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Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 1 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos Solos: representam 29,2% da superfície terrestre. Intemperismo de Rochas Formação de Solos Físicos Químicos Biológicos FORMAÇÃO DOS SOLOS 2 Resultam da interação entre a litosfera, atmosfera, hidrosfera e biosfera Físicos Químicos P ro c e s s o s Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 3 Intemperismo Químico de Rochas 1. Hidrólise: reação fundamental no intemperismo. Ex.: obtenção de caolinita a partir de feldspatos: 2KAlSi3O8(s) + 2H3O + (aq) + 7H2O Al2Si2O5(OH)4(s) + 4H4SiO4(aq) + 2K + (aq) (feldspato) (caolinita) (ac. silícico) Dessalinização: ocorre na hidrólise posterior: Al2Si2O5(OH)4(s) + 5H2O 2Al(OH)3(s) + 2H4SiO4(aq) Além de causar intemperismo, a hidrólise modifica minerais: Fe2O3 (hematita) + H2O → 2FeOOH (goetita) Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 4 2. Quelação Evidências experimentais indicam que: 90% de Fe e Al formam complexos orgânicos solúveis nos solos. Ácidos Húmico e Fúlvico: ligantes multidentados que aceleram o intemperismo químico por complexação. Ácidos fulvicos: C135 H182 O95 N5 S2 Ácidos húmicos: C187 H186 O89 N9 S2 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 5 Também complexionam com ligan- tes inorgânicos, Ex., ligam-se forte- mente ao ânion do ácido cítrico. Types of metal–citrate complexes. 3. Oxidação-Redução Minerais contendo metais em baixos estados de oxidação quan- do expostos ao ar, oxidam-se. Ex.: Fe contido na mica produz vermiculita: K2(Mg, Fe(II)6(AlSi3O10)2(OH)4 → Mg0,84(Mg5,05,Fe(III)0,9)(Si2,74Al1,26O10)2(OH)4 (mica) (vermiculita) Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 6 4. Troca Iônica: íons móveis livres de um sólido ou solução são trocados por íons de carga similar de outro sólido ou solução. M+ X- + N+ Y- M+ Y- + N+ X- Troca Aniônica R- Z+ + P- W+ R- W+ + P- Z+ Troca Catiônica Principais Processos Redox no Solo: envolvem Fe (abundante na crosta terrestre). Mas: A química redox de outros elementos (Mn, Cr, As) também é importante. Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos As reações de troca iônica alteram: 1. Disponibilidade de elementos nos colóides do solo causando mudanças estruturais; 2. Os espaços entre as camadas e consequentemente, o compor- tamento físico e químico do solo 7 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 8 Quando um nutriente é captado pelas raízes, H+ é trocado: Solo}Ca2+ + 2CO2 + 2H2O Solo}(H +)2 + Ca 2+ (raiz) + 2HCO3 - Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos Constituído por camadas com composição e propriedades específicas. ESTRUTURA DOS SOLOS que pode ser reduzida a frag- mentos ou pó (duro) (mole) Topo: contém várias formas de vida e seus resíduos. Subsolo: possui matéria inorgânica e orgânica, sais e partículas de argila lixiviadas do topo. Húmus: matéria orgâ- nica resultante da de- composição de vege- tais e animais mortos ou de seus subprodu- tos. 9 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos . Minerais: 46% . Ar: 25% . Água: 25% . Matéria Orgânica: 4% Os poros entre as partículas ocupam 35 a 60% do volume e contêm água e ar, essenciais à vida do solo. COMPOSIÇÃO DOS SOLOS 10 Ar nos Solos Constituído pelos mesmos gases atmosféricos (O2, N2 e CO2), mas em diferentes proporções. Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 11 Em geral, o solo contém em relação à atmosfera: Mais CO2 (pode ser ≈ 5%) e menos O2 (pode ser ≈ 15%) que a atmosfera, devido à: • Respiração de microorganis- mos • Oxidação da matéria orgânica Em geral, um maior teor de CO2 torna os solos ácidos: CO2 + H2O H + + HCO3 - Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 1. Água Higroscópica: adsorvida na superfície das par- tículas de solo (película envolvendo as partículas). Tipos de Água nos Solos 12 2. Água Capilar: Preenche os poros menores (poros capilares) e é retida devido à tensão superficial. 3. Água Gravitacional (gravitativa): não é retida, sendo drenada por ação gravitacional. Preenche os poros maiores (poros gravitativos). Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos Porção Mineral dos Solos Idade dos solos Desgate de rochas Depende 13 Em geral, solos mais velhos são mais desgastados e com menor teor de minerais essenciais Minerais dissolvidos presentes como catíons: H+, Ca2+, Mg2+, K+, Na+ (em menor %: Fe2+, Mn2+, Al3+) Minerais dissolvidos presentes como ânions: HCO3 -, CO3 =, HSO4 -, SO4 =, Cl-, F- Silício: A areia é sobretudo, SiO2 e as argilas são misturas de silicatos. Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 14 Porção Orgânica dos Solos 1. Fontes Primárias de Matéria Orgânica: materiais frescos e/ou em vários estágios de decomposição (tecidos de plantas, folhas, galhos). 2. Outras Fontes de Matéria Orgânica: Carboidratos dos tecidos de plantas (celulose, hemicelulose, amido). Biomassa microbiológica: bactérias, algas, fungos, vermes, protozoários, insetos, raízes, animais superiores (toupeiras, cobras). Teor de Matéria Orgânica: < 1% a ~ 5% da massa do solo. minhoca Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos Resíduos vegetais e animais em vários estágios de decompo- sição. Solo rico em vegetais, insetos, minhocas, micróbios: muito poro- so podendo ter 25% do volume ocupado por ar. A habilidade em manter o ar depende do tamanho das partículas e do modo como estão compactadas entre si. Minhocas, formigas e outros ani- mais contribuem para a aeração, circulação de água e transporte de matéria orgânica Materiais orgânicos: fo- lhas, excrementos, animais mortos Materiais inorgânicos: areia, argila e fragmentos de rocha 15 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 16 16 Húmus: matéria orgânica resultante da de- composição de vegetais e animais mortos ou de seus subprodutos. Porção escura que permanece após longa decomposição. Ótimo suprimento de O2. Húmus Turfa: resulta da decomposição de vegetais em ter- renos pantonosos. Solos derivados de turfas ou camadas superficiais de solos florestaispossuem teores mais altos de matéria orgânica. A matéria orgânica aumenta a capacidade do solo em manter água (atua como esponja). Turfa Turfa Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos NUTRIENTES Assimilados através de: Raízes: minerais (em grande parte) Nutrientes obtidos a partir do ar e água: não são minerais Macronutrientes: absorvidos em grande quantidade • Primários: N, P, K • Secundários:Ca, Mg, S Micronutrientes: absorvidos em pequena quantidade: B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo, Na, V, Zn 17 Folhas: também absorvem minerais Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 1,5% 0,5% 0,4% 0,1% 0,06% 0,05% 0,05% 0,002% 0,001% 0,0005% 0,0001% 3,5% 18 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 19 TIPOS DE SOLOS AREIA Partículas grandes vistas a olho nu) SILTES Partículas inter- mediárias e pouco visíveis a olho nu PEDREGULHO Partículas maiores ARGILAS Partículas de menor diâmetro. Só observadas por microscópio. São empacotadas MATERIAL Argila Silte Areia Fina Areia Grossa Cascalho Pedregulho Diâmetro() da Partícula < 2μm 2 a 5μm 5μm a 0,2mm 0,2 a 2mm 2 a 20mm > 20mm Faixas: arbitrárias mas orientam na classificação da textura. Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 20 A partir da granulometria é possível definir o tipo de solo: Argiloso Arenoso Siltoso Argilas - partículas de menor diâmetro e só obser- vadas através de microscópios. São empacotadas. Têm fraca drenagem e aeração. São pesados e difíceis de trabalhar, mas ricos em constituintes químicos. Solos Arenosos - Partículas vistas a olho nu. Claros, fáceis de trabalhar, boa drenagem e aeração, mas baixa retenção de água. Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 21 Siltes - partículas intermediárias e pouco visíveis a olho nu Margas: contêm cerca de iguais porções de argila, areia e silte. São solos ideais para agricultura. Em geral, os solos possuem partículas de vários tamanhos, mas as proporções variam de solo a solo Partículas maiores: dão suporte estrutural, favorecem a aeração e a permeabilidade do solo Partículas menores: aglomeram-se mantendo nutrientes e água Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 22 (marga) Solos agriculturáveis: claros, fáceis de trabalhar, moderada habilidade em reter água e quimicamente reativos. Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos Permeabilidade: capacidade de transporte de água para as cama- das mais profundas. Solos com baixa permeabilidade podem encharcar. Percolação: habilidade de um sólido drenar um líquido pelos es- paços entre partículas. Processo da passagem da água pelos espaços entre partículas sólidas de solo. 23 Permeabilidade, Percolação, Lixiviação Lixiviação: remoção de espécies dissolvidas através da percola- ção de água. Substâncias solúveis são completamente lixiviadas por intenso fluxo de água. Se o material lixiviado não for subs- tituído o solo torna-se gradativamente improdutivo. Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos Argilas e Siltes: não percolam ou percolam pouco, pois as partí- culas são menores e tendem a manter-se unidas (empacotam-se numa massa impermeável). Areia e Cascalho: percolam facilmente (partículas maiores). Solos Argilosos: a água tende a espalhar-se próximo à superfície. 24 Solos inundados que não percolam têm baixa colheita devido à perda de ar e oxigênio. Arroz é exceção Solos Arenosos: grande infiltração água fora do alcance das raízes. Solos leves, de fácil aplicação de culturas Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 25 Acidez e pH de Solos Partícula de solo A hidrólise de Al(III) e Fe(III) adsorvidos torna o solo ácido: Al3+ (ou Fe3+) + 3 H2O Al(OH)3 + 3 H + Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 26 A maioria dos solos tem pH entre 4 a 8, porém para alguns solos o pH pode situar-se fora dessa faixa. O pH do solo afeta acentuadamente a disponibilidade de nutrien- tes minerais, pois: • A solubilidade de certos minerais varia com o pH do solo • Os elementos minerais só são absorvidos pelos vegetais na forma solúvel Em geral, o solo age como um tampão resistindo à alterações de pH. A capacidade tamponante depende do tipo de solo • pH Ótimo para o Crescimento de Vegetais: cerca de 6,5 a 7,5 (maioria das plantas), faixa de pH na qual grande parte dos nutrientes essenciais torna-se disponível. Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 27 Mn, B, Cu, Fe, Zn: mais solúveis em pH ácidos. Nessas condições são absorvi- dos em maiores teores pelas raízes e podem tornar-se tóxicos aos vegetais. Mo e Cl: a solubilidade aumenta com o pH P: solubilidade cresce com o pH até certo limite. Depois decresce N, S, K, Ca e Mg: em pH ácido, a solubilidade cresce, mantendo- se constante quando o pH aumenta. Al: mais solúvel em baixos ou altos valores de pH. Nessas condi- ções, maiores concentrações são absorvidas pelas raízes: pode tornar-se tóxico às plantas Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 28 • Ajuste de pH do Solo: restabelece a produtividade • Tratamento de Solos Ácidos (Calagem): a produtividade pode ser restabelecida, adicionando-se CaCO3: Solo}(H+)2 + CaCO3 Solo}(Ca 2+) + CO2 + H2O Quando um nutriente é captado pelas raízes, H+ é trocado: o solo torna-se gradativamente ácido. Solo}Ca2+ + 2CO2 + 2H2O Solo}(H +)2 + Ca 2+ (raiz) + 2HCO3 - Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos Tratamento de Solos Alcalinos: com Al3+, Fe2(SO4)3 ou enxofre (liberam H+ na hidrólise): • Sulfato de Al ou de Fe: 2 Fe3+ + 3 SO4 = + 6 H2O 2 Fe(OH)3(s) + 3 SO4 = + 6 H+ • Enxofre Elementar: S elementar é oxidado por via bacteriana: S + 3/2 O2 + H2O SO4 = + 2 H+ Formação de sulfatos: solos ricos em pirita, tornam-se ácidos: FeS2 + 7/2 O2 + H2O Fe 2+ + 2 SO4 = + 2 H+ 29 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos Num ecossistema balanceado: FERTILIDADE DE SOLOS Minerais essenciais são ciclados do solo aos organismos e vice-versa. É mantida a relação solo/organismos que vivem nele e sobre ele 30 Relação Solo-Planta O solo fornece os minerais essenciais às plantas. Interações Vegetais/Clima/Solos: são complexas, pois as cau- sas e efeitos são de difícil especificação. Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos FAO (Food and Agriculture Organiza- tion, Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) 31 As plantas são afetadas pelos solos, embora muitas resistam a vários tipos de solos. Também influenciam os solos.Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 32 Fim do Capítulo
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