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Antidepressivos 1 Antidepressivos Prof. Jucimara Depressão: Sensação de tristeza e desesperança, incapacidade de sentir prazer em atividades usuais, alteraçõs nos padrões do sono e apetite, perda de vigor e pensamento suicidas Mania: é o oposto, euforia, entusiasmo, raiva, pensamentos e fala rápidos, extrema autoconfiança e diminuição de autocrítica ➯ A depressão pode ser classificada em: a. Depressão maior ou Unipolar → independe de fatores externos (sendo a forma mais grave de depressão) b. Transtorno depressivo persistente c. Distúrbio Bipolar tipo I ou II → há episódios de euforia intercalados com depressão 📊 Epidemicamente o risco de haver na vida adulta é de 15% 1º lugar em tempo vivido com incapacitação ao longo da vida APS → 10% Frequentemente secundária a outras doenças Patologia subdiagnosticada e subtratada levando Risco de suicídio associado de 10-15% ➯ A forma mais grave, a depressão unipolar é caracterizado por humor deprimido e/ou perda de interesse em praticamente todas as atividades por PELO MENOS 2 SEMANAS, sendo acompanhado dos sintomas: Insônia ou hipersonia; Sentimentos de desvalorização (autodepreciação); Excesso de culpa; Fadiga ou falta de energia; Redução da capacidade de pensar ou concentrar-se; Alteração significativa no apetite ou peso; Retardo ou agitação psicomotora; Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio. ➯ Pode estar presente simultaneamente com ansiedade, sendo alguns fármacos eficazes em ambas as doenças Tratamento ➯ Complexo e difícil, passa um ciclo de 3 a 4 semanas para começar a exercer uma resposta afetiva Mecanismos dos Antidepressivos Inibidores da Monoaminaoxidade (IMAO) Antidepressivos Tricíclicos (ADTs) Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRSs) Inibidores da Recaptação de Serotonina e Norepinefrina (IRSNs) Antagonistas dos Receptores de Serotonina Antipsicóticos Atípicos Tratamento da Mania e do Distúrbio Bipolar Antidepressivos 2 Os sintomas respondem de formas diferentes ao tratamento Ocorre primeiro uma melhora nos distúrbios relacionados ao sono e após uma melhora no humor e déficits cognitivos ➯ A retirada do fármaco deve ser gradual Cerca de 1/3 dos paciente apresenta remissão completa após um ciclo de tratamento ➯ Para depressão crônica (>2anos) pode ser necessário um tratamento ao longo de toda vida Relação AD com suicídio Os fármacos antidepressivos apresentam uma possível relação com o suicídio, principalmente quando utilizados por crianças e adolescentes Mas naqueles que quando não utilizado os fármacos ocorreu uma diminuição no diagnóstico de depressão e na prescrição dos antidepressivos e isso levou ao aumento de suicídio nessa idade Logo além de se evidenciar que mesmo que os antidepressivos possuam um aumento na tendência ao suicídio, o risco de não usar o medicamento em pacientes com depressão grave supera o risco de usar Importante monitorar os pacientes, principalmente nas fases iniciais do tratamento Escolha do fármaco devemos considerar Resposta/tolerância prévia a um fármaco (inclui uso bem sucedido por familiares); Perfil de efeitos adversos; Toxicidade, meia-vida, facilidade posológica; Custo; Comorbidades, interações; Sintomas depressivos específicos Se psicoterapia estiver disponível, considerar tratamento combinado � Fisiologicamente a depressão ainda tem sua causa desconhecida Suspeita-se que há uma diminuição da concentração de neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e dopamina) na fenda sináptica, diminuindo a transmissão desses NT Mecanismos dos Antidepressivos ➯ A maioria dos fármacos antidepressivos úteis clinicamente potencializa (direta ou indiretamente) as ações da norepinefrina e/ou da serotonina (5-HT) no cérebro ➯ Teoria da deficiência das Monoaminas (MAO): quando em déficit indicam depressão, quando em excesso mania e ocorre uma disfunção no NÚMERO e na SENSIBILIDADE dos receptores Trata-se de uma teoria muito simplista, que não explica por que os efeitos farmacológicos de qualquer antidepressivo e antimania na neurotransmissão ocorrem imediatamente, ao passo que a evolução temporal para a resposta terapêutica precisa de várias semanas Isso sugere que a diminuição da captação dos neurotransmissores é apenas o efeito inicial do fármaco, que pode não ser diretamente responsável pelos efeitos antidepressivos ➯ Os antidepressivos de uma forma geral aumentam a transmissão SEROTONINÉRGICA E NORADRENÉRGICA ➯ Os AD podem atuar de duas maneiras: a. Exercendo o bloqueio da recaptação neuronal; ou Antidepressivos 3 b. Realizando a inibição do metabolismo das monoaminas, assim levando ao aumento dos seus efeitos excitatórios ➯ Local de ação: sistemas noradrenérgicos e serotornégicos do sistema límbico ➯ A recaptação do neurotransmissor ocorre por meio de proteínas transportadoras pré- sinápticas (SERT e NET), e a inibição desses transportadores diminui a depuração do NT e prolonga seu tempo de permanência na sinapse aumentando assim a neurotransmissão ➯ Com o tempo, cerca de 2 semanas, os autoreceptores começam a se dessensibilizar e não conseguem mais bloquear a liberação de serotonina e o Antidepressivo começa a fazer efeito Além da diminuição da sensibilidade dos receptores há uma modulação na sinalização e na transcrição de outros genes ➯ Efeitos a longo prazo: mecanismos adaptativos ou reguladores, o tratamento crônico dessensibiliza os autoreceptores pré-sinápticos, produzindo alterações de longa duração na neurotransmissão ➯ Ocorre: Aumento da densidade ou sensibilidade do receptor adrenérgico ou serotoninérgico Aumento do acoplamento receptor-proteína G e sinalização, levando a: Diminuição da produção do hormônio liberador de corticotrofina (diminuição dos corticoides que estão presentes na patofisiologia da depressão) Indução de fatores neurotróficos (há uma diminuição de BDNF – fator neurotrófico derivado do cérebro, ajuda na sobrevivência neuronal e neurogênese – na depressão, e a sua diminuição está associada com a gravidade da enfermidade) O tratamento para depressão promove um aumento da neurogênese no hipocampo e aumento da plasticidade neuronal ➯ A SEROTONINA apresenta diversos tipos de receptores, que promovem diferentes ações, e assim pode levar a diferentes REAÇÕES ADVERSAS Inibidores da Monoaminaoxidade (IMAO) ➯ A MAO é uma enzima mitocondrial encontrada em nervos e outros tecidos, como fígado e intestino ➯ Primeira classe de fármacos criada com efeitos antidepressivos específicos Iponiazida: desenvolvida para o tto. da tuberculose, mas causou melhoras no humor MAO: no neurônio funciona como uma “válvula de segurança”, desaminando oxidativamente e inativando qualquer excesso de NT Receptores de serotonina Antidepressivos 4 Mecanismo de ação: A maioria dos IMAOs forma complexos estáveis com a enzima, causando inativação IRREVERSÍVEL da MAO Após parada do uso são necessárias 2 semanas para a recuperação da atividade da enzima Resulta em aumento dos estoques dos NT norepinefrina, serotonina e dopamina no interior dos neurônios e subsequente difusão do excesso de NT para a fenda sináptica NÃO SÃO SELETIVOS : MAO-A → metaboliza norepinefrina, S-HT e DA MAO-B → metaboliza 5-HT e DA ➯ No fígado e intestino a MAO catalisa desaminações oxidativas de fármacos e substâncias potencialmente tóxicas, como a tiramina, que é encontrada em certos alimentos Motivos das IMAOs terem elevadas incidência de INTERAÇÕES com fármacos e com alimentos Selegilina: na forma de adesivo transdérmico pode produzir melhor inibição da MAO hepática e intestinal em dosagens baixas, evitando a transformação de primeira passagem Usos terapêuticos: Depressão que não respondem ou são alérgicos aos tricíclicos Forte ansiedade Depressão atípica Toxicidade: considerados fármacos de última escolha em vários centros de tratamento devido à interação com outros fármacos e com os alimentos Farmacocinética: Bem absorvidos VO Complexo irreversível e que necessita de 2 semanas para regeneraçãode enzima Biotransformados no fígado e excretados na urina Efeitos adversos: Frequentemente imprevisíveis Inibe a degradação da tiramina (presente em peixes, carnes, fígado de aves, vinhos…) → catecolaminas → crise hipertensiva (cefaleia occipital, rigidez no pescoço, taquicardia, náuseas, hipertensão, arritmias cardíacas, convulsões e possivelmente colapso) Sonolência Hipotensão ortostática Visão turva Xerostomia Constipação Contraindicações: Associação com outros AD por risco de SÍNDROME DE SEROTONINA Com exceção da Fluoxetina, os IMAOs e os ISCSs necessitam de 2 semanas no mínimo antes da adm de outro fármaco Várias outras interações críticas com fármacos, e é necessária cautela quando forem administrados concomitantemente Antidepressivos Tricíclicos (ADTs) Mecanismo de ação: Inibição da captação de norepinefrina e serotonina Amoxapina é um inibidor potente dos dois NT Antidepressivos 5 Maprotilina e Desipramina são inibidores relativamente seletivos da captação de norepinefrina Bloqueio de receptores serotoninérgicos, alfa-adrenérgicos, histamínicos e muscarínicos NÃO SÃO SELETIVOS Amoxapina possui uma maior seletividade no bloqueio dos receptores 5HT2 e D2 Farmacocinética: Bem abs. VO Amplamente distribuídos e penetram no SNC Biotransformação de primeira passagem variável Enzima CYP450 Excretados como metabólitos inativos pelos rins Usos terapêuticos: Tratamento da depressão moderada e grave Melhoram o humor e o alerta mental Aumentam a atividade física e reduzem a preocupação mórbida Transtorno de pânico Imipramina → enurese em crianças >6 anos (vem sendo substituída por desmopressina) Amitriptilina → prevenção da enxaqueca e tratamento de dor crônica (ex. neuropática) Doxepina → em doses baixas pode ser usado contra a insônia � Transtorno Bipolar: Deve ser usado com cautela pois podem causar alteração para o comportamento maníaco Os ADT possuem ÍNDICE TERAPÊUTICO ESTREITO 5-6 vezes da dose máxima diária de imipramina pode ser letal Efeitos adversos: Bloqueio muscarínico: visão turva, xerostomia, retenção urinária, taquicardia sinusal, constipação e agravamento do glaucoma de ângulo fechado Afetas a condução cardíaca e podem causar arritmias Bloqueio alfa-adrenérgico: hipotensão ortostática, tonturas e taquicardia reflexa A imipramina é a mais provável, e a Nortriptilina é a menos provável, de causar hipotensão ortostática Bloqueio receptor H1: sedação (especialmente nas 2 primeiras semanas) Ganho de peso Interações medicamentosas: IMAO: aumento mútuo da hipertensão, hiperpirexia, convulsões e coma Fármacos adrenérgicos de ação direta: potencializa os efeitos das aminas biogênicas por evitar sua remoção da fenda sináptica Etanol e depressores do SNC: sedação tóxica Fármacos adrenérgicos de ação indireta: bloqueia os efeitos dos fármacos simpaticomiméticos de ação indireta evitando que o fármaco alcance seu local de ação intracelular ➯ Os ADT podem agravar certas condições médicas, como hiperplasia prostática benigna, epilepsia e arritmias preexistentes Antidepressivos 6 Disfunção sexual Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRSs) Mecanismo de ação: Inibem especificamente a captação da serotonina → SELETIVIDADE de 300 a 3000x maior que para o transportador de serotonina do que para o de norepinefrina → Aumento do NT na fenda sináptica Escassa atividade bloqueadora em receptores muscarínicos, α-adrenérgicos e H1- histamínicos Os EA dos ADT, IMAO e dos ICSNs não são comumente observados Farmacocinética: Bem abs VO (alimentos interferem pouca na absorção — execeto a Sertralina na qual aumenta a absorção) Picos séricos 2-8h Meia vida entre 16 e 36h Biotransformada pela enzima hepática P450 Fluoxetina: difere dos demais pois tem meia-vida muito longa de 50h e seu metabólito ativo, a S-norfluoxetina beira os 10 dias) A fluoxetina e a paroxetina são potentes inibidores da isoenzima CYP450 (CYP2D6) — enzima responsável pela eliminação dos ADTs, antipsicóticos e antiarrítimicos As dosagens de todos esses fármacos devem ser reduzidas em pacientes com insuficiência hepática Usos terapêuticos: Depressão (indicação primária) TOC, pânico, ansiedade generalizada, estresse pós- traumático, ansiedade social, transtorno disfórico pré- menstrual Bulimia nervosa (apenas fluoxetina está aprovada) Efeitos adversos: Cefaleia Sudoração Ansiedade e agitação Efeitos gastrintestinais — náuseas, êmese e diarreia Fraqueza e cansaço Disfunções sexuais — perda de libído, ejaculação retardada e anosgarmia Bupropiona e mirtazaprina são alternativas para pacientes com queixas dos efeitos adversos sexuais � Uso em crianças e adolescentes: Cautela Cerca de uma a cada 50 crianças torna-se suicida em consequência do tratamento com ISCS Pacientes pediátricos devem ser observados quanto ao agravamento da depressão e a pensamentos suicidas com o início ou mudança de dosagem de qualquer antidepressivo Fluoxetina, sertralina e fluvoxamina estão aprovados para uso em crianças no tratamento do TOC Fluoxetina e escitalopram estão aprovados para tratar a depressão infantil Superdosagem: Em geral doses excessivas não causam arritmias cardíacas, com exceção do citalopram, que pode causar prolongamento Antidepressivos 7 Alterações de massa corporal Distúrbios do sono (insônia e sonolência) Paroxetina e fluvoxamina são + sedativas → podem ser úteis em pacientes que têm dificuldade em dormir Fluoxetina e sertralina são + estimulantes → paciente com queixa de sonolência excessiva Os ISCSs são associados com hiponatremia, especialmente em pacientes idosos e naqueles cuja volemia esteja diminuída ou que estejam fazendo uso de diuréticos do intervalo QT Convulsões são possíveis pela diminuição do limiar convulsivo Síndrome serotonínica (assim como todos os outros AD), especialmente se forem usados em presença de IMAO ou outro fármaco fortemente serotoninérgico Essa síndrome inclui sinais como hipertermia, rigidez muscular, sudoração, mioclonia (abalos musculares clônicos) e alterações no estado mental e nos sinais vitais Síndrome da interrupção: Todos os ISCSs têm potencial de causar a síndrome de interrupção, particularmente os fármacos com meias-vidas mais curtas e metabólitos inativos A fluoxetina → menor risco de causar a síndrome de interrupção ISCS, devido à sua meia-vida mais longa e ao metabólito ativo Sinais e sintomas: cefaleia, mal-estar e sintomas de gripe, agitação e irritabilidade, nervosismo e alterações no padrão de sono Inibidores da Recaptação de Serotonina e Norepinefrina (IRSNs) Mecanismo de ação: Inibem tanto SERT quanto NET Inibição inicial de SERT induz ativação de autoreceptores 5-HT1A e 5-HTTm ↓neurotransmissão serotoninérgica por retroalimentação negativa até que estes autorreceptores serotoninérgicos sejam dessensibilizados Recaptação de 5-HT e NE Análogos aos efeitos de alguns ADTs com melhora na resposta geral ao tratamento em relação aos ISRSs Pouca atividade em receptores adrenérgicos alfa, muscarínicos ou histamínicos → menos EA do que os ADTs Usos terapêuticos: Tratamento da depressão em pacientes que os ISRSs foram ineficazes Dores crônicas que acompanham a depressão → moduladas por vias de serotonina e NE no SNC Alívio das dores da neuropatia diabética periférica, neuralgia pós-herpética, fibromialgia e dor lombar Incontinência urinária por estresse (duloxetina) Autismo Transtornos de compulsão alimentar Rubores Antidepressivos 8 Distúrbios disfóricos pré-menstruais Transtorno do estresse pós-traumático (venlafaxina) ➯ Início efeito: 2 semanas ➯ Efeito total: 4 a 6 semanas de tratamento → tempo necessário para estabilização dos receptores ➯ Substituição: Retirada deve ser lenta e gradual Venlafaxina e Duloxetina: 14 dias após o término do tratamento com IMAO 5 dias após a suspensão da duloxetina para iniciar o tratamento com IMAO ➯ Formulação de liberação imediata de venlafaxina: hipertensãodiastólica sustentada em 10-15% dos pacientes com doses mais elevadas Liberação prolongada: ↓ risco ➯ cápsula de liberação controlada (difusão lenta pela membrana de cobertura) Farmacocinética: Via de administração: oral, absorção rápida Metabolismo de primeira passagem: biodisponibilidade 40 a 70% Excreção lenta, possibilitando a dose única diária Desvenlafaxina: metabolismo hepático e renal. t1/2 vida ≈ 11 h Venlafaxina: ajuste de dose em pacientes com insuficiência renal ou hepática. t1/2 vida ≈ 5 h Duloxetina: t1/2 vida ≈ 12 h Não recomendada quando há doença renal terminal ou insuficiência hepática Efeitos adversos: Semelhante aos ISRSs (náuseas, constipação, insônia, cefaleia, disfunção sexual) Podem causar síndrome de interrupção se o tratamento for suspenso de modo súbito → náusea, tontura, cefaleia, sudorese e salivação Venlafaxina Potente inibidor da captação de serotonina Dosagens médias e altas → inibidor de NE Inibição mínima das isoenzimas CYP450 e é substrato da isoenzima CYP2D6 Desvenlafaxina: metabólito ativo, desmetilado da venlafaxina EA: náuseas, cefaleia, disfunções sexuais, tonturas, insônia, sedação e constipação Em doses elevadas, pode ocorrer aumento da PA e FC A atividade clínica e o perfil de efeitos adversos da desvenlafaxina são similares aos da venlafaxina Duloxetina Inibe a captação de serotonina e NE em todas as dosagens Usada para depressão, ansiedade, fibromialgia e dor neuropática associada a neuropatia periférica Biotransformada no fígado em metabólitos inativos e deve ser evitada em pacientes com disfunção hepática EA: no GI são comuns com a duloxetina, incluindo náuseas, xerostomia e constipação, insônia, tonturas, sonolência, sudoração e disfunção sexual; pode aumentar a PA e FC Interações: ela é um inibidor moderado da isoenzima CYP2D6 e pode aumentar a concentração de fármacos biotransformados por essa via, como os antipsicóticos Levomilnaciprana Um enantiômero do milnaciprana (um ICSN antigo usado contra a depressão na Europa e contra a fibromialgia nos EUA) EA: similar ao dos demais ICSNs Biotransformado primariamente pela CYP3A4 Interações: atividade pode ser alterada por indutores ou inibidores desse sistema enzimático Antagonistas dos Receptores de Serotonina Antidepressivos 9 Dois pares de análogos estruturais próximos: ➯ Trazodona e nefazodona ➯ Mirtazapina e mianserina Mecanismo de ação: Bloqueio de 5-HT2 e os receptores alfa1-adrenérgicos Inibem o transportador de serotonina (ação menos potente) A maioria dos agentes desta classe também afeta outras classes de receptores Farmacocinética: Doses baixas de Trazodona (50 a 100 mg) isoladamente ou concomitante com ISRSs ou IRSNs: tratamento da insônia Dose máxima recomendada: 400 mg/dia para pacientes ambulatoriais e 600 mg/dia para pacientes internados Estado estacionário três dias após em esquema de dosagem diária de 2 ou 3 vezes Neazodona: meia-vida de apenas 2-4 h; seu principal metabólito hidroxinefazodona tem uma meia-vida de 1,5-4 h Mianserina e Mirtazapina: Meia-vida de eliminação de 16 a 30 h A depuração é reduzida nos idosos e em pacientes com insuficiência renal ou hepática grave. Usos terapêuticos: Depressão + Insônia → Mianserina e Mirtazapina são bastante sedativas Efeitos adversos: Sonolência, aumento do apetite e ganho de peso Mirtazapina → agranulocitose (raro) Trazodona → priapismo em raros casos (pode ser necessária intervenção cirúrgica) Interações: Trazodona: fármacos que inibem CYP3A4 Mirtazapina: metabolizada por CYPs 2D6, 1A2 e 3A4 mas não inibe de maneira potente nenhuma dessas enzimas Trazodona e nefazodona são inibidores fracos de captação de serotonina → mas não se sabe se esses fármacos bloqueiam SERT cerebral de maneira apreciável com doses usadas no tratamento de depressão Mirtazapina Mecanismo de ação: Aumenta a neurotransmissão de serotonina e NE, servindo como antagonista nos receptores pré- sinápticos α2 Parte da atividade antidepressiva pode ser relacionada ao antagonismo de receptores 5-HT2 Usos terapêuticos: sedativo devido à sua potente atividade anti-histamínica, mas não causa os efeitos adversos antimuscarínicos dos ADTs, nem interfere na função sexual, como os ISCSs. EA: frequentemente, ocorre aumento do apetite e da massa corporal Nefazodona e Trazodona Mecanismo de ação: Inibidores fracos da captação de serotonina Bloqueio dos receptores 5-HT2A pós-sinápticos Usos terapêuticos: São sedativos (provavelmente devido à potente atividade bloqueadora H1) A trazodona é usada comumente extrabula para o controle da insônia EA: A trazodona foi associada ao priapismo, e a nefazodona, ao risco de hepatotoxicidade Ambos os fármacos são antagonistas leves a moderados nos receptores α1, o que contribui para ortostasia e tonturas. Antipsicóticos Atípicos ➯ Grupo misto de fármacos com ações em locais diferentes Antidepressivos 10 Bupropiona Mecanismo de ação: inibidor da captação de dopamina e NE fraco Usos terapêuticos: diminuir fissura por algumas substâncias e atenuar os sintomas de abstinência da nicotina EA: boca seca, sudoração, nervosismo, tremores e um aumento dose-dependente do risco de convulsões; a incidência de disfunções sexuais é baixa Biotransformada pela CYP2B6 Interações: O risco de interações entre fármacos é relativamente baixo, considerando que poucas substâncias inibem ou induzem a enzima CYP2B6 Pode inibir a CYP2D6 e aumentar a exposição a substratos dessa isoenzima Contraindicações: deve ser evitado em pacientes sob risco de convulsões ou naqueles que sofrem de transtornos de alimentação, como bulimia Vilazodona Mecanismo de ação: inibidor da captação de serotonina e um agonista parcial em 5-HT1A. EA: similar ao dos ISCSs, incluindo o risco da síndrome de descontinuação se for interrompido abruptamente Vortioxetina Mecanismo de ação: inibição da captação de serotonina, agonismo 5-HT1A e antagonismo 5-HT3 e 5-HT7 Usos terapêuticos: depressão EA: náuseas, êmese e constipação, que podem ser esperados devido a seus mecanismos serotoninérgicos Tratamento da Mania e do Distúrbio Bipolar Establizadores do Humor Lítio Os sais de lítio são usados aguda e profilaticamente no tratamento de pacientes bipolares O lítio é eficaz no tratamento de 60 a 80% dos pacientes que exibem mania e hipomania Mecanismo de ação: embora vários processos celulares sejam alterados pelos sais de lítio, o mecanismo de ação é desconhecido Estudos eletrofisiológicos in vitro sugerem que o Li+ facilitaria a liberação de 5 HT Aumenta o efeito dos antidepressivos Possivelmente dessensibilização dos receptores 5 HT1B Em camundongos antagoniza o comportamento induzido por agonistas 5 HT1B O índice terapêutico do lítio é extremamente baixo, e os sais de lítio podem ser tóxicos Efeitos adversos: Cefaleia, xerostomia, polidipsia, poliúria, polifagia, distúrbios GI (o lítio deve ser administrado com alimento), tremor fino nas mãos, tonturas, fadiga, reações dérmicas e https://www.notion.so/Establizadores-do-Humor-356a2ee447c343efb7124056dcce2972 Antidepressivos 11 sedação A níveis plasmáticos mais elevados indicam toxicidade → ataxia, fala enrolada, tremores grosseiros, confusão e convulsões A função tiroidiana pode diminuir e deve ser monitorada Ao contrário de outros estabilizadores do humor, o lítio é eliminado pelos rins, e a administração em pacientes com insuficiência renal requer cautela; para pacientes com insuficiência hepática, pode ser a melhor escolha Outros fármacos: Antiepiléticos → carbamazepina, ácido valproico e lamotrigina, foram aprovados como estabilizadores do humor para transtornos bipolares Antipsicóticos (novos e antigos - clorpromazina e haloperidol) → podem amenizar os sintomas de mania Antipsicóticos atípicos (risperidona, olanzapina, ziprasidona, aripiprazol, asenapina e quetiapina) → tratamento da mania Quetiapina, lurasidona e a combinação de olanzapina e fluoxetina foram aprovadas paradepressão bipolar