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Material de apoio anotado pela monitora Aline Oliveira 1 MP E MAGISTRATURAS ESTADUAIS Material de Apoio - Direito Penal – Cleber Masson – Teoria da pena MATERIAL DE APOIO - MONITORIA Índice I. Tópicos abordados em aula II. JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 2.1. STF, HC 97056 / DF 2.2. STF, HC 105674 / RS 2.3. STJ, HC 194326 / RS 2.4. STF, RE 591054 RG / SC 2.5. Súmula 444, STJ 2.6. STJ, HC 284951 / MG 2.7. Súmula 231, STJ III. Lousas I. TÓPICOS ABORDADOS EM AULA TEORIA DA PENA 1. Finalidades da pena 1.1. Teorias 1.1.1. Teoria absoluta � Finalidade retributiva 1.1.2. Teoria relativa � Finalidade preventiva 1.1.3. Teoria adotada no Brasil � Mista, eclética, intermediária, conciliatória ou unitária 1.1.4. Dupla finalidade a. Retribuição b. Prevenção 1.1.5. Tríplice finalidade a. Retribuição b. Prevenção geral c. Prevenção especial 2. Aplicação da Pena 2.1. Introdução 2.1.1. Individualização da pena – art. 5°, XLVI da CF a. Legislativa b. Judicial c. Administrativa ou executória 2.2. Conceito 2.2.1. Nelson Hungria a. Medida concreta da pena b. Mal concreto do crime c. Personalidade concreta do agente 2.2.2. “Teoria das margens” Material de apoio anotado pela monitora Aline Oliveira 2 2.3. Sistemas/ critérios para aplicação da pena 2.3.1. Trifásico a. Pena privativa de liberdade. – art. 68, “caput”, CP 2.3.2. Bifásico a. Pena de multa – art. 49, CP 2.3.3. Critério adotado no Brasil a. Trifásico 2.3.4. Substitutividade – art. 44, CP 2.3.5. Critério trifásico da pena privativa de liberdade (Nélson Hungria) – art. 68, CP a. Pena-base b. Atenuantes e agravantes c. Causas de diminuição e de aumento da pena 2.4. Fases da pena 2.4.1. 1ª fase � Pena-base a. Circunstâncias-judiciais ou inominadas – art. 59, “caput”, CP b. Caráter residual e subsidiário c. Não pode ultrapassar os limites legais d. Cultura da pena mínima – STF e. Redimensionamento da pena: Instância superior f. 8 circunstâncias judiciais – art. 59, “caput”, CP f.1. Princípio da proporcionalidade – STF, HC 97.056, Inf. 563 • Culpabilidade – art. 59, “caput” (STF, HC 105.674, Inf. 724) (STJ, HC 194.326, Inf. 481) • Antecedentes (STF, RE 591.054, Inf. 772; Súmula 444 STJ; Art. 20, p. único do CP) • Comportamento da vítima (STJ, HC 284.951) 2.4.2. 2ª fase � Atenuantes e agravantes a. Genéricas b. Específicas c. Agravantes – arts. 61 e 62, CP c.1. Rol taxativo c.2. Aplicação obrigatória c.3. “Bis in idem” d. Atenuantes – art. 65 e 66 CP d.1. Rol exemplificativo d.2. Analogia “in bonam partem” d.3. Art. 66 – atenuantes inominadas ou de clemência d.4. Não pode ultrapassar os limites legais d.5. Sumula 231 STJ – fundamento: principio da separação dos poderes e. “Quantum” devem incidir no percentual de 1/6 (critério objetivo) – STF AP 470 II. JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 2.1. STF, HC 97056 / DF EMENTA: PENA – ROUBO QUALIFICADO. Surge razoável, ante qualificadora e circunstância judicial negativa, a fixação da pena inicial em seis anos. (HC 97056, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Relator(a) p/ Acórdão: Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 02/12/2010, DJe-152 DIVULG 08-08-2011 PUBLIC 09-08-2011 EMENT VOL- 02562-01 PP-00016) 2.2. STF, HC 105674 / RS EMENTA: CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS – CULPABILIDADE – ARTIGO 59 DO CÓDIGO PENAL – INCONSTITUCIONALIDADE INEXISTENTE. A tomada da culpabilidade como circunstância judicial atende ao critério constitucional da individualização da pena, chegando à definição da maior ou menor participação do agente. HABEAS CORPUS – DOSIMETRIA DA PENA – JUSTIÇA VERSUS ILEGALIDADE. De regra, a pena é fixada sob o ângulo do justo ou do injusto, não cabendo Material de apoio anotado pela monitora Aline Oliveira 3 generalizar o instituto da ilegalidade. Surgindo das premissas da decisão proferida o atendimento ao princípio da razoabilidade, considerada a espécie proporcionalidade, há a improcedência da impetração. (HC 105674, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 17/10/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-035 DIVULG 19-02-2014 PUBLIC 20-02-2014) 2.3. STJ, HC 194326 / RS EMENTA: HABEAS CORPUS. USO DE DOCUMENTO FALSO. FALSIFICAÇÃO GROSSEIRA. ADULTERAÇÃO QUE NÃO É PERCEBIDA DE MANEIRA IMEDIATA. TIPICIDADE DA CONDUTA. ABSOLVIÇÃO. NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA. VIA INADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE COAÇÃO ILEGAL A SER SANADA NA OPORTUNIDADE. 1. Esta Corte de Justiça, seguindo a jurisprudência do Pretório Excelso, firmou o entendimento de que a mera falsificação grosseira de documento, incapaz de ludibriar pessoa comum, afasta o delito previsto no art. 304 do Código Penal (Precedentes STJ). 2. Entretanto, no caso dos autos, constatado pela Corte Estadual que não seria possível o reconhecimento de maneira imediata da adulteração da carteira de habilitação, já que o mencionado documento já havia sido apresentado pelo paciente em outra oportunidade, não se pode falar em atipicidade da conduta, tendo em vista que o objeto do ilícito em apreço seria apto a atingir o bem jurídico tutelado pela norma penal incriminadora, qual seja, a fé pública, razão pela qual mostra-se inviável a absolvição do paciente nos termos como almejado. 3. Para se entender de modo diverso, no sentido de se reconhecer a atipicidade da conduta do paciente seria necessário o exame aprofundado de provas, providência que é inadmissível na via estreita do habeas corpus, mormente pelo fato de que vigora no processo penal brasileiro o princípio do livre convencimento, em que o julgador pode decidir pela condenação, desde que fundamentadamente. DOSIMETRIA. PENA-BASE. FIXAÇÃO ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. CULPABILIDADE. OCUPANTE DE CARGOS PÚBLICOS RELEVANTES. ALTO GRAU DE INSTRUÇÃO. MAIOR REPROVABILIDADE DA CONDUTA. FUNDAMENTAÇÃO CONCRETA E IDÔNEA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO EVIDENCIADO. 1. Não há como se acoimar de ilegal a sentença condenatória no ponto em que procedeu ao aumento da pena-base em razão da culpabilidade, haja vista a elevada reprovabilidade da conduta delituosa praticada, bem evidenciada pelo fato do paciente ser titular de cargos públicos relevantes e ostentar alto grau de instrução, circunstâncias que, devidamente demonstradas, são fundamentos aptos a respaldar uma pequena exacerbação da pena-base, como a que ocorreu no caso sub examine. PENA DE MULTA. CRITÉRIO BIFÁSICO. FIXAÇÃO DA QUANTIDADE DE DIAS-MULTA. DIRETRIZES DO ART. 59 DO CP. OBSERVÂNCIA DOS CRITÉRIOS PELO ÓRGÃO COLEGIADO. PROPORCIONALIDADE EM RELAÇÃO À PENA-BASE DA REPRIMENDA CORPORAL. CONSTRANGIMENTO NÃO EVIDENCIADO. VALOR DO DIA-MULTA. SITUAÇÃO ECONÔMICA DO RÉU. AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO CONCRETA A JUSTIFICAR A EXASPERAÇÃO DO MONTANTE. SANÇÃO REDIMENSIONADA. APLICAÇÃO NO MÍNIMO LEGAL. 1. É entendimento desta Corte de Justiça que "A pena de multa deve ser fixada em duas fases. Na primeira, fixa-se o número de dias-multa, considerando-se as circunstâncias judiciais (art. 59, do CP). Na segunda, determina-se o valor de cada dia-multa, levando-se em conta a situação econômica do réu" (HC 132.351/DF, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 19/08/2009, DJe 05/10/2009). 2. Na hipótese dos autos, observa-se a estrita observância pelo Órgão Colegiado dos critérios estabelecidos para a fixação da quantidade de dias-multa, porquanto apresentou a devida fundamentação para o pequeno aumento do valor mínimo previsto no art. 43 do Estatuto Repressivo, realizado de forma proporcional ao acréscimo procedido na pena-base da reprimenda corporal, nos termos do art. 59 do Código Penal, no intuito de estabelecer uma reprimenda suficiente à reprovação e prevenção da infração praticada. 3. No que tange à segunda fase da individualização da penapecuniária, a Corte Estadual cingiu-se a arbitrar em 1/2 (metade) do salário mínimo o valor de cada dia-multa estabelecido, sem apontar elementos concretos que justificassem a não aplicação do mínimo legalmente previsto, razão pela qual vislumbra-se o constrangimento ilegal suportado. PENA RESTRITIVA DE DIREITOS. LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA. ALEGAÇÃO DE RESTRIÇÃO AO DIREITO DE LOCOMOÇÃO. PREVISÃO NO ROL DO ART. 43 DO CP COMO UMA DAS REPRIMENDAS PARA SUBSTITUIR A PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. ESCOLHA QUE FICA A CRITÉRIO DO JUÍZO COM BASE NA EFETIVA REEDUCAÇÃO DO ACUSADO. EVENTUAL IMPOSSIBILIDADE NO CUMPRIMENTO PASSÍVEL DE SER ARGUIDA PERANTE JUÍZO DA EXECUÇÃO. ILEGALIDADE NÃO EVIDENCIADA. Material de apoio anotado pela monitora Aline Oliveira 4 1. Não obstante a limitação de fim de semana subtraia do paciente seu direito ao lazer, certo é que o próprio art. 43 do Código Penal prevê a mencionada pena restritiva de direitos como uma das possíveis reprimendas a ser escolhida pelo Juízo para substituir a pena privativa de liberdade, de tal sorte que a seleção pelo magistrado da mais adequada ao caso concreto observará a promoção da efetiva ressocialização do paciente, razão pela qual o argumento exposto na impetração não merece prosperar. 2. Eventual impossibilidade no cumprimento da pena alternativa imposta poderá ser arguida perante o Juízo da Execução, que, avaliando as peculiaridades do caso, poderá fixar pena restritiva de direitos diversa. 3. Ordem parcialmente concedida apenas para reduzir o valor do dia-multa atribuído ao paciente para 1/30 (um trigésimo) do salário-mínimo, mantendo-se, no mais, as conclusões do acórdão objurgado. (HC 194.326/RS, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 18/08/2011, DJe 29/08/2011) 2.4. STF, RE 591054 RG / SC EMENTA: CRIMINAL - CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS - ARTIGO 59 DO CÓDIGO PENAL - PROCESSOS EM CURSO - PRESUNÇÃO DE NÃO-CULPABILIDADE - ALCANCE. Possui repercussão geral controvérsia sobre a possibilidade de processos em curso serem considerados maus antecedentes para efeito de dosimetria da pena, ante o princípio da presunção de não-culpabilidade. (RE 591054 RG, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, julgado em 23/10/2008, DJe-216 DIVULG 13-11-2008 PUBLIC 14-11-2008 EMENT VOL-02341-16 PP-03104 LEXSTF v. 31, n. 361, 2009, p. 256-259 ) 2.5. Súmula 444, STJ - “É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base”. 2.6. STJ, HC 284951 / MG EMENTA: HABEAS CORPUS IMPETRADO EM SUBSTITUIÇÃO AO RECURSO PREVISTO NO ORDENAMENTO JURÍDICO. 1. NÃO CABIMENTO. MODIFICAÇÃO DE ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL. RESTRIÇÃO DO REMÉDIO CONSTITUCIONAL. EXAME EXCEPCIONAL QUE VISA PRIVILEGIAR A AMPLA DEFESA E O DEVIDO PROCESSO LEGAL. 2. HOMICÍDIO NA DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR. DOSIMETRIA. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS VALORADAS DE FORMA EQUIVOCADA. CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME, ELEMENTO SUBJETIVO E ASPECTOS PRÓPRIOS DO TIPO PENAL. ILEGALIDADE FLAGRANTE 3. COMPORTAMENTO DA VÍTIMA. IMPOSSIBILIDADE DE CONSIDERAÇÃO EM DESFAVOR DO RÉU. 4. INCIDÊNCIA DA AGRAVANTE DO ART. 61, II, H, DO CÓDIGO PENAL. CONDIÇÃO ESPECIAL DA VÍTIMA - CRIANÇA E IDOSA. QUALIDADE QUE NÃO INGRESSOU NA ESFERA DE CONHECIMENTO DO ACUSADO. RESPONSABILIDADE PENAL OBJETIVA. NÃO ADMISSÃO NO ORDENAMENTO JURÍDICO PÁTRIO. 5. CONCURSO FORMAL DE CRIMES. FRAÇÃO DE AUMENTO. QUANTIDADE DE CRIMES. 6. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. 1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, buscando a racionalidade do ordenamento jurídico e a funcionalidade do sistema recursal, vinha se firmando, mais recentemente, no sentido de ser imperiosa a restrição do cabimento do remédio constitucional às hipóteses previstas na Constituição Federal e no Código de Processo Penal. Nessa linha de evolução hermenêutica, o Supremo Tribunal Federal passou a não mais admitir habeas corpus que tenha por objetivo substituir o recurso ordinariamente cabível para a espécie. Precedentes. Contudo, devem ser analisadas as questões suscitadas na inicial no intuito de verificar a existência de constrangimento ilegal evidente - a ser sanado mediante a concessão de habeas corpus de ofício -, evitando-se prejuízos à ampla defesa e ao devido processo legal. 2. O mandamus não é a via adequada para exame da dosimetria, devendo-se apenas aferir eventual existência de evidente ilegalidade, o que se verifica quando considerada maior a culpabilidade, com base em elementos do conceito analítico do crime. Ademais, os motivos não podem equivaler ao próprio elemento subjetivo do delito, consistente no dolo eventual, nem as consequências se confundem com o resultado da infração, no caso, a morte, além de ser inidônea a valoração das circunstâncias com base na quantidade de vítimas, pois sopesada na aplicação da fração relativa ao concurso formal. Precedentes. 4. O comportamento da vítima apenas deve ser utilizado em benefício do réu, devendo tal circunstância ser neutralizada no caso de não interferência do ofendido na prática do crime. 5. Não se vislumbra ter sido possível ingressar na esfera de conhecimento do réu a existência de vítima idosa ou de crianças dentro do veículo. Assim, a incidência da agravante do art. 61, inciso II, alínea h, do Código Penal, expressou verdadeira responsabilidade penal objetiva. Material de apoio anotado pela monitora Aline Oliveira 5 6. Reconhecido o concurso formal de crimes, a fração de aumento deve variar de acordo com a quantidade de resultados. Precedentes. 7. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício para reduzir a pena-base, decotar a agravante do art. 61, inciso II, alínea h, do Código Penal, e diminuir a fração de aumento do concurso formal para 1/3 (um terço), totalizando a pena em 8 (oito) anos de reclusão, em regime semiaberto, mantidos os demais termos da sentença. (HC 284.951/MG, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 08/04/2014, DJe 23/04/2014) 2.7. Súmula 231, STJ - A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal. III. LOUSAS Material de apoio anotado pela monitora Aline Oliveira 6 Material de apoio anotado pela monitora Aline Oliveira 7 Material de apoio anotado pela monitora Aline Oliveira 8 Material de apoio anotado pela monitora Aline Oliveira 9 Material de apoio anotado pela monitora Aline Oliveira 10 Material de apoio anotado pela monitora Aline Oliveira 11 Material de apoio anotado pela monitora Aline Oliveira 12 Material de apoio anotado pela monitora Aline Oliveira 13 Material de apoio anotado pela monitora Aline Oliveira 14 Material de apoio anotado pela monitora Aline Oliveira 15 Material de apoio anotado pela monitora Aline Oliveira 16 Material de apoio anotado pela monitora Aline Oliveira 17 Material de apoio anotado pela monitora Aline Oliveira 18 Material de apoio anotado pela monitora Aline Oliveira 19 Material de apoio anotado pela monitora Aline Oliveira 20 Material de apoio anotado pela monitora Aline Oliveira 21 Material de apoio anotado pela monitora Aline Oliveira 22
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