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(Aula 2) CFT I - Mecanismos gerais da ação de fármacos

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Mecanismos Gerais 
da Ação de Fármacos
PUCRS - Faculdade de Farmácia
35306-04 - Ciências Farmacológicas e Toxicológicas I
da Ação de Fármacos
Introdução à Farmacodinâmica
Profa. Luciana Oliveira
Farmacologia
• Antiguidade: 
– doença como punição divina (pecado); logo, a cura 
também necessita da intervenção divina.
– Medicamentos tradicionais: 
• Orações e rituais;• Orações e rituais;
• Medicamentos baseados em ervas;
• Excrementos, urina, partes de animais...
• Séc XIX, Alemanha: 
– “A terapêutica é um estágio empírico apreciado por 
clínicos e médicos práticos, e é através da combinação 
com a fisiologia que precisa ascender para ser uma 
ciência, o que não é nos dias de hoje” (Virchow).
Farmacodinâmica
• Estudo dos efeitos bioquímicos e fisiológicos 
dos fármacos e o modo que estes ocorrem.
– “O que o fármaco faz no organismo”.
• A farmacodinâmica investiga:
Locais de ação de fármacos e outras substâncias;– Locais de ação de fármacos e outras substâncias;
– Mecanismos de ação;
– Relação entre dose e magnitude de efeito;
– Efeito decorrente do mecanismo de ação;
– Variação das respostas aos fármacos.
• Farmacodinâmica + farmacocinética (PD + PK) 
proporcionam a base científica para a seleção e uso de 
substâncias na prática clínica.
Profa. Luciana Oliveira
Princípios Básicos da Farmacologia
• Os efeitos farmacológicos exigem, em geral, uma 
distribuição não-uniforme das moléculas do 
fármaco no organismo/tecido.
– “corpora non agunt nisi fixata” (Paul Ehrlich, séc XX) – “corpora non agunt nisi fixata” (Paul Ehrlich, séc XX) 
• Interpretação: o fármaco não funciona a não ser que esteja 
ligado em alguma estrutura.
– “Alvos farmacológicos”.
• Aproximação fármaco-célula.
– As moléculas de um fármaco devem exercer alguma 
influência química em um ou mais constituintes das 
células para produzir uma resposta.
Profa. Luciana Oliveira
Princípios Básicos da Farmacologia
• Quando o fármaco alcança a biofase e 
interage com sítios com os quais tem 
afinidade, resulta uma cadeia de eventos que afinidade, resulta uma cadeia de eventos que 
leva, em última análise, ao seu efeito. 
– A biofase é o local do organismo onde o fármaco 
exerce o efeito. 
• Normalmente é uma estrutura proteica.
Profa. Luciana Oliveira
Princípios Básicos da Farmacologia
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Objetivos da Farmacodinâmica
• Descrever a natureza dos prováveis sítios de 
ligação (ou receptores);
• Compreender o mecanismo de interação entre • Compreender o mecanismo de interação entre 
o fármaco e um sítio de ligação;
• Descrever qual a resposta gerada por esta 
interação.
Profa. Luciana Oliveira
Receptores
• Componentes biológicos, que interagem 
especificamente, com uma molécula do fármaco, 
produzindo uma resposta.
– Resposta = efeito farmacológico.
• Podem ser encontrados na superfície de membranas • Podem ser encontrados na superfície de membranas 
celulares ou no meio intracelular.
• Apresentam estrutura proteica com um sítio específico 
para ligação do fármaco.
– Um mesmo fármaco pode se ligar a mais de um receptor;
– Um mesmo receptor pode ter afinidade por mais de um 
fármaco.
Profa. Luciana Oliveira
Propriedades dos Receptores
• Seletividade→ o receptor consegue 
selecionar as substâncias químicas a através 
de grupos estruturais e propriedades químicas 
semelhantes.semelhantes.
– Quanto maior a seletividade, menor a incidência 
de efeitos indesejados.
• Ex: efeitos indesejados da terapia antineoplásica.
– NUNCA SERÁ 100%.
Profa. Luciana Oliveira
Propriedades dos Receptores
• Sensibilidade→ o receptor é capaz de captar 
baixas concentrações de fármacos e disparar 
uma resposta.
• Especificidade→ a ligação é específica ao 
fármaco e depende da classe química, 
características estruturais e conformação.
– Cada tecido possui receptores específicos.
– Alguns receptores podem ativar uma mesma 
cascata de eventos.
Profa. Luciana Oliveira
Ação dos Fármacos
• Os fármacos não criam funções nos órgãos ou 
sistemas sobre os quais atuam.
–Modificam as funções já preexistentes.
• Terapia gênica – desafia este conceito!• Terapia gênica – desafia este conceito!
• Os fármacos podem agir por: 
– Estimulação, 
– Depressão, 
– Reposição ;
– Antiinfecção.
Profa. Luciana Oliveira
Ação dos Fármacos
• Na estimulação o fármaco aumenta a atividade 
da célula alvo.
– Exemplo: acetilcolina (neurotransmissor) –
Estimula o Sistema Nervoso Periférico.
• Na depressão o fármaco diminui a atividade da 
célula alvo.
– Exemplo: Loperamida – Diminui o peristaltismo 
intestinal.
Profa. Luciana Oliveira
Ação dos Fármacos
• Na reposição o fármaco atua como repositor
de nutrientes ou hormônios.
– Exemplo: Reposição hormonal, Vitaminas.
• Na anti-infecção o fármaco age destruindo ou 
neutralizando organismos patogênicos.
– Exemplo: Mebendazol – Tratamento de Ascaridíase.
Amoxicilina – Tratamento de infecções 
bacterianas.
Profa. Luciana Oliveira
Ação versus Efeito farmacológico
• A ação farmacológica - interação fármaco-
receptor (FR) específicos nas células:
- Ex: amlodipina (anti-hipertensivo) – bloqueia a 
entrada de cálcio nas fibras musculares dos vasos 
sanguíneos.sanguíneos.
• Efeito – são as conseqüências da interação 
com o receptor:
- Ex: a interação da amlodipina com o receptor 
impede a contração das fibras musculares, 
causando vasodilatação, reduzindo, assim, a 
pressão arterial.
Profa. Luciana Oliveira
Ação em Receptores
• Formação do complexo Fármaco (F) –
Receptor (R).
Profa. Luciana Oliveira
• A eficácia do fármaco depende da estabilidade do 
complexo fármaco/receptor e do número de sítios 
ocupados pelo fármaco. 
Ação sobre Receptores
• Agonistas:
– O fármaco ativa ou estimula receptores.
• Ativação = há o disparo de uma resposta que aumenta 
ou diminui a função celular, gerando uma resposta ou diminui a função celular, gerando uma resposta 
tecidual. 
• Antagonistas:
– O fármaco se liga a receptores que bloqueiam o 
acesso ou a ligação de drogas agonistas. 
• Não há produção de resposta farmacológica.
Profa. Luciana Oliveira
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Ação sobre Receptores
Profa. Luciana Oliveira
Ação sobre Receptores
• A tendência de um fármaco em se ligar em 
determinado receptor é chamada de AFINIDADE.
– Fármacos de alta potência possuem alta afinidade, 
pois são capazes de desencadear respostas mesmo 
em baixas concentrações.em baixas concentrações.
• A capacidade de um fármaco em ativar esse 
mesmo receptor é chamada de EFICÁCIA;
– Podemos dizer que antagonistas possuem eficácia 
zero, visto que sua interação com receptor não gera 
nenhuma resposta.
• Os receptores “preferem” fármacos agonistas do que 
antagonistas.
Profa. Luciana Oliveira
Ação em Receptores
• Fármacos agonistas totais
– Possuem afinidade pelo receptor
• Produzem efeito máximo (α= 1)
• Fármacos agonistas parciais
– Tem afinidade pelo receptor– Tem afinidade pelo receptor
• Não produzem efeito máximo (0< α <1)
– Mesmo quando a ocupação dos receptores é de 100%
• Fármacos antagonistas
– Tem afinidade pelo receptor
• NÃO produzem efeito algum (α= 0)
• Impedem a ligação do agonista total seu receptor.
– Antidotismo!
Profa. Luciana Oliveira
Antagonismo Competitivo
• Pode ocorrer de duas maneiras:
– Reversível;
• O aumento da concentração do agonista é capaz de 
restabelecer a sua ocupação.
– E, portanto, a resposta desta interação no tecido.– E, portanto, a resposta desta interação no tecido.» Ex.: Naloxona.
– Irreversível; 
• Ocorre com substâncias que interagem com receptores 
através de ligações covalentes.
– Portanto, a administração de um agonista não será capaz de 
“desligar” o antagonista do receptor e reestabelecer sua 
ocupação.
» Ex.: Omeprazol.
Profa. Luciana Oliveira
O antagonismo competitivo 
reversível é o mais comum e 
importante;
– Na presença de antagonista, a 
curva log x efeito do agonista é 
desloca-se p/ direita, sem 
alteração da inclinação ou no 
efeito máximo;
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• a extensão do deslocamento uma 
medida de razão da dose.
– A razão de dose aumenta 
linearmente com a 
[antagonista];
• A inclinação da linha é uma 
medida de afinidade do agonista
por seu receptor.

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