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PONTO 6 – PROJETO ELÉTRICO RESIDENCIAL DE BAIXA TENSÃO
As mais diversas construções rurais exigem disponibilidade de energia elétrica para que sejam capazes de produzir, seja na produção e armazenamento de produtos vegetais ou nas criações animais, principalmente granjas de suínos e aves. Esses sistemas intensivos de produção de carne são extremamente exigentes na utilização de energia, muitas vezes possuindo sistemas de automação para o controle térmico (Emrich e Curi, 2017). Sendo assim, a instalação elétrica é a estrutura física responsável por permitir que o sistema elétrico funcione numa edificação. Toda instalação elétrica, quer seja de habitações, prédios ou instalações para animais devem ser feitas com cuidado. Esse sistema compreende todos os pontos de carga ou de utilização em uma construção, além dos condutores e respectivas fontes de alimentação, sejam elas tomadas, pontos de iluminação, de refrigeração ou qualquer outro. O dimensionamento adequado dos condutores e dos dispositivos de proteção e conservação está diretamente ligado à economia, à segurança e à proteção dos equipamentos que utilizarão a energia (Pereira, 1986). E é neste sentido que este manuscrito tem por objetivo apresentar as principais definições de um projeto de baixa tensão e seus respectivos componentes;
Projeto elétrico de baixa tensão: 
A norma para o projeto de instalações elétricas de baixa tensão é a NBR 5410 (2004) - Instalações Elétricas de Baixa Tensão; A norma se aplica às instalações novas e/ou reformas em instalações que possuem: 
· Circuitos alimentados em tensão igual ou inferior a 1000 [V] - CA, com frequências inferiores a 400 [Hz], ou a 1500 [V] - CC; 
· Circuitos funcionando em tensão superior a 1000 [V], alimentados através de instalação de tensão igual ou inferior a 1000 [V] - CA (p. ex., circuitos de lâmpadas a descarga, etc.); 
· Linhas elétricas fixas de sinal (com exceção dos circuitos internos dos equipamentos), no que se refere aos acoplamentos entre essas linhas e os circuitos de potência;
· Não se aplica a: instalações de tração elétrica, instalações elétricas de veículos automotores; instalações elétricas de embarcações e aeronaves; instalações de cercas eletrificadas, instalação de iluminação pública, instalações de minas, redes públicas de distribuição de energia elétrica, instalações de proteção contra quedas diretas de raios;
Alimentação, medição e Ramais de distribuição: 
Nesse momento a energia que vem do poste da companhia elétrica é levada para dentro da casa. Através de um padrão os cabos de alimentação do poste se conectam com os cabos da residência para levar energia até ele e permitir a realização da medição do consumo posteriormente.
As instalações elétricas de baixa tensão são conectadas à rede secundária da concessionária de distribuição por meio de ramal de ligação entre o ponto de derivação da sua rede e o ponto de entrega;
O ponto de entrega é a conexão do sistema elétrico da distribuidora com a unidade consumidora e situa-se no limite da via pública com a propriedade onde esteja localizada a unidade consumidora; A conexão entre o ponto de entrega e a medição, ou proteção, da unidade consumidora é denominada ramal de entrada. 
Neste sentido, o padrão de entrada é o conjunto de instalações que compreende ramal de ligação, poste auxiliar, ramal de entrada, caixa de medição, medidor, disjuntor de entrada, aterramento, ramal de conexão, disjuntor do quadro de distribuição interna do domicílio, e é responsabilidade da unidade consumidora. A Figura 1 indica um esquema apresentando o caminho percorrido pela energia elétrica (com seus componentes) até chegar nos pontos de alimentação da residência.
	
Figura 1.
- Ramal de ligação: O ramal de ligação é o conjunto de cabos condutores e acessórios, instalados pela distribuidora (aqui na Paraíba é a energisa), que conduzem a energia entre o ponto de derivação da rede e o ponto de entrega. Desta forma, o ramal de ligação é o nome dado ao conjunto de cabos que sai do poste de energia pública e leva a energia que foi gerada em alguma usina, seja ela hidroelétrica, termoelétrica, solar, para sua residência. O ramal de ligação existe em duas modalidades: aéreo ou subterrâneo. As instalações com ramais aéreos são normalmente mais simples e mais baratas, porém, também estão mais sujeitas à adversidades. Em contrapartida, as instalações com ramais subterrâneos são mais complexas e caras, porém proporcionam uma estabilidade e segurança maiores. É válido ressaltar que a instalação do ramal de ligação aéreo e dos custos envolvidos na mesma, é de total responsabilidade da concessionária. Ou seja, o solicitante do padrão de entrada não tem custos efetivos nessa etapa. Em contrapartida, no caso subterrâneo, se for uma determinação pública, ele será arcado pela concessionária. Caso não, os custos adicionais são de responsabilidade do dono da residência. 
- Poste auxiliar e ramal de entrada: O poste auxiliar ou o pontalete é o instrumento guia para a fiação que vem da rede pública (ele é o ponto de entrega da energia que vem da rede pública), e assim, o ramal de ligação é o conjunto de condutores e acessórios instalados entre o ponto de derivação da rede concessionária e o ponto de entrega. Após chegar no poste e até o quadro de medição (proteção e medição), este ramal é chamado de Ramal de entrada. Sendo assim, o ramal de entrada é o conjunto de condutores e acessórios, de propriedade do consumidor, instalados a partir do ponto de entrega até a proteção e medição. 
- Barramento: Barramento é o conjunto formado por barras ou chapas condutoras de eletricidade, normalmente fabricadas em cobre eletrolítico, isoladas entre si, destinadas a interligar e consequentemente equipotencializar os condutores dos diversos circuitos convergentes, e por conduzir efetivamente a energia elétrica. Conhecida popularmente como barra de terra, serve para dissipação de eventuais correntes de fuga de descargas atmosféricas. 
- Caixa de medição, medidor e disjuntor de entrada: A caixa de Medição é destinada à instalação dos equipamentos de medição de energia elétrica da distribuidora. O medidor é um aparelho que mede a energia elétrica consumida, é com ele que a distribuidora consegue verificar quanto de energia foi consumido no mês para poder enviar a conta. 
Os medidores existentes são em sua maioria eletrônicos, o que costuma variar é a faixa da amperagem, e a responsabilidade de instalação e compra do medidor é da concessionária.
O Disjuntor de Entrada é um aparelho que fica em uma caixa muito próxima a caixa de medição, chamada de caixa de disjunção, e é um dispositivo de proteção que interrompe o fornecimento de energia em caso de curto-circuito, ou de alguma emergência, em caso de valores de corrente muito altos. Esse disjuntor, em padrões de entrada individuais, interrompe o fornecimento de energia da unidade inteira. Por outro lado, em padrões de entrada coletivos, temos 2 disjuntores. Em primeiro lugar, temos o disjuntor do QDQ, já citado acima, que quando acionado interrompe o fornecimento de energia para todas as unidades. Em segundo lugar, há o disjuntor que fica alocado na caixa de disjunção, que controla a energia de cada unidade especificamente.
- Ramal de conexão ou de distribuição e Disjuntor do quadro de distribuição interna do domicílio: O ramal de distribuição compreende o conjunto de componentes elétricos entre a medição e o quadro de distribuição geral da unidade consumidora. É o encaminhamento dos cabos e acessórios dos medidores até as unidades consumidoras. O Custo de instalação do ramal de conexão é inteiramente do consumidor, a distribuidora não instala nem compra nenhum dos materiais.
O disjuntor do quadro de distribuição interna é bem semelhante ao presente na caixa de disjunção, e eles tem a mesma função: proteger o sistema em caso de curtos-circuitos, porém, o que muda é o seu posicionamento. Esses disjuntores ficam dentro da residência, e controlam a energia da casa como um todo.
-Quadro de distribuição: Quadro de distribuição é ocentro de distribuição de toda a instalação elétrica de uma residência, pois nele é que se encontram os dispositivos de proteção, recebe os fios que vêm do medidor e partem os circuitos terminais que vão alimentar diretamente as lâmpadas, tomadas e aparelhos elétricos. O quadro de distribuição deve ser instalado em lugar de fácil acesso e o mais próximo possível do medidor ou do centro de carga. Isto é feito para se evitar gastos desnecessários com os fios do circuito de distribuição, que são os mais grossos de toda a instalação e, portanto, os mais caros. Os quadros de medição podem ser de embutir ou de sobrepor.
Para o funcionamento da rede elétrica, são necessários vários componentes, além dos mencionados acima, a citar: 
Condutores, eletrodutos e isoladores elétricos: 
Os pontos de alimentação e utilização em uma unidade consumidora estarão todos ligados por meio dos mesmos condutores e submetidos aos mesmos dispositivos de proteção, sendo derivados de um quadro de distribuição. O dimensionamento adequado dos condutores e dos dispositivos de proteção e conservação está diretamente ligado à economia, à segurança e à proteção dos equipamentos que utilizarão a energia elétrica transmitida pelos circuitos elétricos (Emrich e Curi, 2017). Os condutores e dispositivos de proteção serão apresentados em maiores detalhes neste tópico. 
Após chegar no quadro de distribuição, a instalação elétrica de uma edificação deve ser dividida em circuitos terminais, que partem do quadro de distribuição e alimentam diretamente lâmpadas, tomadas de uso geral e tomadas de uso específico. A alimentação das lâmpadas e tomadas é por meio de condutores que podem ou não chegar até o ponto de alimentação dentro de eletrodutos. Os condutores são representados por fios, que podem ser de diversos tipos, a citar: 
Condutores e isoladores: 
Condutores:
-Vergalhão: produto metálico de seção maciça circular, destinado à produção de fios;
-Condutor: produto metálico, de seção transversal invariável e de comprimento muito maior do que a maior dimensão transversal, utilizado para transportar energia elétrica ou transmitir sinais elétricos;
-Fio: produto metálico maciço e flexível, de seção transversal invariável e de comprimento muito maior do que a maior dimensão transversal;
-Fio nu: fio sem revestimento, isolação ou cobertura. Nota: Na tecnologia elétrica, os fios são geralmente utilizados como condutores elétricos, por si mesmos ou como componentes de cabos; podem ser também utilizados com função mecânica ou eletromecânica. 
-Condutor encordoado: condutor constituído por um conjunto de fios dispostos helicoidalmente.
-Cabo: condutor encordoado constituído por um conjunto de fios encordoados, isolados ou não entre si, podendo o conjunto ser isolado ou não (Figura 2a). 
-Cabo nu: cabo sem isolação ou cobertura, constituído por fios nus. 
-Barra: condutor rígido, em forma de tubo ou de seção perfilada, fornecido em trechos retilíneos.
-Condutor compactado: é um condutor encordoado no qual foram reduzidos os interstícios entre os fios componentes, por compressão mecânica, trefilação ou escolha adequada da forma ou disposição dos fios. 
-Cordoalha: condutor formado por um tecido de fios metálicos. 
-Revestimento: camada delgada de um metal ou liga, depositada sobre um metal ou liga diferente, para fins de proteção. 
Isolação:
Isolação: conjunto dos materiais isolantes utilizados para isolar eletricamente.
-Condutor Isolado: fio ou cabo dotado apenas de isolação (Figura 2b).
-Cobertura: invólucro externo não metálico e contínuo, sem função de isolação, destinado a proteger o fio ou cabo contra influências externas. 
-Cabo unipolar: cabo constituído por um único condutor isolado e dotado, no mínimo de cobertura (Figura 2c).
-Cabo multipolar: constituído por dois ou mais condutores isolados e dotado, no mínimo, de cobertura (Figura 2d).
-Veias: condutores isolados constituintes dos cabos unipolares e multipolares. Os cabos multipolares contendo 2, 3 e 4 veias são chamados, respectivamente, de cabos bipolares, tripolares e tetrapolares. 
-Cordão: cabo flexível, com reduzido número de condutores isolados de pequena seção transversal, geralmente paralelos ou torcidos (Figura 2e).
Cabo multiplexado: cabo formado por dois ou mais condutor isolado, ou cabo unipolar, disposto helicoidalmente, sem cobertura (Figura 2f);
	
	
	
	
	
	
Figura 2
Conduto elétrico e eletroduto: 
Conduto elétrico (ou simplesmente conduto): uma canalização destinada a conter condutores elétricos. Nas instalações elétricas são utilizados vários tipos de condutos: eletrodutos, calhas, molduras, blocos alveolados, canaletas, bandejas, escadas para cabos, poços e galerias. O tipo de conduto mais comum nas instalações rurais são os eletrodutos, que podem ser definidos como: 
“Elemento de linha elétrica fechada, de seção circular ou não, destinado a conter condutores elétricos, permitindo tanto a enfiação quanto à retirada dos condutores por puxamento. Podem ser metálicos (aço, alumínio) ou de material isolante (PVC, polietileno, fibro-cimento, etc.) ou ainda magnéticos ou não magnéticos. São usados em linhas elétricas embutidas ou aparentes. Classificam-se em rígidos, curváveis, flexíveis e transversalmente elásticos. Utilizam como acessórios: luva, bucha, arruela, curva, braçadeira e box”. 
Pontos de luz, de força e interrupção: 
As lâmpadas e tomadas determinam a potência total da edificação. Tanto para os pontos de iluminação, quanto para os pontos de força, a NBR 5410 prevê uma potência mínima para as residências. Em se tratando de instalações para animais, a potência do local vai depender dos equipamentos a serem instalados e utilizados em cada edificação (máquina de moagem, freezer para vacinas, motor para bombas, etc); A simbologia da norma tanto para tomadas quanto para iluminação é apresentada na Figura abaixo: 
Pontos de luz: 
Na determinação das cargas de iluminação incandescente, adotam-se os seguintes critérios, de acordo com a NBR 5410:2004:
a) em cada cômodo ou dependência de unidades residenciais e nas acomodações de hotéis ou similares, deverá ser previsto pelo menos um ponto de luz fixo no teto, com potência mínima de 100VA. 
b) em cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6 m2 deve ser prevista uma carga mínima de 100 VA e com área superior a 6m2 deve ser prevista uma carga mínima de 100 VA para os primeiros 6m2, acrescida de 60 VA para cada aumento de 4m2 inteiros. 
Em instalações com lâmpadas LED ou fluorescentes, esse valor de potência poderá ser reduzido;
Pontos de tomada: 
As tomadas podem ser de uso geral (TUG’s) e de uso específico (TUE’s).
Tomadas de uso geral: não se destinam à ligação de equipamentos específicos e nelas são sempre ligados: aparelhos portáteis, aparelhos manuais, tais como, enceradeira, aspirador de pó, secador, furadeira, etc. E a sua quantidade é fixada de acordo com as seguintes condições:
-em banheiros, pelo menos uma tomada junto ao lavatório;
-em cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, cozinha-aérea de serviço, lavanderias e locais análogos, no mínimo ponto de tomada para cada 3,5 m, ou fração, de perímetro;
-nos cômodos ou dependências da instalação, se a área for inferior a 6m², pelo menos um ponto de tomada; se a área for maior a 6m², pelo menos um ponto de tomada a cada 5m, ou fração de perímetro, espaçados tão uniformemente quanto possível;
-em subsolos, garagens, sótãos, halls de escadarias e varandas, salas de manutenção ou localização de equipamentos, tais como casas de máquina, salas de bombas, barriletes e análogos, deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada; em varandas deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada. Admite-se que o ponto de tomada não seja instalado na própria varanda, mas próxima ao seu acesso, quando a varanda, por razões construtivas, não comportar o ponto de tomada; Em relação à potência nos pontos de tomada: 
-em banheiros, cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locaisanálogos, no mínimo 600 VA por ponto de tomada, até três pontos, e 100 VA por ponto para os excedentes, considerando cada um desses ambientes separadamente. 
- nos demais cômodos ou dependências, no mínimo 100 VA por ponto de tomada;
Tomadas de uso específico: são destinadas à ligação de equipamentos fixos e estacionários, como é caso de: chuveiro elétrico, torneira elétrica, secadora de roupa, máquina de lavar, ar condicionado, etc. Quando um ponto de tomada for previsto para uso específico, deve ser a ele atribuída uma potência igual à potência nominal o equipamento a ser alimentado ou à soma das potências nominais dos equipamentos a serem alimentados.
Interruptores: são as peças que controlam a passagem da corrente elétrica. Podem ser de diversos tipos (Creder, 2018):
Interruptor simples: Quando desejamos comandar uma única lâmpada (ou diversas que acendam simultaneamente). Este interruptor pode ter várias seções, utilizado quando queremos comandar várias lâmpadas que acendam separadamente. 
Interruptor "paralelo"(three way): É usado em escadas ou dependências cujas luzes, pela extensão ou por comodidade, deseja-se apagas ou acender de diferentes pontos;
Interruptor four-way ou intermediária: utilizado quando se deseja comandas as lâmpadas em vários pontos diferentes.
Cercas elétricas:
Segundo Maciel e Lopes (2000), a cerca elétrica consiste de um sistema bastante simples
em que o principal componente, o eletrificador, converte a energia recebida em pulso elétricos de pequena duração, baixa corrente e alta voltage, que pode ser utilizada para conter diferentes tipos de animais, como bovinos, eqúídeos, caprinos, ovinos, suínos, etc. A criação extensiva de animais, principalmente de bovinos, exige que o agricultor implante cercas na propriedade para conter os animais em áreas específicas. As cercas convencionais, até agora, representam a principal opção para o agricultor delimitar tais áreas, mas o número crescente de produtores rurais que estão descobrindo o grande potencial que têm as cercas elétricas em cumprir esta tarefa vem aumentando
A importância das cercas nas propriedades rurais é indiscutível. Elas são utilizadas principalmente nas divisas da propriedade; na delimitação de áreas cultivadas e nas divisórias dos pastos em áreas menores, visando a um melhor aproveitamento da pastagem, para se obter maior eficiência e lucratividade. 
Vantagens das cercas elétricas:
Segundo Maciel e Lopes (2000) e Aguirre e Guelfi Filho (1994), as principais vantagens das cercas elétricas são: 
-É um tipo de cerca de fácil construção e a gasto de tempo é de cerca de 1 hora para 1ha, enquanto que para as cercas convencionais, são necessárias 35 horas para a mesma área;
-O custo de implantação é da ordem de 20% inferior em relação às cercas convencionais;
-sua manutenção é muito fácil e econômica, pois o material utilizado (varas de suporte, fio condutor), estão em menor quantidade;
-Pode ser facilmente deslocada, modificada, removida, deslocada, o que não ocorre com cercas convencionais, que são permanentes;
-sua instalação é possível em locais acidentados, pois acompanha os desníveis do terreno;
-torna possível a montagem de piquetes provisórios, sem custo adicional;
-permite, a custo baixo o manejo intensivo das pastagens, apenas deslocando-se as cercas;
-contem animais que as cercas convencionais não conseguem (como bovinos, bubalinos);
-com este tipo de cerca os acidentes podem ser reduzidos, pois os animais mantém uma cerca distância e evitam saltos, que provocam pernas quebradas ou couro danificado;
Cuidados na instalação das cercas: Os principais cuidados que devem ser adotados na construção das cercas estão: a) Não devem ser instaladas nas divisas com vizinhos, sem consentimento; b) A sua instalação não é recomendada em locais públicos, com risco de pessoas tocarem, e quando for imprescindível, deve-se adotar placas indicando que a cerca é eletrificada; c)quando atingida por raios o aparelho eletrificador poderá sofrer danos; d) qualquer material que toque a cerca e o solo (como um galho) poderá estar roubando energia, por isso, o local onde a cerca for instalado deverá permanecer limpo;
Principais componentes das cercas: 
· Eletrificador: tem a função de modificar a energia de alimentação de modo que ao tocar o fio da cerca ou animal ou ser humano não recebam uma descarga que lhe façam mal; a cerca nunca deve ser ligada diretamente à rede de força ou luz da propriedade, seja 110 ou 220V. Sem o eletrificador, o choque provocado será mortal. O eletrificador deve ser de qualidade, fabricado dentro de normas, não sendo permitido utilizar materiais de fabricação caseira. Segundo Aguirre e Guelfi Filho (1994),a escolha do modelo de aparelho a ser utilizado é função das fontes de energia e do comprimento do fio a ser eletrificado. Segundo Maciel e Lopes (2000) a classificação do eletrificadores é feita de acordo com a fonte de energia necessária ao seu funcionamento, podendo ser: 
-Eletrificador alimentado por corrente alternada: comum em fazendas alimentadas pelo sistema elétrico monofásico ou trifásico, mas para instalar a tomada de alimentação do eletrificador será necessário conhecer a sua tensão de funcionamento para fazer a alimentação correta. Esses eletrificadores deverão ser instalados em um local de fácil acesso à rede de energia elétrica, e assim poderá ser torna-se necessária a instalação de uma rede de alimentação geral de maior comprimento, nas situações em que a área ser delimitada por cerca elétrica se encontrar localiza distante do melhor local de instalação do eletrificador;
É necessário que a energia elétrica feche o circuito saindo do aparelho, percorrendo a cerca, passando pelo animal, indo ao solo e voltando ao aparelho através do polo-terra. É, portanto, de vital importância para o funcionamento da cerca eletrificada o bom funcionamento dela. 
· Condutores: são os próprios fios da cerca, que podem ser do tipo farpado, liso, etc., que são os responsáveis por conduzir o pulso elétrico desde o eletrificador até o ponto extremo da cerca; deve-se dar preferência aos arames de aço galvanizado, que além de serem mais baratos, possuem boa condutividade elétrica e são resistentes aos esforços de cisalhamento e às corrosões causadas pelas variações dos climas. Os arames com seção circular de 2,5mm de diâmetro ou os ovalados com seção elíptica entre 2,2mm e 2,7mm são os mais utilizados; os condutores que irão ligar as hastes, e interligar o sistema de aterramento ao aparelho eletrificador devem ser do mesmo material das hastes, ou seja, aterramento feito com hastes de cobre deve possuir condutor de cobre; aterramento feito com haste de aço galvanizado deve ser interligado com condutor de aço galvanizado.
· Moirões e balancins: Os moirões, também chamados de postes devem ser de madeira de lei ou tratada, fincados nos locais onde o arame da cerca será esticado, e em locais onde é necessário fazer curvas, como nos cantos da cerca. As distâncias entre cada moirão são bem maiores do que das cercas convencionais, e variam em função da topografia do terreno, em terrenos planos a distância pode chegar a 200m. Devem estar ficados no solo entre 50 e 60cm e a sua altura não ultrapassará 1,10m. Os balancins são componentes utilizados nos vãos existentes entre moirões, para manter os fios da cerca na altura desejada acima do nível do solo, e podem ser de madeira tratada, vergalhão, acrílico ou fibra de vidro. O espaçamento entre balancins varia em função da topografia; em terrenos planos poderá ser de 15 a 20 metros;
· Conectores: são dispositivos utilizados para fazer junções nos arames, garantindo melhor condução de energia, e evitando quedas de tensão (perdas) nos pontos de conexão;
· Catracas: são componentes que ficam amarrados aos moirões, em uma das suas extremidades dos vãos, para esticar o arame. Elas possuem um sistema de trava que permite esticar o arame com grande facilidade. Como são amarradas aos moirões da cerca, elas são isoladas para não permitir o contato diretoentre a cerca e o solo. Uma catraca estando bem presa ao moirão permite esticar o arama em vãos de até 200metros de comprimento; existem catracas sem isolamento, que são adequadas para serem utilizadas no meios dos vãos, quando se torna necessário fazer emendas de arame. 
· Isoladores: São responsáveis por isolar os fios da cerca elétrica e fixar os arames nos moirões e nos balancins, garantindo o isolamento elétricos dos fios, evitando fugas de correntes para o solo, já que as eventuais perdas de tensão elétrica por curto-circuito diminuem sensivelmente a sua eficiência. Podemos citar dois tipos de isoladores: a) castanha: utilizados nos cantos e nos extremos de cercas; b) roldana ou isoladores de meio: são adequados para serem utilizados em balancins de madeira, onde serão pregados, antes ou após o lançamento dos fios da cerca. Quando se utiliza balancins em fibra de vidro os isoladores são dispensados. 
· Chave seccionadora: é utilizada para isolar setores da cerca ou desliga-la, quando for necessário fazer alguma manutenção na cerca ou quando as condições meteorológicas indicam perigo de para-raio. Ela é feita de material isolante, para evitar choque elétricos no momento de ser operada.
· Porteiras: abertura necessária em locais de acesso. Existem diversos tipos de porteira: porteira simples, porteira ideal, porteira com 2 arames e passagem subterrânea. A porteira ideal possui uma empunhadura de material isolante, para que possa ser aberta e fechada com segurança. No local onde são construídas é feita uma conexão subterrânea ou aérea entre os dois lados da cerca, para que a cerca construída após a porteira não fique desenergizada quando ela estiver aberta. 
· Placas de advertência: são recomendadas para indicar o uso de cerca eletrificada. As placas devem ser amarelas, com o texto em preto, contendo um raio e os dizeres “CERCA ELÉTRICA”. Recomenda-se a colocação destas placas a cada 100 metros e nas áreas de trânsito a cada 50m, ou de forma que fiquem visíveis;
· Sistema de proteção contra raios: apesar de as cercas elétricas serem menos suscetíveis a descargas do que as convencionais, mas mesmo assim, não existe uma forma de se evitar o risco de “queima” caso o sistema seja atingido por um raio. O aterramento é o ponto mais provável em que o raio se difundirá para a terra e ele precisa ser protegido contra raios com o uso de dispositivos especiais. Podem ser utilizados: para-raios, fios flexíveis com fusíveis e faiscadores de descarga.
Manutenção preventiva:
A manutenção preventiva da cerca elétrica é bastante simples, dadas as suas características construtivas. Recomenda-se fazer uma vistoria preventiva pelo menos uma vez por semana a começar pelo eletrificador (Maciel e Lopes, 2000). “Geralmente o aparelho eletrificador de cerca tem uma pequena lâmpada localizada em ponto visível, que pisca a cada pulso do aparelho. Ela serve para demonstrar a entrada de energia, bem como o perfeito funcionamento do aparelho” (Aguirre e Ghelfi Filho,1994). 
Nessa vistoria procura-se identificar prováveis locais onde possa haver fugas de corrente para o solo, o que normalmente ocorre, quando folhas, ramos ou galhos atingem os fios da cerca; além disso, é necessário conferir a tensão elétrica em cada trecho, e se for observado que em um determinado ponto a tensão estiver abaixo do recomendado, provavelmente haverá fuga de corrente. “As fugas de corrente podem ser detectadas pelo estalo (faísca) que elas emitem; a noite as vezes é possível visualizá-las. Sempre que necessário deve-se roçar o capim abaixo dos fios das cercas” (Aguirre e Ghelfi Filho,1994).
Quando constatada a existência de fios arrebentados, eles deverão ser imediatamente emendados para que haja continuidade do circuito elétrico. A emenda poderá ser feita utilizando-se as extremidades do próprio arame arrebentado ou preferencialmente com o uso de catracas sem isolamento, que além de facilitar o trabalho de emendar os arames, permite esticá-los novamente, mantendo as características desejáveis para a cerca elétrica.
Também podem ocorrer fugas através dos isoladores, que ocorrem principalmente quando são utilizados os de plástico. Os de porcelana dificilmente se quebram ou tricam, exceto na sua colocação. 
Referências:
CREDER, H.; Instalações elétricas. Rio de Janeiro, LTC, 2018. 
MACIEL, N.F., LOPES, J.D.S.; Cerca elétrica, Equipamentos, Instalação, Manejo. Aprenda Fácil, Viçosa, 2000. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão, Rio de Janeiro, 2008. 
PEREIRA, M.F; Construções rurais. São Paulo, Nobel: 1986;
AGUIRRE, J., GUELFI FILHO, H., Instalações para bovinos, Campinas, CATI, 1994. 
EMRICH. E.B., CURI, T.M.R.C.; Construções rurais. Volume único, Londrina: Editora e distribuidora Educacional, 2017. 
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