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1 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos AULA 02 – DIREITO CONSTITUCIONAL Professor: PAULO MÁXIMO (@paulomaxim0) Curso: @cejurnorteconcursos Tema: 2- PODER CONSTITUINTE GABARITO APOSTILA AULA 1 1) C 2) C 3) C 4) C 5) E 6) E 7) E 8) C 9) C 10) E 11) B 12) D 13) B 14) C 15) C 16) E 17) E 18) C 19) E 20) E 21) C 22) E 23) E 24) E 25) E 26) E 27) E 28) C 29) D 30) A 31) B 32) A 33) C 34) B 35) C 36) C 37) C 38) E 39) E 40) E 41) C 42) E 43) E 44) A 45) C 46) E 47) E 48) E 49) E 50) E 51) C 52) E 53) C 54) E 55) C 56) E 57) A 58) C 59) E 60) E 61) E 62) E 63) E 64) E 65) E 66) A 67) C 68) E 69) A 70) A 71) B 72) D 2. Poder Constituinte: 2.1. Poder Constituinte originário: 2.1.1. Conceito: Para Gilmar Mendes a autoridade máxima da Constituição, reconhecida pelo constitucionalismo, vem de uma força política capaz de estabelecer e manter o vigor normativo do Texto. Essa magnitude que fundamenta a validez da Constituição, desde a Revolução Francesa, é conhecida pelo nome de poder constituinte originário (também chamado de inicial, inaugural, genuíno ou de 1º grau). Alexandre de Moraes destaca que a ideia da existência de um poder constituinte é o suporte lógico de uma Constituição superior ao restante do ordenamento jurídico e que, em regra, não poderá ser modificada pelos poderes constituídos.É, pois, esse Poder Constituinte, distinto, anterior e fonte da autoridade dos poderes constituídos, com eles não se confundindo. O conceito de poder constituinte originário é devedor dos estudos do abade francês Emmanuel Joseph Sieyès, autor do opúsculo "Qu’est-ce que letiersétat?" (Que é o Terceiro Estado?), considerado um verdadeiro manifesto da Revolução Francesa. mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br https://www.instagram.com/paulomaxim0/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce 2 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos Sieyès enfatiza que a Constituição é produto do poder constituinte originário, que gera e organiza os poderes do Estado (os poderes constituídos), sendo, até por isso, superior a eles. Ele se propunha a superar o modo de legitimação do poder vigente, baseado na tradição, por um poder político que tem uma decisão originária, não vinculada ao Direito preexistente, mas à nação, como força que cria a ordem primeira da sociedade. Para isso, cercou o conceito de poder constituinte originário de predicados colhidos da teologia, ressaltando a sua desvinculação a normas anteriores e realçando a sua onipotência, capaz de criar do nada e dispor de tudo ao seu talante. 2.1.2. Características: O poder constituinte originário tem três características básicas: Inicial: ele está na origem do ordenamento jurídico. É o ponto de começo do Direito de um Estado. Por isso mesmo, o poder constituinte não pertence à ordem jurídica não está regido por ela. Ilimitado (ou autônomo): o Direito interno anterior não o alcança nem limita a atividade do poder constituinte originário. Incondicionado: se o poder constituinte originário não é alcançado pelo Direito interno anterior, ele não está condicionado às normas do ordenamento jurídico pretérito. ATENÇÃO: Gilmar Mendes explica que o caráter ilimitado do poder constituinte originário, deve ser entendido em termos. Ela diz respeito à ordem jurídica interna anterior. Afinal, há limitações políticas inerentes ao exercício do poder constituinte, bem como jurídicas do Direito Internacional. Outra característica importante sobre o poder constituinte originário é a de ser permanente. Ou seja, o poder constituinte originário não se esgota quando edita uma Constituição.Ele subsiste fora da Constituição e está apto para se manifestar a qualquer momento. É, portanto, um poder perene. 2.1.3. Titularidade: A titularidade do poder constituinte pertence ao povo. mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce 3 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 2.1.4. Subdivisão: Para Pedro Lenza o poder constituinte originário pode ser subdividido em: Histórico: seria o verdadeiro poder constituinte originário, estruturando, pela primeira vez o Estado. Revolucionário: seriam todos os posteriores ao histórico, rompendo por completo com a antiga ordem e instaurando uma nova, ou seja, um novo Estado. A doutrina ainda divide o poder constituinte originário em formal e material: Formal: é o ato de criação propriamente dito e que atribui a roupagem com status constitucional a um “complexo normativo”; Material: é o lado substancial do poder constituinte originário, qualificando o direito constitucional formal como status de norma constitucional. Será o orientador da atividade do constituinte originário formal que, por sua vez, será o responsável pela “roupagem” constitucional. É aquele que rompe com a ideia de direito e estabelece um novo pacto material, mas sem antes de estabelecer as novas regras. O material diz o que é constitucional, enquanto o formal materializa e sedimenta a Constituição. O material precede o formal, estando ambos interligados. 2.1.5. Formas de manifestação do poder constituinte originário: Se o ato constituinte compete a uma única pessoa, ou a um grupo restrito, em que não intervém um órgão de representação popular, fala-se em ato constituinte unilateral. O resultadoé uma Constituição outorgada. Em outros casos há a convocação de uma assembleia de representantes do povo (assembleia nacional constituinte ou convenção). Têm-se como resultado uma Constituição promulgada ou votada. mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce 4 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos Fala-se também, em se tratado de Constituição votada, em procedimento constituinte direito, quando o projeto elaborado pela Assembleia obtém validade jurídica por meio da aprovação direta do povo, que se manifesta por meio de plebiscito ou referendo. Ao lado do procedimento constituinte direito, há a técnica do procedimento constituinte indireto ou representativo, quando a participação do povo se esgota na eleição de representantes para uma assembleia, que deverá elaborar e promulgar o texto magno. LEMBRETE: Quando uma constituição é elaborada por uma única pessoa ou grupo restrito, mas enviada à aprovação do povo por referendo, tem-se uma constituição cesarista ou bonapartista. 2.1.6. Questões práticas relacionadas com o poder constituinte originário 2.1.6.1. Supremacia da Constituição: Para Gilmar Mendes o conflito de leis com a Constituição encontrarásolução na prevalência desta justamente por ser a Carga Magna produto do poder constituinte originário. Assim, de acordo com a doutrina clássica, por isso mesmo, o ato contrário à Constituição sofre de nulidade absoluta. 2.1.6.2. Recepção: O poder constituinte originário dá início à ordem jurídica.Isso, porém, não significa que todos os diplomas que lhe são anteriores perdem vigor com a norma Constituição, pois isso inviabilizaria a ordem jurídica. Por isso se entende que aquelas normas anteriores à Constituição, que são com ela compatíveis no seu conteúdo, continuam em vigor.Nesse caso, opera-se o fenômeno da recepção, que corresponde a uma revalidação das normas que não desafiam, materialmente, a nova Constituição. Às vezes, a recepção é expressa.Contudo, o mais frequente é a recepção implícita, como acontece no sistema brasileiro atual. As normas antigas ainda devem ser interpretadas à luz das novas normas constitucionais. mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce 5 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 2.1.6.3. Revogação ou inconstitucionalidade superveniente? Se a norma anterior à Constituição não guarda compatibilidade de conteúdo com esta, não continuará a vigorar, havendo, aqui, quem considere ocorrer caso de revogação e quem veja na hipótese uma inconstitucionalidade superveniente. Se o entendido que o caso é de inconstitucionalidade superveniente haveria a possibilidade de o STF apreciar a validez da norma em ação direta de inconstitucionalidade. Se a hipótese for vista como de revogação, por outro lado, os tribunais não precisariam de quórum especial para afastar a incidência da regra no caso concreto. No STF a tese vitoriosa foi a da revogação. JURISPRUDÊNCIA CONSTITUIÇÃO. LEI ANTERIOR QUE A CONTRARIE. REVOGAÇÃO. INCONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE. IMPOSSIBILIDADE. A lei ou e constitucional ou não e lei. Lei inconstitucional e uma contradição em si. A lei e constitucional quando fiel a Constituição; inconstitucional, na medida em que desrespeita, dispondo sobre o que lhe era vedado. O vício da inconstitucionalidade e congênito a lei e há de ser apurado em face da Constituição vigente ao tempo de sua elaboração. Lei anterior não pode ser inconstitucional em relação a Constituição superveniente; nem o legislador poderia infringir Constituição futura. A Constituição sobrevinda não torna inconstitucionais leis anteriores com ela conflitantes: revoga-as. Pelo fato de ser superior, a Constituição não deixa de produzir efeitos revogatórios. Seria ilógico que a lei fundamental, por ser suprema, não revogasse, ao ser promulgada, leis ordinárias. A lei maior valeria menos que a lei ordinária. Reafirmação da antiga jurisprudência do STF, mais que cinquentenária. Ação direta de que se não conhece por impossibilidade jurídica do pedido, nos termos do voto proferido na ADIn n. 2- 1/600. (ADI 521, Relator(a): Min. PAULO BROSSARD, Tribunal Pleno, julgado em 07/02/1992, DJ 24-04-1992 PP-05375 EMENT VOL-01658-01 PP-00047 RTJ VOL-00141-01 PP-00056) 2.1.6.4. Normas da antiga Constituição compatíveis com a nova Constituição: mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce 6 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos A recepção também alcança as normas da antiga Constituição que permanecem compatíveis com a nova ordem constitucional? Pontes de Miranda sustentou que “as leis continuam em vigor são todas as que existiam e não são incompatíveis com a Constituição nova”. Assim sendo, para o autor essa regra valia inclusive para as normas contidas na Constituição anterior, que passavam a valer como simples leis. Outra a solução seria a de que apenas as normas materialmente constitucionais não fossem recepcionadas.As normas formalmente constitucionais seriam passíveis da recepção tácita, sendo simplesmente “desconstitucionalizadas”, valendo, então como normas ordinárias. Por fim, a tese que prevaleceu no STF foi a de que a antiga Constituição fica globalmente revogada, evitando-se que convivam, num mesmo momento, a atual e a anterior expressão do poder constituinte originário empregada para elaborar toda a Constituição. Porém, nada impedeque a nova Constituição ressalve expressamente a vigência de dispositivos isolados da Constituição anterior (Ex.: art. 34 do ADCT). 2.1.6.5. Modificação de competência entre constituições: Indaga-se também qual a medida cabível em relação a uma lei produzida por um dos entes da Federação quando a nova Constituição entrega a competência para legislar sobre o esmo tema para outro ente. Segundo Gilmar Mendes o problema é de incompatibilidade formal. Para o autor não há cogitar de uma federalização de normas estaduais ou municipais, por força de alteração na regra de competência. Por isso ele sustenta que se o tema torna assunto de competência federal com a nova Carta, não haveria como aceitar que permanecessem em vigor como se leis federais fossem. Por outro lado, se a norma pretérita era federal e houve a mudança para os entes estadual ou municipal, Gilmar Mendes defende a prorrogação da vigência.Nesse caso não haveria empecilho definitivo ao princípio da continuidade do ordenamento jurídico. 2.1.6.6. Repristinação: mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce 7 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos Não se admite a repristinação, em nome do princípio da segurança das relações, o que não impede, no entanto, que a nova Constituição expressamente revigore uma norma já revogada. À mesma solução se chega considerando que só é recebido o que existe validamente no momento que a nova Constituição é editada. Portanto, a lei revogada, já não mais existe quando do surgimento da nova constituição e, por isso, não tem como ser recebida. 2.1.6.7. Possibilidade de ser declarada inconstitucional norma anterior à Constituição: Para Gilmar Mendes no sistema brasileiro, em que o controle de constitucionalidade é visto como atividade jurisdicional comum, nada obsta a que o juiz da causa declare inválida norma editada antes da Constituição em vigor que não respeitou formalmente a Constituição que vigorava quando foi editada, ainda que a lei não se aparte, no seu conteúdo, da nova Carta. Uma vez que vigora o princípio de que, em tese, a inconstitucionalidade gera a nulidade absoluta da lei, uma norma na situação em tela já era nula desde quando editada, pouco importando a compatibilidade material com a nova Constituição, que não revigora diplomas nulos. O Supremo tem precedentes, posteriores à Constituição de 1988, em que se resolveu problemas de inconstitucionalidadeformal de diplomas em face da Constituição vigente quando editados. Para Ives Gandra da Silva Martins o texto inconstitucional não pode ser recepcionado pela nova ordem, mesmo que esta não considere inconstitucional o que a ordem pretérita assim considerava. 2.1.6.8. Poder constituinte originário e direitos adquiridos: Indaga-se acerca da possibilidade de invocar-se direito adquirido contra Constituição. A Constituição, expressão do poder constituinte originário, não precisa, para ser válida, de corresponder pontualmente a uma dada teoria política. O constituinte é livre para dispor sobre a vida jurídica do Estado como lhe parecer mais conveniente. mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce 8 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos Se uma norma da Constituição proíbe determinada faculdade ou direito, que antes era reconhecido ao cidadão, a norma constitucional nova há de ter plena aplicação, não precisando respeitar situações anteriormente constituídas. A Constituição é o diploma inicial do ordenamento jurídico e que as suas regras têm incidência imediata.Somente é direito o que com ela é compatível, o que nela retira o seu fundamento de validade. Portanto, quando a Constituição consagra a garantia do direito adquirido, está prestigiando situações e pretensões que não conflitam com a expressão da vontade do poder constituinte originário. Apenas ele pode excepcionar a incidência imediata de alguma de suas normas, por meio de cláusulas de transição, se entender que isso melhor consulta ao interesse da ordem constitucional. Ex.: art. 41 do ADCT. 2.1.6.9. Alcance das normas da Constituição atual: Se não é possível arguir direito adquirido contra a Constituição, já se questionou, entretanto, que a norma constitucional, em certas hipóteses, deve ser interpretada como a pretender disciplinar certo tema a partir da sua própria edição, sem afetar a causa de um direito, ocorrida antes da promulgação da Carta. Há três possibilidades: Eficácia retroativa mínima: atingem efeitos futuros de fatos passados. Eficácia retroativa média: alcançam prestações vencidas anteriormente e a essas normas e não pagas; Eficácia retroativa máxima: alcançam fatos constituídos no passado. Em um primeiro momento o STF manifestou-se no sentido que, não havendo, em princípio, leis retroativas, a retroação constitucional exigiria determinação expressa do constituinte nesse sentido. Porém, tal entendimento está hoje superado.Firmou-se, logo mais, que a proibição inserta numa norma constitucional apanha situações constituídas no passado, destinadas a produzir efeitos ao longo do tempo, acentuando-se que as garantias do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada não se dirigem ao constituinte. mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce 9 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos A nova Constituição pode afetar ato praticado no passado, no que respeita aos efeitos que deveriam ocorrer na vigência da nova Carta.Os efeitos futuros de fatos passados são atingidos pelo novo preceito constitucional, respeitados apenas – exceto se a Constituição expressamente declarar ao contrário – os efeitos que ocorreram antes da vigência do novo texto constitucional (eficácia retroativa mínima). IMPORTANTE: o legislador não pode afetar ato jurídico perfeito ou direito adquirido, nem mesmo nos efeitos futuros dos atos praticados antes da mesma lei, sob pena de contrariar o art. 5º, XXXVI da Constituição. QUESTÕES DE CONCURSO Assinale C para certo e E para errado: 1) (CESPE - 2018 - EMAP - Analista Portuário - Área Jurídica) O poder constituinte originário gera e organiza os poderes do Estado, instaurando o próprio Estado constitucional. 2) (CESPE - 2017 - Prefeitura de Fortaleza - CE - Procurador do Município) Com a promulgação da CF, foram recepcionadas, de forma implícita, as normas infraconstitucionais anteriores de conteúdo compatível com o novo texto constitucional. 3) (CESPE - 2017 - DPU - Defensor Público Federal) O poder constituinte originário e o poder constituinte derivado se submetem ao mesmo sistema de limitações jurídicas e políticas, embora os efeitos dessas limitações ocorram em momentos distintos. 4) (CESPE - 2018 - Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal) A possibilidade de um direito positivo supraestatal limitar o Poder Legislativo foi uma invenção do constitucionalismo do século XVIII, inspirado pela tese de Montesquieu de que apenas poderes moderados eram compatíveis com a liberdade. Mas como seria possível restringir o poder soberano, tendo a sua autoridade sido entendida ao longo da modernidade justamente como um poder que não encontrava limites no direito positivo? Uma soberania limitada parecia uma contradição e, de fato, a exigência de poderes políticos limitados implicou redefinir o próprio conceito de soberania, que sofreu uma deflação. Alexandre Costa. O poder constituinte e o paradoxo da soberania limitada. In: Teoria & Sociedade. n.º 19, 2011, p. 201 (com adaptações). Considerando o texto precedente, julgue os itens a seguir, a respeito de Constituição, classificações das Constituições e poder constituinte. o A exigência de poderes políticos limitados após a manifestação do poder constituinte originário fundamenta tanto o sentido lógico-jurídico quanto o sentido jurídico-positivo da Constituição. o A concepção de “soberania limitada”, citada no texto, implica a divisão da titularidade do poder constituinte entre o povo e a assembleia constituinte que o representa. 5) (CESPE - 2019 - TJ-BA - Juiz de Direito Substituto) Quando o termo “povo” aparece em textos de normas, sobretudo em documentos constitucionais, deve ser compreendido como parte integrante plenamente vigente da formulação da prescrição jurídica (do tipo legal); deve ser levado a sério como conceito jurídico a ser interpretado lege artis. Friedrich Müller. Quem é o povo? A questão fundamental da democracia. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009, p. 67 (com adaptações). Tendo o texto anterior como referência inicial, assinale a opção correta, relativamente ao poder constituinte originário, ao poder constituinte derivado e ao poder derivado estadual. a. O poder constituinte originário é uma categoria pré-constitucional que fundamenta a validade da nova ordem constitucional. b. Para resguardar os interesses do povo, cabe à jurisdição constitucional fiscalizar a ação do poder constituinte originário com base no direito suprapositivo. c. Como titular passivo do poder constituinte originário, o povo delega o seu exercício a representantes e, em seguida, exerce a soberania apenas de forma indireta. d. Os direitos adquiridos são oponíveis ao poder constituinte originário para evitar óbice ao retrocesso social. mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce 10 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos e. A limitação material negativa ao poder constituinte dos estados federados se manifesta no dever de concretizar, no nível estadual, os preceitos da CF. 6) (CESPE - 2019 - MPE-PI - Promotor de JustiçaSubstituto) De acordo com a doutrina, norma constitucional superveniente editada pelo poder constituinte originário sem qualquer ressalva tem eficácia a. retroativa máxima. b. retroativa média. c. retroativa mínima. d. somente para o futuro. e. exauriente. 7) (CESPE - 2018 - PGE-PE - Procurador do Estado) Acerca da teoria do poder constituinte, julgue os seguintes itens. I - Lei anterior não pode ser inconstitucional em relação à Constituição superveniente. II - O poder constituinte derivado reformador, também chamado de poder constituinte difuso, refere-se às mutações constitucionais. III - Se o conteúdo for compatível, a norma anterior será recepcionada, mesmo que sua forma não seja mais admitida pela Constituição superveniente. Assinale a opção correta. a. Apenas o item I está certo. b. Apenas o item II está certo. c. Apenas os itens I e III estão certos. d. Apenas os itens II e III estão certos. e. Todos os itens estão certos. 8) (CESPE - 2018 - PC-MA - Delegado de Polícia Civil) O poder constituinte originário a. é fático e soberano, incondicional e preexistente à ordem jurídica. b. é reformador, podendo emendar e reformular. c. é decorrente e normativo, subordinado e condicionado aos limites da própria Constituição. d. é atuante junto ao Poder Legislativo comum, com critérios específicos e de forma contínua. e. é derivado e de segundo grau, culminando em atividade diferida. 9) (CESPE - 2017 - DPE-AL - Defensor Público) A relação entre a Constituição e as normas jurídicas (constitucionais ou infraconstitucionais) anteriores não pode ser reduzida a um único fenômeno, além de implicar diferenciados efeitos. Há de se levar em conta o fato de se tratar tanto de uma nova ordem constitucional quanto de uma reforma constitucional que venha a se manifestar em relação ao direito constitucional originário ou mesmo em relação à legislação infraconstitucional. Ingo Sarlet, et al. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012, p. 187 (com adaptações). Entre as situações que podem ocorrer no contexto descrito pelo texto, o Supremo Tribunal Federal (STF) admite a a. recepção de lei anterior, desde que materialmente compatível com a nova Constituição. b. constitucionalidade superveniente de lei ordinária originalmente inconstitucional, por meio de emenda constitucional posterior. c. manutenção de status constitucional de norma constitucional anterior, ainda que a nova Constituição seja omissa sobre o assunto. d. inconstitucionalidade superveniente de lei anterior em relação a Constituição posterior, para fins de ajuizamento de ação direta de inconstitucionalidade. e. desconstitucionalização de norma constitucional anterior, ainda que não haja previsão expressa sobre o assunto na nova Constituição. 2.2. Poder Constituinte derivado: 2.2.1. Conceito: mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br Cliente Realce 11 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos Pedro Lenza ensina que o poder constituinte derivado é uma criação do originário. Por isso, ao contrário de seu criador o poder constituinte derivado deve obedecer às regras colocadas e impostas pelo poder constituinte originário, sendo, nesse sentido limitado e condicionado aos parâmetros a ele impostos. Alexandre de Moraes, por sua vez, destaca que o poder constituinte derivado está inserido na própria Constituição, e, portanto, decorre de uma regra jurídica de autenticidade constitucional. Parte da doutrina prefere a utilização da terminologia competência e não poder constituinte derivado, pois só seria poder constituinte o que derivasse diretamente da soberania popular e fosse ilimitado. QUESTÃO DE CONCURSO 10) (CESPE - 2015 - AGU - Advogado da União) Diferentemente do poder constituinte derivado, que tem natureza jurídica, o poder constituinte originário constitui-se como um poder, de fato, inicial, que instaura uma nova ordem jurídica, mas que, apesar de ser ilimitado juridicamente, encontra limites nos valores que informam a sociedade. 2.2.2. Características: O poder constituinte derivado tem as seguintes características: derivado: pois retira sua força do poder constituinte originário; subordinado: porque se encontra limitado pelas normas expressas e implícitas do texto constitucional, às quais não poderá contrariar, sob pena de inconstitucionalidade; e condicionado: porque seu exercício deve seguir as regras previamente estabelecidas no texto da Constituição Federal. QUESTÃO DE CONCURSO 11) (CESPE - 2013 - TJ-PI - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção - adaptada) O poder constituinte derivado caracteriza-se por ser um poder instituído, ilimitado e incondicionado juridicamente. Poder constituinte originário Natureza fática Poder constituinte derivado Natureza jurídica mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce 12 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 2.2.3. Classificação: Para Alexandre de Moraes o poder constituinte derivado subdivide-se em poder constituinte derivado reformador e decorrente. Pedro Lenza, por sua vez, derivam do poder constituinte derivado em reformador, decorrente e revisor. QUESTÃO DE CONCURSO 12) (CESPE - 2012 - TCE-ES - Auditor de Controle Externo - Auditoria Governamental) Criado pelo poder constituinte originário, o poder de reforma abrange o poder de revisão do texto constitucional, não abrangendo, contudo, o poder de emenda à CF. 2.3. Poder constituinte derivado reformador ou de reforma: Alexandre de Moraes explica que o poder constituinte derivado reformador, ou competência reformadora, consiste na possibilidade de alterar-se o texto constitucional respeitando-se a regulamentação especial prevista na própria Constituição exercida por determinados órgãos com caráter representativo. Pedro Lenza ressalta o fato de o processo previsto no texto constitucional ser estabelecido pelo poder constituinte originário, a qual resultará a modificação da Carta Magna, sem uma verdadeira revolução. A manifestação do poder constituinte derivado, embora se possa traduzir na alteração de muitas disposições da Constituição, sempre conservará um valor integrativo, no sentido de que deve deixar substancialmente idêntico o sistema originário da Constituição. A manifestação do poder constituinte reformador verifica-se através das emendas constitucionais. QUESTÃO DE CONCURSO 13) (CESPE - 2013 - ANTT - Analista Administrativo - Direito) A reforma constitucional visa ajustar a constituição à vida social, evitando a desarmonia entre o preceito vigente e os valores sociais, não estando relacionada, portanto, ao princípio da supremacia da constituição. 2.3.1. Limites do poder constituinte derivado reformador: mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce 13 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos Gilmar Ferreira Mendes aponta que sendo um poder instituído, o poder de reforma está sujeito a limitações de forma e de conteúdo. Pedro Lenza e Alexandre de Moraes afirmam que há duasgrandes espécies de limitações ao Poder reformador, as expressas ou explícitas e as implícitas. Há ainda a possibilidade de uma limitação temporal ao poder reformador, contudo, como se verá, esta não foi contemplada pela Constituição de 1988. 2.3.1.1. Limites formais/ procedimentais do poder de reforma: No sistema constitucional pátrio a liberdade do órgão reformador sofre restrições de ordem procedimental. Referem-se, portanto, às disposições especiais, em relação ao processo legislativo ordinário, que o poder constituinte originário estabeleceu para permitir a alteração da Constituição Federal. O processo legislativo tem quatro três grandes fases: fase iniciativa; fase constitutiva e fase complementar. A reforma constitucional tem alterações, relacionadas ao processo legislativo ordinário, em todas essas fases. QUESTÃO DE CONCURSO 14) (CESPE - 2013 - BACEN - Procurador) O exercício do poder constituinte derivado não deve obediência às normas de natureza procedimental estabelecidas pelo legislador constituinte originário. Iniciativa: Quando se fala em iniciativa, pergunta-se: quem pode dar início à reforma constitucional? O art. 60 da Constituição responde à essa pergunta: 1/3, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados; 1/3, no mínimo, dos membros do Senado Federal; O Presidente da República; Mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. CUIDADO: A Constituição Federal não contemplou a iniciativa popular. mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce 14 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos Contudo, o STF admite que as Constituições Estaduais possam ser alteradas por proposta de emenda de iniciativa popular. Havendo proposta de emenda constitucional por pessoa diversa das taxativamente enumeradas, estar-se-á diante de vício formal subjetivo, caracterizador de inconstitucionalidade. JURISPRUDÊNCIA O início da tramitação da proposta de emenda no Senado Federal está em harmonia com o disposto no art. 60, inciso I da Constituição Federal, que confere poder de iniciativa a ambas as Casas Legislativas. (ADI 2.031, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 3-10-02, Plenário, DJ de 17-10-03) (...) o Colegiado assentou que a iniciativa popular de emenda à Constituição do estado (arts. 103, IV, e 110) é compatível com a Constituição da República, nomeadamente o parágrafo único do art. 1º, os incisos II e III do art. 14 e o inciso XV do art. 49. Na democracia, além dos mecanismos tradicionais por meio dos representantes eleitos, há os de participação direta com projeto de iniciativa popular. A Constituição amapaense densifica a ampliação daquilo que a CF não prevê expressamente. Trata-se de certa democratização no processo de reforma das regras constitucionais estaduais. No tocante à simetria, revelou não ser obstativa ante a ausência de regra clara que afaste a faculdade de o estado aumentar os mecanismos de participação direta. (ADI 825, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 25-10-2018, P, Informativo 921.) QUESTÃO DE CONCURSO 15) (CESPE - 2013 - TJ-ES - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção - adaptada) A CF poderá ser emendada mediante proposta do ministro da Justiça. Fase constitutiva: No procedimento legislativo ordinário a fase constitutiva se divide em duas: legislativa e executiva. A fase legislativa é integrada pelas discussões e votações do projeto de lei, enquanto na fase executiva se tem a sanção ou o veto. IMPORTANTE: O procedimento das emendas constitucionais não prevê fase constitutiva executiva. Logo, não é possível o Presidente da República sancionar ou vetar uma proposta de emenda da Constituição. mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce 15 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos A fase deliberativa da proposta de emenda constitucional é, portanto, unicamente legislativa. Exige-se a discussão da proposta em ambas as casas legislativas, bem como sua aprovação por quórum especialmente qualificado de 3/5 de votos favoráveis dos membros de cada Casa do Congresso Nacional e em dois turnos de votação em cada uma (CF. art. 60, § 2º). Ambas as casas devem anuir ao texto da emenda, para que ela prospere. Não basta, portanto, que a Casa em que iniciou o processo rejeite as alterações à sua proposta produzida na outra Casa. Ressalva-se, no entanto, que não será necessária a reapreciação da casa iniciadora da expressão suprimida pela casa revisora no texto de uma PEC. Basta que a casa iniciadora aprove o texto inserido na casa revisora, para que haja aprovação em ambas. Por isso o Congresso tem utilizado a técnica da PEC Paralela, ou seja, a parte que não foi modificada é promulgada e a parte da proposta de emenda modificada volta para a reanálise, e como se fosse uma nova proposta emenda constitucional, para a Casa iniciadora. Procedimento da PEC paralela PEC 1 Aprovada na Casa iniciadora Art. 1º Art. 2º Art. 3º Art. 4º Art. 5º PEC 1 Aprovada na Casa revisora Art. 1º Art. 2º - Alterado Art. 3º Art. 4º Art. 5º - Alterado Emenda Constitucional X Art. 1º Art. 3º Art. 4º Emenda Constitucional Y Art. 2º - Alterado Art. 5º - Alterado Resultado PEC 2 Enviado à Casa iniciadora Art. 2º - Alterado Art. 5º - Alterado Aprovação Resultado Rejeição a QUESTÃO DE CONCURSO 16) (CESPE - 2013 - TJ-ES - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção - adaptada) A proposta de emenda constitucional será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, a maioria absoluta dos votos dos respectivos membros 17) (CESPE - 2013 - MS - Analista Técnico - Administrativo) Proposta de emenda constitucional será votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, sendo considerada aprovada se obtiver, em ambos os turnos, três quintos dos votos dos respectivos parlamentares. mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce 16 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos Fase complementar: A promulgação da emenda será realizada pelas Mesas da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, com o seu respectivo número de ordem (CF, art. 60, § 3º). O número de ordem nada mais é do que o numeral indicativo da quantidade de vezes que a Constituição foi alterada(pelo poder constituinte derivado reformador desde sua promulgação. OBS.: Em 3.7.2019 a Constituição foi alterada pela 101ª vez. A Constituição é omissa quanto à publicação das emendas constitucionais. Pedro Lenza e Alexandre de Moraes afirmam que se deve entender que essa é competência do Congresso Nacional. QUESTÃO DE CONCURSO 18) (CESPE - 2013 - ANTT - Analista Administrativo - Direito) No Brasil, há limitações processuais ao poder constituinte derivado, como, por exemplo, o fato de se exigir que a emenda constitucional seja aprovada por três quintos dos votos de cada casa do Congresso Nacional e promulgada pelo presidente da República. 19) (CESPE - 2013 - TRT - 5ª Região (BA) - Juiz do Trabalho - adaptada) As propostas de emenda à Constituição devem ser sancionadas pelo presidente da República, ressalvados os casos de sua iniciativa exclusiva. Reapresentação de proposta de emenda rejeitada ou tida por prejudicada: O art. 67 da Constituição prevê a possibilidade de reapresentação de projeto de lei rejeitado por uma das casas do Congresso Nacional: Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional. Tal disposição constitucional não é aplicável ao procedimento de emendas constitucionais. Proíbe-se, portanto, a reapresentação de proposta de Emenda Constitucional, na mesma sessão legislativa, quando proposta de emenda já apresentada com a mesma matéria tiver sido rejeitada ou tida por prejudicada. mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce 17 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos O STF entende, no entanto, que a matéria rejeitada ou dada prejudicada em uma sessão legislativa somente poderá ser reapreciada em sessão legislativa de outro ano, independendo que seja sessão legislativa ordinária ou extraordinária. JURISPRUDÊNCIA A matéria votada em destaque na Câmara dos Deputados no DVS n. 9 não foi aprovada em primeiro turno, pois obteve apenas 298 votos e não os 308 necessários. Manteve-se, assim, o então vigente caput do art. 39, que tratava do regime jurídico único, incompatível com a figura do emprego público. (...) Vícios formais e materiais dos demais dispositivos constitucionais impugnados, todos oriundos da EC 19/98, aparentemente inexistentes ante a constatação de que as mudanças de redação promovidas no curso do processo legislativo não alteraram substancialmente o sentido das proposições ao final aprovadas e de que não há direito adquirido à manutenção de regime jurídico anterior. (...). (ADI 2.135-MC, Rel. p/ o ac. Min. Ellen Gracie, julgamento em 2-8-07, DJE de 7-3-08) Não precisa ser reapreciada pela Câmara dos Deputados expressão suprimida pelo Senado Federal em texto de projeto que, na redação remanescente, aprovada de ambas as Casas do Congresso, não perdeu sentido normativo. (ADI 3.367, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 13-4-05, Plenário, DJ de 22-9-06). No mesmo sentido: ADI 2.666, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 3-10-02, Plenário, DJ de 6-12-02. Não ocorre contrariedade ao § 5º do art. 60 da Constituição na medida em que o Presidente da Câmara dos Deputados, autoridade coatora, aplica dispositivo regimental adequado e declara prejudicada a proposição que tiver substitutivo aprovado, e não rejeitado, ressalvados os destaques (art. 163, V). É de ver-se, pois, que tendo a Câmara dos Deputados apenas rejeitado o substitutivo, e não o projeto que veio por mensagem do Poder Executivo, não se cuida de aplicar a norma do art. 60, § 5º, da Constituição. Por isso mesmo, afastada a rejeição do substitutivo, nada impede que se prossiga na votação do projeto originário. O que não pode ser votado na mesma sessão legislativa é a emenda rejeitada ou havida por prejudicada, e não o substitutivo que é uma subespécie do projeto originariamente proposto. (MS 22.503, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 8-5-96, Plenário, DJ de 6-6-97) QUESTÃO DE CONCURSO 20) (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Consultor de Orçamento e mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br Cliente Realce Cliente Realce 18 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos Fiscalização Financeira) Com base nas normas sobre processo legislativo constantes da Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item que segue. o A matéria constante de proposta de emenda constitucional rejeitada ou havida por prejudicada somente poderá ser reapresentada, na mesma sessão legislativa, mediante requerimento da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional. 21) (CESPE - 2014 - PGE-PI - Procurador do Estado Substituto) A matéria constante de proposta de emenda constitucional rejeitada ou havida por prejudicada somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposição da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional. 22) (CESPE - 2010 - SERPRO - Analista - Advocacia) A matéria constante de proposta de emenda constitucional rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta pelos parlamentares na mesma legislatura. 23) (CESPE - 2013 - Telebras - Especialista em Gestão de Telecomunicações - Advogado) Uma proposta de emenda constitucional que for rejeitada pela Câmara dos Deputados só poderá ser submetida novamente à apreciação dessa Casa na próxima sessão legislativa. 2.3.1.2. Limites circunstanciais: A Constituição proíbe expressamente sua alteração em certos contextos históricos adversos à livre deliberação dos órgãos constituintes, como a intervenção federal, estado de sítio ou o estado de defesa (CF, art. 60, § 1º). QUESTÃO DE CONCURSO 24) (CESPE - 2018 - PGE-PE - Procurador do Estado) Proposta de emenda constitucional (PEC) que visa instituir o direito de secessão no ordenamento jurídico brasileiro encontra-se em tramitação no Congresso Nacional. Recentemente, o governo decretou intervenção federal em um estado da Federação. No que se refere a essa situação hipotética, considere as asserções apresentadas a seguir. I - A referida PEC não poderá ser objeto de deliberação. II - CF veda emenda ao seu texto na vigência de intervenção federal. Assinale a opção correta. a. As asserções I e II são falsas. b. A asserção I é verdadeira, e a II é falsa. c. A asserção I é falsa, e a II é verdadeira. d. As asserções I e II são verdadeiras, e a II é justificativa da I. e. As asserções I e II são verdadeiras, e a II não é uma justificativa da I. 2.3.1.3. Limites temporais: Algumas constituições estabelecem restrição temporal, vedando emendas durante certo período de tempo. Na história constitucional brasileira, apenas a Constituição do Império, de 1824 previu a vedação temporal de alterabilidade das normas constitucionais. Na Constituição brasileira de 1988 não há limitação expressa temporal para o poder constituinte derivado reformador. mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce 19 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br/ @cejurnorteconcursos Pedro Lenza explica que a regra do art. 3º do ADCT destinada ao poder constituinte derivado revisor, determinando a revisão constitucional após 5 anos contados da promulgação. Logo, não se configurou qualquer limitação temporal ao poder de reforma, mas apenas previsão de prazo para a revisão constitucional já esgotada. 2.3.1.4. Limites materiais: Se a reforma da Constituição tem por objetivo revitalizar a própria Constituição como um todo, é de entender que a identidade básica do texto deve ser preservada, o que, por si, já significa um limite à atividade da reforma. Porém, o próprio constituinte originário pode indicar expressamente os princípios que não admitem sejam modificados, como forma de manter a unidade no tempo do seu trabalho. Tais cláusulas são denominadas cláusulas pétreas. Para Gilmar Mendes as cláusulas pétreas não existem tão-só para remediar situação de destruição da Carta, mas tem a missão de inibir a mera tentativa de abolir o seu projeto básico. Pretende-se, pois, evitar que a sedução de apelos próprios de maiorias políticas momentâneas destrua um projeto duradouro. Natureza das cláusulas pétreas: A ideia de que haja limites ao exercício do poder de rever a Constituição é motivo de controvérsia. Afinal, se ambos os poderes – originário e de reforma – são exercidos por representantes do povo, por que um desses poderes deve estar subordinado a outro? Ligada à essa controvérsia Gilmar Mendes aponta a existência de três correntes doutrinárias acerca da natureza das cláusulas pétreas: Função política: Karl Loewenstein e Joseph Barthélemy apegam-se à ideia de que não haveria uma diferença substancial entre o poder constituinte de revisão e o originário, sendo ambas as formas de expressão da soberania do Estado. Não haveria por que considerar o poder constituinte exercido num momento como superior à vontade do poder de revisão expressa posteriormente. Logo, a declaração de mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce Cliente Realce 20 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos intangibilidade de normas da Constituição teria uma função política, mas não força jurídica. Vinculação relativa (teoria da dupla revisão): As normas que impedem a revisão de certos preceitos básicos são juridicamente vinculantes, mas não seriam elas próprias imunes a alteração e à revogação. Se elas forem suprimidas, num primeiro momento, abre-se caminho para, em seguida, serem removidos os princípios petrificados. Portanto, aceita-se que o poder constituinte originário estabeleça que certas cláusulas estejam ao abrigo de mudanças. Mas se propõe que essa determinação somente deverá ser observada enquanto ela própria estiver em vigor, podendo ser revogada pelo poder de revisão. Vinculação absoluta: Parte do pressuposto de que o poder de revisão, criado pela Constituição, e por isso, um poder constituído, deve conter- se dentro do parâmetro das opções essenciais feitas pelo constituinte originário. Se o poder revisional enfrenta a lógica da Constituição que o previu, e se desgarra do núcleo essencial dos princípios que a inspiraram e que lhe dão unidade, ocorreria um desvio de poder. Se o poder de revisão se liberta totalmente da Constituição, há uma nova Constituição, o poder de revisão ter-se-á arrogado, então, a condição de poder constituinte originário. Essa é a teoria adotada no Brasil. IMPORTANTE: A adesão da teoria de vinculação absoluta das cláusulas pétreas tem como consequência lógica a admissão de cláusulas pétreas implícitas. Logo, a vedação de alteração das cláusulas pétreas explícitas é, em si mesma, uma cláusula pétrea implícita. QUESTÃO DE CONCURSO 25) (CESPE - 2017 - TRT - 7ª Região (CE) - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal - adaptada) O sistema constitucional brasileiro admite a teoria da dupla revisão. 26) (CESPE - 2013 - MPU - Analista - Direito) Projeto de emenda constitucional que vise alterar o § 4.º do art. 60 da CF, de maneira a ab-rogar a cláusula pétrea consistente na periodicidade do voto, não ofende a Constituição, já que inexiste vedação expressa de que o poder constituinte reformador ab-rogue cláusulas pétreas. Alcance das cláusulas pétreas: As cláusulas pétreas não protegem dispositivos constitucionais, mas os princípios neles modelados. A mera alteração redacional de uma norma componente do rol das cláusulas pétreas não importa, por isso somente, inconstitucionalidade, desde que não afete a essência do princípio protegido e o sentido da norma. mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br Cliente Realce Cliente Realce 21 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos Para Gilmar Mendes se deve compreender o art. 60, § 4º, da CF, como proibição da proposta tendente a abolir, isto é, a mitigar, a reduzir, o significado e a eficácia da forma federativa do Estado, do voto direto, secreto, universal e periódico, a separação dos Poderes e os direitos e garantias individuais. Portanto, uma cláusula pétrea pode ser alterada, desde seja para sofisticar a norma nela prevista ou ampliar sua normatividade (FERNANDES, 2017, p. 138) JURISPRUDÊNCIA A "forma federativa de Estado" – elevado a princípio intangível por todas as Constituições da República – não pode ser conceituada a partir de um modelo ideal e apriorístico de Federação, mas, sim, daquele que o constituinte originário concretamente adotou e, como o adotou, erigiu em limite material imposto às futuras emendas à Constituição; de resto as limitações materiais ao poder constituinte de reforma, que o art. 60, § 4º, da Lei Fundamental enumera, não significam a intangibilidade literal da respectiva disciplina na Constituição originária, mas apenas a proteção do núcleo essencial dos princípios e institutos cuja preservação nelas se protege.[ADI 2.024, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 3-5-2007, P, DJ de 22-6-2007.] Cláusulas pétreas em espécie: As cláusulas pétreas expressas estão previstas no art. 60, § 4º da Constituição: Art. 60 (...) § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais. Forma federativa de Estado: não seria possível, via emenda constitucional, a afronta à autonomia dos entes federados. Relaciona- se a essa cláusula também o princípio da indissolvibilidade da federação ou vedação da secessão. A competência dos entes federados equivale, na prática, à amplitude do poder de cada um deles. Ela pode ser alterada, desde que seja resguardado um grau de autonomia para cada um dos entes. mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br 22 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos JURISPRUDÊNCIA (...) a idéia de Federação – que tem, na autonomia dos Estados-membros, um de seus cornerstones – revela-se elemento cujo sentido de fundamentalidade a torna imune, em sede de revisão constitucional, à própria ação reformadora do Congresso Nacional, por representar categoria política inalcançável, até mesmo, pelo exercício do poder constituinte derivado (CF, art. 60, § 4º, I). (HC 80.511, voto do Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 21- 8-01, 2ª Turma, DJ de 14-9-01) Na espécie, cuida-se daautonomia do Estado, base do princípio federativo amparado pela Constituição, inclusive como cláusula pétrea (art. 60, § 4º, inciso I). Na forma da jurisprudência desta Corte, se a majoração da despesa pública estadual ou municipal, com a retribuição dos seus servidores, fica submetida a procedimentos, índices ou atos administrativos de natureza federal, a ofensa à autonomia do ente federado está configurada (RE 145.018/RJ, Rel. Min. Moreira Alves; Rp 1426/RS, Rel. Min. Néri da Silveira; AO 258/SC, Rel. Min. Ilmar Galvão, dentre outros). (ADPF 33-MC, voto do Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 29-10-03, 2ª Turma, DJ de 6-8-04) Emenda Constitucional n. 15/1996, que deu nova redação ao § 4º do art. 18 da Constituição Federal. Modificação dos requisitos constitucionais para a criação, fusão, incorporação e desmembramento de municípios. Controle da constitucionalidade da atuação do poder legislativo de reforma da Constituição de 1988. Inexistência de afronta à cláusula pétrea da forma federativa do Estado, decorrente da atribuição, à lei complementar federal, para fixação do período dentro do qual poderão ser efetivadas a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de municípios. Precedente: (...). Ação julgada improcedente. (ADI 2.395, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 9-5-07, 2ª Turma, DJE de 23-5-08). No mesmo sentido: ADI 2.381-MC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 20-6-01, 2ª Turma, DJ de 14-12-01. QUESTÃO DE CONCURSO 27) (CESPE - 2019 - PGM - Campo Grande - MS - Procurador Municipal) A forma federativa de Estado é cláusula pétrea, porque a Constituição Federal de 1988 veda a possibilidade de emenda constitucional tendente a aboli-la, não fazendo o mesmo em relação à forma de governo, que constitui princípio sensível da ordem federativa, podendo ser autorizada intervenção federal no ente federado que a desrespeitar. Separação de poderes: A emenda que busque suprimir a independência de um dos Poderes ou que lhe estorve a autonomia é imprópria. Daí a dificuldade de instauração de um regime parlamentarista. mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br 23 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos Voto secreto, direto e periódico: A escolha dos agentes políticos pelo voto direto da população está assegurada, impedindo-se as eleições indiretas (exceto a hipótese prevista na própria Constituição). A garantia do voto secreto, entendida como elemento fundamental do sistema democrático, tampouco pode ser suprimida por meio de emenda. Ao tornar o voto universal cláusula pétrea, o constituinte cristalizou também o universo mínimo dos indivíduos que entendeu aptos para participar do processo eleitoral. Impede-se, assim, que uma emenda venha a excluir o voto do analfabeto ou de menores entre 16 e 18 anos, que o constituinte originário facultou. JURISPRUDÊNCIA O Plenário, por maioria, deferiu medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade para suspender, com eficácia ex tunc, o art. 59-A da Lei 9.504/1997, incluído pela Lei 13.165/2015 (Lei da Minirreforma Eleitoral), o qual determina que, na votação eletrônica, o registro de cada voto deverá ser impresso e depositado, de forma automática e sem contato manual do eleitor, em local previamente lacrado. (...) O ministro Alexandre considerou que o art. 59-A e o seu parágrafo único permitem a identificação de quem votou, ou seja, a quebra do sigilo, e, consequentemente, a diminuição da liberdade do voto. Cabe ao legislador fazer a opção pelo voto impresso, eletrônico ou híbrido, visto que a CF nada dispõe a esse respeito, observadas, entretanto, as características do voto nela previstas. [ADI 5.889, rel. p/ o ac. min. Alexandre de Moraes, j. 6-6-2018, P, Informativo 905.] A periodicidade dos mandatos é consequência do voto periódico estabelecido como cláusula pétrea. Assim, uma emenda não está legitimada para transformar cargos políticos que o constituinte originário previu como suscetíveis de eleição em cargos vitalícios ou hereditários. Mas isso não quer dizer que o período do mandato não possa ser alterado. CUIDADO: A obrigatoriedade do voto não é uma cláusula pétrea. Portanto, é possível emenda constitucional que institua o voto facultativo. QUESTÃO DE CONCURSO 28) (CESPE - 2017 - TRE-BA - Analista Judiciário – Área Judiciária) O presidente da República, fundamentando-se no argumento de que o exercício dos direitos políticos não deve ser imposto pelo Estado, pretende extinguir o voto obrigatório para os cidadãos com idade entre dezoito e setenta anos nas eleições de cargos eletivos do Poder Legislativo e do Poder Executivo e mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br 24 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos implementar o voto facultativo. Nesse caso, a implementação do voto facultativo deverá ocorrer por a. lei complementar. b. medida provisória. c. lei ordinária. d. emenda constitucional. e. decreto legislativo. Direitos e garantias individuais: as mudanças que minimizem a proteção dos direitos e garantias fundamentais, ainda que topicamente, não são admissíveis, segundo a doutrina. Não seria possível, portanto, a ampliação das hipóteses de pena de morte admitidas pela Constituição. IMPORTANTE: O art. 5º enumera direitos e garantias individuais, mas há outros direitos na Constituição, trazidos de forma esparsa, como no art. 150, III, (anterioridade tributária) JURISPRUDÊNCIA Proposta de emenda à Constituição Federal – Instituição da pena de morte mediante prévia consulta plebiscitária – Limitação material explícita do poder reformador do Congresso Nacional. Inexistência de controle preventivo abstrato (em tese) no direito brasileiro. (ADI 466, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 3-4-91, Plenário, DJ de 10-5-91) O poder constituinte derivado não é ilimitado, visto que se submete ao processo consignado no art. 60, §§ 2º e 3º, da CF, bem assim aos limites materiais, circunstanciais e temporais dos §§ 1º, 4º e 5º do aludido artigo. A anterioridade da norma tributária, quando essa é gravosa, representa uma das garantias fundamentais do contribuinte, traduzindo uma limitação ao poder impositivo do Estado. [RE 587.008, rel. min. Dias Toffoli, j. 2-2-2011, P, DJE de 6-5-2011, Tema 107.] Vide ADI 939, rel. min. Sydney Sanches, j. 15-12- 1993, P, DJ de 18-3-1994 Há polêmica quanto ao enquadramento dos direitos sociais como cláusulas pétreas. De um lado, nega-se que os direitos sociais participem do rol dos limites materiais o poder de reforma, argumentando-se que aquele dispositivo da Lei Maior fala em “direitos e garantias individuais” e não em direitos fundamentais, gênero de que tanto os individuais como os sociais mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br 25 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos seriam espécies. Diz-se, ainda, que essa teria sido uma opção do constituinte, atenta à diferenciada estrutura entre direitos individuais e direitos sociais. Isso porque, em função de sua natureza, os direitos sociais, por serem prestacionais, dependem de condições variáveis no tempo e, por isso, não poderiam ser imodificáveis. De outro lado, argui-se que os direitos sociais não podem deixar de serem considerados cláusulas pétreas. Afinal, no Título I da Constituição (Dos Princípios Fundamentais) fala-se na dignidade da pessoa humana como fundamento da República e essa dignidade deve ser compreendida no contexto também das outras normas do mesmo Título em que se fala no valor social do trabalho, e em reduçãode desigualdades sociais. Ademais, se a função das cláusulas pétrea é preservar o núcleo essencial da Constituição, e sendo os direitos sociais centrais para a sua ideia de Estado Democrático de Direito, eles não podem deixar de ser considerados cláusulas pétreas. Por isso, Gilmar Mendes aponta que a objeção de que os direitos sociais estão submetidos a contingência financeiras não impede que se considere que a cláusula pétrea alcança a eficácia mínima desses direitos. Portanto, os adeptos desta última corrente veem cláusulas pétreas em diversos dispositivos constitucionais além daqueles enumerados nos arts. 6º a 11 da Constituição. Um exemplo de aplicabilidade prática seria o ensino fundamental obrigatório e gratuito. QUESTÕES DE CONCURSO 29) (CESPE - 2008 - HEMOBRÁS - Analista de Gestão Corporativa - Advogado) Dos direitos fundamentais, apenas os direitos e garantias individuais podem ser considerados como cláusulas pétreas. 30) (CESPE - 2018 - MPE-PI - Conhecimentos Básicos - Cargos de Nível Superior) Eventual proposta de emenda constitucional tendente a abolir o direito de propriedade não poderá ser objeto de deliberação pelo Congresso Nacional. 31) (CESPE - 2008 - DPE-CE - Defensor Público) A anterioridade tributária não é cláusula pétrea da Constituição Federal de 1988. 32) (CESPE - 2004 - STJ - Analista Judiciário - Área Administrativa) A Constituição Federal estabelece previsão expressa de imutabilidade das cláusulas pétreas, indicando a impossibilidade de emenda constitucional tendente a abolir direitos e garantias individuais e coletivas. 33) (CESPE - 2018 - TCM-BA - Auditor Estadual de Controle Externo) A CF proíbe a deliberação de proposta de emenda constitucional que tenda a abolir a. a forma federativa de governo, por se tratar de cláusula pétrea expressa. b. a forma republicana de Estado, por se tratar de cláusula pétrea implícita. c. a separação dos poderes, por se tratar de cláusula pétrea expressa. mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br 26 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos d. o regime democrático e a autonomia municipal, por se tratar de cláusulas pétreas expressas. e. o sistema presidencialista de governo, por se tratar de cláusula pétrea implícita. Criação de novos direitos fundamentais: A proteção fornecida pela cláusula pétrea não tolhe o legislador reformista de ampliar o catálogo já existente. Contudo resta saber se os novos direitos também serão cláusulas pétreas. Para Gilmar Mendes é útil para resolver a questão, ter presente que as cláusulas pétreas se fundamentam na superioridade do poder constituinte originário sobre o de reforma. Não faz sentido, portanto, que o poder constituinte de reforma se limite a si próprio. Como ele é o mesmo agora ou no futuro, nada impedirá que o que hoje proibiu amanhã permita. Portanto, para o autor, não é cabível que o poder de reforma crie cláusulas pétreas. Para o autor é possível que uma emenda constitucional acrescente dispositivo à Carta Magna, referente a direitos fundamentais sem que, na realidade, esteja criando direitos novos. O direito já existia passando apenas a ser mais bem explicitado. Exemplo: o inciso LXXVIII, inserido pela Emenda Constitucional nº 45/04. Em sentido contrário Ingo Sarlet aponta que o art. 5º, § 2º da CF é uma decisão fundamental do constituinte originário. Ademais, há de se considerar a existência de limites implícitos ao poder constituinte derivado reformador. Logo, a inserção de um direito fundamental, que poderia ser implicitamente consagrado, não poderia ser retirado, pois apenas reforçaria o status desse direito como fundamental. Bernardo Gonçalves Fernandes, por sua vez, ressalta que eventual distinção entre direitos fundamentais originários ou criados por emenda constitucional é, no mínimo, questionável, pois criaria direitos fundamentais de duas classes, enfraquecendo própria proteção dos direitos fundamentais, em razão de sua interdependência. Por fim, o art. 60, § 4º da Constituição não faz nenhuma distinção sobre quando o direito fundamental é inserido na Carta. Ele veda apenas a emenda tendente a sua abolição. Logo, uma vez inserido um “novo” direito fundamental, não é possível sua abolição, aplicando-se ainda o princípio da vedação do retrocesso. mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br 27 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos IMPORTANTE: o que se está discutindo é se a ampliação do número de direitos fundamentais importa ou não na atribuição de status de cláusula pétrea ao novo dispositivo constitucional. Contudo, o poder constituinte derivado não pode acrescentar novas cláusulas pétreas no art. 60, § 4º da Constituição, ou seja, reformar o art. 60, § 4º. QUESTÃO DE CONCURSO 34) (CESPE - 2017 - TRT - 7ª Região (CE) - Analista Judiciário - Área Judiciária - anulada) Conforme estabelecido na CF, o poder constituinte derivado reformador: a. não sofre limitações materiais. b. pode ampliar as cláusulas pétreas. c. é poder jurídico, também sendo denominado poder constituinte difuso. d. pode ser limitado em determinadas circunstâncias. e. não pode ampliar os direitos fundamentais. 35) (CESPE - 2012 - AGU - Advogado da União) O poder constituinte de reforma não pode criar cláusulas pétreas, apesar de lhe ser facultado ampliar o catálogo dos direitos fundamentais criado pelo poder constituinte originário. 36) (FCC - 2009 - DPE-SP - Defensor Público) Em relação às cláusulas pétreas, considere as seguintes afirmações: I. Tem como significado último prevenir a erosão da Constituição Federal, inibindo a tentativa de abolir o projeto constitucional deixado pelo constituinte. II. A Emenda Constitucional 45, na parte que criou o Conselho Nacional de Justiça, violou, segundo julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal, a cláusula pétrea da separação dos poderes. III. Ao petrificar o voto cristalizou-se a impossibilidade do poder constituinte derivado excluir o voto do analfabeto ou do menor entre 16 e 18 anos. IV. É possível que uma reforma constitucional crie novas cláusulas pétreas segundo entendimento pacífico da doutrina constitucional. V. A mera alteração redacional de uma norma originária componente do rol de cláusulas pétreas não importa em inconstitucionalidade. Estão corretas SOMENTE a. I, III e IV. b. I, III e V. c. I, IV e V. d. II, III e IV. e. III, IV e V. A cláusula pétrea e a garantia do direito adquirido: O poder constituinte derivado deve respeitar o direito adquirido? A primeira posição sustenta que na história da garantia do direito adquirido, o destinatário da sua vedação é o legislador ordinário. A garantia do direito adquirido estaria ordenada apenas para restringir a atividade do legislador infraconstitucional, não obstando à ação do constituinte derivado. O art. 5º, XXXVI da CF, prevê que a lei não pode prejudicar o direito adquirido. mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br 28 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos A segunda posição parte do suposto de que a garantia do direito adquirido foi concebia também em face do legislador constitucional. O revisor da Constituição não poderia suprimir essa garantia do texto constitucional, nem poderia menosprezar direitos adquiridos anteriormente. O termo lei previsto no art. 5º XXXVI da Constituição não é referido em sua acepção estrita, mas abrange todos os instrumentos normativos, inclusive as emendas à Constituição. Em outra linha argumenta-se que a proteção ao direito adquirido buscaconferir eficácia a outro princípio, referido no art. 5º, caput da Constituição, ou seja, o da segurança jurídica, reforçando-se a ideia de que uma emenda não está apta para atuar em descaso para com situações consolidadas antes dela. O Supremo Tribunal Federal, ao julgar a Emenda Constitucional nº 41/03 entendeu que o direito adquirido é insuscetível de ser atingido por emenda constitucional. JURISPRUDÊNCIA (...) a Constituição assegurou diretamente o direito à irredutibilidade de vencimentos - modalidade qualificada de direito adquirido, oponível às emendas constitucionais mesmas. (MS 24875, Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Tribunal Pleno, julgado em 11/05/2006, DJ 06-10-2006 PP-00033 EMENT VOL-02250-02 PP-00284 RTJ VOL-00200-03 PP-01198) Cláusulas pétreas implícitas: As limitações matérias ao poder de reforma não estão exaustivamente enumeradas no art. 60, § 4º, da Constituição. O que se puder afirmar como incito à identidade básica da Constituição ideada pelo poder constituinte originário deve ser tido como limitação ao poder de emenda, mesmo que não haja sido explicitado no dispositivo. J. J. Canotilho refere-se a certas garantias que pretendem assegurar a efetividade das cláusulas pétreas como limites tácitos. As Constituições que não contêm quaisquer preceitos limitativos do Poder de revisão, mas entende-se que há limites não articulados ou tácitos, vinculativos do poder de revisão. Esses limites podem desdobrar-se em limites textuais implícitos, deduzidos dos próprios textos constitucionais, e limites tácitos imanentes numa ordem de valores prepositivos, vinculativa da ordem constitucional concreta. Um exemplo claro é o de a própria cláusula de imutabilidade (art. 60, § 4º) não pode ser tida com objeto de ab-rogação, não obstante não haja proibição expressa nesse sentido. mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br 29 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos Os princípios que o próprio constituinte originário denominou fundamentais, devem ser considerados intangíveis. Gilmar Mendes traz um rol exemplificativo de elementos intangíveis ao revisor constitucional: as normas concernentes ao titular do poder constituinte, porque este se acha em posição transcendente à Constituição, além da soberania popular ser inalienável; as normas referentes ao titular do poder reformador, porque não pode ele mesmo fazer a delegação dos poderes que recebeu, sem cláusula expressa que o autorize; e as normas que disciplinam o próprio procedimento de emenda, já que o poder delegado não pode alterar as condições da delegação que recebeu. QUESTÕES DE CONCURSO 37) (CESPE - 2012 - AGU - Advogado da União) O sistema constitucional brasileiro não admite a denominada cláusula pétrea implícita, estando as limitações materiais ao poder de reforma exaustivamente enumeradas na CF. 38) (CESPE - 2014 - TJ-SE - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento) A CF possui cláusulas pétreas implícitas, existindo limitações ao poder de reforma constitucional que não estão expressamente indicadas em seu texto. 39) (CESPE - 2015 - TJ-PB - Juiz Substituto) O poder constituinte de reforma está sujeito a limitações materiais que podem estar presentes nas denominadas cláusulas pétreas implícitas. 2.4. Poder Constituinte derivado decorrente: Alexandre de Moraes conceitua poder constituinte derivado decorrente como a possibilidade que os Estados-membros têm, em virtude de sua autonomia político-administrativa, de se auto organizarem por meio de suas respectivas constituições estaduais, sempre respeitando as regras limitativas estabelecidas pela Constituição Federal. Gilmar Mendes aponta que o poder constituinte originário, ao adotar a opção federalista, confere aos Estados-membros o poder de auto- organização das unidades federadas. Os Estados membros exercem um poder constituinte, que não se iguala, entretanto, ao poder constituinte originário, já que é criatura deste e se acha sujeito a limitação de conteúdo e forma. A sua legitimidade é a Constituição Federal. mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br 30 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos A previsão do poder constituinte ao Estado-membro está na Constituição Federal em seu art. 25 e no art. 11 dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias. 2.4.1. Limites do poder constituinte derivado decorrente: Por ser um poder constituído cabe ao poder constituinte derivado decorrente respeitar as condições estabelecidas pelo poder constituinte originário no momento da elaboração das Constituições estaduais. A doutrina denomina normas de observância obrigatória, normas de reprodução obrigatória, normas de imitação ou normas de preordenação, aquelas que devem ser reproduzidas pelo poder constituinte derivado decorrente no momento de sua atuação. Os limites do poder constituinte derivado decorrente podem ser reunidos em três grandes grupos: Princípios constitucionais sensíveis. Princípios constitucionais extensíveis. Princípios constitucionais estabelecidos. 2.4.1.1. Princípios constitucionais sensíveis: Referem-se ao regime político, representando a essência da organização constitucional da federação brasileira. Sensíveis no sentido de que podem ser facilmente sentidos, são de fácil percepção, ou seja, eles são indubitavelmente mostrados pela Constituição (SILVA: 2010, p. 612) São sensíveis ainda pelo fato de que a reação à sua inobservância pode ser severa, implicando em uma intervenção federal. Eles estão previstos no art. 34, VII da Constituição: Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: mailto:cejurdelta@gmail.com.br http://www.cejurnorte.com.br/ https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br 31 cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. 2.4.1.2. Princípios constitucionais extensíveis: Tratam-se de normas de organização da União que se estendem, expressa ou implicitamente aos Estados (NOVELINO: 2017, p. 580): Expressos: a Constituição expressamente determina a observância. São exemplos: art. 27, §§ 1º e 2º; art. 28; art. 75 (trata do Tribunal de Contas): Art. 27 (...) § 1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas. Implícitos: Eles são estabelecidos em função do princípio da simetria ou simetria federativa. Por meio da simetria federativa, União, Estados, Distrito Federal e Municípios devem seguir o modelo traçado pela Constituição, evitando lacunas, discrepâncias e antagonismos (BULOS: 2011, p. 902). Esse princípio aparece na jurisprudência do STF de modo direito ou indireto. Exemplos: princípios básicos do processo legislativo (art. 59 e seguintes da CF); requisitos para a criação de CPIs (art. 58, § 3º da CF); princípio da separação dos poderes (CF, art. 2º). JURISPRUDÊNCIA A CB, ao conferir aos Estados-membros a capacidade de auto-organização e mailto:cejurdelta@gmail.com.br
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