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FELIPE SILVA MOURA DIREITO CONSTITUCIONAL I - CCJ0019 Caso 1 – Tema: Cláusulas Pétreas ou Superconstitucionais Tramita no Congresso Nacional proposta de Emenda Constitucional convocando uma nova Revisão Constitucional nos moldes do artigo 3º da ADCT. A referida proposta de Emenda Constitucional prevê a realização de Referendo para a entrada em vigor dos dispositivos alterados pela assembléia Revisora. É legítima tal proposta? Caso 2 - Tema: Poder Constituinte Decorrente A assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, no exercício do Poder Constituinte Derivado Decorrente inseriu no texto da Constituição Estadual norma que assegurava aos candidatos aprovados em concurso público, dentro do número de vagas obrigatoriamente fixado no respectivo edital, o direito ao provimento no cargo no prazo máximo de cento e oitenta dias, contado da homologação do resultado. É Constitucional o artigo 77, VII da Constituição do Estado do Rio de Janeiro? Desenvolvimento Caso 1 – A proposta é ilegítima, pois, a revisão será feita após 5 anos da data da promulgação da constituição, o que já ocorreu. Sendo que só é permitida uma única vez - previsão na própria CF. Tendo sua promulgação em 88 e sua revisão em 93. Quando nasce a constituição de 88, existiam duas formas de expressão do poder constituinte derivado ou reformador: emenda constitucional de acordo com o art. 60, CF, ou as emendas de revisão constitucional de acordo com o art. 3º, ADCT. Contudo este tipo de norma previsto no art. 3º da ADCT é uma de eficácia exaurida, pois, tinha-se 5 anos para se proceder a revisão, uma vez passado esse período exauriu a eficácia (não gera mais efeito, não podendo haver mais revisão constitucional) sendo, portanto, que a única forma de exercício do poder constituinte recorrente é a emenda constitucional. Portanto, não existe mais norma revisora, apenas emenda constitucional. No caso em questão, a proposta de emenda ao referendo relaciona-se ao “desfazimento” da limitação desse poder dada pelo povo, logo, entendo que mesmo com o referendo não poderia haver tal proposta, tendo em vista que estaríamos diante de uma limitação implícita ao poder constituinte derivado. O próprio art. 60, CF, como um todo é cláusula pétrea, não pode sofrer abolição nem restrição (não se pode usar o art. 60 da CF para abolir o mesmo). Caso 2 – Não. Art. 37, III - regra geral que a CF estabelece. Limitação ao provimento. A constituição do estado do Rio de Janeiro ofende a constituição federal no aspecto formal, numa regra de processo legislativo, pois, quem pode legislar sobre servidor público é o chefe do poder executivo (art. 61, CF), portanto, estando à constituição estadual submetida a federal, houve no caso uma ofensa à separação dos poderes estabelecidos na CF. Inconstitucional no aspecto formal e material, desrespeitando assim o prazo de 2 anos prorrogável uma vez por igual período, previsto na CF. O constituinte derivado não pode estabelecer uma regra diferente do limitador que não foi posto pela CF, não podendo a constituição estadual estabelecer prazo menor do que o que a CF estabelece, em regra (entendimento - STF).
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