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AULA 02 - PODER CONSTITUINTE

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1 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
AULA 02 – DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
Professor: PAULO MÁXIMO (@paulomaxim0) 
Curso: @cejurnorteconcursos 
 
Tema: 
 
2- PODER CONSTITUINTE 
 
GABARITO APOSTILA AULA 1 
1) C 
2) C 
3) C 
4) C 
5) E 
6) E 
7) E 
8) C 
9) C 
10) E 
11) B 
12) D 
13) B 
14) C 
15) C 
16) E 
17) E 
18) C 
19) E 
20) E 
21) C 
22) E 
23) E 
24) E 
25) E 
26) E 
27) E 
28) C 
29) D 
30) A 
31) B 
32) A 
33) C 
34) B 
35) C 
36) C 
37) C 
38) E 
39) E 
40) E 
41) C 
42) E 
43) E 
44) A 
45) C 
46) E 
47) E 
48) E 
49) E 
50) E 
51) C 
52) E 
53) C 
54) E 
55) C 
56) E 
57) A 
58) C 
59) E 
60) E 
61) E 
62) E 
63) E 
64) E 
65) E 
66) A 
67) C 
68) E 
69) A 
70) A 
71) B 
72) D 
 
2. Poder Constituinte: 
 
2.1. Poder Constituinte originário: 
 
2.1.1. Conceito: 
 Para Gilmar Mendes a autoridade máxima da Constituição, reconhecida 
pelo constitucionalismo, vem de uma força política capaz de estabelecer e 
manter o vigor normativo do Texto. 
 Essa magnitude que fundamenta a validez da Constituição, desde a 
Revolução Francesa, é conhecida pelo nome de poder constituinte originário 
(também chamado de inicial, inaugural, genuíno ou de 1º grau). 
 Alexandre de Moraes destaca que a ideia da existência de um poder 
constituinte é o suporte lógico de uma Constituição superior ao restante do 
ordenamento jurídico e que, em regra, não poderá ser modificada pelos 
poderes constituídos.É, pois, esse Poder Constituinte, distinto, anterior e 
fonte da autoridade dos poderes constituídos, com eles não se confundindo. 
 O conceito de poder constituinte originário é devedor dos estudos do 
abade francês Emmanuel Joseph Sieyès, autor do opúsculo "Qu’est-ce que 
letiersétat?" (Que é o Terceiro Estado?), considerado um verdadeiro 
manifesto da Revolução Francesa. 
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 Sieyès enfatiza que a Constituição é produto do poder constituinte 
originário, que gera e organiza os poderes do Estado (os poderes 
constituídos), sendo, até por isso, superior a eles. Ele se propunha a superar 
o modo de legitimação do poder vigente, baseado na tradição, por um poder 
político que tem uma decisão originária, não vinculada ao Direito 
preexistente, mas à nação, como força que cria a ordem primeira da 
sociedade. 
 Para isso, cercou o conceito de poder constituinte originário de 
predicados colhidos da teologia, ressaltando a sua desvinculação a normas 
anteriores e realçando a sua onipotência, capaz de criar do nada e dispor de 
tudo ao seu talante. 
 
2.1.2. Características: 
 
 O poder constituinte originário tem três características básicas: 
 
 Inicial: ele está na origem do ordenamento jurídico. É o ponto de 
começo do Direito de um Estado. Por isso mesmo, o poder 
constituinte não pertence à ordem jurídica não está regido por ela. 
 
 Ilimitado (ou autônomo): o Direito interno anterior não o alcança 
nem limita a atividade do poder constituinte originário. 
 
 Incondicionado: se o poder constituinte originário não é alcançado 
pelo Direito interno anterior, ele não está condicionado às normas 
do ordenamento jurídico pretérito. 
 
ATENÇÃO: Gilmar Mendes explica que o caráter ilimitado do poder 
constituinte originário, deve ser entendido em termos. Ela diz respeito à 
ordem jurídica interna anterior. Afinal, há limitações políticas inerentes ao 
exercício do poder constituinte, bem como jurídicas do Direito Internacional. 
 
 Outra característica importante sobre o poder constituinte originário é 
a de ser permanente. Ou seja, o poder constituinte originário não se esgota 
quando edita uma Constituição.Ele subsiste fora da Constituição e está apto 
para se manifestar a qualquer momento. É, portanto, um poder perene. 
 
2.1.3. Titularidade: 
 
 A titularidade do poder constituinte pertence ao povo. 
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2.1.4. Subdivisão: 
 
 Para Pedro Lenza o poder constituinte originário pode ser subdividido 
em: 
 
 Histórico: seria o verdadeiro poder constituinte originário, 
estruturando, pela primeira vez o Estado. 
 
 Revolucionário: seriam todos os posteriores ao histórico, rompendo 
por completo com a antiga ordem e instaurando uma nova, ou seja, um 
novo Estado. 
 
 A doutrina ainda divide o poder constituinte originário em formal e 
material: 
 
 Formal: é o ato de criação propriamente dito e que atribui a roupagem 
com status constitucional a um “complexo normativo”; 
 
 Material: é o lado substancial do poder constituinte originário, 
qualificando o direito constitucional formal como status de norma 
constitucional. Será o orientador da atividade do constituinte originário 
formal que, por sua vez, será o responsável pela “roupagem” 
constitucional. É aquele que rompe com a ideia de direito e estabelece 
um novo pacto material, mas sem antes de estabelecer as novas 
regras. 
 
 O material diz o que é constitucional, enquanto o formal materializa e 
sedimenta a Constituição. O material precede o formal, estando ambos 
interligados. 
 
2.1.5. Formas de manifestação do poder constituinte originário: 
 
 Se o ato constituinte compete a uma única pessoa, ou a um grupo 
restrito, em que não intervém um órgão de representação popular, fala-se 
em ato constituinte unilateral. O resultadoé uma Constituição outorgada. 
 Em outros casos há a convocação de uma assembleia de 
representantes do povo (assembleia nacional constituinte ou convenção). 
Têm-se como resultado uma Constituição promulgada ou votada. 
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 Fala-se também, em se tratado de Constituição votada, em 
procedimento constituinte direito, quando o projeto elaborado pela 
Assembleia obtém validade jurídica por meio da aprovação direta do povo, 
que se manifesta por meio de plebiscito ou referendo. 
 Ao lado do procedimento constituinte direito, há a técnica do 
procedimento constituinte indireto ou representativo, quando a participação 
do povo se esgota na eleição de representantes para uma assembleia, que 
deverá elaborar e promulgar o texto magno. 
 
LEMBRETE: Quando uma constituição é elaborada por uma única pessoa ou 
grupo restrito, mas enviada à aprovação do povo por referendo, tem-se uma 
constituição cesarista ou bonapartista. 
 
2.1.6. Questões práticas relacionadas com o poder constituinte originário 
 
2.1.6.1. Supremacia da Constituição: 
 
 Para Gilmar Mendes o conflito de leis com a Constituição encontrarásolução na prevalência desta justamente por ser a Carga Magna produto do 
poder constituinte originário. 
 Assim, de acordo com a doutrina clássica, por isso mesmo, o ato 
contrário à Constituição sofre de nulidade absoluta. 
 
2.1.6.2. Recepção: 
 
 O poder constituinte originário dá início à ordem jurídica.Isso, porém, 
não significa que todos os diplomas que lhe são anteriores perdem vigor com 
a norma Constituição, pois isso inviabilizaria a ordem jurídica. 
 Por isso se entende que aquelas normas anteriores à Constituição, que 
são com ela compatíveis no seu conteúdo, continuam em vigor.Nesse caso, 
opera-se o fenômeno da recepção, que corresponde a uma revalidação das 
normas que não desafiam, materialmente, a nova Constituição. 
 Às vezes, a recepção é expressa.Contudo, o mais frequente é a 
recepção implícita, como acontece no sistema brasileiro atual. 
 As normas antigas ainda devem ser interpretadas à luz das novas 
normas constitucionais. 
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2.1.6.3. Revogação ou inconstitucionalidade superveniente? 
 
 Se a norma anterior à Constituição não guarda compatibilidade de 
conteúdo com esta, não continuará a vigorar, havendo, aqui, quem considere 
ocorrer caso de revogação e quem veja na hipótese uma 
inconstitucionalidade superveniente. 
 Se o entendido que o caso é de inconstitucionalidade superveniente 
haveria a possibilidade de o STF apreciar a validez da norma em ação direta 
de inconstitucionalidade. 
 Se a hipótese for vista como de revogação, por outro lado, os tribunais 
não precisariam de quórum especial para afastar a incidência da regra no 
caso concreto. 
 No STF a tese vitoriosa foi a da revogação. 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
CONSTITUIÇÃO. LEI ANTERIOR QUE A CONTRARIE. REVOGAÇÃO. 
INCONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE. IMPOSSIBILIDADE. 
A lei ou e constitucional ou não e lei. Lei inconstitucional e uma contradição 
em si. A lei e constitucional quando fiel a Constituição; inconstitucional, na 
medida em que desrespeita, dispondo sobre o que lhe era vedado. O vício da 
inconstitucionalidade e congênito a lei e há de ser apurado em face da 
Constituição vigente ao tempo de sua elaboração. Lei anterior não pode ser 
inconstitucional em relação a Constituição superveniente; nem o legislador 
poderia infringir Constituição futura. 
A Constituição sobrevinda não torna inconstitucionais leis anteriores com ela 
conflitantes: revoga-as. Pelo fato de ser superior, a Constituição não deixa de 
produzir efeitos revogatórios. Seria ilógico que a lei fundamental, por ser 
suprema, não revogasse, ao ser promulgada, leis ordinárias. A lei maior 
valeria menos que a lei ordinária. Reafirmação da antiga jurisprudência do 
STF, mais que cinquentenária. Ação direta de que se não conhece por 
impossibilidade jurídica do pedido, nos termos do voto proferido na ADIn n. 2-
1/600. (ADI 521, Relator(a): Min. PAULO BROSSARD, Tribunal Pleno, julgado 
em 07/02/1992, DJ 24-04-1992 PP-05375 EMENT VOL-01658-01 PP-00047 RTJ 
VOL-00141-01 PP-00056) 
 
2.1.6.4. Normas da antiga Constituição compatíveis com a nova 
Constituição: 
 
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 A recepção também alcança as normas da antiga Constituição que 
permanecem compatíveis com a nova ordem constitucional? 
 Pontes de Miranda sustentou que “as leis continuam em vigor são 
todas as que existiam e não são incompatíveis com a Constituição nova”. 
Assim sendo, para o autor essa regra valia inclusive para as normas contidas 
na Constituição anterior, que passavam a valer como simples leis. 
 Outra a solução seria a de que apenas as normas materialmente 
constitucionais não fossem recepcionadas.As normas formalmente 
constitucionais seriam passíveis da recepção tácita, sendo simplesmente 
“desconstitucionalizadas”, valendo, então como normas ordinárias. 
 Por fim, a tese que prevaleceu no STF foi a de que a antiga Constituição 
fica globalmente revogada, evitando-se que convivam, num mesmo momento, 
a atual e a anterior expressão do poder constituinte originário empregada 
para elaborar toda a Constituição. 
 Porém, nada impedeque a nova Constituição ressalve expressamente a 
vigência de dispositivos isolados da Constituição anterior (Ex.: art. 34 do 
ADCT). 
 
2.1.6.5. Modificação de competência entre constituições: 
 
 Indaga-se também qual a medida cabível em relação a uma lei 
produzida por um dos entes da Federação quando a nova Constituição 
entrega a competência para legislar sobre o esmo tema para outro ente. 
 Segundo Gilmar Mendes o problema é de incompatibilidade formal. 
Para o autor não há cogitar de uma federalização de normas estaduais ou 
municipais, por força de alteração na regra de competência. Por isso ele 
sustenta que se o tema torna assunto de competência federal com a nova 
Carta, não haveria como aceitar que permanecessem em vigor como se leis 
federais fossem. 
 Por outro lado, se a norma pretérita era federal e houve a mudança 
para os entes estadual ou municipal, Gilmar Mendes defende a prorrogação 
da vigência.Nesse caso não haveria empecilho definitivo ao princípio da 
continuidade do ordenamento jurídico. 
 
2.1.6.6. Repristinação: 
 
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 Não se admite a repristinação, em nome do princípio da segurança das 
relações, o que não impede, no entanto, que a nova Constituição 
expressamente revigore uma norma já revogada. 
 À mesma solução se chega considerando que só é recebido o que 
existe validamente no momento que a nova Constituição é editada. Portanto, 
a lei revogada, já não mais existe quando do surgimento da nova constituição 
e, por isso, não tem como ser recebida. 
 
2.1.6.7. Possibilidade de ser declarada inconstitucional norma anterior à 
Constituição: 
 
 Para Gilmar Mendes no sistema brasileiro, em que o controle de 
constitucionalidade é visto como atividade jurisdicional comum, nada obsta a 
que o juiz da causa declare inválida norma editada antes da Constituição em 
vigor que não respeitou formalmente a Constituição que vigorava quando foi 
editada, ainda que a lei não se aparte, no seu conteúdo, da nova Carta. 
 Uma vez que vigora o princípio de que, em tese, a inconstitucionalidade 
gera a nulidade absoluta da lei, uma norma na situação em tela já era nula 
desde quando editada, pouco importando a compatibilidade material com a 
nova Constituição, que não revigora diplomas nulos. 
 O Supremo tem precedentes, posteriores à Constituição de 1988, em 
que se resolveu problemas de inconstitucionalidadeformal de diplomas em 
face da Constituição vigente quando editados. 
 Para Ives Gandra da Silva Martins o texto inconstitucional não pode ser 
recepcionado pela nova ordem, mesmo que esta não considere 
inconstitucional o que a ordem pretérita assim considerava. 
 
2.1.6.8. Poder constituinte originário e direitos adquiridos: 
 
 Indaga-se acerca da possibilidade de invocar-se direito adquirido 
contra Constituição. 
 A Constituição, expressão do poder constituinte originário, não precisa, 
para ser válida, de corresponder pontualmente a uma dada teoria política. O 
constituinte é livre para dispor sobre a vida jurídica do Estado como lhe 
parecer mais conveniente. 
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 Se uma norma da Constituição proíbe determinada faculdade ou direito, 
que antes era reconhecido ao cidadão, a norma constitucional nova há de ter 
plena aplicação, não precisando respeitar situações anteriormente 
constituídas. 
 A Constituição é o diploma inicial do ordenamento jurídico e que as 
suas regras têm incidência imediata.Somente é direito o que com ela é 
compatível, o que nela retira o seu fundamento de validade. 
 Portanto, quando a Constituição consagra a garantia do direito 
adquirido, está prestigiando situações e pretensões que não conflitam com a 
expressão da vontade do poder constituinte originário. Apenas ele pode 
excepcionar a incidência imediata de alguma de suas normas, por meio de 
cláusulas de transição, se entender que isso melhor consulta ao interesse da 
ordem constitucional. Ex.: art. 41 do ADCT. 
 
2.1.6.9. Alcance das normas da Constituição atual: 
 
 Se não é possível arguir direito adquirido contra a Constituição, já se 
questionou, entretanto, que a norma constitucional, em certas hipóteses, 
deve ser interpretada como a pretender disciplinar certo tema a partir da sua 
própria edição, sem afetar a causa de um direito, ocorrida antes da 
promulgação da Carta. 
 Há três possibilidades: 
 
 Eficácia retroativa mínima: atingem efeitos futuros de fatos 
passados. 
 Eficácia retroativa média: alcançam prestações vencidas 
anteriormente e a essas normas e não pagas; 
 Eficácia retroativa máxima: alcançam fatos constituídos no passado. 
 Em um primeiro momento o STF manifestou-se no sentido que, não 
havendo, em princípio, leis retroativas, a retroação constitucional exigiria 
determinação expressa do constituinte nesse sentido. 
 Porém, tal entendimento está hoje superado.Firmou-se, logo mais, que 
a proibição inserta numa norma constitucional apanha situações constituídas 
no passado, destinadas a produzir efeitos ao longo do tempo, acentuando-se 
que as garantias do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa 
julgada não se dirigem ao constituinte. 
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 A nova Constituição pode afetar ato praticado no passado, no que 
respeita aos efeitos que deveriam ocorrer na vigência da nova Carta.Os 
efeitos futuros de fatos passados são atingidos pelo novo preceito 
constitucional, respeitados apenas – exceto se a Constituição expressamente 
declarar ao contrário – os efeitos que ocorreram antes da vigência do novo 
texto constitucional (eficácia retroativa mínima). 
 
IMPORTANTE: o legislador não pode afetar ato jurídico perfeito ou direito 
adquirido, nem mesmo nos efeitos futuros dos atos praticados antes da 
mesma lei, sob pena de contrariar o art. 5º, XXXVI da Constituição. 
 
QUESTÕES DE CONCURSO 
 
Assinale C para certo e E para errado: 
 
1) (CESPE - 2018 - EMAP - Analista Portuário - Área Jurídica) O poder constituinte originário gera 
e organiza os poderes do Estado, instaurando o próprio Estado constitucional. 
2) (CESPE - 2017 - Prefeitura de Fortaleza - CE - Procurador do Município) Com a promulgação da 
CF, foram recepcionadas, de forma implícita, as normas infraconstitucionais anteriores de 
conteúdo compatível com o novo texto constitucional. 
3) (CESPE - 2017 - DPU - Defensor Público Federal) O poder constituinte originário e o poder 
constituinte derivado se submetem ao mesmo sistema de limitações jurídicas e políticas, 
embora os efeitos dessas limitações ocorram em momentos distintos. 
4) (CESPE - 2018 - Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal) A possibilidade de um direito 
positivo supraestatal limitar o Poder Legislativo foi uma invenção do constitucionalismo do 
século XVIII, inspirado pela tese de Montesquieu de que apenas poderes moderados eram 
compatíveis com a liberdade. Mas como seria possível restringir o poder soberano, tendo a sua 
autoridade sido entendida ao longo da modernidade justamente como um poder que não 
encontrava limites no direito positivo? Uma soberania limitada parecia uma contradição e, de 
fato, a exigência de poderes políticos limitados implicou redefinir o próprio conceito de 
soberania, que sofreu uma deflação. Alexandre Costa. O poder constituinte e o paradoxo da 
soberania limitada. In: Teoria & Sociedade. n.º 19, 2011, p. 201 (com adaptações). 
Considerando o texto precedente, julgue os itens a seguir, a respeito de Constituição, 
classificações das Constituições e poder constituinte. 
o A exigência de poderes políticos limitados após a manifestação do poder constituinte 
originário fundamenta tanto o sentido lógico-jurídico quanto o sentido jurídico-positivo da 
Constituição. 
o A concepção de “soberania limitada”, citada no texto, implica a divisão da titularidade do 
poder constituinte entre o povo e a assembleia constituinte que o representa. 
 
5) (CESPE - 2019 - TJ-BA - Juiz de Direito Substituto) Quando o termo “povo” aparece em textos de 
normas, sobretudo em documentos constitucionais, deve ser compreendido como parte 
integrante plenamente vigente da formulação da prescrição jurídica (do tipo legal); deve ser 
levado a sério como conceito jurídico a ser interpretado lege artis. Friedrich Müller. Quem é o 
povo? A questão fundamental da democracia. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009, p. 67 (com 
adaptações). 
Tendo o texto anterior como referência inicial, assinale a opção correta, relativamente ao poder 
constituinte originário, ao poder constituinte derivado e ao poder derivado estadual. 
a. O poder constituinte originário é uma categoria pré-constitucional que fundamenta a validade da 
nova ordem constitucional. 
b. Para resguardar os interesses do povo, cabe à jurisdição constitucional fiscalizar a ação do 
poder constituinte originário com base no direito suprapositivo. 
c. Como titular passivo do poder constituinte originário, o povo delega o seu exercício a 
representantes e, em seguida, exerce a soberania apenas de forma indireta. 
d. Os direitos adquiridos são oponíveis ao poder constituinte originário para evitar óbice ao 
retrocesso social. 
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e. A limitação material negativa ao poder constituinte dos estados federados se manifesta no dever 
de concretizar, no nível estadual, os preceitos da CF. 
 
6) (CESPE - 2019 - MPE-PI - Promotor de JustiçaSubstituto) De acordo com a doutrina, norma 
constitucional superveniente editada pelo poder constituinte originário sem qualquer ressalva 
tem eficácia 
a. retroativa máxima. 
b. retroativa média. 
c. retroativa mínima. 
d. somente para o futuro. 
e. exauriente. 
 
7) (CESPE - 2018 - PGE-PE - Procurador do Estado) Acerca da teoria do poder constituinte, julgue 
os seguintes itens. 
I - Lei anterior não pode ser inconstitucional em relação à Constituição superveniente. II - O poder 
constituinte derivado reformador, também chamado de poder constituinte difuso, refere-se às 
mutações constitucionais. 
III - Se o conteúdo for compatível, a norma anterior será recepcionada, mesmo que sua forma não 
seja mais admitida pela Constituição superveniente. 
Assinale a opção correta. 
a. Apenas o item I está certo. 
b. Apenas o item II está certo. 
c. Apenas os itens I e III estão certos. 
d. Apenas os itens II e III estão certos. 
e. Todos os itens estão certos. 
 
8) (CESPE - 2018 - PC-MA - Delegado de Polícia Civil) O poder constituinte originário 
a. é fático e soberano, incondicional e preexistente à ordem jurídica. 
b. é reformador, podendo emendar e reformular. 
c. é decorrente e normativo, subordinado e condicionado aos limites da própria Constituição. 
d. é atuante junto ao Poder Legislativo comum, com critérios específicos e de forma contínua. 
e. é derivado e de segundo grau, culminando em atividade diferida. 
 
9) (CESPE - 2017 - DPE-AL - Defensor Público) A relação entre a Constituição e as normas 
jurídicas (constitucionais ou infraconstitucionais) anteriores não pode ser reduzida a um único 
fenômeno, além de implicar diferenciados efeitos. Há de se levar em conta o fato de se tratar 
tanto de uma nova ordem constitucional quanto de uma reforma constitucional que venha a se 
manifestar em relação ao direito constitucional originário ou mesmo em relação à legislação 
infraconstitucional. Ingo Sarlet, et al. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 2012, p. 187 (com adaptações). 
Entre as situações que podem ocorrer no contexto descrito pelo texto, o Supremo Tribunal 
Federal (STF) admite a 
a. recepção de lei anterior, desde que materialmente compatível com a nova Constituição. 
b. constitucionalidade superveniente de lei ordinária originalmente inconstitucional, por meio de 
emenda constitucional posterior. 
c. manutenção de status constitucional de norma constitucional anterior, ainda que a nova 
Constituição seja omissa sobre o assunto. 
d. inconstitucionalidade superveniente de lei anterior em relação a Constituição posterior, para fins 
de ajuizamento de ação direta de inconstitucionalidade. 
e. desconstitucionalização de norma constitucional anterior, ainda que não haja previsão expressa 
sobre o assunto na nova Constituição. 
 
2.2. Poder Constituinte derivado: 
 
2.2.1. Conceito: 
 
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 Pedro Lenza ensina que o poder constituinte derivado é uma criação do 
originário. Por isso, ao contrário de seu criador o poder constituinte derivado 
deve obedecer às regras colocadas e impostas pelo poder constituinte 
originário, sendo, nesse sentido limitado e condicionado aos parâmetros a ele 
impostos. 
 Alexandre de Moraes, por sua vez, destaca que o poder constituinte 
derivado está inserido na própria Constituição, e, portanto, decorre de uma 
regra jurídica de autenticidade constitucional. 
 Parte da doutrina prefere a utilização da terminologia competência e 
não poder constituinte derivado, pois só seria poder constituinte o que 
derivasse diretamente da soberania popular e fosse ilimitado. 
 
 
 
QUESTÃO DE CONCURSO 
10) (CESPE - 2015 - AGU - Advogado da União) Diferentemente do poder constituinte derivado, que 
tem natureza jurídica, o poder constituinte originário constitui-se como um poder, de fato, 
inicial, que instaura uma nova ordem jurídica, mas que, apesar de ser ilimitado juridicamente, 
encontra limites nos valores que informam a sociedade. 
 
2.2.2. Características: 
 
 O poder constituinte derivado tem as seguintes características: 
 
 derivado: pois retira sua força do poder constituinte originário; 
 subordinado: porque se encontra limitado pelas normas 
expressas e implícitas do texto constitucional, às quais não 
poderá contrariar, sob pena de inconstitucionalidade; e 
 condicionado: porque seu exercício deve seguir as regras 
previamente estabelecidas no texto da Constituição Federal. 
 
QUESTÃO DE CONCURSO 
 
11) (CESPE - 2013 - TJ-PI - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção - adaptada) O 
poder constituinte derivado caracteriza-se por ser um poder instituído, ilimitado e 
incondicionado juridicamente. 
Poder constituinte 
originário 
Natureza fática 
Poder constituinte 
derivado 
Natureza jurídica 
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2.2.3. Classificação: 
 
 Para Alexandre de Moraes o poder constituinte derivado subdivide-se 
em poder constituinte derivado reformador e decorrente. Pedro Lenza, por 
sua vez, derivam do poder constituinte derivado em reformador, decorrente e 
revisor. 
 
QUESTÃO DE CONCURSO 
12) (CESPE - 2012 - TCE-ES - Auditor de Controle Externo - Auditoria Governamental) 
Criado pelo poder constituinte originário, o poder de reforma abrange o poder de 
revisão do texto constitucional, não abrangendo, contudo, o poder de emenda à CF. 
 
2.3. Poder constituinte derivado reformador ou de reforma: 
 
 Alexandre de Moraes explica que o poder constituinte derivado 
reformador, ou competência reformadora, consiste na possibilidade de 
alterar-se o texto constitucional respeitando-se a regulamentação especial 
prevista na própria Constituição exercida por determinados órgãos com 
caráter representativo. 
 Pedro Lenza ressalta o fato de o processo previsto no texto 
constitucional ser estabelecido pelo poder constituinte originário, a qual 
resultará a modificação da Carta Magna, sem uma verdadeira revolução. 
 A manifestação do poder constituinte derivado, embora se possa 
traduzir na alteração de muitas disposições da Constituição, sempre 
conservará um valor integrativo, no sentido de que deve deixar 
substancialmente idêntico o sistema originário da Constituição. 
 A manifestação do poder constituinte reformador verifica-se através 
das emendas constitucionais. 
 
QUESTÃO DE CONCURSO 
13) (CESPE - 2013 - ANTT - Analista Administrativo - Direito) A reforma constitucional visa 
ajustar a constituição à vida social, evitando a desarmonia entre o preceito vigente e os 
valores sociais, não estando relacionada, portanto, ao princípio da supremacia da 
constituição. 
 
2.3.1. Limites do poder constituinte derivado reformador: 
 
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 Gilmar Ferreira Mendes aponta que sendo um poder instituído, o poder 
de reforma está sujeito a limitações de forma e de conteúdo. 
 Pedro Lenza e Alexandre de Moraes afirmam que há duasgrandes 
espécies de limitações ao Poder reformador, as expressas ou explícitas e as 
implícitas. 
 Há ainda a possibilidade de uma limitação temporal ao poder 
reformador, contudo, como se verá, esta não foi contemplada pela 
Constituição de 1988. 
 
2.3.1.1. Limites formais/ procedimentais do poder de reforma: 
 
 No sistema constitucional pátrio a liberdade do órgão reformador sofre 
restrições de ordem procedimental. Referem-se, portanto, às disposições 
especiais, em relação ao processo legislativo ordinário, que o poder 
constituinte originário estabeleceu para permitir a alteração da Constituição 
Federal. 
 O processo legislativo tem quatro três grandes fases: fase iniciativa; 
fase constitutiva e fase complementar. A reforma constitucional tem 
alterações, relacionadas ao processo legislativo ordinário, em todas essas 
fases. 
 
QUESTÃO DE CONCURSO 
14) (CESPE - 2013 - BACEN - Procurador) O exercício do poder constituinte derivado não 
deve obediência às normas de natureza procedimental estabelecidas pelo legislador 
constituinte originário. 
 
Iniciativa: 
 
 Quando se fala em iniciativa, pergunta-se: quem pode dar início à 
reforma constitucional? 
 O art. 60 da Constituição responde à essa pergunta: 
 
 1/3, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados; 
 1/3, no mínimo, dos membros do Senado Federal; 
 O Presidente da República; 
 Mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da 
federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de 
seus membros. 
 
CUIDADO: A Constituição Federal não contemplou a iniciativa popular. 
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Contudo, o STF admite que as Constituições Estaduais possam ser alteradas 
por proposta de emenda de iniciativa popular. 
 
 Havendo proposta de emenda constitucional por pessoa diversa das 
taxativamente enumeradas, estar-se-á diante de vício formal subjetivo, 
caracterizador de inconstitucionalidade. 
 
JURISPRUDÊNCIA 
O início da tramitação da proposta de emenda no Senado Federal está em 
harmonia com o disposto no art. 60, inciso I da Constituição Federal, que 
confere poder de iniciativa a ambas as Casas Legislativas. (ADI 2.031, Rel. 
Min. Ellen Gracie, julgamento em 3-10-02, Plenário, DJ de 17-10-03) 
 
(...) o Colegiado assentou que a iniciativa popular de emenda à Constituição 
do estado (arts. 103, IV, e 110) é compatível com a Constituição da República, 
nomeadamente o parágrafo único do art. 1º, os incisos II e III do art. 14 e o 
inciso XV do art. 49. Na democracia, além dos mecanismos tradicionais por 
meio dos representantes eleitos, há os de participação direta com projeto de 
iniciativa popular. A Constituição amapaense densifica a ampliação daquilo 
que a CF não prevê expressamente. Trata-se de certa democratização no 
processo de reforma das regras constitucionais estaduais. No tocante à 
simetria, revelou não ser obstativa ante a ausência de regra clara que afaste 
a faculdade de o estado aumentar os mecanismos de participação direta. (ADI 
825, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 25-10-2018, P, Informativo 921.) 
 
QUESTÃO DE CONCURSO 
15) (CESPE - 2013 - TJ-ES - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção - adaptada) A 
CF poderá ser emendada mediante proposta do ministro da Justiça. 
 
Fase constitutiva: 
 
 No procedimento legislativo ordinário a fase constitutiva se divide em 
duas: legislativa e executiva. A fase legislativa é integrada pelas discussões e 
votações do projeto de lei, enquanto na fase executiva se tem a sanção ou o 
veto. 
 
IMPORTANTE: O procedimento das emendas constitucionais não prevê fase 
constitutiva executiva. Logo, não é possível o Presidente da República 
sancionar ou vetar uma proposta de emenda da Constituição. 
 
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 A fase deliberativa da proposta de emenda constitucional é, portanto, 
unicamente legislativa. Exige-se a discussão da proposta em ambas as casas 
legislativas, bem como sua aprovação por quórum especialmente qualificado 
de 3/5 de votos favoráveis dos membros de cada Casa do Congresso Nacional 
e em dois turnos de votação em cada uma (CF. art. 60, § 2º). 
 Ambas as casas devem anuir ao texto da emenda, para que ela 
prospere. Não basta, portanto, que a Casa em que iniciou o processo rejeite 
as alterações à sua proposta produzida na outra Casa. 
 Ressalva-se, no entanto, que não será necessária a reapreciação da 
casa iniciadora da expressão suprimida pela casa revisora no texto de uma 
PEC. Basta que a casa iniciadora aprove o texto inserido na casa revisora, 
para que haja aprovação em ambas. 
 Por isso o Congresso tem utilizado a técnica da PEC Paralela, ou seja, a 
parte que não foi modificada é promulgada e a parte da proposta de emenda 
modificada volta para a reanálise, e como se fosse uma nova proposta 
emenda constitucional, para a Casa iniciadora. 
 
Procedimento da PEC paralela 
 
PEC 1 
Aprovada 
na Casa 
iniciadora 
 
Art. 1º 
Art. 2º 
Art. 3º 
Art. 4º 
Art. 5º 
PEC 1 
Aprovada 
na Casa 
revisora 
 
Art. 1º 
Art. 2º - 
Alterado 
Art. 3º 
Art. 4º 
Art. 5º - 
Alterado 
 Emenda 
Constitucional 
X 
Art. 1º 
Art. 3º 
Art. 4º 
 Emenda 
Constitucional 
Y 
 
Art. 2º - 
Alterado 
Art. 5º - 
Alterado 
 
Resultado 
 
 PEC 2 
Enviado à 
Casa 
iniciadora 
 
Art. 2º - 
Alterado 
Art. 5º - 
Alterado 
 
Aprovação 
 
Resultado 
 
 
Rejeição 
 
 
a 
 
QUESTÃO DE CONCURSO 
16) (CESPE - 2013 - TJ-ES - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção - adaptada) A 
proposta de emenda constitucional será discutida e votada em cada Casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, a maioria absoluta 
dos votos dos respectivos membros 
17) (CESPE - 2013 - MS - Analista Técnico - Administrativo) Proposta de emenda constitucional 
será votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, sendo considerada aprovada 
se obtiver, em ambos os turnos, três quintos dos votos dos respectivos parlamentares. 
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Fase complementar: 
 
 A promulgação da emenda será realizada pelas Mesas da Câmara dos 
Deputados ou do Senado Federal, com o seu respectivo número de ordem 
(CF, art. 60, § 3º). 
 O número de ordem nada mais é do que o numeral indicativo da 
quantidade de vezes que a Constituição foi alterada(pelo poder constituinte 
derivado reformador desde sua promulgação. 
 
OBS.: Em 3.7.2019 a Constituição foi alterada pela 101ª vez. 
 
 A Constituição é omissa quanto à publicação das emendas 
constitucionais. Pedro Lenza e Alexandre de Moraes afirmam que se deve 
entender que essa é competência do Congresso Nacional. 
 
QUESTÃO DE CONCURSO 
18) (CESPE - 2013 - ANTT - Analista Administrativo - Direito) No Brasil, há limitações processuais 
ao poder constituinte derivado, como, por exemplo, o fato de se exigir que a emenda 
constitucional seja aprovada por três quintos dos votos de cada casa do Congresso Nacional e 
promulgada pelo presidente da República. 
19) (CESPE - 2013 - TRT - 5ª Região (BA) - Juiz do Trabalho - adaptada) As propostas de emenda à 
Constituição devem ser sancionadas pelo presidente da República, ressalvados os casos de sua 
iniciativa exclusiva. 
 
Reapresentação de proposta de emenda rejeitada ou tida por prejudicada: 
 
 O art. 67 da Constituição prevê a possibilidade de reapresentação de 
projeto de lei rejeitado por uma das casas do Congresso Nacional: 
 
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente 
poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão 
legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos 
membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional. 
 
 Tal disposição constitucional não é aplicável ao procedimento de 
emendas constitucionais. Proíbe-se, portanto, a reapresentação de proposta 
de Emenda Constitucional, na mesma sessão legislativa, quando proposta de 
emenda já apresentada com a mesma matéria tiver sido rejeitada ou tida por 
prejudicada. 
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 O STF entende, no entanto, que a matéria rejeitada ou dada prejudicada 
em uma sessão legislativa somente poderá ser reapreciada em sessão 
legislativa de outro ano, independendo que seja sessão legislativa ordinária 
ou extraordinária. 
 
JURISPRUDÊNCIA 
A matéria votada em destaque na Câmara dos Deputados no DVS n. 9 não foi 
aprovada em primeiro turno, pois obteve apenas 298 votos e não os 308 
necessários. Manteve-se, assim, o então vigente caput do art. 39, que tratava 
do regime jurídico único, incompatível com a figura do emprego público. (...) 
Vícios formais e materiais dos demais dispositivos constitucionais 
impugnados, todos oriundos da EC 19/98, aparentemente inexistentes ante a 
constatação de que as mudanças de redação promovidas no curso do 
processo legislativo não alteraram substancialmente o sentido das 
proposições ao final aprovadas e de que não há direito adquirido à 
manutenção de regime jurídico anterior. (...). (ADI 2.135-MC, Rel. p/ o ac. Min. 
Ellen Gracie, julgamento em 2-8-07, DJE de 7-3-08) 
 
Não precisa ser reapreciada pela Câmara dos Deputados expressão 
suprimida pelo Senado Federal em texto de projeto que, na redação 
remanescente, aprovada de ambas as Casas do Congresso, não perdeu 
sentido normativo. (ADI 3.367, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 13-4-05, 
Plenário, DJ de 22-9-06). No mesmo sentido: ADI 2.666, Rel. Min. Ellen Gracie, 
julgamento em 3-10-02, Plenário, DJ de 6-12-02. 
 
Não ocorre contrariedade ao § 5º do art. 60 da Constituição na medida em 
que o Presidente da Câmara dos Deputados, autoridade coatora, aplica 
dispositivo regimental adequado e declara prejudicada a proposição que tiver 
substitutivo aprovado, e não rejeitado, ressalvados os destaques (art. 163, V). 
É de ver-se, pois, que tendo a Câmara dos Deputados apenas rejeitado o 
substitutivo, e não o projeto que veio por mensagem do Poder Executivo, não 
se cuida de aplicar a norma do art. 60, § 5º, da Constituição. Por isso mesmo, 
afastada a rejeição do substitutivo, nada impede que se prossiga na votação 
do projeto originário. O que não pode ser votado na mesma sessão legislativa 
é a emenda rejeitada ou havida por prejudicada, e não o substitutivo que é 
uma subespécie do projeto originariamente proposto. (MS 22.503, Rel. Min. 
Marco Aurélio, julgamento em 8-5-96, Plenário, DJ de 6-6-97) 
 
 
QUESTÃO DE CONCURSO 
20) (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Consultor de Orçamento e 
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Fiscalização Financeira) Com base nas normas sobre processo legislativo constantes da 
Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item que segue. 
o A matéria constante de proposta de emenda constitucional rejeitada ou havida por prejudicada 
somente poderá ser reapresentada, na mesma sessão legislativa, mediante requerimento da 
maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional. 
21) (CESPE - 2014 - PGE-PI - Procurador do Estado Substituto) A matéria constante de proposta de 
emenda constitucional rejeitada ou havida por prejudicada somente poderá constituir objeto de 
novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposição da maioria absoluta dos 
membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional. 
22) (CESPE - 2010 - SERPRO - Analista - Advocacia) A matéria constante de proposta de emenda 
constitucional rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta pelos 
parlamentares na mesma legislatura. 
23) (CESPE - 2013 - Telebras - Especialista em Gestão de Telecomunicações - Advogado) Uma 
proposta de emenda constitucional que for rejeitada pela Câmara dos Deputados só poderá ser 
submetida novamente à apreciação dessa Casa na próxima sessão legislativa. 
 
2.3.1.2. Limites circunstanciais: 
 
 A Constituição proíbe expressamente sua alteração em certos 
contextos históricos adversos à livre deliberação dos órgãos constituintes, 
como a intervenção federal, estado de sítio ou o estado de defesa (CF, art. 60, 
§ 1º). 
 
QUESTÃO DE CONCURSO 
24) (CESPE - 2018 - PGE-PE - Procurador do Estado) Proposta de emenda constitucional (PEC) que 
visa instituir o direito de secessão no ordenamento jurídico brasileiro encontra-se em 
tramitação no Congresso Nacional. Recentemente, o governo decretou intervenção federal em 
um estado da Federação. No que se refere a essa situação hipotética, considere as asserções 
apresentadas a seguir. 
I - A referida PEC não poderá ser objeto de deliberação. 
II - CF veda emenda ao seu texto na vigência de intervenção federal. 
Assinale a opção correta. 
a. As asserções I e II são falsas. 
b. A asserção I é verdadeira, e a II é falsa. 
c. A asserção I é falsa, e a II é verdadeira. 
d. As asserções I e II são verdadeiras, e a II é justificativa da I. 
e. As asserções I e II são verdadeiras, e a II não é uma justificativa da I. 
 
2.3.1.3. Limites temporais: 
 Algumas constituições estabelecem restrição temporal, vedando 
emendas durante certo período de tempo. 
 Na história constitucional brasileira, apenas a Constituição do Império, 
de 1824 previu a vedação temporal de alterabilidade das normas 
constitucionais. 
 Na Constituição brasileira de 1988 não há limitação expressa temporal 
para o poder constituinte derivado reformador. 
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 Pedro Lenza explica que a regra do art. 3º do ADCT destinada ao poder 
constituinte derivado revisor, determinando a revisão constitucional após 5 
anos contados da promulgação. Logo, não se configurou qualquer limitação 
temporal ao poder de reforma, mas apenas previsão de prazo para a revisão 
constitucional já esgotada. 
 
2.3.1.4. Limites materiais: 
 
 Se a reforma da Constituição tem por objetivo revitalizar a própria 
Constituição como um todo, é de entender que a identidade básica do texto 
deve ser preservada, o que, por si, já significa um limite à atividade da 
reforma. Porém, o próprio constituinte originário pode indicar expressamente 
os princípios que não admitem sejam modificados, como forma de manter a 
unidade no tempo do seu trabalho. Tais cláusulas são denominadas cláusulas 
pétreas. 
 Para Gilmar Mendes as cláusulas pétreas não existem tão-só para 
remediar situação de destruição da Carta, mas tem a missão de inibir a mera 
tentativa de abolir o seu projeto básico. Pretende-se, pois, evitar que a 
sedução de apelos próprios de maiorias políticas momentâneas destrua um 
projeto duradouro. 
 
Natureza das cláusulas pétreas: 
 
 A ideia de que haja limites ao exercício do poder de rever a 
Constituição é motivo de controvérsia. Afinal, se ambos os poderes – 
originário e de reforma – são exercidos por representantes do povo, por que 
um desses poderes deve estar subordinado a outro? 
 Ligada à essa controvérsia Gilmar Mendes aponta a existência de três 
correntes doutrinárias acerca da natureza das cláusulas pétreas: 
 
 Função política: Karl Loewenstein e Joseph Barthélemy apegam-se à 
ideia de que não haveria uma diferença substancial entre o poder 
constituinte de revisão e o originário, sendo ambas as formas de 
expressão da soberania do Estado. Não haveria por que considerar o 
poder constituinte exercido num momento como superior à vontade do 
poder de revisão expressa posteriormente. Logo, a declaração de 
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intangibilidade de normas da Constituição teria uma função política, 
mas não força jurídica. 
 Vinculação relativa (teoria da dupla revisão): As normas que impedem 
a revisão de certos preceitos básicos são juridicamente vinculantes, 
mas não seriam elas próprias imunes a alteração e à revogação. Se 
elas forem suprimidas, num primeiro momento, abre-se caminho para, 
em seguida, serem removidos os princípios petrificados. Portanto, 
aceita-se que o poder constituinte originário estabeleça que certas 
cláusulas estejam ao abrigo de mudanças. Mas se propõe que essa 
determinação somente deverá ser observada enquanto ela própria 
estiver em vigor, podendo ser revogada pelo poder de revisão. 
 Vinculação absoluta: Parte do pressuposto de que o poder de revisão, 
criado pela Constituição, e por isso, um poder constituído, deve conter-
se dentro do parâmetro das opções essenciais feitas pelo constituinte 
originário. Se o poder revisional enfrenta a lógica da Constituição que o 
previu, e se desgarra do núcleo essencial dos princípios que a 
inspiraram e que lhe dão unidade, ocorreria um desvio de poder. Se o 
poder de revisão se liberta totalmente da Constituição, há uma nova 
Constituição, o poder de revisão ter-se-á arrogado, então, a condição 
de poder constituinte originário. Essa é a teoria adotada no Brasil. 
 
IMPORTANTE: A adesão da teoria de vinculação absoluta das cláusulas 
pétreas tem como consequência lógica a admissão de cláusulas pétreas 
implícitas. Logo, a vedação de alteração das cláusulas pétreas explícitas é, 
em si mesma, uma cláusula pétrea implícita. 
 
QUESTÃO DE CONCURSO 
25) (CESPE - 2017 - TRT - 7ª Região (CE) - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal - 
adaptada) O sistema constitucional brasileiro admite a teoria da dupla revisão. 
26) (CESPE - 2013 - MPU - Analista - Direito) Projeto de emenda constitucional que vise alterar o § 
4.º do art. 60 da CF, de maneira a ab-rogar a cláusula pétrea consistente na periodicidade do 
voto, não ofende a Constituição, já que inexiste vedação expressa de que o poder constituinte 
reformador ab-rogue cláusulas pétreas. 
 
Alcance das cláusulas pétreas: 
 
 As cláusulas pétreas não protegem dispositivos constitucionais, mas 
os princípios neles modelados. A mera alteração redacional de uma norma 
componente do rol das cláusulas pétreas não importa, por isso somente, 
inconstitucionalidade, desde que não afete a essência do princípio protegido e 
o sentido da norma. 
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 Para Gilmar Mendes se deve compreender o art. 60, § 4º, da CF, como 
proibição da proposta tendente a abolir, isto é, a mitigar, a reduzir, o 
significado e a eficácia da forma federativa do Estado, do voto direto, secreto, 
universal e periódico, a separação dos Poderes e os direitos e garantias 
individuais. Portanto, uma cláusula pétrea pode ser alterada, desde seja para 
sofisticar a norma nela prevista ou ampliar sua normatividade (FERNANDES, 
2017, p. 138) 
 
JURISPRUDÊNCIA 
A "forma federativa de Estado" – elevado a princípio intangível por todas as 
Constituições da República – não pode ser conceituada a partir de um modelo 
ideal e apriorístico de Federação, mas, sim, daquele que o constituinte 
originário concretamente adotou e, como o adotou, erigiu em limite material 
imposto às futuras emendas à Constituição; de resto as limitações materiais 
ao poder constituinte de reforma, que o art. 60, § 4º, da Lei Fundamental 
enumera, não significam a intangibilidade literal da respectiva disciplina na 
Constituição originária, mas apenas a proteção do núcleo essencial dos 
princípios e institutos cuja preservação nelas se protege.[ADI 2.024, rel. min. 
Sepúlveda Pertence, j. 3-5-2007, P, DJ de 22-6-2007.] 
 
Cláusulas pétreas em espécie: 
 
 As cláusulas pétreas expressas estão previstas no art. 60, § 4º da 
Constituição: 
 
Art. 60 (...) 
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda 
tendente a abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
 
 Forma federativa de Estado: não seria possível, via emenda 
constitucional, a afronta à autonomia dos entes federados. Relaciona-
se a essa cláusula também o princípio da indissolvibilidade da 
federação ou vedação da secessão. 
 
 A competência dos entes federados equivale, na prática, à amplitude do 
poder de cada um deles. Ela pode ser alterada, desde que seja resguardado 
um grau de autonomia para cada um dos entes. 
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JURISPRUDÊNCIA 
(...) a idéia de Federação – que tem, na autonomia dos Estados-membros, um 
de seus cornerstones – revela-se elemento cujo sentido de 
fundamentalidade a torna imune, em sede de revisão constitucional, à própria 
ação reformadora do Congresso Nacional, por representar categoria política 
inalcançável, até mesmo, pelo exercício do poder constituinte derivado (CF, 
art. 60, § 4º, I). (HC 80.511, voto do Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 21-
8-01, 2ª Turma, DJ de 14-9-01) 
 
Na espécie, cuida-se daautonomia do Estado, base do princípio federativo 
amparado pela Constituição, inclusive como cláusula pétrea (art. 60, § 4º, 
inciso I). Na forma da jurisprudência desta Corte, se a majoração da despesa 
pública estadual ou municipal, com a retribuição dos seus servidores, fica 
submetida a procedimentos, índices ou atos administrativos de natureza 
federal, a ofensa à autonomia do ente federado está configurada (RE 
145.018/RJ, Rel. Min. Moreira Alves; Rp 1426/RS, Rel. Min. Néri da Silveira; AO 
258/SC, Rel. Min. Ilmar Galvão, dentre outros). (ADPF 33-MC, voto do Rel. Min. 
Gilmar Mendes, julgamento em 29-10-03, 2ª Turma, DJ de 6-8-04) 
 
Emenda Constitucional n. 15/1996, que deu nova redação ao § 4º do art. 18 da 
Constituição Federal. Modificação dos requisitos constitucionais para a 
criação, fusão, incorporação e desmembramento de municípios. Controle da 
constitucionalidade da atuação do poder legislativo de reforma da 
Constituição de 1988. Inexistência de afronta à cláusula pétrea da forma 
federativa do Estado, decorrente da atribuição, à lei complementar federal, 
para fixação do período dentro do qual poderão ser efetivadas a criação, a 
incorporação, a fusão e o desmembramento de municípios. Precedente: (...). 
Ação julgada improcedente. (ADI 2.395, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento 
em 9-5-07, 2ª Turma, DJE de 23-5-08). No mesmo sentido: ADI 2.381-MC, Rel. 
Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 20-6-01, 2ª Turma, DJ de 14-12-01. 
 
QUESTÃO DE CONCURSO 
27) (CESPE - 2019 - PGM - Campo Grande - MS - Procurador Municipal) A forma federativa de 
Estado é cláusula pétrea, porque a Constituição Federal de 1988 veda a possibilidade de emenda 
constitucional tendente a aboli-la, não fazendo o mesmo em relação à forma de governo, que 
constitui princípio sensível da ordem federativa, podendo ser autorizada intervenção federal no 
ente federado que a desrespeitar. 
 
 Separação de poderes: A emenda que busque suprimir a independência 
de um dos Poderes ou que lhe estorve a autonomia é imprópria. Daí a 
dificuldade de instauração de um regime parlamentarista. 
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 Voto secreto, direto e periódico: A escolha dos agentes políticos pelo 
voto direto da população está assegurada, impedindo-se as eleições 
indiretas (exceto a hipótese prevista na própria Constituição). 
 A garantia do voto secreto, entendida como elemento fundamental do 
sistema democrático, tampouco pode ser suprimida por meio de emenda. 
 Ao tornar o voto universal cláusula pétrea, o constituinte cristalizou 
também o universo mínimo dos indivíduos que entendeu aptos para participar 
do processo eleitoral. Impede-se, assim, que uma emenda venha a excluir o 
voto do analfabeto ou de menores entre 16 e 18 anos, que o constituinte 
originário facultou. 
 
JURISPRUDÊNCIA 
O Plenário, por maioria, deferiu medida cautelar em ação direta de 
inconstitucionalidade para suspender, com eficácia ex tunc, o art. 59-A da Lei 
9.504/1997, incluído pela Lei 13.165/2015 (Lei da Minirreforma Eleitoral), o qual 
determina que, na votação eletrônica, o registro de cada voto deverá ser 
impresso e depositado, de forma automática e sem contato manual do eleitor, 
em local previamente lacrado. (...) O ministro Alexandre considerou que o art. 
59-A e o seu parágrafo único permitem a identificação de quem votou, ou 
seja, a quebra do sigilo, e, consequentemente, a diminuição da liberdade do 
voto. Cabe ao legislador fazer a opção pelo voto impresso, eletrônico ou 
híbrido, visto que a CF nada dispõe a esse respeito, observadas, entretanto, 
as características do voto nela previstas. [ADI 5.889, rel. p/ o ac. min. 
Alexandre de Moraes, j. 6-6-2018, P, Informativo 905.] 
 
 A periodicidade dos mandatos é consequência do voto periódico 
estabelecido como cláusula pétrea. Assim, uma emenda não está legitimada 
para transformar cargos políticos que o constituinte originário previu como 
suscetíveis de eleição em cargos vitalícios ou hereditários. Mas isso não quer 
dizer que o período do mandato não possa ser alterado. 
 
CUIDADO: A obrigatoriedade do voto não é uma cláusula pétrea. Portanto, é 
possível emenda constitucional que institua o voto facultativo. 
 
QUESTÃO DE CONCURSO 
28) (CESPE - 2017 - TRE-BA - Analista Judiciário – Área Judiciária) O presidente da República, 
fundamentando-se no argumento de que o exercício dos direitos políticos não deve ser imposto 
pelo Estado, pretende extinguir o voto obrigatório para os cidadãos com idade entre dezoito e 
setenta anos nas eleições de cargos eletivos do Poder Legislativo e do Poder Executivo e 
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implementar o voto facultativo. Nesse caso, a implementação do voto facultativo deverá ocorrer 
por 
a. lei complementar. 
b. medida provisória. 
c. lei ordinária. 
d. emenda constitucional. 
e. decreto legislativo. 
 
 Direitos e garantias individuais: as mudanças que minimizem a 
proteção dos direitos e garantias fundamentais, ainda que topicamente, 
não são admissíveis, segundo a doutrina. Não seria possível, portanto, 
a ampliação das hipóteses de pena de morte admitidas pela 
Constituição. 
 
IMPORTANTE: O art. 5º enumera direitos e garantias individuais, mas há 
outros direitos na Constituição, trazidos de forma esparsa, como no art. 150, 
III, (anterioridade tributária) 
 
JURISPRUDÊNCIA 
Proposta de emenda à Constituição Federal – Instituição da pena de morte 
mediante prévia consulta plebiscitária – Limitação material explícita do poder 
reformador do Congresso Nacional. Inexistência de controle preventivo 
abstrato (em tese) no direito brasileiro. (ADI 466, Rel. Min. Celso de Mello, 
julgamento em 3-4-91, Plenário, DJ de 10-5-91) 
 
O poder constituinte derivado não é ilimitado, visto que se submete ao 
processo consignado no art. 60, §§ 2º e 3º, da CF, bem assim aos limites 
materiais, circunstanciais e temporais dos §§ 1º, 4º e 5º do aludido artigo. A 
anterioridade da norma tributária, quando essa é gravosa, representa uma 
das garantias fundamentais do contribuinte, traduzindo uma limitação ao 
poder impositivo do Estado. [RE 587.008, rel. min. Dias Toffoli, j. 2-2-2011, P, 
DJE de 6-5-2011, Tema 107.] Vide ADI 939, rel. min. Sydney Sanches, j. 15-12-
1993, P, DJ de 18-3-1994 
 
 Há polêmica quanto ao enquadramento dos direitos sociais como 
cláusulas pétreas. 
 De um lado, nega-se que os direitos sociais participem do rol dos 
limites materiais o poder de reforma, argumentando-se que aquele 
dispositivo da Lei Maior fala em “direitos e garantias individuais” e não em 
direitos fundamentais, gênero de que tanto os individuais como os sociais 
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seriam espécies. Diz-se, ainda, que essa teria sido uma opção do constituinte, 
atenta à diferenciada estrutura entre direitos individuais e direitos sociais. 
 Isso porque, em função de sua natureza, os direitos sociais, por serem 
prestacionais, dependem de condições variáveis no tempo e, por isso, não 
poderiam ser imodificáveis. 
 De outro lado, argui-se que os direitos sociais não podem deixar de 
serem considerados cláusulas pétreas. Afinal, no Título I da Constituição (Dos 
Princípios Fundamentais) fala-se na dignidade da pessoa humana como 
fundamento da República e essa dignidade deve ser compreendida no 
contexto também das outras normas do mesmo Título em que se fala no 
valor social do trabalho, e em reduçãode desigualdades sociais. 
 Ademais, se a função das cláusulas pétrea é preservar o núcleo 
essencial da Constituição, e sendo os direitos sociais centrais para a sua 
ideia de Estado Democrático de Direito, eles não podem deixar de ser 
considerados cláusulas pétreas. 
 Por isso, Gilmar Mendes aponta que a objeção de que os direitos 
sociais estão submetidos a contingência financeiras não impede que se 
considere que a cláusula pétrea alcança a eficácia mínima desses direitos. 
 Portanto, os adeptos desta última corrente veem cláusulas pétreas em 
diversos dispositivos constitucionais além daqueles enumerados nos arts. 6º 
a 11 da Constituição. 
 Um exemplo de aplicabilidade prática seria o ensino fundamental 
obrigatório e gratuito. 
 
QUESTÕES DE CONCURSO 
29) (CESPE - 2008 - HEMOBRÁS - Analista de Gestão Corporativa - Advogado) Dos direitos 
fundamentais, apenas os direitos e garantias individuais podem ser considerados como 
cláusulas pétreas. 
30) (CESPE - 2018 - MPE-PI - Conhecimentos Básicos - Cargos de Nível Superior) Eventual 
proposta de emenda constitucional tendente a abolir o direito de propriedade não poderá ser 
objeto de deliberação pelo Congresso Nacional. 
31) (CESPE - 2008 - DPE-CE - Defensor Público) A anterioridade tributária não é cláusula pétrea da 
Constituição Federal de 1988. 
32) (CESPE - 2004 - STJ - Analista Judiciário - Área Administrativa) A Constituição Federal 
estabelece previsão expressa de imutabilidade das cláusulas pétreas, indicando a 
impossibilidade de emenda constitucional tendente a abolir direitos e garantias individuais e 
coletivas. 
33) (CESPE - 2018 - TCM-BA - Auditor Estadual de Controle Externo) A CF proíbe a deliberação 
de proposta de emenda constitucional que tenda a abolir 
a. a forma federativa de governo, por se tratar de cláusula pétrea expressa. 
b. a forma republicana de Estado, por se tratar de cláusula pétrea implícita. 
c. a separação dos poderes, por se tratar de cláusula pétrea expressa. 
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d. o regime democrático e a autonomia municipal, por se tratar de cláusulas pétreas 
expressas. 
e. o sistema presidencialista de governo, por se tratar de cláusula pétrea implícita. 
 
Criação de novos direitos fundamentais: 
 
 A proteção fornecida pela cláusula pétrea não tolhe o legislador 
reformista de ampliar o catálogo já existente. Contudo resta saber se os 
novos direitos também serão cláusulas pétreas. 
 Para Gilmar Mendes é útil para resolver a questão, ter presente que as 
cláusulas pétreas se fundamentam na superioridade do poder constituinte 
originário sobre o de reforma. Não faz sentido, portanto, que o poder 
constituinte de reforma se limite a si próprio. Como ele é o mesmo agora ou 
no futuro, nada impedirá que o que hoje proibiu amanhã permita. Portanto, 
para o autor, não é cabível que o poder de reforma crie cláusulas pétreas. 
 Para o autor é possível que uma emenda constitucional acrescente 
dispositivo à Carta Magna, referente a direitos fundamentais sem que, na 
realidade, esteja criando direitos novos. O direito já existia passando apenas 
a ser mais bem explicitado. Exemplo: o inciso LXXVIII, inserido pela Emenda 
Constitucional nº 45/04. 
 Em sentido contrário Ingo Sarlet aponta que o art. 5º, § 2º da CF é uma 
decisão fundamental do constituinte originário. Ademais, há de se considerar 
a existência de limites implícitos ao poder constituinte derivado reformador. 
Logo, a inserção de um direito fundamental, que poderia ser implicitamente 
consagrado, não poderia ser retirado, pois apenas reforçaria o status desse 
direito como fundamental. 
 Bernardo Gonçalves Fernandes, por sua vez, ressalta que eventual 
distinção entre direitos fundamentais originários ou criados por emenda 
constitucional é, no mínimo, questionável, pois criaria direitos fundamentais 
de duas classes, enfraquecendo própria proteção dos direitos fundamentais, 
em razão de sua interdependência. 
 Por fim, o art. 60, § 4º da Constituição não faz nenhuma distinção sobre 
quando o direito fundamental é inserido na Carta. Ele veda apenas a emenda 
tendente a sua abolição. Logo, uma vez inserido um “novo” direito 
fundamental, não é possível sua abolição, aplicando-se ainda o princípio da 
vedação do retrocesso. 
 
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IMPORTANTE: o que se está discutindo é se a ampliação do número de 
direitos fundamentais importa ou não na atribuição de status de cláusula 
pétrea ao novo dispositivo constitucional. Contudo, o poder constituinte 
derivado não pode acrescentar novas cláusulas pétreas no art. 60, § 4º da 
Constituição, ou seja, reformar o art. 60, § 4º. 
 
QUESTÃO DE CONCURSO 
34) (CESPE - 2017 - TRT - 7ª Região (CE) - Analista Judiciário - Área Judiciária - anulada) Conforme 
estabelecido na CF, o poder constituinte derivado reformador: 
a. não sofre limitações materiais. 
b. pode ampliar as cláusulas pétreas. 
c. é poder jurídico, também sendo denominado poder constituinte difuso. 
d. pode ser limitado em determinadas circunstâncias. 
e. não pode ampliar os direitos fundamentais. 
 
35) (CESPE - 2012 - AGU - Advogado da União) O poder constituinte de reforma não pode criar 
cláusulas pétreas, apesar de lhe ser facultado ampliar o catálogo dos direitos fundamentais 
criado pelo poder constituinte originário. 
36) (FCC - 2009 - DPE-SP - Defensor Público) Em relação às cláusulas pétreas, considere as 
seguintes afirmações: 
I. Tem como significado último prevenir a erosão da Constituição Federal, inibindo a tentativa de 
abolir o projeto constitucional deixado pelo constituinte. 
II. A Emenda Constitucional 45, na parte que criou o Conselho Nacional de Justiça, violou, segundo 
julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal, a cláusula pétrea da separação dos poderes. 
III. Ao petrificar o voto cristalizou-se a impossibilidade do poder constituinte derivado excluir o voto 
do analfabeto ou do menor entre 16 e 18 anos. 
IV. É possível que uma reforma constitucional crie novas cláusulas pétreas segundo entendimento 
pacífico da doutrina constitucional. 
V. A mera alteração redacional de uma norma originária componente do rol de cláusulas pétreas não 
importa em inconstitucionalidade. 
Estão corretas SOMENTE 
a. I, III e IV. 
b. I, III e V. 
c. I, IV e V. 
d. II, III e IV. 
e. III, IV e V. 
 
A cláusula pétrea e a garantia do direito adquirido: 
 
 O poder constituinte derivado deve respeitar o direito adquirido? 
 A primeira posição sustenta que na história da garantia do direito 
adquirido, o destinatário da sua vedação é o legislador ordinário. A garantia 
do direito adquirido estaria ordenada apenas para restringir a atividade do 
legislador infraconstitucional, não obstando à ação do constituinte derivado. 
O art. 5º, XXXVI da CF, prevê que a lei não pode prejudicar o direito adquirido. 
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 A segunda posição parte do suposto de que a garantia do direito 
adquirido foi concebia também em face do legislador constitucional. O revisor 
da Constituição não poderia suprimir essa garantia do texto constitucional, 
nem poderia menosprezar direitos adquiridos anteriormente. O termo lei 
previsto no art. 5º XXXVI da Constituição não é referido em sua acepção 
estrita, mas abrange todos os instrumentos normativos, inclusive as 
emendas à Constituição. 
 Em outra linha argumenta-se que a proteção ao direito adquirido buscaconferir eficácia a outro princípio, referido no art. 5º, caput da Constituição, 
ou seja, o da segurança jurídica, reforçando-se a ideia de que uma emenda 
não está apta para atuar em descaso para com situações consolidadas antes 
dela. O Supremo Tribunal Federal, ao julgar a Emenda Constitucional nº 41/03 
entendeu que o direito adquirido é insuscetível de ser atingido por emenda 
constitucional. 
 
JURISPRUDÊNCIA 
(...) a Constituição assegurou diretamente o direito à irredutibilidade de 
vencimentos - modalidade qualificada de direito adquirido, oponível às 
emendas constitucionais mesmas. (MS 24875, Relator(a): Min. SEPÚLVEDA 
PERTENCE, Tribunal Pleno, julgado em 11/05/2006, DJ 06-10-2006 PP-00033 
EMENT VOL-02250-02 PP-00284 RTJ VOL-00200-03 PP-01198) 
 
Cláusulas pétreas implícitas: 
 
 As limitações matérias ao poder de reforma não estão exaustivamente 
enumeradas no art. 60, § 4º, da Constituição. O que se puder afirmar como 
incito à identidade básica da Constituição ideada pelo poder constituinte 
originário deve ser tido como limitação ao poder de emenda, mesmo que não 
haja sido explicitado no dispositivo. 
 J. J. Canotilho refere-se a certas garantias que pretendem assegurar a 
efetividade das cláusulas pétreas como limites tácitos. As Constituições que 
não contêm quaisquer preceitos limitativos do Poder de revisão, mas 
entende-se que há limites não articulados ou tácitos, vinculativos do poder de 
revisão. Esses limites podem desdobrar-se em limites textuais implícitos, 
deduzidos dos próprios textos constitucionais, e limites tácitos imanentes 
numa ordem de valores prepositivos, vinculativa da ordem constitucional 
concreta. Um exemplo claro é o de a própria cláusula de imutabilidade (art. 
60, § 4º) não pode ser tida com objeto de ab-rogação, não obstante não haja 
proibição expressa nesse sentido. 
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 Os princípios que o próprio constituinte originário denominou 
fundamentais, devem ser considerados intangíveis. 
 Gilmar Mendes traz um rol exemplificativo de elementos intangíveis ao 
revisor constitucional: 
 as normas concernentes ao titular do poder constituinte, porque este 
se acha em posição transcendente à Constituição, além da soberania 
popular ser inalienável; 
 as normas referentes ao titular do poder reformador, porque não pode 
ele mesmo fazer a delegação dos poderes que recebeu, sem cláusula 
expressa que o autorize; e 
 as normas que disciplinam o próprio procedimento de emenda, já que o 
poder delegado não pode alterar as condições da delegação que 
recebeu. 
 
QUESTÕES DE CONCURSO 
37) (CESPE - 2012 - AGU - Advogado da União) O sistema constitucional brasileiro não admite a 
denominada cláusula pétrea implícita, estando as limitações materiais ao poder de reforma 
exaustivamente enumeradas na CF. 
38) (CESPE - 2014 - TJ-SE - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento) A CF possui 
cláusulas pétreas implícitas, existindo limitações ao poder de reforma constitucional que não 
estão expressamente indicadas em seu texto. 
39) (CESPE - 2015 - TJ-PB - Juiz Substituto) O poder constituinte de reforma está sujeito a 
limitações materiais que podem estar presentes nas denominadas cláusulas pétreas implícitas. 
 
2.4. Poder Constituinte derivado decorrente: 
 
 Alexandre de Moraes conceitua poder constituinte derivado decorrente 
como a possibilidade que os Estados-membros têm, em virtude de sua 
autonomia político-administrativa, de se auto organizarem por meio de suas 
respectivas constituições estaduais, sempre respeitando as regras 
limitativas estabelecidas pela Constituição Federal. 
 Gilmar Mendes aponta que o poder constituinte originário, ao adotar a 
opção federalista, confere aos Estados-membros o poder de auto-
organização das unidades federadas. Os Estados membros exercem um 
poder constituinte, que não se iguala, entretanto, ao poder constituinte 
originário, já que é criatura deste e se acha sujeito a limitação de conteúdo e 
forma. 
 A sua legitimidade é a Constituição Federal. 
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 A previsão do poder constituinte ao Estado-membro está na 
Constituição Federal em seu art. 25 e no art. 11 dos Atos das Disposições 
Constitucionais Transitórias. 
 
2.4.1. Limites do poder constituinte derivado decorrente: 
 
 Por ser um poder constituído cabe ao poder constituinte derivado 
decorrente respeitar as condições estabelecidas pelo poder constituinte 
originário no momento da elaboração das Constituições estaduais. 
 A doutrina denomina normas de observância obrigatória, normas de 
reprodução obrigatória, normas de imitação ou normas de preordenação, 
aquelas que devem ser reproduzidas pelo poder constituinte derivado 
decorrente no momento de sua atuação. 
 Os limites do poder constituinte derivado decorrente podem ser 
reunidos em três grandes grupos: 
 
 Princípios constitucionais sensíveis. 
 Princípios constitucionais extensíveis. 
 Princípios constitucionais estabelecidos. 
 
 
2.4.1.1. Princípios constitucionais sensíveis: 
 
 Referem-se ao regime político, representando a essência da 
organização constitucional da federação brasileira. Sensíveis no sentido de 
que podem ser facilmente sentidos, são de fácil percepção, ou seja, eles são 
indubitavelmente mostrados pela Constituição (SILVA: 2010, p. 612) 
 São sensíveis ainda pelo fato de que a reação à sua inobservância pode 
ser severa, implicando em uma intervenção federal. Eles estão previstos no 
art. 34, VII da Constituição: 
 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito 
Federal, exceto para: 
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VII - assegurar a observância dos seguintes princípios 
constitucionais: 
a) forma republicana, sistema representativo e regime 
democrático; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da administração pública, direta e 
indireta. 
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de 
impostos estaduais, compreendida a proveniente de 
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e 
nas ações e serviços públicos de saúde. 
 
2.4.1.2. Princípios constitucionais extensíveis: 
 
 Tratam-se de normas de organização da União que se estendem, 
expressa ou implicitamente aos Estados (NOVELINO: 2017, p. 580): 
 Expressos: a Constituição expressamente determina a observância. 
São exemplos: art. 27, §§ 1º e 2º; art. 28; art. 75 (trata do Tribunal de 
Contas): 
 
Art. 27 (...) 
§ 1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, 
aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema 
eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de 
mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças 
Armadas. 
 
 Implícitos: Eles são estabelecidos em função do princípio da simetria 
ou simetria federativa. 
 Por meio da simetria federativa, União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios devem seguir o modelo traçado pela Constituição, evitando 
lacunas, discrepâncias e antagonismos (BULOS: 2011, p. 902). Esse princípio 
aparece na jurisprudência do STF de modo direito ou indireto. Exemplos: 
princípios básicos do processo legislativo (art. 59 e seguintes da CF); 
requisitos para a criação de CPIs (art. 58, § 3º da CF); princípio da separação 
dos poderes (CF, art. 2º). 
 
JURISPRUDÊNCIA 
A CB, ao conferir aos Estados-membros a capacidade de auto-organização e 
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