Buscar

Inquérito Policial

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
Processo Penal I - CESUCA
Cristina di Gesu
digesu@tj.rs.gov.br
Facebook: Cristina di Gesu
Inquérito policial 
*
Inquérito policial
Inquérito é o ato ou efeito de inquirir, isto é, procurar informações sobre algo;
o CPP de 1941 denomina a investigação preliminar de inquérito policial em clara alusão ao órgão encarregado da atividade.
o IP é realizado pela POLÍCIA JUDICIÁRIA, que será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e de sua autoria (art. 4º do CPP);
Art. 4º. A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e de sua autoria.
*
Inquérito policial
Natureza jurídica: deve ser considerado um procedimento administrativo pré-processual;
A atividade carece do mando de autoridade jurisdicional (juiz) e por isso não pode ser considerada como atividade judicial e tampouco processual, pois não possui a estrutura dialética do processo.
Órgão encarregado
Como determina o art. 4º do CPP, o inquérito é realizado pela polícia judiciária;
*
Inquérito policial
Órgão encarregado
O inquérito não é necessariamente policial. 
O § único do art. 4º do CPP determina que a competência da polícia não exclui a de outras autoridades administrativas que tenham competência legal para investigar. 
Exs.: sindicâncias e processo administrativos contra funcionários públicos, inquérito policial militar, investigação realizada por membros do Poder Legislativo (CPIs);
Embora a polícia judiciária tenha autonomia e controle do inquérito, a adoção de medidas restritivas de direitos fundamentais depende da intervenção judicial.
*
Inquérito policial
A polícia brasileira desempenha dois papéis distintos: polícia judiciária e polícia preventiva;
A polícia judiciária está encarregada da investigação preliminar, sendo desempenhada nos Estados pela POLÍCIA CIVIL e no âmbito federal pela POLÍCIA FEDERAL;
Já o policiamento preventivo ou ostensivo é levado a cabo pelas POLÍCIAS MILITARES dos Estados;
Termo circunstanciado nos delitos de menor potencial ofensivo (art. 69 da Lei 9.099): não se trata de inquérito policial, mas de procedimento simples e célere, que nada mais é do que uma narrativa circunstanciada do ocorrido e a indicação do autor, vítima e testemunhas.
*
Inquérito policial
Ministério Público e Inquérito policial
a CF outorga diversos poderes ao MP, entre eles a titularidade exclusiva da ação penal pública (art. 129, I), exercer o controle externo da atividade policial (art. 129, VII) e também requerer diligências investigatórias e a instauração do IP (art. 129, VIII);
ademais, o § único do art. 4º do CPP dispõe que a competência da polícia judiciária para apurar as infrações penais não excluiu a de outras autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função;
por falta de uma norma que satisfatoriamente defina o chamado controle externo da atividade policial – subordinação da polícia em relação ao MP – não se pode afirmar que o MP possa assumir o mando do IP, mas sim participar ativamente, requerendo diligências e acompanhando a atividade policial;
a atuação do MP é secundária, acessória e contingente, pois o órgão encarregado de dirigir o IP é a polícia judiciária;
*
Inquérito policial
Objeto do inquérito policial
O objeto da investigação preliminar é o fato constante na notitia criminis;
Toda investigação está centrada em esclarecer, em grau de verossimilitude, o fato e a autoria;
Não é necessário que a autoria seja atribuída a uma pessoa determinada;
A atividade de identificação e individualização da participação será realizada no curso da investigação preliminar;
O inquérito não é obrigatório e poderá ser dispensado sempre que a notícia-crime dirigida ao MP disponha de suficientes elementos para a imediata propositura da ação penal;
*
Inquérito policial
Limitação temporal
Como regra, o IP deve ser concluído no prazo de 10 dias – indiciado preso – ou 30 dias no caso de imputado solto (art. 10 do CPP), o qual poderá ser prorrogado a critério do juiz competente (§ 3º);
Para a prorrogação, a lei é clara, exigindo a concorrência de dois fatores: fato de difícil elucidação + indiciado solto;
A complexidade do fato não justifica a prorrogação do IP quando o indiciado estiver preso;
Nos delitos de tráfico de entorpecentes, art. 51 da Lei 11.343, prevê que o inquérito será concluído no prazo de 30 dias se o indiciado estiver preso e de 90 dias se estiver solto, podendo ainda ser duplicados pelo juiz;
*
Inquérito policial
Análise da forma dos atos do inquérito
Art. 5o. Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I - de ofício;
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
O IP tem sua origem na noticia-crime ou mesmo nas atividades de ofício aos órgãos encarregados da segurança pública;
Formalmente, o IP inicia com um ato administrativo do delegado de polícia, determinando sua instauração através de portaria; 
*
Inquérito policial
De ofício pela própria autoridade policial
a autoridade policial, cuja jurisdição territorial ocorreu o delito que lhe compete averiguar em razão da matéria, tem o dever de agir de ofício, instaurando o IP;
Requisição do Ministério Público ou órgão jurisdicional
quando chega ao conhecimento de algum desses órgãos a prática de algum delito de ação penal pública, a autoridade deverá diligenciar para a sua apuração;
decorre do dever dos órgãos públicos de contribuir para a persecução de delitos dessa natureza.
*
Inquérito policial
Requerimento do ofendido
É uma notícia-crime qualificada, pois exige uma especial condição do sujeito (ser o ofendido);
Nas ações penais públicas incondicionadas, cabe a vítima atuar, em caso de INÉRCIA dos órgãos oficiais, da seguinte forma:
a) requerendo a abertura do IP se a autoridade policial não o instaurar de ofício;
b) exercer a ação penal privada subsidiária da pública em caso de inércia do MP.
*
Inquérito policial
Requerimento do ofendido
Segundo o § 1º do art. 5º, alíneas a, b e c, o requerimento deverá conter:
a) a narração do fato com todas as suas circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração ou os motivos de imposição de o fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão ou residência.
*
Inquérito policial
Comunicação oral ou escrita 
É a típica notícia-crime, em que qualquer pessoa, sem interesse jurídico específico, comunica à autoridade policial a ocorrência de um fato aparentemente punível;
O IP somente poderá ser formalmente instaurado se for um delito de ação penal pública e a autoridade policial VERIFICAR A PROCEDÊNCIA das informações;
*
Inquérito policial
Representação do ofendido nos delitos de ação penal pública condicionada
Sem a representação da vítima, a teor do art. 5º, § 4º, sequer poderá ser iniciado o IP nos delitos de ação penal pública condicionada;
Art. 5º, § 4º: o inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.
Em relação à ação penal, a representação é uma condição de procedibilidade;
*
Inquérito policial
Análise sistemática da representação
Sujeito: a vítima ou seu representante legal (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão);
A representação poderá ser prestada através de procurador com poderes especiais;
Menor de 18 anos – leva o fato ao conhecimento do representante, o prazo de 6 meses começa a fluir;
Se o responsável legal não representar, não poderá o menor, ao atingir a maioridade, fazer a representação, pois o direito em tela terá sido atingido pela decadência;
Se o menor não levar ao conhecimento do representante, contra
ele não fui prazo (menor) e contra o representante também não (pois não tem ciência). Quando completar a maioridade poderá representar, dentro do limite de 6 meses;
*
Inquérito policial
Objeto da representação
O objeto da representação é o fato noticiado e a respectiva autorização para que o Estado proceda contra o suposto autor;
Atos: a representação está sujeita a requisitos de ordem formal e deverá ser feita obedecendo ao:
Lugar: poderá ser oferecida ao juiz, ao órgão do MP ou à autoridade policial;
Tempo: o prazo para representar é decadencial de 6 meses, contados a partir da data em que o ofendido vier a saber quem é o autor do delito (art. 38)
por ser prazo decadencial, não pode ser interrompido ou suspenso;
realizada a representação no prazo legal, será irrelevante que a denúncia seja oferecida após 6 meses;
Direito

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando