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Aspectos Gerais e Regionais do Programa Bolsa Verde.

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Aspectos Geral e Regional do Programa Bolsa Verde.[1: Trabalho de pesquisa em forma de artigo, para a composição parcial da nota referente à 1ª NI na disciplina de Direito da Seguridade Social, ministrada pelo professor Ricardo Vojta.]
Raquel Fetisch Loewenstein[2: Acadêmica do curso de Direito das Faculdades Integradas do Tapajós, matriculada com o nº 27011945. ³ FALCÃO, Tiago. Coragem para construir um país mais justo. Disponível em: <http://www.brasilsemmiseria.gov.br>. Acessado em: 17/09/2015 às 18:21. 4 VIANA, Virgílio. Bolsa Floresta e Bolsa Verde: Semelhanças, Diferenças e Desafios. Disponível em: http://www.pagina22.com.br/. Acessado em: 17/09/2015 às 18:45.5 Vide: arts. 1º, 2º e 8º do Decreto nº 7.572 de 2011. ]
	O plano Brasil sem Miséria foi lançado em 2011 pelo Governo Federal, após análise do censo de 2010, onde fora constatado que mais de 16 milhões de pessoas viviam em extrema pobreza. Através desse plano desenvolveu-se uma série de políticas sociais visando o desenvolvimento econômico do país, por meio da distribuição de renda aos mais necessitados. 
 	O carro chefe desse plano Federal foi a Bolsa Família, que teve um reajuste de 45% em 2011. A criação e implementação de outros programas, contribuíram para o alcance dos objetivos do plano, entre eles: o Brasil carinhoso, PRONATEC e a Bolsa verde³. 
	A Bolsa verde foi instituída pela Medida Provisória nº 535, de 2011, que foi convertida na Lei nº 12.512 de 2011 e regulamentada pelo Decreto nº 7.572 de 2011.
O Governo Federal criou a Bolsa Verde, com o intuito de obter apoio das famílias beneficiadas na conservação e proteção ambiental. Foi uma forma que o Governo encontrou de não permitir que os guardiões da floresta vivessem em extrema pobreza4.
O programa de apoio à Conservação Ambiental, denominada pelo Decreto nº 7.572 de 2011 de “Bolsa Verde”, recebe auxilio do Ministério do Meio Ambiente para coordenar, operacionalizar e executar o programa, recebendo indicações de um Comitê Gestor, criado pelo próprio decreto, ao qual caberá compatibilizar o número de famílias de acordo com os recursos disponibilizados, indicar as áreas que terão prioridade a implementar o programa, realizar a inclusão das famílias, entre outras atribuições5. 	
O propósito desse programa foi à redução da extrema pobreza, aumentando a renda no meio rural aliado à preservação ambiental, para isso, o Governo paga um valor de R$ 300,00 a cada três meses às famílias cadastradas. Esse pagamento é realizado pela Caixa Econômica Federal que é considerada um agente operador do programa. Aos beneficiários que também recebem Bolsa Família o pagamento é efetuado de forma conjunta.
Para ser concedido esse benefício, as famílias devem desenvolver atividades de conservação ambiental em Florestas Nacional, Resex, Projetos de Assentamento Florestal, inclusive Assentamentos de Reforma Agrária, em territórios ocupados por ribeirinhos, quilombolas e outras comunidades tradicionais6.
O beneficio só é conferido a uma pessoa por família, devendo esta, encontrar-se em situação de extrema pobreza (R$ 77,00 per capita7), estar inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), priorizando os beneficiários da Bolsa Família, e ainda, devem desenvolver atividades de conservação e de uso sustentável8 na área em que residem. O compromisso das famílias beneficiadas é não desmatar, compromisso esse, que será assinado no Termo de Adesão à Bolsa Verde. 
As famílias que saírem da situação de extrema pobreza, deixarem de estar inscrita no CadÚnico, descumprir as atividades de conservação ambiental previsto no Termo de Adesão, ou ainda forem beneficiadas por outro Programa Federal de incentivo a proteção ambiental, deixará de fazer parte do programa Bolsa Verde9.
Após quase quatros anos de criação, o programa beneficia 73083 famílias em todas as regiões do Brasil10. Foi idealizado com o objetivo de ser temporário, dois anos prorrogáveis por mais dois. Ao final desse período, espera-se que as famílias
________________
6 Vide: art. 5º do Decreto nº 7.572 de 2011.
7 Decreto nº 7.492/2011 art. 2º, paragrafo único. 
8 Lei 9.985/2000, art. 2º, XI “Uso sustentável: exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável”.
9 Bolsa Verde. Disponível em: <http://www.mds.gov.br/falemds/perguntas-frequentes/bolsa-familia/bolsa-verde/beneficiarios/bolsa-verde>. Acessado em: 16/09/2015 às 17:52.
10 Relatório Bolsa Verde. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/desenvolvimento-rural/bolsa-verde/item/9141>. Acessado em: 19/09/15 às 11:32. 
saiam do estado de extrema pobreza e alcancem um novo nível econômico, sendo dispensável a continuidade do programa.
A Lei Orçamentária Anual do Governo Federal prevê uma dotação de R$101.202.880,00 para o programa em 2015. Partindo desse pressuposto, 11.220 famílias ainda podem ser incluídas ao programa nesse ano.
	O Estado do Pará conta hoje com 43964 famílias inscritas no programa. Isso corresponde à aproximadamente 60% dos beneficiários. Em Santarém há 5108 famílias beneficiadas, o que corresponde a 7%, distribuídas principalmente entre a Flona do Tapajós, Resex Tapajós-Arapiuns, Pae Aldeia, Pae Aritapera, Pae Atumam, Pae Eixo Forte e Pae Lago Grande. 
	Segundo o site pagina22, o programa Bolsa Verde foi elaborado com base no programa Bolsa Floresta implantado no Estado do Amazonas, com algumas diferenças, porque não dizer, críticas. No programa amazonense as famílias devem residir nas Unidades de Conservação há no mínimo dois anos, ao passo que, no programa Federal não possui essa condicionante, motivando assim, a imigração a essas áreas incentivadas pelos benefícios do programa. A Bolsa Verde exige de seus beneficiários o respeito ao plano de manejo da localidade onde moram e ainda ao Termo de Adesão do programa. Já a Bolsa Floresta estipula aos seus participantes que frequentem oficinas de diversos temas, como de desenvolvimento sustentável, mudanças climáticas e educação ambiental11. 
	A entrega de benefícios assistenciais às famílias que vivem em extrema pobreza em áreas favoráveis a proteção ambiental, fez com que o Governo Federal unisse dois de seus objetivos: redução da pobreza e conservação do meio ambiente, em um único programa de caráter temporário e paliativo.
	Contudo, ao implantar o programa, o Governo esqueceu-se do mais importante, a educação. A entrega simbólica de R$ 100,00 mensais não retira por completo as famílias da pobreza, e nem salva o ambiente de práticas devastadoras, como as queimadas. Por terem se inspirado na Bolsa Floresta, deveriam ter resguardo às oficinas obrigatórias, como forma de ensinar as famílias a retirarem da 
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11 VIANA, Virgílio. Bolsa Floresta e Bolsa Verde: Semelhanças, Diferenças e Desafios. Disponível em: http://www.pagina22.com.br/. Acessado em: 17/09/2015 às 18:45.
floresta o suficiente para sua subsistência, desta forma, uma nova fonte de renda, agora permanente, associada à conservação ambiental, seria a responsável pelo fim da extrema pobreza. E com isso, o programa efetivamente atingiria o seu objetivo, pois “não basta dar o peixe, é preciso ensinar a pescar”.

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