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FARMACOLOGIA DO SNC - Nem sempre um medicamento que está em tal classe só serve pra aquilo especificamente ex: inibidores seletivos da recaptação de serotonina (fluoxicetina também serve como ansiolítico, para nevralgias e lombalgias) - Quando começar a tomar um antidepressivo? Quando perceber que a sensação que o paciente está sentindo faz com que não consiga ter sua rotina diária - Distúrbio afetivo = mexe com o humor do paciente TIPOS DE FÁRMACOS 1. Psicoléptico - abaixador (depressão do SNC) ex: convulsão 2. Psicoanaléptico (“ana sobe de elevador”) - elevador ex: depressão 3. Psicodisléptico (ele “dis” muita coisa e perturba) - perturbar (ora excita, ora deprime) ex: ansiedade e depressão (fluoxicetina, sertralina, citalopran) - normalmente acontece mais com a associação de medicamentos ex: sibutramina para emagrecer (antidepressivo, mas excita o SNC (excesso de NT) causando insônia. Para controlar usa um hipnótico que deprime o SNC, causando uma perturbação do SNC) Obs.: uso do álcool (até uma certa concentração ele excita, depois ele deprime) (antidepressivo + álcool = no começo pega carona na excitação do álcool e estimula, quando o álcool começa a a deprimir vai contra o antidepressivo, podendo causar uma depressão profunda no paciente) RELEMBRANDO… Mecanismos de ação 1. direto - age direto no receptor 2. indireto - mexe com a concentração Obs.: maioria não seletivo (efeitos adversos) DEPRESSÃO - Resultados em 3/4 semanas (depende do quão abaixo do normal os NT estão) - Efeito colateral já começa no primeiro medicamento (alguns pacientes deixam de tomar por estarem tendo efeitos e não resultados imediatos) Teorias da depressão 1. Neuroplasticidade e efeitos tróficos - Depressão se associa à perda neuronal no hipocampo e córtex pré-frontal Bruna Alencar - Antidepressivos atuariam por inibição ou reversão dessa perda (estimulando a neurogênese) 2. Neuroendócrina - A hiperfunção da corticotrofina, bem como a hipofunção das monoaminas (serotonina...) 3. Monoaminérgica - Mais aceita - Depressão resulta da diminuição patológica de monoaminas (serotonina, noradrenalina e/ou dopamina) Obs.: Déficits representam a depressão enquanto excesso representa mania Obs.: Aumento da dopamina pode causar psicose (podendo levar ao suicídio) (então os mecanismos de ação se baseiam, por tentativa, na serotonina e noradrenalina) Classes Obs: outros = geralmente tem algo distinto ou faz algo menor (lançados mais recentemente para diminuir principalmente os efeitos colaterais das classes “clássicas”) - Os mais prescritos são: imipramina, amitriptilina, fluoxicetina, paroxetina, sertralina, trazadona, mirtazapina e venlavaxina (como antidepressivos) Fisiopatologia e ação - Tenho neurônios pré (libera NT) e pós (tem receptores onde vão agir os NT) sinápticos - Para essa ação acabar o NT pode ser: degradado na fenda, voltar para o interior do neurônio, ser degradado pela MAO ou armazenado em novas vesículas - Na depressão precisa aumentar a ação dessas monoaminas, então, pode estimular o receptor, inibir a degradação e inibir a recaptação INIBIDORES DA RECAPTAÇÃO DE MONOAMINAS - Bloqueia o transportador da bomba de recaptação (NT fica mais tempo na fenda, estimulando por mais tempo seus receptores) (quando fica muito tempo ele pode ir para circulação tendo ação periférica e causando mais efeitos adversos) 1. Tricíclicos (ADTs) - Inibem transportadores de serotonina e noradrenalina - Muito efeito adverso (não é primeira escolha) - Como não é seletivo consegue bloquear outros receptores periféricos como: M1 efeitos anticolinérgicos (xerostomia, constipação, boca seca), H1 (sedação) e alfa 1 (hipotensão ortostática) ex: Clomipramina, imipramina, amitriptilina, nortriptilina, protriptilina e amoxapina Obs.: --- = REMANE (relação de medicamentos do SUS) - Como vão agir principalmente no SNC precisam ser lipossolúveis (bem absorvidos via oral) - Também precisam ter alta ligação com proteínas plasmáticas (acima de 90%) Obs.: Clomipramina - a que tem a maior taxa de ligação (97%), mas tem excreção renal e biliar (passa mais tempo ativo no organismo) (só usada quando não responde a outros medicamentos) Amitriptilina - ao ser metabolizada no fígado produz metabólito ativo (nortriptilina), então quando tem depressão mais profunda é melhor a amitriptilina porque vai ter tanto a meia vida de um quanto de outro (efeito mais duradouro evitando ter que tomar mais de um medicamento) Nortriptilina - ideal para reduzir efeitos adversos (menos tempo no organismo pois não vai produzir metabólito ativo) Principais efeitos adversos - Cardiovasculares (arritmias, aumento da PA e problemas de condução), endócrino (problemas de ereção, dismenorréia…), antimuscarínicos (xerostomia, constipação, visão borrada…), neuropsíquicos (ansiedade, delírios, mudança rápida de humor), hematológicos (rash) e sedação (H1 ou álcool) Contraindicações - AAS (efeitos tóxicos, pois vai competir com a proteína transportadora), anti-hipertensivos (reduz eficácia, precisa aumentar dose do AH), IMAO (sinergismo), antipsicótico e anticonvulsivante (metabolismo hepático) e álcool e AG (efeito potencializado, causando sedação profunda) Retirada (troca) - IMAO por ADT = intervalo de 15 dias - ADT por IMAO = intervalo de 5 dias 2. Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) - Só inibe recaptação de serotonina - Primeira escolha para depressão (menos efeitos adversos por ser seletivo) Obs.: idosos, cardiopatas ou que façam uso de outros medicamentos ex: Fluoxetina, paroxetina, citalopram, sertralina, fluvoxamina Obs.: --- = REMANE (relação de medicamentos do SUS) Obs.: Fluoxetina e paroxetina - inibição enzimática (primeira para quem não faz uso de outros medicamentos) Sertralina - não alteram o metabolismo hepático (pacientes que tomam outros medicamentos) Principais efeitos adversos - Baixa da libido e impotência, TGI (sertralina - diarréia e paroxetina - constipação) Contraindicações - Menores de 18 anos (efeito paradoxal causando mais excitação, insônia, agressividade e ideias suicidas) Síndrome da serotonina - ISRS + IMAO ou doses altas - Aumento muito grande de serotonina causando hipertermia, rigidez muscular, mioclonias, tremor, colapso cardiovascular e morte 3. Inibidores da MAO (IMAO) - Efeito de uma dose única pode durar vários dias Mecanismo de ação - MAO fica no interior do neurônio e degrada serotonina, noradrenalina, adrenalina, dopamina e histamina - NT volta para o neurônio e é degradado pela MAO Obs.: se MAO está desativada, NT é armazenado em novas vesículas e sofre nova liberação (aumenta concentração na fenda sináptica) Tipos de MAO - MAOa: não tem seletividade, degrada todas as catecolaminas (serotonina, noradrenalina, adrenalina, dopamina e histamina) (melhor inibir essa em casos de depressão) (quanto aumenta isso tudo pode ter muitos efeitos adversos por causa da hiperexcitação, por isso não é primeira escolha) - MAOb: tem preferência para dopamina (se inibir essa tem alta na dopamina, podendo causar surtos psicóticos) Não seletivos e irreversíveis - Inibe as duas MAO - Essa enzima que foi desativada não volta a funcionar ex: fenelzina, tranilcipromina, isocarboxazidan e iproniazida Obs.: não é mais escolha Reversíveis e seletivos - Inibe apenas uma das MAO - Inibo a “b” em casos como parkinson que precisam de mais dopamina ex: selegelina - Inibo a “a” em casos como depressão ex: moclobemida e toloxatone Interações medicamentosas - ISRS: serotonina + serotonina = risco de morte - ADT: serotonina e noradrenalina + serotonina e noradrenalina - Fármacos adrenérgicos: adrenalina + adrenalina Obs.: tiamina é precursor de catecolamina (risco de crise hipertensiva alta) Retirada do medicamentos - Abstinência grave principalmente na primeiras 48hs - Náuseas, vômitos, mal-estar, agitação, pesadelos, psicose e convulsões Substituição - Período de espera de 2 semanas antes de tratamento com ISRS ou ADT (esperar as enzimas voltarem a funcionar e baixar catecolaminas)ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS 1. Venlafaxina - Inibe recaptação de noradrenalina e serotonia (mais fraco que ADT) - Eficácia clínica menor que a dos ISRS - Menos efeitos adversos ex: depressão leve 2. Mirtazapina - Potencializa a neurotransmissão de adrenalina - Aumenta neurotransmissão em receptores específicos de serotonina (aumenta tipo 1 e bloqueia tipos 2 e 3) - Menos efeitos adversos - Efeitos sedativos (depressão associada à insônia) OUTRAS APLICAÇÕES CLÍNICAS 1. Sibutramina - ADT clássico (aumenta serotonina e noradrenalina) - Inicialmente inibe a recaptação só de noradrenalina, mas produz metabólito ativo e inibe a recaptação de serotonina também - Efeito mais prolongado Obs.: causa insônia, agitação e taquicardia por causa dos metabólitos ativos - Inibe a fome (usado para emagrecer – tratamento para obesidade) Obs.: ozempic aumenta os hormônios associados à saciedade, sibutramina aumenta o metabolismo e inibe a fome no centro (efeito sanfona – volta a engordar quando para de tomar, alem de poder fazer um diabetes medicamentoso) 2. Buprapriona - Inibidor relativamente seletivo na recaptação da noradrenalina e dopamina (sem alterações da serotonina) - Tratamento de tabagismo (dopamina causa prazer) Obs.: pode acontecer de trocar hábitos e causar dependência 3. Nefazodona - Inibidor fraco da recaptação de noradrenalina - Não tem muita eficáfia terapêutica Obs.: quanto mais seletivo, menos efeitos adversos! Obs: amitriptilina e fluoxicetina TRATAMENTO Resposta insatisfatória - Aumentar a dose (depois de 2 ou 4 semanas), associar com outros antidepressivos ou trocar antidepressivo (respeitar meia-vida) - Se não der certo, eletroconvulsoterapia (sempre associado à psicoterapia) Síndrome da descontinuação - Vertigem, distúrbios sensoriais e de sono, ansiedade, inquietude, tremores, confusão, cefaleia, náusea, diarréia e sudorese - No mínimo 6 meses de tratamento - Desmame após alívio dos sintomas para evitar abstinência ex: estou tomando 40mg e começo a retirar, fui pra 30… 20… 15…. se voltei a ter sintomas volta para a última dose até normalizar (nesse caso 20) Obs.: potencial risco de suicídio, RN de mães que fazem uso de antidepressivos no 3o trimestre de gravidez nascem com abstinência e a redução em 4 semanas é a mais indicada Obs.: páginas 29, 30 e 31 do slide tem mais critérios para o tratamento TRANSTORNO BIPOLAR - Fases de depressão (ISRS – sertralina) e mania (depressivo) - Tratar a fase e estabilizar o humor (lítio) para não ter a virada 1. Estabilizante de humor (lítio) - Não existe unanimidade em relação à sua eficácia clínica - Tomado quando sai das fases - Controla oscilações de humor e demora de 3 a 4 dias para fazer efeito Mecanismos de ação - Bloqueio de canais de cálcio (sem exocitose (causa depressão)) - Inibe enzima inositol monofosfatase (deixa de gerar trifosfato dinositol para que tenha atividade intracelular (depressão)) - Inibe enzima adrenalil fosfato (não produz amp cíclico, sem atividade intracelular (depressão)) - Inibe enzima glicogênio sintetase cinase 3 beta (sem energia para a célula (depressão)) Obs.: todos deprimem, por isso é controverso Interações medicamentosas - Diuréticos tiazídicos, furosemida e espirolactona - AINEs (ibuprofeno e naxoproxeno): pode causar efeito de insuficiência renal (potencializando vasoconstrição) - Inibidores de ECA (lisinopril): Reduz efeito do anti-hipertensivo (associado à vasoconstrição) - Haloperidol (fase de mania), ISRS (depressão), e anticonvulsivantes: interações medicamentosas Efeitos adversos Obs.: muitas recaídas são achar que estar bem e deixa de usar por causa dos efeitos adversos 2. Tratamento da mania Gabapentina e volproato de sódio (anticonvulsivantes) - Convulsão: excitação do SNC - Potencializa o GABA (inibitório) - Bloqueia canais de sódio (não despolariza a célula) (só o volproato) Risperidona (antipsicótico de 2a geração) - Bloqueia receptores dopaminérgicos Olanzapina (antipsicótico de 2a geração) - Não esclarecido Obs.: sai da fase de mania e começa o lítio Obs.: aloperidol (aldol) - também seda, a medida que vai tirando ele vai colocando algum antipsicótico de 2a geração FÁRMACOS PSEUDOESTIMULANTES - Não usados para depressão e bipolaridade Anfetaminas - Metanfetamina (maior uso clínico): aumenta liberação geral de catecolaminas e inibe a MAO, causando uma excitação severa Obs.: utilidades: diminuir fadiga e apetite, induzir estado de alerta (déficit de atenção e narcolepsia) Obs.: efeitos adversos: vertigem, insônia, confusão, potencial de abuso, náusea, êmese e diarréia Metilxantinas - Inibem fosfodiesterase (diminui inflamação, com afinidade pelo tecido respiratório), bloqueia receptores de adenosina ex: teofilina (asma), aminofilina, aceprofilina (antitussígenos) - Cafeína: maior poder excitatório Obs.: efeitos adversos: insônia, ansiedade, agitação, êmese, convulsões, arritmias e aumento do DC - Broncodilatadores (cafeína faz com que o medicamento fique mais tempo agindo no SNC) Metilfenidato (ritalina) - Inibe o transporte de dopamina - Déficit de atenção e narcolepsia - Aumenta estado de alerta e concentração - Efeitos adversos: dor abdominal, náusea, anorexia, insônia, nervosismo, febre e convulsão - Interfere no metabolismo de: varfarina, fenitoína, fenobarbital e ADT (ficam por mais tempo causando mais efeitos adversos) Lisdexanfetamina (venvanse) - Mesma coisa da ritalina, mas induz exocitose (para alguns é mais forte) - Causa hipertensão Atomoxetina (atentah) - Inibidor seletivo da recaptação da norepinefrina