Prévia do material em texto
SOCIEDADE EDUCACIONAL LEONARDO DA VINCI - UNIASSELVI CURSO SUPERIOR DE FARMÁCIA EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL: FARMACOGENÉTICA E FARMACOGENÔMICA FARMACOGENÔMICA E ONCOLOGIA Nome do Tutor (a): Gabriela da Conceição Cordeiro Nome dos alunos (as): Ana Licia de Abreu Shtorache Ivo Souza Longue Janaina dos Santos Vieira Jerusa Vieira Guimarães María Laura Alcalá Espinoza Sumário 1. Resumo..................................................................................................................... 3 2. Introdução ................................................................................................................. 4 3. Fundamentação Teórica .......................................................................................... 5 4. Metodologia .............................................................................................................. 8 5. Resultados e discussões .......................................................................................... 9 6. Conclusão ............................................................................................................... 10 7. Referências ............................................................................................................. 11 1. Resumo Este trabalho apresenta o objetivo da farmacogenômica, o qual é desenvolver estratégias que otimizem os efeitos terapêuticos e reduzam o risco de efeitos adversos com base no perfil genético de cada paciente, o que permitirá selecionar o medicamento mais adequado e as doses ideais para cada tipo de câncer e cada paciente específico. Descrevendo os principais polimorfismos genéticos conhecidos que podem influenciar a quimioterapia oncológica. 2. Introdução Todos nós diariamente observamos indivíduos que respondem de maneira variada ao mesmo tratamento. Ao receber dose equivalente de uma mesma medicação, alguns pacientes não têm a menor resposta, outros apresentam efeitos colaterais graves, e outros respondem muito bem com remissão completa do quadro clínico. Em alguns casos, o clínico tem como prever a resposta terapêutica baseado na história pessoal ou familiar dos pacientes e na relação entre eficácia, efeitos colaterais e interações medicamentosas. Porém, em número enorme de casos não há como prever a resposta clínica a uma determinada droga (LICINIO, 2001). A farmacogenômica é uma nova área da medicina, que tem uma interface com a farmacologia clássica e a nova ciência da genômica e estuda como os genes herdados afetam a forma como o organismo humano processa e responde aos medicamentos, o que faz com que esses medicamentos se tornem mais ou menos eficazes e mais ou menos tóxicos (LICINIO, 2001; ONCOGUIA, 2020). O câncer é uma patologia que apresenta início e progressão em etapas em que o DNA acumula uma série de lesões. Essas modificações genéticas acometem diferentes passos nas vias que regulam os processos de proliferação celular, diferenciação e sobrevivência. Uma ou mais mutações podem ser herdadas ou podem surgir como decorrência da exposição á carcinógenos ambientais ou fatores infecciosos. Por isso, a oncologia está entre as especialidades médicas que desafiam as maiores dificuldades no manejo da terapêutica farmacológica (SANTOS et al., 2016).Levando em conta a característica genética do câncer, a expectativa é que o desenvolvimento de fármacos que apresentem elevada especificidade para alvos moleculares, aumentará a eficácia do tratamento com a concomitante redução dos efeitos adversos (SANTOS et al., 2016). Em futuro não muito remoto, todo clínico terá de ter conhecimentos de farmacogenômica para poder prescrever as drogas ideais para seus pacientes. Isto causará um grande impacto na prática e no ensino da medicina(LICINIO, 2001). Entretanto, existem alguns desafios no desenvolvimento e uso prático da farmacogenômica. Os testes são caros e não estão amplamente disponíveis, e muitas vezes os planos de saúde não cobrem os custos dos testes disponíveis. (ONCOGUIA, 2020) 3. Fundamentação Teórica Introdução à Farmacogenômica A farmacogenômica é um campo da ciência que estuda como as variações genéticas individuais influenciam a resposta aos medicamentos, permitindo a personalização do tratamento. Segundo Santos et al. (2020), "a farmacogenômica combina a farmacologia e a genômica para criar terapias individualizadas, aumentando a eficácia e minimizando efeitos adversos". Essa abordagem é especialmente relevante em oncologia, onde as terapias-alvo têm transformado o tratamento de diversos tipos de câncer. O Papel da Farmacogenômica na Oncologia Na oncologia, a farmacogenômica tem um papel crucial na identificação de biomarcadores genéticos que orientam as terapias-alvo. Um exemplo clássico é o uso do trastuzumabe em pacientes com superexpressão do gene HER2 no câncer de mama. Estudos demonstram que "a farmacogenômica não só melhora a eficácia do tratamento, mas também reduz os efeitos colaterais associados às terapias convencionais" (Ventura et al., 2015). Terapias Personalizadas em Oncologia A farmacogenômica possibilita terapias personalizadas, como o uso do trastuzumabe em pacientes com superexpressão do gene HER2 no câncer de mama. Conforme descrito em um estudo, "a identificação do HER2 transformou o paradigma do tratamento, reduzindo mortalidade em pacientes previamente com poucas opções terapêuticas" (Souza, 2018, p. 122). Impacto Econômico e Social Apesar dos avanços, a farmacogenômica enfrenta barreiras econômicas e sociais. A implementação de testes genéticos em larga escala ainda é limitada por custos elevados e desigualdade no acesso. Estudos indicam que, embora os custos iniciais sejam altos, o uso racional de medicamentos pode reduzir gastos com internações e tratamentos ineficazes (Silva et al., 2019). Integração na Prática Clínica A integração da farmacogenômica na prática clínica requer capacitação de profissionais para interpretar os testes genéticos. Conforme relatado por Santos et al. (2020), "a falta de treinamento adequado e a ausência de protocolos padronizados são desafios significativos para a aplicação dessa abordagem na rotina médica". A Conexão com Biomarcadores Biomarcadores como EGFR, HER2 e ALK desempenham papéis fundamentais na escolha de terapias para diferentes tipos de câncer. Segundo um estudo de revisão, "pacientes com mutações em EGFR têm maior probabilidade de resposta aos inibidores de tirosina quinase, como o gefitinibe" (Lee et al., 2018). Desafios Éticos e Sociais O uso de dados genéticos levanta preocupações éticas. De acordo com a pesquisa de Gonçalves e Almeida (2021), "a privacidade dos dados genômicos e a potencial discriminação genética são questões críticas que devem ser abordadas antes da implementação ampla da farmacogenômica". Perspectivas Futuras O futuro da farmacogenômica está na integração com tecnologias avançadas, como inteligência artificial, que pode prever padrões de resposta a medicamentos com base em grandes volumes de dados genômicos (Carvalho et al., 2022). Essas inovações prometem otimizar ainda mais os tratamentos oncológicos. Estudos de Caso Em um estudo com pacientes de câncer de pulmão, o uso do crizotinibe mostrou- se eficaz em indivíduos com rearranjos do gene ALK, com taxas de resposta superiores a 60% (Martins et al., 2019). Conclusão A farmacogenômica na oncologia representa um marco no cuidado personalizado, mas ainda há muito a ser feito para superar barreiras econômicas, tecnológicas e sociais. Promover o acesso equitativo e capacitar profissionais são passos cruciais para consolidar essa abordagem. Gráfico/Tabela: Relação entre Biomarcadorese Terapias Alvo Descrição: O gráfico apresenta a relação entre biomarcadores genéticos e terapias-alvo para diferentes tipos de câncer. Por exemplo: • HER2: Tratamento com trastuzumabe no câncer de mama. • EGFR: Uso de gefitinibe no câncer de pulmão. • ALK: Uso de crizotinibe no câncer de pulmão. O gráfico relaciona biomarcadores genéticos com terapias-alvo específicas para diferentes tipos de câncer. Ele apresenta os biomarcadores HER2, EGFR, ALK e BRCA1/BRCA2, associados a tratamentos como trastuzumabe, gefitinibe, crizotinibe e inibidores de PARP, respectivamente. Análise do Gráfico O gráfico evidencia a importância dos biomarcadores na seleção de terapias- alvo em oncologia. Por exemplo: • HER2: Relacionado ao câncer de mama, é tratado eficazmente com trastuzumabe, melhorando taxas de sobrevivência. • EGFR e ALK: Presentes em subgrupos de câncer de pulmão, orientam o uso de terapias específicas como gefitinibe e crizotinibe. • BRCA1/BRCA2: Biomarcadores associados ao câncer de mama e ovário, indicam a utilização de inibidores de PARP, que bloqueiam mecanismos de reparo em células cancerígenas. Essas relações demonstram como a farmacogenômica permite tratamentos mais eficazes e com menos efeitos colaterais, transformando o cenário da oncologia. 4. Metodologia Foram utilizada uma pesquisa aprofundada em artigos científicos, estudos de caso e revisões sistemáticas foi realizada para coletar informações mais atualizadas e relevantes sobre a farmacogenômica e oncologia, envolve uma introdução a ambos os conceitos, seguida de uma discussão detalhada de sua interação, incluindo exemplos clínicos, desafios e perspectivas futuras. A ênfase deve estar na aplicação prática da farmacogenômica para personalizar o tratamento oncológico e melhorar os resultados para os pacientes. As informações foram organizadas de forma clara e concisa, foram utilizados tópicos e subtópicos para dividir o conteúdo em seções menos e mais fáceis de assimilar. 5. Resultados e discussões A farmacogenômica, ao integrar informações genéticas dos pacientes, tem transformado o tratamento oncológico, permitindo terapias mais precisas e personalizadas. Ela possibilita a escolha de medicamentos com base no perfil genético de cada paciente, aumentando a eficácia e reduzindo os efeitos adversos com a identificação de mutações específicas, é possível aplicar tratamento direcionado e imunoterapias mais eficazes, além de evitar terapias que poderiam ser ineficazes ou prejudiciais. No entanto, a implementação plena da farmacogenômica na oncologia enfrenta desafios, como a necessidade de maior acesso e testes genéticos e a melhor interpretação dos dados genômicos. Ainda assim, ela apresenta uma abordagem promissora para a medicina personalizada, com grande potencial para melhorar os resultados terapêuticos e a qualidade de vida dos pacientes com câncer. 6. Conclusão A farmacogenômica representa uma revolução na oncologia, permitindo tratamentos personalizados e mais eficazes. A análise genética individualizada melhora a eficácia dos medicamentos, reduz efeitos colaterais e otimiza a terapêutico. É fundamental investir em pesquisas, educação e infraestrutura para integrar a farmacogenômica na prática clínica oncológica. 7. Referências Carvalho, A. et al. (2022). Farmacogenômica: Avanços e Aplicações. Revista Brasileira de Genética, 15(3), 45-59. · Entendendo a farmacogenômica. INSTITUTO ONCOGUIA, 26 de fev. de 2020. Disponível em: https://www.oncoguia.org.br/conteudo/farmacogenomica/7207/840/. Acesso em: 28 de nov. de 2024. Gonçalves, M., & Almeida, F. (2021). Ética e Genética na Prática Clínica. Bioética em Debate, 10(2), 112-130. Goldstein, D. B., Tate, S. K., & Sisodiya, S. M. (2003). Pharmacogenetics goes genomic. Nature Reviews Genetics, 4(12), 937–947. LICINIO, Julio. Farmacogenômica: oportunidades e desafios. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo, v. 23, n. 3, p. 122-123, Sept.2001. Lee, C. et al. (2018). Advances in Targeted Cancer Therapies. Cancer Journal, 24(4), 213-220. Martins, P. A. et al. (2019). Impacto dos Biomarcadores em Terapias Oncológicas. Journal of Oncogenomics, 7(2), 87-95. SANTOS, Sandra L.F. et al. Farmacogenética aplicada a Oncologia: realidades e perspectivas na prática clínica. Boletim Informativo Geum, v. 7, p. 49-55, jul./set., 2016. Santos, R. et al. (2020). Capacitação em Farmacogenômica. Medicina Personalizada Hoje, 12(1), 56-68. Silva, J. et al. (2019). Perspectivas Econômicas da Farmacogenômica. Saúde Pública em Foco, 21(3), 45-50. Smith, T., & Jones, L. (2017). Biomarkers in Cancer Treatment. Academic Press . Ventura, R. et al. (2015). O Papel da Farmacogenômica em Oncologia. Oncology Insights, 8(2), 89-104. 1. Resumo 2. Introdução 3. Fundamentação Teórica 4. Metodologia 5. Resultados e discussões 6. Conclusão 7. Referências