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Prévia do material em texto

Autores: Profa. Maria José Teixeira 
 Prof. Alexandre Saramelli
 Profa. Cristiane Nagai
Colaboradoras: Profa. Rachel Niza 
 Prof. André Galhardo Fernandes
Contabilidade Financeira
Professores conteudistas: Maria José Teixeira / 
Alexandre Saramelli /Cristiane Nagai
Maria José Teixeira
Mestre em Ciências Contábeis pela Universidade Católica de São Paulo, graduada em Ciências Contábeis pela 
Universidade Católica de São Paulo, licenciada pela Faculdade de Educação Campos Salles e com curso de Controladoria, 
Controle de Custos e Orçamentos - Programa de Educação Continuada para Executivos - pela Fundação Getúlio 
Vargas. Tem experiência na área de contabilidade societária, contabilidade tributária, custos e controladoria exercendo 
diversas funções de coordenação, contadora e gerente de contabilidade em grandes grupos empresariais nacionais e 
multinacionais. Experiência na área acadêmica atuando nas disciplinas de contabilidade em geral, Custos e Análise 
de Balanços em diversas instituições de ensino superior. Atualmente, é professor adjunto I da UNIP - Universidade 
Paulista, ministrando as disciplinas de Contabilidade Societária, Contabilidade Financeira, Contabilidade Pública e 
Planejamento Contábil Tributário.
Alexandre Saramelli
Nascido na cidade de São Paulo, é contador formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo 
e mestre profissional em Controladoria pela mesma universidade. Atuou em empresas nacionais e internacionais de 
médio e grande porte como contador em áreas de custos e orçamentos e foi consultor em sistemas de controladoria da 
desenvolvedora alemã SAP.
Cristiane Nagai
Mestre em Contabilidade pela Universidade de São Paulo (2012), especialista em controladoria pela Fundação 
Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap, 2007) e em ensino a distância (2011). Graduada em Direito e em Ciências 
Contábeis pela UNIP (2005).
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
T266c Teixeira, Maria José.
Contabilidade financeira. / Maria José Teixeira, Alexandre 
Saramelli, Cristiane Nagai. – São Paulo: Editora Sol, 2020.
76 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Contabilidade financeira. 2. Estimativas e provisões. 3. 
Pagamentos. I. Saramelli, Alexandre. II. Nagai, Cristiane. III. Título.
CDU 657.15
U505.70 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Carla Moro
 Amanda Casale
 Juliana Muscovick
Sumário
Contabilidade Financeira
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................8
Unidade I
1 AJUSTES DE REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL DE ATIVOS ...................................................... 11
2 ESTIMATIVAS COMO CONTAS REDUTORAS DO ATIVO CIRCULANTE .......................................... 13
2.1 Estimativa para créditos de liquidação duvidosa (ECLD) ..................................................... 14
2.2 Estimativa para ajuste a valor de mercado dos estoques .................................................... 24
3 ESTIMATIVAS COMO CONTAS REDUTORAS DO ATIVO NÃO CIRCULANTE............................... 28
3.1 Perdas estimadas por valor não recuperável em investimentos não 
circulantes: CPC 01 (R1) - Redução do valor recuperável de ativos ....................................... 28
3.2 Perdas estimadas por valor não recuperável em imobilizado: 
CPC 01 (R1) – Redução ao valor recuperável de ativos ............................................................... 29
3.3 Perdas estimadas por valor não recuperável em intangível: 
CPC 01 (R1) – Redução ao Valor Recuperável de Ativos ............................................................. 33
4 PROVISÕES COMO EXIGÍVEIS ..................................................................................................................... 33
4.1 Provisões para contingências .......................................................................................................... 35
4.2 Diferença entre provisão para contingências e reservas para contingência ............... 35
Unidade II
5 OPERAÇÕES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL .................................................................................. 41
5.1 Arrendamento mercantil ................................................................................................................... 42
5.1.1 Alcance do pronunciamento técnico CPC 06 (R2) – Arrendamentos ............................... 44
5.1.2 Classificação de arrendamento ......................................................................................................... 44
5.2 Mensuração e reconhecimento do arrendamento mercantil no arrendatário .......... 45
5.2.1 Isenção de reconhecimento ............................................................................................................... 46
5.2.2 Contabilização do arrendamento mercantil no arrendatário ............................................... 47
5.2.3 Exemplo de contabilização de arrendamento mercantil no arrendatário ....................... 48
5.3 Mensuração e reconhecimento do arrendamento mercantil no arrendador .............. 49
5.3.1 Arrendamento financeiro .................................................................................................................... 50
5.3.2 Arrendamento operacional ................................................................................................................ 50
5.3.3 Contabilização do arrendamento mercantil no arrendador ................................................. 51
5.4 Contratos de aluguel – Tratamento como arrendamento mercantil .............................. 51
6 LEASEBACK ........................................................................................................................................................ 51
Unidade III
7 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA) ............................................................................. 58
8 INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO .................................................................................................... 62
7
APRESENTAÇÃO
O objetivo traçado para esta disciplina é o de proporcionar meios ao aluno para estudar assuntos 
inerentes à atividade contábil, entre eles a questão das perdas estimadas como contas redutoras do ativo e 
provisões como contas de passivos, considerando-se o processo de convergência da contabilidade brasileira 
aos padrões internacionais. Trata, ainda, da contabilização de operações de arrendamento mercantil e seus 
reflexos nas demonstrações contábeis da empresa arrendadora e da arrendatária, sendo que traz ainda a 
Demonstração do Valor Adicionado.
A contabilidade financeira, de uma forma geral, é conhecida como uma contabilidaderecursos para o governo.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: a estimativa de perda de recursos com despesas extras não podem aumentar o ativo 
do governo.
39
CONTABILIDADE FINANCEIRA
C) Alternativa correta.
Justificativa: a provisão para o pagamento de possíveis derrotas no judiciário se configura em 
possível aumento das obrigações do estado para com as pessoas ou empresas.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: os precatórios se vencidos, contra o governo, aumentam a obrigação do poder público 
para com a sociedade.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: emolumentos são ganhos casuais, e os precatórios são perdas quase certas do 
poder público.
Questão 2. Em uma economia hipotética, algumas razões levaram à aplicação de uma política 
monetária contracionista, isto é, a autoridade monetária foi obrigada a aumentar a taxa básica de juros 
e aumentar o percentual dos depósitos compulsórios dos bancos comerciais. Essa decisão de aumentar 
a taxa de juros terá um efeito secundário que é o encarecimento do crédito para pessoas e empresas. 
Todo esse desdobramento pode ter como consequência:
A) Um aumento da ECLD em função do aumento do custo do dinheiro no mercado bancário.
B) Diminuição do passivo circulante da companhia, que deverá optar por diminuir seus gastos diante 
do aumento do índice de preços.
C) Aumento da estimativa de contas redutoras do ativo circulante, uma vez que o aumento de 
preços deve trazer compressão dos lucros da companhia.
D) Diminuição da estimativa de contas redutoras do ativo circulante em decorrência do aumento 
de preços.
E) Melhora dos ganhos de empresas com juros ligados ao processo de compras a prazo.
Resposta correta: alternativa A.
Análise das alternativas
A) Alternativa correta.
Justificativa: o aumento do custo do crédito pode trazer problemas para empresas cujo capital de 
giro, investimento e outros, são, por vezes, provenientes de empréstimos bancários. Um custo mais do 
crédito pode inviabilizar a tomada de empréstimos ou comprometer, devido ao aumento dos custos com 
juros, a capacidade de pagamento do cliente. Neste sentido, pode haver aumento da estimativa para 
crédito de liquidação duvidosa (ECLD).
40
Unidade I
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: o aumento do nível de preços pode significar grade oportunidade de ganho para 
empresas dos mais variados setores, seria equivocado creditar a diminuição do passivo em decorrência 
do aumento da inflação.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: um aumento de preços generalizada não trará necessariamente uma compressão das 
margens de lucro das empresas. Além de ser muito relativo, o processo inflacionário pode trazer, no 
limite, mais lucros para alguns segmentos da economia.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: o aumento da inflação não deve trazer uma mudança autônoma relevante que permita 
a empresa a reduzir as estimativas de perdas com clientes inadimplentes.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: para que isso ocorra a empresa tem que estar diretamente ligada à concessão de 
empréstimos ou, ter nos juros, mora e multa por atraso, por exemplo, um grande componente das 
receitas totais. Ainda assim, o aumento dos ganhos estão mais ligados a outros fatores, como propensão 
marginal a consumir, elasticidade-preço da demanda em função da taxa de juros, entre outros.dedicada 
ao usuário externo, que vai produzir as demonstrações contábeis/financeiras. Há diversos assuntos e 
temas que devem fazer parte de uma demonstração contábil/financeira e que são estudados ao longo 
de algumas disciplinas dessa área.
Muitos dos termos que são utilizados já foram estudados em outras disciplinas. Aqui, introduzem-se 
outros conhecimentos, com destaque para as operações de arrendamento mercantil, que a partir 
de 2019 estão sob a vigência da versão R2 do CPC 06 - Operações de arrendamento mercantil. 
O objetivo é que o aluno conheça como uma empresa deve proceder, de acordo com as leis e das 
normas contábeis e entenda como aplicar esse conhecimento. Para tal, inseriram-se alguns exercícios 
resolvidos, para que o aluno tenha condições de entender o como fazer, ao mesmo tempo em que 
entende o por que fazer. 
A maior parte do conteúdo a ser abordado aplica-se a empresas de qualquer porte e/ou ramo e, 
atualmente, com as normas internacionais de contabilidade, em praticamente todos os países que 
aderiram a elas.
Há também o intuito de orientar o aluno em relação ao processo de convergência contábil 
internacional, um grande esforço dos contadores e que está em pleno andamento. Há espaço também 
para lidar com a cultura corporativa, os jargões próprios da área contábil/financeira e administrativa, 
ajudando o estudante a se inserir no mercado de trabalho.
Na elaboração deste livro-texto, seguiram-se orientações do Conselho Federal de Contabilidade e da 
Fundação Brasileira de Contabilidade (Proposta Nacional de Conteúdo para os Cursos de Graduação 
em Ciências Contábeis), do Ministério da Educação (Resolução CNE/CES 10/2004 e Parecer CNE/CES 
269/2004). Além disso, as orientações da Organização das Nações Unidas (ONU), da United Nations 
Conference on Trade and Development (Unctad), da International Accounting Standards Board (Iasb) 
com as Normas Internacionais de Contabilidade, e da International Federation of Accountants (Ifac) com 
as Normas Internacionais de Educação Contábil e os pronunciamentos do Comitê [brasileiro] de 
Pronunciamentos Contábeis (CPC). 
8
INTRODUÇÃO
Olá, aluno.
Imagino que você já deva estar bastante ansioso para começar a estudar esta disciplina e não é 
para menos: trata-se de um dos assuntos que mais atraem a atenção dos profissionais da área. Mas 
é preciso ter cuidado com o nome contabilidade financeira, pois nós não iremos tratar apenas de 
assuntos financeiros, empréstimos, financiamentos, juros. O financeiro do qual estamos nos referindo 
é uma contabilidade voltada a usuários externos da empresa, que mostra tópicos essenciais para a 
boa administração de uma empresa. Por exemplo, será que a empresa gera valor adicionado durante o 
desenvolvimento de suas atividades? Como e para quem esse valor adicionado gerado foi distribuído?
Surge aqui a necessidade de dizer a verdade, de mostrar o que realmente ocorreu na empresa. Então, 
vamos estudar três tópicos que chamam a atenção para a boa execução dos negócios e geralmente 
envolvem informações relevantes no processo decisório dos usuários da informação contábil: estimativas, 
operações de arrendamento mercantil e demonstração do valor adicionado.
No que se refere às estimativas, sabe-se que as demonstrações contábeis das empresas devem 
retratar o mais fielmente sua realidade econômico-financeira, visto que as informações servirão aos 
mais diversos usuários (governo, acionistas, fornecedores, concorrentes). Os ativos da empresa devem 
estar gravados no balanço patrimonial da companhia pelo seu valor de provável realização, resguardadas 
suas respectivas regras, e todos os seus passivos deverão estar devidamente reconhecidos.
Primeiramente, estudaremos a técnica de constituir as estimativas relacionadas às contas de 
determinados ativos e as provisões registradas no passivo.
Em seguida, veremos o que são operações de arrendamento mercantil e seu reconhecimento nas 
empresas arrendadoras e arrendatárias.
Por fim, será abordada a demonstração do valor adicionado, que se tornou obrigatória com o advento 
da Lei n. 11.638, de 27 de dezembro de 2007, com efeito a partir de 2008.
Ao final deste estudo, espera-se que você tenha formado habilidades para lidar com esses três 
tópicos de forma natural e saber agir, analisar, fazer julgamentos profissionais. 
Todo e qualquer lugar pode ser um ambiente perfeito para estudar. Mas, para estudar da melhor 
forma possível, cada um tem suas individualidades e manias. Há pessoas que conseguem absorver bem 
um assunto a partir de uma simples leitura. Outros não têm muita paciência para ler e preferem fazer 
exercícios. Há ainda os que têm predileção por livros coloridos, preenchidos com gráficos, elementos 
visuais e resumos, ou aqueles que não gostam de teorias acadêmicas e dão preferência a livros que ilustrem 
exemplos práticos e, assim, retratem o cotidiano empresarial. Desse modo, quando este trabalho foi 
elaborado, pensou-se em mesclar estratégias de ensino para que ele se tornasse interessante. No entanto, 
o que viria a ser um conteúdo interessante? O que seria um conteúdo chato? Essas respostas dependem 
de sua postura como aluno. Por isso, a recomendação é: aproveite este livro-texto com olhos interessados.
9
É claro que você é livre para estudar da maneira que achar melhor e que acreditar ser mais eficiente. 
Contudo, sugere-se que, antes de qualquer atitude, seu estudo seja iniciado pela bibliografia. Verifique 
livros, artigos e referências que foram utilizados na elaboração deste livro-texto. Em seguida, percorra 
as unidades, sempre fazendo as atividades propostas.
Esta disciplina vai lhe exigir bastante atenção. Como uma sugestão, recomenda-se que você refaça 
os exercícios propostos em seu caderno passo a passo, bem longe do livro-texto e depois compare o 
seu exercício com o livro-texto. Recomenda-se veementemente reservar algumas horas do seu tempo 
exclusivamente para estudar contabilidade financeira. E quando eu digo exclusivamente, é exclusivamente 
mesmo, não se dedique a mais nada, (evite atender ao telefone, receber mensagens, conversar com os 
amigos nas redes sociais da internet, deixar a TV ligada em um noticiário, estar próximo a crianças ou 
animais e a outras distrações). Isso pode parecer um absurdo para muitos, ainda mais na nossa era da 
internet, mas os resultados serão satisfatórios.
Bom (e entusiasmado) estudo!
 Observação
Interaja sempre com os tutores, com seus colegas e com o professor nos 
fóruns. Além disso, contribua com pesquisas, curiosidades e observações.
11
CONTABILIDADE FINANCEIRA
Unidade I
1 AJUSTES DE REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL DE ATIVOS
As demonstrações contábeis constituem fonte de informação da empresa para os mais diversos tipos 
de interessados.
É por meio do balanço patrimonial, por exemplo, que um potencial acionista poderá constatar os 
direitos e obrigações de uma empresa e o quanto esta poderá lhe render, caso se torne um acionista.
Assim, é de extrema importância que os valores constantes nesse demonstrativo não levem seus 
usuários ao engano.
Tomemos como exemplo as contas patrimoniais duplicatas a receber ou clientes. Tais contas 
representam valores a serem recebidos pela empresa, seja por mercadorias, produtos ou serviços 
vendidos/prestados a prazo, ou ainda pela venda de qualquer outro direito ou bem vendido a prazo.
Ainda que de fato a empresa tenha esses valores a receber, representando, supostamente, ingressos 
em seu caixa, a prática comercial indica que há a possibilidade de que dentro dessa conta clientes 
inadimplentes estejam presentes. Em outras palavras, é possível que o valor a receber não seja 
efetivamente recebido de clientes que estejam em precária situação financeira.
Conhecendo tal situação, não pode a empresa deixar de apresentar uma estimativa de modo a 
corrigir tal conta ao seu provável valor de realização, de recebimento.
 Observação
É muito comum as pessoas confundirem as palavras provisão e previsão. 
O termo previsão não é umanomenclatura contábil. Quando há uma 
situação de dúvida, os contadores não realizam um trabalho de previsão, 
como na meteorologia, realizam um trabalho com dados conhecidos no 
momento, para prover, preparar a empresa. 
Portanto, não se usa a palavra previsão. E, com as IFRS, utilizamos a 
expressão estimativa.
O mesmo ocorre quanto aos passivos da empresa. Supondo que a empresa seja parte em um processo 
judicial trabalhista, em que a probabilidade de ser vencida é provável e o valor a ser despendido é mensurável 
com suficiente segurança, tal valor deverá constar em seu passivo por meio de uma estimativa.
Mobile User
12
Unidade I
As expectativas de perdas de ativos ou estimativas de valores a desembolsar que, apesar de 
financeiramente ainda não efetivadas, derivam de fatos geradores contábeis já ocorridos, isto é, 
dizem respeito a perdas economicamente incorridas (como a depreciação, a perda de valor de 
investimentos, o provável não recebimento de créditos, a estimativa de não recuperação de valores 
aplicados nos estoques etc.).
Assim, temos: estimativas de perdas que reduzem o valor do ativo, ou estimativas que aumentam as 
obrigações (exigibilidades) da empresa.
À medida que deixam de ser estimativas, isto é, expectativas de perda de ativos ou expectativa de 
obrigações, tornando-se totalmente definidas, o procedimento contábil correto é abandonar o conceito 
de estimativa. As expectativas de obrigações, por exemplo, quando se tornam líquidas e certas, não são 
estimativas e sim passivos genuínos (por exemplo, salários a pagar, ICMS a recolher).
É de fundamental importância a constituição de estimativas e provisões, de modo que se atenda 
às características qualitativas da informação contábil útil, dispostas na Estrutura Conceitual da 
Contabilidade, também conhecida como Pronunciamento Técnico CPC 00.
As características qualitativas dispostas no CPC 00 são divididas em fundamentais e de melhoria. 
As características qualitativas fundamentais são: relevância e representação fidedigna.
Para que a informação contábil seja relevante e, portanto, útil no processo decisório dos usuários, 
ela deve ser capaz de fazer diferença em seus julgamentos, ajudando-os a avaliar o impacto de eventos 
passados, presentes ou futuros, seja confirmando ou corrigindo suas avaliações anteriores ou subsidiando 
o usuário de informações para que possa fazer novas avaliações.
Representação fidedigna diz respeito à representação adequada daquilo a que se propõe a 
representar. Quando analisamos, por exemplo, o valor da conta duplicatas a receber ou clientes, 
possuindo indícios de que não receberemos integralmente o valor a que temos direito, seja por 
experiências passadas no recebimentos de créditos ou por análise da situação econômica dos clientes, 
precisamos avisar os usuários sobre essa informação. E, nesse caso, utilizamos a estimativa para 
créditos de liquidação duvidosa. O importante é que você entenda que ao constituirmos a estimativa 
de perda com recebimento de créditos, estamos buscando representar fidedignamente a situação 
econômico-financeira da empresa.
A informação contábil para ser fidedigna precisa atender a três atributos: ser completa, neutra e 
livre de erros.
Deve-se entender informação completa no sentido de incluir toda a informação necessária para que 
o usuário compreenda a situação financeira e o desempenho da entidade.
A informação será neutra se for imparcial, não podendo ser otimista ou pessimista em 
relação às projeções futuras. No caso da constituição da estimativa de perdas com créditos de 
liquidação duvidosa, por exemplo, não devemos constituí-la por um valor menor daquele que 
Mobile User
13
CONTABILIDADE FINANCEIRA
temos evidência de que poderemos não receber (visão otimista) ou por um valor muito maior do 
que o necessário (visão pessimista ou conservadorismo em excesso). A prudência na constituição 
da estimativa deve estar sempre presente.
Será livre de erro a informação isenta de omissões, sem erros propriamente ditos, refletindo com 
fidedignidade as transações efetuadas pela empresa.
No que se refere às características qualitativas de melhoria, o CPC 00 apresenta as seguintes 
características: comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade.
• Comparabilidade: as informações contábil-financeiras devem ser comparáveis entre as empresas 
do mesmo setor e da própria empresa ao longo do tempo.
• Verificabilidade: quanto maior for a possibilidade do usuário verificar, recalcular ou reconstruir 
a informação, maior será a qualidade da informação prestada.
• Tempestividade: uma informação será mais útil se estiver disponível para o usuário a tempo de 
influenciar suas decisões. É a informação prestada em tempo oportuno para o usuário.
• Compreensibilidade: a informação prestada deve ser clara, concisa, prontamente entendida e 
compreendida pelo usuário.
O CPC 00 também apresenta definições sobre o regime de competência que determina que as receitas 
e despesas correlatas devem ser reconhecidas nos períodos a que se referem, independentemente do 
recebimento ou pagamento.
 Observação
Se o profissional da contabilidade não conhece o mercado e as 
práticas do ramo de negócio, é natural que ele seja mais precavido e aja 
com cautela. Isso porque os mercados de uma forma geral costumam ser 
hostis. Entretanto, se o contador conhece o mercado específico do ramo de 
negócios, os players, acompanha detalhes da operação, tende a ser menos 
conservador. É o que se chama de conservadorismo responsável.
2 ESTIMATIVAS COMO CONTAS REDUTORAS DO ATIVO CIRCULANTE
Há determinados bens ou direitos classificados no ativo cujo valor real de realização é menor do que 
aquele destacado contabilmente. Daí a necessidade de se constituir uma estimativa para reduzi-lo a um 
valor que efetivamente possa ser realizado.
As estimativas que reduzem o ativo são, obviamente, contas credoras, visto que corrigem o saldo do 
ativo que tem natureza devedora. A contrapartida na constituição de uma estimativa ativa será sempre 
Mobile User
14
Unidade I
uma conta de despesa ou custo, indedutível para fins de cálculo do resultado tributável de imposto de 
renda e contribuição social.
Como espécies de estimativas redutoras do ativo, temos:
Quadro 1
Conta/Grupo do ativo Estimativa
Clientes/Ativo circulante Estimativa para créditos de liquidação duvidosa
Estoques/Ativo circulante Estimativa para ajuste a valor de mercado dos estoques
Investimentos avaliados pelo custo/Ativo não circulante Estimativa para perdas permanentes
Imobilizado/Ativo não circulante Depreciação e exaustão
Intangível/Ativo não circulante Amortização
A seguir, estudaremos as estimativas redutoras do ativo circulante.
2.1 Estimativa para créditos de liquidação duvidosa (ECLD)
Essa estimativa, também denominada Estimativa para Devedores Duvidosos, é constituída em função da 
expectativa de perdas que a empresa suscita que possam ocorrer em virtude de ter efetuado vendas a prazo 
(fato gerador contábil) e da possibilidade de nem todos os devedores honrarem seus compromissos.
Assim, as contas a receber devem ser avaliadas por seu valor líquido de realização, ou seja, pelo 
produto final em dinheiro ou equivalente que se espera obter. Para tanto, devem-se baixar as contas 
prescritas e constituir uma Estimativa para Crédito de Liquidação Duvidosa para cobertura das perdas 
esperadas na cobrança das contas a receber, motivo pelo qual essa estimativa é classificada como 
redução das contas a receber, para serem apresentadas por seu valor líquido realizável.
É nesse sentido que o inciso I do art. 183 da Lei n. 6.404/76, com alterações introduzidas pela 
Lei n. 11.638/07, estabelece os critérios de avaliação desse ativo, indicando que serão excluídos os 
direitos e títulos de créditos já prescritos, sendo feitas as estimativas adequadas para ajustá-lo ao 
valor provável de realização.
A empresa, para estimar o valor de perda provável na realização de suas contas a receber, duplicatasa receber ou clientes, considera, por exemplo, aspectos peculiares de sua clientela, a conjuntura 
econômica do momento em que se está estimando o risco e o ramo de negócios em que atua, entre 
outras variáveis. Há que se adotar um mecanismo de cálculo para a estimativa que melhor reflita o 
que realmente pode vir a ocorrer em termos de perdas no recebimento, considerando a experiência 
anterior da empresa com relação a prejuízos no recebimento de seus créditos. O critério adotado 
pode ser, portanto, diferente para cada empresa.
De acordo com a Lei n. 9.430/96 (IN SRF 1.700/17), a despesa oriunda da constituição da estimativa 
para créditos de liquidação duvidosa não é dedutível para fins de apuração da base tributável 
Mobile User
15
CONTABILIDADE FINANCEIRA
em imposto de renda e contribuição social, devendo ser adicionada no Livro de apuração do 
lucro real – Lalur. Entretanto, quando as perdas forem efetivadas, de acordo com a legislação 
fiscal, as perdas de créditos poderão ser registradas como dedutíveis (Regulamento do Imposto 
de Renda/2018, art. 71, § 1º):
I. Em relação aos quais tenha havido a declaração de insolvência do devedor, mediante sentença 
emanada do Poder Judiciário.
II. Sem garantia de valor:
a. Até R$15.000,00, por operação, vencidos há mais de seis meses, independentemente de 
iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento.
b. Acima de R$15.000,00 até R$100.000,00, por operação, vencidos há mais de um ano, 
independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento, porém 
mantida a cobrança administrativa.
c. Superior a R$100.000,00, por operação, vencidos há mais de um ano, desde que iniciados e 
mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento.
III. Com garantia, vencidos há mais de dois anos, de valor:
a) Até R$ 50.000,00, por operação, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais 
para o seu recebimento ou o arresto das garantias. 
b) Superior a R$ 50.000,00, por operação, desde que iniciados e mantidos os procedimentos 
judiciais para o seu recebimento ou o arresto das garantias.
IV. Contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica em concordata ou recuperação judicial, 
relativamente à parcela que exceder o valor que esta tenha se comprometido a pagar, observado 
o disposto no § 8º. Caso a pessoa jurídica concordatária ou em recuperação judicial não honre o 
compromisso do pagamento de parcela do crédito, esta também poderá ser deduzida como perda, 
observadas as condições gerais para dedução das perdas (IN SRF n. 1.700 de 2017).
Para efeito da legislação fiscal, entende-se por créditos com garantia aqueles provenientes de vendas 
com reserva de domínio, alienação fiduciária em garantia ou de operações com outras garantias reais, 
conforme dispõe o art. 347, § 4º do Regulamento do Imposto de Renda de 2018 (RIR/18).
 Observação
A fim de elucidar tais garantias citadas no art. 347 do RIR/18, tem-se 
que no contrato de compra e venda com reserva de domínio a propriedade 
do bem permanece com o vendedor até que o comprador pague de forma 
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Unidade I
integral o devido. Já na alienação fiduciária, percebe-se a figura de três 
sujeitos envolvidos no negócio: o vendedor, o comprador e uma instituição 
financeira. Delineiam-se duas relações jurídicas: uma entre vendedor 
e comprador e outra entre comprador e o agente fiduciário. Assim, o 
vendedor recebe o preço à vista e o comprador transfere a propriedade do 
bem à instituição financeira – uma vez que foi esta última quem pagou o 
preço da coisa – como garantia, até que se extinga a obrigação. As outras 
garantias reais citadas no artigo em comento são: penhor, anticrese, 
hipoteca e alienação fiduciária em garantia. Penhor: bem móvel que o 
devedor entrega ao credor como garantia da dívida. Anticrese: cessão de 
um bem do devedor ao credor, para seu uso ou aluguel, até receber os 
rendimentos para cobrir a dívida. Hipoteca: o bem imóvel em posse do 
devedor, garantindo a dívida para o credor.
Aplicando todo o exposto de maneira prática, temos:
1. Exemplo de cálculo para constituição da Estimativa para Créditos de Liquidação Duvidosa 
e contabilização
Suponha que uma empresa utilize, como forma de estimar suas perdas, um percentual que 
considera sua experiência no recebimento de créditos provenientes de vendas realizadas a prazo 
durante os últimos três anos. 
 Lembrete
Essa Estimativa deve ser razoável, feita de acordo com a experiência e 
intuição. Por isso, é importante que o profissional da área de contabilidade 
conheça o ramo de negócios e as atividades da empresa em específico, o 
que diminuirá o conservadorismo condicional.
Durante X8, a empresa realizou um total de $ 100.000 de vendas a prazo. Como as vendas se referem 
ao período de X8, é nesse ano que deverá ser constituída a estimativa para fazer face às perdas que 
poderão ocorrer no período seguinte – X9, observando, portanto, o regime de competência.
Tabela 1
Ano Vendas a 
prazo
Perda com devedores 
duvidosos % das perdas sobre vendas
X7 80.000 640 0,8% (640 / 80.000)
X6 50.000 310 0,62% (310 / 50.000)
X5 40.000 240 0,60% (240 / 40.000)
Totais 170.000 1.190 0,70% (1.190 / 170.000)
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17
CONTABILIDADE FINANCEIRA
A fim de se constituir a estimativa, deve-se proceder ao seguinte cálculo:
Vendas a prazo de X8 $ 100.000
% sobre as vendas x 0,007
Estimativa para Créditos de Liquidação Duvidosa = $ 100.000 x 0,007 = $ 700.
O lançamento contábil de constituição da estimativa é:
Lançamento 1
D – Despesas com Estimativa para Créditos
 de Liquidação Duvidosa 700
C – Estimativa para Créditos de Liquidação
 Duvidosa (conta redutora do ativo) 700
2. Baixa de títulos incobráveis
Quando se torna efetiva a perda estimada dos créditos gerados no período anterior, a contabilidade 
deve providenciar a baixa do título. Continuando o exemplo anterior, suponha que da estimativa 
constituída em X8, no valor de $700, de fato não foram recebidos em X9, $ 300. A contabilidade deverá, 
portanto, em X9 providenciar a baixa do título por meio da seguinte partida de diário:
Lançamento 2
D – Estimativa para Créditos de Liquidação
 Duvidosa 300
C – Clientes / Duplicatas a receber – Cia. Luz 300
Existe a possibilidade de a empresa ter baixado um título considerado incobrável e, posteriormente, 
o cliente saldar sua dívida. Nesse caso, houve uma recuperação de crédito baixado e esta deverá ser 
registrada na conta de resultado (outras receitas operacionais). O nosso cliente Cia. Luz resolve quitar 
sua dívida, porém, por já ter sido baixado esse direito, devemos assim registrar essa operação:
Lançamento 3
D – Caixa 300
C – Outras receitas operacionais
 (recuperação de créditos) 300
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Unidade I
3. Reversão do saldo da conta Estimativa para Créditos de Liquidação Duvidosa
Pode ocorrer que a estimativa com perdas no recebimento de créditos tenha sido constituída 
por um valor maior do que o das perdas efetivas, restando, ao final do exercício, o saldo não 
utilizado. Ainda considerando o exemplo anterior, percebe-se que restou um saldo não utilizado 
de $ 400 ($ 700 – $ 300).
O procedimento considerado tecnicamente o mais correto a ser adotado, neste caso, é reverter o 
saldo da conta de modo a zerá-la e constituir a estimativa para o ano seguinte. O lançamento a ser 
efetuado seria:
Lançamento 4
D – Estimativa para Créditos de Liquidação
 Duvidosa (conta redutora do ativo) 400
C – Reversão de Estimativa para Créditos de
 Liquidação Duvidosa (conta de resultado) 400
Outra tratativa possível para o saldo não utilizado seria complementá-lo com a estimativa a ser 
constituída para o ano seguinte. Assim, se a estimativa para o ano seguinte fosse de $ 900, por exemplo, 
haveria apenas a complementação de $ 500. E, nesse caso, o lançamento contábil a ser efetuado seria:
Lançamento 5
D – Despesas com Estimativa para Créditos
 de Liquidação Duvidosa 500
C – Estimativa para Créditos deLiquidação
 Duvidosa (conta redutora do ativo) 500
Entretanto, assim como pode ocorrer da estimativa de perdas ter sido constituída por um valor maior 
que o suficiente para cobrir as perdas com recebimento de créditos, o contrário também é verdadeiro, 
isto é, pode ocorrer de o saldo estimado ter sido insuficiente para cobrir as perdas efetivas. Desse 
modo, o procedimento a ser adotado é o lançamento diretamente para despesa, que acarretará efeito 
no resultado do exercício em que se observou a perda efetiva no recebimento de créditos devido à 
insuficiência da estimativa. O lançamento contábil, nesse caso, será:
D – Perdas com incobráveis (despesas de vendas)
C – Duplicatas a receber / Clientes
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CONTABILIDADE FINANCEIRA
Despesas com estimativa
para créditos de liquidação 
duvidosa
Estimativa para créditos 
de liquidação duvidosa
(1) 700 (2) 300 700 (1)
(4) 400 400
Duplicatas a receber - Cia. Luz Caixa
SI 300 300 (2) (3) 300 
Outras receitas operacionais 
(recuperação de créditos)
Reversão de estimativa para 
créditos de liquidação duvidosa
 300 (3) (3) 300 400 (4) 
Considerando a situação de completar a Estimativa (sendo assim, não haveria o lançamento 4), 
voltaremos com o saldo da Estimativa em 400
Despesas com estimativa 
para créditos de liquidação 
duvidosa
Estimativa para créditos de 
liquidação duvidosa
(5) 500 (2) 300 700 (1) 
400 
 500 (5) 
Exercício resolvido
Foi estimado, em 31/12/X7, que os débitos incobráveis da empresa Fonte S/A, nos últimos três anos, 
correspondiam a 1,5% das vendas a prazo. Nesse dia, o saldo da conta Estimativa para créditos de 
liquidação duvidosa, antes de ser ajustado, era de $ 98.270. As vendas a prazo, nesse mesmo ano, 
totalizaram $ 10.570.000.
Propositadamente, não informamos os saldos iniciais para as contas de Duplicatas a receber e Caixa, 
uma vez que o assunto abordado é o estudo sobre a Estimativa para créditos de liquidação duvidosa.
Durante X8, ocorreram as seguintes transações:
Janeiro – Foi recebida a notícia de que a empresa Abaeté Ltda. havia falido e, portanto, não pagaria 
seu débito. Abaeté Ltda. devia uma duplicata no valor de $ 13.200.
Março – A empresa Iguape Ltda. enviou um cheque no valor de $ 2.810. Sua conta havia sido 
considerada incobrável e baixada em X7.
Abril – A empresa Luna Ltda. pagou $ 75.000, que foram creditados em sua conta cujo saldo 
devedor era de $ 91.300. Seus negócios não iam bem e a cobrança do restante da dívida foi considerada 
totalmente impraticável.
20
Unidade I
Julho – O débito da empresa Amaralina & Cia., no total de $ 6.780, foi baixado como incobrável.
Agosto – O administrador da empresa Azul Ltda. informou à empresa Fonte S/A que seu sócio fugira 
com o dinheiro de sua empresa e, por conseguinte, seria forçado a encerrar seu negócio sem condições 
para liquidar seu débito de $ 4.300. Investigações posteriores confirmaram tais informações.
Novembro – Foram recebidos $ 1.100 do administrador da empresa Azul Ltda. por ter sido recuperada 
uma parte do dinheiro roubado por seu sócio.
Dezembro – Várias duplicatas, de diversos clientes, no total de $ 9.800, foram baixadas como 
incobráveis. As vendas a prazo do exercício de X8 somaram $ 17.600.000, e será utilizado o mesmo 
percentual de 1,5% para nova constituição da Estimativa para Créditos de Liquidação Duvidosa (ECLD).
 Observação
Observe que problemas gravíssimos os clientes da empresa do nosso 
exemplo se depararam! Poderíamos, como profissionais, orientar aos 
gestores e proprietários para que realizem uma seleção mais cuidadosa 
de clientes, mas há situações e/ou ramos de negócios onde isso é muito 
difícil e mesmo com problemas dessa natureza há interesse ou necessidade 
em fornecer. Então, é necessário acompanhar, verificar em que grau essas 
situações ocorrem para bem informar nas demonstrações financeiras e nas 
notas explicativas.
Pede-se:
I – Preparar as partidas de diário para ajustar a conta estimativa para créditos de liquidação duvidosa 
em 31/12/X7.
a. Reverter o saldo não utilizado.
b. Ou complementar o saldo não utilizado com a nova estimativa para o ano seguinte.
II – Fazer as partidas de diário das operações e de ajustes da conta de estimativa relativas a X8.
III – Encerrar a(s) conta(s) de resultado(s) e apurar o ARE – Apuração do Resultado do Exercício
Observação: transportar as partidas de diário para o razão.
Resolução
I – Preparar as partidas de diário para ajustar a conta estimativa para créditos de liquidação duvidosa 
em 31/12/X7.
21
CONTABILIDADE FINANCEIRA
Em 31/12/20X7 restava na conta ECLD um saldo não utilizado de $ 98.270. A estimativa para 
as perdas que poderão ocorrer no ano seguinte sobre as vendas a prazo realizadas em 20X7 é 
de $ 158.550 ($ 10.570.000 x 0,015). Os procedimentos a serem adotados quanto ao saldo não 
utilizado são os seguintes:
Lançamento 1
D – ECLD (conta redutora do ativo) 98.270
C – Reversão de estimativa (conta de resultado) 98.270
Constituição da nova estimativa considerando as vendas a prazo realizadas em 20X7 que serão 
recebidas em 20X8:
$ 10.570.000 x 0,015 = 158.550
Lançamento 2
D – Despesas com constituição de ECLD
 (conta de resultado) 158.550
C – ECLD (conta redutora do ativo) 158.550
Saldo não utilizado = $ 98.270
Estimativa para 20X9 = $ 158.550
Complemento da estimativa = $ 158.550 - $ 98.270 = $ 60.280
D – Despesas com constituição de ECLD
 (conta de resultado) 60.280
C – ECLD (conta redutora do ativo) 60.280
II - Fazer as partidas de diário das operações e de ajustes da conta de Estimativa relativas a X8.
Janeiro – Foi recebida a notícia de que a empresa Abaeté Ltda. havia falido e, portanto, não pagaria 
seu débito. Abaeté Ltda. devia uma duplicata no valor de $ 13.200.
Lançamento 3
D – ECLD (conta redutora do ativo) 13.200
C – Duplicatas a receber 13.200
22
Unidade I
Março – A empresa Iguape Ltda. enviou um cheque no valor de $ 2.810. Sua conta havia sido 
considerada incobrável e baixada em X7.
Lançamento 4
D – Caixa/Bancos 2.810
C – Recuperação de créditos 2.810
Comentário: nesse caso, não há que se creditar a conta Duplicatas a receber, visto que esse 
procedimento já foi adotado quando o crédito foi considerado incobrável em X7.
D = ECLD (conta redutora do ativo)
C = Duplicatas a receber
Abril – A empresa Luna Ltda. pagou $ 75.000 dos $ 91.300 que devia à empresa Fonte Ltda. Seus 
negócios não iam bem e a cobrança do restante da dívida foi considerada totalmente impraticável.
Lançamento 5
D – Caixa/Bancos 75.000
D – ECLD (conta redutora do ativo) 16.300
C – Duplicatas a receber 91.300
Julho – O débito da empresa Amaralina & Cia., no total de $ 6.780, foi baixado como incobrável.
Lançamento 6
D – ECLD (conta redutora do ativo) 6.780
C – Duplicatas a receber 6.780
Agosto – O administrador da empresa Azul Ltda. informou à empresa Fonte S/A que seu sócio fugira 
com o dinheiro de sua empresa e, por conseguinte, seria forçado a encerrar seu negócio sem condições 
para liquidar seu débito de $ 4.300. Investigações posteriores confirmaram tais informações.
Lançamento 7
D – ECLD (conta redutora do ativo) 4.300
C – Duplicatas a receber 4.300
23
CONTABILIDADE FINANCEIRA
Novembro – Foram recebidos $ 1.100 do administrador da empresa Azul Ltda. por ter sido recuperada 
uma parte do dinheiro roubado por seu sócio.
Lançamento 8
D – Caixa/Bancos 1.100
C – ECLD (conta redutora do ativo) 1.100
Quando um crédito é considerado incobrável e a recuperação deste crédito ocorre no mesmo exercício 
social, podemos creditar a conta redutora do ativo fazendo uma espécie de estorno do lançamento.
Dezembro – Várias duplicatas, de diversos clientes, no total de $ 9.800, foram baixadas como 
incobráveis. As vendas a prazo do exercício de X8 somaram $ 17.600.000.
Lançamento 9
D – ECLD (conta redutora do ativo) 9.800
C – Duplicatas a receber 9.800
Constituição da estimativa sobre as vendas a prazo realizadasem 20X8 a serem recebidas em 20X9:
Antes de constituirmos a ECLD referente às vendas a prazo realizadas em 20X8 a serem recebidas em 
20X9, há que se verificar se há saldo não utilizado de Estimativa para Créditos de Liquidação Duvidosa 
em 31/12/20X8. No exemplo, o saldo não utilizado é de $ 109.270. Logo, considerando o lançamento de 
reversão, temos:
Lançamento 10
D – ECLD (conta redutora do ativo) 109.270
C – Reversão do saldo não utilizado de ECLD
 (conta de resultado) 109.270
Para constituir a ECLD para o ano seguinte, vejamos:
Vendas a prazo de 20X8 = $ 17.600.000
Base da estimativa = 1,5% sobre as vendas a prazo
ECLD = $ 17.600.000 x 0,015 = $ 264.000
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Unidade I
Lançamento 11
D – Despesas com constituição de ECLD
 (conta de resultado) 264.000
C – ECLD (conta redutora do ativo) 264.000
Duplicatas a receber Caixa ECLD Reversão de ECLD
xxxxxxxxxx 13.200 (3) xxxxxxxxxx 98.270 S.I. 98.270 (1)
(5) 75.000 2.810 (4) (4) 2.810 (1) 98.270 (a) 98.270
 91.300 (5) (8) 1.100 0 
 6.780 (6) 158.550 (2) 109.270 (10)
 4.300 (7) (3) 13.200 1.100 (8) 
 9.800 (9) (5) 16.300 (b) 109.270
 (6) 6.780 
 (7) 4.300 
 (9) 9.800 
 50.380 159.650 
 109.270 
 (10) 109.270 
 
 264.000 (11) 
Despesa com ECLD Recuperação de Créditos Resultado 2007 Resultado 2008
(2) 158.550 2.810 (4) (c) 158.550 98.270 (a) (d) 264.000 109.270 (b)
 158.550 (c) (d) 2.810 154.730 
 60.280 
(11) 264.000 
 
 264.000 (d) 
2.2 Estimativa para ajuste a valor de mercado dos estoques
O item II do art. 183 da Lei das Sociedades por Ações trata do critério básico de avaliação dos 
estoques, como segue:
Os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio 
da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação 
e bens em almoxarifado, (serão avaliados) pelo custo de aquisição ou 
produção, deduzido de estimativa para ajustá-lo ao valor de mercado, 
quando este for inferior.
A estimativa para ajuste de estoque ao valor de mercado não é dedutível para fins de apuração de 
lucro real e para a determinação da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro.
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25
CONTABILIDADE FINANCEIRA
 Lembrete
A base elementar da contabilização dos estoques é o custo.
No caso de produtos adquiridos para revenda de matérias-primas ou de outros tipos de materiais utilizados 
no processo de produção, tal custo é o de aquisição dos itens acrescidos dos gastos relacionados à aquisição 
e excluídos os tributos recuperáveis. No caso de produtos em processo e acabados, é o custo de produção. 
Contudo, conforme citado na legislação, e pelos conceitos contábeis, a regra básica de avaliação na data do 
balanço é a do custo ou mercado, dos dois o menor. Quando houver a perda de utilidade ou a redução no 
preço de venda ou de reposição de um item que diminua seu valor recuperável, ou seja, de mercado, a um 
nível abaixo do custo, deve-se então assumir como base final de avaliação tal preço de mercado inferior ao 
custo, mediante uma estimativa, mantendo-se os controles de estoques ao valor original de custo.
O método do custo ou mercado, dos dois o menor, tem como finalidade, portanto, eliminar dos estoques a 
parcela dos custos que provavelmente não seja recuperável. A aplicação desse critério deve ser na avaliação dos 
inventários de final de cada ano, para que as perdas resultantes de estragos, deterioração, obsolescência, redução 
na estrutura de preços de venda ou de reposição sejam reconhecidas nos resultados do exercício em que tais 
perdas ocorrerem e não no exercício em que a mercadoria é vendida, reposta ou transformada em sucata.
Apuração do valor de mercado
A aplicação do critério de custo ou mercado, dos dois o menor, deve ser feita separadamente para 
cada subconta de estoques.
a. Matérias-primas, outros materiais utilizados na produção e almoxarifado de uso geral: 
“preço pelo qual possam ser repostos, mediante compra no mercado” (art. 183, § 1º da Lei das S/A), ou 
seja, será o custo de reposição de cada material, entendendo-se como custo da reposição a compra de 
quantidades usuais em circunstâncias normais.
Tabela 2
Mercadoria Quantidade Custo 
médio
Custo 
total
Valor de 
mercado
Unitário 
abaixo do 
mercado
A 2.000 10,00 20.000,00 9,00 1,00
B 1.000 20,00 20.000,00 20,00 -
C 400 10,00 4.000,00 11,00 -
D 2.000 15,00 30.000,00 16,00 -
E 20.000 12,00 240.000,00 11,00 1,00
Conforme o exemplo acima, apenas dois dos materiais possuem valores de mercado abaixo do custo, 
e, como deve prevalecer o menor, constitui-se contabilmente uma estimativa para redução ao valor de 
mercado, a qual será debitada ao resultado e calculada da seguinte forma:
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Unidade I
Tabela 3
Material Quantidade Valor unitário 
que prevalece $ Total $ Valor 
contábil $
Diferença (valor da 
estimativa) $
A 2.000 9,00 18.000,00 20.000,00 2.000,00
E 20.000 11,00 220.000,00 240.000,00 20.000,00
D – Estimativa para ajuste ao valor de mercado
 dos estoques (despesa) 22.000,00
C – Estimativa para ajuste ao valor de mercado
 dos estoques (AC – redutora) 22.000,00
b. Produtos acabados e mercadorias para revenda: nesse caso, o mercado representa o valor 
líquido realizável de cada item, o qual, por sua vez, é apurado pelo valor líquido entre o preço de venda 
do item e as despesas estimadas para vender e receber, entendendo-se como tais as despesas diretamente 
relacionadas com a venda do produto e a cobrança de seu valor, tais como comissões, fretes, embalagens, 
taxas e desconto das duplicatas etc. Despesas do tipo propaganda, despesas gerais, administrativas etc., que 
beneficiam não diretamente um produto, mas genérica e constantemente todos os produtos da sociedade, 
não devem ser incluídas nessa determinação de despesas para vender e receber.
Tabela 4
Produtos Quantidade Custo unitário $ Total $ Preço de venda $
A 500 7,00 3.500,00 9,00
B 700 15,00 10.500,00 19,00
C 150 23,00 3.450,00 32,00
A apuração é como segue:
Tabela 5
A B C
1. Preço de venda
2. Despesas para vender
a) Embalagem
b) Entrega (frete)
c) Comissões
d) Despesas bancárias de cobrança
3. Valor líquido realizável (1 – 2)
4. Custo de fabricação (ou de aquisição)
5. Unitário abaixo do “mercado”
9,00
0,53
0,60
0,80
0,40
2,33
6,67
5,00
x
19,00
0,25
0,40
0,75
1,65
3,05
15,95
17,35
1,40
32,00
0,76
1,23
1,76
0,75
4,50
27,50
26,30
X
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CONTABILIDADE FINANCEIRA
Apenas um produto apresentou valor líquido realizável inferior ao custo de fabricação ou 
compra, tornando-se necessária a formação de uma estimativa para ajuste no valor de $ 980,00, 
ou seja, 700 unidades a $ 1,40 de custo acima do mercado. No exemplo dado, consideramos que o 
preço de venda, assim como o custo dos produtos, já se encontra sem o ICMS, não havendo, portanto, 
necessidade de deduzir a parcela desse imposto.
A Lei das S/A determina que, nesses casos, entenda-se por valor de mercado “o preço líquido de 
realização mediante venda no mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a 
venda, e a margem de lucro” (alínea b, § 1º, art. 183).
Há que se interpretar aqui o texto legal à base da técnica contábil. Não se aplica pura e 
simplesmente a dedução da margem de lucro como regra, isto é, não se diminui também do preço 
de venda o lucro normal, já que isso simplesmente faz voltar ao custo. A aplicação indiscriminada 
desse critério acaba por fazer a empresa reconhecer prejuízo cada vez que o preço de venda cair, 
para, talvez, reconhecer lucro no exercício seguinte. Por exemplo: um produto costuma ser vendido 
com lucro bruto de 40% sobre o custo e tem despesas de venda de 10% do preço de venda. Assim, 
se ele custar $ 1.000,00, teremos:
Preço de venda 1.400,00
Despesas de venda (140,00)
Subtotal 1.260,00
Nesse caso, o lucro, após o cômputo das despesas, passa a ser de $ 260,00 por unidade, ou 18,6% sobre 
o preço de venda, ou ainda 26% sobre o custo. Se em certa data o preço caíssepara $ 1.300,00, teríamos:
Preço de venda 1.300,00
Despesas de venda (130,00)
Subtotal 1.170,00
Pela regra legal, se olhada sem maior atenção, teríamos ainda que deduzir o “lucro” de $ 260,00, ou 
de $ 242,00 (18,6% x $ 1.300,00), o que nos obrigaria a considerar:
Subtotal 1.170,00
(-) “Lucro” (260,00)
Valor líquido realizável 910,00
E, assim, teríamos de reduzir o estoque de $ 1.000,00 para esse valor, fazendo aparecer um 
prejuízo nesse exercício de $ 90,00. Isso não teria sentido se o produto fosse posteriormente vendido 
por $ 1.300,00, pois aí registraríamos o lucro total de $ 260,00 ($ 1.300 - $ 130,00 - $ 260,00).
28
Unidade I
A legislação, ao mencionar margem de lucro, refere-se, por exemplo, ao caso em que o preço caiu 
e continuará caindo e a empresa então sabe que nem pelos $ 1.300,00 deverá conseguir vender. Se, 
por exemplo, estimar que no máximo conseguirá vender pelo líquido de $ 855,00 ($ 950,00 menos 
despesas de $ 95,00), deverá reduzir o estoque de $ 1.000,00 para $ 855,00, o que, comparado 
com o preço de venda na data do balanço, aparenta uma redução de margem de lucro de $ 315,00 
($ 1.170,00 - $ 855,00), mas que na realidade significa a antecipação do prejuízo que realmente ela 
estima que ocorrerá.
Por isso, deve-se ter bastante cuidado na hora da utilização do conceito de custo ou mercado.
Produtos em processo: esses estoques também devem ser confrontados com o valor de 
mercado, havendo duas alternativas para seu cálculo. Uma seria tomar seu custo já incorrido mais 
uma estimativa dos custos a completar. Esse valor final seria comparado com o mercado como se 
fosse um produto acabado. Por outro lado, para estoques em início do processo, a melhor forma 
talvez seja decompô-los pelas matérias-primas já requisitadas, cujos custos seriam comparados 
com o mercado, como se fossem matérias-primas.
Pronunciamento Contábil n. 16 (R1) - Estoques, editado pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis: 
o objetivo desse pronunciamento é estabelecer o tratamento contábil para os estoques. A questão 
fundamental na contabilização dos estoques é quanto ao valor do custo a ser reconhecido como ativo 
e mantido nos registros até que as respectivas receitas sejam reconhecidas. 
Esse pronunciamento proporciona orientação sobre a determinação do valor de custo dos 
estoques e sobre o seu subsequente reconhecimento como despesa em resultado, incluindo 
qualquer redução ao valor realizável líquido. Também proporciona orientação sobre o método e 
os critérios usados para atribuir custos aos estoques. Os estoques, objeto desse pronunciamento, 
devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido; dos dois, o menor.
3 ESTIMATIVAS COMO CONTAS REDUTORAS DO ATIVO NÃO CIRCULANTE
A seguir serão estudadas as estimativas que reduzem as contas do ativo não circulante, que são as 
que possuem prazo de realização superior a 12 meses da data do balanço patrimonial.
3.1 Perdas estimadas por valor não recuperável em investimentos não 
circulantes: CPC 01 (R1) - Redução do valor recuperável de ativos
Os investimentos avaliados pelo método de custo devem ser ajustados ao seu valor provável de 
realização, quando observadas na empresa investida evidências de que o valor de custo não será 
recuperável em virtude de a investida estar operando, por exemplo, com prejuízos constantes ou por 
algum evento que não seja possível sua recuperação ao longo dos períodos.
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CONTABILIDADE FINANCEIRA
3.2 Perdas estimadas por valor não recuperável em imobilizado: CPC 01 (R1) 
– Redução ao valor recuperável de ativos
O § 3º do art. 183 da Lei n. 6.404/76 determina que a companhia deverá efetuar periodicamente 
a análise sobre a recuperação dos valores registrados no imobilizado e no intangível, a fim de que 
sejam registradas as perdas de valor do capital investido quando comprovado que não poderão produzir 
resultados suficientes para recuperação desse valor.
Por sua vez, o Pronunciamento Técnico CPC 01 (R1) – Redução ao valor recuperável de ativos 
determina que se os ativos estiverem avaliados por valor superior ao valor recuperável por meio do uso 
ou da venda, a entidade deverá reduzi-los a seu valor recuperável, reconhecendo no resultado a perda 
referente a essa desvalorização.
Considerando que o CPC 01 (R1) é de natureza geral e aplicável a qualquer ativo, passaremos a 
analisar sua aplicação especificamente aos ativos imobilizados.
Para os ativos não destinados à venda, mas a produzir benefícios à entidade a partir de seu 
uso, como é o caso do ativo imobilizado, aplica-se o que costumeiramente é denominado teste de 
recuperabilidade (impairment).
A aplicação desse teste consiste em verificar se um ativo está desvalorizado porque, caso existam indícios 
ou evidências nesse sentido, uma estimativa de perda para deixá-lo a seu valor recuperável deverá ser efetuada.
Os seguintes itens do CPC 01 (R1) identificam quando um ativo pode estar desvalorizado:
• 8. Um ativo está desvalorizado quando o seu valor contábil excede seu valor recuperável. Os itens 
12 a 14 descrevem algumas indicações de que essa perda possa ter ocorrido. Exceto conforme 
descrito no item 10, este Pronunciamento Técnico não requer que a entidade faça uma estimativa 
formal do valor recuperável se não houver indicação de possível desvalorização.
• 9. A entidade deve avaliar ao fim de cada período de reporte se há alguma indicação de que um 
ativo possa ter sofrido desvalorização. Se houver alguma indicação, a entidade deve estimar o 
valor recuperável do ativo.
Os itens abaixo descrevem algumas indicações de que um ativo possa estar desvalorizado.
• 12. Ao avaliar se há alguma indicação de que um ativo possa ter sofrido desvalorização, a entidade 
deve considerar, no mínimo, as seguintes indicações:
— Fontes externas de informação:
A) Há indicações observáveis de que o valor do ativo diminuiu significativamente durante o 
período, mais do que seria de se esperar como resultado da passagem do tempo ou do uso 
normal (alterada pela Revisão CPC 03).
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Unidade I
B) Mudanças significativas com efeito adverso sobre a entidade ocorreram durante o período, 
ou ocorrerão em futuro próximo, no ambiente tecnológico, de mercado, econômico ou 
legal, no qual a entidade opera ou no mercado para o qual o ativo é utilizado.
C) As taxas de juros de mercado ou outras taxas de mercado de retorno sobre investimentos 
aumentaram durante o período, e esses aumentos provavelmente afetarão a taxa de 
desconto utilizada no cálculo do valor em uso de um ativo e diminuirão materialmente o 
valor recuperável do ativo.
D) O valor contábil do patrimônio líquido da entidade é maior do que o valor de suas ações 
no mercado.
— Fontes internas de informação:
E) Evidência disponível de obsolescência ou de dano físico de um ativo.
F) Mudanças significativas, com efeito adverso sobre a entidade, ocorreram durante o período, 
ou devem ocorrer em futuro próximo, na extensão pela qual, ou na maneira na qual, um 
ativo é ou será utilizado. Essas mudanças incluem o ativo que se torna inativo ou ocioso, 
planos para descontinuidade ou reestruturação da operação à qual um ativo pertence, planos 
para baixa de ativo antes da data anteriormente esperada e reavaliação da vida útil de ativo 
como finita ao invés de indefinida.
G) Evidência disponível, proveniente de relatório interno, que indique que o desempenho 
econômico de um ativo é ou será pior que o esperado.
H) Dividendo de controlada, empreendimento controlado em conjunto ou coligada: para 
um investimento em controlada, empreendimento controlado em conjunto ou coligada, 
a investidora reconhece dividendo advindo desse investimento e existe evidência 
disponível de que:
– O valor contábil do investimento nas demonstrações contábeis separadas excede os valores 
contábeis dos ativos líquidos da investida reconhecidos nas demonstrações consolidadas, 
incluindo eventual ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill).
– O dividendoexcede o total de lucro abrangente da controlada, empreendimento 
controlado em conjunto ou coligada no período em que o dividendo é declarado.
Em resumo, para aplicar esse teste de recuperabilidade no ativo imobilizado e concluir se é necessária 
a constituição de uma estimativa de perda, recomenda-se seguir três etapas.
1. Calcular o valor contábil do ativo imobilizado.
De acordo com o CPC 01 (R1), valor contábil é o montante pelo qual o ativo está reconhecido no 
balanço depois da dedução de toda respectiva depreciação, amortização ou exaustão acumulada 
e ajuste para perdas.
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CONTABILIDADE FINANCEIRA
2. Calcular o valor recuperável do ativo imobilizado.
O valor recuperável de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa é o maior montante entre 
o seu valor justo líquido de despesas de venda, e o seu valor em uso.
O valor justo líquido de despesas de venda é o montante a ser obtido pela venda de um ativo ou de 
uma unidade geradora de caixa em transações em bases cumulativas, entre partes conhecedoras e 
interessadas, menos as despesas estimadas de venda.
O valor em uso é o valor presente de fluxos de caixa futuros estimados, que devem advir de um 
ativo ou de unidade geradora de caixa.
O valor em uso é o valor presente de fluxos de caixa futuros estimados. Estamos diante, portanto, 
de duas tarefas árduas: estimar fluxos de caixa futuros e, ainda, trazê-los a valor presente, o que 
nos faz depender de uma taxa de desconto.
Os itens 30 e 31 do CPC 01 (R1) recomendam que os seguintes elementos sejam refletidos no 
cálculo do valor em uso do ativo:
Item 30. a. Estimativa dos fluxos de caixa futuros que a entidade espera 
obter com esse ativo;
b. Expectativas sobre possíveis variações no montante ou período desses 
fluxos de caixa futuros;
c. O valor do dinheiro no tempo, representado pela atual taxa de juros livre de risco;
d. O preço pela assunção da incerteza inerente ao ativo (prêmio); e
e. Outros fatores, tais como falta de liquidez, que participantes do mercado 
iriam considerar ao precificar os fluxos de caixas futuros esperados da 
entidade, advindo do ativo.
Item 31. A estimativa do valor em uso de um ativo envolve os seguintes passos:
a. Estimar futuras entradas e saídas de caixa decorrentes de uso contínuo do 
ativo e de sua baixa final; e
b. Aplicar taxa de desconto apropriada a esses fluxos de caixa futuros.
3. Comparar o valor contábil e o valor recuperável do imobilizado.
Se o valor contábil do bem, registrado no balanço patrimonial, for maior que seu valor recuperável, 
constitui-se uma perda estimada, conta redutora do imobilizado, que em contrapartida afetará 
diretamente o resultado do exercício.
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Unidade I
Exemplo de aplicação
A companhia XYZ possui um equipamento adquirido por $100.000,00. A depreciação acumulada, 
até a data do fechamento do balanço, em 31.12.X1, é de $40.000,00. Nessa data, a empresa poderá 
vender esse equipamento por $62.000,00, incorrendo em despesas de vendas de $13.000,00. Sabe-se, 
entretanto, que se a empresa não vender esse equipamento continuará a usá-lo no processo produtivo, 
sendo capaz de produzir 10 mil unidades por ano durante os próximos três anos. O preço de venda do 
produto é de $10,00 por unidade e os gastos médios incorridos na produção e venda é de $8,00 por 
unidade. O custo de capital da companhia XYZ é de 10%.
Calcular as perdas por desvalorização
1. Calcular o valor contábil do equipamento.
Custo de aquisição 100.000,00
Depreciação acumulada (40.000,00)
Valor contábil 60.000,00
2. Calcular o valor recuperável do equipamento que será o maior entre o valor líquido de venda do 
equipamento e seu valor em uso.
Valor líquido de venda
Valor de mercado 62.000,00
Gastos incorridos na venda (13.000,00)
Valor líquido de venda 49.000,00
Valor em uso do equipamento
Tabela 6
Vendas brutas Gastos incorridos Vendas líquidas Valor presente
Ano 1 100.000,00 80.000,00 20.000,00 18.181,82 (1)
Ano2 100.000,00 80.000,00 20.000,00 16.528,93 (2)
Ano 3 100.000,00 80.000,00 20.000,00 15.026,30 (3)
Total 300.000,00 240.000,00 60.000,00 49.737,05
(1) 20.000 ÷ 1,10
(2) 20.000 ÷ 1,10 ²
(3) 20.000 ÷ 1,10³
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CONTABILIDADE FINANCEIRA
Como o valor em uso é maior que o valor líquido de vendas, o valor recuperável será dos dois o 
maior, portanto o valor em uso: 49.737,05.
3. Comparar o valor contábil do bem com seu valor recuperável.
Valor contábil 60.000,00
Valor recuperável 49.737,05
Perdas por desvalorização 10.262,95
O valor contábil do bem está por um valor maior do que se pode recuperar por seu uso ou venda 
(neste caso, por seu uso). Desse modo, a empresa deverá constituir uma estimativa de perda por 
desvalorização do imobilizado no valor de $10.262,95 ($60.000,00 – $49.737,05).
Contabilização
D = perdas por desvalorização.
(Outras despesas operacionais) 10.262,95
C = perdas estimadas por valor não recuperável em imobilizado
(Conta redutora de Imobilizado) 10.262,95
3.3 Perdas estimadas por valor não recuperável em intangível: CPC 01 (R1) – 
Redução ao Valor Recuperável de Ativos
De acordo com o CPC 04 (R1) – Ativo Intangível, os intangíveis, de modo geral, tenham vida útil 
definida ou indefinida, devem se submeter ao disposto no Pronunciamento Técnico CPC 01 (R1) – Redução 
ao Valor Recuperável do Ativo, ou seja, devem ser avaliados periodicamente quanto à sua capacidade de 
gerar benefícios econômicos para a entidade (teste de impairment).
O CPC 01 (R1) determina que, independentemente de existir ou não qualquer indício de desvalorização, 
a entidade deverá testar, no mínimo anualmente, a redução ao valor recuperável de um ativo intangível 
com vida útil indefinida ou de um ativo intangível ainda não disponível para uso, comparando seu 
valor contábil com seu valor recuperável, e testar, também anualmente, o ágio pago por expectativa de 
rentabilidade futura (goodwill) em uma aquisição de entidades.
4 PROVISÕES COMO EXIGÍVEIS
O Pronunciamento Técnico CPC n. 25 - Provisões, passivos contingentes e ativos contingentes, 
convergente com as práticas contábeis internacionais, estabeleceu critérios de reconhecimento, 
mensuração e evidenciação aplicáveis a provisões, contingências passivas e contingências ativas.
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Unidade I
O termo provisão, como tratado no item 10 do Pronunciamento Técnico CPC 25 - Provisões, passivos 
contingentes e ativos contingentes, refere-se apenas aos passivos de prazo ou valor incertos.
Ainda, diferencia as provisões propriamente ditas daquelas derivadas de apropriações por competência. 
Estas são caracterizadas como obrigações já existentes, registradas no período de competência, sendo 
muito menor o grau de incerteza que as envolve, não devendo ser reconhecidas como provisões (exemplos: 
férias, 13º salário e respectivos encargos sociais, dividendos propostos etc.).
De acordo com o CPC 25, uma provisão somente deve ser reconhecida quando atender, 
cumulativamente, às seguintes condições:
1. A entidade tem uma obrigação legal ou não formalizada presente como consequência de um 
evento passado.
2. Provável probabilidade de que recursos sejam exigidos para liquidar a obrigação.
3. O montante da obrigação possa ser estimado com suficiente segurança.
Obrigação legal: é aquela que deriva de um contrato (por meio de termos explícitos ou implícitos), 
de uma lei ou de outro instrumento fundamentado em lei.
Obrigação não formalizada: é aquela que surge quando uma entidade, mediante práticas do 
passado, políticas divulgadas ou declarações feitas, cria uma expectativa válida por parte de terceiros e, 
por conta disso, assume um compromisso.
Quando um passivo deixa de atender às condições acima, são tratados na norma como passivos 
contingentes. A definição, na norma, de passivo contingente é:
1. Uma possível obrigação presente, cuja existência seja confirmada somente pela ocorrência ou não 
de um ou mais eventos futuros que não estejam totalmente sob o controle da entidade; ou
2. Uma obrigação presente que surge de eventos passados,mas que não é reconhecida porque:
a. é improvável que a entidade tenha de liquidá-la.
b. o valor da obrigação não pode ser mensurado com suficiente segurança.
3. Quanto à probabilidade de saída de recursos, os passivos devem ser avaliados e classificados em:
a. praticamente certo;
b. provável;
c. possível;
d. remoto.
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CONTABILIDADE FINANCEIRA
O tratamento contábil das contingências passivas deverá seguir o seguinte esquema:
Quadro 2
Possibilidade de ocorrência do desembolso Tratamento contábil
Provável
Mensurável com suficiente segurança Provisionar
Não mensurável com suficiente segurança Divulgar em notas explicativas
Possível Divulgar em notas explicativas
Remota Não divulgar em notas explicativas
Tal classificação deve ser reavaliada periodicamente e, em caso de mudança, deve-se alterar o 
procedimento contábil adotado.
 Saiba mais
Para entender melhor a importância e os efeitos da constituição de 
provisões, leia: 
VALE: provisões e despesas relacionadas com Brumadinho chegam em 
US$ 6,036 bi. Estado de Minas, Belo Horizonte, 31 de jul. 2019. Disponível 
em: https://www.em.com.br/app/noticia/economia/2019/07/31/internas_
economia,1073882/vale-provisoes-e-despesas-relacionadas-com-
brumadinho-chegam-em-us-6.shtml. Acesso em: 21 jan. 2020.
4.1 Provisões para contingências
Contingência é uma situação de risco existente, cujo resultado final, favorável ou desfavorável, 
depende de eventos futuros e incertos. É constituída para prevenir contra um prejuízo futuro 
provável de acontecer em razão de fatos gerados já ocorridos.
4.2 Diferença entre provisão para contingências e reservas para contingência
Há, no entanto, situações em que o aplicável é uma reserva para contingência e não a provisão para 
contingências. O que diferencia uma da outra é o fato gerador. Se o fato gerador já ocorreu, têm-se a 
figura da provisão, caso ainda não tenha ocorrido, têm-se a reserva.
Com o intuito de dissipar eventuais dúvidas quanto à constituição de uma Reserva ou de uma 
provisão para contingências, a CVM, por meio de nota explicativa à instrução n. 59, estabeleceu as 
seguintes características para a aplicabilidade da provisão para contingências:
• Tem por finalidade dar cobertura a perdas ou despesas, cujo fato gerador já ocorreu, mas não tendo 
havido, ainda, o correspondente desembolso ou perda. Em atenção ao princípio da competência, 
entretanto, há necessidade de se efetuar o registro contábil.
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Unidade I
• Representa uma apropriação ao resultado do exercício, contrapartida de perdas extraordinárias, 
despesas e custos, e sua constituição normalmente influencia o resultado do exercício ou os 
custos de produção.
• Deve ser constituída independentemente de a companhia apresentar, afinal, lucro ou prejuízo 
no exercício.
• Visto que o evento que serviu de base à sua constituição já ocorreu, não há, em princípio, reversão 
dos valores registrados nessa provisão. A pequena sobre ou insuficiência é decorrente do cálculo 
estimativo feito à época da constituição.
• Se a probabilidade for difícil de calcular ou se o valor não for mensurável, há necessidade de uma 
nota explicativa esclarecendo o fato e mencionando tais impossibilidades.
Exemplo de aplicação
Em novembro de X1, a direção apresentou um plano formal e detalhado para encerrar as atividades 
de uma divisão. Em reunião, o conselho da entidade decidiu encerrar as atividades dessa divisão, logo 
no exercício seguinte, e estima-se um custo de $ 200.000,00.
Contabilização
 D = Provisão para reestruturação
 (Resultado - Outras Despesas) 200.000,00
 C = Provisão para reestruturação
 (Passivo) 200.000,00
 Saiba mais
Para saber mais sobre o conceito de conservadorismo condicional, 
consulte o artigo:
SANTOS, L. P. G. Efeito da Lei 11.638/07 sobre o conservadorismo 
condicional das empresas listadas BM&FBOVESPA. Contabilidade & 
Finanças, São Paulo, v. 22, n. 56, 2011. Disponível em: http://www.revistas.
usp.br/rcf/article/view/34333. Acesso em: 14 jan. 2020.
37
CONTABILIDADE FINANCEIRA
 Resumo
Apresentamos o tema de contabilidade financeira, assunto crucial para 
a contabilidade, com foco nas estimativas.
As estimativas são um sinal importante de que o contador e a empresa 
realmente se atentam e respeitam o disposto na Estrutura Conceitual da 
Contabilidade - CPC 00 quanto às características qualitativas da informação 
contábil útil.
Aprendemos que as demonstrações contábeis/financeiras devem 
retratar com fidelidade sua realidade econômico-financeira, visto que as 
informações serão utilizadas como forma de tomada de decisão por diversos 
usuários (governo, acionistas, fornecedores, concorrentes). Assim, os ativos 
da empresa devem estar gravados no balanço patrimonial da companhia 
pelo seu valor de provável realização, resguardadas suas respectivas regras, 
e todos os seus passivos deverão estar devidamente reconhecidos.
Para isso, conhecemos a técnica de constituir as estimativas relacionadas 
no ativo e as provisões registradas no passivo, e também delineamos a 
diferença entre elas e a depreciação, exaustão e provisões como exigíveis.
A expectativa é a de que neste momento o aluno tenha condições de 
lidar plenamente com o tópico Estimativas.
Alguns conteúdos e exercícios já tratam das partidas dobradas com 
naturalidade, partindo do princípio que o aluno já está bem situado nesse 
assunto. Mas se sentir dificuldades com o débito e crédito, deve-se entrar 
em contato com os tutores.
 Exercícios
Questão 1. Precatórios são requisições de pagamento expedidas pelo Judiciário para cobrar de 
municípios, estados ou da União, assim como de autarquias, fundações e universidades, o pagamento 
de valores devidos após condenação judicial definitiva. O precatório é expedido pelo presidente do 
tribunal onde o processo tramitou, após solicitação do juiz responsável pela condenação.
Cabe aos tribunais de justiça estaduais organizar e manter as filas de precatórios devidos pelo 
estado e pelos municípios que estão sob sua jurisdição. Ao expedir a ordem de pagamento contra a 
Fazenda Pública, o tribunal dá início a um processo de precatório, que recebe numeração própria e 
é incluído em lista organizada de acordo com a ordem cronológica e prioridades, seguindo as normas legais. 
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Unidade I
No estado de São Paulo, esse trabalho é realizado pela Diretoria de Execuções de Precatórios e Cálculos 
do TJSP (Depare).
Quando o pagamento é disponibilizado, a depare deposita o valor em uma conta vinculada ao 
processo na origem e o levantamento da quantia ocorrerá no juízo onde tramitou a ação, por meio da 
expedição do chamado “Mandado de Levantamento”, feito em nome do advogado da parte. Na Capital, 
esse trâmite ocorre na Unidade de Processamento das Execuções Contra a Fazenda Pública (Upefaz). 
Nesta fase, são verificadas eventuais contestações da correção dos valores, habilitações de herdeiros, 
cessões de crédito etc.
SÃO PAULO (Estado). Tribunal de Justiça. Precatórios, [s.d.]. Disponível em: https://www.tjsp.jus.br/Precatorios. 
Acesso em: 13 fev. 2020.
Nos orçamentos públicos, os entes são obrigados a provisionar um volume de recursos (passivos 
contingentes) para eventuais necessidades de desembolso em função dos precatórios. Pelo volume 
de ações que tramitam no judiciário, essa reserva constitui risco fiscal, constante na Lei de Diretrizes 
Orçamentárias (LDO).
Na iniciativa privada, esse provisionamento feito pelo poder público seria o equivalente a:
A) Estimativa de perda que diminui o ativo da empresa.
B) Estimativa de ganho que aumenta o ativo da empresa.
C) Estimativa de perda que aumenta o passivo da companhia.
D) Estimativa de ganho que diminui o passivo da empresa.
E) Emolumentos que aumentam o ativo dos entes públicos.
Resposta correta: alternativa C.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: não diminui o ativo porque mesmo em caso de vitória do poder público sobre a empresa 
ou pessoa física que esteja movendo a ação, isso não se configura em mais

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