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Centro Universitário Canoas Lasalle
ATIVIDADE AVALIATIVA: REFLEXÕES FUNDANTES DA SOCIOLOGIA – O PENSAMENTO DE KARL MARX
Iago de Oliveira Nunes
Disciplina de Sociologia
Prof.ª Ana Luiza Coiro Moraes
A Transição do Feudalismo para o Capitalismo
Eric Hobsbawm
O sistema feudal não existia comércio, as relações eram à base de trocas de produtos, e toda produção era destinada ao sustento local. As relações de trabalho se realizavam entre o senhor feudal (o dono da terra), que era aquele que fazia parte da burguesia, e seu subordinado seria o camponês ou servo, que seria empregado não remunerado do senhor feudal. O servo trabalhava na terra do senhor feudal e além de não receber pagamento e sim uma troca, pagava um “aluguel” pelo uso da terra de seu senhor.
No capitalismo as relações de produção e trabalho possuem características opostas ao feudalismo. O sistema capitalista deixa explicita a função de trabalho, outra característica fundamental do capitalismo é a incessante busca pelo aumento da produção e de novos mercados consumidores e a busca de lucros. 
	
Dos vários estágios de desenvolvimento histórico relacionados por Marx no Prefácio de The critique of political economy – os modos de produção “asiático, o antigo, o feudal e o burguês moderno”, o feudal e o capitalista foram aceitos sem problemas sérios, enquanto a existência ou universalidade dos outros dois tem sido contestada ou negada.
Por outro lado, o problema da transição do feudalismo para o capitalismo provavelmente deu origem a discussões marxistas mais numerosas do que qualquer outro relacionamento com a periodização da história mundial.
(Eric Hobsbawm, 2004 Ed. 5,p.201)
Durante o período de transição do feudalismo para o capitalismo, diversas dúvidas surgiram sobre o processo, e com isso, além de numerosas e diferentes respostas a essas dúvidas, foram criadas algumas teorias que vieram a se encaixar na discussão mais geral sobre esse desenvolvimento social e a maneira mais direta de colocá-las é apresentando algumas proposições para debate.
O livro aborda essas teorias de forma significativa e detalhada, e deixa nítida
a importância e os pontos principais de cada uma das preposições colocadas:
Diz respeito à universalidade do feudalismo, onde a discussão marxista foi no sentido de ampliação do âmbito do feudalismo afim de enfatizar algumas formas sociais anteriormente tidas como comunais-primitivas, asiáticas, dentre outras.
Na prática isso quer dizer que “feudalismo”, tendo se tornado 
numa espécie de herdeiro de resíduos, agora se estende para 
cobrir uma vasta área – desde as sociedades primitivas até o 
triunfo do capitalismo, o que em alguns países ocorreu neste 
século - e desde a China até a África ocidental, talvez até o
México ( Marxism Today, 1962, p.184)
A Transição do Feudalismo para o Capitalismo
Maurice Dobb
Maurice Dobb parte das considerações de Hobsbawm para se interessar pela natureza da contradição da sociedade feudal e como ela contribuiu para a transição do feudalismo ao capitalismo através da geração de relações burguesas de produção.
Maurice Dobb concorda quase que inteiramente com a teoria criada por Eric Hobsbawm, contudo ele faz um adendo ele entra na discussão a natureza da contradição essencial da sociedade feudal e do papel por ela desempenhado na geração das relações burguesas de produção. Maurice apresenta de uma forma mais completa de como era o feudalismo antes que o capitalismo começa se a ser inserido.
Fundamentalmente, o modo de produção no feudalismo foi o pequeno modo de produção — levado a cabo por pequenos produtores ligados à terra e aos seus instrumentos de produção. A relação social básica assentava-se sobre a extração do produto excedente desse pequeno modo de produção pela classe dominante feudal — uma relação de exploração alicerçada por vários métodos de "coação extra-econômica".
(Maurice Dobb, 2004 Ed. 5,p.210)
O pensamento de Marx
Marx se tornou um neo-hegeliano, após interpretar e inverter os pensamentos de Hegel depois de sua morte, gerando o lado dos conservadores e os neo-hegelianos. 
Hegel acreditava que ideias determinam as emoções, mas para Marx inverteu seu pensamento, dizendo que a matéria(emoção) não determina as emoções mas que as emoções determinam a matéria, defendendo o idealismo hegeliano desde o início do marxismo. Como ele defendia o idealismo deveria permitir que Hegel tivesse sua opinião quando a ideia/matéria, e não inverter seu pensamento e aplicar ao marxismo. 
Hegel interpretou o mundo com a Dialética, no qual é definida por uma tese, que contraria o seu oposto e gera um terceiro elemento. Logo, Marx conserva a dialética, mas dá ao homem o papel de sujeito da história. Na verdade, Marx observou grande parte das ideias de Hegel e reverteu ou acrescentou algo dando origem ao marxismo, não que ele não tenha seus próprios pensamentos.
Marx também interessou-se pelas teses de Ludwing Feuerbach, onde seu estudo era o fenômeno da religião, que segundo ele 
que cinde a natureza humana fazendo com que os homens se submetam à forças divinas, às quais embora criados por eles próprios, são percebidos como autônomas e superiores. [...] (QUINTANEIRO, Tânia; BARBOSA; OLIVEIRA, Márcia Gardênia de. Karl Marx. In QUINTANEIRO, Tânia; BARBOSA, Maria Lígia de O.; OLIVEIRA, Márcia Gardênia de. Um Toque de Clássicos. 2ed. rev. e amp. Belo Horizonte: UFMG, 2003, p. 27)
Logo, Marx considerava que essa crítica religiosa uma “ Luta contra frases”, então, o marxismo nega o idealismo hegeliano e o materialismo neo-hegeliano, o que logo resulta na reformação da dialética.
 
Para Marx o ponto de partida é 
os indivíduos reais, a sua ação e as suas condições materiais de existência, quer se trate daquelas que encontrou já elaboradas quando do seu aparecimento, quer das que ele próprio criou [...]
(QUINTANEIRO, Tânia; BARBOSA; OLIVEIRA, Márcia Gardênia de. Karl Marx. In QUINTANEIRO, Tânia; BARBOSA, Maria Lígia de O.; OLIVEIRA, Márcia Gardênia de. Um Toque de Clássicos. 2ed. rev. e amp. Belo Horizonte: UFMG, 2003, p. 29. apud MARX; ENGELS. A ideologia alemã, p. 18.)
	Comparada com Hegel, o seu pensamento é que toda história humana é apenas um desenvolvimento de espírito. 
	Conforme Tânia Quintaneiro Barbosa , Márcia Gardênia de Oliveira, Maria Lígia de O. Barbosa, “para a perspectiva materialista e dialética, todo fenômeno social ou cultural é efêmero” (UFMG, 2003, p. 29), tanto que no tempo de Marx, os economistas não reconhecem a história da sociedade capitalista, por isso as teorias não são comparadas com as do teólogos, onde, para eles “toda religião estranha é pura invenção humana, enquanto a deles próprios é uma emanação de Deus”. 
	Uma das análises de Marx, é a existência dos seres humanos, que, segundo ele, o início da vida material vem da ação do homem juntamente com a natureza, e que para o homem escrever história deve, antes, ter uma vida, e junto à essa vida ter bens materiais que possam contribuir com o ser que vive, ou seja, ter o que beber, ter onde dormir, ter o que comer, entre outras necessidades. Daí vem a necessidade de produção desses bens, a necessidade de ter algo que contribui com a vida do ser humano. Um exemplo dado é de que os animais produzem suas próprias necessidades para seu próprio uso, mas o homem produz para que outras pessoas também possam consumir, mas em troca disso, se tem um benefício chamado “salário”. Sem esquecer que o homem precisa dos animais e da natureza para poder sobreviver, mas os animais, pelo contrário, desnecessitam do ser humano para manter sua existência, ainda mais pelo fato de que o homem só prejudica e abusa o uso dos recursos naturais, assim prejudicando a existência de outras vidas.
	Existe o consumo, mas também existe o modo como consumimos. Se temos o que comer, necessitamos de um prato, um garfo, uma faca, um copo, uma colher, logo, isso vira uma bola de neve, que faz com que a produção só aumente, tendo assim, consumidores
surgem ao saber que pra você comer, tem que comprar o alimento desejado, e ter objetos que lhe ajudarão a consumi-los. O homem só sabe produzir, não tem o raciocínio de saber que o objeto criado não é algo pertencente à natureza, assim prejudicando e só gerando lixo pro mundo, o que prejudicará nas suas próximas gerações. Esse tipo de assunto, para Marx, é algo natural da existência humana, e toda produção, desde seu princípio, se torna uma história. 
	Marx explica 
que os homens não são livres árbitros de suas forças produtivas - base de toda sua história - pois toda força produtiva é uma força adquirida, produto de uma atividade anterior. Portanto, as forças produtivas são o resultado da energia prática dos homens, mas essa mesma energia está determinada pelas condições em que os homens se encontram colocados, pelas forças produtivas já adquiridas, pela forma social anterior a eles, que eles não criaram e que é produto da geração anterior. [...] (QUINTANEIRO, Tânia; BARBOSA; OLIVEIRA, Márcia Gardênia de. Karl Marx. In QUINTANEIRO, Tânia; BARBOSA, Maria Lígia de O.; OLIVEIRA, Márcia Gardênia de. Um Toque de Clássicos. 2ed. rev. e amp. Belo Horizonte: UFMG, 2003, p. 32. apud MARX; ENGELS. A ideologia alemã, p. 18.).
	 A base de produção se dá pela natureza, o homem se torna a força produtiva pois ele é quem cria a produção, as máquinas, o emprego, e ele pode ainda adquirir ainda mais essa força, quanto mais experiência ele obter em sua produtividade anterior. 
	“A divisão social do trabalho expressa modos de segmentação da sociedade, ou seja, desigualdades sociais mais abrangentes como a que decorre da separação entre trabalho manual e intelectual [...]”. A divisão feita entre as classes sociais, pode ou não ter surgido nas empresas, onde os empregados são divididos em setores e/ou gêneros. Uns recebem mais que os outros dependendo do que a pessoa faz, esses, economizam e conseguem comprar coisas para sí, enquanto o outro trabalha duro para ganhar uma miséria. Esse quesito é algo que podemos deduzir de onde veio as classes sociais. 
	
Sobre a alienação, Marx sublinha três tópicos: 
1) o trabalhador relaciona-se com o produto do seu trabalho como com algo alheio a ele, que o 
domina e lhe é adverso, e relaciona-se da mesma forma com os objetos naturais do mundo externo; o trabalhador é alienado em relação às coisas; 2) a atividade do trabalhador tampouco está sob seu domínio, ele a percebe como estranha a si próprio, assim como sua vida pessoal e sua energia física e espiritual, sentidas como atividades que não lhe pertencem; o trabalhador é alienado em relação a si mesmo; 3) a vida genérica ou produtiva do ser humano torna-se apenas meio de vida para o trabalhador, ou seja, seu trabalho - que é sua atividade vital consciente e que o distingue dos animais -deixa de ser livre e passa a ser unicamente meio para que sobreviva. (QUINTANEIRO, Tânia; BARBOSA; OLIVEIRA, Márcia Gardênia de. Karl Marx. In QUINTANEIRO, Tânia; BARBOSA, Maria Lígia de O.; OLIVEIRA, Márcia Gardênia de. Um Toque de Clássicos. 2ed. rev. e amp. Belo Horizonte: UFMG, 2003, p. 50)
	Marx tem seus pensamentos voltados à sociedade, às estruturas econômicas, sociais, políticas, ideológicas e os vínculos que mantém entre si, suas contradições internas e o que as sociedades contemporâneas podem anunciar, métodos de análise da vida econômica, social, política, intelectual, às teorias dadas por outros filósofos e teólogos. Era contra às áreas das ciências humanas (a filosofia, a história, a economia, a antropologia, a linguística e a sociologia. Karl Marx foi um importante pensador do século XIX, idealizador do consumismo e é importante até os dias de hoje. 
Filme – Tempos Modernos de Charles Chaplin
Tempos Modernos, de 1936, é um filme de Charles Chaplin no qual ele interpreta pela última vez Carlitos, o personagem que o deu fama. O filme é lançado em meio a contextos econômico, social e político carregados. O filme apresenta como funcionava o trabalho dos Operários , tendo sua mão de obra substituída por máquinas, tendo assim excesso de trabalho continuo e robotizado, trabalho repetitivo e provavelmente desenvolvendo a função por um pagamento desvalorizado.
O protagonista Carlitos é um empregado nessa indústria e sua função é 
apertar parafusos de uma placa conforme elas forem trazidas a ele para então 
outros dois trabalhadores pudessem martelá-las para então as placas serem levadas para outros processos. Todo o empreendimento é controlado pelo patrão de Carlitos, o dono da fábrica, na figura do capitalista. Ele gere um grande número de empregados para que a produção da fábrica seja o máximo possível, sem se importar com o bem estar de seus empregados.
Para Marx era importante trabalhar para se relacionar com outras pessoas, e ele viu que o capitalismo acabaria com isso. E no filme mostra que o trabalhador não pode parar de produzir, não tem tempo para se relacionar.
Referências:
HOBSBAWM, Eric. Do feudalismo para o capitalismo. In SWEEZY, Paul et al. A 
transição do feudalismo para o capitalismo. 5ª. Ed. São Paulo: Paz e Terra, 
2005. p. 201-208.
DOBB, Maurice. Do feudalismo para o capitalismo. In SWEEZY, Paul et al. A 
transição do feudalismo para o capitalismo. 5ª. Ed. São Paulo: Paz e Terra, 
2005. p. 209-214.
QUINTANEIRO, Tânia; BARBOSA; OLIVEIRA, Márcia Gardênia de. Karl Marx. In 
QUINTANEIRO, Tânia; BARBOSA, Maria Lígia de O.; OLIVEIRA, Márcia Gardênia 
de. Um Toque de Clássicos. 2ed. rev. e amp. Belo Horizonte: UFMG, 2003, p. 25-
59. 
O filme Tempos modernos (Charles Chaplin), à luz do pensamento de Marx.

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