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Tráfego intenso
As linhas em tons mais 
claros representam voos 
curtos, e as azuis, rotas mais 
longas. As áreas com maior 
concentração de pontos 
luminosos — costa leste 
dos Estados Unidos, Europa 
e leste da Ásia — têm mais 
intensidade de fluxos aéreos, 
de curta ou longa distância. 
Movimento reduzido
As regiões com pouca 
concentração de linhas e 
pontos luminosos possuem 
rotas e fluxos menos intensos. 
Embora essas áreas não 
estejam necessariamente fora 
do circuito da globalização, 
estão inseridas de modo 
secundário, geralmente como 
fornecedoras de matéria-prima.
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 B
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FF
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Os voos mais longos do mundo
Com o avanço tecnológico, os aviões adquiriram autonomia para voar rotas mais longas, 
sem pausas para manutenção ou abastecimento. 
Dubai (Emirados Árabes Unidos) Cidade do Panamá (Panamá)
Dubai (Emirados Árabes Unidos) Sidnei (Austrália)
Johanesburgo (África do Sul) Atlanta (Estados Unidos)
Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos) Los Angeles (Estados Unidos) 
13.821 km 17h35min
13.804 km 16h35min
13.582 km 16h55min
13.420 km 16h30min
Transporte de carga e passageiro
A quantidade de viajantes no mundo passou 
de 1,2 bilhão em 2005 para 1,9 bilhão em 2015, 
o que representa um aumento de mais de 50%.
No mesmo período, o transporte de mercadorias 
nos 30 maiores aeroportos de carga do mundo 
passou de 33 milhões de toneladas para 44 milhões 
de toneladas. Embora a maior parte do transporte 
de mercadorias seja feita por via marítima, o número 
indica aumento expressivo das trocas comerciais.
EXPEDIÇÃO
Nesta Expedição, você 
aprenderá a ler e a 
interpretar mapas, 
condição importante 
para estudar Geografia, 
considerando que essa 
é a ciência que estuda o 
espaço terrestre em seus 
aspectos físicos e humanos 
ou sociais. Aprenderá 
também a trabalhar 
com dados numéricos 
utilizando gráficos.
Orientação 
e localização no 
espaço geográfico
A comunicação nunca foi
tão fácil no mundo. Uma
informação gerada em um
ponto do planeta pode ser
transmitida, em instantes,
por texto, som ou imagem
para qualquer lugar.
No passado, deslocar-se
de um país a outro levava
meses; hoje, faz-se em
horas. Nesta Expedição,
você vai descobrir como esse
mundo “global e conectado”
vem sendo construído,
as consequências desse
processo e por que é tão
importante compreendê-lo.
Orientação Orientação 
espaço geográficoespaço geográficoespaço geográficoespaço geográficoespaço geográfico
Orientação Orientação 
e localização no 
espaço geográfico
e localização no e localização no e localização no 
espaço geográficoespaço geográfico
e localização no e localização no 
espaço geográficoespaço geográfico
Mundo global:
origens e desafios
pontos luminosos possuem 
rotas e fluxos menos intensos. 
EXPEDIÇÃO
2
4848
1. As aeronaves tornaram-se mais velozes e eficientes, aumentaram a 
capacidade de carga e ampliaram a autonomia para fazer longas viagens 
sem paradas para reabastecimento ou manutenção.
2. Não. As áreas mais claras da imagem indicam maior intensidade de 
fluxos aéreos, e as áreas mais escuras nos continentes mostram regiões 
menos integradas por conexões aéreas com outras regiões.
PDF-048-079-EG8-U02-M.indd 48 01/06/16 00:33
Ocupação litorânea
Na imagem, os contornos 
continentais não estão 
desenhados. No entanto, muitas 
linhas aéreas coincidem com 
os limites entre continentes 
e oceanos. Isso indica que, 
mesmo após séculos de 
interiorização da ocupação, as 
áreas mais densamente habitadas 
permanecem predominantemente 
próximas ao litoral. 
Fontes: ACI. Airport Statistics and Data Centre. Disponível em: ; OpenFlights. Disponível em: ; BBC BRASIL. 
As dez rotas de avião mais longas do mundo. Disponível em: . Acessos em: 9 maio 2016.
Verifique sua bagagem
1. Como os avanços tecnológicos contribuíram para o aumento dos 
fluxos de transporte aéreo nas últimas décadas?
2. Os países e as regiões do mundo estão integrados igualmente 
pelas rotas de transporte aéreo? Explique com base na imagem.
Um dos efeitos mais notáveis da globalização é a intensificação dos 
fluxos aéreos. A imagem a seguir é resultado de um levantamento de 
dados de mais de 58 mil rotas comerciais de tráfego aéreo no planeta,
em 2013, e revela informações sobre a aviação civil no mundo.
Um dos efeitos mais notáveis da globalização é a intensificação dos 
Fluxos de transporte aéreo
desenhados. No entanto, muitas 
linhas aéreas coincidem com 
interiorização da ocupação, as 
áreas mais densamente habitadas 
permanecem predominantemente 
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4949
Origens e bases
do mundo global
A economia global
Globalização e meio
ambiente
Crises e desigualdades
no mundo global
5 5
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 8
PERCURSOS
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PERCURSO
5 Origens e bases 
do mundo global
Figura 1. Com o avanço das 
tecnologias de comunicação, 
pessoas de diferentes culturas 
e países distantes podem 
compartilhar informações 
e hábitos de consumo 
instantaneamente. Nas fotos, 
jovens nos Estados Unidos 
(foto A) e na China (foto B) 
usam fantasias inspiradas 
nos personagens do filme 
estadunidense Avatar (2010).
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 Nunca estivemos tão próximos
Há um século, meios de comunicação como o rádio e o telefone ti-
nham acabado de ser inventados e um número reduzido de pessoas 
podia obtê-los. Além disso, o acesso à informação era mais restrito. 
Hoje, o acesso aos meios de comunicação se ampliou e é possível obter, 
em “tempo real” — por meio dos noticiários televisivos, da internet e 
da telefonia móvel —, informações sobre fatos, pessoas e paisagens de 
diferentes pontos do planeta. 
Com isso, hábitos de consumo, como a preferência por 
determinadas formas de se vestir, filmes e músicas, podem ser 
compartilhados diariamente, a todo instante, por pessoas 
de diversas culturas e países (figura 1). Esses exemplos aju-
dam a entender as expressões mundo global e globalização.
Ambas transmitem a ideia de que vivemos um momento mar-
cado pela intensificação das relações sociais mundiais, em fun-
ção de diversos fatores tecnológicos que afetam a economia 
do planeta, bem como a política e as sociedades.
A globalização, porém, não é algo recente. Está em curso 
há mais de cinco séculos. Dessa maneira, o que hoje chama-
mos de globalização é apenas uma etapa específica e avan-
çada de um processo antigo. 
1 
50 EXPEDIÇÃO 2
PDF-048-079-EG8-U02-M.indd 50 01/06/16 00:33
 Como tudo começou: 
as economias-mundo
Até o século XV, o meio natural e as limitações tecnológicas dificulta-
vam as relações econômicas e culturais entre povos de diferentes conti-
nentes e entre populações de uma mesma região. 
Cadeias montanhosas, cordilheiras e vastas superfícies de água di-
ficultavam as viagens e as comunicações, e, embora o comércio de 
longa distância ocorresse, era realizado em ritmo muito mais lento se 
comparado aos padrões atuais. Dessa maneira, o isolamento e a au-
tossuficiência econômica eram condições comuns à maioria dos po-
vos: muitas vezes, as pessoas nasciam, viviam e morriam sem saber 
da existência de outros povos e culturas diferentes da sua ou acaba-
vam tomando conhecimento deles apenas por meio de lendas e rela-
tos de viajantes. 
Assim, até o século XV, a Terra abrigava cinco economias-mundo, ou 
seja, cinco grandes regiões do planeta economicamente autônomas, 
capazes de garantir o abastecimento das próprias populações. Se-
gundo o historiador Fernand Braudel, essas cinco regiões eram: 
Europa, China, Índia, a África árabe e a América, ocupada por civilizações 
pré-colombianas. Desenvolviam-se, em grande parte, separadas entre 
si, embora nos limitesgrande desafio ambiental a ser 
enfrentado pela humanidade, não importando a origem geográfica e cul-
tural das pessoas.
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna, 
2013. p. 31.
2.800 km
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CÍRCULO POLAR ÁRTICOCÍRCULO POLAR ÁRTICO
0º
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ATLÂNTICO
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TRÓPICO DE CÂNCER
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TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO
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1.500
500
250
Emissões de CO2
(milhões de toneladas)
 
Parte do total mundial (%)
Menos de 0,20
De 0,20 a 0,50
De 0,51 a 1,60
De 1,61 a 5,40
De 17,0 e 22,0
ESTADOS
UNIDOS
5.461
CHINA 7.032
CANADÁ
BRASIL
ESP
ALEMANHA
POLÔNIA
UCRÂNIA
ITÁLIA
ARS
ÁFRICA DO SUL
RÚSSIA
ÍNDIA
JAPÃO
MALÁSIA
INDONÉSIA
AUSTRÁLIA
RUN
FRA
COS
Combustíveis fósseis 
Nome que se dá aos 
combustíveis originários 
da transformação lenta 
de fósseis animais e 
vegetais soterrados no 
fundo de mares no passado 
geológico, como petróleo, 
carvão e gás natural.
Navegar é preciso
Greenpeace – 
Aquecimento Global
Nessa cartilha, você vai 
descobrir quais são os 
impactos do aquecimento 
global no Brasil e as 
propostas sobre como 
contribuir para a redução 
desse fenômeno. 
73PERCURSO 8
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Figura 24. Mundo: matriz energética – 2014 
 Energia e meio ambiente
Cerca de 86% da matriz de energia global, ou seja, da fonte geradora 
de energia, têm origem em combustíveis fósseis (figura 24), cuja quei-
ma é responsável pela emissão de gases que poluem o planeta e afetam 
o clima global. 
2 
Cientistas afirmam que os padrões de produção e consumo que têm 
sua fonte nos combustíveis fósseis tornam inviável o desenvolvimen-
to econômico compatível com a conservação do meio ambiente, ou seja, 
sua utilização não permite um desenvolvimento sustentável. 
Diante desse quadro, existem pesquisas que buscam fontes re-
nováveis de energia que possam suprir o consumo de residências, 
empresas e veículos. Ao mesmo tempo, a Agência Internacional de 
Energia (AIE) e vários governos procuram estimular a maior par-
ticipação das energias de fontes renováveis na matriz energética 
mundial — entre elas a da biomassa (produzida de produtos vege-
tais, como cana-de-açúcar, milho e palma, e, ainda, de excrementos 
animais), a hidrelétrica, a eólica, a geotérmica, a solar e a energia 
dos oceanos —, bem menos nocivas à natureza que a queima de 
combustíveis fósseis.
Atualmente, as energias de fontes renováveis suprem somente cer-
ca de 13% do consumo energético mundial. Isso se deve, em grande par-
te, aos custos elevados dessas tecnologias. As tentativas de redução de 
custos e de ampliação do uso desse tipo de energia são mais um desafio 
no século XXI para todos os países, a fim de minimizar os impactos am-
bientais e melhorar a vida no planeta.
Qual das fontes geradoras de energia, 
a de combustíveis fósseis ou as 
renováveis, é a mais utilizada?
Fonte: elaborado com base em BP. Statistical Review of World Energy June 2015. p. 41. 
Disponível em: . 
Acesso em: 2 out. 2015.
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Petróleo
Carvão
Gás natural
Hidrelétrica
Nuclear
Renováveis 
(biomassa, solar, 
eólica etc.)
32,6%
30,0%
23,7%
6,8%
4,4% 2,5%
Biomassa 
Qualquer matéria de 
origem vegetal ou animal 
destinada à produção de 
energia.
Energia geotérmica 
Energia obtida do 
aproveitamento do calor 
proveniente do interior 
do planeta.
Navegar é preciso
WWF Brasil – Jogo: 
Casa eficiente
Neste jogo você vai visitar 
uma casa com hábitos não 
adequados à economia de 
água e energia. O desafio 
é encontrar maneiras de 
diminuir o desperdício. 
Digite “casa eficiente” no 
campo de busca da página 
da WWF, encontre o jogo 
e divirta-se.
74 EXPEDIÇÃO 2
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As de combustíveis fósseis, com 86,3%.
PDF-048-079-EG8-U02-M.indd 74 01/06/16 00:34
Fonte: CAMARGO-SCHUBERT ENGENHEIROS ASSOCIADOS
et al. Atlas eólico: Bahia. Salvador: SECTI, SEINFRA, CIMATEC/ 
SENAI, 2013. p. 38. 
Parque Eólico Aracati, no município 
de Aracati, CE (2013). 
stação Ciências
Energia eólica 
Admite-se historicamente que, desde o sé-
culo VIII a.C., a força do vento é utilizada pelo 
ser humano para mover embarcações. Regis-
tros históricos mostram que a energia eólica 
era empregada na Pérsia no século X em moi-
nhos para a moagem de grãos. Entre os sécu-
los XIII e XIX, a tecnologia de moinhos de vento 
na Europa teve um grande desenvolvimento, 
e, no final do século XIX, nos Estados Unidos, 
moinhos movidos pela energia eólica foram 
usados para bombear água de áreas áridas e 
semiáridas, o que permitiu seu povoamento. 
Com a crise do petróleo em 1973 e 1978, 
acentuou-se a pesquisa sobre a energia eóli-
ca e desde então ela tem sido utilizada para 
a produção de energia elétrica. Veja a seguir o 
texto e o gráfico relativos ao Brasil.
Energia eólica no Brasil
“Na década de 2000, o primeiro gran-
de impulso ao crescimento da energia eóli-
ca no Brasil deu-se por meio do Programa 
de Incentivo a Fontes Alternativas – PROIN-
FA, instituído em 2004 [pelo Governo 
Federal], com o objetivo de aumentar a parti-
cipação no sistema de energia produzida por 
empreendimentos da fonte eólica, de biomas-
sa e de pequenas centrais hidrelétricas. […]
Este grande fomento à fonte eólica resul-
tou no aumento da competitividade do merca-
do, com progressiva redução do custo no Brasil. 
Alguns fatos associados a essa redução foram: 
(a) o aumento, nos últimos anos, do parque 
industrial nacional para fabricação de equi-
pamentos; (b) eventos ligados à dinâmica da 
economia global, favorecendo os preços de im-
portação desses equipamentos. […]”
CAMARGO-SCHUBERT ENGENHEIROS ASSOCIADOS et al. 
Atlas eólico: Bahia. Salvador: SECTI, SEINFRA, 
CIMATEC/SENAI, 2013. p. 37. 
Fomento 
Auxílio, apoio, incentivo.
Interprete
1. Considerando o período mostrado 
no grá� co, em que ano ocorreu o 
maior aumento da capacidade eólica 
instalada no Brasil para a geração 
de energia elétrica?
Argumente
2. Considerando a questão ambiental, 
que argumentos você utilizaria para 
justi� car o uso da energia eólica?
Brasil: evolução da capacidade eólica instalada – 
2004-2012
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500
750
1000
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2000
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2012
2508
588
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527
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236
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2011
1425
2010
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2009
602
2008
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2007200620052004
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Demais estados
Paraíba
Santa Catarina
Rio Grande do Sul
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Rio Grande do Norte
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Meio 
Ambiente
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 O consumo desigual de energia
Ao mesmo tempo que o comércio mundial se amplia, seguindo a rá-
pida expansão da globalização, sem que tenham sido resolvidas as 
questões energéticas e seus efeitos ambientais insustentáveis, antigas 
desigualdades entre regiões mais ricas e mais pobres do planeta são per-
petuadas e outras são criadas. 
Enquanto grande parte dos países menos desenvolvidos confronta-se 
com a pobreza, a fome, as doenças e a busca por maior participação nos 
fluxos do comérciointernacional, os países mais desenvolvidos concen-
tram riqueza, rendimento, recursos e altos níveis de consumo. Por isso, 
costuma-se dizer que a globalização é assimétrica, ou seja, não atinge 
todos os países e populações do mesmo modo.
Utilizando-se o consumo de energia como indicador para avaliar o ní-
vel de desenvolvimento entre os países e continentes, pode-se constatar 
a assimetria existente (figura 25).
Em 2014, a China, que nos últimos 30 anos tem apresentado grande 
crescimento econômico, respondeu por 22,9% do consumo de energia no 
mundo, superando os Estados Unidos com 17,8% e a Europa (incluindo 
a Rússia) com 19,1%, que, somados, correspondem a 59,8% do consu-
mo mundial. Por outro lado, o consumo de energia na África foi de 3,2%; 
na América Latina 6,8%; e no restante do mundo (Ásia Pacífico, Orien-
te Médio, Ásia Central e Canadá) 30,2%. É, sem dúvida, uma globaliza-
ção muito desigual.
3 
Observando as imagens 
e com base no texto, que 
análise você faria delas?
Figura 25. Imagens de satélite, obtidas à noite, mostram o desigual consumo 
e disponibilidade de energia elétrica nos Estados Unidos, no Canadá e na Europa, 
quando comparados à América Central, América do Sul e aos continentes africano 
e asiático. Na imagem A, continente americano; na imagem B, Europa, África e 
parte da Ásia (2012).
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76 EXPEDIÇÃO 2
As imagens mostram que o consumo 
de energia, no caso elétrica, é muito 
desigual entre os países mais ricos e 
os mais pobres.
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 Modelo econômico versus meio ambiente
Diante do que foi apresentado neste Percurso, nota-se que os 
países desenvolvidos se apropriam de grande parte das riquezas 
mundiais e figuram entre os principais poluidores do mundo e os que 
mais consomem recursos naturais. Numa visão global, essa realida-
de causa enorme pressão sobre o meio ambiente, degradando-o. Essa 
situação se agrava quando se percebe que o modelo produtivo e de 
consumo desses países tem sido seguido por muitos outros, incluin-
do os países pobres.
No entanto, sabe-se que, se todos os seres humanos tivessem o nível 
de consumo dos habitantes mais ricos do planeta, os recursos naturais 
da Terra não seriam suficientes para atender a todos. Por isso, para en-
frentar e resolver os problemas ambientais globais, é necessário rever o 
modelo de produção atual e os hábitos da chamada sociedade de consumo, 
em que o consumo de bens e serviços é elevado.
•	 A sociedade de consumo e os valores sociais
Na sociedade de consumo, os valores sociais foram aparentemente 
invertidos e, em muitos casos, o “ter” tornou-se mais importante que 
o “ser”. O consumo de determinados produtos passou a ser entendido 
como sinal de poder e prestígio ou status social. Enquanto o consumo foi 
transformado no grande sentido da vida de milhões de pessoas, as ver-
dadeiras qualidades do “ser”, como o caráter, o conhecimento, o estudo, 
a solidariedade humana e a preservação dos recursos naturais, passaram 
a ter importância secundária. 
A publicidade e a propaganda contribuíram muito para esse modo de 
vida. Com grande força de persuasão, passaram a convencer as pessoas a 
comprar os mais variados produtos e serviços, criando a ilusão de que as 
novas “necessidades” conduzem à plena felicidade (figura 26).
4 
Figura 26. Os shopping centers 
são verdadeiros templos do 
consumo. Representam na 
paisagem, tanto das grandes 
cidades como das cidades 
médias, a força do apelo ao 
consumismo nas sociedades 
contemporâneas. Na foto, 
shopping center em Sochi, 
Rússia (2013). 
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Pausa para o cinema
Super size me. 
Direção: Morgan Spurlock. 
Estados Unidos: The Con, 
2004. Duração: 100 min.
Esse documentário, 
conhecido como a “Dieta 
do Palhaço”, retrata a 
própria experiência do 
diretor Morgan Spurlock 
em realizar todas as 
refeições diárias com 
alimentos de uma rede de 
lanchonetes. Os resultados 
são surpreendentes.
77PERCURSO 8
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Atividades dos percursosAtividades dos percursos 7 e 8
78
Revendo conteúdos
1 Explique o que é degradação do solo e 
aponte os fatores que contribuem para a 
sua ocorrência.
2 Na tabela abaixo, você vai descobrir 
quanto se gasta de água na produção 
de determinados alimentos e produtos. 
Observe os dados com atenção e, depois, 
responda às questões.
Produto
Consumo de água 
(em litros)
Copo de leite (250 ml) 255
Camiseta de algodão (250 g) 2.495
Carne bovina (bife de 150 g) 2.320
Carne suína (bife de 150 g) 900
Ovo (60 g) 196
Barra de chocolate (100 g) 1.700
Fonte: elaborado com base em Water Footprint. Product 
Gallery. Disponível em: . Acesso em: 2 out. 2015.
a) Por que o uso crescente de recursos 
hídricos associado ao consumo repre-
senta um problema ambiental?
b) Quais dados da tabela podem indicar pelo 
menos outros três problemas ambientais? 
Quais são esses problemas?
c) Por que a chamada sociedade de 
consumo contribui para os problemas 
expostos por esses dados? 
3 Em um debate sobre modelo econômico 
e aquecimento global, três participantes 
fizeram, cada um, duas afirmações. 
Analise essas afirmações e indique em 
seu caderno o participante que desco-
nhece uma informação importante sobre 
o desenvolvimento econômico mundial 
e o participante que, provavelmente, não 
sabe o que significa desenvolvimento 
sustentável. Depois, responda à questão.
Participante A
 I. Os países ricos são os principais emis-
sores de gases de efeito estufa.
 II. É possível controlar ou diminuir as emis-
sões de CO2.
Participante B
 I. Os países pobres são apenas vítimas do 
aquecimento global. 
 II. O mundo ainda depende da queima 
de combustíveis fósseis para suprir a 
demanda energética.
Participante C
 I. A única forma de conter o aquecimento 
global é diminuir o crescimento eco-
nômico e a industrialização.
 II. É preciso rever os padrões de consumo 
para enfrentar os problemas ambientais 
do século XXI.
• De que maneira você justificaria a segunda 
afirmação do participante não indicado?
Leituras cartográficas
4 Com base no gráfico a seguir e no mapa 
da página 67, faça o que se pede.
a) Indique a porcentagem da população 
localizada em países com oferta abun-
dante de água. 
b) Qual país sul-americano apresenta o me-
nor índice de disponibilidade de água?
c) Qual é a situação da maioria dos países 
do Oriente Médio e da África setentrional 
em relação à disponibilidade de água?
Mundo: recursos em água – 2012
Parte da população mundial com
diferente disponibilidade de água (%)
Penúria
12%
Abundância
12%
Estresse
26%
Suficiência relativa
26%
Suficiência
24%
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 
4. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 27.
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Nota para a atividade 2: informe aos alunos que, para a fabricação de uma barra de chocolate de 100 g, por exemplo, o consumo de água 
abrange várias etapas: plantio do cacaueiro, transformação do cacau em pasta, fabricação do chocolate. É esse também o caso dos demais 
produtos da tabela.
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7979
Mundo: produção de etanol por matérias- 
-primas – 2011-2019
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Outras
matérias-primas
Raízes e tubérculos
Biomassa*
Beterraba
Melaço
Cana-de-açúcar
Trigo
Grãos grossos**
* Biomassa de culturas não comestíveis (mamona etc.)
** Milho, cevada, sorgo, centeio e areia
a) Você achabenéfico para o meio ambien-
te o crescimento da produção de etanol? 
Por quê?
b) De quanto será, aproximadamente, o cresci- 
mento percentual da produção de etanol 
no período representado no gráfico?
c) As maiores produções de etanol utili-
zam quais matérias-primas?
6 Leia o fragmento de texto a seguir e, 
depois, responda às questões.
“[…] Algumas consequências das mudan-
ças climáticas, como a inundação de grandes 
áreas de delta, são potencialmente catastró-
ficas. Outras, como a água salgada entrando 
pelo leito dos rios, cobrarão o seu preço mais 
lentamente, quando a água potável e a água 
para irrigação ficarem salinizadas, as águas 
fluviais se tornarem muito corrosivas para 
ser usadas no resfriamento dos processos 
d) Consulte um atlas geográfico e, com base 
no mapa da página 67, cite dois países 
africanos em penúria de água e um asiá-
tico na situação de estresse de água.
Explore
5 Observe o gráfico e responda às questões.
industriais e de usinas de força e a alteração dos 
hábitats costeiros afetar a vida selvagem […]”.
DOW, Kirstin; DOWNING, Thomas E. O atlas da mudança 
climática: o mapeamento completo do maior desafio 
do planeta. São Paulo: Publifolha, 2007. p. 64.
a) Que fenômeno climático explica o cenário 
descrito pelo texto?
b) Por que a água salgada (de oceanos e ma- 
res) pode entrar pelos vales fluviais e 
causar os danos descritos no texto? Quais 
seriam as consequências dessa invasão?
7 Observe a figura a seguir e faça o que se 
pede.
 Assinale a alternativa incorreta e justifique 
sua escolha.
a) A ilustração representa a distribuição 
da água no planeta.
b) O maior volume de água no planeta é 
salgada, o correspondente a 97,5% de toda 
a água encontrada nos oceanos e mares. 
Apenas 2,5% correspondem à água doce.
c) Nas geleiras se concentra a maior 
quantidade de água doce: 68,7% de toda 
a água doce existente no mundo.
d) As águas subterrâneas são 31,3% do 
total de água doce disponível no planeta.
Mundo: divisão da água (em %)
Total das águas
Oceanos 97,5%
Água doce 2,5%
Água doce
Glaciais 68,7%
Lençóis
freáticos 30,1%
Permafrost* 0,8%
Água de superfície e
água atmosférica 0,4%
Fonte: PNUMA. Global Environmental Outlook 4: environment 
for development. Nova York: Pnuma, 2007. p. 118.
* Permafrost: agregado de solo, rocha e gelo que permanece 
por mais de dois anos em temperatura a 0 oC ou abaixo disso, 
comum em regiões muito frias.
Fonte: WWAP. The United Nations World Water Development Report 
2014: Water and Energy. v. 1. Paris: Unesco. p. 33. Disponível em: 
. 
Acesso em: 2 out. 2015.
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PERCURSO 8
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PDF-048-079-EG8-U02-M.indd 79 01/06/16 00:34geográficos entre algumas delas possivelmente 
houvesse trocas culturais e comerciais.
Esse cenário começou a se modificar no século XV, com a transforma-
ção das economias-mundo em um sistema-mundo.
 As quatro fases da globalização 
e o sistema-mundo
O processo de globalização, que teve início no século XV, passou por 
diferentes fases de desenvolvimento até chegar à atualidade. É possí-
vel distinguir quatro delas. 
•	 Primeira fase
Os primeiros movimentos da globalização se iniciaram com a ex-
pansão geográfica da economia-mundo europeia por meio das grandes 
navegações marítimas dos séculos XV e XVI. Alguns povos europeus, 
impulsionados pela busca de metais preciosos que cobrissem os gas-
tos das monarquias europeias e de produtos exóticos para serem co-
mercializados na Europa, aproveitaram os avanços 
das técnicas de navegação e estabeleceram rela-
ções comerciais mais intensas com as demais eco-
nomias-mundo (figura 2).
Entre o século XV e meados do XIX, ampliaram-
-se a migração de pessoas e a circulação de produ-
tos, fazendo surgir novos mercados entre regiões 
antes isoladas, favorecendo a expansão comercial.
2 
3 
Figura 2. Monumento aos 
Descobrimentos, em Lisboa, 
capital de Portugal (2014). 
Inaugurado em 1960, este 
monumento tem a forma de 
uma caravela e homenageia, 
entre outros, os navegadores, 
cartógrafos e intelectuais que 
participaram das grandes 
navegações marítimas dos 
séculos XV e XVI. Atualmente, 
é um importante ponto 
de atração turística.
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Quem lê viaja mais
STRAZZACAPPA, Cristina; 
MONTANARI, Valdir. 
Globalização: o que é isso, 
afinal? 2. ed. São Paulo: 
Moderna, 2003. 
Com linguagem acessível 
e muitas vezes divertida, 
os autores desvendam a 
globalização, as origens 
desse fenômeno e 
os desafios que o cercam. 
Civilização pré-
-colombiana 
Nome dado aos povos que 
habitavam o continente 
americano antes da 
chegada dos colonizadores 
europeus. O termo é 
uma referência ao nome 
do navegador Cristóvão 
Colombo, que chegou à 
América em 1492.
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Explique aos alunos que a expressão 
“civilização pré-colombiana” 
toma como referência a chegada 
do conquistador/colonizador 
europeu à América, como também 
“ameríndios”, ou seja, indígenas da 
América. Pode-se substituir essa 
expressão por “povos nativos”.
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•	 Segunda fase
Entre a segunda metade do século XIX e o fim da 
Segunda Guerra Mundial, em 1945, o processo de glo-
balização adquiriu novo impulso com a expansão da 
dominação política, econômica e militar europeia sobre 
grandes extensões da África e da Ásia, onde foram es-
tabelecidos impérios coloniais.
As inovações técnicas aplicadas à indústria, aos 
transportes e às comunicações, com a expansão das 
ferrovias, do uso de automóveis, aviões (figura 3), 
telégrafos, telefones e rádios, contribuí ram para 
intensificar, agilizar e ampliar a difusão de relações 
econômicas capitalistas para outros territórios.
•	 Terceira fase
Entre 1945 e 1989, o processo de globalização 
esteve condicionado à Guerra Fria — conflito caracte-
rizado pela presença de dois blocos de poder político e 
econômico rivais: o capitalista, liderado pelos Estados 
Unidos; e o socialista, capitaneado pela extinta União 
Soviética. Esses dois países disputavam entre si a am-
pliação de suas áreas de influência no mundo. 
Nessa fase, a globalização continuou a expandir-se, 
em grande parte graças aos avanços tecnológicos na 
informática, nas telecomunicações (figura 4) e nos 
transportes.
•	 Quarta fase
Desde a última década do século XX, com o fim da 
Guerra Fria, o mundo passou a viver a quarta fase 
da globalização, ampliada em função do avanço do ca-
pitalismo em direção aos países nos quais antes exis-
tia o socialismo. 
Os avanços tecnológicos, com predomínio da infor-
mática (figura 5), favoreceram ainda mais a expansão 
do capitalismo, provocando grandes mudanças na 
produção e na circulação de mercadorias, nos transpor-
tes de cargas e passageiros, na difusão de bens culturais 
e de artigos de consumo, entre outras. A maior eficiência 
das telecomunicações também possibilitou a forma-
ção de redes digitais mundiais e estimulou o avanço da 
globalização.
Figura 3. Entre outras inovações técnicas, 
as que foram aplicadas na aviação contribuíram 
para impulsionar a globalização. Na foto, 
avião sobrevoa o aeroporto LaGuardia, 
localizado na cidade de Nova York, Estados 
Unidos (1940).
Figura 5. Na atual fase da globalização, redes de 
computadores permitem rapidez nas transações financeiras 
entre pessoas e empresas em todo o mundo. Na foto, 
Bolsa de Valores de Hong Kong, China (2014). 
Figura 4. Durante a Guerra Fria, as tecnologias 
espaciais e de comunicação passaram por 
intenso desenvolvimento. Na foto, satélite 
de comunicações na órbita da Terra (1984).
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Figura 6. O encurtamento do espaço-tempo
 Transportes e telecomunicações: 
os motores tecnológicos da globalização
Nas últimas décadas, os meios de transporte se modernizaram, tornan-
do-se mais rápidos e mais baratos. Com isso, aumentou a capacidade de 
transporte de carga e de passageiros, e intensificaram-se os deslocamentos 
de pessoas e mercadorias em intervalos de tempo cada vez menores, possi-
bilitando a integração de diferentes regiões do mundo (figura 6).
Do mesmo modo, os avanços tecnológicos na informática per-
mitiram que os fluxos de informação se tornassem cada vez mais 
intensos e velozes, tanto em escala local e regional como em âmbito 
nacional ou global.
Nos dias atuais, pessoas, empresas, governos e organizações dos 
mais variados tipos comunicam-se por meio de antenas, estações de sa-
télites, cabos de fibra óptica (figura 7, na página seguinte), telefones fi-
xos e móveis, e por computadores conectados a diversas redes sociais. 
Vivemos, assim, em um mundo ligado por redes de fluxos de informa-
ções, conectando pessoas, capitais e negócios. 
4 
Fonte: HARVEY, David. Condição 
pós-moderna: uma pesquisa sobre as 
origens da mudança cultural. 21. ed. 
São Paulo: Loyola, 2011. p. 220.
O esquema ao lado representa o 
encolhimento do mapa 
mundial graças às inovações 
nos transportes, que 
permitiram percorrer maiores 
distâncias em menos tempo, 
como se o espaço tivesse sido 
“encurtado”. Em função disso, 
o mundo tornou-se cada vez 
mais acessível para o avanço 
do capitalismo, e as distâncias, 
relativamente menores 
para quem pode utilizar 
os transportes modernos.
Jatos de passageiros: 800-1.100 km/h*
* Média de velocidade alcançada.
Inovações nos transportes “aniquilam o espaço por meio do tempo”
1500-1840
Carruagens e barcos a vela: 16 km/h*
1850-1930
Locomotivas a vapor: 100 km/h*
Barcos a vapor: 57 km/h*
Anos 1950
Anos 1960
Aviões a propulsão: 480-640 km/h*
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BRIGAGÃO, Clóvis; 
RODRIGUES, Gilberto M. A. 
Globalização a olho nu: 
o mundo conectado. 2. ed. 
São Paulo: Moderna, 2004.
Com base nas novas 
tecnologias e na presente 
condução política 
do mundo, os autores 
apresentam uma visão 
crítica dos problemas da 
atual fase de globalização.
Navegar é preciso
Museu Virtual do 
Transporte Urbano
Conheça os vários 
meios de transporte 
que a humanidade já 
criou e descubra como 
eles evoluíram e se 
desenvolveram nas 
cidades brasileiras.
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Figura 8. Mundo: acesso à internet – 2012
No entanto, é importante lembrar que 
esses fluxos de informações não incluem 
países, regiões e lugares do mundo da 
mesma maneira (figura 8), assim como 
os efeitos da globalização não chegam a 
todos igualmente. Na verdade, a globali-
zação, muitas vezes, gera ou amplia desi-
gualdades no espaço geográfico mundial, 
como estudaremos no Percurso 8.
0º
CÍRCULO POLAR ÁRTICO
0º
OCEANO
ÍNDICO 
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
TRÓPICO DE CÂNCER
EQUADOR
TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO
Menos de 3,0
De 3,0 a 10,0
De 10,1 a 30,0
De 30,1 a 50,0
De 50,1 a 92,0
Sem dados
Usuários com acesso à
internet a cada 100 habitantes
Língua materna dos
usuários de internet
Inglês
35,2
Chinês
13,6Japonês
8,2
Alemão
7,8
(%)
Espanhol
7,0
Francês
4,9
Italiano
3,6
Outras
19,7
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Figura 7. Instalação de cabos subterrâneos 
de fibra óptica na cidade de Bensheim, 
Alemanha (2014), a fim de acelerar o fluxo de 
informações e possibilitar a conexão rápida de 
pessoas e de empresas no mundo globalizado.
Qual continente apresenta a menor proporção 
de sua população com acesso à internet?
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 
4. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 55.
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O continente africano, onde, em muitos países, menos de 3% 
da população tem acesso à internet.
Além de interpretar o gráfico de setores, vale retomar com os 
alunos como se realiza sua construção.
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Encontros
Comunidades indígenas usam internet 
e redes sociais para divulgar sua cultura
“Denunciar crimes ambientais, preservar e divulgar sua cultura, 
defender seus direitos, mostrar suas condições de vida. Lutas diá-
rias de diversas comunidades indígenas que, agora, ganharam uma 
aliada poderosa: a internet.
Muitos povos indígenas têm usado a rede para atingir um pú-
blico grande, dentro e fora do país. Os recursos on-line são usados 
para romper o isolamento em que muitas comunidades vivem, e 
também para vencer a barreira da falta de espaço que esses povos 
têm nas mídias tradicionais. […]
A internet acabou se tornando uma ferramenta de comunicação 
fundamental para aqueles que antes não tinham voz. […]
Alerta contra madeireiras
Uma das primeiras comunidades a se conectar à rede mundial de 
computadores foram os Ashaninka, que vivem na região do Alto-Ju-
ruá (AC), na divisa de Brasil e Peru. Para se defender dos madeireiros 
peruanos, que desmatavam as florestas, prejudicavam seus recursos 
e muitas vezes entravam em atritos com a comunidade, os Ashaninka 
resolveram inovar. Munidos de um painel solar para captar a ener-
gia e um computador, eles começaram a enviar e-mails para ONGs e 
para o governo, fazendo denúncias. As informações foram recebidas 
na Presidência da República e repassadas à Polícia Federal e ao co-
mando do Exército, que montaram uma ação para combater os inva-
sores. Hoje, a tecnologia faz parte da vida da comunidade Ashaninka, 
que tem um blog e utiliza o Twitter para se comunicar. […]”
BUENO, Chris. Comunidades indígenas usam internet e redes sociais para divulgar sua 
cultura. In: Revista Ciência e Cultura, On-line version, Aldeia Global, v. 65, n. 2, 
abr./jun. 2013. Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2015.
Rio Branco
PERU
BOLÍVIA
AMAZONAS
ACRE
70° O
10° S
Terras dos Ashaninka
Terras dos Ashaninka
Fonte: elaborado com base em Instituto Socioambiental. Povos 
Indígenas no Brasil, 1996-2000. São Paulo: Instituto Socioambiental, 
2000. p. 562-563.
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Indígena da etnia Dessana utilizando 
computador (laptop) às margens do Rio Negro, 
próximo a Manaus, AM (2015).
Interprete
1. Para qual 
� nalidade 
os Ashaninka 
começaram a 
se conectar 
à internet?
Argumente
2. Os indígenas do 
povo Ashaninka 
estão inseridos 
na globalização? 
Justi� que.
3. O avanço dos meios 
de comunicação 
tem exercido papel 
fundamental na 
democratização 
e na integração 
dos povos, e 
esse avanço 
também pode 
gerar aculturação 
de algumas 
populações, como 
é o caso dos 
indígenas. Qual é 
sua opinião sobre 
isso?
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Pluralidade 
Cultural
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PERCURSO
6
Figura 9. Mundo: valor do comércio internacional – 1950-2014
A economia global
 Fluxos de mercadorias: 
o comércio global desigual
Na atual fase da globalização, tem-se observado um extraordinário 
crescimento do comércio internacional. De acordo com dados da Orga-
nização Mundial do Comércio (OMC), em 1950, o intercâmbio comer-
cial mundial era de 64 bilhões de dólares. Em 2014, atingiu a marca dos 
19 trilhões de dólares (figura 9).
Alguns fatores foram decisivos para que isso ocorresse, entre eles: a 
melhoria dos meios de transporte e de comunicação; a diminuição dos 
custos e dos fretes; o rápido crescimento da população mundial nos últi-
mos 50 anos; o aumento do rendimento de muitas famílias; e a entrada 
de novos países no comércio internacional mundial. Essas transforma-
ções resultaram na difusão de um estilo de vida centrado no consumo; 
daí a expressão sociedade do consumo, caracterizada por uma inten-
sa procura por todo tipo de produto e pela liberalização das regras 
comerciais — com o objetivo de facilitar a exportação e a importação de 
mercadorias entre países.
O comércio internacional, no entanto, continua apresentando desi-
gualdades marcantes: enquanto Europa Ocidental, América do Norte e 
parte da Ásia — os três principais polos da economia mundial — têm 
grande participação no comércio mundial, muitos países da América La-
tina e da África, por exemplo, ocupam posições marginais, com reduzidos 
fluxos de importação e exportação.
Em parte, isso se explica pela maior 
capacidade de produção e de consumo dos 
países cuja industrialização é mais desen-
volvida e pelo fato de muitos desses paí-
ses manterem barreiras comerciais que 
impedem a entrada de produtos mais 
baratos, principalmente agropecuários, 
oriundos dos países subdesenvolvidos e 
emergentes.
1 
Fonte: WTO Statistics Database. Disponível em: 
. 
Acesso em: 23 out. 2015.
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17,5
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1950 1960 1970 1980 20001990 20142010
No seu contexto
Cite um fator que 
explique a inserção 
da globalização em 
seu cotidiano.
Frete
Valor pago pelo transporte 
de mercadorias ou 
produtos, feito por 
caminhões, trens, navios, 
aviões.
Barreiras comerciais
Normas alfandegárias, 
como tarifas de 
importação, que têm o 
objetivo de controlar ou 
impedir a entrada de 
mercadorias estrangeiras.
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Espera-se que o aluno explique que 
o simples fato de acessar a internet 
ou, por exemplo, adquirir um 
produto estrangeiro faz com que ele 
esteja inserido na globalização.
PDF-048-079-EG8-U02-M.indd 56 02/06/16 16:10
Figura 10. Mundo: valor de mercado das 500 maiorestransnacionais – 2011
0º
0º
OCEANO
ÍNDICO 
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
CÍRCULO POLAR ÁRTICOCÍRCULO POLAR ÁRTICO
TRÓPICO DE CÂNCER
EQUADOR
TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO
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CANADÁ PBS
ESTADOS
UNIDOS JAPÃO
REINO
UNIDO
FRANÇA
ITA
MÉXICO
SUÉCIA
SUÍÇA
ESPANHA
EAUARS
CHINA
HONG KONG
CIN
INDONÉSIA
ALEMANHA
ISRAEL
COS
Valor de mercado
(bilhões de dólares)
2.000
10.000
500
100
•	 As transnacionais
Em todo o mundo, parte expressiva da produção, do comércio e do 
consumo é impulsionada e controlada pelas chamadas transnacionais 
(figura 10) — empresas com alto nível de organização que atuam den-
tro e fora do território de seu país de origem, por meio de filiais espalha-
das pelo mundo. 
Embora existam inúmeras transnacionais originárias de países emer-
gentes — como as brasileiras Petrobras e Vale, que têm sede no Rio de 
Janeiro e atuam em mais de 25 países; e a chinesa Sinopec, do setor ener-
gético, que ocupou, em 2014, o 2o lugar no ranking das maiores trans-
nacionais em volume de negócios (figura 11) —, a maioria e as mais 
poderosas estão sediadas em países desenvolvidos: Estados Unidos, 
Japão, Alemanha, França, Reino Unido e Suíça. Para ter ideia, o valor de 
negócios de muitas dessas empresas supera o PIB de diversos países. É o 
caso da Áustria (436,3 bilhões de dólares) e de Portugal (229,6 bilhões 
de dólares), entre outros.
Figura 11. As 10 maiores transnacionais em volume de negócios – 2014
Fonte: elaborado com base em 
Fortune. Global 500. Disponível em: 
. 
Acesso em: 29 set. 2015.
A
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Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas 
geográfico: espaço mundial. 4. ed. 
São Paulo: Moderna, 2013. p. 54.
Volume de negócios
(em bilhões de dólares)
485,6
446,8
431,3
428,6
382,6
358,7
339,4
268,6
247,7
221,1
Empresa 
(nacionalidade)
Wal-Mart Stores 
(Estados Unidos)
Sinopec 
(China)
Royal Dutch Shell 
(Reino Unido e Países Baixos)
China National Petroleum 
(China)
Exxon Mobil 
(Estados Unidos)
BP 
(Reino Unido)
State Grid 
(China)
Volkswagen 
(Alemanha)
Toyota 
(Japão)
Glencore 
(Suíça)
Setor de
atividade
Distribuição 
Energia
Energia
Energia
Energia
Energia
Energia
Automotivo
Automotivo
Matérias-primas
4.370 km
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No seu contexto
Você e seus familiares 
utilizam ou consomem 
produtos fabricados 
por empresas 
transnacionais? Cite 
um ou mais exemplos.
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Provavelmente sim, pois há grande 
volume de produtos fabricados pelas 
transnacionais, de produtos alimentares 
a eletroeletrônicos. Entre eles, os alunos 
podem citar: chocolates, biscoitos, 
televisores, computadores etc.
PDF-048-079-EG8-U02-M.indd 57 01/06/16 00:34
O poder das transnacionais
Por causa de sua importância econômica, algumas transnacionais têm 
um enorme poder de influenciar a economia global de acordo com os pró-
prios interesses. Atuam também nas esferas do poder político, a pon-
to de interferir em ações governamentais a fim de estabelecer normas 
que facilitem seu desempenho. Rea lizam maciços investimentos tanto no 
país de origem como nos países Tipo Sul — onde são atraídas por diver-
sas vantagens, como a disponibilidade de matéria-prima e mão de obra 
baratas, mercados consumidores promissores para a expansão de seus 
negócios, leis e fiscalização mais brandas ou ausentes, além de grandes 
oportunidades oferecidas pelos governos locais de redução de impostos, 
que favorecem a lucratividade dessas empresas.
Com base nesse cenário, as transnacionais são responsáveis por uma 
nova forma de produção: a fábrica global. 
 A fábrica global e a nova divisão 
internacional do trabalho
Com o objetivo de aumentar os lucros, as transnacionais se apoiam 
em uma forma descentralizada de produção, em que cada etapa pode 
ser desenvolvida em um país diferente, de acordo com as vantagens que 
o país oferece quanto aos custos de produção, a margem de lucro e a 
possibilidade de aumentar sua competitividade no mercado global.
Nessa cadeia produtiva, uma empresa transnacional pode, por exem-
plo, fabricar um componente de seu produto (computador, carro, cami-
nhão etc.) em um país, produzir outro em um segundo país e fazer a 
montagem do produto final em um terceiro (figura 12), mantendo, nor-
malmente, o centro administrativo da empresa no país de origem.
2 
Figura 12. Trabalhadores em indústria de confecção no México, na fronteira com 
os Estados Unidos (2014). Essa indústria finaliza produtos para muitos clientes 
do mundo.
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Navegar é preciso
Organização 
Internacional do 
Trabalho (OIT)
Conheça essa agência da 
ONU, cujo principal objetivo 
é desenvolver medidas para 
regular as condições de 
trabalho em vários países.
No seu contexto
No município onde 
você mora existe 
alguma fábrica ou 
indústria inserida 
na globalização? 
O que ela produz? 
Ela exporta? Ela 
depende da importação 
de matérias-primas?
Pausa para o cinema
Encontro com Milton 
Santos ou O mundo global 
visto do lado de cá. 
Direção: Sílvio Tendler. 
Brasil: Caliban Produções, 
2007. Duração: 90 min.
Documentário produzido 
com base em uma 
entrevista com o 
geógrafo brasileiro Milton 
Santos (1926-2001), 
sobre a globalização e 
seus efeitos no planeta.
58 EXPEDIÇÃO 2
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Depende do município. O objetivo é levar os alunos a conhecer melhor a localidade onde vivem. Como complementação da atividade, sugerimos 
agendar uma visita a alguma indústria para ampliar a compreensão dos alunos, que, por meio de um questionário elaborado previamente, poderão 
entrevistar o responsável pelo estabelecimento industrial e, assim, obter informações para responder às questões propostas.
PDF-048-079-EG8-U02-M.indd 58 01/06/16 00:34
Para isso, as transnacionais contam com um eficiente sistema de dis-
tribuição e sofisticados sistemas de transporte e de comunicação, que 
“encurtam” o espaço mundial e permitem a chegada de seus produtos a 
diferentes pontos do mundo com preços mais competitivos. 
Repare que essa realidade é bastante diferente daquela do século XIX 
até meados do século XX, quando os países industriais, principalmente 
as potências europeias e os Estados Unidos, exportavam manufatura-
dos para os países de economia primária da América Latina, Ásia e Áfri-
ca, que, por sua vez, exportavam produtos agrícolas e minerais para os 
países industriais.
Na fábrica global, a cadeia produtiva descentralizada e as inovações 
tecnológicas intensificaram os fluxos comerciais e modificaram o mercado 
de trabalho, exigindo mão de obra qualificada e criando novas formas de 
desemprego. Entenda a seguir como isso acontece.
•	 O mercado de trabalho
A forte concorrência, característica marcante do período mais recen-
te da globalização, leva as empresas a buscar a contínua renovação das 
estratégias de produção e comercialização de seus produtos. Ao perse-
guir esse objetivo, elas adotam novas tecnologias no processo produti-
vo, aumentando a demanda por trabalhadores criativos e qualificados, 
com maior nível de escolaridade e capazes de se adaptar constantemen-
te às mudanças em todos os setores de produção: agricultura, indústria, 
comércio e prestação de serviços. 
No entanto, em muitos setores, os trabalhadores têm dificuldade para 
se manter nos postos de trabalho e conservar a estabilidade de seus ren-
dimentos. Isso acontece porque a remuneração se dá cada vez mais em 
função da produtividade, e nem sempre os trabalhadores contam com 
jornadas de trabalho regulares — situação que estabeleceas chamadas 
relações de trabalho flexíveis, em que a carga horária é menos impor-
tante do que a qualidade e a produtividade do trabalho que se é capaz 
de realizar (figura 13). 
Figura 13. Algumas 
empresas têm como política 
a criação de espaços que 
visam ao bem-estar e ao 
exercício da criatividade por 
seus contratados. Na foto, 
funcionários de empresa de 
prestação de serviços on-line 
em sala de jogos no horário 
de expediente, em Mountain 
View, no estado da Califórnia, 
Estados Unidos (2013).
15-f-EG8-U02-G
Foto recente de empresas 
que criam espaços de bem-
estar para os funcionários. 
Exemplos: Google, Linkdin, 
Adidas, Facebook, Amazon.
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No seu contexto
Você conhece alguém 
que se encontra nessa 
situação de relação 
de trabalho flexível? 
Em caso afirmativo, 
qual é a atividade 
desenvolvida por essa 
pessoa?
Quem lê viaja mais
DIMENSTEIN, Gilberto. 
Aprendiz do futuro. 10. ed. 
São Paulo: Ática, 2005.
Dividido em cinco partes, 
esse livro discute as novas 
exigências da sociedade da 
informação e os desafios 
dos profissionais do mundo 
global.
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O aluno é levado a refletir sobre a 
nova relação de trabalho decorrente 
de novo período histórico criado 
pela globalização, que exige mão de 
obra mais qualificada e com maior 
produtividade, independentemente 
do horário da jornada. Essa é uma 
oportunidade para enfatizar a 
necessidade do estudo, que conduz ao 
aprimoramento pessoal em que se inclui 
a qualificação profissional, considerando 
que vivemos em uma sociedade que 
valoriza o conhecimento.
PDF-048-079-EG8-U02-M.indd 59 01/06/16 00:34
•	 O aumento do desemprego na economia global
Existem muitas causas para o desemprego, mas, na atual fase da 
globalização, a inserção das inovações tecnológicas nos processos pro-
dutivos tem contribuído para aumentar o problema. A esse tipo de 
desemprego dá-se o nome de tecnológico ou estrutural, derivado, em 
grande parte, da substituição da mão de obra pela mecanização, pela au-
tomação e pela informatização do processo produtivo (figura 14). Em-
bora mais presente nos países desenvolvidos, o desemprego tecnológico 
também atinge os demais países. 
Às dificuldades impostas pelo desemprego estrutural somam-se, ain-
da, as do desemprego conjuntural ou cíclico, que diz respeito à dispen-
sa de mão de obra durante uma crise econômica — período em que as 
demissões são temporárias e os empregos são retomados quando a cri-
se é superada.
Figura 14. Na foto A, linha de 
montagem automobilística na 
cidade de São Paulo, SP (1923). 
No início do século XX, quando 
ainda não havia maquinário 
moderno nem robôs operando 
na montagem dos automóveis, 
grande número de trabalhadores 
se revezava em vários turnos 
para dar conta de todas as 
etapas de produção. Atualmente, 
o avanço tecnológico permite 
a produção de automóveis em 
grande escala, em menos tempo, 
com alto grau de sofisticação e 
número reduzido de operários. 
Na foto B, destaque para o 
uso de robôs na indústria 
automobilística no município 
de Jacareí, SP (2015).
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Quem lê viaja mais
CARMO, Paulo Sérgio do. 
O trabalho na economia 
global. 2. ed. São Paulo: 
Moderna, 2004.
O autor examina as novas 
formas de produção e as 
relações de trabalho da 
economia global, levando 
à reflexão sobre as causas 
e as consequências 
desse processo.
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Como fazer
1 Observe o título do mapa, que indica 
o que está em fluxo no espaço; neste 
exemplo, são mercadorias.
2 Em seguida, preste atenção às setas. Elas 
apontam as trajetórias entre os lugares 
de saída e chegada de mercadorias. 
As cores indicam o local de origem dos 
fluxos representados.
3 Para entender as informações 
quantitativas, consulte as legendas. As 
diferentes espessuras das setas mostram 
o valor das mercadorias transportadas: 
quanto mais espessa, maior é o valor 
total do fluxo e, possivelmente, maior 
o volume de mercadorias. Os círculos 
proporcionais representam o valor total 
das transações do comércio exterior 
(exportações e importações) nas 
regiões consideradas. Repare que a área 
hachurada indica quanto desse comércio 
se dá entre países de uma mesma região.
Mochila de ferramentas
Como interpretar um mapa de fluxos?
Fluxo é o movimento contínuo de algo que segue um curso ou descreve uma traje-
tória no espaço. Assim, podem existir fluxos de pessoas, mercadorias, automóveis etc.
O mapa abaixo, por exemplo, representa o comércio mundial indicando a movi-
mentação de mercadorias que saem do local onde foram produzidas e seguem para 
outras localidades, onde serão consumidas. Vamos interpretá-lo.
1. Há alguma região que não 
estabeleça relações comerciais 
com outra? Comente. 
2. Observe os � uxos comerciais 
do Canadá e dos Estados Unidos 
com a América Latina. Com base 
na leitura do mapa e em seus 
conhecimentos, o que se pode dizer 
sobre cada um desses � uxos? 
3. Para onde se dirigem os � uxos mais 
intensos da Ásia e da Oceania?
Mundo: comércio por grandes regiões – 2011
0º
0º
CANADÁ E
ESTADOS
UNIDOS
AMÉRICA
LATINA
ORIENTE
MÉDIO
ÁFRICA
EUROPA
ÁSIA E
OCEANIA
CEI
6.000
4.000
2.000
1.000
500
Comércio exterior
(bilhões de dólares)
OCEANO
ÍNDICO 
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICOOCEANO
PACÍFICO
TRÓPICO DE CÂNCER
TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
CÍRCULO POLAR
ANTÁRTICO
500
200
100
50
Fluxos comerciais
(bilhões de dólares)
Parte do comércio
no interior da região
Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 51.
2.670 km
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Sugerimos desenvolver trabalho interdisciplinar com o professor de Matemática, que poderá abordar a proporcionalidade por meio 
do tamanho dos círculos.
PDF-048-079-EG8-U02-M.indd 61 01/06/16 00:34
Atividades dos percursosAtividades dos percursos 5 e 6
62
Plano de ação – Transnacional estadunidense
CANADÁ
ESTADOS
UNIDOS
BRASIL
FRANÇA
ÁFRICA
DO SUL
NIGÉRIA
RÚSSIA
CHINA
ARÁBIA
SAUDITA
TURQUIA
ÍNDIAMÉXICO
AUSTRÁLIA
ALEMANHA
REINO
UNIDO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANO
ÍNDICO
EQUADOR
0º
TRÓPICO DE CÂNCER
CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO
CÍRCULO POLAR ÁRTICO
TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
0º
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HParticipação nas exportações
mundiais de mercadorias (%)
Sem dados
> 10
indicators. 
Disponível em: . Acesso 
em: 2 out. 2015.
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2.390 km
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Filiais Objetivo da filial
Sistema produtivo
implantado 
Alemanha Fabricação 
de motores.
Mecanizado, com mão 
de obra especializada.
Japão
Fabricação de 
componentes 
eletrônicos.
Informatizado 
e mecanizado.
China Linha de montagem 
dos automóveis. 
Com mão de obra 
abundante e barata. 
a) O que permitiu que essa forma de pro-
dução se tornasse viável nas últimas 
décadas?
b) Com base no sistema produtivo implan-
tado em cada país, explique por que 
essa forma de produção pode ser vanta-
josa para as empresas.
c) Em qual dos países, nesse exemplo hipo-
tético, há maior risco de desemprego 
tecnológico? Por quê?
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6363
Investimento Direto Estrangeiro no mundo – 
2012 (bilhões de dólares)
a) Indique pelo menos dois países cuja 
participação nas exportações mundiais 
de mercadorias seja semelhante à parti-
cipação do Brasil.
b) Em qual continente se localizam os paí- 
ses de menor participação percentual nas 
exportações mundiais de mercadorias?
c) Escreva um pequeno texto comparando a 
participação nas exportações mundiais de 
mercadorias dos seguintes países: Canadá, 
China, Alemanha e Estados Unidos.
d) Em que intervalos está a participa-
ção dos países-membros do Brics nas 
exportações mundiais de mercadorias?
Explore
7 Observe novamente a figura 6 do Percur- 
so 5, na página 53, e explique por que, 
segundo o esquema apresentado, o mapa 
do mundo “encurtou”. 
8 Leia a charge abaixo e interprete-a. De-
pois, discuta o assunto com seus colegas 
e o professor.
9 Além dos fluxos do comércio interna-
cional, outro indicador da intensifica-
ção da globalização da economia é o 
Investimento Direto Estrangeiro (IDE), 
caracterizado por operações financeiras 
realizadas pelas empresas transnacionais 
de um país diretamente na economia dos 
países onde se instalam. Com base na 
explicação e na tabela abaixo, responda 
às questões.
a) Aponte a região que mais recebeu in-
vestimento estrangeiro e aquela que 
menos recebeu em 2012.
b) É importante que um país receba inves-
timento estrangeiro? Explique.
Investigue seu lugar
10 Que tal descobrir quanto você está inte-
grado à globalização? Para isso, faça uma 
avaliação dos seus hábitos de consumo. 
Será que são semelhantes aos de outras 
pessoas em diferentes partes do mundo? 
Responda às questões a seguir e, depois, 
discuta o assunto em sala de aula.
a) De quais bandas de música você gosta? 
Essas bandas são nacionais ou estran-
geiras? Como você as conheceu?
b) Você sabe em qual país são fabricadas 
as roupas que você usa?
c) Os dois últimos filmes a que você assis-
tiu são nacionais ou estrangeiros?
d) Você utiliza a internet? Como e quanto?
* CEI (Comunidade dos Estados Independentes): organização 
formada pela Rússia e mais dez países que integravam a antiga 
União Soviética.
Fonte: BOST, François et al. Images économiques du monde: 
géopolitique-géoéconomie 2014. Paris: Armand Colin, 2013. p. 56.
Regiões do mundo IDE
União Europeia (UE) 258,5
Estados Unidos 143,6
África 50,0
América Latina e Antilhas 243,8
Sudeste da Europa e CEI* 87,3
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PERCURSO
7 Globalização e meio 
ambiente
 Os debates internacionais 
sobre meio ambiente
A preocupação com o meio ambiente não é recente. Há pelo menos 
dois séculos, estudiosos alertam sobre os danos provocados à natureza 
por causa da ação humana. 
No entanto, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os pro-
blemas ambientais tornaram-se mais visíveis em função do crescimento 
da população global, da difusão de padrões de consumo exacerbados
e da rápida industrialização e urbanização das sociedades. Com esse 
processo em curso, intensificou-se a pressão sobre os recursos naturais, 
ou seja, houve o aumento da utilização desses recursos, o que levou os 
debates ambientais ao âmbito mundial.
Em 1972, foi realizada a Conferência sobre Meio Ambiente Hu mano, 
em Estocolmo, capital da Suécia, a primeira organizada pelas Nações Uni-
das. Nesse evento, dois conjuntos de países se destacaram nos debates: 
os países desenvolvidos, que defenderam a necessidade de controlar o 
crescimento econômico de base industrial considerado poluidor e consu-
midor de recursos não renováveis; e os demais países, que interpretaram 
a proposta daqueles como uma tentativa de impedir sua industrializa-
ção, defendendo que as preocupações com o meio ambiente não pode-
riam afetar seu crescimento econômico.
Vinte anos depois, em 1992, os países-membros da ONU se reuni-
ram no Rio de Janeiro, na Conferência das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente e o Desenvolvimento, para debater novamente os problemas 
ambientais. Conhecido como Rio-92 ou Eco-92 (figura 15), esse evento 
contou com a participação de 178 países e 114 chefes de Estado, que, 
com base na noção de desenvolvimento sustentável, lançaram as pri-
meiras iniciativas para conciliar desenvolvimento econômico e conserva-
ção do meio ambiente.
1 
Figura 15. Plenário da Eco-92, 
no Rio de Janeiro, RJ (1992).
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Pausa para o cinema
A última hora. 
Direção: Leila Conners. 
Estados Unidos: Appian 
Way, Greenhour, Tree 
Media Group, 2007. 
Duração: 122 min.
Com depoimentos de 
especialistas e políticos, 
esse documentário 
discute a sustentabilidade 
e a necessidade de 
atentar rapidamente para 
problemas ambientais que 
ameaçam a vida no planeta. 
Desenvolvimento 
sustentável
Termo criado em 1987, 
durante a Comissão Mundial 
para Meio Ambiente 
e Desenvolvimento 
da ONU. Refere-se ao 
desenvolvimento que 
satisfaz às necessidades do 
presente sem comprometer 
a capacidade das futuras 
gerações de atender às suas 
próprias necessidades. É o 
desenvolvimento econômico 
aliado à conservação do 
meio ambiente, ou seja, 
desenvolver sem destruir.
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Com o professor de Ciências, seria oportuno trabalhar os temas ambientais dos 
Percursos 7 e 8, como degradação ambiental, utilização de energia, entre outros. 
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Figura 16. Mundo: amplitude da degradação do solo
Dez anos depois da Rio-92, realizou-se em Johanesburgo, na África 
do Sul, a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento 
Sustentável, conhecida também como Rio+10. Os resultados não fo-
ram muito satisfatórios. Assuntos importantes da pauta, como o es-
tabelecimento de metas quanto ao uso de energias renováveis, não 
obtiveram avanço. Em 2012, realizou-se, na cidade do Rio de Janeiro, 
a Rio+20, que reiterou a necessidade da implementação do desenvol-
vimento sustentável.
Apesar da importância desses eventos, os problemas ambientais per-
sistem de modo intenso e preocupam especialistas.
 Principais problemas ambientais 
do século XXI
Entre os principais problemas ambientais do século XXI, destacam-se 
a degradação do solo, as queimadas, a escassez de recursos hídricos 
e a ameaça à biodiversidade.
•	 A degradação dos solos
A degradação dos solos pode ocorrer por meio da erosão, da acidifica-
ção ou da acumulação de metais pesados, levando à diminuição de nu-
trientes minerais e de matéria orgânica (húmus), o que pode restringir 
ou inviabilizar o uso do solo para a agricultura. 
Vários fatores contribuem para a degradação dos solos (figura 16), 
entre eles: o desmatamento, que facilitaa erosão superficial causada 
pela água da chuva e pelo vento e provoca o transporte de húmus e nu-
trientes, além de sulcos no solo, que podem formar voçorocas (figura 17, 
na página seguinte).
2 
Fonte: Atlas do meio ambiente Le Monde Diplomatique. São Paulo: Instituto Pólis, 2008. p. 17. 
 OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANO
ÍNDICO 
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
CÍRCULO POLAR ÁRTICO
TRÓPICO DE CÂNCER
EQUADOR
TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO
Alteração
química
Erosão
hídrica
Erosão
hídrica
Erosão
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Erosão
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Erosão
hídrica
Erosão
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Alteração
química
Erosão
hídrica
Alteração
química
Erosão
hídrica
Erosão eólica
Degradação
físicaErosão
hídrica
Não degradados
Pouco degradados
Degradados
Muito degradados
Extremamente degradados
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2.320 km
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Biodiversidade 
Variedade de espécies 
de organismos vivos 
existentes em um 
ecossistema, seja ele 
terrestre ou aquático. 
Metais pesados 
Elementos químicos 
altamente reativos e 
capazes de se acumular 
nos organismos vivos ou 
na natureza. São exemplos 
o mercúrio e o chumbo, 
muito tóxicos quando em 
quantidades elevadas.
Navegar é preciso
Rio+20
Acesse o site e veja os 
destaques da Conferência 
das Nações Unidas sobre 
o Desenvolvimento 
Sustentável: a Rio+20.
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Figura 18. Queimada em área de 
vegetação de Cerrado no município 
de Brumadinho, MG (2014).
Figura 17. Voçoroca na área 
rural do município de São 
Francisco de Assis, RS (2014). 
Outros fatores que causam a degradação dos solos são: o despejo de 
resíduos industriais e o uso de agrotóxicos pela agricultura, que alteram 
a composição química do solo; o uso de máquinas pesadas na agricultura; 
e a sobrepastagem. Todos eles acarretam a compactação do solo e fa-
cilitam a erosão, o transporte de nutrientes e a redução da capacidade 
de infiltração da água, com consequente impacto no desenvolvimen-
to de raízes.
Além disso, grande parte da população ainda desconhece as for-
mas adequadas de trabalhar com o solo utilizando princípios técnicos 
capazes de evitar sua degradação. Dessa forma, torna-se necessária a 
implantação de programas de educação no campo que visem ao seu uso 
sustentável.
•	 As queimadas
Provocadas de forma acidental ou voluntária, as queimadas são mo-
tivo de grande preocupação para governos, estudiosos e ambientalistas. 
Esse é um método usado por muitos agricultores, em diversas partes do 
mundo, para abrir ou “limpar” campos agricultáveis ou pastos. As queimadas 
destroem as camadas superficiais do solo 
e aceleram seu processo de desgaste e es-
gotamento (figura 18). Além disso, essa 
prática compromete o habitat de inúme-
ras espécies animais e vegetais e pode 
contribuir para o efeito estufa. Em casos 
ainda mais graves, o fogo pode alcançar 
habitações, plantações e pastagens, pro-
vocando destruição e mortes. 
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Sobrepastagem 
Também chamada de 
sobrepastoreio, refere-se 
ao número excessivo de 
cabeças de gado por área 
de pastagem, que, além de 
compactar o solo, destrói a 
cobertura vegetal.
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Figura 19. Mundo: recursos em água – 2012 
•	 A ameaça de escassez dos recursos hídricos
Atualmente, a água é considerada por muitos o “ouro” do século XXI. 
Tamanha valorização pode ser explicada por uma triste estimativa: em mui-
tos países, a demanda por água cresce a cada ano, porém as reservas dis-
poníveis não são inesgotáveis (figura 19), e o processo de dessalinização 
— ato de retirar o sal da água do mar a fim de torná-la potável — ainda 
requer o uso de tecnologia sofisticada e envolve altos custos de investimentos.
Entre os principais fatores que causam o aumento na demanda de 
água no mundo, três se destacam: o crescimento demográfico, o desen-
volvimento industrial e a expansão da agricultura irrigada. 
Nas últimas duas décadas, por exemplo, a agricultura foi responsá-
vel pela maior parte da extração de água doce. Atualmente, em âmbito 
planetário, estima-se que cerca de 70% dos recursos hídricos disponíveis 
são consumidos por atividades de irrigação. 
Enquanto a quantidade de água doce disponível para o consumo hu-
mano está declinando mundialmente, especialistas afirmam que até 
2050 a demanda por água crescerá 18% nos países desenvolvidos 
e 50% nos demais. O aumento dessa demanda se tornará intolerável 
em países com recursos hídricos escassos. Essa escassez afeta cerca de 
30 países, cujas reservas de água são inferiores a 1.000 metros cúbicos 
por pessoa ao ano. Somam-se a esses problemas as desigualdades no 
acesso e no consumo desse recurso vital: enquanto uma família de clas-
se média nos Estados Unidos consome em média 2 mil litros de água por 
dia, na África esse consumo é de apenas 150 litros, sem contar a dificul-
dade de acesso, pois milhões de famílias ainda precisam percorrer longas 
distâncias para obter água. 
A questão se agrava diante de outro número: sabe-se que mais de 50% 
dos rios da superfície terrestre estão poluídos ou em vias de se esgotarem 
em razão do desperdício e da má gestão dos recursos hídricos. Entre os gran-
des rios que correm perigo estão o Amarelo, ou Huang-Ho, na China, o Colo-
rado, nos Estados Unidos, o Nilo, no Egito, e o Volga, na Rússia.
Para evitar o fim dos 
recursos hídricos e ga-
rantir que as próximas 
gerações possam usu-
fruí-los, é preciso ado-
tar novas ações para o 
uso da água — desde a 
economia cotidiana, nos 
domicílios, na escola e 
em outros lugares pú-
blicos, até o estímulo de 
políticas públicas que 
garantam o uso susten-
tável desse recurso.
0º
0º
OCEANO
ÍNDICO 
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
CÍRCULO POLAR ÁRTICO
TRÓPICO DE CÂNCER
EQUADOR
TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO
Recursos em água por
ano por habitante (em m3)*
Menos de 1.000
(Penúria de água)
De 1.001 a 1.700
(Estresse de água)
De 1.701 a 3.000
(Suficiência relativa)
De 3.001 a 15.000
(Suficiência)
De 15.001 a 127.000
(Abundância)
Penúria absoluta
(menos de 500)
*1 metro cúbico (m3) = 1.000 litros
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Fonte: FERREIRA, Graça M. L. 
Atlas geográfico: espaço mundial. 
4. ed. São Paulo: Moderna, 
2013. p. 27.
Que continente 
apresenta o maior 
déficit de água?
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2.620 km
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No seu contexto
No município em que 
você vive ocorrem 
os problemas ambientais 
que estudamos? 
Identifique alguns 
deles e as causas. Qual 
é sua atitude e a de seus 
familiares em relação 
ao meio ambiente? 
Pausa para o cinema
Acquaria.
Direção: Flavia Moraes. 
Brasil: Film Planet Group, 
2003. Duração: 103 min.
O filme mostra o 
esgotamento das reservas 
hídricas do planeta e a 
tentativa das personagens 
para resgatar essas reservas.
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A África.
Depende do município. A proposta é levar o aluno a perceber que o conhecimento adquire maior importância quando é possível aplicá-lo ao cotidiano. 
Caso o aluno não saiba, sugerimos que os ajude a refletir sobre questões como disponibilidade de água, queimadas e degradação do solo, por exemplo, 
que são causadas por atividades humanas, como agricultura, construções, entre outras. Espera-se que o aluno perceba a importância da preservação 
ambiental para as gerações futuras e busque,com seus familiares, medidas que contribuam para isso.
Seis desafios para a 
gestão da água
Multimídia 
Interativa
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stação Cidadania
Moradia com reservatório para coleta de água 
da chuva no município de Ibiquera, BA (2014). 
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Interprete
1. De acordo com o texto, por que 
é importante reutilizar a água?
Argumente
2. Quais argumentos você utilizaria para 
convencer pessoas a economizar água 
ou usá-la de forma sustentável?
Contextualize
3. Você e seus familiares costumam 
praticar alguma das dicas do texto? 
Quais? Dessas dicas, existe alguma 
que você desconhecia?
Mergulhe nessa: dicas de uso 
da água
• “O banheiro é o local que mais consome 
água numa casa. Fique atento aos vaza-
mentos e mantenha a descarga regulada.
• Uma torneira pingando uma gota a cada
5 segundos representa mais de 20 litros de 
água desperdiçados em apenas um dia.
• A vazão média de uma torneira é de 12 li-
tros por minuto. Ao mantermos a torneira 
fechada durante algumas tarefas cotidianas, 
como escovar os dentes, ensaboar a louça e 
fazer a barba, podemos fazer uma boa eco-
nomia e evitar o desperdício de água.
• Reutilizar a água numa casa é outra atitude 
inteligente. A água do último enxágue da
máquina de lavar pode, por exemplo, ser 
utilizada para a limpeza doméstica, para 
a rega das plantas, e até para dar descarga 
nos banheiros.
• Junte roupa em quantidade suficiente para 
encher a máquina de lavar antes de ligá-la. 
Utilizar o aparelho na sua capacidade má-
xima é uma maneira de economizar água.
• Quem vive em casa pode também coletar 
água de chuva para afazeres secundários, 
como lavar uma área ou regar as plantas. 
Mas cuidado, nas grandes cidades, é sem-
pre importante desprezar a água do início 
da chuva, pois ela traz consigo fuligem e 
outras impurezas que estão no ar. […]
• Procure usar sabão em pedra ao invés de
detergente. Apesar de ‘biodegradáveis’, os
detergentes são grandes poluidores da 
água. O fosfato presente no produto é o 
elemento básico para a reprodução das al-
gas, o que eleva o consumo de oxigênio da 
água e provoca o aumento da mortandade 
de peixes. O detergente diluído na água 
permanece ativo durante vários dias, an-
tes de ser degradado.
• Use quantidades menores de produtos de 
higiene e limpeza para reduzir o nível 
de poluentes presentes na água. Utilize 
somente o necessário. […]”
De olho nos mananciais. Dicas: em casa. 4 set. 2011. 
Disponível em: . Acesso em: 2 out. 2015.
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Meio 
Ambiente
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•	 A biodiversidade em perigo
Na Rio-92 foi estabelecida a Convenção sobre Diversidade Biológica 
(CDB), que a partir de então passou a orientar ações em vários países 
para a conservação da biodiversidade, o uso sustentável de seus compo-
nentes e a repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da uti-
lização dos recursos genéticos. 
De fato, a preservação da biodiversidade é um dos grandes desafios 
ambientais do século XXI. Grande parte dos problemas ambientais apre-
sentados até aqui leva à destruição de espécies 
animais e vegetais indispensáveis para a manu-
tenção da vida no planeta. 
Os desmatamentos, a exploração madeirei-
ra, a construção de barragens, a exploração mi-
neral e o desenvolvimento urbano, entre outras 
ações humanas, têm elevado as taxas de extin-
ção de espécies em várias partes do planeta. Nas 
últimas décadas, por exemplo, o Índice do Pla-
neta Vivo — que indica alterações da biodiversi-
dade mundial acompanhando o crescimento de 
10.380 populações de 3.038 mamíferos, aves, 
peixes, répteis, anfíbios e peixes de diferentes 
biomas e regiões — mostra que, de 1970 a 2010, 
houve um declínio global de 52% na saúde 
da biodiversidade, ou seja, houve diminuição na 
abundância de espécies ao longo desse perío- 
do. Veja as figuras 20 e 21.
Figura 21. Ave encharcada de petróleo, após derramamento desse produto 
no mar, que atingiu manguezal no Parque Nacional de Sundarbans, 
Bangladesh (2014).
Figura 20. Índice do Planeta Vivo – 1970-2010
Fonte: WWF Internacional. Relatório Planeta Vivo 2014: Sumário. Gland: 
WWF, 2014. p. 8. Disponível em: . 
Acesso em: 2 out. 2015.
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1970 1975 1980 1985 200019951990
Ano
2010
–52%
2005
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Quem lê viaja mais
MAGOSSI, Luiz Roberto; 
BONACELLA, Paulo Henrique. 
Poluição das águas. 3. ed. 
São Paulo: Moderna, 2013.
Aprofunde-se na temática 
da água e entenda as 
diferentes formas de 
poluição que prejudicam 
rios, lagos e oceanos. 
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INFOGRÁFICO
A Pegada Ecológica
Você já parou para pensar nos “rastros” ou “pegadas” que 
as pessoas deixam no planeta Terra por causa de seu estilo de vida? 
A produção e o consumo de alimentos, bens e serviços e a realização 
de obras de infraestrutura são exemplos de atividades que 
demandam uso direto ou indireto dos recursos naturais biológicos 
renováveis. Para avaliar a pressão do consumo das populações 
humanas sobre esses recursos, foi criada a Pegada Ecológica.
Áreas produtivas
A Pegada Ecológica corresponde à 
extensão das áreas produtivas terrestres 
e marinhas necessárias para sustentar 
os padrões de alimentação, locomoção, 
vestimenta e consumo de bens em geral 
de uma pessoa ou de uma sociedade. 
É expressa em hectares globais (gha) — 
um hectare global corresponde a um 
hectare de produtividade média mundial 
para terras e águas produtivas, em um ano.
Os componentes da Pegada Ecológica
Para comparar a demanda humana com a biocapacidade — capacidade dos ecossistemas 
em produzir recursos úteis e absorver os resíduos gerados pelos seres humanos —, são somadas 
as extensões das áreas necessárias ao fornecimento dos recursos naturais biológicos renováveis 
utilizados pelas pessoas, das áreas ocupadas por infraestrutura e das áreas necessárias para a 
absorção de resíduos (CO2). Conheça a seguir os componentes da Pegada Ecológica.
Carbono
Áreas florestais capazes de 
absorver as emissões de 
CO2 derivadas da queima 
de combustíveis fósseis, 
com exceção da parcela 
absorvida pelos oceanos.
Pastagens
Áreas utilizadas para 
a criação de gado de 
corte e leiteiro, para 
a produção de couro 
e produtos de lã.
Reserva de biocapacidade
Déficit de biocapacidade
Pegada Ecológica per capita
Biocapacidade per capita
3,0
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0
1970 1980 1990 2000 2010
O declínio da biocapacidade 
per capita é consequência, 
principalmente, do 
crescimento da população 
mundial no período 
representado.
De maneira geral, os 
habitantes dos países 
mais industrializados têm 
Pegada Ecológica maior 
por causa do intenso uso 
de recursos naturais.
Florestas
Áreas florestais necessárias 
para o fornecimento de 
produtos madeireiros, 
celulose e lenha.
Fontes: WWF. Living Planet Report 2014. Species and spaces, people and places. p. 37 e 57. Disponível em: ; WWF-BRASIL. A Pegada Ecológica de Campo Grande e a família de pegadas. p. 16, 24, 25 e 62. Disponível em: 
. Acessos em: 11 nov. 2015.
Pegada Ecológica e biocapacidade globais per capita
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A partir do final da década 
de 1960, a Pegada Ecológica 
per capita da humanidade 
superou a biocapacidade.
1961
70 EXPEDIÇÃO 270Após a leitura do infográfico, indique aos alunos que é possível calcular sua própria Pegada 
Ecológica no link: . Acesso em: 6 maio 2016.
Explique aos alunos que recursos naturais 
biológicos renováveis correspondem a 
grãos, vegetais, carne, peixes, madeira e 
fibra, energia renovável, entre outros.
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Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil e mundo: 
composição da Pegada Ecológica por recurso ecológico
Áreas de cultivo
Áreas utilizadas para produzir 
alimentos e fibras para o 
consumo humano, ração para o 
gado, oleaginosas e borracha.
Áreas construídas
Áreas ocupadas por 
infraestrutura humana, inclusive 
transportes, habitação, estruturas 
industriais e reservatórios para a 
geração de energia hidrelétrica.
Estoques pesqueiros
Estimativa de produção primária necessária 
para sustentar peixes e mariscos capturados 
para consumo humano, com base em 
dados de captura relativos a espécies 
marinhas e de água doce.
3,0
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1,5
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Energia e 
absorção de CO2
Campo Grande
Mato Grosso
do Sul Brasil
Mundo
Área construída Pesca Florestas Pastagens Agricultura
A distribuição dos recursos consumidos 
em Campo Grande, em Mato Grosso do 
Sul e no Brasil é semelhante, havendo 
maiores demandas de áreas de 
pastagem, agricultura e florestas.
Na média, a pressão por absorção de 
CO2 é menor no Brasil que no mundo 
por causa das menores emissões em 
nosso país, decorrentes da participação 
expressiva das fontes renováveis de 
energia na matriz energética brasileira.
Segundo análises de 2014 
da Global Footprints Network 
(Rede Global da Pegada Ecológica) 
— organização internacional 
que se dedica a divulgar o uso 
da Pegada Ecológica —, apenas 
5 países respondem por quase 
metade do total da Pegada 
Ecológica Global.
Embora a China tenha a 76a maior 
Pegada Ecológica per capita do 
mundo, sua Pegada Ecológica total 
é a maior do planeta. Isso ocorre 
porque o país tem também a maior 
população nacional do mundo.
A população dos Estados Unidos é 
cerca de um quarto da chinesa, mas 
a sua Pegada Ecológica total é quase 
tão grande quanto a do país asiático 
por causa do alto padrão de consumo 
per capita dos estadunidenses.
Resto do mundo
52,8%
China 19%
Estados Unidos
13,7%
Índia 7,1%
Brasil 3,7%
Rússia 3,7%
Interprete
1. Explique a a� rmação: 
a participação dos 
Estados Unidos 
na Pegada Ecológica 
Global é muito maior 
que a da Índia, 
embora sua população 
seja cerca de quatro 
vezes menor.
Contextualize
2. Re� ita sobre o seu dia 
a dia e dê exemplos de 
como você se relaciona 
com cada componente 
da Pegada Ecológica.
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Países com maior participação na Pegada Ecológica Global
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71PERCURSO 7 71
Esclareça aos alunos que, além 
de ser calculada por pessoa 
ou país, no Brasil, a Pegada 
Ecológica pode ser calculada 
por cidade ou estado.
1. A afirmação pode ser explicada pelo fato de o padrão de consumo per capita nos Estados Unidos ser muito maior que na Índia.
2. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos estabeleçam relações como: deslocamento por transportes emissores de CO2 e demanda por áreas 
de floresta; uso de móveis de madeira ou papel e demanda por florestas comerciais; consumo de carne vermelha e demanda por áreas de pastagem; 
consumo de hortaliças e demanda por áreas de cultivo; consumo de peixes e demanda por produção primária necessária para sustentar os peixes 
e os mariscos capturados para consumo humano; consumo de energia elétrica e demanda por construção de represas, entre outras.
Para fins de comparação, explique aos alunos que a participação das fontes renováveis de energia 
na matriz energética brasileira corresponde a 39,4%, ao passo que na matriz energética do mundo 
e dos países da OCDE elas respondem, respectivamente, por 13,8% e 9,8% (dados de 2014).
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PERCURSO
8 Crises e desigualdades 
no mundo global
 Efeito estufa: de fenômeno natural 
a desafio da humanidade
O ano de 2007 ficará na história como aquele em que a humanida-
de se deu realmente conta de que não pode mais adiar ações coorde-
nadas em defesa do meio ambiente. O alarme que acordou o mundo 
partiu do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), 
organismo internacional criado pela Organização Meteorológica Mun-
dial (OMM) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
(Pnuma) e que reúne 2,5 mil cientistas de 130 países. Ao publicar o 
quarto relatório naquele ano, essa organização concluiu que, se nada 
for feito nas próximas décadas, a temperatura da Terra poderá au-
mentar de 1,8 a 4 graus Celsius, trazendo sérias consequências para 
a vida no planeta. 
Entre os principais efeitos do aquecimento global estão: o degelo nos 
polos e em outras regiões geladas da Terra, o que poderá acarretar o au-
mento do nível dos oceanos e mares, submergindo cidades costeiras e 
ilhas de baixa altitude (figura 22); a alteração do regime das chuvas em 
várias partes do mundo, com sérios impactos na agricultura e aumento 
do número de ciclones e furacões; as inundações em cidades e nos cam-
pos; entre outras consequências.
1 
Figura 22. Distante cerca de 
400 quilômetros do litoral 
africano, a República de 
Seychelles (2014), no 
Oceano Índico, tinha cerca 
de 91 mil habitantes, em 
2014. Essa é uma das áreas 
terrestres ameaçadas de 
desaparecer caso o nível das 
águas do mar se eleve. 
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Pausa para o cinema
Uma verdade 
inconveniente.
Direção: Davis Guggenheim. 
Estados Unidos: Lawrence 
Bender Productions, 
Participant Productions, 
2006. Duração: 100 min. 
O documentário discute 
causas, efeitos e soluções 
do aquecimento global. 
Apresentado pelo político 
estadunidense Al Gore, 
propicia a reflexão sobre o 
desenvolvimento acelerado 
das últimas décadas e as 
consequências disso 
para o planeta. 
72 EXPEDIÇÃO 2
O efeito estufa foi explicado na Expedição 6 do 6o ano. Sugerimos que o tema seja revisto.
Não há consenso entre os especialistas 
quanto às causas do aquecimento 
global. Entretanto, devemos nos 
preocupar com a questão, conforme 
é apontado pelo IPCC e pelo Pnuma, 
cujo quinto relatório, de 2014, afirma 
que a temperatura média da Terra 
poderá aumentar em 5 ºC até 2100.
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Figura 23. Mundo: emissões de dióxido de carbono (CO2) – 2012
A importância desse e do quinto relatório, divulgado em 2013 e 
em 2014, está no fato de que os cientistas demonstraram que tal si-
tuação resulta das atividades humanas — algo de que se suspeitava 
em outros estudos, mas que até aquele ano não havia sido compro-
vado —, como o desmatamento, a queima de florestas e a utilização 
em larga escala de combustíveis fósseis, como o carvão mineral, o pe-
tróleo e seus derivados. 
Estima-se que os impactos das mudanças climáticas serão mais acen-
tuados para os povos dos países mais pobres e vulneráveis. Essa previsão 
causa indignação, pois se sabe que, historicamente, os países mais 
desenvolvidos são os principais responsáveis pelas emissões cumulati-
vas de gases de efeito estufa na atmosfera, em particular o dióxido de 
carbono (CO
2
).
Contudo, os países emergentes, entre eles o Brasil, têm grande res-
ponsabilidade na busca de alternativas para conter o aquecimento cli-
mático do planeta; afinal, nos últimos 15 anos, esses países dobraram 
as emissões de CO
2
 e, em números absolutos, já poluem tanto quanto os 
países ricos (figura 23).
A queima de combustíveis fósseis — petróleo e derivados, gás na-
tural e carvão mineral — e o uso inadequado da terra — conversão por 
meio de queimadas das florestas e da vegetação natural em pastagens, 
plantações e áreas urbanas — contribuem para aumentar esses núme-
ros. Desse modo, a mudança climática é o

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