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Aula_7_Aristoteles

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Aula 7 – Aristóteles 
 
Para Aristóteles, a ética está subordinada à política; o bem individual e 
particular deveria estar condicionado ao bem familiar e comum, pois o 
homem não é um ser que existe de modo único e isolado, mas se individualiza 
segundo o estabelecimento de diversas relações. 
 
É assim que o vínculo teológico que une o homem a Deus se complica em 
virtude da coexistência dos seres humanos; e é no conjunto de relações 
humanas que encontramos a comunidade política, que também é considerada 
um ser, possuindo, como tal, um bem próprio. Nesse quadro, o homem é 
considerado, por natureza, um “animal político”. 
 
Na natureza individual de cada homem há uma tendência inata a alcançar a 
sua própria perfeição, em torno da qual são formados o que julga como bom e 
feliz para si. Mas, o indivíduo isolado não pode alcançá-los, necessitando 
agrupar-se com seus semelhantes, criando, assim: 
 
(a) a família, unidade social básica, abrangendo o marido, a esposa, os filhos, 
os escravos e o animal que possa arar a terra. É uma associação natural, na 
qual o varão tem autoridade real sobre os filhos e os escravos e autoridade 
democrática sobre a esposa; 
(b) a aldeia, que resulta da conjugação de várias famílias; 
(c) a cidade, ou comunidade política, que agrupa várias aldeias ou um número 
maior de famílias. 
 
Como prova da sociabilidade natural do homem, Aristóteles ressalta o dom da 
palavra, da razão e do diálogo. Podemos dizer que suas considerações éticas 
colocam a maior parte dos problemas com os quais se ocuparam os filósofos 
 
 
 
 
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morais no Ocidente: as relações normas/bens, ética individual/social, vida 
teórica/ prática e a classificação bens/virtudes. Após a sua obra, nos séculos 
III e II a.C, três escolas investigaram fundamentos filosóficos da vida moral: 
 
1. Escola cínica, fundada por Antístenes (aproximadamente, 444-365/370) e 
Diógenes (413-324 a.C, aproximadamente) não formando um sistema filosófico 
e caracterizando-se pelo desprezo às convenções; 
2. Escola cirenaica, fundada por Aristipo (aproximadamente, 435-360 a.C), 
marcada pela definição do bem como prazer imediato (hedonismo, do grego 
hedoné, prazer), sendo alcançado sob o primado das sensações; 
3. Estoicismo, escola grega e greco-romana, nos séculos II e I a.C, abrangendo 
um conjunto de doutrinas filosóficas, cuja ética, (a) diz respeito à eudemonia, 
exercício constante da virtude, pela qual o homem consegue rejeitar os bens 
externos, (b) é pensada sob o binômio razão-natureza, visto que o natural 
seria racional, (c) concebe a felicidade como aceitação do destino, 
considerando mal o que é contrário à vontade da razão do mundo (o vício, as 
paixões que destroem e perturbam o equilíbrio), (d) engloba uma crítica 
social e política, voltada para o cosmopolitismo.

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