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Unidade de Estudo 1 - Histórico da avaliação institucional Apresentação A avaliação institucional é hoje, no Brasil, uma das principais ferramentas para a gestão das instituições educacionais, pois fornece condições de diagnosticar processos internos, pontos fortes e fragilidades. Assim, os gestores podem tomar decisões e adequar recursos para a qualificação dos processos educacionais existentes. Pode-se perceber que a avaliação institucional e as práticas de gestão se complementam em busca da qualidade requerida para a educação brasileira. Elas podem ser realizadas de forma interna, pelas próprias escolas, ou ainda, de forma externa, pelo Ministério da Educação, como é o caso do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES). Nesta Unidade de Aprendizagem, você conhecerá o conceito de avaliação institucional, seus marcos históricos no Brasil, suas características e suas contribuições para a gestão contemporânea, o que inclui a elaboração de diagnósticos e a tomada de decisões sobre o futuro organizacional. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever o contexto histórico de construção da avaliação institucional brasileira.• Identificar a avaliação institucional como um instrumento de diagnóstico da realidade escolar.• Relacionar a avaliação institucional com os processos de qualificação da aprendizagem.• Desafio A avaliação institucional deve ser realizada de forma global, envolvendo todos os setores e processos e contemplando a participação de todos os membros da comunidade escolar. Afinal, só assim poderá servir como uma excelente ferramenta para a realização da gestão da escola. Suponha que você tenha assumido recentemente a direção de uma escola de Ensino Fundamental da rede pública. Tão logo conheceu sua equipe gestora, formada por profissionais mais antigos, você começou a pensar em um planejamento de gestão. Percebeu, porém, que as ideias propostas pela equipe eram todas baseadas em "achismos" produzidos a partir de vivências anteriores. Assim, entendeu que precisava mais do que isso para um diagnóstico preciso sobre o que fazer e sobre o nível de satisfação de todos da comunidade escolar. Dessa forma, indique: a) mecanismos de avaliação institucional interna que poderiam ser implementados; b) instrumentos de avaliação institucional externa que poderiam ser utilizados. Infográfico A avaliação institucional no Brasil começou a ser aplicada nas instituições de ensino ao longo da década de 1990. À época, vários fatores de ordem econômica, política e sociocultural contribuíram para que sua importância se consolidasse como instrumento de diagnóstico e gestão. Neste Infográfico, acompanhe uma linha do tempo com alguns dos principais marcos históricos da avaliação institucional brasileira. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Conteúdo do Livro A avaliação institucional no Brasil é uma prática que se iniciou no sistema educacional brasileiro após a Constituição Federal de 1988 e o fenômeno da globalização na década de 1990. Atualmente, é amplamente aplicada e realizada de forma interna, por iniciativa das escolas, e externa, pelas ações do Ministério da Educação, conduzidas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). A avaliação institucional possibilita aos gestores a elaboração de diagnósticos contextuais e, assim, a tomada de decisões sobre as melhores práticas buscando aumentar a qualidade nos processos das instituições e em seus resultados finais, contribuindo para o alcance dos objetivos educacionais. No capítulo Histórico da avaliação institucional, da obra Gestão da avaliação externa e conselhos escolares, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá sobre os marcos históricos do surgimento e da consolidação das práticas de avaliação institucional no Brasil. Conhecerá também como ela pode ser realizada e suas contribuições para as ações diagnósticas e práticas voltadas à qualificação educacional. Boa leitura. GESTÃO DA AVALIAÇÃO EXTERNA E CONSELHOS ESCOLARES Pablo Rodrigo Bes Histórico da avaliação institucional Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever o contexto histórico de construção da avaliação institucional brasileira. Identificar a avaliação institucional como um instrumento de diag- nóstico da realidade escolar. Relacionar a avaliação institucional com os processos de qualificação da aprendizagem. Introdução Os procedimentos de avaliação institucional no Brasil tiveram sua emer- gência a partir da década de 1990, acompanhando as tendências interna- cionais que se manifestaram sobre a educação para torná-la mais eficiente e alinhada com os objetivos projetados dentro do sistema educacional bra- sileiro. Esses movimentos acompanharam aspectos econômicos, políticos e culturais ocorridos durante o período de globalização, quando tivemos a ascensão do conceito de gestão em todo o universo organizacional. Assim, para realizar uma gestão escolar estratégica e de qualidade, itens importantes na racionalidade presente nos dias atuais na área da educação, precisamos de instrumentos avaliativos contextuais que ana- lisem o ambiente e demais aspectos que envolvem as instituições de ensino, o que pode ser feito de forma interna, por inciativa das próprias escolas, ou externa, por agências privadas ou sistemas de avaliação do Ministério da Educação. A avaliação institucional produz diagnósticos essenciais para o processo decisório dos gestores e propicia ações em busca da melhoria contínua no que se faz nas escolas, contribuindo diretamente para a qualificação da educação. Neste capítulo, você vai conhecer o contexto histórico de emergência da avaliação institucional no Brasil, relacionando-a com a elaboração de diagnósticos e com a promoção da qualidade na educação. 1 Avaliação institucional no Brasil: contexto histórico Avaliar faz parte de nossas vidas cotidianas, principalmente quando necessitamos tomar alguma decisão sobre as coisas. Assim, procuramos ampliar nossa visão, entendendo os contextos que envolvem o objeto avaliado, como ele nos impacta e as consequências de realizarmos uma ação específi ca em detrimento de muitas outras possíveis. Dentro das escolas brasileiras, os processos avaliativos também se fazem presentes desde o seu início, porém, mais voltados para as práticas pedagógicas, em um primeiro momento, para, somente depois do impulso da Constituição de 1988, direcionarem seu foco para os aspectos contextuais e para os processos de gestão em seu funcionamento. Assim, podemos compreender as práticas avaliativas como um importante instrumento de gestão que tanto pode ser do(a) diretor(a) da escola e de sua equipe de trabalho quanto como instrumento que permite aos dirigentes educacionais o acompanhamento, o monitoramento e a proposição de políticas públicas que objetivem conduzir as escolas do sistema educacional brasileiro aos seus objetivos. Nesse contexto, podemos questionar: como saber se as escolas estão de fato conseguindo desenvolver plenamente seus alunos, preparando-os para o exercício da cidadania e para o mundo do trabalho? Tem a escola conseguido colocar em prática em suas ações cotidianas aquilo sobre o qual a comunidade escolar deliberou e definiu em seu projeto político-pedagógico? Ainda, como saber se uma política pública educacional específica tem atingido os objetivos que a demandaram? Enfim, esses questionamentos podem ser respondidos a partir do conceito de avaliação institucional, foco da presente reflexão. É preciso demarcar, neste momento inicial, que a avaliação institucional e a avaliação educacional são processos diferentes, com especificidades distintas, conforme definiu Belloni (2000): avaliação educacional:seus objetos de estudo são situações de apren- dizagem, desempenho de indivíduos ou grupos em situação de apren- dizagem ou profissional e currículos ou programas de ensino de um curso, de um nível ou modalidade de ensino, ou ainda de atividades de qualificação profissional; Histórico da avaliação institucional2 avaliação institucional: seus objetos de estudo são instituições, sistemas e projetos, ou políticas públicas. Dessa forma, veremos que os esforços de avaliação institucional acabam contribuindo efetivamente para que a aprendizagem melhore, ou seja, terão impacto nas avaliações educacionais futuras. Também é importante esclarecer que a avaliação institucional pode ser realizada tanto internamente, por ini- ciativa da própria equipe gestora da escola, quanto externamente, por órgãos responsáveis pela educação das redes de ensino existentes. Para que tenhamos maior clareza sobre o histórico da avaliação institucional no Brasil, vamos acompanhar alguns aspectos históricos, demonstrados na Figura 1. Figura 1. Marcos históricos da avaliação institucional no Brasil. A Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988) surtiu vários efeitos no cená- rio educacional brasileiro, consolidando o direito social à educação e reforçando seus objetivos e os segmentos da sociedade que se encontram interrelacionados para o seu alcance. Da mesma forma, apresenta em seu texto várias menções à busca da qualidade nos serviços públicos, que deve ser medida a partir de avaliações. Perceba, por exemplo, o que diz a Constituição em seu artigo 209: “[...] o ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições: I - cumprimento das normas gerais da educação nacional; II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público” (BRASIL, 1988, documento on- -line). Assim, caberia ao poder público ter mecanismos capazes de avaliar essa qualidade e, para isso, nada mais eficiente do que instituir políticas públicas para a avaliação das instituições do sistema educacional brasileiro. 3Histórico da avaliação institucional Podemos definir que a avaliação institucional no Brasil seguiu as tendências mundiais do período de globalização da economia, na década de 1990, quando tivemos vários efeitos combinados, entre eles, a emergência do conceito de gestão, necessário para que os líderes pudessem conduzir suas organizações frente ao novo cenário dinâmico e competitivo que se instaurava, em que a velocidade das mudanças e o acesso à informação e às comunicações digitais se reconfigurava no contexto econômico, político e cultural. Assim, uma economia que dá margem para que as ideias neoliberais se instalem, promovendo a busca pela privatização de áreas antes estatais e pela aplicação do modelo de empresa a todas as organi- zações, impulsiona os conceitos de empreendedorismo e de qualidade para todas as organizações, incluindo as escolas e seus sistemas de ensino. Essas mudanças acabaram modificando as rotinas organizacionais e a vida em sociedade como um todo, dando margem ao surgimento do deno- minado Estado-avaliador. Segundo Brandalise (2010, documento on-line), esse Estado-avaliador “[...] tem o papel de controlar, monitorar, credenciar e oferecer indicadores de desempenho para as escolas e os sistemas de ensino dos países”. Logo, para cumprir com essas finalidades, são necessários me- canismos avaliativos externos e aplicados em larga escala. A utilização do conceito de qualidade remonta ao surgimento da denominada “qua- lidade total”, que se desenvolveu durante a Segunda Guerra Mundial nas indústrias bélicas com o objetivo de aperfeiçoar os processos produtivos, otimizando a produção e diminuindo o desperdício e o percentual de defeitos apresentados nas fábricas de armamento. Com o passar das décadas e principalmente após a globalização, expandiu-se para todas as organizações, sendo implementada como um sistema de gestão capaz de produzir melhores resultados organizacionais. As primeiras iniciativas de avaliação institucional no Brasil foram realizadas a partir do piloto realizado de forma amostral pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) em 1990. Conforme define o INEP (BRASIL, 2019, documento on-line), o SAEB: [...] é um conjunto de avaliações externas em larga escala que permite ao Inep realizar um diagnóstico da educação básica brasileira e de fatores que podem interferir no desempenho do estudante. Por meio de testes e questionários, Histórico da avaliação institucional4 aplicados a cada dois anos na rede pública e em uma amostra da rede privada, o Saeb reflete os níveis de aprendizagem demonstrados pelos estudantes avaliados, explicando esses resultados a partir de uma série de informações contextuais. O Saeb permite que as escolas e as redes municipais e estadu- ais de ensino avaliem a qualidade da educação oferecida aos estudantes. O resultado da avaliação é um indicativo da qualidade do ensino brasileiro e oferece subsídios para a elaboração, o monitoramento e o aprimoramento de políticas educacionais com base em evidências. Para chegar ao formato que apresenta hoje, de acordo com o INEP (BRA- SIL, 2019), as edições das avaliações de 1993, 1995, 1997 e 1999 serviram para o aprimoramento do processo, para a busca de novas metodologias a serem utilizadas nos testes e questionários conceituais e para a formulação de matrizes de referência para medição das proficiências dos estudantes. Em 2001, o SAEB passa a ter como foco somente a matemática e a língua portuguesa. Em 2003, consolida-se o novo modelo posto em prática na edição anterior, tendo como público-alvo as 4ª e 8ª séries do ensino fundamental e a 3º série do ensino médio, abrangendo as escolas públicas e uma amostra das escolas privadas, valendo-se de matrizes de referência para avaliar as competências, definindo descritores relativos aos conteúdos curriculares e operações mentais a serem avaliadas nas áreas de conhecimento da mate- mática e da língua portuguesa. Em 2005, são introduzidas duas novas provas, a Avaliação Nacional da Educação Básica (Aneb) e a Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Anresc), mais conhecida como Prova Brasil. Em 2007, é criado o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), que, em 2019, passa a ser reformulado, ampliando seu escopo de abrangência e suas dimensões de avaliação da qualidade da aprendizagem e institucional. O Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras (PAIUB) foi criado em 1993 pelo então Ministério da Educação e do Desporto tendo como objetivos: [...] aprimorar a qualidade do ensino, da pesquisa, da extensão e do Governo das Instituições de Ensino Superior e sedimentada no compromisso social da Universidade, a avaliação se apresenta despida dos seus velhos "fantasmas". Participativa, voluntária, levando em conta as diferenças regionais e a his- tória de cada Instituição, a avaliação se coloca como um processo contínuo, sistemático e de construção de uma CULTURA DE AVALIAÇÃO. Trata-se de um projeto de avaliação interna e externa que pretende apontar para a Universidade Brasileira melhores rumos a serem perseguidos (BRASIL, 1994, documento on-line). 5Histórico da avaliação institucional Assim, abrangendo processos de avaliação contextual internos e externos, pretendia-se construir uma cultura de avaliação nas universidades públicas brasileiras, auxiliando a planejar estrategicamente seu direcionamento futuro. O Exame Nacional de Cursos, implantado pelo governo mediante a Lei nº. 9.131, de 24 de novembro de 1995, teve como finalidade verificar os conheci- mentos e habilidades básicas adquiridas pelos alunos concluintes, possibilitando o aprimoramento dos cursos em funcionamento, a identificação e a correção de possíveis deficiências (BRASIL, 1995). Foi aplicado oito vezes pelo Insti- tuto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), sendo substituído a partir de 2004 pelo Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE). Instituídoem pela Lei nº. 10.861, de 14 de abril de 2004, o Sistema Na- cional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) se apresenta como um mecanismo avaliativo mais completo para o ensino superior, uma vez que se constitui de três componentes principais: a avaliação das instituições, dos cursos e do desempenho dos estudantes (BRASIL, 2015). Para isso, envolve uma série de instrumentos avaliativos que operam de forma integrada, como: autoavaliação, avaliação externa, Enade, avaliação dos cursos de graduação e instrumentos de informação como o censo e o cadastro das universidades. Segundo o INEP (BRASIL, 2015, documento on-line), o SINAES procura avaliar: [...] o ensino, a pesquisa, a extensão, a responsabilidade social, o desempenho dos alunos, a gestão da instituição, o corpo docente e as instalações. Os principais objetivos da avaliação envolvem melhorar o mérito e o va- lor das instituições, áreas, cursos e programas, nas dimensões de ensino, pesquisa, extensão, gestão e formação; melhorar a qualidade da educação superior e orientar a expansão da oferta, além de promover a responsabili- dade social das IES, respeitando a identidade institucional e a autonomia de cada organização. Como podemos perceber, os esforços em torno da construção de meca- nismos de avaliação institucional extensivos a todas as etapas da educação brasileira têm-se multiplicado ao longo das décadas, fazendo com que a ava- liação transcenda seu caráter classificatório tradicional e seja vista a partir da construção de uma cultura avaliativa que busca fornecer condições aos gestores para que melhorem os resultados das instituições em que atuam; assim, todos se beneficiam, conforme veremos a seguir. Histórico da avaliação institucional6 O termo diagnóstico tem sua origem na área da medicina, em que, por meio da observação de uma série de sintomas e da realização de exames no paciente, procura-se identificar a doença. Esse termo foi direcionado para a gestão organizacional com sentido semelhante, pois, a partir da observação do funcionamento de uma organização e da aplicação de testagens, provas e autoavaliações, procura-se encontrar melhores soluções para problemas existentes ou, ainda, para a busca de melhorias contínuas para aquela organização. Esse processo de diagnosticar faz com que se atinjam os objetivos de forma mais eficaz. 2 Avaliação institucional: produtora de diagnósticos Podemos afi rmar que a grande contribuição da avaliação institucional, rea- lizada de forma global, envolvendo os aspectos internos e externos de uma instituição de ensino, é permitir que os gestores conheçam a organização que dirigem minuciosamente. Esse “conhecer” ocorre a partir das possibilidades de diagnóstico, que podem ser realizadas quando da análise e interpretação dos dados e informações dos instrumentos avaliativos aplicados. Esses diag- nósticos são essenciais para que as decisões tomadas sejam mais efi cientes e coadunadas com os objetivos educacionais pretendidos. Podemos analisar a avaliação institucional a partir de dois formatos es- pecíficos: avaliação institucional interna e avaliação institucional externa. A avaliação institucional interna se refere ao funcionamento de cada escola, também denominada autoavaliação. Aqui, cabe considerar que cada escola deve ser vista como uma organização única, com suas particularidades, o que é, normalmente, retratado em seu projeto político-pedagógico (PPP). Esse projeto, quando elaborado de forma democrática e participativa, revela os entendimentos da comunidade escolar (alunos, professores, responsáveis pelos estudantes, gestores escolares, funcionários da escola, organizações sociais e comerciais do entorno e comunidade em geral) sobre a educação que se propõe — o que envolve o tipo de formação que seus estudantes terão, quais práticas pedagógicas serão adotadas, entre diversos outros aspectos. Por essa razão, entende-se que o PPP define a identidade da escola. Dessa forma, implantar um sistema que seja capaz de avaliar a instituição escolar como um todo, de 7Histórico da avaliação institucional forma global, somente funcionará se considerar as particularidades de cada instituição de ensino, seus múltiplos processos e as relações que ali ocorrem. Ao analisar as contribuições das práticas de avaliação institucional, Bran- dalise (2010, documento on-line) reforça que “[...] a avaliação institucional tem um caráter formativo, está voltada para a compreensão e promoção da auto- consciência da instituição escolar”. Nesse caso, a avaliação institucional deve ser vista e praticada envolvendo todos os profissionais da educação e demais membros da comunidade escolar, todos os setores que a estrutura apresenta, bem como todos os seus processos internos e ao longo de todo o ano letivo. Belloni e Belloni (2003, p. 17) compreendem a avaliação institucional como “[...] um processo sistemático de análise de uma atividade ou instituição que per- mite compreender, de forma contextualizada, todas as dimensões e implicações, com vistas a estimular seu aperfeiçoamento”. Assim, a avaliação institucional também contribui para que a escola possa atingir com maior qualidade seus objetivos, pois, por meio da percepção das fragilidades apontadas em seus processos, poderão ser direcionadas ações por parte de seus gestores. Para que a avaliação institucional da escola possa ocorrer eficientemente, promovendo as ações de diagnóstico esperadas, deve envolver algumas dimensões, como (ALAIZ; GÓIS; GONÇALVES, 2003): contexto externo; contexto interno; organização e gestão; ensino e aprendizagem; cultura da escola; resultados educacionais. O contexto externo, nesse caso, considera todos os campos que não são diretamente afetados pelas ações desenvolvidas na escola, o que envolve os aspectos socioeconômicos e culturais das famílias dos estudantes e da comu- nidade, as expectativas que esses têm em relação ao trabalho da escola, as pressões que a escola recebe sobre si em relação ao seu padrão de qualidade, que podem vir tanto da esfera pública quanto da esfera privada, entre outros. O contexto interno, por sua vez, envolve os aspectos históricos da criação da escola, como ela se encontra estruturada física e curricularmente, como seu corpo de professores e demais profissionais é composto, quem são seus alunos (perfil) e quais processos administrativos possui em funcionamento. Os aspectos da organização e da gestão da escola também são relevantes no diagnóstico da avaliação institucional da escola, pois os estilos de liderança Histórico da avaliação institucional8 acabam impactando o clima de trabalho e a motivação das pessoas. Da mesma forma, a equipe gestora da escola deve preocupar-se com a organização peda- gógica da escola, sua execução e avaliação, sendo importante, nessa dimensão, a consideração sobre o projeto político-pedagógico existente. O ensino e a aprendizagem são igualmente importantes para a avaliação institucional, pois demonstram como as ações em sala de aula têm convergido junto a todas as demais dimensões para o alcance dos objetivos da escola. Já a cultura da escola, por sua vez, envolve a identidade que tal escola assume para si e as formas de agir que legitima como corretas em seus vários aspectos. A cultura organizacional da escola costuma envolver os seguintes aspectos: como se realiza a sua gestão; como realiza seus procedimentos didáticos; participação ou colaboração da comunidade; motivação da equipe; formação continuada; disciplina existente; interações e relacionamentos in- terpessoais, entre outros. Os resultados educacionais traduzem as medidas de desempenho adotadas pela escola, que informa se foi bem-sucedida em relação ao que previa no seu projeto pedagógico, costumando ser associada com a existência de maior ou menor qualidade no processo de ensino-aprendizagem das instituições de ensino. É a dimensão que se vale das práticas avaliativas educacionais internas e externas(de larga escala e propostas pelo Ministério da Educação) e seus indicadores para ajustes que sejam necessários. A avaliação institucional de uma escola deve contemplar seus processos internos, as diversas relações existentes, sua cultura organizacional, seu projeto político-pedagógico e os resultados das avaliações externas e em larga escala aplicadas sobre ela. Cabe esclarecer que, quando mencionamos a avaliação institucional externa, devemos lembrar que ela pode tanto ser realizada por agências pú- blicas quanto por instituições privadas. Normalmente, no campo educacional brasileiro, a avaliação institucional tem sido uma ferramenta de gestão do sistema educacional como um todo, que se materializa a partir das políticas públicas educacionais avaliativas do Ministério da Educação, o qual, dentro da lógica do Estado-avaliador, procura estabelecer instrumentos de medição e controle dos resultados de suas ações na área educacional. 9Histórico da avaliação institucional Aqui podemos citar a grande importância do SAEB, que, por meio de seus instrumentos de medida de desempenho dos estudantes e de apontamento das questões contextuais e das dimensões da qualidade com que avalia as escolas, fornece importantes elementos de diagnóstico do sistema educacional brasileiro como um todo. A partir desses dados e de indicadores como o IDEB, os órgãos públicos educacionais dos sistemas de ensino das esferas administrativas brasileiras podem monitorar os resultados das políticas públicas existentes e implementar novas ações sempre que necessário. Isso ocorre também na gestão das escolas, pois uma das tarefas inerentes ao gestor da escola e a sua equipe é a tomada de decisões, que, no entanto, precisam de embasamento na realidade existente na escola, que pode ser apu- rada de forma muito mais eficiente a partir do momento que existe um plano de avaliação institucional na escola, com uma comissão própria de avaliação composta por representantes da comunidade escolar. Por meio do trabalho dessa comissão na aplicação da avaliação institucional e posterior análise e crítica de seus dados, ficam mais claros os pontos fortes e as fragilidades existentes na instituição de ensino, favorecendo as ações dos gestores da escola. Ao referir-se a esse processo, Sanches e Raphael (2006, documento on-line) comentam que “[...] a tomada de decisão é a ação resultante de um processo de reflexões que proporcionou conhecer os pontos positivos e frágeis da instituição e, por isso, embasará seus passos futuros, em especial no sentido de solucionar as necessidades identificadas e buscar o fortalecimento de sua qualidade acadêmica”. Assim, a avaliação institucional amplia as condições de gestão das instituições, facilitando sua análise estratégica e contextual e fornecendo subsídios valiosos para a tomada de decisões eficientes e assertivas, proporcionando maior qualificação dos processos e pessoas que fazem parte dessa escola, conforme veremos a seguir. 3 A melhoria da qualidade na educação e a avaliação institucional Vimos que a avaliação institucional se constitui, na atualidade, como uma importante ferramenta de gestão, pois propicia, por meio das informações e dos indicadores resultantes de seus processos avaliativos, que os gestores possam realizar seus diagnósticos e tomar as melhores decisões para o incremento da qualidade dos processos escolares. Os movimentos em torno da qualidade nas escolas começaram no Brasil na década de 1990, quando as instituições de ensino começaram a operar seguindo os padrões de gestão empresariais impostos pelo novo ambiente econômico, Histórico da avaliação institucional10 político e cultural da globalização. Porém, cabe-nos entender que a qualidade é um processo subjetivo, que representa a percepção que cada um possui sobre algo, ou seja, diante do mesmo produto ou serviço, poderemos ter diferentes compre- ensões de qualidade, pois muito se associa com a forma como, individualmente, atribuímos valor ao que estamos julgando. Por esse motivo, quando queremos estabelecer uma gestão relacionada à qualidade, precisamos, obrigatoriamente, de indicadores, de objetivos estabelecidos que definam e norteiem os processos organizacionais. Muitos desses objetivos e indicadores acabam constituindo os mecanismos de avaliação institucional que viemos estudando. Demo (2012, p. 11) nos traz o seguinte exemplo de qualidade: “Um diamante pode ser de qualidade se, comparado a outros, for mais puro, perfeito, limpo. Um clima, por ser mais completo e equilibrado, apresentaria qualidade superior a outro marcado por características de excessiva instabilidade, por exemplo. Nesse caso, qualidade significa a perfeição de algo diante da expectativa das pessoas”. A partir da citação do autor, percebemos que, para que haja qualidade nas instituições de ensino, precisamos de formas de conhecimento das expectativas das pessoas envolvidas com a organização, bem como de critérios que nos permitam mensurar, comparar, refletir e analisar os parâmetros que estamos atingindo. Veja, no exemplo a seguir, algumas formas práticas de como a qualidade se manifesta no ambiente escolar. Um casal de pais está buscando conhecer as escolas de educação infantil do seu município para escolher uma para matricular seu filho no próximo ano letivo. Ao chegar à primeira escola, são recepcionados de forma hospitaleira, ciceroneados para conhecer as estruturas existentes, fazem entrevista com a coordenadora pedagógica e podem observar os alunos realizando algumas atividades no pátio e nas salas de aula. Na segunda escola visitada pelos pais, a recepção é fria: eles aguardam em uma antessala em frente à secretaria; a secretária fornece informações e avisa que precisarão realizar um agendamento prévio para conhecer a escola, repassando o telefone de contato e informando a disponibilidade de horários e dias fixos para realizar essa visita. Ao voltarem para casa, o pai e a mãe conversam sobre as impressões que tiveram com a experiência e entendem que a primeira escola tem “mais qualidade” que a segunda. Embora possa ser uma constatação até mesmo equivocada, pois não conheceram a realidade da segunda escola, os pais sentem que a experiência vivida na primeira escola foi melhor, pois o atendimento foi mais eficiente e atendeu suas expectativas iniciais. Por motivos como esses, percebemos que a qualidade envolve todos os processos internos e as pessoas que se encontram em uma escola, independentemente do cargo que ocupem. 11Histórico da avaliação institucional Assim, podemos dizer que a existência de uma cultura de avaliação nas instituições produz efeitos diretos na qualificação educacional. Ao referir-se à importância do estabelecimento de uma cultura que se volte para a avaliação nesse sentido, Sanches e Raphael (2006, documento on-line) comentam que: Cabe ressaltar a importância da criação de uma cultura de avaliação, na qual o processo avaliativo seja um espaço de reflexão e mudanças das ações institucionais, A consolidação dessa cultura se dá com a intensa participação de toda a comunidade acadêmica, no momento em que ela participe tanto da definição de procedimentos avaliativos e sua implementação, como da apropriação dos resultados, que devem ser traduzidos em ações direcionadas ao aperfeiçoamento das práticas acadêmicas e administrativas da instituição. Os autores defendem a ideia de um processo de avaliação institucional abrangente e participativo, que, para ser legitimado, deveria envolver toda a comunidade escolar; ou seja, alunos, professores, gestores, funcionários, pais ou responsáveis, membros da comunidade do entorno da escola e demais interessados pela instituição de ensino. É interessante, ainda, o fato de que a avaliação institucional se relaciona aos processos cognitivos de reflexão e pos- sibilita mudanças nas ações da instituição de ensino quando forem necessárias. Investir na criação de uma cultura de avaliação institucional rompecom as ideias que associam o ato de avaliar somente com o aspecto quantitativo e com o sentido de fiscalização, controle e policiamento das atividades, evo- luindo o conceito para a noção de melhoria contínua da qualidade do que se faz na escola. De acordo com Cotta (2001), algumas das características que apresentam as instituições de ensino que possuem uma cultura de avaliação institucional consolidada são: apoio à avaliação por parte de atores que ocupam posições-chave no governo ou em outras esferas do sistema educacional; demanda regular pelas informações de avaliação em todos os níveis do sistema; registro de experiências bem-sucedidas de utilização das informações de avaliação para subsidiar o processo decisório; profissionalização das atividades de avaliação nas esferas pública e privada; consolidação da avaliação educacional como campo de investigação acadêmica. Histórico da avaliação institucional12 Assim, uma instituição de ensino que entenda que a avaliação institucio- nal representa um papel determinante de seus resultados educacionais, seja ela pública ou privada, procurará acompanhar os resultados das avaliações externas realizadas pelo Ministério da Educação, pois entende que seus indicadores podem contribuir para que seus processos internos possam ser aprimorados. Da mesma forma, as práticas pedagógicas ou iniciativas de outras ordens, administrativas e das áreas de apoio da escola, serão regis- tradas, reconhecidas e publicizadas para que sirvam de referência para os demais membros da comunidade escolar. Com esses pensamentos e atitu- des, avaliar se torna uma questão profissional e um campo de investigação contínua dentro da escola. Quando destacamos que a avaliação institucional, interna e externa, pode contribuir diretamente para a qualificação educacional, referimo-nos aos vários aspectos nos quais se requer monitoramento e melhoria da qualidade, como em relação aos seguintes itens: ação docente; práticas pedagógicas; gestão escolar; estrutura existente; participação da comunidade. Ao produzir, por meio de suas pesquisas e instrumentos avaliativos, as informações sobre o grau de satisfação dos estudantes, de seus pais e da comunidade escolar em relação a aprendizagens, metodologias e recursos pedagógicos disponíveis na escola, aliados aos indicadores de resultados das avaliações externas, os gestores escolares podem realizar investimentos nas fragilidades que a instituição de ensino apresenta. Assim, podem capacitar mais adequadamente seu corpo de professores, investir na aprendizagem de novas estratégias pedagógicas e, ainda, revitalizar estruturas importantes de apoio para a aprendizagem, como laboratórios e bibliotecas. Da mesma forma, podem promover ações que contribuam para o aumento da participação da comunidade em seu meio. Ao analisar como os instrumentos componentes da avaliação institucional da Universidade Tecnológica Federal do Paraná contribuíram para a melhoria da gestão realizada em seu âmbito, em suas múltiplas dimensões e complexidade de atuação, Carvalho, Oliveira e Lima (2016, documento on-line) destacam que: 13Histórico da avaliação institucional Os processos centrados na avaliação do servidor, na avaliação do docente pelo discente, na avaliação do desempenho coletivo de setores e na pesquisa de clima organizacional podem ser percebidos a partir dos progressos experimentados pela IES, em torno da avaliação institucional, o que contribuem significati- vamente na melhoria da gestão universitária, oportunizando o exercício de democratização ao estimular a participação coletiva no processo de pensar os rumos da universidade e na reorientação de suas práticas. Assim, por meio da implementação de processos de avaliação institucional internos, próprios da universidade, conforme citam os autores, junto aos resultados que a instituição de ensino superior recebe do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (SINAES), a gestão tem condições de tomar decisões mais assertivas, coordenando as ações mais urgentes, as áreas a serem focalizadas e, assim, melhorando de forma contínua aquilo que já vem realizando com bons resultados na região em que atua. Da mesma forma, esses mecanismos avaliativos institucionais podem ser criados nas escolas da educação básica, verificando como se encontra o am- biente organizacional, ou seja, diagnosticando os níveis de qualidade existentes e promovendo ajustes e melhorias. Também devem compor essa busca pela qualificação da educação básica os resultados provenientes das avaliações do SAEB e do IDEB da escola, pois retratam se a escola tem atingido ou não os objetivos educacionais estabelecidos pelo sistema educacional brasileiro. Assim, avaliação institucional, diagnóstico e qualidade são fatores que atuam de forma sistêmica e se complementam. Para ampliar seu entendimento sobre o conceito de qualidade na educação e sobre a importância da construção de uma avaliação institucional que contemple os seus múltiplos aspectos, assista ao vídeo do Instituto Airton Senna no link a seguir. https://qrgo.page.link/n7wXk Histórico da avaliação institucional14 ALAIZ, V.; GÓIS, E.; GONÇALVEZ, C. Auto-avaliação de escolas: pensar e praticar. Porto: Asa, 2003. BELLONI, I. A função social da avaliação institucional. In: SOBRINHO, J. D.; RISTOFF, D. (org.). Universidade desconstruída: avaliação institucional e resistência. Florianópolis: Editora Insular, 2000. BELLONI, I.; BELLONI, J. A. Questões e propostas para uma avaliação institucional for- mativa. In: FREITAS, L. C. Avaliação de escolas e universidades. Campinas: Komedi, 2003. BRANDALISE, M. Â. T. Avaliação institucional da escola: conceitos, contextos e práticas. Olhar de Professor, v. 12, n. 2, p. 315-330, 2010. Disponível em: https://www.redalyc.org/ pdf/684/68420656008.pdf. Acesso em: 19 fev. 2020. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União, 5 out. 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/consti- tuicao.htm. Acesso em: 19 fev. 2020. BRASIL. Lei no. 9.131, de 24 de novembro de 1995. Altera dispositivos da Lei nº. 4.024, de 20 de dezembro de 1961, e dá outras providências. Diário Oficial da União, 25 nov. 1995. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9131.htm. Acesso em: 19 fev. 2020. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Ensino Superior. Pro- grama de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras (PAIUB). Brasília: SESu, 1994. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me002072.pdf. Acesso em: 19 fev. 2020. BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Sinaes. 2015. Disponível em: http://inep.gov.br/sinaes. Acesso em: 19 fev. 2020. BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacio- nais Anísio Teixeira. SAEB. 2019. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/web/guest/ educacao-basica/saeb. Acesso em: 19 fev. 2020. CARVALHO, H. A.; OLIVEIRA, O. S.; LIMA, I. A. Contribuições da avaliação institucional na qualificação da gestão do ensino superior: o caso da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. In: CONGRESSO NACIONAL DE MESTRADOS PROFISSIONAIS EM ADMINIS- TRAÇÃO PÚBLICA, 1., 2016, Curitiba. Anais [...]. Paraná, 2016. Disponível em: http://profiap. org.br/profiap/eventos/2016/i-congresso-nacional-de-mestrados-profissionais-em- -administracao-publica/anais-do-congresso/41164.pdf. Acesso em: 19 fev. 2020. 15Histórico da avaliação institucional Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidasem tais links. COTTA, T. C. Avaliação educacional e políticas públicas: a experiência do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB). Revista do Serviço Público, v. 52, n. 4, p. 89-111, 2001. Disponível em: https://revista.enap.gov.br/index.php/RSP/article/ view/316/322. Acesso em: 19 fev. 2020. DEMO, P. Educação e qualidade. 12. ed. Campinas: Papirus Editora, 2012. SANCHES, R. C. F.; RAPHAEL, H. S. Projeto pedagógico e avaliação institucional: articu- lação e importância. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior, v. 11, n. 1, p. 103-113, 2006. Disponível em: http://periodicos.uniso.br/ojs/index.php/avaliacao/ article/view/923. Acesso em: 19 fev. 2020. Histórico da avaliação institucional16 Dica do Professor Existe uma relação de reforço e complementaridade entre o processo de avaliação institucional aplicado em uma escola e os seus resultados educacionais apresentados. Valer-se da capacidade de realizar diagnósticos mais precisos, a partir da aplicação dos instrumentos de pesquisa que constituem essa avaliação, faz com que os gestores maximizem seu percentual de acerto nas decisões a serem tomadas e, assim, atinjam de fato os aspectos mais importantes como foco de suas ações. O resultado disso é o aumento na qualidade de tudo o que a escola faz. Nesta Dica do Professor, saiba mais sobre o caráter diagnóstico da avaliação institucional e sua contribuição para a melhoria na qualidade das instituições de ensino. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Exercícios (TEA 1) 1) “Um processo sistemático de análise de uma atividade ou instituição que permite compreender, de forma contextualizada, todas as dimensões e implicações, com vistas a estimular seu aperfeiçoamento.” (BELONI; BELONI, 2003, p.17) Partindo do conceito de avaliação institucional citado pelos autores, pode-se afirmar: A) O processo de avaliação institucional é sinônimo de avaliação educacional, pois opera a partir da aplicação de provas e testes. B) Quando se fala em avaliação institucional, o foco são as instituições de ensino privadas, que objetivam o lucro. C) A avaliação institucional produz resultados diretos na gestão das instituições de ensino, contribuindo para sua melhoria. D) Quando a avaliação insitucional se realiza contemplando todas as dimensões da escola, ela se afasta da possibilidade de contextualização. E) O objetivo maior da avaliação institucional é a produção de informações essenciais em detrimento do aperfeiçoamento da organização. Nas últimas três décadas, a avaliação institucional passou por inúmeras reconfigurações, estendendo-se a todas as etapas da educação e abrangendo o sistema educacional brasileiro como um todo. Analise os aspectos de cada um desses componentes históricos da avaliação institucional no Brasil e associe a primeira e a segunda colunas, de forma a estabelecer a correta relação entre elas. I. CF 88 II. Globalização III. SAEB IV. Exame Nacional de Cursos V. SINAES ( ) Define uma série de acontecimentos que ocorreram no mundo e que afetaram os aspectos econômicos, políticos e culturais das nações. 2) Administrador Realce ( ) Instituído em 1990 como um projeto piloto, é considerado a primeira iniciativa de busca por uma avaliação institucional externa e em larga escala no sistema educacional brasileiro. ( ) Tinha como objetivo verificar como estava ocorrendo a formação dos estudantes universitários. Atualmente, dentro da configuração do SINAES, foi substituído pelo ENADE. ( ) Reforçou em seu texto a gestão democrática e a busca por mecanismos que medissem a qualidade dos serviços prestados à população, que precisavam ser avaliados. ( ) Corresponde a toda uma série de instrumentos aplicados no Ensino Superior para verificar as condições de qualidade multidimensionais em que as universidades têm funcionado. Assinale a alternativa que traz a ordem correta: A) II; III; IV; I; V. B) I; II; III; V; IV. C) III; IV; V; II; I. D) V; I; II; IV, III. E) IV; V; I; III; II. 3) Práticas de avaliação institucional têm feito parte das rotinas das instituições de ensino brasileiras, sendo percebidas ao longo de todas as etapas da educação, bem como nas redes públicas e privadas, devido aos seus efeitos para a gestão dessas organizações educacionais. Ao considerar a relação existente entre a avaliação institucional e a busca pela qualificação das instituições de ensino, analise as asserções a seguir e marque a alternativa que apresenta uma correta relação entre elas: I. A existência de um processo de avaliação institucional pode impactar diretamente a qualificação das atividades realizadas em uma instituição de ensino, seja ela da Educação Básica, seja ela do Ensino Superior. PORQUE II. Por meio da aplicação de seus intrumentos avaliativos em todas as dimensões e áreas da escola, os gestores podem realizar melhores diagnósticos do contexto escolar, providenciando ações eficientes que busquem a melhoria da qualidade. A) As asserções I e II são proposições falsas. B) A asserção I é uma proposição falsa, e a asserção II é uma proposição verdadeira. Administrador Realce C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a asserção II é uma proposição falsa. D) As asserções I e II são verdadeiras, e a asserção II é uma justificativa correta da asserção I. E) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a asserção II não é uma justificativa da asserção I. 4) Uma avaliação institucional eficiente, que impactará diretamente o alcance dos objetivos da instituição de ensino, deve abranger algumas dimensões importantes, como: o seu contexto interno e externo; a organização e gestão da escola; o ensino e a aprendizagem; a cultura da escola e os resultados educacionais que vem apresentando. Analise as alternativas e marque a que apresenta uma dessas dimensões de análise da avaliação institucional e sua correta descrição: A) O contexto interno refere-se aos fatores que não são afetados diretamente pela escola, enquanto os externos se relacionam aos docentes, às práticas pedagógicas, à estrutura física existente, etc. B) Perceber como a escola se organiza e qual o estilo de liderança utilizado pelos gestores pode ser fundamental na avaliação institucional, pois esses fatores distanciam a escola de seu PPP. C) O ensino e a aprendizagem têm importância fundamental na avaliação institucional, pois as metodologias e as estratégias pedagógicas utilizadas podem assegurar a qualidade na educação. D) A cultura organizacional que a escola tem define a forma como ela se posiciona filosoficamente em relação ao mundo, pouco contribuindo para a avaliação institucional. E) Os resultados educacionais são mensurados por meio de outros mecanismos avaliativos de cunho classificatório e quantitativo, sendo que a avaliação institucional é plenamente qualitativa. 5) Um dos primeiros aspectos a serem considerados ao buscar a implementação de uma avaliação institucional em uma escola é entender bem seu conceito para evitar confusões e decisões equivocadas por parte dos gestores. Sobre o conceito de avaliação institucional, pode-se afirmar: A) Tem como objeto de estudo as atividades que medem o desempenho dos estudantes, como provas e testes aplicados em sala de aula. Administrador Realce Administrador Realce B) Tem caráter prioritariamente classificatório e vale-se de instrumentos quantitativos para sua realização. C) Apresenta-se de forma processual e formativa, abrangendo múltiplas dimensões de análises e todos os setores e pessoas da escola. D) É um mecanismo avaliativo que deve ser imposto pelos gestores visando ao engajamento de todos na sua aplicação. E) Funciona de forma muito eficaz para as escolas das redes privadas de ensino, mas, nas escolas públicas, deixa a desejar. Administrador Realce Na prática A avaliaçao institucional deve ter formato multidimensional, abrangendo todos os membros da comunidade escolar (alunos, professores,pais, funcionários, órgãos colegiados, comunidade do entorno), os diversos setores de sua estrutura e os processos internos cotidianos. Assim, fornecerá importante ajuda para que a gestão se realize de forma eficiente, contribuindo para a melhoria dos resultados educacionais. Acompanhe, Na Prática, as etapas que compõem a avaliação institucional da escola de Ensino Fundamental. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Saiba mais Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Avaliação institucional e gestão democrática na Educação Infantil: reflexões e possibilidades Neste artigo, é analisada a dinâmica de avaliação institucional realizada por uma escola municipal de Educação Infantil da rede pública de Bagé (RS) de modo a perceber que tal prática se encontra a serviço da instituição, como instrumento de apoio à gestão, em uma perspectiva democrática. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Por que a avaliação institucional é importante? Neste vídeo, produzido pela organização da sociedade civil Ação Educativa, você vai entender os aspectos que tornam a avaliação institucional essencial para a gestão das escolas. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Avaliação institucional na Educação Básica: retrospectiva e questionamentos Neste artigo, você confere uma retrospectiva das experiências de uso da avaliação institucional na Educação Básica no Brasil desde meados dos anos de 1990. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.