Buscar

Pensamento Político Africano

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
Resumo das Aulas de Pensamento Político Africano, 4º ano, Administração Pública- 
Laboral1 
Aula 1. Contextualização sobre o pensamento político Africano 
Tópico 1: O que é ser Africano? 
Esta questão foi respondida em diversas formas, com base nos pensamentos dos filósofos 
ocidentais e dos próprios africanos. 
Neste âmbito, Karl Max defende que ser africano esta relacionada com a existência da 
“consciência de pertença”, ou seja, se assumir como africano significa agir e pensar de 
acordo com os valores, a cultura, prática defendida pelos povos africanos. Como forma de 
demonstrar a posição de Karl Max, passamos a citar: 
 “Não é a minha maneira de pensar que determina a minha 
maneira de ser e estar, mas sim é a minha forma de ser e estar que determina a minha 
maneira de pensar e agir” (Karl Max apud Jeremias, 2015). 
Numa outra abordagem, ser africano é definido tendo em conta as questões de natureza 
geográfica, sendo assim, os conceitos de identidade, fidelidade e solidariedade são chamados 
para definir quem é o africano, como mostraremos subsequentemente. 
1. Identidade: refere-se como um individuo ou povo se vê a si própria e como 
gostaria de ser vista no exterior, resultante da experiência acumulada desde a sua 
formação (da sucessão dos sucessos e fracassos), tal como refere Fombrun 
(2006:45). Em poucas palavras autores como Van Riel & Berens (2001:45); Watson 
& Kitchen2 (S/d: 382) dizem que Identidade pode ser definida como uma auto-
apresentação do individuo. 
 
1
 Elaborado por Carlos Luís Mafumissa, Estudante e finalista do curso de graduação em Administração 
Pública, na Universidade Eduardo Mondlane, Maputo. Salientar que o resumo foi escrito com base nas 
aulas de Pensamento político Africano, do Salvador Jeremias, MA. 
 
 2 
Usando este raciocínio, têm identidade africana, todos aqueles que se assumi publicamente 
sou africano, tendo ou não o sangue africano. 
2. Fidelidade: neste debate filosófico sobre o ser africano, a fidelidade está 
relacionada com aceitação dos indivíduos das suas origens ou valores de nascença. 
Neste âmbito, o africano é todos aqueles que, independente das circunstâncias, aceita de 
forma espontânea a sua origem. A título de exemplo, pode-se dizer é africano quem diz 
“sem dúvida ou receio”, eu sou moçambicano. 
Nesta discussão, o filosofo John Mark all considera que o “homem africano é oprimido”. 
Com esta citação pretende ilustrar, quem não aceita ou assume as suas origens é ser 
descontente e oprimido, e muitas das vezes os africanos não aceitam a sua proveniência, 
prefere a dos outros “Ocidente”. 
Tópico 2. As ideias sobre os Africanos 
Ao longo da história da humanidade, várias ideias ou pensamentos surgiram sobre os 
africanos. Estas ideias foram difundidas pelos povos europeus até os próprios povos 
africanos, como procuramos discutir nas páginas a seguir. 
1. Ideias dos africanos para os europeus 
Os europeus tiveram contacto como os povos africanos a partir do descobrimento 
(expansão europeia, que ocorreu no século XV) desde então construíram uma visão 
pessimista sobre o homem africano. Para eles, os africanos são selvagens ou animais, 
partindo da comparação que fizeram com a sua realidade. Salientar que na altura da 
expansão europeia, no ocidente já tinha inventado a ciência, que permitiu mas tarde a 
revolução tecnológica e industrial. Entretanto, o europeu chegado a áfrica observando vida 
primitiva que levavam, conclui que não tinha ciência, longo não tem racionalidade, sendo 
assim, não poderia ser nada mais ou nada menos que um animal, como características 
próximas ao macaco. 
Acrescentar que, embora o mundo actual seja globalizado, aberto e sem fronteiras, está 
posição prevalece nos dias de hoje, pode ser ilustrado com casos de racismo dos jogadores 
 
 3 
africano e negro, Samuel eto’o na Rússia; Daniel alves na espanha (lançaram banana no 
campo, e comeu); Gomis na Inglaterra (no jogo de primier league 2015, Chelsea vs 
Swansea, após o golo, andou como um macaco para demonstrar o racismo que sofreu). 
 
2. Ideias dos africanos para os africanos 
Alguns grandes africanos Haile see da Etiópia, Maurício Macumba, entre outros apresentam 
uma visão optimista sobre o homem africano. Neste sentido, defendem que ser africano 
significa vir de africana, sendo assim, tudo e todos que têm ligação ou vem do continente 
africano, é africano. Com base nesta definição, o presidente do EUA, Barack Obama é 
africano, tem origem na Quénia; as pessoas que nasceram nas antigas colonias. 
3. África das pequenas etnias 
Nesta perspectiva, a africa é baseada em pequenos grupos de natureza étnica. Sendo assim, 
o africano é definido com base nas étnicas, ou na ideia do “outro”, ou seja, considera-se 
como africano todos os que pertence a mesma etnia ou tribo e os restantes são outros 
povos. 
Infelizmente nos dias de hoje, esta posição constitui o fundamento para o surgimento de 
práticas de regionalismo, tribalismo, xenofobia, que enfraquece a união dos africanos e 
desenvolvimentos dos respectivos países africanos. 
Na tentativa de solucionar este problema, o Papá Bento XVI, a advertiu os países que foram 
colonizados, particularmente os africanos que: 
 “Para as nações que sofreram o desgosto da colonização, 
conflitos armados pós-independência, as soluções para os problemas económicos, sociais, 
políticos e étnicos, que podem por causa a paz e bem-estar é desenvolvimento económico 
inclusivo” (Bento XVI, 1990). 
Com base nesse raciocínio, pode-se salientar os problemas étnicos em áfrica deriva muitas 
vezes de problemas de natureza política (questões de democracia), económica 
 
 4 
(redistribuição da renda), religiosa (islamismo vs cristianismo) social (acesso e qualidade 
de serviços públicos). 
4. África definido pelos africanos na diáspora 
É definido pelo próprio africanos vivendo nos países estrangeiros fora do continente 
africano. Para estes, os africanos foram de africa estão sujeitos aos mesmos problemas, 
essencialmente a discriminação política, económica e social. Foi a partir desta realidade 
vivida, que surgem nos africanos a “consciência da liberdade”, que enfatiza a defesa e 
reabilitação do homem africano, independentemente da sua origem. No entanto, esta 
consciência emerge após a escravatura no século XVIII. 
Os problemas dos africanos são todos iguais, na frança, Inglaterra, EUA, etc. para todos os 
africanos, é disso que nasce a consciência da liberdade dos africanos ou a mobilização de 
forças para defesa dos africanos. 
Para que serve a cadeira de Pensamento Político Africano (PPA)? 
A PPA serve essencialmente para reflectir sobre as condições políticas, antropológica, 
histórica, religiosa que visam garantir e buscar a liberdade do homem negro, porque na 
fase inicial da humanidade, o africano sempre foi considerado de animal, selvagem, por isso 
não pensa, não tem cultura, não tem historia, não tem ciência, logo não é homem é macaco. 
 
Aula 2. Fundamentação da negação da humanidade africana 
Tópico: Origem do Pensamento Político Africano 
O PPA tem origem com os africanos na diáspora, pois tiveram a consciência de que os 
problemas dos africanos dizem respeitos a todos africanos, inspirado do tráfico de escravos 
para a europa, emergindo assim a consciência africana. 
No entanto, a fundamentação da negação do homem africano, foi feita por grandes filósofos 
tais como Aristóteles, Platão, Karl Max, entre outros. 
 
 5 
Aristóteles na sua obra “A Política” aborda sobre o governo ou poderdespótico, resultante 
da constituição da família. Para ele, uma família rica é composta por um homem, Mulher, 
filhos e escravos; e a família pobre é composta por um Homem, Mulher e gados. Para cada 
um deles, exerce-se um tipo de relação de poder, como mostramos no quadro um seguir: 
Homem + Mulher= Poder Marital; Pais +Filhos= Poder Paternal 
Senhor + Escravo= Poder Despótico ou Patriarcal 
 Fonte: elaborado pelo autor com base na aula de PPA 
Nesta mesma obra, Aristóteles defende a possibilidade da existência da escravatura 
natural e convencional. Para ele, escravo natural é aquele não têm alma (inteligência e 
sabedoria; e escravo convencional é aquele que não tem meios para garantir a sua própria 
sobrevivência. 
Por isso, Aristóteles acredita que existe uns que nasceram para mandar e outros para 
obedecer, isso para ordem e bem da humanidade. 
Aristóteles publica também uma obra de natureza poética “riso é próprio da alma”, na qual 
defende que todo ser racional é capaz de rir; logo todos que é capaz de rir é homem. Esta 
posição ou ideia contraria a ideia do homem da idade mediável. Esta definição do homem 
tida como psico – semântica. 
Na universidade de Salamandra no século XVII, uma reunião (numa altura que ponto de 
vista histórico aconteceu o descobrimento, ponto de vista filosófica o humanismo e 
económico o mercantilismo), onde foram chamados os professores mais importantes 
daquela altura para debater sobre a situação dos índios na Espanha que morriam devido o 
trabalho forçados. 
Neste período que emergem o defensor dos índios, o senhor Bartolomeu de Las Casas, que 
na mesma universidade, num anfitrião ou sala composto uma plateia cheia pretendia 
defender que os índios eram homens, logo não merecia a escravidão sujeita. Sendo assim, a 
Espanha e Rainha (controlava o ocidente do mundo) estava a cometer um crime, genocídio 
contra os índios e os preceitos morais da igreja católica, convoca para a sala dois índios de 
natureza simples (roupas de animais, tronco nú, etc.), entrando na sala e vendo os homens 
 
 6 
ocidentais vestidos de roupas elegantes (casaco, sapatos, vestidos, etc.) começam a rir-se 
deles, nesse instante Bartolemeu de las casas afirma “eis o homem, é ri como nós”. 
A rainha da Espanha e demais participantes, inspirados pela ideia de Aristóteles “riso como 
próprio do homem” tiveram de aceitar que os índios são homens, e não podiam ser 
escravizados. 
Perante estão situação, havia necessidade de encontrar um povo que podia exercer o papel 
de escravos, tal como aconteceu com os índios. Neste sentido, buscaram os negros para a 
mesmo anfitrião ou sala, por sua natureza mediónia, os negros choraram e não riram, logo 
não eram homens. 
Neste sentido, a rainha da Espanha respondeu ao Bartolomeu de las Casas, que pode 
admitir que os índios são homens porque riram, mas aceitar que os negros são homens 
colocam em causa a economia da Espanha, começando deste modo a corrida desfreada 
pelos escravos negros africanos. 
Tópico: Filósofos Ocidentais e Negação da Humanidade Africana. 
Como referimos acima, a negação do homem africano foi feita com base em diversos 
aspectos tais como a ciência, história, raça, teologia e a própria filosofia. Em seguida, 
falaremos dos pensamentos de alguns africanos sobre a humanidade africana. 
1. Pensamento de Immanuel Kant 
O filósofo Immanuel Kant no seu trajecto filosófico escreve quatro (4) obras, 
nomeadamente: 
1ª Obra: Intitulado “Raças Humanas”, admite que no mundo existe uma única/exclusiva 
raça, que é a raça branca. No entanto, ele considera que a raça branca é a modelo, por 
causa de questões climáticas desejara-se em outras raças tais como amarelo, vermelho e 
negra. 
É nessa ordem de decrescente que se deve obedecer a racionalidade humana. Sendo assim, 
a raça branca é a racional e a raça negra é irracional. 
 
 7 
2ª Obra: Intitulado “Crítica da Razão Pura” discute as condições e possibilidades de 
conhecimento ou conhecer, através da seguinte pergunta: o que posso saber? 
Com está questão Kant pretende dizer que existem questões que o homem pode saber ou 
fazer e outras questões que não podem fazer ou saber. 
3ª Obra: Intitulado “Critica de Razão prática”, procura analisar as condições e as 
possibilidades de agir humano, através da questão: o que devo fazer? 
4ª Obra: Intitulado “Critica dos Juízos”, discute sobre a finalidade ou fim do homem, através 
da seguinte questão: para que serve o homem ou o que posso esperar da vida? 
Portanto, as três questões levantadas acima por Kant, podem se resumir numa só pergunta: 
quem é o homem? 
A partir das questões, Kant chega a conclusão que o africano não é homem, porque não 
podem se interrogar, através das três perguntas. Pois na sua opinião a condição de ser 
homem é a capacidade de interrogar sobre si, e o africano não tem isso, logo não é homem. 
2. Pensamento de Engels 
No século XIX, o filósofo alemão Engels publica três (3) grandes obras, onde deixa registado 
o seu pensamento sobre o homem africano, nomeadamente: 
1ª Obra: Intitulado “Introdução à uma filosofia da história” , considera que a historia 
humana tem um caminho próprio, caracterizado por um principio e fim. Na óptica, a 
história da humanidade começa no oriente e termina no ocidente, e a história não passa 
pela áfrica, por isso não tem história. 
As questões que si colocam são o que é história para Engels? O que o oriente e ocidente 
deram para história da humanidade? 
Neste resumo, nos colocamos a disposição para responder a segunda questão. Para Engels, 
o mundo oriental trouxe para história da humanidade, a criação das religiões que 
conhecemos tais como o cristianismo, indo, etc., também os grandes mestres orientais, bem 
 
 8 
como todo de grande no mundo encontra-se no oriente tais como o continente maior do 
mundo (asiático); o oceano maior do mundo (oceano pacifico). 
Por sua vez, o mundo ocidental trouxe para história da humanidade, os grandes filósofos 
que conhecemos tais Sócrates, Platão, Aximandro, etc. 
E finalmente, no continente africano não encontraram nada de relevante ou importante 
para história da humanidade. Logo, um individuo ou povo sem história não é homem, logo, 
o africano por não ter historia não é homem. 
Aliado a isso, os africanos vivem com base em etnias, e não possui um estado como uma 
realização histórica da liberdade, pois a liberdade somente é encontrada no estado. 
2ª Obra: Intitulado “xxx” na base da ideia de que os africanos não têm consciência da sua 
própria história e liberdade de Kant e Engels determinaram o nascimento da 1ª Escola 
Antropológica, denominada de “Escola Evolucionista” defendidos por autores como Edward 
Taylor (pai da antropologia moderna); Claude Levi-Strauss; Levy Brhul, que publicaram 
duas (2) chaves: (1ª obra: a mentalidade do homem primitivo). Nesta obra nega 
possibilidade de desenvolvimento do conhecimento no africano, porque ele é um pré-
lógico. 
O africano não tem lógica, que é a razão. Neste a lógica pode ser definida como a capacidade 
de discurso, pensar e capacidade critica.

Outros materiais