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MICROBIOLOGIA – AULA 2 COLORAÇÃO DE GRAM - classificação de acordo com suas características tintoriais, forma e arranjo celular. - a estrutura, os componentes e as funções da parede celular diferenciam as bactérias Gram- positivas das gram-negativas. BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS: - parede celular grosa: com múltiplas camadas constituídas de peptidoglicanos que envolvem a membrana citoplasmática da bactéria. Esse peptidoglicano é suficientemente poroso para permitir a difusão de metabólitos para a membrana plasmática. É essencial para a estrutura, replicação e sobrevivência da célula em condições hostis. - carecem da membrana periférica presente nas bactérias gram-negativas. BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS - fina camada de peptidoglicano imediatamente externa à membrana citoplasmática. - exteriormente à camada de peptidoglicano há a membrana externa (exclusiva para gram-negativas). - membrana externa: atua como barreira seletiva. Constitui-se de fosfolipídios, proteínas e lipossacarídeos (importante para evasão destas bactérias à ação de células fagocitárias e ao sistema complemento durante infecção). Também é uma barreira à entrada de subs como antibióticos, detergentes e enzimas digestivas. ESTRUTURA DOS PEPTIDOGLICANOS: formados pela alternância de ácido N-acetilglicosamina (NAG) e ácido N-acetilmurâmico (NAM). No NAM encontram-se ligadas as cadeias laterais tetrapeptídeos. A TÉCNICA DE GRAM 1- cobrir o esfragaço com cristal violeta (corante) 2- cobrir o esfregaço com lugol (fixador do corante) 3- descorar o esfregaço com etanol-acetona 4- lavar a lâmina em água corrente 5- cobrir o esfragaço com fucsina ou safranina (corante) 6- lavar a lâmina em água corrente e deixar secar ao ar 7- adicionar óleo de imersão no esfragaço corado e visualizar ao microscópio Nas bactérias gram-positivas que se tornam violeta, o corante fica confinado na espessa camada de peptidoglicano. Enquanto as gram-negativas, por possuírem uma fina camada desse composto não retém o corante cristal-violeta, por isso são contrastadas com a safranina ou fucsina, tornando-se avermelhadas. MORFOLOGIA E ESTRUTURA CELULAR MICRORGANISMOS PROCARIONTES FLAGELO: - filamentos finos se estendem a partir da membrana citoplasmática e atravessam a parede celular. - composto por flagelinas, presas à membrana bacteriana pelo corpo basal e direcionadas pelo potencial de membrana. A maioria das bactérias não tem flagelos e as espécies flageladas tem mais potencial de disseminação. É geralmente presente nos bacilos e ausente nos cocos. quimiotaxia: movimento de afastamento ou aproximação feito pelo flagelo Todo flagelo é composto por 3 partes: - corpo basal (ancoragem): gancho central circundado por anéis - gancho (conecta o filamento helicoidal com o corpo basal) - filamento helicoidal Gram-positiva: 1 par - 2 anéis Gram-negativa: 2 pares - 4 anéis (dá firmeza) COMPOSIÇÃO QUÍMICA popilpeptídeos específicos - flagelina geralmente se arranjam em feixes de maneira paralela ou entrelaçada A estrutura da flagelina de cada espécie bacteriana é suficientemente única para conferir especificidade. (muda a composição de aminoácidos) Função: motilidade- rotação do corpo basal (o flagelo cresce na extremidade, e não na base) LOCALIZAÇÃO/ARRANJO FLAGELAR (foto celular) A- monotriquia - 1 flagelo localizado em um dos polos da célula B - Lofotriquia - mais de um flagelo localizado em um dos polos da célula C- Anfitriquia - 1 flagelo localizado em cada um dos pólos da célula D - Peritriquia - flagelos localizados em toda a superfície do corpo celular PILI (externas à parede celular) estruturas muito finas (bem mais que os flagelos), filamentos não helicoidais e mais numerosas ligados à superfície externa da célula sem um sistema de ancoragem. frequentemente observados em bactérias gram negativas, streptococcus sp, actinomyces SP. - pilina: subunidades individuais se arranjam em forma de espiral em torno de um espaço central (pequena quantidade de carboidrato) - 01 a várias centenas por célula FUNÇÕES: fimbrias ou Pili F Pili F (sexuais) --> transferencia de material genetico entre as células microbianas Pili F: doadoras - reconhecem receptores na superfície de células receptoras receptores de bacteriófagos = vírus ( não tem Pili F) Pili tipo-específico ou fímbrias aderência (TODA CÉLULA QUE TEM FÍMBRIA TEM PODER PATOGÊNICO). Formadas por pilinas, tem menor diâmetro que os flagelos e não são espiraladas como eles. Promovem aderência (por meio da adesina) às outras bactérias ou ao hospedeiro e são um importante fator de virulencia . especificidade de aderência a determinadas células ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS PILI - simples: microscopia eletronica - penetram na parede celular sem ancoragem (não tem corpo basal) - PILINA (proteína)- subunidades individuais se arranjam em forna de espiral em torno de um espaço central (pequena quantidade de carboidrato- ou seja, pode ser que as fímbrias sejam glicoproteínas) variam de 01 a várias centenas por célula. patógenos: impedem a remoção da bactéria pelo fluxo de muco ou outros fluidos corporais (sist. de defesa) --> INFECÇÃO GLICOCÁLICE - material viscoso que circunda a bactéria - de acordo com a consistência pode haver dois tipos: cápsula ou camada limosa - CÁPSULA --> glicocálice organizado de modo definido e firmemente acoplado à parede celular ( tende a ser mais insoluvel em água), TEM GRANDE POTENCIAL PATOGÊNICO. Formada por uma rede de filamentos polissacarídicos - CAMADA LIMOSA sem forma definida e frouxamente acoplada à parede celular, não dá tanta aderência (por isso é facilmente solúvel em água - tornam o meio viscoso) cápsulas homopolissacarídeas: formada por um unico tipo de monossacarídeo (açúcar) cápsulas heteropolissacarídeas: formadas por mais de um tipo de monossacarídeo (açúcar), ou de mais de um tipo de peptídeo (polipeptídeo) Funções: - aderência - reservatório de alimentos (manter a vida da bactéria mesmo em um ambiente pobre em nutrientes) - proteção: dessecamento temporário adsorção e lise para bacteriófagos fagocitose (difícil para nossos anticorpos destruírem - por isso grande potencial patogênico) - as cápsulas permitem às bactérias expressar sua capacidade de virulência, protegendo-as dos ,mecanismos de defesa do hospedeiro - a especificidade é tão grande que dentro de uma determinada espécie, poderemos ter subespécies ou tipos imunológicos. - as cápsulas permitem às bactérias expressar sua capacidade de virulência, protegendo-as dos mecanismos de defesa do hospedeiro. - a especificidade é tão grande que dentro de uma determinada espécie, poderemos ter subespécies ou tipos imunológicos (diferente composição da cápsula). PAREDE CELULAR - muito importante para a sobrevivência da célula - estrutura rígida mantém a forma característica - previne expansão e rompimento da célula pela entrada de água - essencial ao crescimento e divisão celular - Composição química a estrutura: diferentes substâncias (composição, diferente espessura e diferente Gram.) PEPTIDOGLICANO - tem na gram negativa e positiva (mureína/pepetidoglicana) polímero poroso e insolúvel formado por 3 subunidades que se repetem para formar um polímero: N- acetilglicosamina (NAG), ácido n- acetilmurâmico (NAM), peptídeo com 4 aminoácidos (tetrapeptídeo) ligações cruzadas com outra cadeia rigidez. - Funções: manutenção da forma característica, barreira osmótica (previne evasão de enzimas e entrada de substâncias químicas e enzimas) Arqueobactérias: parede celular composta por proteínas, glicoproteínas ou possicarídeos complexos. Bactéria Gram Positiva parede mais grossa – quantidade maior de peptideoglicano e possuem ác. Teicoico (polímeros glicerol e ribitol fosfato) e lipoteicoico que servem para adesão, logo são grandes componentes antigênicos e proteínas para transporte ativo de nutrientes. parede celular ancora na membrana Bactéria Gram Negativa possui uma membrana externa na parede celular com lipopolissacarídeos quesão fatores de virulência que recobre a fina camada de peptideoglicano. A membrana externa age como uma barreira seletiva, ancorada sobre o peptideoglicano por uma lipoproteína, e contem proteínas e lipopolissacarídeos (LPS) LIPOPOLISSACARÍDEOS - antígeno O (cadeia de polissacarídeos) = sítios para adsorção de bacteriófagos Unidades de carboidratos Hexoses: glicose, galactose, manose e ramnose (comuns) Reações com anticorpos em testes laboratoriais - lipídeo A (ác. Graxos saturados) = endotoxina MEMBRANA EXTERNA faz parte da parede celular impermeável à proteínas permeável a moléculas menores por transporte ativo e passivo (purinas, pirimidinas, peptídeos, aác e dissacarídeos) Proteínas da membrana externa são sítios receptores para adsorção de vírus bacterianos e bacteriocinas (substancias que podem ser produzidas por outras bactérias e que são tóxicas para a própria bactéria). MEMBRANA CITOPLASMÁTICA Funções: sede de processos essenciais, barreira seletiva. Possui PERMEASES (proteínas específicas) para transporte de enzimas envolvidas na produção e síntese de parede celular. Estrutura e composição química: BICAMADA: fosfolipídeos (20 a 30%) – da fluidez a membrana plasmática proteínas (50 a 70%) modelo de mosaico fluido Não contém esteróis Exceção: micoplasma sp = + rígida, logo possui esteróis, pois não tem parede celular. Mesossomos extensões da membrana citoplasmática que pode localizar-se muito próxima ou aprofundar-se para o interior do citoplasma. -profundos e centrais: replicação do DNA e divisão celular. - periféricos: secreção de enzimas (penicilinases) para fora da célula. As extensões intracelulares da membrana citoplasmática aumentam a superfície para atividades metabólicas. Na membrana citoplsamática ocorrem metabolismo anabólico e catabólico. Ocorre também a regulação do transporte de moléculas para dentro e fora da célula. CITOPLASMA É um fluido denso onde encontramos cerca de 80% composto por água, e também ácidos nucleicos, proteínas, carboidratos , lipídios, íons orgânicos, complexos de baixo peso molecular Biossíntese celular(construção de parede, membrana etc..) e produção de energia (já que tem carbo e lipídio dissolvidos no citoplasma) Diferente das células eucariotas não tem microtubulos que formam citoesqueleto. RIBOSSOMOS: partículas densas livres no citoplasma associadas à superfície interna da membrana citoplasmática. Funções: síntese de proteínas. Subunidades: 50S e 30S = 70S composição: 40% proteína e 60% RNA INCLUSÕES CITOPLASMÁTICAS: produtos de armazenamento (Carbo, lipídios e proteínas), estruturas limitadas ou não por membrana. Granulos de volutina (metacromáticos) : polifosfato Poli –beta-hidroxibutirato (PHB): material lipídico glicogênio: polissacarídeo Funções: reserva de energia ÁREA NUCLEAR/REGIÃO NUCLEAR: próxima ao centro da célula, sistema membrana citoplasmática-mesossomo. nucleoide: cromossomo único e circular (genoma-fita única DNA) Plasmídeos: pequenas moléculas de DNA linear/circular com capacidade de auto replicação. FORMAS LATENTES DE PROCARIOTOS: são formas de repouso, metabolicamente inativos que sobrevivem em condições desfavoráveis. (esporos) ESPOROS/ENDÓSPOROS: parede celular espessa – muito resistente com estrutura e composição química diferente da parede da bactéria ativa. Forma e localização: - ovais e central (bacillus cereus) - esféricos e terminal (clostridium tetani) - ovais e subterminal (clostridium subterminale) Maioria resiste a 80ºC por até 10 minutos – desidratando ela fica com uma resistência maior CONÍDEOS: típicos dos fungos e actinomicetos (bactérias que produzem estruturas semelhantes às dos fungos). Têm função reprodutiva e são pouco resistentes ao calor. A diferença está no núcleo: sua presença caracteriza um fungo, enquanto sua ausência caracteriza uma bactéria.
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