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Material Complementar Farmacodinâmica

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2
FUNDAMENTOS DE FARMACODINÂMICA
FARMACODINÂMICA
De maneira mais abrangente, podemos dizer que a farmacodinâmica descreve 
a relação entre concentração do fármaco no sítio de ação e o efeito resultante, 
incluindo o desenvolvimento ou aparecimento do efeito e intensidade dos efeitos 
terapêuticos e adversos.
A maioria dos fármacos exerce seus efeitos, desejados ou indesejados, interagindo 
com receptores, isto é, macromoléculas-alvo especializadas, presentes na 
superfície ou no interior celular. Os receptores ligam fármacos e iniciam eventos 
que causam alterações nas atividades bioquímicas e/ou biofísicas de células e, 
em consequência, na função do órgão. Os fármacos podem se ligar a enzimas, 
como a inibição da di-hidrofolato-redutase pela trimetoprima; ácidos nucléicos 
como o bloqueio da transcrição por dactinomicina; ou receptores de membrana 
como a alteração da permeabilidade de membrana pela pilocarpina. Em cada 
caso, a formação do complexo fármaco-receptor (FR) leva à resposta biológica. A 
intensidade da resposta é proporcional ao número de complexos.
ATENÇÃO: As drogas não criam funções, apenas modificam as funções que já 
existem.
-Qualquer substância que altera a função
biológica por meio de suas ações químicas.
ou
- Substância química que é o princípio ativo do
medicamento, ou seja, é o responsável pelo
efeito terapêutico do medicamento.
Fármaco
Assim, de maneira geral, para que um fármaco consiga desencadear um mecanismo 
de ação e consequente efeito terapêutico, ele precisará se ligar a um receptor. 
3
Para interagir com seu receptor, o fármaco deve ter o tamanho, a carga elétrica, 
o formato e a composição atômica apropriados.
De maneira geral, o fármaco ao se ligar em seu receptor, modifica uma via de 
sinalização e, consequentemente, gera um efeito biológico.
Fármaco + 
Receptor Via Sinalização Efeito biológico
Dois conceitos que são importantes na terapêutica e que advém de mecanismos 
farmacodinâmicos são: SELETIVIDADE e JANELA TERAPÊUTICA.
SELETIVIDADE
Propriedade que o fármaco tem de atuar SELETIVAMENTE em um grupo de 
receptores. 
Quanto MAIS Seletivo, em MENOR grupo de receptores um fármaco age. Isso 
garante que MENOS efeitos adversos. 
AÇÃO EM MENOS
GRUPOS DE 
RECEPTORES
EFEITOS 
ADVERSOS
SELETIVO
4
Vamos ver um exemplo para simplificar.
O fármaco A (um antidepressivo tricíclico, como a amitriptilina) é MENOS seletivo 
que o fármaco B (um inibidor da recaptação de serotonina, como a sertralina).
Perceba que o fármaco A atua em 5 grupos de receptores. Desses, apenas 2 
grupos são responsáveis pelos efeitos terapêuticos. Os outros 3 grupos apenas 
são responsáveis por efeitos adversos (os quais também são causados pelos 
grupos responsáveis pelo efeito terapêutico).
Já o fármaco B atua unicamente em um grupo de receptores. A atuação nesse 
grupo gera tanto o efeito terapêutico como os efeitos adversos. Entretanto, por ser 
mais seletivo, tende a gerar menos efeitos adversos do que o fármaco A.
É importante notar também que, quanto MAIOR a dose utilizada, de forma MENOS 
seletiva o fármaco tende a se comportar (+ efeitos adversos).
J
A
B
5
ANELA TERAPÊUTICA
A janela terapêutica é a faixa de doses de um fármaco que produz uma resposta 
terapêutica, sem efeitos adversos inaceitáveis (toxicidade).
• A janela terapêutica pode ser quantificada pelo ÍNDICE TERAPÊUTICO (IT)
• Diferença entre a dose necessária para produzir efeito terapêutico e 
um efeito tóxico.
Matematicamente, o IT é representado pela seguinte fórmula:
dose que produz uma resposta letal em 50% da população
dose que produz uma resposta efetiva em 50% da população
DL50
DE50
Medicamentos 
com índice 
Terapêutico 
baixo (estreito)
Dose 
Terapêutica é 
muito próxima
à dose tóxica
Medicamentos 
pouco seguros. 
Ex: digoxina
Medicamentos 
com índice 
Terapêutico Alto 
(amplo)
Dose Terapêutica é 
muito distante à 
dose tóxica
Medicamentos 
muito seguros.
Ex: 
Benzodiazepínicos
Para os medicamentos de baixo índice terapêutico (como lítio, digoxina, entre 
outros), uma ação que aumenta a segurança no uso é a dosagem dos níveis séricos. 
Dessa forma, obtém-se a concentração sanguínea dos fármacos, permitindo a 
realização de ajustes que garantam doses inferiores a doses tóxicas. 
6
AÇÃO INESPECÍFICA
Trata-se da ação de drogas que independem de receptores. O aumento da 
concentração não necessariamente irá provocar alterações significantes no efeito 
(Relação Dose-Resposta).
Não há estrutura-atividade definida: substâncias químicas bem diferentes podem 
possuir a mesma ação e provocar os mesmos efeitos.
AÇÃO INESPECÍFICA
Trata-se da ação de drogas que possuem um sítio de ação: Receptor, Canal Iônico, 
Enzima, Molécula Transportadora. Existe uma relação Estrutura-Atividade em 
que pequenas alterações químicas podem inativar ou alterar o efeito da droga, 
bem como existe uma relação Dose-Resposta em que o aumento da dose (até um 
certo valor) irá provocar aumento do efeito.
RELAÇÃO DOSE-RESPOSTA
A farmacodinâmica de um fármaco pode ser quantificada pela relação entre a 
dose (concentração) do fármaco e a resposta do organismo (do paciente) a este 
fármaco. Vejamos alguns conceitos importantes acerca dessa relação.
Afinidade: Capacidade de o fármaco formar um complexo com o receptor
Quanto MAIOR a afinidade, MENOR a concentração necessária de fármaco 
(menor a dose) para a formação do complexo fármaco-receptor para produzir 
determinado efeito.
Maior a afinidade
Menor a concentração necessária de 
fármaco
7
A afinidade pode estimada em função da KD (constante de dissociação do 
complexo fármaco-receptor – Lembre-se que a ligação fármaco + receptor não se 
trata de uma ligação estática. O fármaco liga-se e desliga-se de seu complexo ao 
longo do tempo).
Kd = constante de dissociação de equilíbrio para a 
interação fármaco–receptor
• Quanto MENOR a KD (constante de dissociação do complexo fármaco-receptor), 
MAIOR é a afinidade. 
• Menor será a concentração de fármaco necessário para 50% dos 
receptores
Quanto menor é a Kd
Maior é a afinidade
8
Vamos analisar o gráfico abaixo:
Observe que a Kd corresponde à concentração do fármaco (eixo X) em que 50% 
dos receptores estão ligados (ocupados) pelo fármaco (eixo Y)
Assim, um valor mais baixo de Kd indica uma interação fármaco–receptor mais 
firme (de maior afinidade) – Portanto o Fármaco A (Kd menor) tem mais afinidade 
pelo receptor do que o Fármaco B.
Logo, o Fármaco A, que apresenta uma Kd mais baixa, irá se ligar a uma maior 
proporção de receptores totais do que o Fármaco B em qualquer concentração de 
fármaco.
CURVA DOSE-RESPOSTA 
Como vimos, a farmacodinâmica de um fármaco pode ser quantificada pela 
relação entre a dose (concentração) do fármaco e a resposta do organismo (do 
paciente) a este fármaco.
Parte-se do princípio de que a resposta a um fármaco é proporcional à concentração 
de receptores que estão ligados (ocupados) pelo fármaco
Receptores 
ocupados
Concentração do fármaco
9
Veja que as curvas de dose–resposta demonstram o efeito de um fármaco como 
função de sua concentração. Vamos analisar cada componente:
• Dose (concentração do fármaco em log): é representada no eixo X (horizontal) 
e é crescente da esquerda (inicia em 0) para direita.
• Resposta: é representada no eixo Y (vertical) – Exemplo de resposta: diminuição 
da Pressão Arterial.
• EC50: é a potência do fármaco => a concentração em que o fármaco produz 
50% de seu efeito máximo. 
• o Fármaco A é mais potente do que o Fármaco B;
• Veja que o fármaco A precisa de uma dose menor para produzir metade do seu 
efeito máximo, quando comparado ao fármaco B. 
• Eficácia: Os Fármacos A e B exibem a mesma eficácia (resposta máxima ao 
fármaco).
• Resumindo, a partir da curva Dose-Resposta, dois parâmetros importantes 
podem ser deduzidos:
10
TEORIA DA OCUPAÇÃO
A magnitude de determinada resposta farmacológica produzida por uma droga 
que se combina reversivelmente com seu receptor é diretamente proporcional ao 
númeroou frações de receptores ocupados pela droga. 
• Todos os receptores são idênticos e igualmente acessíveis à droga. Podem 
existir receptores ativos e inativos.
• Apenas uma porção da droga total participa na formação de complexos com o 
receptor / A resposta biológica é proporcional ao grau de ocupação do receptor 
e independe do tempo.
• Deu origem aos conceitos de Efeito mínimo e máximo e receptores de reserva, 
onde a amplitude de dose útil fica situada entre o efeito mínimo e máximo.
Efeito
Dose log
Efeito 
limiar ou 
mínimo
Efeito 
Máximo
11
LIGAÇÃO ENTRE FÁRMACO E RECEPTOR
A ligação fármaco–receptor resulta de interações químicas entre as duas 
moléculas. Vejamos alguns aspectos importantes de cada tipo de interação 
química.
Tipo de 
Ligação
Força da 
Ligação
Características
Van der Waals Fraca (+) Representa a maior parte de ligações entre fármaco e 
receptor
Ligação de 
Hidrogênio
Intermediária 
(++)
Os átomos de hidrogênio ligados ao N ou O tornam-
se mais positivamente polarizados, permitindo a sua 
ligação a átomos de polarização mais negativa.
Iônica Intermediária 
(+++)
Ocorrem entre átomos de cargas opostas, 
mais fortes do que as ligações de hidrogênio;
menos fortes do que as ligações covalente
Covalente Forte (++++) São tão fortes que na maioria dos casos são irreversíveis 
(estáveis)
A ligação fármaco–receptor raramente é produzida por um único tipo de interação; 
na verdade, é uma combinação dessas interações de ligação que proporciona 
ao fármaco e a seu receptor as forças necessárias para formar um complexo 
fármaco–receptor estável.
• Interações mais comuns: interações fracas (Van der Waals e ligações de 
hidrogênio) – lembre-se que o fármaco se liga e se desliga;
• Interações menos comuns: interações fortes (interações iônicas e a ligação 
covalente)
AGONISTAS E ANTAGONISTAS
• Um agonista é uma molécula que se liga a um receptor e o estabiliza numa 
determinada conformação (ativa). Aumentam a atividade do receptor. Podem 
ser classificados em:
• Agonista TOTAL => alcança eficácia máxima;
• Agonista PARCIAL=> liga-se a um receptor em seu sítio ativo, mas só produz 
uma resposta parcial, mesmo quando todos os receptores estão ocupados 
(ligados) pelo agonista.
12
• Agonistas INVERSOS- Se ligam ao receptor e REDUZEM o nível de ativação 
constitutiva do receptor (não há fármacos de uso clínico que sejam classificados 
como agonistas inversos).
É possível identificar agonistas totais e parciais por meio da curva dose-resposta. 
Os totais atingem 100% de reposta, enquanto os parciais não.
Nesse gráfico: Butila e Hexila representam agonistas totais (alcançam 100% de 
resposta) e Heptila e Octila representam agonistas parciais (não chegam aos 
100%).
Os antagonistas não apresentam atividade intrínseca (eficácia = 0), isso porque 
os antagonistas são moléculas que unicamente inibem a ação de um agonista, 
mas que não exerce nenhum efeito na ausência do agonista.
Podem ser classificados em: Competitivos e Não Competitivos.
Antagonistas
Competitivos
Não 
Competitivos 
(alostéricos)
13
ANTAGONISTAS COMPETITIVOS
• Ligam-se ao receptor estabilizando-o em sua forma inativa.
• Ligam-se ao mesmo receptor que o agonista (ligante endógeno) e impedem 
a ligação deste agonistas (competem pelo receptor).
• Temos aqui uma situação de competição entre duas moléculas: o 
ligante endógeno e o fármaco antagonista. Ambas, competem pelo 
mesmo receptor. 
• Pensando no exposto, facilmente conseguimos entender que o aumento 
da concentração do ligante endógeno pode deslocar o fármaco 
antagonista. Ou seja, é possível reverter a ação do antagonista 
aumentando a dose do ligante endógeno. 
• Parece óbvio, não é mesmo? Trata-se de uma competição. O “time” 
com mais “jogadores” tem mais chance de “ganhar”.
• Perceba que na presença de um antagonista competitivo, diminui a POTÊNCIA 
do ligante endógeno, pois haverá necessidade de aumento da concentração 
para deslocar o antagonista. 
• Lembre-se: quanto MAIOR a concentração para atingir 50% da eficácia, 
MENOR é a Potência.
É possível observar essa diminuição de potência na curva dose-resposta do ligante 
endógeno (agonista), pois sua curva é deslocada para direita (representando um 
aumento de dose).
Vamos analisar essa informação por meio de uma Curva Dose-Resposta:
14
Perceba que a curva em azul representa o comportamento do agonista (ligante 
endógeno). Quando na presença de um Antagonista COMPETITIVO, a curva é 
deslocada para a DIREITA. O que isso significa?
• A potência do agonista diminui (a dose para atingir 50% da eficácia máxima 
AUMENTA): No gráfico passa de 15 para 25.
• A eficácia não sofre variação (perceba que sozinho ou com o antagonista 
competitivo o agonista mantém sua capacidade de atingir 100% de resposta).
Ativador
“Efeito semelhante”Agonista
Inibidor
“Efeito Oposto” - BloqueioAntagonista
ANTAGONISTAS NÃO-COMPETITIVOS
Podem ligar-se: ao mesmo sítio ativo ou a um sítio alostérico (diferente) de um 
receptor. Não há competição quando a ligação é no mesmo sitio do agonista 
porque o antagonista não competitivo se liga de maneira IRREVERSÍVEL (de 
maneira covalente ou de muita afinidade). Não adianta aumentar a dose. Não há 
viabilidade para competição.
15
A ligação em um sítio diferente (alostérica) provoca uma modificação no sítio do 
agonista. Também não adianta aumentar a dose do agonista (não se trata de 
uma relação de competição).
• Um receptor ao qual está ligado um antagonista não-competitivo não pode 
mais responder à ligação de um agonista.
• Consequência: a resposta máxima (EFICÁCIA) do agonista é REDUZIDA.
Vejamos esse comportamento na Curva Dose Resposta:
Perceba a diferença:
• Na presença de Antagonista Não-Competitivo: há diminuição de EFICÁCIA;
• Não presença de Antagonista Competitivo: há diminuição de POTÊNCIA.
POTÊNCIA: DEPENDE DE AFINIDADE E EFICÁCIA
Já vimos a definição de potência. Entretanto, é importante perceber que a potência 
depende tanto da AFINIDADE quanto da EFICÁCIA do fármaco. Dessa forma, as 
seguintes relações são verdadeiras:
• Quanto MENOR a dose para produzir o efeito, MAIOR a potência;
• Quanto MAIS potente, MENOS receptores precisam ser ocupados para produzir 
o efeito;
• Quanto MENOR a KD (constante de dissociação do complexo fármaco-receptor), 
MAIOR é a potência.
Redução de Eficácia! 
Agonista + Antagonista Não 
Competitivo: Não alcança 
100% de resposta 
16
Como vimos, uma forma de comparar a potência dos fármacos é através da 
concentração requerida para atingir 50% do efeito máximo, denominada de 
concentração efetiva 50% ou EC50. Quando dois fármacos são comparados, o 
fármaco com menor EC50 será considerado mais potente. 
Mais Potente
Menor a EC50 (concentração 
requerida para atingir 50% do efeito 
máximo)
Outras modificações dos efeitos dos fármacos pelo uso repetido (além de 
tolerância e taquifilaxia) são:
Refere-se a falhas terapêuticas.
Os receptores que assumem um estado refratário após 
ativação necessitam de um certo período de tempo para 
que possam ser novamente estimulados
Refratariedade
Expressão usada para referir a perda de eficácia de 
agentes antimicrobianos e antitumorais.
Resistência 
Farmacológica
Resposta exacerbada a um fármaco
Ocorre por mecanismos inversos aos ocorridos para 
redução de efeito.
Supersensibilização
17
 
CONCEITOS IMPORTANTES
Eficácia ou Atividade Intrínseca 
• Capacidade de gerar efeitos bioquímicos intracelulares;
• Indução de resposta celular molecular no receptor
Os fármacos podem ser classificados em função do potencial de ligação ao 
receptor e da atividade intrínseca da seguinte forma:
• Atividade intrínseca = 1 => Fármaco Agonista Total
• Atividade intrínseca entre 0 e 1 => Agonista parcial
• Atividade intrínseca = 0=> Antagonista
• Atividade intrínseca = -1=> Agonista inverso
LOCAIS DE AÇÃO DAS DROGAS
• Receptores;
• Enzimas;
• Moléculas transportadoras;
• Canais Iônicos;
• Outros (DNA, parede de célula bacteriana, etc);
18
RECEPTORESO estudo da farmacodinâmica baseia-se no conceito da ligação fármaco–receptor. 
Logo, vamos estudar os tipos de receptores e como ocorrem as ligações entre o 
fármaco com o receptor.
PRINCIPAIS TIPOS DE RECEPTORES DE FÁRMACOS
A maioria das interações fármaco–receptor podem ser classificadas em 6 grandes 
grupos. Esses grupos compreendem as interações entre fármacos com:
1. Canais iônicos 
transmembrana
2. Receptores 
acoplados a Proteínas 
G 
3. Receptores 
Transmembrana com 
domínios citosólicos 
enzimáticos (ligado à 
quinase)
4.Receptores 
intracelulares
5. Enzimas 
extracelulares
6. Receptores de 
adesão de superfície
Para concursos, os mais importantes tratam-se dos 4 primeiros.
Vejamos características importantes de cada tipo de receptor:
A. Canais iônicos (Ionotrópicos)
Os Canais Iônicos regulam a passagem de íons e de outras moléculas hidrofílicas 
através da membrana plasmática. Para que essa passagem de íons ocorra, o canal 
pode ser regulado de 3 formas: ligação de um ligante; alteração de voltagem; 
regulagem por um segundo mensageiro:
Fonte: David E Golan
19
Canais iônicos são como “comportas”, sem regulagem, essas comportas estão 
fechadas. Com algum estímulo (ligante, voltagem ou segundo mensageiro) essa 
comporta se abre e permite a passagem de íons.
A figura abaixo traz uma representação esquemática de um canal iônico regulado 
por ligante:
Comporta fechada: 
íons não atravessam 
a membrana
Ligação do fármaco: abre 
o canal – íons atrav essam 
a membrana
Esse tipo de receptor é de ação RÁPIDA (ordem de milissegundos): depende 
apenas da abertura do canal.
B. Receptores transmembrana acoplada à Proteína G (Metabotrópicos)
• Classe mais abundante de receptores;
• Possuem 7 elementos transmembrana (atravessam a membrana) acoplados a 
proteínas G intracelular.
• Produzem seu efeito iniciando uma cascata de eventos intracelular com a 
produção de um segundo mensageiro.
• Principal função da proteína G: ativar a produção de segundos mensageiros;
Segundos Mensageiros
moléculas de sinalização que transmitem 
o sinal fornecido pelo 1º mensageiro 
(fármaco)— a efetores citoplasmáticos.
Ex: AMP cíclico; GMP cíclico
20
Possuem função lenta (segundos) – Dependem de toda a cascata de sinalização.
C. Receptores Transmembrana com Domínios Citosólicos Enzimáticos
• Receptores transmembrana que transduzem uma interação de ligação com 
ligantes extracelulares em uma ação intracelular através da ativação de um 
domínio enzimático ligado.
• A maior parte é da família das tirosinoquinases.
• Após ativação induzida pelo ligante, esses receptores sofrem 
dimerização e fosforilam resíduos de tirosina no receptor.
• Ex: Receptor de Insulina
• Possuem ação em minutos.
D. Receptores Nucleares
• Ligam-se ao DNA. Vejamos como:
• Fármaco (lipofílico) sofre difusão através da membrana plasmática e 
ligar-se a fatores de transcrição intracelulares.
• A ligação do ligante desencadeia uma mudança na conformação do 
receptor que determina o transporte do complexo ligante–receptor 
para o núcleo. 
• O complexo ligante–receptor liga-se ao DNA e, a seguir, pode recrutar 
co-ativadores e co-repressores.
• Esses complexos alteram a taxa de transcrição gênica, resultando 
em alteração (para cima ou para baixo) na expressão das proteínas 
celulares.
21
• Exemplo de fármaco que se liga a esse tipo de receptor: corticóides.
• Ação lenta: em horas (vários processos envolvidos).
E. Enzimas Extracelulares
• Tratam-se de enzimas localizadas no meio extracelular e que são alvos da ação 
de fármacos.
• Ex: A enzima Conversora de Angiotensinogenio (ECA) é um tipo de enzima 
extracelular, sendo o alvo dos IECA’s, como o captopril.
F. Receptores de Adesão
• A região de contato entre duas células é denominada adesão, e as interações 
de adesão entre células são mediadas por pares de receptores de adesão sobre 
as superfícies de cada célula. 
• Ex: Receptores de adesão envolvidos na resposta inflamatória são alvos para 
inibidores seletivos
A figura abaixo representa os 4 tipos principais de receptores: canais iônicos, 
receptores acoplados à proteína G, receptores com domínios citosólicos 
enzimáticos, nucleares.
Fonte: David E Golan
22
VARIAÇÃO NA CAPACIDADE DE RESPOSTA A FÁRMACOS
É facilmente notável que os indivíduos têm respostas variáveis ao mesmo fármaco. 
Conseguimos notar até mesmo que um mesmo paciente responde de maneiras 
diferentes ao MESMO fármaco em tempos diferentes ao longo da terapia.
As variações quantitativas na resposta dos fármacos são as mais comuns e mais 
importantes. Assim, um paciente pode ser hiporreativo ou hiper-reativo a um 
fármaco quando a intensidade do efeito de uma dada dose do mesmo fármaco 
é diminuída ou aumentada (em comparação com o efeito visto na maioria dos 
indivíduos).
Para concursos, é MUITO importante lembrar que a intensidade da resposta a 
uma dada dose pode MUDAR durante a terapia. Geralmente a capacidade de 
reposta diminui gradualmente como consequência da administração continuada 
do fármaco produzindo um estado de TOLERÂNCIA. Quando essa capacidade 
diminui RAPIDAMENTE após a administração do fármaco, temos o fenômeno da 
TAQUIFILAXIA (termo adorado por banca de concursos!).
Um exemplo prático de TAQUIFILAXIA: a resposta celular à estimulação repetida 
dos receptores Beta-adrenérgicos pela epinefrina diminui uniformemente com o 
decorrer do tempo.
Tolerância
• Redução gradual da 
reposta à droga após 
administração repetida, 
sendo necessário 
aumento de dose para 
obter os mesmos efeito.
Taquifilaxia (ou 
Dessensibilização)
• Perda de efeito em um 
período muito curto
(minutos).
• Tolerância rapidamente 
adquirida.
23
Outras modificações dos efeitos dos fármacos pelo uso repetido (além de 
tolerância e taquifilaxia) são:
•Refere-se a falhas terapêuticas.
•Os receptores que assumem um estado refratário após 
ativação necessitam de um certo período de tempo para 
que possam ser novamente estimulados
Refratariedade
•Expressão usada para referir a perda de eficácia de 
agentes antimicrobianos e antitumorais.
Resistência 
Farmacológica
•Resposta exacerbada a um fármaco
•Ocorre por mecanismos inversos aos ocorridos para 
redução de efeito.
Supersensibilização
Ainda sobre as variações na capacidade de resposta a fármacos, são 4 os 
mecanismos gerais que contribuem para tais variações:
1. Alteração na 
concentração do fármaco 
que alcança o receptor
2. Variação na concentração 
de um ligante endógeno do 
receptor
3. Alterações de 
número ou funções de 
receptores
4. Mudanças em componentes 
da resposta distais ao receptor
1. Alterações na concentração do FÁRMACO 
A concentração do fármaco que alcança o receptor pode ser modificada em 
função de diferenças em sua ABSORÇÃO (processo farmacocinético). Lembre-se 
que para estar disponível, antes de tudo, o fármaco deve ser absorvido.
24
2. Variação na concentração de um LINGANTE ENDÓGENO do receptor
Mecanismo que contribui para a variação de resposta a antagonistas. 
3. Alterações de número ou função de RECEPTORES
O número e funções de receptores podem ser modificados, de maneira geral, de 
algumas formas:
• O próprio ligante agonista pode induzir a diminuição do número 
(regulação para baixo) ou diminuição de eficiência de acoplamento 
(ex: dessensibilização). Como consequência, temos 2 efeitos clínicos 
significativos:
Taquifilaxia Rebote
• Já vimos o conceito de taquifilaxia. Vejamos agora o conceito de Efeito 
Rebote.
• O efeito rebote é a produção de sintomas opostos aumentados 
após a retirada do fármaco. Ex: hipertensão grave com a 
interrupção de tratamento com clonidina (um anti-hipertensivo). 
Ocorre em função da modificação do número de receptores 
induzida pelo próprio fármaco.
• A ligação fármaco-receptor pode, ainda, ser alterada em função de:
• Alteração estrutural dos receptores;
• Modificação de pontos de ligação;
• Internalização dos receptores;
• Perda de receptores;
• Adaptação fisiológica;
25
3. Mudanças em componentesda RESPOSTA
Mudanças nos processos PÓS-receptores (processos bioquímicos na célula) 
representam a maior e mais importante classe de mecanismos que causam 
variação na capacidade da resposta.
Farmacocinética e farmacodinâmica na farmacoterapia
A correlação entre:
dose administrada efeito farmacológicoobtido 
concentrações do 
fármaco no plasma e 
no fluido que banha o 
sítio de ação
Possibilita o gerenciamento do tratamento farmacológico.
A manutenção da eficácia, pela utilização de determinado regime posológico, nas 
doses terapêuticas usuais, pode ser garantida pelo estabelecimento de correlação 
entre “efeito e concentrações plasmáticas efetivas”. 
Pensando no processo da farmacoterapia e/ou de otimização da terapia 
farmacológica não é possível considerar o processo farmacodinâmico isolado É 
necessário considerar, a ocorrência das três fases, de maneira integrada.
biofarmacêutica
farmacocinética farmacodinâmica
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Vamos lembrar as características de cada uma dessas fases para depois entender 
como tais fases são integradas para garantir uma farmacoterapia eficaz.
Fase Biofarmacêutica (ou Fase Farmacêutica)
Envolve a liberação do fármaco da forma farmacêutica (ex: desintegração de 
comprimidos no TGI, liberando o fármaco).
É nesta fase que o fármaco se torna disponível para a absorção (primeira fase da 
farmacocinética). 
Vários fatores interferem nessa fase e devem ser monitorados para que se alcance 
uma farmacoterapia eficaz, entre eles:
Fatores físico-químicos relacionados ao fármaco, à formulação farmacêutica e 
Fatores fisiológicos e fisiopatológicos relacionados ao paciente. 
Fase Farmacocinética
• Como vimos em nossa última aula, na fase farmacocinética ocorrem os processos 
de absorção, distribuição, biotransformação e excreção do fármaco, os quais 
são influenciados por inúmeros fatores relacionados ao indivíduo, ao fármaco e 
à via de administração.
• Está relacionada à curva de concentrações plasmáticas do fármaco versus 
tempo, variando com a dose administrada, a formulação farmacêutica, a 
frequência de dose e a via de administração
• É por meio da farmacocinética que o fármaco se torna disponível para a ação 
farmacológica (farmacodinâmica). 
Fase Farmacodinâmica
O monitoramento do efeito farmacológico após a administração da medicação 
ocorre na fase farmacodinâmica, pela:
• variação das concentrações do fármaco no local de ação, em função do tempo, 
relacionando-se:
à instalação do 
efeito e magnitude
do efeito máximo 
produzido
duração do efeito 
máximo
tempo necessário 
ao 
desaparecimento
do efeito. 
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A variabilidade na resposta do paciente é influenciada por inúmeros fatores, entre 
eles pelos fatores farmacocinéticos e farmacodinâmicos. É importante perceber 
a relação fundamental entre a cinética do fármaco e a resposta farmacológica. 
A farmacocinética determina as concentrações sanguíneas atingidas para um 
regime de dose prescrito. 
Assume-se que a concentração sanguínea será um reflexo da concentração no 
sítio receptor, e é principalmente esta concentração no sítio receptor que determina 
a intensidade do efeito do fármaco. 
Assim, a correlação entre as fases FARMACOCINÉTICA e FARMACODINÂMICA 
permite que o objetivo terapêutico seja alcançado, a partir do estabelecimento de 
um regime de dose adequado. 
Exemplo: Imagine um indivíduo internado em regime hospitalar que esteja em 
Insuficiência Renal Aguda (IRA). Nessa condição, o funcionamento dos rins está 
diminuído e, portanto, há DIMINUIÇÃO da capacidade de excreção (fase da 
farmacocinética) de fármacos por esse órgão, com consequente ACÚMULO do 
fármaco na corrente sanguínea, podendo levar a um AUMENTO da intensidade 
de efeitos (inclusive os ADVERSOS – fase farmacodinâmica)! 
Imagine que esse indivíduo em IRA necessite iniciar antibioticoterapia com uso de 
Amicacina. Um dos principais efeitos adversos desse fármaco é a ototoxicidade. 
Em função desse indivíduo estar com a excreção renal prejudicada, a dose desse 
fármaco deverá ser ajustada (diminuída). Caso isso não ocorra, mais fármaco estará 
disponível na corrente sanguínea e maior será o risco do indivíduo desenvolver a 
perda de audição.
INTERAÇÕES FARMACODINÂMICAS
As interações farmacodinâmicas são as que ocorrem entre dois ou mais fármacos, 
através de seus próprios mecanismos de ação, de duas formas:
• Competindo junto aos receptores específicos ou;
• Independentemente de receptores.
Fármacos de efeitos opostos
As interações entre fármacos de efeitos opostos são de fácil detecção e 
caracterizam um antagonismo mútuo. 
Ex: a ação da pilocarpina (fármaco colinérgico) é antagonizada pelos 
anticolinérgicos (como escopolamina).
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Há casos em que se utiliza o fenômeno de antagonismo para reduzir o efeito 
colateral de um medicamento. A benzotropina, um antiparkinsoniano (agonista 
de receptores de dopamina D2), reduz o efeito extrapiramidal de clorpromazina 
(que ocorre por antagonizar os receptores D2).
FÁRMACOS DE EFEITOS SEMELHANTES
A associação de fármacos de efeitos semelhantes pode resultar em:
• Efeito aditivo pelo mesmo mecanismo de ação.
• Ex: Dipirona + Paracetamol (efeito analgésico)Adição
• Efeito aditivo por mecanimos de ação de ação 
diferentas.
• Ex: Dipirona + Codeína (efeito analgésico)
Somação
• O efeito da associação é MAIOR do que sua soma 
ou adição.
• Ex: Benzodiazepínicos + Álcool (depressão do SNC)
Potencialização
No caso da associação de Benzodiazepínicos com álcool ocorre potencialização 
da toxicidade: depressão do sistema nervoso central.
ALTERAÇÃO DE NÍVEIS ELETROLÍTICOS
Exemplo: Os diuréticos do grupo sulfonamídico (como a furosemida) causam, como 
efeitos colaterais, excessiva excreção de potássio (hipocalemia). Administração 
prolongada de corticosteroides igualmente leva à hipocalemia. 
A hipocalemia torna o miocárdio mais sensível às ações de digitálicos e susceptível 
à arritmia. 
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MODIFICAÇÃO DA FLORA INTESTINAL
Exemplo: Agentes antimicrobianos, tais como tetraciclinas e cloranfenicol, podem 
afetar a flora gastrintestinal, que é importante na síntese de vitamina K. Como 
consequência, haverá potencialização do efeito de agentes anticoagulantes 
(como varfarina), com o aumento do risco de causar hemorragia.
Essa foi a nossa aula de Fundamentos de Farmacodinâmica
Um abraço, 
Professor Rodrigo Taminato

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