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O que é psicose e quais as
principais características
da esquizofrenia?
5.1 DEFINIÇÃO
O termo “psicose” tem recebido, historicamente, diversas
definições diferentes, nenhuma com aceitação universal. A mais
estreita está restrita a delírios ou alucinações proeminentes, sem
crítica por parte do paciente. Ainda mais ampla é a definição que
igualmente inclui outros sintomas positivos da esquizofrenia,
como discurso desorganizado, comportamento amplamente
desorganizado ou catatônico.
De acordo com o glossário da American Psychiatric Association, o
termo “psicótico” refere-se a um amplo comprometimento do
teste da realidade.
#importante
Na psicose, é possível encontrar delírios,
alucinações e comportamento
desorganizado, podendo estar presentes
em várias condições ou patologias:
esquizofrenia, transtornos de humor
(mania ou depressão), intoxicação e
abstinência de substâncias químicas, uso
de medicamentos e delirium.
As definições dos transtornos a seguir são encontradas no
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5)
e na Classificação Internacional de Doenças (CID-11).
▶ Esquizofrenia: trata-se de uma perturbação que dura, pelo
menos, seis meses e inclui, no mínimo, um mês de sintomas da
fase ativa; isto é, apresenta dois ou mais sinais, como delírios,
alucinações, discurso desorganizado, comportamento
amplamente desorganizado ou catatônico e sintomas negativos.
▶ Transtorno esquizofreniforme: caracteriza-se por quadro
sintomático equivalente ao da esquizofrenia, exceto por sua
duração — ou seja, a perturbação dura de um a seis meses — e
ausência da exigência de declínio no funcionamento.
▶ Transtorno esquizoafetivo: trata-se de uma perturbação em que
episódio de humor e sintomas da fase ativa da esquizofrenia
ocorrem juntos e foram precedidos ou seguidos por, pelo menos,
duas semanas de delírios ou alucinações sem sintomas
proeminentes de humor.
▶ Transtorno delirante: caracteriza-se por, pelo menos, um mês de
delírios não bizarros sem outros sintomas da fase ativa da
esquizofrenia.
▶ Transtorno psicótico breve: trata-se de uma perturbação
psicótica com duração maior que um dia e remissão em um mês.
▶ Transtorno psicótico compartilhado: trata-se de uma
perturbação que se desenvolve em indivíduo influenciado por
outra pessoa com delírio estabelecido de conteúdo similar.
▶ Transtorno psicótico devido a uma condição médica geral: os
sintomas psicóticos são considerados consequência fisiológica
direta de uma condição médica geral.
▶ Transtorno psicótico induzido por substância: os sintomas
psicóticos são considerados consequência fisiológica direta de
droga de abuso, medicamento ou exposição à toxina.
▶ Transtorno psicótico sem outra especificação: está incluído na
classificação de quadros psicóticos que não se encaixam nos
critérios dos transtornos psicóticos específicos mencionados
anteriormente, ou de sintomatologia psicótica acerca da qual
existem informações inadequadas ou contraditórias.
5.2 ESQUIZOFRENIA
5.2.1 Características gerais
Os transtornos esquizofrênicos caracterizam-se, em geral, por
distorções fundamentais de características do pensamento e da
percepção e por afetos inapropriados ou embotados.
Usualmente, mantêm-se claras a consciência e a capacidade
intelectual, embora certos déficits cognitivos possam evoluir no
curso do tempo.
A evolução dos transtornos esquizofrênicos pode ser contínua,
episódica com déficit progressivo ou estável, ou comportar um ou
vários episódios seguidos de remissão completa ou incompleta.
Não se deve fazer diagnóstico de esquizofrenia quando o quadro
clínico comporta sintomas depressivos ou maníacos no primeiro
plano, a menos que se possa estabelecer, sem equívoco, que a
ocorrência dos sintomas esquizofrênicos tenha sido anterior à
dos transtornos afetivos. Além disso, não se deve fazer o mesmo
diagnóstico quando se manifestam doença cerebral, abstinência
de droga ou intoxicação por ela. A esquizofrenia é uma doença
caracterizada por desorganização de diversos processos mentais.
Culturalmente, o esquizofrênico representa o estereótipo do
“louco”, um indivíduo que produz grande estranheza social em
razão do seu desprezo para com a realidade reconhecida.
#importante
Os transtornos esquizofrênicos não
podem ser diagnosticados durante
doença cerebral, abstinência,
intoxicações ou outros transtornos que
possam alterar o paciente.
5.2.2 Histórico
Em 1896, Emil Kraepelin cunhou o termo “dementia praecox”
para uma doença que tendia a começar relativamente cedo e
produzir prejuízo claro e persistente em aspectos das funções
cognitivas e comportamentais. No início, ele considerava a
doença com curso crônico e prognóstico ruim, porém, no
decorrer de sua vida profissional, acompanhou grande amostra
de pacientes e observou que 12,5% se recuperaram.
Em 1908, Eugen Bleuler modificou o termo para esquizofrenia (do
grego schizo, cindido/dividido; e phrén, mente), para ele, o sintoma
mais importante era a fragmentação na formulação e na
expressão do pensamento — o “afrouxamento de associações”.
Identificou os “As” bleulerianos: Associações (dissociações) no
processo do pensamento; Ambivalência; Autismo; Afeto
embotado; Avolição e Atenção prejudicadas. Kurt Schneider,
interessado em identificar sintomas patognomônicos, como
Bleuler, estabeleceu uma hierarquia de sintomas para o
diagnóstico da esquizofrenia, de acordo com sua importância.
Tais concepções influenciaram as classificações e os critérios
atuais, como o DSM-5 e a CID-11.
A hierarquia é dividida em sintomas de primeira e segunda ordem.
Os de primeira ordem não são obrigatórios para o diagnóstico de
esquizofrenia.
▶ Primeira ordem: percepção delirante, alucinações auditivas
(vozes que fazem comentários e/ou que dialogam entre si),
sonorização do pensamento, roubo do pensamento, vivências de
influência sobre o pensamento, difusão do pensamento e eco do
pensamento;
▶ Segunda ordem: intuição delirante, perplexidade, humor
depressivo ou exaltado e vivência de empobrecimento afetivo.
5.2.3 Prevalência
Cerca de 1% da população é acometida pela doença, geralmente
iniciada antes dos 25 anos, sem predileção por qualquer camada
sociocultural. O diagnóstico baseia-se, exclusivamente, na
história psiquiátrica e no exame do estado mental. É
extremamente raro o aparecimento de esquizofrenia antes dos 10
ou após os 50 anos, e parece não haver nenhuma diferença na
prevalência entre homens e mulheres.
5.2.4 Curso
A idade média de início do primeiro episódio psicótico de
esquizofrenia situa-se na primeira metade da casa dos 20 anos
para homens e no final da casa dos 20 para as mulheres. O início
pode ser abrupto ou insidioso, mas a maioria apresenta algum
tipo de fase prodrômica, manifestada pelo desenvolvimento lento
e gradual de uma variedade de sinais e sintomas — retraimento
social, perda do interesse pela escola ou pelo trabalho,
deterioração da higiene e dos cuidados pessoais, comportamento
incomum e ataques de raiva. Os membros da família podem
encontrar dificuldades para interpretar tal comportamento,
presumindo que a pessoa está “passando por uma fase”. Por fim,
o aparecimento de alguns sintomas da fase ativa marca a
perturbação como esquizofrenia.
A idade de início pode ter importância tanto fisiopatológica
quanto prognóstica. Os indivíduos com início precoce são, mais
frequentemente, do sexo masculino e têm ajustamento pré-
mórbido mais fraco, aquisição educacional inferior, mais
evidências de anormalidades estruturais do cérebro, sinais e
sintomas negativos mais proeminentes, mais evidências de
prejuízo cognitivo — avaliados com testes neuropsicológicos — e
pior prognóstico. Inversamente, os indivíduos com início mais
tardio são, com frequência, do sexo feminino, têm menos
evidências de anormalidades estruturais do cérebro ou prejuízo
cognitivo e apresentam melhor prognóstico.
A maioria dos estudos sobre curso e resultado da esquizofrenia
sugere que o desenvolvimento seja variável. Alguns indivíduos
apresentam exacerbações e remissões, enquanto outros
permanecemcronicamente doentes. A variabilidade na definição
e na determinação impossibilita a previsão acurada do resultado
da esquizofrenia em longo prazo. A remissão completa, isto é,
retorno ao pleno funcionamento pré-mórbido, provavelmente,
não é comum. Daqueles que continuam enfermos, alguns
parecem ter curso razoavelmente estável, ao passo que outros
apresentam piora progressiva associada à incapacitação severa.
Logo no início da doença, os sintomas negativos podem ser
proeminentes, aparecendo, primariamente, como aspectos
prodrômicos.
Posteriormente, surgem os sintomas positivos. Uma vez que são
particularmente suscetíveis ao tratamento, na maioria diminuem,
mas, em muitos indivíduos, os sintomas negativos persistem
entre os episódios de sintomas positivos. Há um grupo de fatores
associados a um melhor prognóstico: bom ajustamento pré-
mórbido, início agudo, idade mais tardia de aparecimento, eventos
estressores, perturbação do humor associada, breve duração dos
sintomas da fase ativa, bom funcionamento entre os episódios,
mínimos sintomas residuais, ausência de anormalidades na
estrutura cerebral, funcionamento neurológico normal, história
familiar de transtorno do humor e ausência de história familiar de
esquizofrenia.
5.2.5 Padrão genético
O DSM-5 aponta que existe forte contribuição dos fatores
genéticos na determinação do risco para esquizofrenia, embora a
maioria dos indivíduos com diagnóstico do transtorno não tenha
história familiar de psicose. Essa tendência é atribuída a um
espectro de alelos de risco, que são associados a outros
transtornos mentais, incluindo transtorno bipolar, depressão e
transtorno do espectro autista. Os parentes biológicos em
primeiro grau de indivíduos com esquizofrenia estão em risco 10
vezes maior para a doença do que a população geral.
As taxas de concordância para esquizofrenia são maiores em
gêmeos monozigóticos do que em gêmeos dizigóticos. Adoções
têm mostrado que os parentes biológicos de indivíduos com
esquizofrenia têm risco substancialmente aumentado para a
doença, enquanto os parentes adotivos não apresentam aumento
no risco. Embora muitas evidências sugiram a importância de
fatores genéticos na etiologia da esquizofrenia, a existência de
uma taxa substancial de discordância em gêmeos monozigóticos
também indica a importância de fatores ambientais.
5.2.6 Diagnóstico
Os sintomas característicos da esquizofrenia podem ser
agrupados, genericamente, em dois tipos: positivos e negativos.
Os positivos são os mais floridos e exuberantes; os negativos são,
em maior parte, os déficits, mostrados a seguir:
▶ Positivos:
▷▷ Alucinações: mais comuns auditivas e visuais e, menos
comuns, táteis e olfativas;
▷▷ Delírios: persecutórios, de grandeza, de ciúmes, somáticos,
místicos, fantásticos;
▷▷ Perturbações da forma e do curso do pensamento:
incoerência, prolixidade, desagregação;
▷▷ Comportamento desorganizado, bizarro;
▷▷ Agitação psicomotora;
▷▷ Negligência dos cuidados pessoais.
▶ Negativos:
▷▷ Pobreza do conteúdo do pensamento e da fala;
▷▷ Embotamento ou rigidez afetiva;
▷▷ Prejuízo do pragmatismo;
▷▷ Incapacidade de sentir emoções e sentir prazer;
▷▷ Isolamento social;
▷▷ Diminuição de iniciativa e da vontade.
Alguns sintomas, embora não sejam específicos da esquizofrenia,
são de grande valor para o diagnóstico, como os seguintes:
▶ Audição dos próprios pensamentos — sob a forma de vozes;
▶ Alucinações auditivas que comentam o comportamento do
paciente;
▶ Alucinações somáticas;
▶ Sensação de ter os próprios pensamentos controlados;
▶ Irradiação desses pensamentos;
▶ Sensação de ter as ações controladas e influenciadas por algo
exterior.
Os sintomas positivos da esquizofrenia são mais facilmente
revertidos com medicação, enquanto os negativos tendem a ser
mais refratários.
Habitualmente, o surgimento da esquizofrenia é notado quando a
família e os amigos observam que a pessoa mudou de
comportamento. Ela passa a ter mau rendimento em áreas
significativas da vida cotidiana, como na escola, no trabalho ou
nas relações sociais e familiares. Comumente, há notável falta de
interesse por cuidados pessoais.
São sentimentos experimentados pelos próprios pacientes:
▶ Perplexidade: no começo da doença, relatam sentimento de
estranheza sobre a experiência, alguma confusão sobre de onde
vêm os sintomas — normalmente, alucinações — e se perguntam
por que sua experiência diária tem mudado tanto;
▶ Isolamento: o esquizofrênico experimenta sensação intensa de
ser diferente dos demais e de estar separado de outras pessoas.
O isolamento social e a evitação de contatos tornam-se
evidentes;
▶ Ansiedade e medo: na maior parte, a experiência cotidiana é
invadida por sensação geral de mal-estar e ansiedade.
Evidenciam-se os períodos de terror intenso, causados por um
mundo dentro do qual tudo parece perigoso e incontrolável,
normalmente atribuído às origens externas e mágicas.
5.2.7 Critérios diagnósticos – DSM-5
5.2.7.1 Sintomas característicos
Dois ou mais dos seguintes, cada qual presente por uma porção
significativa de tempo durante o período de um mês, ou menos,
se tratados com sucesso:
▶ Delírios;
▶ Alucinações;
▶ Discurso desorganizado — frequente descarrilamento ou
incoerência;
▶ Comportamento amplamente desorganizado ou catatônico;
▶ Sintomas negativos, como embotamento afetivo, alogia ou
avolição.
Caso os delírios sejam bizarros ou as alucinações consistam em
vozes que comentam o comportamento ou os pensamentos da
pessoa, ou duas ou mais vozes conversando entre elas, apenas
um dos sintomas descritos é necessário para o diagnóstico de
esquizofrenia.
5.2.7.2 Disfunção social/ocupacional
Por uma porção significativa do tempo, desde o início da
perturbação, uma ou mais áreas importantes do funcionamento,
como trabalho, relações interpessoais ou cuidados pessoais,
estão acentuadamente abaixo do nível alcançado antes do início
— ou, quando o início se dá na infância ou na adolescência,
fracasso em atingir o nível esperado de aquisição interpessoal,
acadêmica ou ocupacional.
5.2.7.3 Duração
Sinais contínuos da perturbação persistem por, pelo menos, seis
meses, período que deve incluir, no mínimo, um mês de sintomas
ou menos, se tratados com sucesso, que satisfaçam os sintomas
da fase ativa, e podendo incluir períodos de sintomas
prodrômicos ou residuais. Durante esses períodos, os sinais da
perturbação podem ser manifestados apenas por sintomas
negativos ou por dois ou mais sintomas característicos presentes
de forma atenuada — crenças estranhas, experiências
perceptuais incomuns.
5.2.7.4 Exclusão de transtorno esquizoafetivo e transtorno do
humor
O transtorno esquizoafetivo e o transtorno do humor, com
aspectos psicóticos, são descartados quando nenhum episódio
depressivo maior, maníaco ou misto ocorre concomitantemente
aos sintomas da fase ativa; se os episódios de humor ocorreram
durante os sintomas da fase ativa ou se sua duração total foi
breve em relação à dos períodos ativo e residual.
5.2.7.5 Exclusão de substância e condição médica geral
Quando a perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos
de uma substância — droga de abuso, medicamento — ou à
condição médica geral.
5.2.7.6 Relação com transtorno invasivo do desenvolvimento
Se há história de transtorno autista ou outro transtorno invasivo
do desenvolvimento, o diagnóstico adicional de esquizofrenia é
feito apenas se delírios ou alucinações proeminentes também
estão presentes por, pelo menos, um mês, ou menos, se tratados
com sucesso.
5.2.8 Achados laboratoriais
Não foram identificados achados laboratoriais diagnósticos de
esquizofrenia. Entretanto, uma variedade de achados
laboratoriais anormais foi encontrada em grupos de indivíduos
com esquizofrenia, em comparação com os controles.
Anormalidades estruturais do cérebro mais comuns incluem
aumento do sistema ventricular e sulcos proeminentes no córtex.
Diversas outras anormalidades também foram notadas com o uso
de técnicas de imagens mais apuradas — tamanhos temporal e
hipocampal diminuídos, aumentono tamanho dos gânglios basais,
diminuição do tamanho do cérebro. Técnicas de imagens
funcionais indicam que alguns indivíduos podem ter fluxo
sanguíneo cerebral ou utilização de glicose anormais em regiões
cerebrais específicas — córtex pré-frontal.
Avaliações neuropsicológicas podem mostrar ampla faixa de
disfunções — dificuldade para mudar o conjunto de respostas,
focalizar a atenção, formular conceitos abstratos. Achados
neurofisiológicos incluem lentidão nos tempos de reação,
anormalidades no acompanhamento visual ou prejuízos nas
comportas sensoriais.
Achados laboratoriais anormais podem, também, ser notados
como complicação da esquizofrenia ou do seu tratamento. Alguns
indivíduos bebem quantidades excessivas de líquidos —
“intoxicação hídrica” — e desenvolvem anormalidades na
densidade específica da urina ou desequilíbrios eletrolíticos.
Elevação da creatinofosfoquinase pode resultar da síndrome
neuroléptica maligna.
5.3 TRANSTORNO DELIRANTE
A característica essencial do transtorno delirante é a presença de
um ou mais delírios não bizarros que persistem por, pelo menos,
um mês. Exceto pelo impacto direto dos delírios, o funcionamento
psicossocial não é acentuadamente prejudicado, e o
comportamento não é de modo evidente estranho ou bizarro. Se
episódios de humor ocorrem concomitantemente com os delírios,
sua duração total é breve, comparada com a duração total dos
períodos delirantes. Os delírios não se devem aos efeitos
fisiológicos diretos de uma substância, como cocaína, ou
condição médica geral, como doença de Alzheimer ou lúpus
eritematoso sistêmico.
Embora seja importante determinar se os delírios são bizarros
para a distinção entre transtorno delirante e esquizofrenia, esse
caráter pode ser difícil de ser julgado, especialmente entre
diferentes culturas. Os delírios são considerados bizarros quando
claramente implausíveis, incompreensíveis e não extraídos de
experiências comuns da vida — a crença de um indivíduo de que
um estranho retirou seus órgãos internos e os substituiu pelos de
outra pessoa sem deixar quaisquer cicatrizes ou ferimentos. Em
comparação, os delírios não bizarros envolvem situações que
poderiam concebivelmente ocorrer — ser seguido, envenenado,
infectado, traído pelo cônjuge.
O funcionamento psicossocial é variável. Alguns indivíduos
podem parecer relativamente reservados em seus papéis
interpessoais e ocupacionais. Em outros, o prejuízo pode ser
substancial e incluir baixo ou nenhum funcionamento ocupacional
e isolamento social. Quando presente no transtorno delirante, um
fraco funcionamento psicossocial decorre diretamente das
próprias crenças delirantes. Por exemplo, um indivíduo
convencido de que será assassinado por criminosos pode
abandonar seu emprego e recusar-se a sair de casa. Esse
comportamento é uma tentativa compreensível de evitar ser
identificado e morto por seus supostos assassinos.
Em comparação, o fraco funcionamento na esquizofrenia pode
ser atribuído aos sintomas tanto positivos quanto negativos,
particularmente, avolição. De modo similar, uma característica
comum a indivíduos com transtorno delirante é a aparente
normalidade de seu comportamento e aparência quando suas
ideias delirantes não estão sendo questionadas ou postas em
prática.
Em geral, os funcionamentos social e conjugal estão mais
propensos a sofrer prejuízos do que os funcionamentos
intelectual e ocupacional.
5.3.1 Critérios diagnósticos – DSM-5
Os critérios diagnósticos são os seguintes:
▶ Delírios não bizarros, isto é, envolvendo situações que ocorrem
na realidade, como ser seguido, envenenado, infectado, amado a
distância, traído por cônjuge ou parceiro romântico ou ter uma
doença, com duração mínima de um mês;
▶ Os critérios para esquizofrenia jamais foram satisfeitos;
▶ Exceto pelo impacto do(s) delírio(s) ou de suas ramificações, o
funcionamento não está bastante prejudicado, e o
comportamento não é visivelmente esquisito ou bizarro;
▶ Se episódios de humor aconteceram durante os delírios, sua
duração total foi breve em relação à dos períodos delirantes;
▶ A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos de
uma substância — droga de abuso, medicamento — ou de
condição médica geral.
Alucinações táteis e olfativas podem estar presentes no
transtorno delirante, se relacionadas ao tema dos delírios.
5.3.2 Tipos
Os tipos seguintes são atribuídos com base no tema
predominante do(s) delírio(s):
▶ Erotomaníaco: delírios de que outra pessoa, geralmente de
situação mais elevada, está apaixonada pelo indivíduo;
▶ Grandioso: delírios de grande valor, poder, conhecimento,
identidade ou de relação especial com uma divindade ou pessoa
famosa;
▶ Ciumento: delírios de que o parceiro sexual é infiel;
▶ Persecutório: delírios de que o indivíduo, ou alguém próximo a
ele, está sendo, de algum modo, maldosamente tratado;
▶ Somático: delírios de que tem algum defeito físico ou condição
médica geral;
▶ Misto: delírios característicos de mais de um dos tipos
anteriores, sem predomínio de nenhum deles;
▶ Não especificado.
5.4 TRANSTORNO PSICÓTICO BREVE
A característica essencial do transtorno psicótico breve é uma
perturbação que envolve o início súbito de, pelo menos, um dos
sintomas psicóticos positivos.
Um episódio de perturbação dura, no mínimo, um dia e, no
máximo, um mês, e o doente tem pleno retorno ao nível pré-
mórbido de funcionamento.
A perturbação não é mais bem explicada pela definição de
transtorno do humor com aspectos psicóticos ou transtorno
esquizoafetivo ou esquizofrenia, nem é atribuída aos efeitos
fisiológicos diretos de uma substância — alucinógeno — ou
condição médica geral — hematoma subdural.
5.4.1 Critérios diagnósticos – DSM-5
Presença de um ou mais dos seguintes sintomas:
▶ Delírios;
▶ Alucinações;
▶ Discurso desorganizado — descarrilamento ou incoerência
frequentes;
▶ Comportamento amplamente desorganizado ou catatônico.
Não incluir sintoma que seja padrão de resposta culturalmente
sancionado no diagnóstico de transtorno psicótico breve.
5.4.2 Especificação
▶ Com estressor(es) acentuado(s) – psicose reativa breve: se os
sintomas ocorrem logo após e aparentemente em resposta a
eventos que, em particular ou em conjunto, seriam estressantes
demais para qualquer pessoa em circunstâncias similares na
cultura do indivíduo;
▶ Sem estressor(es) acentuado(s): se os sintomas psicóticos não
ocorrem logo após ou aparentemente não consistem em
O que é psicose e quais as
principais características
da esquizofrenia?
Psicose é a quebra de contato com a realidade, com o
paciente apresentando sintomas como delírios
(alteração do pensamento), alucinações (alteração de
um dos cinco sentidos) e comportamento
desorganizado. A psicose pode estar presente em
várias condições ou patologias: esquizofrenia,
transtornos de humor (mania ou depressão),
intoxicação e abstinência de substâncias químicas, uso
de medicamentos e delirium.
A esquizofrenia é uma patologia diagnosticada quando
dois ou mais dos seguintes sintomas ocorrem durante o
respostas a eventos que, em particular ou em conjunto, seriam
estressantes demais para qualquer pessoa em circunstâncias
similares na cultura do indivíduo;
▶ Com início no pós-parto: se o início ocorre em quatro semanas
pós-parto.
5.5 TRATAMENTO DOS TRANSTORNOS
PSICÓTICOS
O tratamento consiste no uso de antipsicóticos em monoterapia
ou associação, psicoterapia e internação, se necessário.
período de um mês: delírios, alucinações,
desorganização do discurso, comportamento
desorganizado ou catatônico e sintomas negativos —
embotamento afetivo, alogia e avolição. Sinais
contínuos da perturbação persistem por, pelo menos,
seis meses, período que deve incluir, no mínimo, um
mês de sintomas, ou menos, se tratados com sucesso,
que satisfaçam os sintomas da fase ativa, podendo
incluir períodos de sintomas prodrômicos ou residuais.
Associação Médica do Rio Grande do Sul - Processo
Seletivo Unificado
O processo seletivo da AMRIGS-PSU é uma avaliação com
questões mais diretas e objetivas de múltipla escolha,que
abordam casos clínicos, o uso de imagens, achados de exames,
hipóteses diagnósticas e questionamento de tratamentos.
Há temas mais recorrentes e que merecem atenção. Em Clínica
Médica são cobradas: Psiquiatria — psicofarmacologia e outros
tratamentos em Psiquiatria; Infectologia — tipos de infecções;
Cardiologia — temas relacionados a hipertensão arterial
sistêmica. Cirurgia Geral tem foco em hérnias de parede
abdominal, abdome agudo, tratamento cirúrgico da obesidade e
cirurgia metabólica.
Em Ginecologia, preste atenção em anticoncepção, HPV e
neoplasias intraepiteliais cervicais, patologias neoplásicas e
câncer de endométrio. Em Pediatria são relevantes Neonatologia,
aleitamento materno e desenvolvimento. Por fim, Saúde Coletiva
cobra estudos epidemiológicos, Medicina de Família e
Comunidade e análise de métodos diagnósticos.
AMRIGS-PSU | 2021
Usuários com doenças psiquiátricas crônicas e refratárias
deveriam ser direcionados, para acompanhamento, aos Centros
de Atenção Psicossocial (CAPS), reservando os demais casos
para os níveis de Atenção Primária e Secundária. Muitos desses
usuários dos CAPS apresentam diagnóstico de Esquizofrenia.
Dentre os psicofármacos listados a seguir, assinale o mais eficaz
para pacientes com esse diagnóstico e que não responderam aos
fármacos habituais.
a) haloperidol
b) clorpromazina
c) quetiapina
d) clozapina
Gabarito: d
Comentários:
a) Veja o comentário geral na alternativa correta.
b) Veja o comentário geral na alternativa correta.
c) Veja o comentário geral na alternativa correta.
d) A clozapina é um antipsicótico de segunda geração com maior
eficácia nos quadros psicóticos, como a esquizofrenia. Entretanto,
apresenta efeitos colaterais importantes, entre eles o risco de
agranulocitose, que requer monitoramento com hemogramas
semanais por pelo menos 18 semanas e, após, hemogramas
mensais enquanto durar o uso da clozapina. Por conta desses
efeitos, é um psicofármaco que está restrito ao uso após
refratariedade aos antipsicóticos habituais, sendo o fármaco de
escolha na esquizofrenia refratária.
	5.1 DEFINIÇÃO
	5.2 ESQUIZOFRENIA
	5.3 TRANSTORNO DELIRANTE
	5.4 TRANSTORNO PSICÓTICO BREVE
	5.5 TRATAMENTO DOS TRANSTORNOS PSICÓTICOS
	DE OLHO NA PROVA

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