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Aulas 21 e 22 - Atos e prazos processuais

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62 
 
6 ATOS PROCESSUAIS (arts. 188 a 293, NCPC) 
 
6.1 Conceito 
 Como é espécie do gênero “atos jurídicos”, ato processual é toda ação humana que 
produz efeito jurídico em relação ao processo. É praticado no processo e produz efeitos sobre 
ele. Ex: petição inicial, citação, contestação, provas, decisões judiciais, recursos, 
autocomposição, etc. 
 
6.2 Classificação 
 
 O NCPC classifica os atos processuais levando em conta o sujeito que os pratica. 
Assim, temos: atos das partes, do juiz e dos serventuários da justiça. 
 
a) atos das partes (autor, réu, terceiros intervenientes e o MP) => podem ser: 
- postulatórios => são aqueles que buscam um determinado provimento judicial. Ex:. petição 
inicial; petição interlocutória; contestação; reconvenção; réplica do autor; recurso etc. 
- instrutórios => objetivam carrear provas aos autos do processo, a fim de formar o 
convencimento do juiz. Ex: juntada de documento; arrolamento de testemunhas; formulação 
de quesitos para o perito etc. 
- dispositivos => são atos que envolvem a disposição de uma faculdade processual ou direito. Ex: 
desistência da ação, do recurso; renúncia do direito material; reconhecimento do pedido; 
transação etc. Em regra, os atos das partes têm eficácia imediata; todavia, os atos dispositivos 
necessitam de homologação do juiz para surtirem seus devidos efeitos (art. 200, parágrafo 
único). 
- reais => traduzem em realizações processuais concretas, materiais. Ex:. exibir uma coisa; 
comparecer a uma audiência. 
 
b) atos do juiz => o NCPC fala em “pronunciamentos” do juiz, ao invés de atos. São eles: a 
sentença, as decisões interlocutórias e os despachos (art. 203). 
- sentença (§1º) => é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 
(extinção sem resolução do mérito - reconhecimento de vício processual insanável) ou 487 
(resolução do mérito - julgamento de procedência ou improcedência do pedido; homologação 
de desistência ou renúncia; reconhecimento de prescrição ou decadência etc), põe fim à fase 
cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. 
63 
 
Percebe-se que dois critérios foram utilizados em tal conceito pelo legislador: o 
material (conteúdo da sentença – 485/sentença terminativa ou processual; 487/sentença 
definitiva ou de mérito) e o finalístico (a diferença, neste último, em relação à redação mais 
remota do CPC anterior, é que o legislador de 2015 sabiamente referiu-se ao fim do 
procedimento cognitivo, e não ao processo, vez que é sabido ser possível o processo continuar 
mesmo após a sentença, como nos casos em que há interposição de recurso e/ou o 
cumprimento da sentença). 
 
- decisão interlocutória (§2º) => por critério residual, é todo pronunciamento judicial de natureza 
decisória que não seja sentença. Em razão disso, pode surgir certa dificuldade em se distinguir 
sentença de decisão interlocutória, pois que, em ambas, o juiz decide (seja questão de mérito1 
ou não). Mas é simples identificá-los porque sempre que o juiz decidir pondo fim à fase 
cognitiva ou ao processo de execução será sentença; do contrário, será decisão interlocutória. 
Ex.: concessão ou indeferimento de liminar; reconhecimento ou não de suspeição/ 
impedimento; concessão ou indeferimento dos benefícios da assistência; admissão de 
intervenção de terceiros; indeferimento de uma prova etc. 
 
- despachos (§3º) => são os todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de 
ofício ou a requerimento da parte. Não tem conteúdo decisório: apenas impulsionam o 
processo, determinando a prática de atos para a continuidade da marcha procedimental. Ex: 
despacho que apenas ordena a citação do réu; a intimação das partes ou de testemunhas; que 
designa audiência etc. 
CUIDADO: quando o “despacho” tiver conteúdo decisório. Neste caso, trata-se, na 
verdade, de decisão interlocutória (Ex: “despacho” que recebe a petição inicial; que defere ou 
indefere antecipação dos efeitos da tutela; que saneia o processo, deferindo ou indeferindo 
provas a serem produzidas na audiência de instrução). Na prática, infelizmente é muito 
comum os juízes e os tribunais nomearem de despachos aquilo que são verdadeiras decisões 
interlocutórias. 
 
1
 A doutrina sempre reconheceu a possibilidade de o juiz proferir decisão interlocutória de mérito, embora seja 
uma situação incomum. Um grande exemplo, inclusive reconhecido pela lei (art. 356, §5º c/c art. 1.015, II, 
NCPC), é o julgamento antecipado parcial do mérito, pois que o juiz, neste caso, julga antecipadamente um dos 
pedidos sem por fim à fase cognitiva, uma vez que o processo prosseguirá em relação aos demais pedidos não 
julgados. Outro exemplo: renúncia parcial. 
64 
 
 Por fim, vale registrar que, quando a decisão for proferida pelo tribunal2, que atua em 
colegiado, haverá uma conjugação de opiniões de seus vários membros. Desta forma, suas 
decisões são denominadas de acórdãos (art. 204). Diz-se acórdão, pois deriva do verbo 
“acordar”, não no sentido de despertar, mas sim de fazer acordo. 
 
c) atos dos serventuários da justiça: podem praticar alguns atos ordinatórios, movimentando 
o processo, mas estão sujeitos à revisão pelo juiz quando necessário (art. 203, §4º). Ex: 
abertura de vista às partes; juntada etc. 
 
6.3 Disciplina legal dos atos processuais 
 
 Segundo o NCPC, os atos processuais: 
 
a) não dependem de forma determinada (não solenes) => se a lei expressamente exigir 
determinada forma, são considerados válidos os atos, ainda que praticados de outro modo, se 
atingirem sua finalidade (princípio da instrumentalidade das formas – art. 188). Obs:. Prática 
por meios eletrônicos (Lei n. 11.419/06 e arts. 193 a 199, NCPC). 
 
b) são públicos => de acordo com os arts. 93, IX, CF e 189 do NCPC, os atos processuais são 
públicos. Correm, porém, em segredo de justiça apenas os processos em que: 
- exigir o interesse público ou social; 
- os que dizem respeito ao casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, 
filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes; 
- em que constem de dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade; e 
- que versem sobre arbitragem, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem. 
 Vale lembrar que, nestes casos em que o processo tramita em segredo de justiça, 
somente as partes e seus advogados terão acesso aos autos, podendo o terceiro pedir certidão 
(§1º, art. 189). 
 
c) podem ser objeto de negócio jurídico processual => é a possibilidade de as partes, desde que 
plenamente capazes e versar o processo sobre direito que admite autocomposição, ajustar 
 
2
 É possível os desembargadores e ministros também proferem decisões de forma individual, e não em 
colegiado, ocasião em que não estarão proferindo acórdãos, mas sim decisões monocráticas. 
65 
 
atos e procedimentos cuja eficácia repercutem no processo. Pode ser celebrado antes ou 
durante o processo. 
O CPC/1973 previa alguns negócios processuais típicos: cláusula de eleição de foro, 
convenção sobre o ônus da prova, suspensão do processo por convenção das partes, etc. O 
CPC/2015 aumentou o rol dos negócios típicos e criou a atipicidade da negociação processual 
em seu art. 190. Exemplos de negócios atípicos válidos: instância única, criação de 
impenhorabilidade ou de prova atípica, ampliação ou redução de prazos, etc. 
 O negócio processual só poderá ser recusado pelo juiz, de ofício ou a requerimento, 
nos casos de: 
- invalidade (exemplos de negócios inválidos: acordo sobre competência absoluta, criação de 
recursos, acordo para não intervenção do MP, etc.); 
- inserção abusiva em contrato de adesão; 
- alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade (ex: o consumidor, o 
trabalhador etc). 
 Por fim, registra-se que está intimamente ligado aos negóciosprocessuais o chamado 
calendário processual, que nada mais é do que um agendamento dos atos processuais de 
comum acordo entre juízes e partes, fixando um calendário para a prática dos mesmos (art. 
191). O calendário dispensa a intimação das partes quanto aos atos processuais e audiências, 
cujas datas tiverem sido designadas no calendário. 
 
d) devem ser praticados com o uso da língua portuguesa => documento em língua estrangeira 
só será juntado nos autos se acompanhado de versão para a língua portuguesa feita por via 
diplomática ou pela autoridade central, ou firmada por tradutor juramentado (art. 192, 
parágrafo único). 
 
e) devem ser praticados em determinado tempo e lugar => de acordo com o art. 212 do NCPC, 
os atos processuais devem ser realizados, em regra, em dias úteis, das 6h às 20h, e na sede do 
juízo (art. 217). 
 Entretanto, citações, intimações e penhoras podem ser realizadas nos feriados, férias 
forenses ou fora do horário legal, independentemente de autorização judicial (§2º, art. 212). 
 O protocolo da petição em autos físicos deve observar o horário de funcionamento do 
fórum ou tribunal (§3º); mas no caso da prática eletrônica de ato processual, pode ela ocorrer 
em qualquer horário até às 24 horas do último dia do prazo, observando-se o horário vigente 
no juízo onde o ato vai ser praticado (art. 213). 
66 
 
 ATENÇÃO: de acordo com o art. 214 do NCPC, não se praticarão atos processuais 
durante as férias forenses e nos feriados (além dos previstos em lei, incluem sábados, 
domingos e dias em que não haja expediente forense), exceto as citações, intimações e 
penhoras (como já ressalvado anteriormente), e as tutelas de urgência (tutela cautelar e tutela 
antecipada). 
 
6.4 Prazos processuais 
 É o espaço de tempo em que o ato processual da parte pode ser validamente praticado. 
Está delimitado pelo termo inicial (dies a quo) e pelo termo final (dies ad quem). 
 
6.4.1 classificação 
 Os prazos podem ser classificados: 
a) quanto à origem: 
- legais => exemplo é o art. 335, que prevê o prazo de 15 para a resposta do réu. Importa 
esclarecer que se a lei não prever ou o juiz não fixar, o prazo para a prática do ato processual 
será de 5 dias, conforme o §3º do art. 218. 
- judiciais => é o prazo fixado ou determinado pelo juiz. Exemplos: art. 76 (sanar incapacidade 
processual ou irregularidade de representação); art. 815 (prazo para satisfazer obrigação de 
fazer). 
- convencionais => são aqueles estabelecidos em contrato. Ex:. art. 191 (calendário processual); 
art. 313, II (suspensão do processo por convenção entre as partes). 
 
b) quanto à possibilidade de prorrogação: 
- peremptórios => são aqueles que não podem ser alterados pelo juiz, nem pelas partes. 
Normalmente, os prazos legais são peremptórios. 
- dilatórios => estes podem sofrer alterações pela vontade das partes ou do juiz, atendidos os 
limites fixados na lei. Ex:. suspensão do processo por convenção das partes não pode 
ultrapassar 60 dias (art. 265, §3º); prazo para o autor oferecer a réplica ou impugnação à 
contestação (arts. 350 e 351), uma vez que o seu não oferecimento não lhe gera qualquer ônus. 
 
c) quanto às consequências de seu descumprimento: 
67 
 
- próprios => são os dirigidos às partes e terceiros, passíveis de consequências processuais (Ex: 
preclusão temporal3 – perda da faculdade de praticar o ato processual pelo decurso do prazo). 
- impróprios => dirigidos aos juízes (art. 226 e 227) e aos serventuários da justiça (art. 228), 
cuja inobservância não gera consequências jurídicas, mas apenas de natureza disciplinar. 
Obs:. MP, como custos legis, segundo a nova lei do mandado de segurança, está sujeito a prazo 
impróprio (Lei n. 12.016/09). 
 
6.4.2 Suspensão nas “férias forenses” 
 De acordo com o art. 220 do NCPC, suspende-se o prazo processual no período de 
20/12 a 20/01, salvo nas hipóteses previstas no art. 215 (procedimentos de jurisdição 
voluntária; ação de alimentos e processos de nomeação ou remoção de tutor ou curador; e os 
que a lei determinar). 
Em que pese o NCPC falar de “férias forenses”, o Judiciário não interromperá suas 
atividades no referido período, uma vez que o art. 93, XII, da CF, com a nova redação dada 
pela EC 45/05, acabou com as férias coletivas de juízes e tribunais. 
O que ocorre é uma mera suspensão dos prazos processuais, não havendo audiências 
ou sessões de julgamento, mas os juízes, membros do MP, da Defensoria Pública e Advocacia 
Pública exercerão suas atividades normalmente, paralisando apenas quando nos feriados ou 
nos dias de férias individuais. 
ATENÇÃO: Suspensão ≠ Interrupção de prazo: 
 havendo suspensão, o prazo deve ser restituído por tempo igual ao que faltava para 
sua complementação (ex.: semana da conciliação) – art. 221, NCPC 
 em caso de interrupção, o prazo é restituído integralmente (ex.: oposição de 
embargos de declaração – art. 1026, NCPC). 
 
6.4.3 Prerrogativa de prazo dobrado 
- MP (art. 180); 
 
3
 Existem também outras preclusões: 
• Lógica – impossibilidade de praticar um ato por já ter a parte praticado outro incompatível com ele. Ex:. ao 
contestar, o réu alega a nulidade ou falta de citação, sendo que o comparecimento espontâneo supre a nulidade 
ou a falta da citação (§1º do art. 239, NCPC). Assim, o ato de contestar precluiu por ser incompatível com a 
defesa da falta ou nulidade de citação (o inciso I do art 337 do NCPC deveria ser revisto pelo legislador). 
• Consumativa – perda da faculdade de praticar novamente um ato processual ou de complementá-lo por já tê-
lo praticado anteriormente, reputando-o, portanto, consumado. Ex:. interpor recurso novamente, relativa à parte 
da decisão que não se recorreu na 1ª oportunidade, só porque ainda remanesceu prazo para tanto. 
• Judicial (pro iudicato) – impossibilidade de o juiz, depois de proferir a decisão, altera-la (exceção: art. 494, I e 
II; art. 331; e art. 332, §3º - juízo de retratação). 
 
68 
 
- Fazenda Pública da União, Estados, DF e Municípios, o que compreende suas respectivas 
autarquias e fundações públicas (art. 183); 
- Defensoria Pública e advogados de escritórios de prática jurídica das faculdades de Direito 
reconhecidas (art. 186, caput e §3º); 
- Litisconsortes representados por diferentes advogados, pertencentes a escritórios de 
advocacia distintos (art. 229). A dobra não se aplica em autos eletrônicos (§2º), tampouco 
para oferecer embargos à execução (art. 915, §3º). Se houverem 2 réus e 1 deles oferece defesa, 
cessa também a contagem em dobro. 
 
6.4.4 Contagem dos prazos 
Na contagem de prazo processual em dias, computar-se-ão somente os dias úteis (art. 
219) e a regra é que se desconta o dia do início (dies a quo) e computa-se o dia do término (dies 
ad quem), de acordo com o art. 224, NCPC. 
 Se o dia do início ou do término cair em dia em que o expediente forense for encerrado 
antes ou iniciado depois da hora normal, ou houver indisponibilidade da comunicação 
eletrônica, prorroga-se para o próximo dia útil (§1º, art. 224). 
 Conforme art. 231 NCPC, considera-se dia do começo do prazo: 
- o da juntada do AR (aviso de recebimento) aos autos, quando a citação ou intimação ocorrer 
pelo correio; 
- o da juntada do mandado aos autos, quando ocorrer por oficial de justiça (inclusive na 
citação com hora certa - §4º); 
- a data do ato do escrivão ou do chefe de secretaria, quando ocorrer “em balcão”; 
- o dia útil seguinte ao fim do prazo marcado pelo juiz, quando ocorrer por edital; 
- o dia útil seguinte à consulta, quando ocorrer de forma eletrônica; 
- a data da publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Justiça; 
- o da juntada da comunicação feita pelo juízo deprecado (art. 232 NCPC), ou, não sendo feita 
tal comunicação, da juntada da própria carta no juízo deprecante, quando a citação ou 
intimação ocorrer por carta precatória, rogatóriaou de ordem; 
- o dia da carga, quando a intimação ocorrer por meio da retirada dos autos. 
 Havendo vários réus, o prazo para contestar só tem início após a última citação (§1º, 
art. 231). No caso de intimação, o prazo de cada uma é contado individualmente (§2º). 
 
 
 
69 
 
6.5 Comunicação dos atos processuais 
 O juízo põe os interessados a par do que ocorre no processo e os convoca a praticar os 
atos que lhes compete. A comunicação normalmente é feita pelo escrivão e pelo oficial de 
justiça por ordem do juiz. 
Os atos processuais podem ser realizados por meio de videoconferência ou outro 
recurso tecnológico. 
Em comarcas contíguas ou da mesma região metropolitana, o oficial de justiça pode 
realizar citações, intimações, penhora e outros atos executivos – art. 255 NCPC. 
 
6.5.1 Citações 
 
a) Conceito => de acordo com o art. 238, é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado 
ou o interessado para integrar a relação processual. 
 Como se depreende do art. 239, a citação é pressuposto de validade da relação 
processual (completa a formação da relação jurídica processual), e não de existência, já que é 
possível o processo findar-se antes da citação, v.g., indeferimento liminar da petição inicial, 
improcedência liminar do pedido (art. 332), situações em que se considera excepcionalmente 
o processo válido, pois a citação ficará postergada ou diferida. 
 Sendo pressuposto de validade, conclui-se, então, que, se houver defeito de citação, o 
processo será NULO. Tal nulidade, por ser insanável, pode ser arguida pelo réu em qualquer 
momento do processo: na ocasião da contestação; na fase recursal; na fase executória; depois 
do trânsito em julgado pela ação declaratória de nulidade (querella nullitatis insanabilis); e até 
mesmo via mandado de segurança (RSTJ 46/528). 
 Será considerada inválida a citação quando ela for realizada sem observar as 
formalidades legais (art. 280) ou quando forem violadas as vedações previstas no art. 244 e 
245, NCPC. Todavia, conforme o art.239, §1º, o comparecimento espontâneo do réu, sem se 
manifestar sobre o vício, supre a falta ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta data o 
prazo para apresentação de contestação ou de embargos à execução. 
 A citação deve ser feita pessoalmente ao demandado, mas também pode ser feita ao 
seu representante legal ou ao seu procurador (se da procuração constar poder especial para 
receber citação). 
A citação dos entes públicos (União, Estados, Distrito Federal, Municípios, autarquias 
e fundações de direito público) é feita perante o órgão de advocacia pública responsável pela 
representação judicial do ente. 
70 
 
b) Efeitos da citação (ainda que ordenada por juízo incompetente). 
b.1) materiais (atuam diretamente sobre o direito material invocado): 
- constitui em mora o devedor; 
- torna litigiosa a coisa => pois, segundo a maioria da doutrina, é inegável sua repercussão na 
disciplina da evicção (adquirente que vem a perder o bem, objeto do processo, por sentença 
transitada em julgado). 
Obs: a interrupção da prescrição não decorre mais da citação válida, mas, antes disso, 
decorre do mero despacho que ordena a citação, retroagindo à data da propositura da 
ação desde que o autor adote, no prazo de 10 dias, as providências necessárias para 
viabilizar a citação (§§1º e 2º, art. 240). Tal efeito retroativo aplica-se também à 
decadência e aos demais prazos extintivos previstos em lei (§4º). 
b.2) processual: 
- induz a litispendência => significa que se outra ação não pode ser proposta com os mesmos 
elementos a partir da citação válida do réu, sob pena de configurar litispendência. 
 
c) Modalidades de citação 
Primeiramente, convém esclarecer que as modalidades de citação classificam-se em: 
reais, ou seja, aquelas em que se dá ciência direta ao interessado (pelo correio, pelo oficial de 
justiça, pelo escrivão ou eletrônica); ou ficta ou presumida, que é aquela feita através de um 
órgão ou um terceiro que se presuma faça chegar a ocorrência ao conhecimento do 
interessado (por edital ou por hora certa). 
Em ambas as modalidades de citação ficta o juiz dará curador ao demandado revel, 
enquanto não for constituído advogado nos autos, nos termos do art. 72, II, NCPC. 
 
c.1) Por correio (arts. 247 e 248) => mediante carta registrada com aviso de recebimento (AR). 
Em condomínio, a carta pode ser entregue ao porteiro (§4º, art. 248); e, tratando-se de pessoa 
jurídica, a carta pode ser entregue ao administrador, gerente ou funcionário responsável por 
receber correspondência (§2º, art. 248). 
É a regra geral, salvo: 
 nas ações de estado (ex.: ação de divórcio); 
 quando o citando for incapaz ou for pessoa jurídica de direito público; 
 quando o citando residir em local não atendido pelos correios; 
 se o autor requerer, justificadamente, que ela seja realizada de outra forma. 
71 
 
O CPC 1973 vedava a citação pelo correio nas execuções; o CPC 2015 excluiu essa 
vedação. 
 
c.2) Por Oficial de Justiça (arts. 249 a 251) => só ocorre nos casos em que não é possível a citação 
por correio, conforme exceções acima descritas. O oficial faz a leitura do mandado, entrega a 
contrafé, certifica o recebimento ou a recusa da contrafé e obtém a nota de ciente ou certifica 
que o demandado não a apôs. 
 
c.3) Por hora certa (art. 252) => nada mais é que uma citação feita por oficial de justiça. Ocorre 
quando o oficial suspeitar de que o demandado está se ocultando para evitar a citação, após 
havê-lo procurado por 2 vezes, sem o encontrar. 
Nesse caso, o oficial deve comunicar alguém da família ou o vizinho que voltará no dia 
útil seguinte, em hora determinada, para fazer a citação. Retornando no dia e hora 
combinado, o citando ainda não estiver presente, o oficial dará por feita a citação, deixando a 
contrafé com pessoa da família ou com qualquer vizinho. 
 Feita a citação, o escrivão enviará ao réu uma correspondência, física ou eletrônica, no 
prazo de 10 dias, cientificando-lhe de tudo, de acordo com a exigência do art. 254, sendo tal 
envio condição para o aperfeiçoamento da citação. 
 
c.4) Por Edital (arts. 256 a 259) => cita-se o requerido por edital quando for desconhecido, 
incerto, ou de localização ignorada, incerta ou inacessível, ou em outros caos previstos na lei. 
Será também considerado em local ignorado ou incerto se forem infrutíferas as 
tentativas de localização do réu, inclusive mediante requisição em cadastros (§3º, art. 256). 
O Edital será publicado no site do tribunal e na plataforma de editais do CNJ 
(excepcionalmente em jornal local), num prazo fixado pelo juiz de 20 a 60 dias, findo o qual 
começará a fluir o prazo para a defesa do legitimado passivo. Não se admite citação edilícia 
nos Juizados Especiais Cíveis (art. 18, §2º, Lei 9.099/95). 
 
c.5) Por meio eletrônico (art. 246, V): as pessoas jurídicas, públicas e privadas, são 
preferencialmente citadas ou intimadas por meio eletrônico. Para tanto, são obrigadas a se 
cadastrarem nos sistemas de processo eletrônico, exceto se tratar de microempresas e 
empresas de pequeno porte. 
 
c.6) Pelo escrivão/ chefe de secretaria: realizada quando o citando comparece em cartório. 
72 
 
6.5.2 Intimações 
É ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo (art. 269). É 
dirigida a qualquer das partes, seus advogados, auxiliares da justiça (peritos, depositários, 
testemunhas) ou a terceiros, a quem cumpre realizar determinado ato no processo. 
As intimações efetuam-se de ofício e será feita: 
- sempre que possível, por meio eletrônico; 
- quando não realizadas por meio eletrônico, pela publicação dos atos no órgão oficial (Diário de 
Justiça); 
Obs: se inviável por meio eletrônico e não houver na localidade publicação em órgão 
oficial, os advogados das partes serão intimados pessoalmente, por mandado ou por carta 
registrada, com AR, a depender de residem ou não na sededo juízo; 
- por correio (atenção: modificação de endereço da parte ou do advogado sem comunicação ao 
juízo: a intimação enviada ao endereço primitivo será válida); 
- pelo escrivão: no balcão. 
- por oficial de justiça via madando: quando frustrada a realização por meio eletrônico ou pelo 
correio. 
- por hora certa ou por edital: caso necessário. 
- em audiência: quando o advogado toma ciência do ato durante sua realização. 
 
6.5.3 Cartas 
Ocorre quando o ato processual tiver de ser praticado em local diverso da sede do 
juízo. As cartas podem ser: 
- de ordem: se dirigidas a juiz ou tribunal subordinado àquele de que ela emanar. Exemplo: o 
tribunal determina a oitiva de testemunha pelo juízo de 1º grau; 
- rogatórias: quando dirigidas à autoridade judiciária estrangeira. Podem ser ativas, quando 
endereçadas a juízo estrangeiro, ou passivas, quando recebidas por autoridade judiciária 
brasileira. Vale lembrar que, depois de cumprida a carta (ativa), o teor desta só terá valor no 
território nacional depois de submeter à apreciação do STJ (art. 105, I, alínea i, 2ª parte; e art. 
961, NCPC) – é a chamada concessão do exequatur à carta rogatória. 
- precatórias: endereçadas a outro órgão judiciário do país, de competência territorial diversa, 
entre os quais não há relação hierárquica. Somente poderá ser recusado seu cumprimento, 
mediante despacho motivado, quando não estiver revestida dos requisitos legais, quando o 
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juízo deprecado carecer de competência em razão da matéria ou da hierarquia ou quando 
tiver dúvida quanto à sua autenticidade (art. 267). 
 Obs: o NCPC estabeleceu também a chamada carta arbitral, consistente no pedido do 
juízo arbitral ao órgão do Poder Judiciário para que pratique ou determine cumprimento de 
ato processual de sua competência territorial. 
 
6.6 Nulidade dos atos processuais 
 
 Como nos demais atos jurídicos, devem ser observados os requisitos de validade na 
prática dos atos processuais, sob pena de se acharem eivados de vícios, os quais, a depender 
da gravidade, se classificam em: 
- atos inexistentes: o ato inexistente é uma mera aparência, por não reunir condições mínimas 
para sua constituição, não podendo ser convalidado ou suprido. Exemplo clássico é a 
“sentença” proferida por quem não seja juiz. 
- ato nulo: o ato é existente, mas padece de um defeito resultante de violação de norma de 
interesse público, devendo ser reconhecida de ofício e em qualquer tempo e grau de 
jurisdição. Ex:. citação com inobservância das prescrições legais (art. 280). 
- ato anulável: o defeito resulta da violação de norma de interesse particular, de forma que ao 
interessado cabe alegá-lo na primeira oportunidade, sob pena de convalidação do ato. Pela 
mesma razão, só será decretada sua nulidade se houver prévia demonstração de prejuízo. Ex: a 
falta da manifestação do MP (art. 279, §§1º e 2º). 
- ato irregular: representa violação mínima da norma processual, não acarretando 
desfazimento do ato. Ex: sentença proferida além do prazo legal. 
 
6.6.1 Princípios que regem o sistema de nulidades 
 
a) do interesse de agir => quem deu causa à nulidade não pode argui-la (art. 276), nem se 
repetirá o ato em favor de quem não sofreu o prejuízo (art. 288, §§1º e 2º). 
 
b) instrumentalidade das formas => não se proclama a nulidade se o ato defeituoso tiver 
atingido a finalidade buscada pela lei e não tiver prejudicado a outra parte (art. 277). 
 
c) causalidade => a decretação da nulidade só contamina os atos que dependam daquele 
anulado, subsistindo válidos os dele independentes (art. 288). 
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d) do aproveitamento ou da conservação => decorre do princípio anterior, já que é possível o 
aproveitamento de atos que não foram atingidos pelo vício ou que não dependam do ato nulo. 
Ex: atos não decisórios, praticados por juízo incompetente, são aproveitáveis. 
 
e) preclusão => cabe à parte alegar a nulidade relativa na primeira oportunidade que tiver de 
falar nos autos, sob pena de preclusão (art. 278).

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