Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Unidade 4
Tipos, Atos e Peças do Processo 
do Trabalho
Direito Processual 
do Trabalho
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria
JÉSSICA RAIANE ALVES CONFESSOR 
MILENA BARBOSA DE MELO
AUTORIA
Jéssica Raiane Alves Confessor
Sou formada em Direito pela UNIFACISA – Universidade de Ciências 
Sociais Aplicadas. Atualmente sou professora conteudista e advogada. 
Como jurista atuo nas áreas de Direito Penal, Direito de Família, Direito do 
Consumidor, e na minha paixão, que é o Direito do Trabalho. 
Milena Barbosa de Melo
Possuo graduação em Direito pela Universidade Estadual da 
Paraíba (2004). Doutora em Direito Internacional pela Universidade de 
Coimbra. Mestre e Especialista em Direito Comunitário pela Universidade 
de Coimbra. Atualmente sou Professora Universitária e Conteudista. 
Como jurista atuo principalmente nas seguintes áreas: Direito à Saúde, 
Direito Internacional público e privado, Jurisdição Internacional, Direito 
Empresarial, Direito do Desenvolvimento, Direito da Propriedade 
Intelectual e Direito Digital.
Por isso fomos convidadas pela Editora Telesapiens a integrar seu 
elenco de autores independentes. Estamos muito felizes em poder ajudar 
vocês nesta fase de muito estudo e trabalho. Esperamos te ajudar a 
crescer e se apaixonar por cada tópico do Direito Processual do Trabalho. 
Conte conosco!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Ações trabalhistas ..................................................................................... 10
Classificação ........................................................................................................................................ 11
Peças processuais nas ações trabalhistas ................................................................... 13
Petição Inicial .................................................................................................................. 13
Resposta do reclamado. ..........................................................................20
Recursos trabalhistas ................................................................................29
Embargos .............................................................................................................................................32
Recurso ordinário ............................................................................................................................35
Recurso de revista ......................................................................................................................... 36
Agravo..................................................................................................................................................... 38
Sentença Trabalhista .................................................................................40
Atos Decisórios ................................................................................................................................. 41
Atos não decisórios .......................................................................................................................43
Coisa Julgada .................................................................................................................................... 48
7
UNIDADE
04
Direito Processual do Trabalho
8
INTRODUÇÃO
Bem vindos a nossa última unidade, nela poderemos aprimorar 
nossos conhecimentos no direito processual do trabalho. Nessa unidade 
iremos aprender como impetrar ações trabalhistas e como devem ser 
usadas na busca de solucionar lides do direito do trabalho e iremos 
aprender qual a petição inicial no processo do trabalho e seus requisitos, 
verificando sua importância para o Direito Processual do Trabalho 
e o Direito de ação, discutiremos também de que forma acontece 
a resposta do reclamado, aprendendo quais as peças processuais 
existentes, sua forma e os prazos para que o reclamado responda no 
processo. Aprenderemos também a identificar os recursos trabalhistas, 
suas peculiaridades e de que forma atuam na solução de conflitos e na 
efetivação do duplo grau de jurisdição e por fim compreenderemos a 
sentença trabalhista e seus detalhes.
Direito Processual do Trabalho
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso objetivo é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até 
o término desta etapa de estudos:
1. Impetrar ações trabalhistas;
2. Discutir a resposta do reclamado no direito trabalhista;
3. Identificar os recursos trabalhistas;
4. Compreender a sentença trabalhista.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Vamos juntos!!
Direito Processual do Trabalho
10
Ações trabalhistas 
OBJETIVO:
Neste capítulo você irá aprender os requisitos para impetrar 
ações trabalhistas, como devem ser usadas na busca de 
solucionar lides do direito do trabalho e irá aprender qual 
a petição inicial no processo do trabalho e seus requisitos, 
aprendendo sua importância para o Direito Processual do 
Trabalho e o Direito de ação. Espero que você se envolva a 
cada descoberta. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Vamos juntos!!
Inicialmente precisamos explicar que o ser humano é detentor de 
necessidades, sejam elas alimentares, de lazer, educação, etc. Dessa 
forma, podemos dizer que a necessidade é a falta de algo, a necessidade 
do ser humano em relação a sua dependência com bens da vida.
Bem da vida será tudo que satisfaz a necessidade humana, 
suprindo sua carência. O que supre sua carência é útil, por isso é de 
interesse do ser humano. É importante ressaltar que o interesse pode 
ser mediato que supre necessidades indiretamente ou imediato, que 
supre as necessidades diretamente. Como exemplo do interesse mediato 
podemos citar a educação e do interesse imediato a alimentação ou 
transporte público.
Há ainda o interesse individual, que será vinculado a pessoa 
determinada e o coletivo, que irá se relacionar com vários indivíduos. 
Como os interesses são diversificados em uma sociedade o homem é 
levado a agir em grupos, ou seja, família, sindicatos, comércios, etc.
Existem infinitas necessidades e bens escassos, levando os 
indivíduos aos conflitos de interesses, que são impossíveis de evitar em 
qualquer sociedade, fato que gera inúmeras regras de conduta, ou seja, 
a constituição e todo o sistema normativo, buscando a manter a ordem 
social.
O conflito pode ultrapassar o limite de uma pessoa, tornando-se 
grave para o equilíbrio social, tendo em vista existir duas pessoas ou mais 
Direito Processual do Trabalho
11
visando um único bem. Essa disputa gera pretensão do indivíduo para 
preencher uma necessidade. A pretensão indica exigência para que sejao nome das partes, 
o resumo do pedido e da defesa, a apreciação das provas, 
os fundamentos da decisão e a respectiva conclusão. (Grifo 
nosso)
Dessa forma, podemos extrair que a sentença deverá observar 
os pedidos formulados, obedecendo seus limites e não decidindo além 
deles. Que entre pedido e sentença se faz necessário correspondência e 
correlação.
Aprendemos que a sentença será inválida sempre que for proferida 
sem que sejam observados quaisquer dos requisitos formais impostos 
pela lei. Apesar de possuir vício grave, o ato processual é considerado 
sentença, mesmo que seja inválida ou nula.
 • Eficácia: Quando a sentença for válida ou inválida, poderá ser 
eficaz ou não. A eficácia corresponde a capacidade do ato jurídico 
produzir seus efeitos, dessa forma, a sentença eficaz irá produzir 
seus efeitos, após a publicação.
Por outro lado, a sentença será ineficaz quando após sua publicação, 
seus efeitos ficarem para outro momento, por exemplo a sentença para 
quando ainda esteja pendente o prazo para o recurso ou que tenha 
ocorrido à oposição do apelo, recebido no efeito suspensivo. A sentença 
possui efeitos principais e secundários.
Os principais decorrem de conteúdo existente na sentença quando 
o magistrado explicitar e formular pedido e os efeitos principais irão 
exprimir expressamente o conteúdo da sentença, como por exemplo os 
efeitos declaratórios, constitutivos, condenatórios.
Direito Processual do Trabalho
48
Coisa Julgada
Através de cláusula pétrea, o direito adquirido, o ato jurídico perfeito 
e acabado e a coisa julgada. Sendo assim, após publicada, a sentença 
será irretratável, não podendo ser alterada ou revogada dentro do mesmo 
órgão jurisdicional que a declarou.
A sentença poderá ser impugnada pelo vencido, sob alegação de 
vício de procedimento ou de ser errada ou injusta, até mesmo porque a 
Constituição Federal assegura o duplo grau de jurisdição.
Nos ensina Leite (2019, p. 841) que:
O fundamento da coisa julgada reside não na preocupação de 
valorar a sentença diante dos fatos (verdade) ou dos direitos 
(justiça), mas no imperativo de ordem prática, qual seja, o 
de não mais permitir que retornem à discussão questões já 
soberanamente decididas pelo Poder Judiciário. Em outros 
termos, o objeto da coisa julgada repousa na segurança das 
relações jurídicas e na pacificação dos conflitos, possibilitando, 
assim, a convivência social.
IMPORTANTE:
A sentença mesmo que possua os requisitos necessários 
para existir, se ficar impossibilitada de recurso, terá 
impossibilidade em seus efeitos.
Direito Processual do Trabalho
49
RESUMINDO:
Animados por estarmos finalizando nossa última unidade? 
Compreendeu todo o assunto? Vamos para a nossa 
última revisão? Podemos aprender neste capítulo sobre 
as sentenças trabalhistas, em que o juiz o responsável 
por conduzir o processo e praticar atos decisórios e 
não decisórios. Os atos decisórios são atos com teor 
de comando, já os não decisórios são atos do poder 
de polícia do magistrado ou possuem particularidades 
administrativas. Aprendemos ainda que pelos aspectos 
existentes na sentença, de conteúdo ou de finalidade, a 
sentença é um ato de inteligência e de vontade, sendo 
indispensável e imprescindível para o desfecho do litígio. 
A sentença é um ato que cria direito, declara o direito 
preexistente e cria jurisprudência, que é fonte de Direito. 
Vimos também a classificação das sentenças processuais 
em típicas e atípicas e as sentenças de mérito, bem 
como que para uma sentença ser considerada imutável 
deverá ter ocorrido todos os recursos possíveis, ou 
seja, a coisa julgada material, o trânsito em julgado. A 
sentença, como ato processual, pode ser visualizada em 
três planos distintos: existência, validade e eficácia. E por 
fim aprendemos que a sentença mesmo que possua os 
requisitos necessários para existir, se ficar impossibilitada 
de recurso, terá impossibilidade em seus efeitos.
Direito Processual do Trabalho
50
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa 
do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.
Brasil. Decreto-Lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943 alterada pela Lei 
nº 13.467, de 13 de julho de 2017. Consolidação das Leis do Trabalho. Diário 
Oficial da União.
BRASIL. Lei federal 13.105 de 16 de março de 2015. Institui o Novo 
Código de Processo Civil. Diário Oficial da União, Brasília, 16 de março de 
2015.
BRASIL. Lei n. 10.406, 10 de janeiro de 2002. Código Civil. Diário 
Oficial da União, Rio de Janeiro.
CAVALCANTE, Jouberto de Q. Pessoa e NETO, Francisco F. Jorge. 
Direito Processual do Trabalho. 9ª Edição. São Paulo. Editora Atlas. 2019.
JUNIOR, José Cairo. Curso de Direito Processual do Trabalho. 13ª 
Edição. São Paulo. Editora Juspodivm. 2019.
LEITE, Carlos H Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 
17ª Edição. São Paulo. Editora Saraiva Educação. 2019.
MARINONI, Luiz Guilherme; MITIDIERO, Daniel. Código de Processo 
Civil comentado artigo por artigo. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008. 
PEREIRA, Leone. Manual de Processo do Trabalho. 6ª Edição. São 
Paulo. Editora Saraiva. 2019.
RENZETTI, Rogério. Direito do Trabalho: Teoria e Questões Práticas. 
5ª Edição. São Paulo. Editora Forense Ltda. 2018.
Direito Processual do Trabalho
	Ações trabalhistas 
	Classificação
	Peças processuais nas ações trabalhistas
	Petição Inicial
	Resposta do reclamado.
	Recursos trabalhistas
	Embargos 
	Recurso ordinário
	Recurso de revista
	Agravo
	Sentença Trabalhista
	Atos Decisórios
	Atos não decisórios
	Coisa Julgadasubordinado o próprio interesse ao interesse de outrem. Dessa forma 
para solucionar os conflitos de interesse que na nossa sociedade surge a 
necessidade de ação, vamos estudar detalhadamente acerca das ações 
trabalhistas? Vamos!!
A ação será a manifestação da vontade do indivíduo sobre 
determinado direito, ou seja, que seja concedida a prestação jurisdicional 
do Estado, visando a aplicação da lei.
VOCÊ SABIA?
As condições da ação determinadas pelo legislador 
brasileiro são o interesse processual e a legitimidade, ou 
seja, ausente qualquer uma dessas condições não haverá 
ação.
Classificação
As ações trabalhistas podem ser classificadas quanto ao 
provimento pedido pelo autor ou o tipo de tutela pleiteada no processo 
de conhecimento. Vamos aprender como funcionam?
Em relação ao provimento pedido pelo autor, classificamos os 
processos em dois tipos: conhecimento e execução.
 • Conhecimento: A ação de conhecimento ocorre sempre que a 
parte afirma possuir determinado direito e formula sua pretensão 
com um pedido, buscando a solução positiva ou negativa, que 
será resolvido por sentença de procedência ou improcedência.
As ações de conhecimento podem ser declaratórias, constitutivas 
e condenatórias.
 • Execução: Podem ser executivas em sentido estrito ou amplo. 
As ações executivas em sentido estrito serão as que a atividade 
jurisdicional estará restrita aos atos constritivos, ou seja, a 
satisfação das obrigações prevista em títulos executivos, seja 
Direito Processual do Trabalho
12
judiciais ou extrajudiciais, nessa situação não existirá fase cognitiva, 
apenas podendo surgir incidentalmente, através dos embargos 
do devedor. Já as ações executivas em sentido amplo, as ações 
executivas serão compostas por relação jurídica processual 
formada por fase cognitiva ou fase de conhecimento, além da fase 
executiva. Dessa forma no mesmo processo haverá prática de atos 
constritivos, a sentença será cognitiva ao mesmo tempo que será 
executória.
Quais são os exemplos de ações executivas em sentido amplo 
que podemos citar? As ações reivindicatórias, de imissão de posse, de 
reintegração de posse, de dissolução e liquidação de sociedades.
Está gostando das nossas novas descobertas? Eu espero que sim! 
Vamos avançar no conteúdo? Vamos!!
Quanto ao tipo de tutela pleiteada para o processo de conhecimento, 
há na doutrina classificação acerca das sentenças proferidas, que podem 
ser: declaratórias, constitutivas ou condenatórias.
 • Declaratória: Serão utilizadas em casos de incerteza. Nesse tipo 
de ação, pede-se reconhecimento ou não de relação jurídica, 
autenticidade ou falsidade de determinado documento. A eficácia 
da sentença declaratória é instantânea, possui eficácia ex tunc, 
seus efeitos retroagem ao passado, porém sua certeza só será 
concretizada com o trânsito em julgado.
 • Condenatória: Esta é o tipo mais comum das ações de 
conhecimento, neste tipo de ação, pede-se o reconhecimento de 
determinado direito a uma obrigação, ou seja, há reconhecimento 
do direito e é determinado que o vencido o cumpra. A determinação 
de cumprir a sentença condenatória se fará em processo de 
execução, caso o vencido não cumpra espontaneamente.
 • Constitutiva: A ação constitutiva é limitada a declaração de um 
direito ou reconhecimento de fato que possa levar a constituir, 
modificar ou desconstituir determinada relação jurídica. A sua 
eficácia é ex nunc, sendo seus efeitos produzidos após o trânsito 
em julgado, não havendo projeção ao passado.
Direito Processual do Trabalho
13
Peças processuais nas ações trabalhistas
Devemos mencionar que as peças processuais utilizadas nas ações 
trabalhistas para a solução de conflitos e efetivação do direito, sendo 
assim, vamos aprender quais são as principais, para que servem e sua 
utilização no direito processual do trabalho? Vamos!
Petição Inicial
O cidadão é detentor do direito constitucional de invocar a prestação 
jurisdicional para dirimir conflitos de interesses, visando, assim, restaurar a 
paz e o equilíbrio nas relações sociais.
Sabemos que a jurisdição é inerte e para que possa atuar, deverá o 
interessado procurar os meios adequados para a solução dos conflitos. O 
cidadão irá dirigir sua solicitação ao órgão competente do Poder Judiciário. 
Será necessário expor fundamentos jurídicos e os fatos da relação jurídica 
material que se converte no referido pedido, dessa forma, é obrigatório a 
formulação de petição inicial.
A petição inicial será o meio material pelo qual o cidadão ativa a 
prestação jurisdicional expondo os fundamentos jurídicos e os fatos da 
relação jurídica material e especialmente o pedido da solução desejada 
através do Estado.
Segundo disposto em Neto e Cavalcante (2019, p. 672):
Para Humberto Theodoro Júnior, “o veículo da manifestação 
formal da demanda é a petição inicial que revela ao juiz a 
lide e contém o pedido da providência jurisdicional, frente 
ao réu, que o autor julga necessária para compor o litígio. 
Duas manifestações, portanto, o autor faz na petição inicial: 
(a) a demanda da tutela jurisdicional do Estado, que causará 
a instauração do processo, com a convocação do réu; (b) o 
pedido de uma providência contra o réu, que será objeto 
do julgamento final da sentença de mérito. Por isso mesmo, 
‘petição inicial e sentença são os atos extremos do processo. 
Aquela determina o conteúdo desta. Sententia debet esse 
Direito Processual do Trabalho
14
libello conformis. Aquela, o ato mais importante da parte que 
reclama a tutela jurídica do juiz; esta, o ato mais importante 
do juiz, a entregar a prestação jurisdicional que lhe é dirigida”.
No Direito do Trabalho e no Processo Trabalhista, a petição inicial 
será chamada de reclamação trabalhista ou reclamatória trabalhista. 
Como já vimos, o Processo do Trabalho é composto por três tipos de 
procedimento, que serão fixados em função do valor da causa, que são: 
o procedimento sumário (até dois salários mínimos); o procedimento 
sumaríssimo (de dois até 40 salários mínimos) ou o procedimento ordinário 
(acima de 40 salários mínimos).
Na reclamação trabalhista o valor da causa será o critério obrigatório 
que fixará o procedimento a ser utilizado. Não poderá ser fixado o 
procedimento pelo critério material.
Não podem fazer parte do procedimento sumaríssimo as demandas 
em que a administração pública for parte, conforme determina o art. 852-
A, parágrafo único, CLT, vejamos:
Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta 
vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da 
reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo. 
Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo 
as demandas em que é parte a Administração Pública direta, 
autárquica e fundacional.
Há na reclamação trabalhista requisitos internos e externos, 
conforme a legislação, para que seja aceita. Vamos aprender sobre eles?
 • Requisitos Externos: A petição inicial pode ser escrita ou verbal. 
Poderá ser apresentada por empregados e empregadores, 
pessoalmente, ou por seus representantes, e pelos sindicatos de 
classe; por intermédio das Procuradorias Regionais do Trabalho.
Em caso de petição inicial verbal, esta será distribuída antes de ser 
reduzida a termo, vejamos o que diz os artigos 786 e 731 da CLT:
Art. 786. A reclamação verbal será distribuída antes de sua 
redução a termo.
Direito Processual do Trabalho
15
Parágrafo único - Distribuída a reclamação verbal, o reclamante 
deverá, salvo motivo de força maior, apresentar-se no prazo 
de 5 (cinco) dias, ao cartório ou à secretaria, para reduzi-la a 
termo, sob a pena estabelecida no art. 731.
Art. 731. Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor 
reclamação verbal, não se apresentar, no prazo estabelecido 
no parágrafo único do art. 786, à Junta ou Juízo para fazê-lo 
tomar por termo, incorrerá na pena de perda, pelo prazo de 
6 (seis) meses, do direito de reclamar perantea Justiça do 
Trabalho. (Grifo nosso)
VOCÊ SABIA?
Não é admitido forma verbal para inquérito para apuração 
de falta grave.
A distribuição das reclamações trabalhistas será feita entre as 
varas do trabalho ou juízes de direito, quando investidos de jurisdição 
trabalhista. Após a distribuição a reclamação será remetida para vara ou 
juízo competente.
Lembre que já estudamos as possibilidades em que os juízes de 
direito possuem jurisdição trabalhista, por exemplo em comarcas que não 
possuem varas do trabalho.
Importante ressaltar que o CPC concede a opção do autor pela 
realização ou não de audiência de conciliação, em caso de reclamatória 
trabalhista, essa opção não se aplica, tendo em vista que a audiência 
de conciliação é parte integrante do procedimento trabalhista, seja ele 
ordinário, sumaríssimo ou sumário.
 • Requisitos internos: Esses requisitos são exigidos para 
reclamação trabalhista escrita ou verbal. Quando se tratar de 
reclamação trabalhista escrita, serão exigidos: a designação 
da vara do trabalho ou do juiz de direito, a quem for dirigida; a 
qualificação do reclamante e do reclamado; uma breve exposição 
dos fatos de que resulte o dissídio (causa de pedir); o pedido certo, 
Direito Processual do Trabalho
16
determinado e com a indicação de seu valor; a data e a assinatura 
do reclamante ou de seu representante. Quando se tratar de 
reclamação trabalhista verbal será necessário que ao reduzir a 
termo, seja feito em duas vias datadas e assinadas pelo escrivão 
ou chefe da Secretaria.
A diferença básica entre o processo civil e o processo do trabalho 
em relação a petição inicial será a opção dada ao autor no processo civil 
a respeito da audiência de conciliação, que no processo do trabalho é 
obrigatória por fazer parte do procedimento e o requerimento de provas 
que se pretende produzir, tendo em vista que no processo do trabalho, o 
empregador é detentor de documentos que servirão como prova e quando 
houver documentos necessários ao processo, deverá o reclamante pedir 
a exibição dos documentos, como por exemplo o controle de frequência.
VOCÊ SABIA?
A reclamação trabalhista deverá estar acompanhada dos 
documentos necessários à sua propositura, sob pena de 
inépcia. Por exemplo, quando o autor requerer diferença 
salarial por norma coletiva de categoria, deverá anexar a 
inicial a norma coletiva.
Com o processo eletrônico, passou a existir padronização para o 
uso do PJe, as partes ou terceiro interessados que não sejam assistidos 
por advogados, poderão apresentar peças processuais e documentos 
em papel nos locais competentes para recebê-los e ficará a cargo da 
unidade judiciária competente inserir tais documentos nos autos, sob a 
forma de arquivo eletrônico. A única forma de peticionamento avulso, 
será para solicitar habilitação nos autos, somente poderá ser utilizada 
por advogados que ainda não tenham representação nos autos e só em 
seguida que poderá juntar documentos.
É na distribuição da reclamação trabalhista que o PJe informará o 
número do processo, o órgão julgador para o qual foi distribuído e, se for o 
caso, o local, a data e o horário de realização da audiência, da qual estará 
a parte autora imediatamente intimada.
Direito Processual do Trabalho
17
Não há necessidade de se preocupar com possíveis erros do 
sistema, após ingressar com a reclamação trabalhista, tendo em vista 
que os dados da autuação automática serão conferidos pela unidade 
judiciária, que irá proceder com a determinação do magistrado e registro 
no PJe e a intimação da parte.
O reclamante, que é como chamamos o autor no processo 
do trabalho, possui prazo de 15 dias para retificar qualquer dado na 
reclamação trabalhista, sob pena de aplicação do art. 321, parágrafo 
único, CPC, vejamos:
O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os 
requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e 
irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, 
determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a 
emende ou a complete, indicando com precisão o que deve 
ser corrigido ou completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz 
indeferirá a petição inicial.
É permitido as partes atribuir segredo de justiça ao processo ou 
sigilo à contestação, reconvenção, exceção, petições incidentais e aos 
documentos, desde que justificados e fundamentados nas hipóteses 
previstas em lei. E caberá ao magistrado determinar exclusão de petições 
ou documentos protocolados indevidamente sob sigilo.
Poderá ocorrer o indeferimento da reclamação trabalhista quando 
ocorrer as hipóteses previstas no artigo 330, I a IV, CPC, vejamos:
A petição inicial será indeferida quando: 
I - For inepta;
II - A parte for manifestamente ilegítima;
III- O autor carecer de interesse processual;
IV - Não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321.
Direito Processual do Trabalho
18
No processo civil, o magistrado só dará prosseguimento com a 
citação do réu quando a petição inicial for deferida. Já no processo do 
trabalho, a citação é automática, e geralmente o magistrado só tem 
conhecimento do conteúdo da reclamação trabalhista quando ocorre a 
audiência.
Sendo assim, caso o magistrado tome conhecimento dos motivos 
para seu indeferimento, poderá determiná-lo, desde que conceda à outra 
parte prazo para defesa.
A petição inicial é considerada inepta sempre que atender ao 
que determina o artigo 330, § 1º, I a IV, CPC, vejamos:
Art. 330 § 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:
I - Lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais 
em que se permite o pedido genérico;
III - Da narração dos fatos não decorrer logicamente a 
conclusão;
IV - Contiver pedidos incompatíveis entre si.
IMPORTANTE:
A CLT prevê que se o pedido não for líquido, as pretensões 
serão julgadas extintas.
Poderá ser declarada a inépcia da reclamação trabalhista apenas 
quando o magistrado conceder à parte o prazo de quinze dias para a 
respectiva emenda.
Direito Processual do Trabalho
19
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Você pode descobrir o que são as ações 
trabalhistas. Aprendemos que que o ser humano é detentor 
de necessidades alimentares, de lazer, educação e outras. 
Aprendemos também que a necessidade é a falta de algo, a 
necessidade do ser humano em relação a sua dependência 
com bens da vida. Vimos ainda que existem infinitas 
necessidades e bens escassos, levando os indivíduos aos 
conflitos de interesses, que são impossíveis de evitar em 
qualquer sociedade, fato que gera inúmeras regras de 
conduta, ou seja, a constituição e todo o sistema normativo, 
buscando a manter a ordem social e na busca de solucionar 
os conflitos de interesse surge a necessidade de ação, que 
se manifestará da vontade do indivíduo sobre determinado 
direito, ou seja, que seja concedida a prestação jurisdicional 
do Estado, visando a aplicação da lei. Identificamos que 
as ações trabalhistas se classificam de acordo com tipo 
de pedido do autor, podendo ser ação de conhecimento, 
execução, declaratória ou constitutiva. Aprendemos um 
pouco sobre as peças processuais trabalhistas, em especial 
a reclamatória trabalhista, que é a petição inicial do direito 
processual do trabalho. Vamos juntos aprender mais sobre 
as peças trabalhistas no próximo capítulo?
Direito Processual do Trabalho
20
Resposta do reclamado.
OBJETIVO:
Neste capítulo poderemos discutir de que forma o 
reclamado se manifesta no processo do trabalho, qual 
a peça processual, sua importância e de que forma são 
utilizadas na solução dos conflitos e em que momento 
processual devem ser utilizadas. Prontos? Vamos!!
Aprendemos que a ação trabalhista se inicia com a petição inicial, 
que no direito do trabalho é chamada de reclamação trabalhista. Em uma 
breve revisão, devemos lembrar que a petição inicial será o meio material 
peloqual o cidadão ativa a prestação jurisdicional expondo os fundamentos 
jurídicos e os fatos da relação jurídica material e especialmente o pedido 
da solução desejada através do Estado.
O procedimento utilizado para ajuizar a reclamação trabalhista será 
determinado em função do valor da causa, que são: o procedimento 
sumário (até dois salários mínimos); o procedimento sumaríssimo (de 
dois até 40 salários mínimos) ou o procedimento ordinário (acima de 40 
salários mínimos).
Lembra de tudo que estudamos há pouco? Alguma dúvida? Vamos 
juntos avançar no nosso conteúdo? Vamos!
Compreendemos que há o direito de ação, que determinada pessoa 
precisa provocar o judiciário para resolver os conflitos e restaurar a paz, 
dito isto, sabemos que o direito de defesa é um desdobramento do direito 
de ação.
Conforme podemos aprender em Neto e Cavalcante (2019, p. 707):
Direito de defesa é o direito garantido constitucionalmente 
a qualquer pessoa de utilizar os meios legais para defender 
sua pessoa e seus bens contra qualquer pessoa ou ataques 
sofridos, pois ninguém pode ser condenado sem antes ser 
ouvido, e, além disso, nenhuma ameaça ou lesão a direito 
subjetivo pode ser excluída da apreciação do Poder Judiciário.
Direito Processual do Trabalho
21
O detentor do direito de defesa será o réu, no direito processual do 
trabalho, o réu é chamado de reclamado. A ele caberá resistir a pretensão 
e ao direito do reclamante.
No processo civil, o réu possui 15 dias para apresentar contestação, 
que pode se iniciar da audiência de conciliação ou de mediação, ou da 
última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, 
comparecendo, não houver autocomposição; do protocolo do pedido de 
cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado 
pelo réu; da data de juntada aos autos do aviso de recebimento ou do 
mandado cumprido nos demais casos. Já no processo do trabalho, 
independente do procedimento, a resposta da reclamada será feita 
oralmente em audiência, no prazo de 20 minutos, após frustração na 
tentativa de conciliação, porém na prática essa resposta é feita por escrito 
acompanhada das provas documentais necessárias. A parte poderá 
apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial eletrônico até 
a audiência.
Há recomendação de que ao exercer a defesa, o reclamado faça 
abordagem das questões processuais e de mérito em ordem lógica, 
aprendemos em Neto e Cavalcante (2019, p. 708), vejamos: 
(a) inexistência ou nulidade de citação; (b) pressupostos 
processuais subjetivos – 1) relativos ao juiz: imparcialidade 
(impedimento e suspeição) e a competência (absoluta ou 
relativa); 2) relativos às partes (autor): capacidade de ser 
parte, capacidade processual e a capacidade de postular em 
juízo; (c) pressupostos processuais objetivos – 1) intrínsecos à 
relação processual (subordinação do procedimento às normas 
legais). Nessa parte entra a inépcia da inicial: falta do pedido 
ou de causa de pedir; pedido indeterminado, ressalvas as 
hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; falta 
de lógica entre a narração dos fatos e a conclusão e pedidos 
incompatíveis entre si; 2) extrínsecos à relação processual: 
falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como 
preliminar; coisa julgada; litispendência; perempção e o 
compromisso arbitral; (d) condições da ação (carência de ação) 
Direito Processual do Trabalho
22
– interesse de agir; legitimidade ad causam; (e) preliminares ou 
prejudiciais de mérito – prescrição, decadência, compensação 
e retenção; (f) defesa de mérito – 1) direta: impugnação ao fato 
constitutivo do direito do autor; 2) indireta: reconhecimento do 
fato constitutivo, mas oposição de fato impeditivo, modificativo 
ou extintivo do pedido do autor.
A resposta do reclamado deverá ser articulada em três peças 
básicas: exceção, contestação e reconvenção. Vamos estudar em que 
momento e de que forma cada uma delas deverá ser usada? Vamos!!
 • Exceção: É um tipo de resposta do réu, utilizada junto com a 
contestação e a reconvenção, aplicada nos casos em que o 
sujeito passivo da demanda deseje alegar incompetência relativa, 
impedimento ou suspeição. No processo do trabalho também 
discutiremos a incompetência territorial em exceção.
Se a exceção for rejeitada, o processo terá seu andamento normal, 
em caso da sua procedência nas varas do trabalho e nos tribunais 
regionais, será logo convocado, para a mesma audiência ou sessão, ou 
para a seguinte, o suplente do membro impedido ou suspeito, o qual 
continuará a funcionar no feito até decisão final. Proceder-se-á da mesma 
maneira caso o juiz se declare suspeito ou impedido.
Quando houver suspeição ou impedimento do juiz de direito quando 
estiver exercendo a competência trabalhista, haverá a substituição na 
forma da organização judiciária local, sendo assim ao ter conhecimento 
do reconhecimento do impedimento ou suspeição, o juiz determinará que 
sejam os autos remetidos ao seu substituto legal. Caso contrário, dentro 
de quinze dias dará as suas razões, acompanhadas de documentos e 
de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa dos autos ao 
tribunal.
VOCÊ SABIA?
Por ser uma decisão interlocutória, não caberá recurso das 
decisões das exceções de impedimento ou suspeição.
Direito Processual do Trabalho
23
 • Contestação: Será a defesa do reclamado, peça processual em 
que o réu deverá apresentar todos os argumentos e alegações 
em sua defesa, exceto as exceções de incompetência relativa, 
suspeição e impedimento, as quais devem ser apresentadas em 
separado.
Ao elaborar a contestação, o reclamado deverá inicialmente arguir 
acerca das questões processuais e das prejudiciais de mérito, após, irá o 
reclamado deverá impugnar, especificadamente, as razões de fato e de 
direito invocadas pelo autor.
É através do princípio da eventualidade que na contestação o réu 
irá apresentar de uma só vez tudo que constar em matéria processual e 
que necessite defesa e toda manifestação necessária acerca de relações 
constantes na reclamação trabalhista, tendo em vista que tudo que não 
for impugnado, será presumido como verdadeiro.
Vejamos os artigos 336 e 341 CPC:
Art. 336: Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria 
de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que 
impugna o pedido do autor e especificando as provas que 
pretende produzir.
Art. 341: Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se 
precisamente sobre as alegações de fato constantes da 
petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, 
salvo se:
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos 
fatos não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e 
ao curador especial. (Grifo nosso)
É importante ressaltar que a Contestação deverá observar os 
princípios da eventualidade e da contestação específica. O primeiro 
determina que o reclamado tem o ônus da exposição de todas as razões 
de fato e de direito que pretende impugnar os pedidos do autor, bem 
como deverá especificar as provas necessárias para a demonstração 
dos fatos alegados. Já o segundo determina ser dever do reclamado 
Direito Processual do Trabalho
24
manifestar-se de forma objetiva e concreta aos fatos alegados na inicial, 
sob pena de serem considerados verdadeiros.
Os fatos não impugnados apenas não serão considerados 
verdadeiros nos casos em que não for admissível a confissão ou que a 
petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a 
lei considerar da substância do ato ou quando estiverem em contradição 
com a defesa, considerada em seu conjunto.
A regra da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao 
defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial.
Não podemos esquecer que após a contestação só será 
permitido fazer novas alegações quando forem relativas a direito ou fato 
superveniente ou quando competir ao juiz conhecer delas de ofícioou por 
expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo 
e grau de jurisdição.
 • Reconvenção: Ocorre reconvenção quando o réu propõe ação 
contra o autor dentro da ação que está sendo demandado. Na 
reconvenção chamamos o autor de réu-reconvinte e o réu de 
autor-reconvindo.
Neto e Cavalcante (2019, p. 729) nos ensina que em um único 
processo trabalhista, duas demandas poderão ser solucionadas como 
forma e medida de celeridade processual, desde que:
A reconvenção tenha conexão com o fundamento da inicial 
ou da contestação; a retenção e a compensação são institutos 
de direito material, os quais são insuficientes para elidir a 
aplicação subsidiária da reconvenção no processo trabalhista. 
Assevere-se que a reconvenção é um instituto de natureza 
processual, o qual propicia a efetividade do processo, como 
instrumento de solução dos conflitos de interesses; não se 
nega o caráter alimentar do salário, contudo, o Direito do 
Trabalho não se resume a essa parcela. A ordem jurídico-
trabalhista possui dispositivos de várias naturezas, regulando 
não só o salário, como o trabalho do menor, da mulher, a 
jornada de trabalho, as diversas modalidades de extinção do 
Direito Processual do Trabalho
25
contrato individual de trabalho etc. Em algumas situações, 
apesar do caráter alimentar do salário, a própria lei admite 
uma série de descontos.
IMPORTANTE:
Não há na legislação trabalhista determinações acerca da 
reconvenção, razão pela qual aplica-se subsidiariamente 
o processo civil, sempre que as regras sejam compatíveis 
com o procedimento trabalhista.
O reclamado poderá reconvir no mesmo processo sempre que a 
reconvenção possuir conexão com a ação principal ou possuir fundamento 
de defesa. A reconvenção não se trata de uma peça processual específica, 
ocorrendo dentro da peça de contestação.
Mesmo diante de ausência de contestação, poderá o réu reconvir 
na audiência, desde que a reconvenção tenha conexão com a ação. A 
exemplo podemos mencionar o fato do empregador não contestar pedido 
feito na reclamatória trabalhista sobre as verbas rescisórias pela dispensa 
imotivada do empregado, e este pode propor um pedido reconvencional 
pleiteando a condenação do autor-reconvindo em pagamentos 
decorrente de dano por prática de ato culposo ou doloso.
É comum observarmos que os réus solicitem compensação de 
valores pagos em função de títulos requeridos pelos reclamantes nos 
processos trabalhistas. Essa compensação será requerida no momento 
adequado, ou seja, quando o crédito do autor for igual ou superior ao do 
réu. Entretanto, há situações que o crédito do réu é superior, não podendo 
esse excedente ser assunto de matéria de defesa. Só poderá ser arguido 
através de reconvenção, em que o magistrado reconhecerá valor pago 
excedente, condenando o empregado a diferença.
Não podemos deixar de mencionar que não existe contrariedade 
acerca de reconvenção em caso de litisconsórcio ativo ou passivo inicial 
ou posterior desde que o reconvinte o faça em caráter pessoal, sempre 
que observados os requisitos presentes no artigo 343, § 5º, NCPC, vejamos:
Direito Processual do Trabalho
26
Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para 
manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou 
com o fundamento da defesa.
§ 5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá 
afirmar ser titular de direito em face do substituído, e a 
reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também 
na qualidade de substituto processual.
VOCÊ SABIA?
Em caso de ação de cumprimento quando o sindicato for 
substituto processual, mesmo que atue em nome próprio, 
mas busque interesses dos substituídos, dessa forma a 
formulação de reconvenção pelo réu será incabível.
Na execução da dívida ativa não se admite a reconvenção, 
a compensação e as exceções, com exceção das de suspeição, 
incompetência e impedimentos, que deverão ser arguidas como matéria 
preliminar, com o processamento e respectivo julgamento com os 
embargos.
 • Prazo para resposta:
Em relação a resposta para reclamação trabalhista não existe 
prazo fixo determinado, porém a CLT determina que seja observado 
prazo mínimo de cinco dias entre a data do recebimento da citação e a 
audiência. A inobservância do referido prazo não desobriga o reclamado 
de comparecer em audiência, momento em que deverá se fazer presente 
e arguir nulidade, exigindo nova data e que seja respeitado o prazo de 
cinco dias. Caso o reclamado devidamente intimado não compareça a 
audiência será considerado revel e confesso quanto a matéria de fato.
Devemos observar que de acordo com o procedimento trabalhista, 
deverá a defesa ser apresentada na audiência. Quando se tratar de PJe, a 
defesa poderá ser apresentada até a audiência. Em caso de exceção de 
incompetência territorial, deverá ser apresentada no prazo de cinco dias 
do recebimento do mandado de citação.
Direito Processual do Trabalho
27
 • Resposta, Revelia e confissão quanto à matéria de fato na 
resposta do reclamado.
A resposta do reclamado é um ônus proveniente do direito de ampla 
defesa, não uma obrigação. Ocorre revelia por omissão do reclamado 
ao não contestar a ação, tendo em vista que compete ao réu impugnar, 
especificamente, as razões de fato e de direito narradas na exordial, 
vejamos o que determina o artigo 336 CPC:
Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de 
defesa, expondo as razões de fato e de direito com que 
impugna o pedido do autor e especificando as provas que 
pretende produzir.
Ao omitir-se em contestar e cair em revelia, o réu poderá sofrer as 
consequências advindas do princípio da eventualidade, que irá determinar 
que seja considerada verdadeiras as alegações apresentadas na inicial.
Cumpre ressaltar que há hipóteses em que não poderá ser 
considerada revelia no processo, elencadas n o artigo 844, § 4° da CLT, 
vejamos na íntegra:
O não-comparecimento do reclamante à audiência importa 
o arquivamento da reclamação, e o não-comparecimento 
do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à 
matéria de fato.
§ 4° A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste 
artigo se: 
I - Havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar 
a ação; 
II - O litígio versar sobre direitos indisponíveis; 
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento 
que a lei considere indispensável à prova do ato; 
IV - As alegações de fato formuladas pelo reclamante forem 
inverossímeis ou estiverem em contradição com prova 
constante dos autos.
Direito Processual do Trabalho
28
De forma alguma podemos confundir à revelia com a confissão, à 
revelia se dá por ausência de defesa do reclamado, sendo então uma 
situação jurídica. Enquanto isso, a confissão é a consequência que provém 
dessa situação.
A confissão também ocorre se a parte não comparecer para prestar 
depoimento pessoal, observados os requisitos jurisprudenciais.
Apesar de existirem julgados que entendam ser à revelia inaplicável 
ao Poder Público, fundamentando que o conflito verse sobre direitos 
indisponíveis, entendemos que esse direito viola a lei e a natureza 
alimentar do crédito trabalhista.
RESUMINDO:
Compreendeu tudo? Ficou alguma dúvida? Vamos para 
mais uma revisão!! Aprendemos que o detentor do direito 
de defesa será o réu, no direito processual do trabalho, 
o réu é chamado de reclamado. A ele caberá resistir a 
pretensão e ao direito do reclamante. Vimos também que 
no processo do trabalho, independente do procedimento, 
a resposta da reclamada será feita oralmente em audiência, 
no prazo de 20 minutos, após frustração na tentativa de 
conciliação, porém na prática essa resposta é feita por 
escrito acompanhada das provas documentais necessárias. 
A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de 
processo judicial eletrônico até a audiência. Identificamos 
que a resposta do reclamado deverá ser articulada em 
três peçasbásicas: exceção, contestação e reconvenção. 
Não podemos esquecer que a resposta do reclamado 
é um ônus proveniente do direito de ampla defesa, não 
uma obrigação e que há casos em que ocorre revelia por 
omissão do reclamado ao não contestar a ação, tendo em 
vista que compete ao réu impugnar, especificamente, as 
razões de fato e de direito narradas na exordial.
Direito Processual do Trabalho
29
Recursos trabalhistas
OBJETIVO:
Neste capítulo estudaremos os recursos processuais 
trabalhistas. Iremos identificar qual recurso usar no 
momento processual oportuno para melhor defender o 
direito material trabalhista na lide processual. Espero que 
você se surpreenda e não fique com nenhuma dúvida ao 
final. Preparados?? Vamos lá!!
O recurso provém do latim “re + cursus”, significando a volta e 
repetição, o retorno. No meio jurídico, ou seja, no processo, o recurso 
é a forma pela qual a parte que foi vencida poderá provocar revisão da 
decisão desfavorável, buscando seu esclarecimento ou integrar a decisão 
judicial impugnada ou sua reforma ou sua invalidação.
Podemos aprender em Leite (2019, p. 880) que:
Recurso, como espécie de remédio processual, é um direito 
assegurado por lei para que a parte, o terceiro juridicamente 
interessado ou o Ministério Público possam provocar o 
reexame da decisão proferida na mesma relação jurídica 
processual, retardando, assim, a formação da coisa julgada.
Desta forma, o recurso é um direito que é exercido por existir 
interesse jurídico por parte daquele que recorre. O ato de recorrer é um 
ônus processual, tendo em vista que seu não exercício acarretará que a 
decisão não seja reexaminada e a decisão transitará em julgado.
A fundamentação do recurso pode se dar por duas razões, as 
jurídicas ou as psicológicas. Vamos juntos aprender essas hipóteses? 
Vamos!!
 • Interesse jurídico: Decorre de possível erro, ignorância ou má-
fé do juiz ao julgar, gerando assim a oportunidade de reexame 
da decisão, que acarretará na uniformização da interpretação da 
legislação.
Direito Processual do Trabalho
30
 • Interesse psicológico: Decorre da tendência humana em não se 
conformar com determinada decisão, gerando a possibilidade da 
reforma da decisão em um julgamento injusto.
Não podemos esquecer que o recurso será interposto e analisado 
dentro da mesma relação jurídica processual proveniente da decisão 
judicial a que se pretende reformar. O recurso deverá possuir os requisitos 
de admissibilidade para que sejam aceitos, são eles:
 • Requisitos subjetivos ou intrínsecos: Legitimidade, capacidade 
ou interesse de agir, que correspondem ao recorrente.
 • Requisitos objetivos ou extrínsecos: Previsão legal, adequação, 
tempestividade e preparo, que correspondem ao recurso em si.
Em face de recurso, podem ser alegadas as questões que versem 
sobre a nulidade em face do julgado, a exemplo do cerceamento do 
direito de defesa, as decisões interlocutórias, decorrentes do erro no 
procedimento. Ou ainda o objetivo mais usual, que é a reforma parcial 
ou total da decisão impugnada, sempre respeitando que é incabível a 
reforma do julgado além do efetivamente solicitado pelo recorrente.
Como já vimos, o recurso decorre do direito de ação, devendo ser 
interposto na mesma relação jurídica processual, desde que obedeçam 
aos pressupostos de admissibilidade para satisfazer a necessidade do 
homem quanto ao reexame de decisão que lhe deu prejuízo, e como 
garantia da segurança nas decisões judiciais. Para tanto, deverá a parte 
tomar a iniciativa apresentando o seu recurso, tendo em vista que com 
seu silêncio, se sujeitará ao efeito da coisa julgada da decisão.
Existe um rol taxativo dos recursos admissíveis contra as decisões 
no judiciário trabalhista, vejamos o que diz a CLT:
Art. 893. Das decisões são admissíveis os seguintes recursos:
I – Embargos;
II – Recurso ordinário;
III – Recurso de revista;
IV – Agravo.
Direito Processual do Trabalho
31
O referido artigo nos permite visualizar que são quatro os recursos 
existentes no processo do trabalho, além de elencar os recursos o referido 
artigo nos deixa outros ensinamentos, vejamos:
Art. 893. § 1º Os incidentes do processo são resolvidos pelo 
próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do 
merecimento das decisões interlocutórias somente em 
recursos da decisão definitiva.
§ 2º A interposição de recurso para o Supremo Tribunal Federal 
não prejudicará a execução do julgado
Inicialmente devemos destacar que os prazos de recursos 
trabalhista costumeiramente são de oito dias, sua exceção é que seja de 
cinco dias. Os prazos serão contados em dias úteis. Os recursos devem 
ser interpostos em simples petição, como determina o artigo 899 da CLT, 
caput, observe:
Os recursos serão interpostos por simples petição e terão 
efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas 
neste Título, permitida a execução provisória até a penhora.
Por simples petição devemos compreender que é a melhor forma 
de haver compatibilidade entre a exigência do jus postulandi pessoal do 
trabalhador da justiça do trabalho, que atenderá os pressupostos exigidos, 
como tempestividade e preparo, mesmo que seja mal elaborada.
Ainda que simples, o recurso deverá atender ao que demanda o 
artigo 1010 do CPC, que será usada analogicamente no apelo à instância 
superior, in verbis:
Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo 
de primeiro grau, conterá:
I − os nomes e a qualificação das partes;
II − a exposição do fato e do direito;
III − as razões do pedido de reforma ou de decretação de 
nulidade;
IV − o pedido de nova decisão.
Direito Processual do Trabalho
32
Dessa forma, aprendemos que a petição de recurso pode ser 
simples, porém deverá possuir um mínimo de formalidade, até porque 
sem o devido ataque a decisão recorrida não haveria possibilidade de um 
adequado exercício do contraditório.
Ficou curioso para conhecer todas as espécies de recursos 
trabalhistas? Vamos estudar os que são considerados principais e para 
aprender detalhadamente esses recursos do direito processual do 
trabalho? Vamos!!
Embargos 
 • Embargos de Declaração: A função jurisdicional precisa ser 
justa, clara e completa, quando deixa de atender algum desses 
pressupostos, surge os embargos de declaração para requerer 
que a decisão seja esclarecida, completa ou aperfeiçoada.
Podemos aprender em Neto e Cavalcante (2019, p. 997) que:
O recurso de embargos de declaração constitui o meio 
específico que a lei põe ao alcance das partes sempre que 
desejarem obter do órgão jurisdicional uma declaração com o 
objetivo de escoimar a sentença ou o acórdão de certa falha 
de expressão formal que alegam existir.
A essência dos embargos declaratórios é adequar a decisão à 
realidade dos autos. O fim específico desse instituto é propiciar 
às partes junto ao órgão jurisdicional uma declaração com o 
objetivo de elucidar obscuridade, contradição ou omissão.
VOCÊ SABIA?
O embargo de declaração encontra-se na CLT no Capítulo 
VI do Título X, que é destinado aos recursos, no artigo 897-
A, mesmo que não esteja explicitamente no rol do artigo 
893 da CLT.
Os embargos de declaração poderão ser usados quando a decisão 
judicial for obscura ou contraditória, omissa em determinado ponto que 
Direito Processual do Trabalho
33
deveria se pronunciar ou apresentar erro material. Vamos exemplificar 
cada uma dessas situações para melhor compreender? Vamos!
A obscuridade ocorre quando o julgado não fica claro, deixando à 
parte impossibilitada de interpretar a decisão, sendo assim, a sentença 
precisa ser clara e objetiva.
A contradição acontece quando há na sentença preposições que 
não se conciliam, não possuindo a clareza que se faz necessária em todos 
os julgados, gerando dúvida acerca da decisão. Podemos exemplificar 
com uma sentença que determinasse o pagamento de horas extras, mas 
em seguida houvesse afirmação que estas nãoseriam devidas.
A omissão se fará presente quando houver esquecimento, quando 
o magistrado se omitir, não fizer ou esquecer, ou seja, o juiz não apreciou 
determinado pedido ou não aprecia determinado argumento suscitado 
pelas partes ou não observar alguma formalidade determinada em lei, 
como as custas, por exemplo, ou ainda quando não fizer a diminuição do 
valor da condenação fixado na sentença recorrida, diante do acolhimento 
do recurso ordinário patronal, que exclui títulos deferidos ao trabalhador.
Para a caracterização da omissão é necessário que o pedido não 
analisado esteja inserido na defesa ou na inicial, abrangendo também 
pedidos implícitos, tais como verba honorária, juros e correção monetária.
Vejamos o que nos ensina Neto e Cavalcante (2019. P 1000):
Na nova sistemática processual civil, considera-se omissa a 
decisão que: (a) deixe de se manifestar sobre tese firmada 
em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de 
assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento; 
(b) se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato 
normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão 
decidida; (c) empregar conceitos jurídicos indeterminados, 
sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; (d) 
invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra 
decisão; (e) não enfrentar todos os argumentos deduzidos no 
processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada 
pelo julgador; (f) se limitar a invocar precedente ou enunciado 
Direito Processual do Trabalho
34
de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes 
nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles 
fundamentos; (g) deixar de seguir enunciado de súmula, 
jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem 
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento 
(distinguishing) ou a superação do entendimento(overruling).
Os embargos de declaração ao serem aceitos e declarados não irão 
substituir a decisão anterior, mas irão integrá-la, fazendo o complemento 
da prestação jurisdicional.
O prazo para a interposição dos embargos declaratórios é de 
cinco dias a contar da ciência da decisão, não estando sujeitos a preparo. 
Haverá prazo em dobro para a interposição de embargos declaratórios 
por pessoa jurídica de direito público. Caso não seja ofertado embargo de 
declaração, haverá preclusão.
Os embargos declaratórios tempestivos irão interromper prazo 
para interpor outros recursos ou para que sejam realizados outros atos 
judiciais, todavia, se forem intempestivos, não irão gerar essa suspensão.
É importante mencionar que for constatado que o embargante 
interpôs embargos declaratórios com a intenção de protelar o processo, 
o magistrado irá determinar que o embargante pague uma multa à 
embargada multa não excedente a 2% o valor atualizado da causa. Caso 
haja reiteração de embargos protelatórios, a multa pode ser elevada até 
10% do valor atualizado da causa e qualquer outro recurso que possa ser 
interposto, ficará condicionado ao depósito da referida multa.
 • Embargos de divergência: São cabíveis quando o acórdão 
divergir do julgamento de Turma ou Plenário. Será cabível apenas 
quando ambos os acórdãos tiverem julgado o mérito ou se um 
dos acórdãos não tiver sido admitido, mas houver apreciado 
a controvérsia. O prazo para interposição dos embargos de 
divergência é de 15 dias.
 • Embargos de nulidade: Serão opostos contra as decisões dos 
Tribunais de 2º grau. Apenas quando a decisão for desfavorável 
ao réu, por maioria, jamais se a decisão for desfavorável por 
Direito Processual do Trabalho
35
unanimidade! Poderão ser opostos dentro de 10 dias, a contar da 
publicação de acórdão.
 • Embargos infringentes: Possui as mesmas características do 
recurso ordinário e é cabível contra decisões não unânimes 
proferidas em dissídio originalmente julgados pelo mesmo órgão 
do TST. O prazo para sua interposição é de oito dias.
Recurso ordinário
O recurso ordinário será cabível para a instância superior das 
decisões definitivas e terminativas, previsto no artigo 895 da CLT, vejamos:
Art. 895. Cabe recurso ordinário para a instância superior:
I - Das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, 
no prazo de 8 (oito) dias; e.
II - Das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais 
Regionais, em processos de sua competência originária, no 
prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos 
dissídios coletivos.
§ 1º - Nas reclamações sujeitas ao procedimento sumaríssimo, 
o recurso ordinário: 
II - Será imediatamente distribuído, uma vez recebido no 
Tribunal, devendo o relator liberá-lo no prazo máximo de 
dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo 
imediatamente em pauta para julgamento, sem revisor;
III - terá parecer oral do representante do Ministério Público 
presente à sessão de julgamento, se este entender necessário 
o parecer, com registro na certidão;
IV - Terá acórdão consistente unicamente na certidão de 
julgamento, com a indicação suficiente do processo e parte 
dispositiva, e das razões de decidir do voto prevalente. Se 
a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a 
certidão de julgamento, registrando tal circunstância, servirá 
de acórdão.
Direito Processual do Trabalho
36
§ 2º Os Tribunais Regionais, divididos em Turmas, poderão 
designar Turma para o julgamento dos recursos ordinários 
interpostos das sentenças prolatadas nas demandas sujeitas 
ao procedimento sumaríssimo. 
O recurso ordinário será cabível sempre que a decisão homologar 
parcialmente ou não realizar a homologação de acordo judicial ou 
extrajudicial que foi celebrado entre as partes. 
Também será cabível contra decisão interlocutória terminativa da 
competência material trabalhista e contra a decisão interlocutória que 
acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos 
para TRT distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado ou 
mesmo que acolhe preliminar de incompetência material da Justiça do 
Trabalho. Será possível também para se questionar a decisão interlocutória 
impugnada oportunamente pela parte prejudicada.
IMPORTANTE:
Não será cabível recurso ordinário contra decisão em 
agravo regimental interposto em reclamação correicional 
ou em pedido de providência.
O prazo para a interposição do recurso ordinário é de oito dias, com 
início a partir do momento em que houve a regular intimação da decisão, 
ou seja, no primeiro dia útil subsequente à intimação da decisão.
Não esqueça que os prazos são contados em dias úteis e também 
se encerra em dia útil.
Recurso de revista
Aprendemos que caberá o recurso de revista para uma das turmas 
do Tribunal Superior do Trabalho (TST) das decisões proferidas em grau 
de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do 
Trabalho (TRT).
Direito Processual do Trabalho
37
Neto e Cavalcante (2019, p. 1048 - 1049) elenca as hipóteses de 
cabimento, vejamos: 
a) conhecimento: (1) a decisão recorrida dá ao mesmo 
dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe 
houver dado outro tribunal regional, no seu pleno ou turma, 
ou a Seção de Dissídios Individuais (SDI), ou a Súmula de 
jurisprudência uniforme do TST ou Súmula Vinculante do STF 
(...) (2) o acórdão recorrido dá a idêntico dispositivo de norma 
jurídica (lei estadual, convenção coletiva de trabalho, acordo 
coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial) 
de observância obrigatória, em área territorial que exceda a 
jurisdição do tribunal regional prolator da decisão recorrida, 
interpretação divergente da que houver sido dada por 
outro tribunal regional do trabalho (pleno ou turma), ou a 
SDI, ou a Súmula ou OJ do TST ou Súmula Vinculante do 
STF; (3) proferidas com violação literal de disposição de lei 
federal ou afronta direta e literal à CF; (4) a decisão recorrida 
violar súmula ou tese jurídica prevalecenteno TRT (não 
conflitante com súmula ou orientação jurisprudencial do TST); 
b) execução: (1) a decisão recorrida contiver ofensa direta e 
literal de norma da CF; (2) nas hipóteses de execuções fiscais 
e nas controvérsias relacionadas com a certidão negativa de 
débitos trabalhistas (CNDT), por violação da lei federal, por 
divergência jurisprudencial e por ofensa à CF. (Grifo nosso).
Dessa forma podemos concluir que há duas hipóteses para se 
aplicar o recurso de revista, a primeira quando houver interpretação 
divergente e a segunda quando houver violação de norma jurídica.
O prazo para interposição de recurso de revista é de oito dias 
contados a partir da ciência do acórdão. Possuem prazo em dobro 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, bem como as autarquias 
ou fundações de direito público federais, estaduais e municipais que 
não explorem atividades econômicas, o Ministério Público ou quando 
existir litisconsórcio passivo, com procuradores distintos, desde que 
incompatível ao processo do trabalho.
Direito Processual do Trabalho
38
Agravo
Sabemos que nos dias atuais há vários recursos que são chamados 
de agravo, cabendo a nós explanar sua diferença. São eles o agravo 
interno, agravo de petição e o agravo de instrumento.
Agravo interno: Será interposto para o Órgão Especial do TST 
quanto às decisões proferidas nas correições parciais pelo Corregedor-
Geral da Justiça do Trabalho.
Está previsto nos artigos 265 e 266 do regimento interno do TST, 
vejamos:
Art. 265 Cabe agravo interno contra decisão dos Presidentes 
do Tribunal e das Turmas, do Vice-Presidente, do Corregedor-
Geral da Justiça do Trabalho ou de relator, nos termos da 
legislação processual, no prazo de 8 (oito) dias úteis, pela 
parte que se considerar prejudicada.
Art. 266. O agravo interno será concluso ao prolator da decisão 
monocrática, que, após intimar o agravado para manifestar-
se sobre o recurso no prazo de 8 (oito) dias úteis, poderá 
reconsiderá-lo ou determinar sua inclusão em pauta visando 
apreciação do Colegiado competente para o julgamento da 
ação ou do recurso em que exarada a decisão, com exceção 
daquele interposto contra a decisão do Presidente de Turma 
que denegar seguimento a embargos à Subseção I da Seção 
Especializada em Dissídios Individuais, que será diretamente 
distribuído entre os demais integrantes desta Subseção.
O prazo para interpor agravo interno dependerá do regimento 
interno do TRT, que poderá ser de cinco ou de oito dias. 
 • Agravo de petição: É um recurso específico do direito processual 
do trabalho, que pode ser interposto contra as decisões do juiz de 
execução.
O prazo para interpor agravo de petição é de oito dias, porém a 
União, Estados, Distrito Federal, Municípios, autarquias, fundações de 
direito público e o Ministério Público e o INSS têm prazo em dobro.
Direito Processual do Trabalho
39
O agravo de petição deixou de fazer parte do processo civil com o 
CPC de 1973.
 • Agravo de instrumento: Possui um rol extenso de possibilidades 
e está previsto no artigo 1015 do CPC e para o direito do trabalho 
está previsto no art. 897, b, § 2º, § 4º, § 5º, § 6º e § 7º, CLT.
No processo civil, o agravo de instrumento serve para impugnar as 
decisões interlocutórias, o que não se aplica no processo do trabalho, 
onde prepondera o princípio da irrecorribilidade de imediato quanto às 
decisões interlocutórias. Dessa forma o agravo de instrumento será o 
recurso para se opor apenas contra ato denegatório quanto ao seguimento 
de recurso, discutindo-se o mérito ao examinar o ato judicial que indeferiu 
o processamento do recurso. Quando buscar a impugnação quanto as 
decisões interlocutórias no processo do trabalho ou contra decisão que 
não admite os recursos extraordinário e especial, o prazo para interpor 
agravo de instrumento é de 15 dias.
E aí? Conseguiu compreender todo o assunto? Vamos fazer uma 
breve revisão?
RESUMINDO:
Gostou de conhecer os recursos trabalhistas? Extensos e 
cheia de detalhes, não é? Inicialmente aprendemos que o 
recurso provém do latim “re + cursus”, significando a volta e 
repetição, o retorno. No meio jurídico, ou seja, no processo, 
o recurso é a forma pela qual a parte que foi vencida poderá 
provocar revisão da decisão desfavorável, buscando seu 
esclarecimento ou integrar a decisão judicial impugnada 
ou sua reforma ou sua invalidação. Aprendemos também 
que a fundamentação do recurso pode se dar por duas 
razões, as jurídicas ou as psicológicas. E que o recurso 
possui requisitos de admissibilidade para que sejam 
aceitos, podendo ser requisitos subjetivos ou objetivos. 
Aprendemos que os recursos podem ocorrer na forma de 
embargos, recurso ordinário, recurso de revista ou agravo e 
estudamos cada um deles!
Direito Processual do Trabalho
40
Sentença Trabalhista
OBJETIVO:
Estamos chegando ao final da nossa última unidade! 
Espero que tenham gostado e feito muitas descobertas, 
aprendendo e desenvolvendo cada uma das 
competências!! Neste capítulo poderemos debater sobre 
a sentença no judiciário trabalhista. Vamos juntos para a 
última competência desta unidade? Vamos juntos!!
Inicialmente precisamos destacar que é o juiz o responsável por 
conduzir o processo e praticar atos decisórios e não decisórios. Os atos 
decisórios são atos com teor de comando, já os não decisórios são 
atos do poder de polícia do magistrado ou possuem particularidades 
administrativas.
Figura 1 – Sentença
Fonte: Freepik
Vamos estudar junto as especificidades dos atos do juiz? Aprender 
a diferença entre os atos decisórios e os não decisórios? Vamos!!
Direito Processual do Trabalho
41
Atos Decisórios
Os atos decisórios são divididos em atos decisórios propriamente 
ditos e atos executivos, sempre de acordo com a natureza do processo. 
Neto e Cavalcante (2019, p.862) define bem as duas espécies de 
atos decisórios:
Atos decisórios propriamente ditos; e (b) atos executivos. Nos 
primeiros, visa-se preparar ou obter a declaração da vontade 
concreta da lei frente ao caso sub judice nos atos executivos, 
procura-se a realização efetiva da mesma vontade, através de 
providências concretas sobre o patrimônio do devedor, para 
satisfação do direito do credor (atos, por exemplo, que ordenam 
a penhora, a arrematação, à adjudicação etc.). Quando, no 
entanto, se faz a confrontação dos atos do juiz com os atos 
das partes no processo, aqueles, mesmo quando se referem 
ao processo executivo, ‘são, regra geral, provisões, ordens, 
determinações, decisões’, logo, ‘atos decisórios’ em sentido 
lato. Assim, é perfeitamente válida a afirmação de Amaral 
Santos de que ‘as atividades do juiz, no desenvolvimento da 
relação processual, se manifestam especialmente por meio 
de atos decisórios – despachos e sentenças.
Sabemos que os atos propriamente ditos do magistrado são finais 
ou interlocutórios. 
As decisões interlocutórias são proferidas no decorrer do processo 
e podem ser despachos ordinatórios, como ordenar a citação, deferir 
a juntada de uma contestação ou decisões que resolvem questões 
processuais e que não finalizam o processo, como as que repelem a 
exceção de coisa julgada, de litispendência, de ilegitimidade de parte.
Entretanto, já as decisões finais, são as que finalizam o processo e 
esgotam a atividade jurisdicional, podem ser terminativas ou definitivas.
As decisões terminativas irão resolver o processo sem solucionar 
o mérito, como as que acolhem as exceções de coisa julgada e de 
litispendência, vejamos o artigo 485 do CPC, in verbis: 
Direito Processual do Trabalho
42
O juiz não resolverá o mérito quando:
I - Indeferir a petição inicial;
II - O processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por 
negligência das partes;
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, 
o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV - Verificar a ausência de pressupostos de constituição e de 
desenvolvimento válidoe regular do processo;
V - Reconhecer a existência de perempção, de litispendência 
ou de coisa julgada;
VI - Verificar ausência de legitimidade ou de interesse 
processual;
VII - acolher a alegação de existência de convenção de 
arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua 
competência;
VIII - homologar a desistência da ação;
IX - Em caso de morte da parte, a ação for considerada 
intransmissível por disposição legal; e
X - Nos demais casos prescritos neste Código.
Já as decisões definitivas irão resolver o processo com resolução 
do mérito, ou seja, irão acolher ou rejeitar aquilo que foi pretendido em 
petição inicial. A decisão do mérito contém a solução da situação jurídica 
material do conflito em juízo.
VOCÊ SABIA?
O julgamento colegiado proferido pelos tribunais recebe a 
denominação de acórdão.
Para ser válido no processo do trabalho, as sentenças deverão 
conter o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa, a apreciação 
das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva conclusão; quando 
Direito Processual do Trabalho
43
a decisão concluir pela procedência do pedido, determinará o prazo e 
as condições para o seu cumprimento; a decisão mencionará sempre 
as custas que devam ser pagas pela parte vencida; a natureza jurídica 
das parcelas constantes da condenação ou do acordo homologado, 
inclusive o limite de responsabilidade de cada parte pelo recolhimento 
da contribuição previdenciária, se for o caso, conforme art. 832, §§ 1º a 
3º, CLT.
IMPORTANTE:
Não se faz necessário o magistrado fazer relatório para 
o procedimento sumaríssimo, tendo em vista que fica 
implícito na formulação da fundamentação da sentença.
Não esqueçamos que a sentença precisa ser clara e precisa, conter 
os elementos previsto em lei, do contrário, poderá ocorrer ação rescisória 
caso a sentença viole disposição em lei.
Toda sentença necessita decidir a lide dentro dos limites propostos 
na petição inicial. Não podendo ir além do pedido ou ficar aquém do 
pedido, tampouco realizar condenação acerca de fatos diversos do que 
for solicitado na inicial.
Por fim, a decisão judicial deve ser interpretada a partir da 
conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o 
princípio da boa-fé.
Atos não decisórios
Inicialmente devemos mencionar que não há na legislação o 
esgotamento de todos os atos processuais que podem e devem ser 
praticados pelo magistrado. O juiz pratica inúmeros atos, que não 
possuem cunho decisório no processo, porém são de grande relevância 
para que o magistrado prolate a sentença, como presidir audiências, oitiva 
das testemunhas, poder de polícia e outros.
Direito Processual do Trabalho
44
Figura 2 – Atos não decisórios
Fonte: Freepik
Deixemos claro que seja pelos aspectos existentes na sentença, 
de conteúdo ou de finalidade, a sentença é um ato de inteligência e de 
vontade, sendo indispensável e imprescindível para o desfecho do litígio. 
A sentença é um ato que cria direito, declara o direito preexistente e cria 
jurisprudência, que é fonte de Direito.
As sentenças processuais classificam-se em típicas e atípicas. 
Vamos aprender quais são cada uma delas?
 • As sentenças processuais típicas: declaram a extinção do 
processo sem solucionar o mérito sempre que se verificar a ausência 
de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e 
regular do processo; o juiz acolher a alegação de litispendência 
ou de coisa julgada; se verificar ausência de legitimidade ou de 
interesse processual, que correlacionam-se com os pressupostos 
processuais e as condições da ação. 
Podemos mencionar ainda o caso de morte do procurador de 
qualquer das partes, ainda que iniciada a audiência de instrução e 
julgamento, o juiz marcará, a fim de que a parte constitua novo mandatário, 
Direito Processual do Trabalho
45
o prazo de 15 dias, ao final do qual extinguirá o processo sem julgamento 
do mérito, se o autor não nomear novo mandatário e nos casos de 
litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que requeira 
a citação de todos que devam ser litisconsortes, sob pena de extinção do 
processo como exemplo de sentenças processuais típicas.
 • As sentenças processuais atípicas: envolvem a extinção do feito, 
sem resolução de mérito, quando o processo ficar parado durante 
mais de um ano por negligência das partes; quando as partes não 
promoverem os atos e diligências que lhe competirem, o autor 
abandonar a causa por mais de 30 dias; houver a desistência da 
ação; a ação for considerada intransmissível por disposição legal; 
ocorrer confusão entre autor e réu.
 • Sentenças de mérito: Também chamada de sentença definitiva 
é aquela em que o juiz resolve o conflito, a lide e satisfaz a 
obrigação jurisdicional que lhe foi imposta pelo pedido do autor e 
contestação. Dessa forma estará satisfeita a obrigação jurisdicional 
do Estado, esgotando-se a função do juiz e, pois, encerrando-se 
a relação processual.
Ao prolatar a sentença definitiva, o juiz cria norma especial para 
solucionar conflitos entre as partes, fazendo uso do direito objetivo. Não 
podemos confundir a sentença definitiva com sentença perpétua, tendo 
em vista que será apenas o provimento final, que definirá o litígio em 
primeiro grau. Para uma sentença ser considerada imutável deverá ter 
ocorrido todos os recursos possíveis, ou seja, a coisa julgada material, o 
trânsito em julgado.
A sentença, como ato processual, pode ser visualizada em três 
planos distintos: existência, validade e eficácia. Vamos estudar sobre eles? 
Vamos!
 • Existência: Uma sentença pode ser considerada juridicamente 
existente ou inexistente. Será considerada ato jurídico inexistente 
sempre que não ingressar no mundo jurídico, existindo apenas 
no mundo fático, sendo considerado ato de mera aparência, sem 
valor jurídico.
Direito Processual do Trabalho
46
Aprendemos em Neto e Cavalcante (2019, p. 895) um rol 
exemplificativo de situações em que a sentença será considerada 
inexistente, que é quando for: 
(...) proferida por quem não é juiz, pela falta do atributo 
da jurisdição. Quando é prolatada por juiz incompetente, 
em razão da matéria, a decisão será nula; se for o caso de 
incompetência relativa, a sentença será anulável; (b) sem 
a conclusão ou a parte dispositiva; (c) no processo em que 
não houve a citação válida; (d) sem condições materiais de 
produzir efeitos, porque incerta ou impossível; (e) pronunciada 
contra pessoa inexistente ou sem legitimidade para a ação. 
Nesta última hipótese, não há uma das condições da ação; (f) 
não assinada pelo juiz; (g) ilegíveis; (h) quando não se tem a 
publicação; (i) não escrita.
 • Validade: Após ser promulgada, a sentença deverá ser constatada 
como existente, para em seguida ser analisada se é válida e eficaz. 
Pelo critério da validade, a sentença pode ser válida ou inválida.
Para que seja válida, precisa obedecer aos requisitos dos artigos. 
141 e 492, CPC, do art. 489, CPC, e art. 832, CLT, vejamos:
Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas 
partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não 
suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa 
da pedida, bem como condenar a parte em quantidade 
superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.
Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva 
relação jurídica condicional.
Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação 
do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro 
das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
Direito Processual do Trabalho
47
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de 
fato e de direito;
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais 
que as partes lhe submeterem.
Art. 832 - Da decisão deverão constar

Mais conteúdos dessa disciplina