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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO CIÊNCIAS CONTÁBEIS 3º SEMESTRE RONIBERTO SOLETTI ÉTICA NOS NEGÓCIO CASE DA SCHINCARIOL São Lourenço do Oeste - SC 2014 RONIBERTO SOLETTI ÉTICA NOS NEGÓCIO CASE DA SCHINCARIOL Trabalho apresentado em requisito a Produção Textual individual relativa ao 3º Semestre – Ciências Contábeis. Nome da Disciplina Tutora: Juliane Bianchin Da Universidade Norte do Paraná - UNOPAR São Lourenço do Oeste - SC 2014 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 4 2 ÉTICA NOS NEGÓCIOS 5 2.1 CÓDIGO DE ÉTICA DO CONTADOR. 5 3 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL 6 4 ASPECTOS ÉTICOS DESCONSIDERADOS NAS ESTRATÉGIAS E ARGUMENTOS DOS RESPONSÁVEIS PELA EMPRESA 7 5 CONCLUSÃO 8 REFERÊNCIAS 9 1 INTRODUÇÃO Esta produção textual tem como base o case da Schincariol, norteando-se pelo tema: Ética nos negócios, abrangendo aspectos do código de ética do contador, comportamento organizacional, a situação econômica da organização, os dados apresentados até o seu fechamento e após sua reabertura como uma nova marca e a expansão da empresa e o papel da contabilidade, bem como, aspectos éticos desconsiderados nas estratégias e argumentos dos responsáveis pela empresa. 5 2 ÉTICA NOS NEGÓCIOS 2.1 CÓDIGO DE ÉTICA DO CONTADOR Os códigos de ética são uma prática eminentemente americana e nasceram baseados em aspectos de ordem legal, disciplinar e punitiva (CHERMAN; TOMEI, 2005). Neste sentido, a luz do código de ética do contador, em seu capitulo II, analisando o case Schincariol foi observado que o houve falta de ética, uma vez que foi assumido serviços que causaram prejuízo moral e desprestígio para classe, execução de trabalhos técnicos contábeis sem observância dos Princípios de Contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade, bem como exercício de atividade com finalidades ilícitas. Conforme previsto nos incisos II, XIV e XX do capítulo II do código de ética do contador, pois a partir da investigação realizada pela Polícia Federal e a Receita Federal ficou comprovado o envolvimento da Schincariol e de suas distribuidoras no esquema de sonegação de impostos, esquemas de fraude, com práticas tais como a utilização de notas fiscais “frias”, saturadas, com uso de caminhões “dublê”, ou seja, com placas clonadas, documentação fiscal com empresas fantasmas, dentre outras. Tendo o profissional da contabilidade participado de tal esquema, considera-se que sua postura não foi ética e causou desprestígio para toda classe de trabalhadores da área contábil, com fins puramente ilícitos. Não houve por parte do profissional a observância das normas de conduta previstas no artigo 11, do código de ética do contador. Uma vez que o profissional transgrediu os preceitos do Código (seus deveres e obrigações pautadas na ética), poderá vir a sofrer penalidades previstas no artigo 12, incisos I, II e III, sendo elas advertência reservada, censura reservada e censura pública, as quais são aplicadas de acordo com a gravidade da infração. Ficando ainda a mercê de demais penalidades na esfera civil e criminal. Neste contexto, o contador deve conhecer as responsabilidades sociais, éticas, profissionais e legais às quais está sujeito em seu campo de atuação. Respeitando os princípios da moral, da ética e do direito, sob pena de responder civil, criminal, ética e profissionalmente por seus atos. A responsabilidade ética do contador decorre da necessidade do cumprimento dos princípios éticos, em especial, os dos estabelecidos no Código de Ética Profissional do Contabilista. Todo e qualquer documento contábil (demonstrativos, livros ou outras informações), quando assinados por profissional da contabilidade o vincula ao fato. Logo, ao assinar documento próprio ou de outrem assume a responsabilidade técnica, podendo responder no campo civil e penal. 3 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL Considera-se que a orientação da gestão ética impacta nas atitudes e comportamentos dos membros da organização. A forma como a empresa é conduzida determina o comportamento como um todo, sendo importante a presença de um líder com postura ética. (CHERMAN; TOMEI, 2005). A situação econômica inicial da Primo Schincariol Indústria de Cervejas e Refrigerantes S/A era modesta, com produção de apenas um produto. Embora tenha ampliado para produção de cerveja, possuía poucas filiais. Tal configuração esteve presente durante aproximadamente 64 anos. E de repente, em menos de uma década a empresa quadriplicou seu tamanho, faturamento e capacidade de concorrência. A empresa iniciou em 1939, com a produção de refrigerante, sendo que em 1989 passou a produzir cerveja pilsen, com o passar dos anos suas atividades foram ampliadas e fundou oito filiais. Em 1993, firmou-se no mercado consumidor. Em 2003 lançou novo produto, aumentado sua participação no mercado de cerveja progressivamente. Em pouco tempo, tornou-se a segunda maior produtora de cerveja do país. Possivelmente o profissional da contabilidade junto ao administrador realizou estudo de mercado, tendo em vista pesquisas que apontavam que o brasileiro aumentou o consumo médio de cerveja, tendências, necessidade de investimentos na ampliação da capacidade de produção, no marketing, na distribuição, o que contribuiu para o crescimento da empresa e do seu grau de concorrência. A empresa alega ter realizado estratégias de marketing, mudanças de posicionamentos. Entretanto, como visto no case, houve intenções ilícitas, envolvendo esquema de fraude, deixando assim, o profissional de cumprir seu papel de forma ética. 7 4 ASPECTOS ÉTICOS DESCONSIDERADOS NAS ESTRATÉGIAS E ARGUMENTOS DOS RESPONSÁVEIS PELA EMPRESA Analisando o case Schincariol foi observado que os responsáveis pela empresa alegaram que as acusações referentes a empresa eram sensacionalistas, motivadas pelo crescimento significativo que a empresa apresentou. Alegam que os documentos sempre estiveram a disposição do fisco, que a empresa possui preocupação com o crescimento nacional, gerando inúmeros empregos. Ressaltam ainda, terem sido vítimas de alegações infundadas. Entretanto, através das investigações realizadas pela Polícia Federal e a Receita Federal ficou comprovado o envolvimento da Schincariol e de suas distribuidoras no esquema de sonegação de impostos, de fraude, com práticas tais como a utilização de notas fiscais “frias”, saturadas, com uso de caminhões “dublê”, ou seja, com placas clonadas, documentação fiscal com empresas fantasmas, dentre outras. A partir das investigações foram presas 74 pessoas em 12 estados, desde os principais acionistas do grupo, advogados, diretores e o químico da cervejaria, sob acusação de sonegação fiscal, incluindo ainda servidores públicos, como os de Goiás, funcionários da Receita Estadual e uma ex-funcionária da receita estadual, suspeitos de dar cobertura ao esquema, acusados de prestar auxílio nas operações destinadas a evitar a incidência e o recolhimento de tributos estaduais e federais. Além das empresas do Grupo, estavam envolvidas no esquema as empresas: Dismar Comercial Ltda, Disbetil Distribuidora de Bebidas Timbauense Ltda, Fácil Comércio de Alimentos e Bebidas Transpotencial Ltda e Mas Import Comércio e Distribuidora de Bebidas Ltda. Segundo as investigações, a Schincariol sonegou cerca de R$ 1,5 bilhão nos últimos cinco anos. O Grupo Schincariol tem como acusações os crimes de sonegação fiscal, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e formação de quadrilhas, etc. Salienta-se que a empresa que visa somente resultados e vantagens é suicida, sendo fundamental assumir responsabilidade a largo prazo pelas ações praticadas, mantendo-se assim no mercado. E neste aspecto a ética é essencial para a permanência e ganho, a ética por si só não garante um bom negócio,mas o propicia. CONCLUSÃO A partir de casos como este que foi apresentado pode-se perceber a repercussão negativa de práticas ilegais nas quais empresas se envolvem com objetivo de obter resultados lucrativos e vantagens. O contador enquanto profissional atuante em tal contexto, muitas vezes subordinado, enquanto funcionário deve precaver-se e manter sua postura ética e legal diante de solicitações que possam gerar consequências negativas para si e para classe. Embora haja influencias externas, como governo, mídia, carga tributária excessiva, a qual gera grande impacto às empresas, o profissional da contabilidade não deve deixar-se levar por propostas que resultem em sua responsabilização e da empresa em crimes como os vistos acima como sonegação fiscal. Tais práticas além de ferir os preceitos éticos acarretam em responsabilização civil e criminal. . 9 REFERÊNCIAS Andréa Cherman; Patrícia Amélia Tomei, Códigos de ética corporativa e a tomada de decisão ética: instrumentos de gestão e orientação de valores organizacionais? Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415- 65552005000300006&script=sci_arttext Acesso em: 18/05/2014 Débora Andrade Teixeira da Cruz (et.al), RESPONSABILIDADE, HONESTIDADE E CONDUTA DO PROFISSIONAL CONTÁBIL: UMA DISCUSSÃO DIALÉTICA, TENDO POR BASE O CASO SCHINCARIOL, 2006, Presidente Prudente - SP, disponível em: http://intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/Juridica/article/viewFile/537/533 acesso em: 19/05/2014 A ética nas organizações. Disponível em: http://www.fecra.edu.br/admin/arquivos/ETICA.pdf Acesso em: 18/05/2014
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