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Resumo História do Direito

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HISTÓRIA DO DIREITO 
Isabela Fernandes Pereira 
História do Direito no Brasil de Antônio Carlos Wolkmer 
 
A obtenção de nova leitura histórica do fenômeno jurídico enquanto expressão 
cultural de ideias, pensamentos e instituições implica a reinterpretação das fontes do 
passado sob o viés da interdisciplinaridade (social, econômico e político) e da 
reordenação metodológica, em que o Direito seja descrito sob uma perspectiva 
desmistificadora, visualizando-o como reflexo de uma estrutura pulverizada não só por 
certo modo de produção da riqueza e por relações de forças societárias, mas, 
sobretudo, por suas representações ideológicas, práticas discursivas hegemônicas, 
manifestações organizadas de poder e conflitos entre múltiplos atores sociais. 
Instituições Jurídicas: estrutura normativa sistematizada e permanente, 
atuando e coordenando determinados núcleos de ação que tem funções específicas 
(controle social, sanção, satisfação das necessidades comunitárias), operadores 
profissionais (juiz, advogado) e órgãos de decisão (tribunais de justiça). Tem 
reproduzido ideologicamente, em cada época e em cada lugar, fragmentos 
parcelados, montagens e representações míticas que revelam a retórica normativa, o 
senso comum legislativo e o ritualismo dos procedimentos judiciais. 
 O conceito de cultura afasta-se de sua concepção elitista (associada à 
acumulação de conhecimentos, à uniformidade de padrões transmitidos e à 
racionalidade individualista) mas sob a luz de uma contextualização crítico-ideológica 
busca-se introduzir a noção de cultura à práxis humana e às manifestações 
intelectivas da consciência criadora de um povo, podendo definir o conjunto de 
atitudes, crenças, códigos de comportamento próprios das classes subalternas num 
certo período histórico. Cultura jurídica: representações padronizadas da (i)legalidade 
na produção das ideias, no comportamento prático e nas instituições de decisão 
judicial, transmitidas e internalizadas no âmbito de determinada formação social. 
 História do Direito examina o Direito como fenômeno sócio-cultural, inserido 
num contexto fático, produzido dialeticamente pela interação humana através dos 
tempos, e materializado evolutivamente por fontes históricas, documentos jurídicos, 
agentes operantes e instituições legais reguladoras. Tem por objetivo fazer 
compreender como o Direito atual se formou e se desenvolveu, bem como de que 
maneira evoluiu no decurso dos séculos. Portanto, sua finalidade essencial é a 
interpretação crítico-dialética da formação e da evolução das fontes, ideias 
norteadoras, formas técnicas e instituições jurídicas, primando pela transformação 
presente do conteúdo legal instituído e buscando nova compreensão historicista do 
Direito num sentido social e humanizador. 
HISTÓRIA DO DIREITO 
Isabela Fernandes Pereira 
 História interna: exame formal de acontecimentos político-sociais que 
engendram e influenciam as fontes clássicas do Direito (documentos, 
legislação). 
 História externa: estudo material da vida dos institutos e das instituições 
públicas e privadas. 
A tradição da literatura sobre o desenvolvimento da História do Direito no Brasil 
no que se refere às suas fontes e à sua produção tem sido discreta e pouco 
satisfatória. 
A historicidade jurídica nacional é repleta de mitos evidenciando seu perfil e 
natureza ideológica, e refletem uma tradição legal profundamente comprometida com 
uma formação social elitista, agrário-mercantil, antidemocrática e formalista. A 
adequação do direito escrito europeu para a estrutura colonial brasileira acabou 
obstruindo o reconhecimento e a incorporação de práticas legais nativas 
consuetudinárias, resultando na imposição de certo tipo de cultura jurídica que 
reproduziria a estranha e contraditória convivência de procedimentos burocrático-
patrimonialistas com a retórica do formalismo liberal e individualista. 
A História “oficial” possui dois objetivos muito claros, em defesa dos princípios 
e valores liberal-burgueses: desvalorizar preconceituosamente a ordem jurídica pré-
burguesa e empregar a construção de uma sociedade liberta da arbitrariedade e 
historicidade anteriores. 
 
 
HISTÓRIA DO DIREITO 
Isabela Fernandes Pereira 
Introdução Teórica à História do Direito de Ricardo Fonseca 
 
 Nossa tradição cultural, de modo particular o modo de conceber a história, 
sempre foi impregnada por um positivismo oitocentista, impedindo novas concepções 
mais abertas e adequadas. O ensino jurídico brasileiro (bacharelismo jurídico) foi 
marcado por um estilo que privilegiava o ornamento, a retórica e o efeito ao invés do 
conteúdo e da profundidade da reflexão, determinando o afastamento (séc. XX) do 
saber jurídico com relação às inovações nas outras ciências sociais. 
A história pode explicar e problematizar criticamente, se tornando um saber 
ativo e crítico de um modo que sirva para nosso presente. É dotada de uma 
especificidade dentro desse saber maior (saber jurídico) que desvela aquilo que no 
fenômeno jurídico antes estava encoberto, como também formula perguntas. É uma 
abordagem teórica que se localiza dentro dos limites da disciplina de história, e não se 
confunde com o olhar filosófico, sociológico ou de disciplinas dogmáticas. 
O Direito está presente na sociedade e é histórico, portanto, não se pode 
desprender sua análise no passado da análise da própria sociedade onde ele se 
insere e dialoga com a política, cultura, economia, etc. 
O senso comum dos juristas pensa que o direito atual é o ápice de todas as 
elaborações jurídicas das civilizações precedentes, e o passado não é visto como 
algo que tenha algo a ensinar ao presente jurídico. O estudo do passado do Direito 
passa a importar para demonstrar as profundas diferenças entre experiências jurídicas 
do passado e da atualidade, ter a capacidade de relativizar o presente, contextualizar 
o atual, etc. Deve-se olhar o direito romano com o direito moderno nas cesuras, 
rupturas, e mudanças de rota, pois afinal, os juristas europeus olhavam em direção a 
antiguidade, com olhos de modernos. Historicizando o direito romano, este se 
apresentará com maior riqueza, força crítica e relativizadora, e não somente um saber 
passado que é espelhado nos institutos jurídicos vigentes. A Idade média é 
desprezada como período negro da história do ocidente e que nada nos tem a ensinar 
de útil. 
História do Direito pode ser um ramo do saber que se ocupa do passado 
jurídico ou o objeto desse mesmo saber (o que está sendo estudado), não é a simples 
reconstituição dos fatos jurídicos do passado, por isso é necessária a aplicação de um 
método. Este método indica os passos a serem dados pelos estudiosos no processo 
de constituição do saber. Em outras palavras, o método é o passo a passo, o caminho 
que se faz para adquirir conhecimentos, levando em consideração o modo de abordar, 
ler, classificar e organizar as fontes. Método é pesquisa, diferente da teoria, apesar de 
HISTÓRIA DO DIREITO 
Isabela Fernandes Pereira 
serem dependentes um do outro, já que a teoria é a chave conceitual ou a ferramenta 
que os teóricos utilizam para tratar determinado tema. Discutir história do Direito é em 
cada momento, discutir seus limites e possibilidades do ponto de vista teórico e 
metodológico. É no século XIX que essa disciplina ganha um estatuto específico e 
científico enquanto área do saber, diferentemente dos oitocentos onde se utilizava a 
história do direito como meramente justificadora dos resultados da dogmática. Então, 
ela passa a ter uma função crítica, desmistificadora do formalismo jurídico que busca 
sempre “isolar” o direito de seu tempo. 
 
 
HISTÓRIA DO DIREITO 
Isabela Fernandes Pereira 
Escritos Sobre a História de Fernand Braudel 
 
Há uma decomposição da história em planos escalonados ou à distinção, no 
tempo da história, de um tempo geográfico, um tempo social e um individual. 
 Históriaquase imóvel, a do homem em suas relações com o meio que o 
cerca; 
 História Social, a dos grupos e agrupamentos; 
 História tradicional, à dimensão não do homem, mas do indivíduo, da 
história ocorrencial com oscilações breves. 
A História forneceria a cada uma das demais Ciências Sociais, aparatos 
metodológicos e teóricos que permitiriam um enriquecimento mútuo de tais disciplinas, 
já que a História é a própria inspiração originária das Ciências Sociais. 
A defesa da aplicabilidade do Método Comparativo em História, já que não é 
possível ser realizado um estudo histórico sem a mediação deste método, propondo 
então estudos em que as comparações sejam internas (relativas ao próprio objeto, e 
suas variações ao longo do período estudado) e externas (na qual o historiador 
compara o período focado no estudo ao objeto investigado em outros períodos de 
tempo). As relações entre a História e as outras ciências do homem, fornecem uma 
nova visão, não só da inserção do homem no seu passado como na sociedade 
contemporânea.

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