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Pneumonia Nosocomial
Nunes, Melissa Possa - Graduando em Enfermagem – Fadergs - Porto Alegre/RS
Costa, Taíssa Pavani - Graduando em Fisioterapia – Fadergs - Porto Alegre/RS
Resumo
É definida como infecção do aparelho respiratório inferior associada à Assistência de Saúde (IRAS), não estando presente nem em fase de incubação no momento da chegada ao hospital; é considerada a 2ª causa mais frequente de morbilidade e mortalidade em pacientes hospitalizados.
Palavras-Chave: Pneumonia nosocomial, Pneumonia hospitalar, Infecção hospitalar.
Descrição
Adquirida no meio hospitalar sendo o risco de 0,5% - 1,0% dentre todos os pacientes hospitalizados, porém na UTI este risco aumenta para 20% e destes (pacientes em ventilação mecânica invasiva) o risco varia de 21% - 67%. 
Classificação
Pneumonia Adquirida no Hospital (PAH): Diagnosticada após 48 horas de internação (sem incubação na chegada ao hospital).
Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAVM): Diagnosticada entre 48 – 72 hs do início da ventilação mecânica.
Podendo ser precoce (até 4º dia de internação/intubação) ou tardia (após 5º dia de internação/intubação). 
Patogênese
A microaspiração de material orofaringeo onde diversas doenças debilitantes, condições de estresse agudo, uso prévio de antibióticos e o tempo de internação são fatores modificadores desta flora. Com a troca de bactérias predomínantes (habituais) da orofaringe Gram-positivas (Corynebacterium spp, Streptococcus sp, etc.) pelos bastonetes Gram-negativos (Escherichia coli, Klebsiella sp., Enterobacter sp., Serrada sp. e Proteus sp.) em uma semana da hospitalização levam ao desenvolvimento da PAH/PAVM. Em determinados grupos de pacientes (neurológicos, diabéticos e renais crônicos) os S.aureus são agentes frequentes.
Fatores de Risco
Foram distribuídos entre três grupos diferenciados de pacientes:
Pacientes em unidades de internação: idade>65-70 anos, internação prolongada, antibióticos/medicamentos, DPOC, diabetes, politraumatizados, etilismo, obesidade, tabagismo, desnutrição, insuficiência cardíaca/hepática, acidose metabólica, uremia, cirurgia toraco-abdominal, alteração de consciência e deglutição, diminuição do reflexo da tosse, SNG/SNE, infusão de dieta e manutenção do paciente em supina, entubação orotraqueal ou presença de cânula traqueal, doenças sistêmicas e/ou neurológicas e aspiração de secreções orofaringe/gástrica..
Pacientes em UTI: alteração dos reflexos das vias aéreas, apache II >16, profilaxia para hemorragia gastrointestinal, sedação, ventilação mecânica>48 hs, re-intubações, uso de bloqueadores H2, higiene oral inadequada/ausente, queimaduras extensas, choque, sepse, distúrbios de coagulação.
Pacientes com diagnostico de PAVM: monitorização da PIC, uso de bloqueadores H2 e a mudança dos circuítos do ventilador todas as 24hs, biofilme de bactérias no interior do tubo, aspiração oro-traqueal (sistema aberto/fechado) inadequada, higiene oral inadequada/ausente e medicamentos.
Diagnótico
Os métodos utilizados são: 
Métodos Microbiológicos: aspirado traqueal (escarro), esfregaço orofaringe, biópsia pulmonar (toracotomia), biópsia transbronquica, punções pulmonares aspirativas, líquido pleural, hemocultura (bacteremia) e lavado bronco-alveolar (protegido).
Métodos Imunológicos: divididos em métodos sorológicos (espécie-especifica), detecção de antígenos (bacterianos e virais) e marcadores de resposta inflamatória (adultos: interleucina 6 (IL-6) e pediatria: proteína C-reativa e pró-calcitonina (PCT) em casos de sepse bacteriana, infecções bacterianas (neonatal) e na diferenciação entre pneumonia viral e bacteriana).
Radiológico: Raio-X com infiltrado sugestivo de PAH/PAVM.
Clínico: Associando o Raio-X (mínimo dois sintomas): aumento/mudança do aspecto da secreção traqueal, hipertermia>38ºC ou hipotermia<35ºC, 4.000cel/ml >leucócitos>12.000 e piora ventilatória.
Avaliação da Gravidade: Consideradas graves quando a FR>30/min, FiO2>33 para SatO2>90%, envolvimento multilobar ou bilateral e PAS<90mmHg ou PAD<60mmHg.
Assistência de Enfermagem e Fisioterapia
Cuidado com troca de circuitos, filtros e umidificadores;
Limpeza e Conservação dos equipamentos (ambu, máscara, estetoscópio, mesas de apoio, bancadas,...);
Cuidados durante banho e mudança de decúbito;
Aspiração das Vias Aéreas (aberto ou fechado);
Higiene Oral com Clorexedine à 2% (aquoso);
Manter a cabeceira elevada ângulo 30°- 45°;
Higienização das Mãos (antes, durante e após atendimento);
Uso de luvas, óculos de proteção e máscara;
Administração de Antibióticos respeitando os horários aprazados;
Testar a SNG/SNE antes de iniciar a dieta, avaliar a motilidade intestinal através da ausculta e medida de volume gástrico.
 
Assistência de Enfermagem e Fisioterapia
Cuidados durante a realização dos movimentos e mudança de decúbito;
Cuidado com os circuitos durante a aspiração das vias aéreas;
Retornar a cabeceira elevada ângulo 45° após os exercícios;
Higienização das Mãos (antes, durante e após o atendimento);
Uso de luvas, óculos de proteção e máscara;
Limpeza e Conservação dos equipamentos (ambu, máscara, estetoscópio,...)
Monitorização e ajuste adequado da pressão do cuff, nos momentos em que o paciente for submetido a modificações na inclinação da cabeceira do leito (prevenir o escape aéreo).
Conclusão
Após conhecer as causas que levam a esta infecção verificamos a necessidade de se adotar medidas de prevenção implantando rotinas de controle, padronização de condutas e a educação contínua de todos os profissionais que trabalham com pacientes predispostos a esta síndrome. Sendo a responsabilidade pelo sucesso ou não das medidas profiláticas de infecções nosocomiais de toda equipe (de enfermagem, médica e fisioterapia). Especialmente da equipe de enfermagem, que responde por vários mecanismos de prevenção, seja em atividades administrativas, de supervisão e treinamento de pessoal, seja nos cuidados prestados aos pacientes admitidos nas unidades de atendimento e UTI. 
Portanto não se pode fugir ao compromisso ético-social de procurar preservar o bem-estar físico, mental e emocional do paciente, buscando a excelência no atendimento, competência profissional resultando na redução das ocorrências de PAH/PAVM.
Bibliografia
Patologia–Bases Clinicopatologicas de Medicina (RUBIN) 
Doenças–Da Sintomatologia ao Plano de alta (Coleção Praxis de Enfermegem vol.2)
Medicina Interna–vol. 5,n.3,1998(Ana Maria Nogueira),
www.scielo.br, 
pt.slideshare.net, 
tuasaude.com.br, 
pneumoatual.com.br, 
fen.ufg.br, 
revista.fmrp.usp.br, 
revista.hupe.uerj.br,
famema.br,
estudogeral.sib.uc.pt
http://www.medicinaintensiva.com.br/ApacheScore.htm
http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?id_materia=4189&fase=imprime
	Disciplina: Sistema Respiratório – Prof.ª Mabel P. Tossi Setembro/2015

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