciente da disposição, localização e responsáveis pelos manuais e não podem estar alocados em locais inacessíveis. O ponto crucial da GR é o treinamento adequado para os membros da EC para realizar as suas funções e entender quais são as suas contribuições individuais para GR e a segurança do paciente. A equipe multiprofissional deve passar por treinamento para operar o equipamento de forma segura. O serviço de educação continuada e treinamento deve documentar todos os treinamentos ofertados, por meio da lista de participantes, conteúdo do curso, data e presença de todos os membros da equipe. O treinamento de dispositivos médicos é importante tanto para os profissionais da equipe multiprofissional, quanto os membros do setor de EC. Os Erros dos usuários e uso indevido de dispositivos médicos foram ligados a múltiplos eventos adversos envolvendo paciente. Portanto, a equipe multidisciplinar deve passar por treinamento específico para manipular equipamentos médicos que são usados. Os equipamentos de alta tecnologia necessitam de treinamento especial, assim como a atualização e o treinamento clínico são indicados para toda a equipe (OLIVEIRA, 2018). 11 CAPÍTULO 2 INTERFERÊNCIA ELETROMAGNÉTICA NO HOSPITAL A densidade de ocupação do espectro eletromagnético está em constante aumento por causa da expansão de serviços sem fio (os culpados). Apesar dos esforços dos fabricantes de dispositivos clínicos para prevenir os efeitos da interferência eletromagnética (IE), relatórios de novos incidentes de IE em dispositivos médicos aparecem constantemente. A IE a partir de fontes de radiofrequência pode causar uma variedade de problemas nos dispositivos médicos e comprometer a segurança do paciente. Entre eles, podemos citar a interferência com dispositivos médicos, os sistemas de telecomunicações sem fio e a rede local sem fio. Este capítulo inclui recomendações sobre soluções para minimizar riscos e uma revisão de padrões internacionais sobre a IE (ALMEIDA, 2018). 2.1. Interferência eletromagnética A IE é um fenômeno que pode ocorrer quando um dispositivo eletrônico é exposto a um campo eletromagnético (EM). Qualquer dispositivo que tenha circuitos eletrônicos pode ser suscetível aos efeitos da IE. Com o uso cada vez maior do espectro eletromagnético, os dispositivos eletrônicos mais complexos e sofisticados estão imunes aos problemas de IE. Ao abordar problemas de IE, considere uma fonte, um caminho e um receptor. A energia eletromagnética da fonte se propaga por meio de um caminho que interfere o funcionamento de algum dispositivo que recebe a IE. O caminho pode ser conduzido, irradiado, indutivo ou acoplado a um capacitor com descargas eletrostáticas, ou uma combinação de todos que foram citados (DYRO, 2004). Portanto, para entender os efeitos do IE, é necessário considerar dois fatores: emissões e imunidade (também conhecida como suscetibilidade). As emissões são uma medida de energia eletromagnética de uma fonte de radiofrequência. A imunidade diz respeito ao grau de interferência de uma fonte de energia eletromagnética externa na operaçãodo dispositivo eletrônico. O dispositivo será imune até um certo nível de IE. Os três problemas mais comuns do IE são: a rádio frequência (RF) de interferência, descarga eletrostática e distúrbios de energia. 12 UNIDADE III | SEGURANÇA Figura 14. Interferência eletromagnética no hospital. Fonte: https://engenhariaclinica.online/images/onda.png. 2.1.1. Onda eletromagnética A radiação eletromagnética ocorre quando uma corrente alternada é gerada. Um campo eletromagnético é criado nas proximidades da fonte. A faixa, ou distância de irradiação do campo eletromagnético, pode aumentar quando está acoplado a um condutor. O campo magnético é irradiado pelo fluxo da corrente ao longo deste condutor. Mesmo com uma amplitude reduzida, uma corrente correspondente será gerada quando outro condutor for submetido ao campo do irradiador. O campo irradiado terá muitas características, como a amplitude, periodicidade e forma de onda (ALMEIDA, 2018). A amplitude da corrente alternada define a energia do campo irradiado. Este campo é geralmente expresso em volts por metro (V/M). Amplitude na fonte ponto (condutor transmissor) definirá, em conjunto com frequência e distância, a amplitude do campo eletromagnético induzido no condutor secundário (receptor). A periodicidade ou frequência de alternância é expressa em Hertz por segundo, o que permite o cálculo do comprimento da onda irradiada do campo eletromagnético. 13 SEGURANÇA | UNIDADE III O conhecimento do comprimento da onda, do radiador e do condutor secundário em que a energia irradiada, fornece uma estimativa da amplitude potencial desenvolvida por ou dispositivo. As formas de onda que não sejam lineares (sinusoidal) podem produzir múltiplas frequências variáveis. O principal exemplo de uma forma de onda não linear é a onda quadrada (DYRO, 2004). A onda quadrada produz uma gama de frequências múltiplas ou harmônicas. A maioria dos dispositivos digitais gera ondas quadradas. Conforme a amplitude no ponto de geração, a eficiência do radiador auxiliar (antena), a frequência gerada e a forma de onda, o potencial de interferência entre dispositivos médicos digitais podem existir por muitos quilômetros a partir da fonte de radiação eletromagnética. As ameaças IE vêm de uma infinidade de fontes. Estes são amplamente divididos em duas categorias: dispositivos que emitem radiação eletromagnética intencional para comunicações e controle, e dispositivos que, como subproduto de sua operação, emitem radiação de forma não intencional (acidental). Algumas das principais fontes de IE encontrados no ambiente clínico são: Radiadores intencionais: » estações de transmissão de televisão: Analógica e digital; » estações de rádio; » rádio móvel terrestre: base fixa (FB), fontes de rádio móveis e portáteis bidirecionais; » paginação: transmissores de serviço de mensagens sem fio unidiretivos e bidireíveis; » telefones celulares; » assistentes digitais pessoais sem fio; » dispositivos de rede sem fio; » usuários não licenciados e não autorizados de equipamentos de comunicação de rádio bidirecional (Piratas) (ALMEIDA, 2018). Radiadores não intencionais: » sistemas de iluminação (especialmente florescente); » sistemas de controle de alta energia, especialmente controladores de velocidade variável; » serviços elétricos com mau funcionamento; » motores elétricos do tipo universal; 14 UNIDADE III | SEGURANÇA » oxímetros de pulso; » displays, computador, televisão e instrumentação; » redes de computação com fio; » dispositivos de detecção de incêndio e alarme “inteligentes”; » unidades eletrocirúrgicas; » desfibriladores. Os desafios e as respostas institucionais impostas pela presença dessas fontes IE podem ser dividido em quatro partes: mitigação, detecção, correção e prevenção. Embora as fases de mitigação e prevenção pareçam ser semelhantes, elas diferem em suas abordagens e aplicações. 2.2. Controle de efeito do IE 2.2.1. Mitigação Na fase de mitigação, a principal preocupação é reduzir o risco emissão de IE em dispositivos que emitem radiação eletromagnética não intencional ou intencional, de energia irradiada ou conduzida. As fontes dos dispositivos podem ser internas ou externas. A mitigação é realizada em parte pela análise cuidadosa de um dispositivo, o que inclui os acessórios e ambiente eletromagnético em que será utilizado. Uma abordagem bem-sucedida foi implementada no Hospital Infantil do Texas no EUA, que foi realizada em duas fases: análise completa do ambiente em que o dispositivo deve ser colocado e uma análise igualmente completa do dispositivo clínico em si. Os procedimentos de quantificação potencial da IE, análise ambiental e planejamento das instalações servem para mitigar a IE. O planejamento, a expansão ou remodelação de uma instalação hospitalar necessita de uma comunicação clara e concisa entre arquitetos, empreiteiros e o departamento de engenharia clínica são vitais em todas as etapas do projeto (DYRO, 2004). 2.2.2. Detecção A detecção é implementada após o relato de um mal funcionamento do dispositivo, por meio de uma análise preliminar do incidente, que pode indicar se o problema foi ocasionado pela IE intermitente ou permanente. No caso de problemas contínuos, pode ser atribuído o defeito no aparelho, mas antes de apontar a falha do aparelho, deve ser realizado uma investigação cuidadosa com vários testes para captar interferência de IE. 15 SEGURANÇA | UNIDADE III Uma vez que o tipo e fonte da interferência é detectada e analisada, o próximo passo é reduzir ou eliminar a interferência no dispositivo. A fase de detecção pode eliminar a possibilidade de interferência eletromagnética como o culpado e a causa de operação inadequada de um dispositivo específico. De fato, investigação subsequente pode revelar problemas técnicos de um equipamento (ALMEIDA, 2018). 2.2.3. Correção A correção dos efeitos IE nos dispositivos afetados pode ser realizada de muitas formas, porém, para alguns equipamentos que foram danificados pela IE, a manutenção corretiva torna-se impraticável. Os dispositivos que passaram pelo processo de manutenção deverão passar por testes de especificações do fabricante e da ANVISA. Em alguns casos, quando o ambiente fornece risco para o dispositivo, ele deve ser removido e toda a área precisa ser verificada, pois em alguns locais a radiação eletromagnética pode ser emanada pela fiação antiga ou abandonada. A IE em equipamentos médicos, que são originárias da fiação ativa, conduítes etc. Esse mesmo problema pode ser detectado em sistemas telefônicos. 2.2.4. Prevenção A prevenção da IE ocorre por meio da limitação de prováveis fontes de interferência em toda a instituição de saúde e compra de dispositivos médicos que são imunes a IE. No geral, esse processo pode reduzir o risco de IE e melhorar o funcionamento de dispositivos médicos. 2.2.5. Programas e procedimentos Testes para compatibilidade eletromagnética (TCE) no ambiente clínico mostram as condições IE em toda área hospitalar. O hospital possui várias fontes de RF e EI que podem estar presentes em qualquer lugar. As fontes de IE precisam ser isoladas e analisadas e, para captar as fontes de interferência, é necessário que os profissionais do setor de EC conheçam as seguintes característica dos equipamentos: » funcionamento de dispositivos médicos e sua suscetibilidade ao IE; » modalidades de propagação de RF e teoria da interação; » sistemas e técnicas de análise de espectro (preferencialmente com recursos de análise de assinatura); » metodologia estabelecida para investigar problemas suspeitos de IE, o que inclui protocolos e padrões de teste (DYRO, 2004). 16 UNIDADE III | SEGURANÇA Os procedimentos e os testes adaptados para o ambiente clínico em conjunto com a equipe técnica da EC treinada para diagnosticar a RF aumentam as chances de controle do IE nas instituições de saúde e tornar as instituições de saúde segura. Os métodosempregados pela OATS (Open Antenna Test Site) utilizam a seleção de um analisador de espectro do tipo de teste para captar dispositivos que emitem RF intencional ou incidental, assim como o ambiente em que esses dispositivos operam. Dispositivos de banda larga indicam atividade relativa de RF, mas não indicam as frequências operacionais ou tipos de modulação. Ambas as características, independentes e em conjunto, afetam os equipamentos médicos. Muitos fatores afetam os resultados dos testes, o que inclui variáveis complexas de absorção e reflexão (ALMEIDA, 2018). 17 CAPÍTULO 3 PLANO DE DESASTRE No ambiente incerto de hoje, toda organização precisa de um plano de desastres ou emergência. Eventos como o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, o rompimento da barragem em Mariana, o incêndio no Hospital Federal de Ipanema no Rio de Janeiro e no Hospital Estadual Pérola Byington em São Paulo, certamente chamou a atenção para a necessidade de planos de desastre em particular as instalações públicas em todo o país. Os EUA, por exemplo, exigem que as instituições de saúde tenham um plano de desastres desde 1967. Desde então, os planos de desastre passaram por uma transformação e passaram a se chamar de planos de gerenciamento de emergência, que englobam processo de preparação, planejamento e recuperação. O departamento de EC deve realizar o plano desastres relacionado com o serviço de backup para outras atividades relacionadas como a operação e gestão das instalações, pensamento crítico, logística, suporte e aquisição de insumos. Nos EUA, foi criado uma cartilha sobre atuação do departamento de EC em caso de catástrofes, desastres e emergência. Este manual identifica os deveres e tarefas do engenheiro, como: » serviços administrativos; » serviços de informação; » gerenciamento de registros de pacientes; » sistemas de comunicação; » logística de produtos médicos; » gerenciamento de materiais perigosos; » sistemas de tratamento e testes de gestão de água e resíduos; » gerenciamento de instalações; » integridade estrutural; » habilidades clínicas como: ressuscitação cardiopulmonar (rcp) e certificação de primeiros socorros; » gerenciamento de vítimas. O plano de desastre pode ser abrangente e, infelizmente, nenhum especialista pode prever todos os tipos possíveis desastres, internos ou externos. Os propósitos do plano global de desastre são identificar cenários potenciais de desastres e oferecer 18 UNIDADE III | SEGURANÇA uma estratégia de contingência para permitir que os profissionais consigam lidar com qualquer problema. Os objetivos do plano de desastres são os seguintes: » atender de forma rápida e eficaz a todos os indivíduos que necessitam de atendimento médico; » proteger pacientes, visitantes e funcionários de possíveis lesões; » proteger propriedades, instalações e equipamentos; » correlacionar e participar de planos de desastres comunitários; » delinear as responsabilidades de cada departamento; » preparar os recursos da equipe e do hospital para o melhor desempenho em caso de emergência. » atender o público em diversas emergências, conforme mostra o quadro a seguir (DYRO, 2004). Quadro 1. Emergências. As principais emergências Fogo Derramamento químico com liberação tóxica Acidentes com múltiplas vítimas Explosões Nevasca (neve ou tempo inclemente) Acidente industrial Colapso estrutural de edifícios Acidente de trânsito grave com múltiplas vítimas Ameaça de bomba Alagamento Desastre em aeroporto Motim Atividade terrorista Situação de reféns Terremoto Acidentes químicos Tornado Acidentes biológicos Fonte: elaborado pelo autor. 3.2.1. O plano de desastre da Joint Commission International (JCI) A JCI Inseriu o plano de desastres em 2001 no processo de acreditação. As organizações foram orientadas para elaborar um plano com “todos os perigos” dentro da instituição, com a finalidade de criar um plano de desastre para rever, analisar e abordar todos os perigos que são prováveis ameaças para a comunidade. Os requisitos da JCI se aplicam para todas as instituições de saúde, os padrões que serão avaliados foram divididos em quatro áreas: 19 SEGURANÇA | UNIDADE III » plano de gestão de preparação de emergência; » plano de gestão de segurança; » plano de gestão de materiais perigosos e resíduos; » exercícios de preparação de emergência. A JCI define um desastre como um evento ocasionado pela natureza ou homem que interrompe de forma abrupta o cuidado ou tratamento de saúde dos pacientes nas instituições de saúde. As organizações devem fornecer treinamento para os funcionários e exercícios anuais sobre desastre em quatro fases (mitigação, preparação, resposta e recuperação). A JCI recomenda que o plano de desastre seja de fácil adaptação para diversos tipos de desastres, pois, conforme o programa de acreditação da JCI, os desastres locais acontecem de forma inesperadas e podem perdurar entre 24 e 48h. As instituições de saúde precisam de apoio de serviços médicos de hospitais locais, bombeiros, polícia e agências de saúde pública e devem estar preparados para trabalhar em conjunto. As normas da JCI para o “Plano de Gestão de desastres” exigem que os hospitais abordem os seguintes temas: » procedimentos específicos em resposta a uma variedade de desastres ou emergências; » plano comunitário; » plano para acionar as autoridades externas; » espaço, suprimentos e segurança; » isolamento radioativo ou químico e descontaminação; » pessoal pronto e qualificado; » local de evacuação; » triagem rápida de feridos; » treinamento da equipe multidisciplinar; » monitoramento de desempenho; » avaliação anual. 20 UNIDADE III | SEGURANÇA Figura 15. Incêndio em instituição de saúde. Fonte: https://engenhariaclinica.online/images/vitimas.png. É importante que os responsáveis pelo setor de EC abordem cada elemento do plano de desastre e como ele se aplica ao seu departamento e aos membros da equipe. Os avaliadores da JCI agendam avaliações no local e examinará como a organização desenvolve, implementa e melhora o plano de desastres. Os avaliadores vão examinar se os possíveis eventos foram identificados e abordados (DYRO, 2004). 3.2.2. Análise de vulnerabilidade de risco A JCI, no seu programa de acreditação, exige que as instituições de saúde credenciadas avaliem proativamente suas vulnerabilidades a fim de criar um plano de desastres. A análise deve ser realizada uma ou duas vezes ao ano ou alterado quando ocorre mudanças significativas que possam afetar a análise da equipe de auditoria. Todas as instalações devem ser avaliadas para coletar informações sobre a vulnerabilidade de riscos, com a finalidade criar um plano de desastre específico para a organização de saúde. Uma análise completa de vulnerabilidade requer as habilidades e os conhecimentos de muitos diferentes profissionais. O engenheiro clínico ou biomédico pode contribuir para a avaliação em conjunto com outros profissionais como engenheiros civil, elétricos, arquitetos e equipe multidisciplinar. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Organização mundial de saúde oferece um livro para mitigar desastres e realizar as análises de vulnerabilidade e determinar prioridades. As vulnerabilidades são 21 SEGURANÇA | UNIDADE III separadas nas seguintes categorias: estrutural, médica, administrativo e organizacional. As avaliações de vulnerabilidade podem ser usadas para melhorar o plano de desastres. OMS ressalta a importância da mitigação de desastres por meio da adoção de medidas preventivas. Antes de avaliar os perigos e as vulnerabilidades da organização, deve-se calcular a probabilidade que um desastre ocorra. Os que devem ser considerados são o impacto da geografia, proximidade com indústrias perigosas, histórico de desastres, sistema alerta e agitação social ou política. Após uma avaliação da probabilidade de desastre, a equipe deve estimar o dano potencial que uma eventualcatástrofe pode causar perda e dano que poderia resultar. A avaliação estrutural começa com uma inspeção visual das instalações. Embora não faça parte da análise, a mitigação poderia começar imediatamente reparando problemas estruturais existentes e problemas que foram diagnosticados. Durante o plano de desastre, o setor de EC necessita prover os seguintes itens: » Eletricidade: a eletricidade é essencial para o funcionamento de equipamentos essenciais que são utilizados pela equipe multidisciplinar em unidades críticas como centro cirúrgico, unidade terapia intensiva, banco de sangue, berçário, laboratório, pronto-socorro e radiologia. » Gerador de emergência: o gerador de emergência deve estar pronto para ser utilizado, além de ser identificado e passar por testes constante, o setor de EC precisa informar sobre o tempo que o gerador consegue e fornece energia elétrica e quais os setores que serão abastecidos. » Suprimentos de água: as instituições de saúde precisam de uma fonte de água potável para funcionar, pois os profissionais precisam realizar a lavagem das mãos para a prevenção de infecções e alguns dispositivos necessitam de água para funcionar, como por exemplo, sistemas de vácuo, maquinário da central de material e esterilização (CME), equipamentos de diálise etc. » Sistemas de gases médicos: precisam de cilindros portáteis para backup, alarmes para suprimentos de gás médico e liberação acidental de óxido de etileno e outros gases perigosos, perda de oxigênio canalizado devido à falha no fornecimento a granel, transferência automática para reserva de sistema de fornecimento de oxigênio e baixa pressão. » Dispositivos médicos: além de um inventário atualizados com os de equipamentos em uso, os profissionais de EC precisam conhecer os aparelhos que estão armazenados e prontos para uso em caso de emergência (DYRO, 2004). 22 UNIDADE III | SEGURANÇA O responsável pelo setor de EC deve desenvolver um plano de desastre para a sua seção, com procedimentos operacionais padrão específicos para a unidade de EC. Cada aspecto do plano de desastre deve ser revisado e compreendido por todos os integrantes. Os principais desastres que podem acontecer são: incêndio, desastres naturais (terremotos, tornados, furacões, tufões e inundações) contaminação biológica e química de equipamentos (DYRO, 2004). 23 REFERÊNCIAS ALMEIDA, A. A. et al. Interferência eletromagnética causada por emissões conduzidas em eletromédico. Revista Diálogos Interdisciplinares, v. 8, n. 2, 2019. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual para regularização de equipamentos médicos na ANVISA. Brasília/DF, 2021. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Boas práticas de aquisição de equipamentos médico- hospitalares. Brasília/DF, 2018. BESKOW, W. B. Sistema de informação para o gerenciamento de tecnologia médico-hospitalar: metodologia de desenvolvimento e implementação de protótipo. [tese] Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 2001. Disponível em: http://bit.ly/2bznfe6. 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Contrato de manutenção. 2021. Disponível em: https:// engenhariaclinica.online/images/chefe.png.Acessado em: 11 abr. 2021 _Hlk90324576 _Hlk90324773 _Hlk90324618 _Hlk90334709 _Hlk102084353 OLE_LINK42 OLE_LINK43 OLE_LINK44 OLE_LINK45 OLE_LINK48 OLE_LINK51 _Hlk100423434 OLE_LINK46 OLE_LINK47 _Hlk90325061 _Hlk102078695 _Hlk90325038 OLE_LINK49 OLE_LINK50 _Hlk90325246 _Hlk102084259 OLE_LINK52 OLE_LINK53 _Hlk102079024 UNIDADE III SEGURANÇA Capítulo 1 A gestão de riscos Capítulo 2 Interferência eletromagnética no hospital Capítulo 3 Plano de desastre Referências