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DIREITOS HUMANOS - 4º SEMESTRE

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RESUMÃO E TESTES RESOLVIDOS 4º SEMESTRE 
 
DIREITOS HUMANOS 
2.2015 
 
 
 
CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO UNIRADIAL DE SÃO PAULO 
AV. MORUMBI, 8.724 – BROOKLIN. CEP: 04703002 
jonasfs.juridico@gmail.com 
DH 2015 
 
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RESUMÃO 
NADA MELHOR DO QUE UM RESUMÃO PARA FACILITAR A VIDA! 
 
Material semelhante e mais aprofundado estão postados neste blog, separadamente, mas na 
correria da prova sei que facilita ler tudo de forma corrida para não ficar atucanado 
procurando cada ponto. 
 
Terminologia 
Para compreender o âmago dos Direitos Humanos, deve-se, primeiramente, saber diferenciar 
terminologias simples, mas que facilmente podem confundir. Portanto, é necessário saber a 
distinção entre: direitos humanos, direitos fundamentais e direitos humanitários. 
 
1) Direitos humanitários: também chamado de Direito de Guerra. Muitos autores 
compreendem ser um desdobramento dos Direitos Humanos, pois cuidam do mesmo 
fim, porém os direitos humanos estão envolvidos tanto em tempo de guerra como em tempo 
de paz. 
 
2) Direitos fundamentais: verdadeiro sinônimo de Direitos Humanos. Entretanto, a doutrina 
costuma utilizar o termo "Direitos Fundamentais" quando trata dos próprios Direitos Humanos 
quando já inseridos no direito interno, isto é, quando implantado na Constituição interna de 
um Estado ou em leis domesticas esparsas. 
 
O estudo dos direitos fundamentais acontece no âmbito do direito constitucional. 
Portanto, os direitos fundamentais estão descritos, em sua maioria, no art. 5º da CF, como em 
outros artigos expressos na própria CF, além daqueles decorrentes dos princípios e do regime 
democrático (implícitos), assim como aqueles fixados por Tratados Internacionais ratificados 
pelo Brasil. 
 
A CF fixou no art. 5º uma proteção aos direitos humanos, colocando que todos são iguais 
perante a lei, sem distinções e garantindo o direito à vida, liberdade, entre outros. 
Art. 5º, caput da CF: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do 
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
 
3) Direitos humanos: quando inseridos num Tratado Internacional, isto é, no direito 
internacional, levam o nome de Direitos Humanos. É com esta terminologia que iremos nos 
preocupar neste blog. 
 
Conceito de Direitos Humanos 
Após um longo período ditatorial que durou 21 anos, de 1964 até 1985, o Brasil começou sua 
era de democratização. A CF/88 foi o marco jurídico da transição ao regime democrático. 
Alargando, significativamente o campo dos direitos e garantias fundamentais. Tornou-se uma 
das constituições mais avançadas do mundo sobre essa matéria, sendo a primeira constituição 
 
RESUMÃO E TESTES RESOLVIDOS 4º SEMESTRE 
 
DIREITOS HUMANOS 
2.2015 
 
 
 
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a elencar o princípio da prevalência dos direitos humanos como princípio fundamental a reger 
o Estado nas relações internacionais. 
 
Foi então, com este processo de democratização, que o Brasil foi novamente inserido no 
mundo internacional. 
 
O que são Direitos Humanos? 
É o direito à proteção. 
De forma conceitual, os Direitos Humanos seriam uma forma de proteção do ser humano, 
amparando o vulnerável através de um conjunto de direitos e garantias, indissociáveis, para 
que assim, garanta-se a sua dignidade, sendo considerados, portanto, direitos inerentes à 
condição humana. 
São, portanto, os direitos e liberdades básicas pertencente a todos os seres humanos. 
Para chegar a esta concepção contemporânea, no entanto, o homem precisou percorrer um 
longo caminho de lutas, geralmente pelo desejo do lucro ou do poder. Por isso se tornou uma 
concepção moderna considerar que somente em nações democráticas é possível existirem os 
Direitos Humanos, porque um governo autoritário, transforma-se muito facilmente em 
opressor. 
A concepção contemporânea de Direitos Humanos é recente: foi internacionalmente 
estabelecida pela ONU através da Declaração Universal de Direitos Humanos, em 1948, depois 
da 2ª Guerra Mundial. 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos em seu art. 1º afirma que todos os seres 
humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos, dotados de razão e de consciência 
e devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade. 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos surgiu com o objetivo de evitar guerras, 
promover a paz e a democracia através da internacionalização dos Direitos Humanos. A 
Declaração Universal tem uma importância mundial, apesar de não obrigar juridicamente que 
todos os Estados a respeitem. 
 
Evolução dos Direitos Humanos 
Não se sabe precisar ao certo o verdadeiro marco inicial dos Direitos Humanos, tudo o que se 
sabe até hoje são especulações de estudiosos do assunto. 
Acredita-se que os Direitos Humanos possa ter iniciado a partir de costumes de civilizações 
antigas, estudos filosóficos e a expansão do Cristianismo. 
Os adeptos ao direito natural relacionam o nascimento dos direitos humanos a própria 
existência humana, isto é, os direitos humanos estão intimamente ligados ao homem, 
nascendo com ele. 
Os direitos humanos são fruto de um espaço simbólico de luta e ação social, na busca por 
dignidade humana. Exemplo disso, temos a Revolução Norte-Americana e a Revolução 
Francesa que tiveram importante papel na busca pela proteção dos direitos humanos. 
O texto tido pela maioria da doutrina como marco inicial remonta a 1215 a João Sem-terra e a 
Carta Magna. Outros autores remontam a um tempo ainda mais antigo, com a Declaração das 
Cortes de Leão, em 1188. 
 
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Outra boa colocação é a Constituição norte-americana, de 1787, considerada a primeira 
constituição da história, escrita na Filadélfia, que também vislumbrou proteções, igualdades de 
liberdades a seus cidadãos. 
Cabe aqui mencionar, que no campo dos direitos sociais, são pioneiras nestes tema a 
Constituição mexicana de 1917 e a Constituição a República de Weimar de 1791. Porém, não 
há dúvida, de que o marco regulamentador, isto é, que formalizou os Direitos Humanos no 
papel, foi com a criação da ONU, em 1945. 
 
Entretanto, há 3 casos que precederam os direitos humanos, mas que com ele se relacionam, 
pois já foi o início de uma preocupação internacional: 
1) direitos humanitários: relacionado ao direito de guerra, mas que já vislumbrou o direito a 
proteção do indivíduo ferido em guerra; 
2) Liga das Nações: após 1ª Guerra, buscou salvaguardar a paz e a segurança das entidades 
internacionais. Não obteve êxito; 
3) Organização Internacional do Trabalho: que já se conseguia identificar o sujeito direito a 
ser protegido. 
 
Características 
Dominar as características dos Direitos Humanos é tarefa bastante importante. Além de cair 
frequentemente em provas, ao compreende-las e domina-las fica mais fácil vislumbrar o 
estudo dos Direitos Humanos. 
Cabe ressaltar, que nenhuma delas deve ser interpretada isoladamente, e sim de forma 
conjunta. 
 
a) Historicidade: é produto de conquistas históricas. 
Os direitos humanos são históricos, pois são construídos pela convivência coletiva. Cada 
momento histórico exige o surgimento de uma nova proteção para melhor adequar e proteger 
o ser humano daquela nova convivência. Não significa, de maneira alguma, que um direito 
humano mais antigo deixou de existir, muito pelo contrário, eles somam-see crescem, jamais 
diminuem. 
 
b) Universalidade: podemos observar os Direitos Humanos em dois sentidos: 
1) alcançam todas as pessoas, sem discriminação, pois o núcleo é a dignidade da pessoa 
humana. 
2) alcançam todos os Estados, de forma universal. Portanto, os Direitos Humanos visam a 
proteção de toda a humanidade, independente da origem de cada um, são universais, pois 
pertencem ao universo de todas as pessoas, independentemente de quem seja. 
Segundo Hanna Arendt, antes de se ter o direito, deve-se ter o direito a ter aquele direito. 
Por isso o direito ao reconhecimento da personalidade jurídica vem antes do direito à vida 
(art. 4º) na Convenção Americana de Direitos Humanos. Assim, é uma decorrência do princípio 
da universalidade o reconhecimento da personalidade jurídica. 
Art. 3º, CADH: toda pessoa tem direito ao reconhecimento de sua personalidade jurídica. 
 
 
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Em 1948, essa característica foi marcada por um passo decisivo com a Carta da ONU, 
consagrando a declaração universal dos direitos humanos. A mesma característica foi 
reforçada na Convenção Americana de Direitos Humanos e na Declaração de Viena de 1993. 
 
c) Efetividade: não basta apenas reconhecer um Direitos Humano ou até mesmo ratificar um 
tratado internacional sobre direitos humanos se não der efetividade ao mesmo. Cada Estado 
deve criar mecanismos para efetivar os direitos humanos, não bastando o reconhecimento 
abstrato em sua Constituição ou leis internas. Mecanismos punitivos devem ser estabelecidos, 
para que a pratica de transgressões contra os direitos humanos sejam extintas. 
 
d) Relatividade (ou Limitabilidade): jamais pense que os Direitos Humanos são absolutos, pois 
eles podem sofrer ponderações. Esta é uma das características mais solicitada em provas, 
geralmente de forma mascarada, nem sempre colocam os termos "absoluto" ou "relativos", 
mas ao fazer a leitura da questão logo se identifica essa ideia. O que se deve ter em mente, é 
que deve sempre interpretar o direito de um indivíduo em conformidade com o direitos dos 
demais, deve haver uma ponderação, por isso a sua relatividade. Ex.: delinquente, que 
receberá pena de prisão em regime fechado, após devida condenação. Ele terá seu direito de 
liberdade restringido em prol do bem estar da sociedade. 
 
e) Irrenunciabilidade: a ninguém é concedida a faculdade de renunciar a direitos inerentes à 
dignidade humana.



 Estes direitos estão tão ligados a vida humana que não há forma de 
renuncia-los. Os direitos humanos são irrenunciáveis, diferentemente dos direitos subjetivos 
que são renunciáveis. Assim, mesmo a autorização do titular do direito humano não justifica a 
sua violação. 
 
f) Inalienabilidade: os Direitos Humanos não podem ser alienados (estão fora de comércio). 
Uma vez que o Estado reconheça este direito, não poderá mais suprimi-lo. Por favor, não 
confunda esta característica com o direito de atribuir a um bem uma valoração econômica, 
como por exemplo, o direito de propriedade.



 Ter direito a propriedade é um direito 
humano, mas agora valorar um valor a este bem é outra coisa. 
 
g) Inexaurabilidade: significa dizer que os direitos humanos são inesgotáveis, isto é, cada 
direito novo se agrega aos já existentes. O fato de ser muito antigos, não significa dizer que 
caiu em desuso ou está ultrapassado. 
 
h) Imprescritibilidade: não prescreve com o decurso do tempo. São inerentes a existência 
humana, podendo ser exigidos a qualquer tempo. O decurso do tempo não seria motivo para 
que um Estado possa viola-lo ou não reparar a violação cometida. 
 
i) Unidade (ou Indivisibilidade, ou concorrência, ou Interdependência): os Direitos Humanos 
são compreendidos como um conjunto único, indivisível e interdependente. Cada direito 
humano é um núcleo único, não podendo ser dividido, o que não significa dizer que não possa 
estar relacionado ou interligado a outros direitos humanos, além de ser uma forma de 
demonstrar que não há uma hierarquia entre as categorias. 
 
 
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j) Vedação do retrocesso (ou efeito cliquet): os direitos humanos não podem retroceder na 
sua proteção. Curiosidade: Cliquet é uma peça utilizada no alpinismo; são as argolas que em 
caso de queda impede que o alpinista caia, ou seja, esse mecanismo impede que o alpinista 
retroceda, ele fica parado onde está. Este termo foi utilizado em alguns concursos. 
 
l) Inerência: os direitos humanos são inerentes a cada pessoa, pelo simples fato de serem 
seres humanos, portanto, está intimamente ligado a dignidade humana. 
 
Dimensões 
Foi Karel Vasak, em 1979, quem propôs, primeiramente, a ideia das 03 gerações. Paulo 
Bonavides entende que o termo “gerações” remete a ideia de que uma geração sobrepõe-se a 
outra, isto é, a anterior deixa de existir. Isso não seria correto, pois ela nasce para 
complementar e não sobrepor-se. Neste contexto, Bonavides sugere que o mais adequado 
seria utilizar o termo “dimensões”, que faz nascer a ideia de interdependência e 
indivisibilidade existente. 
 
As dimensões que Karel Vasak propôs, são: 
Liberdade 
1ª Dimensão: 
Igualdade 
2ªDimensão: 
Fraternidade 
3ª Dimensão: 
São os direitos civis e 
políticos. 
Afasta o Estado do 
indivíduo, sendo os 
chamados direitos negativos. 
Marco: a partir da 
Independência norte-
americana e Revolução 
Francesa. 
São os direitos 
econômicos, sociais e 
culturais. 
Aproxima o Estado do 
indivíduo, sendo os 
chamados direitos 
positivos. 
Teve início com a 
Revolução Industrial. 
São os direitos difusos e 
coletivos. Direitos de 
solidariedade. 
Marco: a criação da ONU e 
lançamento da Declaração 
Universal dos Direitos do 
Homem. 
Ex.: direito à vida, à 
liberdade, à propriedade, à 
liberdade de expressão etc. 
Ex.: direitos à saúde, à 
educação, ao trabalho, à 
habitação etc. 
Ex.: direito meio ambiente, à 
autodeterminação dos povos, 
direito à paz etc. 
 
1ª Dimensão: Direito a LIBERDADE, ou direitos civis e políticos. 
Embora tenham por inspiração a Magna Carta de 1215 (que surgiu através de um conflito 
existente entre o Monarca e a Igreja, que levou a Magna Carta), surgiu efetivamente com a 
doutrina liberal, no século XVIII, sendo a Revolução Francesa de 1789, o movimento mais 
marcante. A Revolução norte-americana de 1776, na luta pela independência da Inglaterra, foi 
outro marco importante. Traz os direitos negativos. Afastam o Estado opressor do indivíduo. 
Onde o Estado deve abster-se, o Estado não intervêm. 
 
2ª Dimensão: direito a IGUALDADE, ou direitos econômicos, sociais e culturais. 
São direitos de prestações positivas, ou seja, aproxima o Estado do indivíduo. 
O marco para o surgimento foi a Revolução Industrial, onde os empregados passaram a exigir 
direitos sociais que lhes protegessem, fazendo, assim, com que o Estado interferisse na 
economia, para evitar injustiças. Os trabalhadores não possuíam nenhuma garantia de 
 
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emprego, nenhuma proteção. Quando ficavam velhos, doentes ou lesionados eram facilmente 
substituídos e descartados. Trabalhavam com jornada de emprego excessiva, entre 10 a 14h 
diárias, semdia de descanso, férias ou qualquer outro direito, apenas deveres. 
Os momentos fundamentais para o seu estabelecimento foram a Revolução Mexicana de 1917 
(que resultou na constituição mexicana), a Revolução Russa de 1918 e a Constituição de 
Weimar de 1919. 
 
3ª Dimensão: direito a FRATERNIDADE, ou direito a solidariedade, ou direitos difusos e 
coletivos, ou transindividuais. 
Fruto das constantes reuniões da Assembleia Geral da ONU. 
Revela preocupação com o meio ambiente, defesa do consumidor e à paz. 
A ênfase deste direito não recai sobre um indivíduo, mas sim sobre todo o gênero humano. 
 
Discute-se a existência ou não de duas outras dimensões, entretanto, vale a pena 
compreende-las: 
Pluralidade 
4ª Dimensão 
Direito à Paz 
5ª Dimensão 
São os direitos dos povos. 
Surge no final do século XX, com a 
globalização política, como forma de 
proteger o indivíduo. 
São os direitos à paz. 
Paulo Bonavides deslocou o direito à paz, 
classificado como direito de 3º dimensão 
para os direitos de 5º dimensão. 
Compreende que deve haver destaque para 
a paz, frente aos últimos acontecimentos 
(ex.: atentado de 11 de setembro) 
Ex.: limitação da clonagem humana e 
alimentos transgênicos; direito a 
democracia; direito a informação etc. 
Ex.: direito à paz permanente. 
 
4ª Dimensão: direito a GLOBALIDADE ou PLURALIDADE. 
Surge o final do século XX. 
Alcança direitos e garantias contra a globalização ilimitada. Busca preservar o ser humano, 
limitando o uso da engenharia genética, como a clonagem. 
Tenta frear o desenvolvimento desacerbado para evitar mutações genéticas, desenvolvimento 
de novas doenças etc. 
Ex.: limitação da clonagem e alimentos transgênicos, direito à informação, à democracia 
 
5ª Dimensão: traz à paz mundial e permanente. 
Paulo Bonavides deslocou o direito à paz da 3ª dimensão para a 5ª dimensão. Compreende 
que em face dos últimos acontecimentos (como, por exemplo, o atentado terrorista de “11 de 
Setembro”), seria apropriado falar em um direito à paz. Embora em sua doutrina esse direito 
tenha sido alojado na esfera dos direitos de 3ª dimensão, o ilustre jurista, frente ao insistente 
rumor de guerra que assola a humanidade, decidiu dar lugar de destaque à paz no âmbito da 
proteção dos direitos fundamentais. 
 
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DIREITOS HUMANOS 
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Categorias dos Tratados no Direito Brasileiro 
Podemos dizer que houve 3 momentos no Brasil com relação a hierarquia dos tratados ao 
serem ratificados no ordenamento brasileiro. Num primeiro momento, de 1977 até 2004 e em 
2008. 
 
Todo e qualquer tratado internacional que era ratificado no Brasil, ingressava com status de 
norma infraconstitucional (ou lei ordinária). 
Em 2008, o STF mudou sua posição, de forma histórica. Compreendeu que todos os Tratado 
Internacionais de Direitos Humanos assinados pelo Brasil até 2004, possuíam status 
supralegal, isto é, estão acima do ordenamento jurídico, mas abaixo da CF. Ficou decidido 
assim, com base no art. 5º, §2º, CF. 
Art. 5º, §2º, CF: Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros 
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais 
em que a República Federativa do Brasil seja parte. 
 
Pois ao dizer que “os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros 
decorrentes tratados internacionais”, ficava claro que tratado que versasse sobre Direitos 
Humanos, possuía status diferenciado, especial. Isso ocorreu, quando decidiram a respeito do 
Pacto de San Jose da Costa Rica, que possuía uma norma que conflitava com o direito 
constitucional pátrio. 
 
Neste meio tempo, a EC 45/04 acrescentou o §3º ao art. 5º, CF. 
Art. 5º, § 3º, CF: Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que 
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos 
dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
 
Deixando claro que Tratados Internacionais de Direitos Humanos, após 2004, que obtiverem, 
no Congresso Nacional a aprovação, nas duas Casas, em dois turnos, por 3/5 dos votos, terão 
status supralegal. 
Um exemplo de tratado aprovado pelo Congresso Nacional já nesses moldes do §3º foi a 
Convenção sobre os Direitos da Pessoas com Deficiência, ratificado pelo Brasil em 2008. Hoje é 
o único que possui status de emenda constitucional em decorrência do §3º. 
 
Os demais tratados internacionais possuem força hierárquica infraconstitucional. 
Diferenciação: 
Norma constitucional Supralegal Infraconstitucional 
É que está escrito no texto 
constitucional. 
Está abaixo da constituição, 
mas acima do ordenamento 
jurídico. 
Está abaixo da constituição, 
no mesmo nível das leis 
ordinárias. 
 
 
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Teorias Fundamentais dos Direitos Humanos 
As teorias existentes não substituem umas às outras e sim se completam, coexistem 
conjuntamente. 
As teorias mais significativas dos Direitos Humanos são: 
Teoria Jusnaturalista: Teoria Juspositivista: Teoria Moralista ou de 
Perelman: 
Os direitos estão situados 
numa ordem suprema, 
imutável e universal, 
divina. “O que é justo por 
natureza”. 
É a criação normativa, sendo 
legitima as manifestações da 
soberania do povo, onde só 
constitui direito aqueles 
positivados. “O que é justo 
pelas leis”. 
Encontra-se a fundamentação 
dos direitos humanos na 
experiência e consciência 
moral do povo, permitindo, 
muitas vezes, ir além do direito 
posto. 
 
Teoria Jusnaturalista: também chamada de Direito Natural. 
Compreende que toda a pessoa nasce livre, sem dividas ou obrigações. Só que esta qualidade 
dura até ser feito o registro de nascimento, onde neste momento adquire existência civil. 
Então, até o momento anterior ao registro civil, a criança já tem direitos, que independem de 
sua condição social, étnica ou qualquer outra condição. A criança já nasce com o direito a vida 
e consequentemente ao direito de ser alimentado, vestido e abrigado. 
Pensadores: Tales de Mileto, Zenon, Santo Tomás de Aquino 
 
Teoria Juspositivista: também chamada de Direito Positivo. 
Compreende que o homem só é capaz de viver em sociedade se subordinados as leis e 
fiscalizações. Onde só é direito o conjunto de leis posta pelo Estado, definindo ser justo o 
estabelecido pelas leis. 
Pensadores: Thomas Hobbes, Augusto Comte, Justiniano, Descartes, Kant 
 
Teoria Moralista ou de Perelman: encontra fundamento na consciência moral de determinada 
sociedade. 
Pensadores: Chaïm Perelman 
 
Incidente de Deslocamento de Competência (IDC) 
Esse deslocamento pode ocorrer tanto na fase de inquérito como na fase judicial. 
A simples leitura do §5º do art. 109 da CF pode não ser tão esclarecedora, podendo levar até 
mesmo a uma certa confusão. Portanto, aconselho lerem o Art. 109 caput, inciso V-A e §5º da 
CF, nesta ordem, para uma melhor compreensão. 
Explicando de forma simples e clara significa dizer que se o Procurador-Geral da República 
compreender estar havendo violação aos direitos humanos poderá deslocar da competência 
da Justiça Comum para Justiça Federal e analisar o caso. 
Art. 109, § 5º, CF: Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral 
da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de 
tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar,perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente 
de deslocamento de competência para a Justiça Federal 
 
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Mecanismos de Efetivação dos Tratados de Direitos Humanos 
Bom, não basta existir o tratado se não houver uma maneira de fazer cumprir o que nele 
estiver escrito. Cada tratado traz uma maneira de efetivar, as mais comuns são: 
Relatórios: os Estados signatários de tratados internacionais se comprometem a 
emitir informações por meio de relatórios, onde explicam a aplicabilidade e formas de 
efetivação que devam ao compromisso assumido no tratado. Então é através desses relatórios 
que se afere qual Estado está efetivamente cumprindo o tratado em seu território. 
 
Cortes: possuem natureza conciliatória, buscando uma solução amigável entre as partes 
litigantes, através da emissão de recomendações aos Estados-membros. Possuem também 
uma função jurisdicional, julgando e sentenciando os casos. 
 
Comissões: também são chamados de Comitês ou Conselho. Possuem uma função mais ativa, 
pois podem realizar fiscalização aos Estados-membros para ver de perto a efetivação que o 
Estado-membro está tomando. Também, por consequência, podem emitir recomendações 
através de sua função conciliadora. Alguns dos mecanismos mais usados pelas Convenções são 
os relatórios, onde o Estado informam como estão dando aplicabilidade e efetividade aos 
tratados em seu direito interno. Há também sistemas como Comissões e Cortes, que possuem 
função conciliadora e até mesmo jurisdicional. 
 
Sistemas de Proteção 
Há 3 níveis de sistemas de proteção. 
Para uma compreensão mais fácil fiz uma tabela explicativa logo abaixo. 
Sistema Doméstico-Estatal: Sistema Internacional-
Regional: 
Sistema Internacional-
Universal: 
Todo o aparato jurídico no 
âmbito interno de um 
Estado. 
Normas jurídicas 
internacionais restritas a 
um determinado espaço 
geográfico. Ex.: Sistema 
Interamericano. 
Composto por tratados 
internacionais de âmbito 
global, celebrados pela ONU. 
 
 
Cabe ressaltar que os 3 sistemas convivem, harmoniosamente, existindo, cada um em seu 
modo, para fortalecer ainda mais a internacionalização dos direitos humanos. Entre o sistema 
global e o sistema regional não há hierarquia, como muitos possam pensar. Já entre o sistema 
domestico, deve-se esgotar primeiramente todo o direito interno para depois ingressar na 
esfera do sistema regional ou global. 
 
Sistema Global de Direitos Humanos 
Também chamado de Sistema Internacional, ou Sistema da ONU, ou Sistema Universal. Possui 
tratados internacionais de âmbito universal, que são celebrados pela ONU. É este sistema que 
influenciará o surgimento dos demais sistemas. Portanto, pode-se dizer que o Sistema Global 
integra a estrutura da ONU e são os seus princípios que inspiram e influenciam o surgimento 
dos demais instrumentos normativos posteriores. Tem como fonte normativa imediata a Carta 
da ONU, que estabelece que os Estados-partes devem promover a proteção dos direitos 
 
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humanos e das liberdades fundamentais e, demarcar o início do processo de universalização 
dos direitos humanos, exige, consequentemente, a necessidade de efetivação desses direitos, 
sob a vigilância de um sistema de monitoramento, supervisão e controle. 
Seus principais instrumentos são a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), Pacto 
Internacional dos Direitos Civis e Políticos (PIDCP) e o Pacto Internacional dos Direitos 
Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC), onde estes instrumentos compõem a chamada Carta 
Internacional dos Direitos Humanos. Contudo, o sistema global não se restringe apenas à Carta 
Internacional, possuindo diversos tratados internacionais de direitos humanos referentes a 
proteção especifica de certos direitos como a Convenção Internacional contra a Tortura, 
Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação Racial, 
Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a 
Mulher, Convenção sobre os Direitos das Crianças, Convenção para Prevenção e Repressão do 
Crime de Genocídio entre outros. 
 
Carta das Nações Unidas 
Também chamada de Carta de São Francisco, estabelece, formalmente, o acordo de, em 
âmbito mundial, criar uma organização internacional mais eficaz e abrangente que a 
fracassada Liga das Nações. O documento foi formalizado entre os Países Aliados da 2ª Guerra 
Mundial, nascendo assim a Organização das Nações Unidas. A Carta da ONU foi assinada em 
São Francisco em 26 de junho de 1945. 
Ficou estabelecido que todos os membros ficam sujeitos aos seus artigos, que postula que 
obrigações constantes na Carta prevalecem sobre quaisquer outras estabelecidas em tratados 
diversos. O propósito das Nações Unidas é de proteger os direitos humanos e liberdades 
fundamentais para todos, sem discriminação. 
Entende ser um tema global e, portanto, deve ser globalmente protegido. Porém, ela trouxe 
uma expressão genérica e pecou ao não definir o conteúdo dessas expressões “direitos 
humanos e liberdades fundamentais para todos”. Sendo assim, para definir essas expressões 
foi elaborada a Declaração Universal de Direitos Humanos que teve como finalidade, então, 
complementar a Carta das Nações Unidas. 
 
Organização das Nações Unidas 
O fim da 2ª Guerra Mundial deixou cicatrizes que não seriam esquecidas. Os lideres dos Países 
Aliados, então, reuniram-se para buscar uma forma mais segura e de âmbito mundial de evitar 
uma 3ª Guerra Mundial, promover a paz e extinguir com qualquer forma de discriminação. O 
nome, Nações Unidas, foi ideia do então Presidente Norte-Americano Franklin Roosevelt, e em 
26 de junho de 1945 foi assinada a Carta da ONU, mas a ONU só passou a existir oficialmente 
em 24 de outubro de 1945, quando obtiveram o numero mínimo de ratificações. 
Inicialmente a sede da ONU começou na ilha de Manhattan em Nova York (EUA). Atualmente, 
possui, alem de sua sede central em Nova York, sedes em Genebra (Suíça), Viena (Áustria), 
Nairóbi (Quênia) e escritórios espalhados ao redor do mundo. 
Hoje, 192 países-membros. A ONU não é Estado Soberano, mas pessoa jurídica de direito 
privado. Busca, em âmbito mundial, evitar uma 3ª Guerra Mundial. É ela que consolida o 
movimento de internacionalização dos Direitos Humanos. 
 
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Estrutura: 
a) Assembleia Geral 
b) Conselho de Segurança 
c) Corte Internacional de Justiça 
d) Conselho Econômico e Social 
e) Conselho de Tutela 
f) Secretaria Geral 
 
Carta Internacional de Direitos Humanos 
O Sistema Global de Direitos Humanos é regido pela Carta Internacional de Direitos Humanos, 
que por sua vez é composta pela Declaração Universal de Direitos Humanos, Pacto 
Internacional de Direitos Civis e Políticos e pelo Pacto Internacional de Direitos Econômicos, 
Sociais e Culturais. 
 
Declaração Universal de Direitos Humanos 
Uma das coisas mais importantes a se saber sobre a Declaração Universal é o fato de que não 
se trata de um tratado e sim de um resolução adotada pela Assembleia-Geral da ONU. 
Não é um tratado, pois este nascede acordo internacional entre Estados. Ela não passou pelos 
procedimentos internos para ser considerada tratado, sendo simplesmente uma 
recomendação, em forma de resolução, adotada pela Assembleia-Geral da ONU. Foi aprovada 
então pela Resolução 217 no dia 10 de dezembro de 1948, inicialmente como a nomenclatura 
de "Declaração Universal do Homem", mas o termo "homem" por isso só trazia desigualdade 
entre homens e mulheres, por isso, posteriormente, adotou o nome de "Declaração Universal 
de Direitos Humanos". 
Tem por base o preâmbulo e o artigo 1º, §3º da Carta da ONU, vindo então para 
complementar a Carta em relação a expressão “direitos humanos e liberdades fundamentais”. 
Foi um dos primeiros instrumentos baseados na ideia de que os direitos humanos devem ser 
garantidos para todos os seres humanos, trazendo a paz mundial e promovendo os direitos 
humanos. Também foi pioneira no assunto "dignidade humana". 
Durante anos houve discussão da necessidade ou não de transformar a Declaração em um 
Tratado Internacional, discussão está que foi encerrada em 1966 quando surgiram os Pactos 
Internacionais, que passaram a compor o chamado Sistema Global de Direitos Humanos, o que 
não significa dizer que não há outros tratados, pelo contrário, posteriormente, outros 
tratados específicos surgiram e também integram este quadro. 
 
Estrutura: 
Sua estrutura se baseia no código de Napoleão, com preambulo e princípios introdutórios. A 
Declaração é composta por 30 artigos precedida de um preâmbulo. 
a) arts. 1º ao 21: direitos de 1ª dimensão, isto é, direitos civis e políticos. São, portanto, os 
direitos de liberdade. 
b) arts. 22 ao 30: direitos de 2ª dimensão, isto é, direitos econômicos, sociais e culturais. São, 
portanto, os direitos de igualdade. A Declaração Universal NÃO tratou dos direitos de 3ª 
dimensão, porque não se falava em direitos transindividuais na época de sua elaboração. 
Se a Carta da ONU pecou porque trouxe o direito, mas não disse quais eram esses direitos, a 
 
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Declaração também pecou porque, não obstante ter trazido os direitos, não nos deu 
instrumentos processuais para salvaguardar esses direitos numa instância nacional ou 
internacional. Daí, então, a necessidade da criação do Pacto Internacional de Direitos Civil e 
Políticos e Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. 
 
Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (PIDCP) 
Seu texto foi aprovado pela Assembleia Geral da ONU, em 1966, porém só entrou em vigor em 
1976 quando atingiu o número mínimo de ratificações. O Brasil, por exemplo, só veio a 
ratificar o tratado em 1992, não podemos esquecer que o Brasil passava por um momento 
conturbado em sua política interna, bastante dominadora que restringia direitos fundamentais 
de seus cidadãos. Nasceu para garantir e complementar a Carta da ONU e a Declaração 
Universal, com força vinculante e obrigatória para os estados-membros. 
Apresenta direitos civis e políticos fazem parte da 1ª dimensão dos direitos fundamentais, o 
que corresponde aos direitos da liberdade. 
Estabelece direitos endereçados aos indivíduos que devem ser aplicados de forma imediata. 
Art. 5º, § 1º, CF: As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação 
imediata. 
 
O Pacto traz deveres dos Estados-partes em assegurar os direitos neles elencados; direito à 
vida; direito a não ser submetido a tortura ou tratamento cruéis, desumanos ou degradantes; 
direito a não ser escravizado; direito a julgamento justo. 
Prevê que quando houver uma situação excepcional que ameaça a existência de uma nação, os 
Estados podem usar medidas que permitam a derrogação de direitos, contanto que os Estados 
garantam alguns direitos fundamentais inderrogáveis: o direito à vida, à alimentação, 
proibição da tortura, proibição de escravidão e servidão, a liberdade de crença e consciência e 
os meios para proteger esses direitos. 
O Brasil estabelece estas restrições, quando necessário, em seu art. 139 da CF. 
 
Uma dúvida poderá surgir: Por que separar os assuntos em dois Pactos distintos? 
Bom, vale lembrar que durante a elaboração dos Pactos, transcorria a Guerra Fria. A URSS não 
aceitava os direitos civis e políticos, pois estes direitos só fariam sentido se todas as 
necessidades básicas dos cidadãos fossem supridas. Os EUA era e ainda é bastante arredio em 
reconhecer os direitos econômicos, sociais e culturais como sendo um direito humano, 
defendendo que estes direitos dependem da capacidade financeira de cada Estado. A solução 
para esta discussão foi dividir os direitos em dois Pactos distintos. 
 
Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC) 
Seu texto foi aprovado pela Assembleia Geral da ONU, em 1966, porém só entrou em vigor em 
1976 quando atingiu o número mínimo de ratificações. O Brasil, por exemplo, só veio a 
ratificar o tratado em 1992, não podemos esquecer que o Brasil passava por um momento 
conturbado em sua política interna, bastante dominadora que restringia direitos fundamentais 
de seus cidadãos. Os direitos econômicos, sociais e culturais fazem parte dos direitos de 2ª 
dimensão, o que corresponde ao direito à igualdade. Enquanto o Pacto dos Direitos Civis e 
Políticos estabelece direitos endereçados aos indivíduos, o Pacto dos Direitos Econômicos, 
Sociais e Culturais estabelece deveres endereçados aos Estados. 
 
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Enquanto os direitos civis e políticos devam ser aplicados imediatamente, os direitos sociais 
devem ser aplicados de forma progressiva, isto é, dependem de ações afirmativas dos Estados. 
A ideia de progressividade está intimamente ligado ao motivo de ter sido gerado dois distintos 
Pactos. É progressivo porque depende da situação econômica do Estado-parte, pois muitas 
vezes, torna-se bastante caro ao Estado implementar de forma imediata direitos humanos, 
ainda mais direitos econômicos, sociais e culturais. Contudo, o Pacto prevê que seu Comitê de 
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais possam adotar medidas de urgência quando for para 
evitar danos irreparáveis às vítimas de violações previstas no pacto. 
 
Convenção para Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio 
O mundo ficou tão assustado com os horrores da 2ª Guerra Mundial, que o mais urgente no 
momento era criar mecanismos que prevenissem que os mesmos crimes se repetissem. As 
primeiras medidas tomadas pelos Estados vencedores foi de criar tribunais internacionais que 
julgassem crimes de guerra contra a humanidade e foi aí que surgiu o Tribunal de Nuremberg, 
ainda em 1945, pela Carta de Londres. Um ano mais tarde a mesma medida se repetiu e foi 
criado o Tribunal de Tóquio. O julgamento destes tribunais foram de suma importância para a 
criação da Convenção para Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio assinada em 11 de 
Dezembro de 1946 pela Assembleia Geral da ONU através da Resolução nº 96 (I), mas que só 
passou a surtir seus efeitos em 9 de dezembro de 1948 quando atingiu o número mínimo de 
ratificações. O Brasil adotou a convenção em 6 de maio de 1952 através do Decreto 30.822. 
A máxima da Convenção era conceituar "genocídio", e com base no estudos e relatórios 
realizados durante os julgamentos, nasceu o art. 2º da Convenção, acompanhado de seu 
famoso preambulo: 
Considerando que a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em sua Resolução 
n. 96 (I) de 11 de Dezembrode 1946, declarou que o genocídio é um crime contra o Direito 
Internacional, contrário ao espírito e aos fins das Nações Unidas e que o mundo civilizado 
condena; 
Artigo 2º: Na presente Convenção, entende-se por genocídio qualquer dos seguintes atos, 
cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, 
racial ou religioso, tal como: 
a) Assassinato de membros do grupo. 
b) Dano grave à integridade física ou mental de membros do grupo. 
c) Submissão intencional do grupo a condições de existência que lhe ocasionem a destruição 
física total ou parcial. 
d) Medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo. 
e) Transferência forçada de menores do grupo para outro. 
 
A importância que esta convenção teve foi tamanha que após a criação da ONU ela surgiu, 
sendo o primeiro Tratado Internacional de proteção aos direitos humanos aprovado pela ONU, 
tendo em vista as atrocidades perpetradas pela 2ª Guerra Mundial. A Convenção é aplicada 
tanto em tempo de paz, como em tempo de guerra. Aqui não há diferença quanto ao agente 
que pratica o ato, devendo todos que praticarem serem condenados. 
Também prevê que o crime de genocídio seja julgado por tribunal competente do Estado onde 
o ato foi cometido ou por um tribunal penal internacional (que de forma permanente ainda 
não existia). Só que esta previsão trazia dúvidas, pois um Estado poderia esconder essa 
 
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"intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso", 
além de não mencionar no rol do artigo os grupos políticos entre os protegidos. Com o passar 
dos anos e o assunto "genocídio" virando história, novamente passou a ser relembrando 
quando nos massacres na Ex-Iuguslávia e Ruanda, na década de 1990. Sendo necessária a 
formação de Tribunais Específicos, quais sejam: Tribunal Internacional para a Ex-Iuguslávia 
(regido pelo Estatuto do Tribunal Internacional para a Ex-Iuguslávia) e o Tribunal Internacional 
para Ruanda (regido pelo Estatuto do Tribunal para Ruanda). 
 
Importante decisão surgiu com o Tribunal Internacional para Ruanda, que compreendeu que o 
genocídio pode ser cometido tanto na ação como na omissão. Discussões surgiram quanto ao 
fato de julgamentos serem realizados por tribunais ad hoc, e a ideia de se criar um tribunal 
permanente ficou ainda mais forte após os casos da Ex-Iuguslávia e Ruanda, nascendo poucos 
anos depois o Tribunal Penal Internacional. 
 
Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação 
Racial 
Na década de 60 racismo semelhante ao da era nazista ressurgiu contra negros e 
judeus, que sofriam perseguições, fazendo com que a ONU adotasse em 21 de dezembro de 
1965 a Convenção Internacional sobre Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial. 
Em seu preambulo afirma: 




(...) Convencidos de que qualquer doutrina de superioridade baseada em diferenças 
raciais é cientificamente falsa, moralmente condenável, socialmente injusta e perigosa, em 
que, não existe justificação para a discriminação racial, em teoria ou na prática, em lugar 
algum, 
Reafirmando que a discriminação entre os homens por motivos de raça, cor ou 
origem étnica é um obstáculo a ralações amistosas e pacíficas entre as nações e é capaz de 
disturbar a paz e a segurança entre povos e a harmonia de pessoas vivendo lado a lado até 
dentro de um mesmo Estado. 
Convencidos que a existência de barreiras raciais repugna 
os ideais de quaisquer sociedade humana, 
Alarmados por manifestações de discriminação 
racial em evidência em algumas áreas do mundo e por políticos governamentais baseadas 
em superioridade racial ou ódio, como as políticas de apartheid, segregação ou separação, 

Resolvido a adotar todas as medidas necessárias para eliminar rapidamente a 
discriminação racial em todas as suas formas e manifestações, e a prevenir e combater 
doutrinas e práticas racistas com o objetivo de promover o entendimento entre raças e 
construir uma comunidade internacional livre de todas as formas segregação racial e 
discriminação racial (...) 
 
Ratificado pelo Brasil através do Decreto nº 65.810, em 8 de dezembro de 1969. A Convenção 
impõe ao Estado-parte o reconhecimento, em âmbito nacional, da discriminação como pratica 
condenável e a obrigação de adotar meio para eliminá-la em todas as suas formas, garantindo, 
por este meio, o principio da igualdade perante a lei, sem distinção de raça, cor ou de origem 
nacional ou ética. Impõe ao Estado-parte o reconhecimento da discriminação como prática 
condenável e a obrigação de adotar meios de eliminá-la, garantindo assim a igualdade. 
 
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Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação 
contra a Mulher 
Ou apenas CEDAW (Convention to Eliminate All Forms of Discrimination Against 
Women) como também é conhecida, foi aprovada pela ONU em 1979, entrando em vigor 
apenas em 1981, quando obteve o numero mínimo de ratificações. Hoje, há cerca de 173 
Estados fazendo parte dela. O Brasil passou a fazer parte em 1984. Foi a Convenção que mais 
sofreu reservas ao ser ratificada, principalmente ao que colocava a mulher em pé de igualdade 
ao homem dentro do seio familiar, até mesmo o Brasil fez esta reserva, que, evidente, já não 
mantém hoje. Baseia-se no compromisso que cada Estados signatários tem de promover e 
assegurar a igualdade entre homens e mulheres e de eliminar todos os tipos de discriminação 
contra a mulher. De acordo com a Convenção, a expressão "discriminação contra a mulher" 
significa: toda distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo e que tenha por objeto ou 
resultado prejudicar ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício pela mulher, 
independentemente de seu estado civil, com base na igualdade do homem e da mulher, dos 
direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural 
e civil ou em qualquer outro campo. 
Em 6 de outubro de 1999 a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou o Protocolo Opcional 
para a CEDAW para que todos os Estados signatários a assinassem. Prevê que o Estado 
signatário ao assinar o Protocolo Opcional reconhece a competência do Comitê sobre a 
Eliminação da Discriminação Contra a Mulher, órgão este responsável por monitorar o 
cumprimento da Convenção por parte dos Estados, para então receber e analisar queixas de 
indivíduos ou grupos dentro de sua jurisdição. A discriminação contra a mulher viola o 
princípio da igualdade de direitos e do respeito à dignidade da pessoa humana. Os Estados-
partes assumem a responsabilidade de adotarem medidas que visem eliminar a discriminação 
contra a mulher, inclusive as de caráter legislativo e educacional. 
 
Convenção sobre a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanas ou 
Degradante 
Populações carentes e vulneráveis sofrem com a força dos mais fortes, principalmente 
mulheres que em algumas partes do mundo são submetidas a tratamentos desumanos e 
degradantes. A Convenção surgiu com o intuito de preservar indivíduos e grupos de 
vulneráveis, sendo assinada pela ONU em dezembro 1984, enfatizando a necessidade de 
criminalizar a tortura e criar mecanismos para coibi-la. 
Com a Convenção foi criado também o Comitê contra a Tortura, habilitado a receber e 
investigar qualquer denúncia a respeito de crimes tipificados nela. Vale ressaltar que não é só 
aConvenção o único instrumento internacional que coíbe a tortura, a própria Declaração 
Universal de Direitos Humanos, o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e a 
Convenção Americana de Direitos Humanos também o fazem. Deve-se ter muita atenção 
quanto a tipificação da tortura no âmbito internacional, que traz a especificidade de o autor, 
de conduta delitiva, necessariamente ser servidor público ou pessoa no exercício da função 
pública, diferentemente, da legislação brasileira, que ampliou a autoria determinando que 
pode ser qualquer agente, não necessariamente ser servidor público ou pessoa no exercício da 
função pública (lei 9455/77). Portanto, preste bastante atenção no enunciado da questão 
antes de responde-la. 
 
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Os Estados-partes se responsabilizam a criar legislações penais sobre esse tema. O Brasil 
ratificou a Convenção em 1989, e tipificou como delito similar aos hediondos, estabelecendo 
tratamento penal mais gravoso. No direito interno brasileiro, a primeira manifestação acerca 
da tipicidade do crime de tortura deu-se com o ECA, em seu art. 233. Entretanto, tanto a 
Constituição Federal como o Estatuto da Criança e do Adolescente não o conceituavam o 
termo "tortura", vindo a doutrina a fazer. 
Portanto, de acordo com a doutrina, tortura é o sofrimento ou a dor provocada por maus 
tratos físicos e morais. 
Conforme a Convenção, a tortura é proibida sempre, mesmo que se trate de uma ameaça, 
instabilidade política ou até mesmo estado de guerra. Trata-se de crime próprio, onde o 
sujeito ativo é agente público ou pessoa no exercício da função pública. 
 
Convenção sobre os Direitos da Criança 
Adotada pela Assembleia Geral nas Nações Unidas em 20 de Novembro de 1989, entrando em 
vigor em 1990. Foi ratificada no Brasil pelo Decreto nº 99.710 em 21 de Novembro de 1990. 
Conceitua que "criança é definida como todo o ser humano com menos de dezoito anos, 
exceto se a lei nacional confere a maioridade mais cedo, mas de qualquer forma, veda-se a 
pena de morte e prisão perpetua para menores de 18 anos." 
Também proíbe o recrutamento ao exército a menores de 15 anos. Nenhuma criança deve ser 
submetida à tortura, penas ou tratamentos cruéis, à prisão ou detenção ilegais. Quanto sofrer 
pena de prisão de liberdade a criança deve ficar separada dos adultos, salvo, no superior 
interesse da criança, não seja aconselhável. Também tem direito a assistência jurídica além do 
direito de manter contato com a sua família. Dispõe que todas as medidas relativas às crianças 
são consideradas primordiais, se perfaz na percepção de que a criança, em razão da falta de 
maturidade física e mental, necessita de proteção e cuidados especiais. Parte do princípio de 
que a família consiste na unidade fundamental da sociedade e meio natural para o 
crescimento e bem-estar de todos os seus membros, em particular, as crianças, que devem 
receber a proteção e assistência necessária para que venham a assumir responsabilidade na 
comunidade. Protege direitos básicos como a vida, alimentação, saúde, direito ao nome e 
nacionalidade, de não sofre nenhuma intromissão arbitrária ou ilícita em sua privacidade 
familiar, domicilio ou correspondência etc. 
Criou-se o Comitê para os Direitos da Criança para discussões sobre o tema, recebendo e 
processando relatórios. É a busca pelo desenvolvimento de uma sociedade internacional onde 
os direitos humanos sejam considerados como prioridade absoluta de todos os Estados e 
Organizações Internacionais. 
Ao ratificar a convenção todos os Estados se comprometem a aplicam a todas as crianças sem 
exceção, meios de proteção de todas as crianças sem discriminação e de tomar todas as 
medidas positivas que puder para promover estes direitos. Deve-se buscar manter a criança 
juntos com seus pais, exceto se incompatível com o interesse e proteção da criança, mas, se 
for o caso, a criança tem o direito de manter contato com ambos os pais se estiver separada de 
um ou de ambos. 
 
 
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SISTEMA GLOBAL DE DIREITOS HUMANOS 
TRATADO Assinatura Entrada em Vigor 
Ratificado pelo 
Brasil 
Carta da ONU 1945 1945 1945 
PIDCP 1966 1976 1992 
PIDESC 1966 1976 1992 
C. para Prevenção e 
Repressão do Genocídio 
1946 1948 1952 
C. Internacional sobre a 
Eliminação de todas as 
formas de Discriminação 
Racial 
1965 1965 1968 
C. Internacional sobre a 
Eliminação de todas as 
formas de Discriminação 
contra a Mulher 
1979 1981 1984 
C. sobre Tortura e outras 
Penas Cruéis, Desumanos ou 
Degradantes 
1984 1984 1989 
C. sobre os Direitos da 
Criança 
1989 1990 1990 
 
Sistema Regional de Direitos Humanos 
Muitas vezes o Sistema Regional é mais eficaz e ágil para investigar, receber e processar 
denúncias do que o Sistema Global, além de ser mais especifico as necessidades de 
determinadas regiões geográficas. Por esses motivos, a ONU estimulou a criação de Sistemas 
Regionais, que atualmente são três: Sistema Interamericano, Sistema Europeu e Sistema 
Africano. Já se discute a criação do Sistema Árabe e do Sistema Asiático, mas ainda não passa 
de mera especulação. O Sistema Regional não está subordinado ao Sistema Global, como 
muitos podem pensar. Possui normas e direitos próprios que vão mais de encontro com as 
necessidades e história da região. O mais importante a ser estudado, para a prova da OAB, é o 
sistema interamericano. 
 
Sistema Interamericano de Direitos Humanos 
Ao lado da Declaração Universal dos Direitos Humanos, surge os Sistemas Regionais de 
Proteção aos Direitos Humanos, que buscam internacionalizar os Direitos Humanos no plano 
regional. O sistema interamericano é formado por 3 instrumentos que serão sempre somados 
para formar o sistema. Funciona como norma complementar aos objetivos pretendidos pela 
ONU. Ele nasceu junto com a Carta da Organização dos Estados Americanos (ou Carta de 
Bogotá), em 1948, que leva o nome oficial de Declaração Americana de Direitos e Deveres do 
Homem. É ela que dispõe dos direitos protegidos pelo Sistema Regional Interamericano. A OEA 
é a organização regional mais antiga do mundo, nascida em Washington entre 1889 e 1890, 
mas foi concretamente efetivada em 1948, entrando em vigor, oficialmente, em 1951. 
Contudo, na Declaração Americana haviam apenas direitos a serem protegidos, sem caráter 
 
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processual, apenas declaratório. A Convenção América de Direitos Humanos surgiu, em 1969, 
nasce então, para suprir as necessidades da Declaração Americana, trazendo os mesmos 
direitos da Declaração mais mecanismos de efetivação para fazer valer esses direitos. Grande 
parte desses direitos estão vinculados aos direitos de 1ª dimensão, isto é, proteger o indivíduo. 
Por ex.: direito a vida, direitos civis e políticos, integridade pessoal, direito a nacionalidade, 
assim como os direitos de 2ª dimensão (direitos econômicos, sociais e culturais), mas de forma 
bastante contida. Os mecanismos assegurados pelo Pacto se fazem através da Comissão 
Interamericana de Direitos Humanos e também pela Corte Interamericana de Direitos 
Humanos. Que servem para fazer valer os direitosassegurados. 
 
Carta da OEA 
Também conhecida como Carta de Bogotá ou Declaração Americana de Direitos e Deveres do 
Homem. Embora arquitetada durante a 2ª Guerra Mundial, a OEA nasceu antes disso. Foi 
concebida na I Conferência Internacional Americana, ocorrida em Washington, EUA, entre 
outubro de 1889 e abril de 1890, nascendo dela a União Internacional das Republicas 
Americanas (ou União Pan-Americana). No século XIX ocorriam discussões que buscavam 
afastar a ingerência das potências europeias nos negócios americanos. Nesta época, diversos 
congressos ocorreram no continente Americano, buscando normatizar discussões entre os 
países e elaborar marcos de cooperação. As discussões penduraram até a eclosão de ambas as 
guerras. A partir de uma série de articulações no continente americano durante a 2ª Guerra 
Mundial, os Estados americanos reuniram-se em Bogotá em 1948 e revisaram a União Pan-
Americana, por meio da chamada Carta de Bogotá (ou Carta da Organização dos Estados 
Americanos - OEA) na IX Conferencia dos Estados Americanos. A função da OEA é política, que 
visa promover a segurança e a paz em todo o continente americano, através de meios 
pacíficos de solução de conflitos. Na mesma ocasião em que nasceu a Carta da OEA foi 
adotado a Declaração de Direitos Fundamentais de âmbito regional, a então conhecida 
Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem, que antecede, em alguns meses, a 
Declaração Universal dos Direitos Humanos. Também ficou estabelecido a criação da 
Comissão Interamericana de Direitos Humanos para receber relatórios e emitir pareceres aos 
Estados-membros, bem como realizar fiscalizações quando necessário. 
 
Convenção Americana de Direitos Humanos 
Mais conhecido como Pacto de San Jose da Costa Rica, foi elaborado em 22 de novembro de 
1969 e sem dúvida é o instrumento mais importante no Sistema Interamericano. A Convenção 
só entrou em vigor em 18 de julho de 1978 quando obteve o número mínimo de ratificações. 
O Brasil ratificou apenas em 25 de setembro de 1992, após a restauração da democracia. 
Acredita-se que tenha levado tanto tempo para ratificar devido ao regime de exceção ao qual 
o Brasil se encontrava, no qual não aceitava ingerência externa em seus assuntos políticos. 
Possui bastante semelhança com o PIDCP e o PIDESC, só que aqui voltado para os interesses 
do continente americano, onde somente os Estados-membros da OEA podem fazer parte do 
Pacto de San Jose, isto porque devem pertencer ao continente americano. 
Um Estado que faça parte da Carta da OEA não necessariamente deve fazer parte do Pacto de 
San Jose, ele deve aderir individualmente a cada um, ratificando seu interesse de fazer parte. 
O Pacto de San Jose, versa, basicamente, sobre os direitos de 1ª dimensão, sendo bastante 
genérico em relação aos direitos de 2ª dimensão. Foi por isso que foi elaborado o Protocolo de 
 
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San Salvador (1988), para suprir essa falta. Estabelece, como foro de discussões e arbitragem a 
Comissão Interamericana de Direitos Humanos e a Corte Interamericana de Direitos 
Humanos, localizada em San Jose da Costa Rica. Quanto a pena de morte, embora não 
proibida universalmente, não poderá ser restabelecida quando já houver sido abolida no 
Estado. De acordo com o Pacto, nos Estados em que houver a aplicação da pena de morte, 
está só poderá ser imposta aos delitos graves, após sentença condenatória proclamada por 
tribunal competente e em conformidade com a lei. Não deve ser aplicada a delitos políticos, 
nem a delitos comuns conexos com delitos políticos e não poderá ser imposta a pena, a pessoa 
que, no momento do delito, for menor de dezoito anos, maior de setenta anos e à mulher em 
estado de gravidez. O ordenamento jurídico brasileiro, prevê a pena de morte em caso de 
guerra de acordo com o Código Penal Militar. 
 
Brasil e a Convenção Interamericana: 
Muitas vezes, pode haver colisão entre direito interno e direito internacional, como ocorreu 
com o Pacto de San Jose da Costa Rica. O Pacto de San Jose menciona, entre suas normas, 
apenas a prisão civil do devedor de alimentos. Por outro lado a Constituição Federal 
estabelece 2 hipóteses de prisão civil: devedor de alimentos e depositário infiel. 
Nota-se, que com o ingresso do Pacto ao ordenamento brasileiro, houve uma colisão de 
direitos, e a partir daí os juízes começaram a decidir das mais variadas formas. O STF então 
decidiu, em 2008, que tratados relativos a Direitos Humanos e principalmente o Pacto de San 
Jose da Costa Rica, detém o valor de norma supralegal. Significa dizer que o Pacto está acima 
de todas as regras do ordenamento brasileiro, mas abaixo da Constituição Federal. Neste 
momento, também ficou decidido, que havendo colisão entre normas de direitos humanos, 
prevalecera a norma mais benéfica. Tanto é que em 2009, o STF editou a SV 25 que proíbe a 
prisão do depositário infiel seja qual for a modalidade do deposito. 
 
Comissão Interamericana de Direitos Humanos 
A Comissão é criação da OEA, tendo sido criada em 1959 e iniciou seus trabalhos em 1960 
após a aprovação de seu Estatuto pela OEA e eleição dos primeiros membros. Portanto, a 
Comissão nasceu antes do Pacto de San Jose. Exerce trabalho conjunto com a Corte 
Interamericana de Direitos Humanos, que, por sua vez, foi criada em 1979. Ambas são 
instituições do Sistema Interamericano de proteção dos direitos humanos (SIDH). A Comissão é 
órgão autônomo da OEA, encarregada de promover e proteção dos direitos humanos dentro 
do continente americano, com competência apenas consultiva, elaborando pareceres. 
Realiza seu trabalho com base em três pilares: 
a) com Sistema de Petição Individual; 
b) com o monitoramento da situação dos direitos humanos nos Estados Membros; 
c) dando atenção a linhas temáticas prioritárias. 
 
A Comissão intermedia um conflito existente, entre o Estado e a outra parte. A Comissão 
então através de um parecer aponta medidas cautelares especificas a serem tomadas pelo 
Estado, prevenindo assim, danos irreparáveis às pessoas ou ao objeto de uma petição para 
casos graves e urgentes. Se a Comissão não conseguir solucionar o caso, ela poderá denunciar 
o caso para Corte, pois ela, a Comissão, não tem competência para proferir sanções. Também 
pode solicitar que a Corte requeira medidas provisionais dos Governos em casos de extrema 
 
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gravidade e urgência para evitar danos irreparáveis às pessoas, ainda que o caso não tenha 
sido submetido à Corte. Sendo o caso, poderá solicitar opiniões consultivas a Corte quando for 
o caso. 
 
Legitimados: 
Poderão peticionar perante a Comissão os Estados, qualquer pessoa, grupos de pessoas e 
ainda entidades não governamentais reconhecidas no território de um ou mais Estados que 
pertençam a OEA. 
 
Composição: 
A Comissão Interamericana possui sede em Washington. Possui 7 membros independentes 
que atuam de forma pessoal. 
 
Requisitos de admissibilidade de uma petição: 
a) esgotamento dos recursos da jurisdição interna. 
b) apresentação no prazo de 06 meses contados da data em que o prejudicado tenha sido 
notificado da decisão definitiva. 
c) matéria não esteja pendente em outro processo de solução internacional, isto é, 
litispendência internacional. 
 
Requisitos excepcionais para petição: 
Há 03 hipóteses que excepcionam os requisitos de esgotamento dos recursos internos e do 
prazo de 06 meses.Dessas 03 hipóteses, somente uma exceção se aplica no Brasil que é no 
caso de demora injustificada na decisão a respeito da violação dos direitos humanos. 
Um famoso caso apresentado à Comissão foi o de Maria da Penha. Em 1983, seu marido 
tentou matar Maria da Penha duas vezes, conseguindo na segunda tentativa, deixa-la 
paraplégica. Após 15 anos, a justiça brasileira ainda não havia dado decisão ao caso, nem 
justificativa para a demora. Tal demora levou seu caso a Comissão Interamericana, através da 
ajuda ONGs. E, de forma histórica, a Comissão recebeu seu caso e compreendeu tratar-se de 
violência doméstica e condenou o Brasil por negligência e omissão em relação ao caso. Como 
punições foi recomendo a criar legislação adequada a esse tipo de violência, nascendo daí a Lei 
11.340/06, batizada com o nome Lei Maria da Penha. Observa-se assim, que na prática, 
qualquer violação a direitos humanos no Brasil poderiam ser mandados para a Comissão 
Interamericana, pois, normalmente, há demora demasiada e injustificada nas decisões 
judiciais. 
 
Corte Interamericana de Direitos Humanos 
Nasceu com o Pacto de San Jose da Costa Rica em 1969. O Pacto, contudo, só entrou em vigor 
em 22 de maio de 1979 impedindo, com isso, que a Corte fosse implementada. Inicialmente, a 
sede da Corte começou na sede da OEA, em Washington, tendo sua primeira reunião realizada 
em nos dias 29 e 30 de junho de 1979. Pouco tempo depois, a Corte estabeleceu sua sede 
permanente em San Jose da Costa Rica. A Corte possui atribuição consultiva e jurisdicional, 
que quer dizer que além de emitir pareceres ela também julga casos. A competência consultiva 
não é vinculativa, mas, na prática, os pareceres consultivos vinculam os Estados porque o não 
cumprimento pode ensejar a competência contenciosa. 
 
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No entanto, a Corte vai julgar os Estados que expressamente manifestaram o seu 
consentimento de serem submetidos ao julgamento perante essa Corte. Ao contrário do que 
ocorre, por ex. no Tribunal Penal Internacional, em que basta a assinatura do Estatuto de 
Roma, para que o Estado possa submeter suas nacionais que cometeram crimes ali 
determinados. O Brasil aceitou essa competência em 1998 pelo Decreto-Legislativo 89/98. 
 
Legitimados: 
Diferente da Comissão, poderá peticionar a Corte apenas os Estados e também a Comissão. 
Isso porque o intuito é de que as pessoas que eventualmente encontrem seus direitos 
violados, consigam resolver no direito interno seu problema, esgotando assim os recursos 
internos. Antes de ingressar perante a Corte, a denúncia deve ser analisada pela Comissão, 
constituindo um requisito de admissibilidade da demanda. Importante salientar, que após a 
alteração da Regulamentação da Corte, em 2009, admite ser possível a participação de vítimas 
e representantes, depois de apresentado o caso pelo Estado-membro ou pela Comissão. 
Portanto, a vítima e representante, poderão comparecer de forma autônoma perante a Corte 
para atuar no processo. Sendo o caso, poderão receber suporte de Defensor Interamericano 
quando não possui representante legal. Cabe ressaltar, que continua vedado ingressar perante 
a Corte indivíduos ou grupo de indivíduos perante a Corte, devendo respeitar a ordem de 
legitimados 
 
Composição: 
A Corte é composta por 7 juízes de diferentes nacionalidades, devendo ter formação em 
direito. 
 
Procedimento: 
Não há um procedimento detalhado a ser seguido, como ocorre com o nosso direito interno. A 
decisão da Corte assegura ao prejudicado reparação e pagamento de indenização justa. É 
possível a emissão de medidas provisórias quando houver grave violação e urgência, podendo 
essa medida ser proferida mesmo que o caso encontre-se ainda com a Comissão (portanto, a 
pedido desta). 
 
Sentença e cumprimento de decisões: 
Suas decisões possuem caráter de sentença e como tal, quando proferidas, são equiparadas as 
sentenças nacionais, não tendo caráter de sentenças estrangeiras, não precisando passar pelo 
crivo do STJ para serem homologadas no Brasil. A sentença proferida pela Corte é definitiva e 
inapelável. Contudo, sendo o caso, poderá haver pedido de esclarecimento quanto ao alcance 
da sentença (espécie de embargos de declaração), apresentados dentro de 90 dias de sua 
notificação. A sentença proferida, caso não seja cumprida, vale como título executivo e poderá 
ser executada perante a Justiça Federal (no caso do Brasil). 
 
Diferenças entre o TPI e a Corte Interamericana: 
Tribunal Penal Internacional Corte Interamericana 
1) É um tribunal criminal 
2) Impõe pena de prisão 
3) o réu só pode ser pessoa física. 
1) É um tribunal civil 
2) Tem como pena indenização 
3) O réu só pode ser Estado. 
 
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Protocolo Adicional de San Salvador 
Criado com o intuito de suprimir as necessidades do Pacto de San Jose da Costa Rica, que foi 
um pouco mais tímido quantos aos direitos econômicos, sociais e culturais, trazendo apenas 
obrigações. O Protocolo de San Salvador, por sua vez, foi mais específicos em relação a esses 
direitos. Assinado em 17 de novembro de 1988, entrou oficialmente em vigor, após obter o 
número mínimo de ratificações, em 1999. O Brasil ratificou em 1996. O Protocolo, traz em seu 
art. 1, a necessidade de comprometimento pelos Estados-parte em assegurar o 
estabelecimento desses direitos de forma progressiva. Trata de temas como direito do 
trabalho, direitos sindicais (inclusive direito à greve), direito à previdência social, direito à 
saúde, direito a um meio ambiente sadio, direito à alimentação, direito à educação, direito aos 
benefícios da cultura, direito à constituição e proteção da família, direito da criança, proteção 
de pessoas idosas, proteção de deficientes. Também traz mecanismos de proteção para os 
direitos assegurados, como a elaboração de relatórios pelos Estados. 
SISTEMA REGIONAL INTERAMERICANO DE DIREITOS HUMANOS 
TRATADO Assinatura Entrada em Vigor 
Ratificação pelo 
Brasil 
Carta da OEA 1948 1948 1948 
Pacto de San Jose da Costa 
Rica 
1969 1978 1992 
Protocolo Adicional de San 
Salvador 
1988 1999 1999 
 
 
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QUESTOES RESOLVIDAS 
 1a Questão (Ref.: 200802317363) 
Com relação ao conceito de direitos humanos, é correto afirmar que: 
 São direitos reconhecidos e positivados em documentos internacionais 
 São direitos que são positivados em documentos normativos 
infraconstitucionais de um estado nacional específico 
 São direitos não positivados nem na esfera constitucional e nem na esfera 
internacional 
 São direitos reconhecidos por um determinado Estado nacional em sua própria 
Constituição 
 As expressões direitos naturais e direitos fundamentais são sinônimas da 
expressão direitos humanos 
 2a Questão (Ref.: 200802313934) 
As correntes juscontratualistas têm relevância no perfil de evolução da proteção dos direitos 
humanos, sendo certo afirmar que: 
 As ideias de Rousseau informam o princípio liberal da propriedade e, em 
consequência, rejeitam a democracia participativa plebiscitária 
 O pacto de consentimento de John Locke reconhece o direito de resistência e 
justificao Estado liberal 
 O pensamento juscontratualista de Rousseau reconhece a predominância 
hermenêutica do constitucionalismo liberal burguês 
 A teorização política de Hobbes reconhece o direito de resistência e justifica o 
Estado liberal 
 O Estado leviatã hobbesiano deve ser associado ao Estado Democrático de 
Direito, na medida em que a teoria de Hobbes não admite o pacto de 
submissão caracterizado pela cessão de direitos naturais 
 3a Questã
o 
(Ref.: 200802313935) 
A fase atual de constitucionalização dos direitos fundamentais corresponde 
 à elaboração da doutrina contratualista 
 ao fim da concepção medieval de estado 
 ao início do constitucionalismo universal medieval 
 ao fim do absolutismo 
 à elaboração da doutrina positivista que aspirava conceber os direitos sociais e 
dos trabalhadores 
 
 1a Questão (Ref.: 200802313935) Pontos: 0,5 / 0,5 
A fase atual de constitucionalização dos direitos fundamentais corresponde 
 
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 à elaboração da doutrina contratualista 
 à elaboração da doutrina positivista que aspirava conceber os direitos sociais e dos 
trabalhadores 
 ao fim do absolutismo 
 ao fim da concepção medieval de estado 
 ao início do constitucionalismo universal medieval 
 2a Questão (Ref.: 200802313933) Pontos: 0,0 / 0,5 
Com relação às características dos direitos fundamentais, assinale a alternativa CORRETA: 
 O conjunto de direitos fundamentais é fixo e não admite a incorporação de novos direitos 
provenientes dos tratados internacionais 
 Todos os direitos fundamentais são absolutos e não admitem relativização 
 O direito à vida é um direito relativo, pois é a própria Constituição de 1988 que admite, 
em caso de guerra declarada, a pena de morte 
 A Constituição Federal assegura um direito de greve absoluto ou irrestrito 
 Os direitos fundamentais são negociáveis, isto é, podem ser transferidos porque são 
direitos econômico-patrimoniais 
 3a Questão (Ref.: 200802419734) Pontos: 0,5 / 0,5 
Assinale a única alternativa CORRETA no que tange à concepção brasileira dos direitos 
fundamentais: 
 A Constituição não reconhece jusfundamentalidade para os direitos sociais 
 A Constituição brasileira somente reconhece os direitos negativos de defesa de primeira 
dimensão. 
 Todos os direitos fundamentais previstos no artigo 5º da Constituição são absolutos. 
 O catálogo de direitos fundamentais do cidadão brasileiro está taxativamente expresso 
no artigo 5º da Constituição de 1988. 
 Os direitos sociais são considerados direitos fundamentais. 
 4a Questão (Ref.: 200802315893) Pontos: 0,5 / 0,5 
O pós-positivismo jurídico busca dar força normativa aos princípios constitucionais. Portanto, é 
correto afirmar que, hoje em dia, no centro da Constituição encontra-se: 
 A proteção absoluta da propriedade 
 A garantia das normas aplicadas pela subsunção 
 A garantia do silogismo jurídico 
 A proteção dos direitos fundamentais e da dignidade da pessoa humana 
 A proteção da vontade do legislador e do positivismo jurídico 
 5a Questão (Ref.: 200802317460) Pontos: 0,0 / 1,0 
O marco que simboliza o surgimento da segunda dimensão dos direitos fundamentais é: 
 A Declaração de Virgínia de 1776 de Independência dos Estados Unidos 
 A Revolução francesa de 1789 
 
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 a Revolução Gloriosa de 1688 
 a Paz de Vestfália de 1648 
 a Constituição de Weimar de 1919 
 6a Questão (Ref.: 200802316069) Pontos: 1,0 / 1,0 
Com relação aos direitos fundamentais e suas três dimensões, assinale a resposta correta: 
 Os direitos de segunda geração são geralmente descritos como direitos negativos e 
absenteístas, na medida em que garantem as liberdades individuais dos cidadãos 
comuns. 
 Os direitos fundamentais de terceira geração nascem atrelados à busca da igualdade 
formal e são direitos individuais. 
 Os direitos de primeira geração são geralmente descritos como direitos positivos, pois, 
normalmente, demandam ações prestacionais positivas do Estado. 
 As dimensões dos direitos fundamentais podem ser atreladas à trilogia da Revolução 
francesa, ou seja, a expressão fraternidade fica atrelada à primeira dimensão e a 
expressão liberdade fica associada à segunda dimensão de direitos. 
 Os direitos de segunda geração surgem com o objetivo de garantir a busca pela 
igualdade material e pela justiça social. 
 7a Questão (Ref.: 200802316654) Pontos: 0,0 / 1,0 
Com relação à doutrina brasileira da efetividade, analise as assertivas abaixo e assinale a 
resposta CORRETA: I. A doutrina brasileira da efetividade é especialmente importante na 
proteção dos direitos civis e políticos, na medida em que tais direitos são direitos estatais 
prestacionais que exigem uma posição absenteísta do Estado. II. No Estado de Direito hodierno 
de cunho pós-positivista, a eficácia das normas constitucionais deve ser garantida apenas pelo 
poder legislativo, não cabendo ao poder judiciário agir como legislador positivo, ainda que com 
o objetivo de garantir o seu conteúdo mínimo ou o núcleo essencial do direito constitucional. 
 as duas assertivas são falsas 
 ambas assertivas são verdadeiras. 
 a assertiva I é verdadeira e a assertiva II é falsa. 
 as duas assertivas são falsas, porém a assertiva I justifica a assertiva II. 
 assertiva I é falsa e a assertiva II é verdadeira. 
 
 8a Questão (Ref.: 200802316673) Pontos: 1,0 / 1,0 
As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais: 
 Têm aplicação imediata. 
 Dependem de edição de lei delegada. 
 Necessitam de regulamentação através de lei complementar. 
 Dependem de edição de medida provisória. 
 Carecem de legislação ordinária integradora de eficácia. 
 9a Questão (Ref.: 200802316836) Pontos: 1,0 / 1,0 
 
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A respeito do princípio da reserva do possível fática, é correto afirmar que: 
 não está relacionado aos recursos financeiros do Estado para atender as demandas 
sociais. 
 impede o ativismo judicial na garantia da dignidade da pessoa humana. 
 está relacionadO com a falta de legitimidade constitucional do poder judiciário para 
participar das leis orçamentárias do Estado. 
 não tem nenhuma influência na efetividade dos direitos sociais. 
 está relacionado à falta de recursos financeiros e é usado pelo Estado para justificar o 
não cumprimento dos direitos sociais. 
 10a Questão (Ref.: 200802317509) Pontos: 0,0 / 1,0 
A busca da efetividade das normas constitucionais, em especial das normas garantidoras dos 
direitos sociais é feita a partir de uma dogmática baseada em fórmulas hermenêuticas de 
reaproximação entre a ética e o direito e que se pauta no modelo: 
 positivista 
 jusnaturalista 
 legalista kelseniano 
 normativista estrito 
 pós-positivista 
 
 
Questão (Ref.: 201403498596) 
 
A partir da influência do pensamento dos grandes filósofos juscontratualistas (THOMAS 
HOBBES, JOHN LOCKE e JEAN-JACQUES ROUSSEAU), as doutrinas teocráticas da origem do 
poder entram em declínio. Trata-se, pois, da fase de afirmação dos direitos naturais do

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