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Audiência de Custódia: Natureza Jurídica e Eficácia A audiência de custódia é um procedimento jurídico implementado no Brasil com a finalidade de garantir a proteção dos direitos fundamentais dos indivíduos detidos, especialmente no momento da prisão em flagrante. Ela ocorre nas primeiras 24 horas após a prisão e tem como objetivo assegurar que o preso seja apresentado à autoridade judicial, a fim de que se verifique a legalidade e a necessidade da prisão, bem como condições de sua integridade física e psicológica. Esse procedimento foi instituído no Brasil pela Lei nº 12.403/2011 e ganhou destaque com a Resolução 213 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2015, que estabeleceu a obrigatoriedade de sua realização. A natureza jurídica da audiência de custódia pode ser compreendida como um instrumento de controle jurisdicional da prisão em flagrante. Ou seja, a sua principal função é garantir que a prisão seja legal e não arbitrária, possibilitando ao juiz a análise da legalidade e da necessidade da prisão, assim como a possibilidade de aplicação de outras medidas alternativas, como a liberdade provisória ou o uso de tornozeleira eletrônica, caso o magistrado entenda que a prisão não é imprescindível. O caráter da audiência de custódia é eminentemente constitucional, pois visa assegurar os direitos fundamentais previstos na Constituição Federal, como a dignidade da pessoa humana e o direito à liberdade. Além disso, a audiência tem uma função protetiva, permitindo a rápida análise da situação do detido, evitando abusos de poder e práticas de tortura ou maus-tratos durante a detenção. A presença do advogado, a observância dos direitos do preso e a fiscalização das condições do local onde ele está sendo mantido são elementos essenciais desse processo. Quanto à sua eficácia, a audiência de custódia tem se mostrado um importante mecanismo de controle da prisão, embora existam críticas sobre a efetividade em alguns contextos. Embora a decisão do juiz na audiência possa ser de concessão de liberdade provisória ou de manutenção da prisão, ela não impede que, em muitos casos, o sistema de justiça continue a operar de maneira lenta, o que pode gerar impactos no tempo de resposta à reintegração social do detido. No entanto, é inegável que a audiência contribui para a ampliação do acesso à justiça e para o fortalecimento do Estado Democrático de Direito. Perguntas e Respostas sobre Audiência de Custódia 1. O que é a audiência de custódia? A audiência de custódia é o procedimento jurídico que ocorre nas primeiras 24 horas após a prisão em flagrante, no qual o preso é apresentado ao juiz para verificar a legalidade e a necessidade da prisão, além de garantir seus direitos fundamentais. 2. Qual a principal função da audiência de custódia? A principal função da audiência de custódia é assegurar a legalidade da prisão, proteger os direitos do detido e, se for o caso, conceder alternativas à prisão, como a liberdade provisória. 3. A audiência de custódia é obrigatória em todos os casos? Sim, a audiência de custódia é obrigatória para todos os presos em flagrante, conforme a Resolução nº 213 do CNJ e a legislação brasileira. 4. Quais são os direitos garantidos ao preso durante a audiência de custódia? Durante a audiência de custódia, o preso tem direito a ser assistido por um advogado, a ser informado sobre os motivos de sua prisão, a não sofrer tortura ou maus-tratos e a ter sua integridade física e psicológica verificada. 5. A audiência de custódia pode resultar na liberdade do preso? Sim, o juiz pode decidir pela liberdade provisória do preso, se entender que não há razões para a manutenção da prisão, ou ainda aplicar medidas alternativas à prisão, como o uso de tornozeleira eletrônica.