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DEFESA DO EXECUTADO: IMPUGNAÇÃO, EMBARGOS E OBJEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE
DOUTRINA
O executado dispõe de quatro meios básicos de reação contra a execução já instaurada ou consumada: a oposição, prevista no art. 736 CPC; a impugnação do art. 475-L; a exceção de pré-executividade; e outras ações autônomas. Para fins de limitação dos horizontes do presente texto destacaremos os três principais instrumentos de defesa do executado, quais sejam, a impugnação, a exceção de pré-executividade e os embargos de devedor. 
a) A impugnação: 
Conforme destaca o CPC a impugnação constitui ato processual que se realiza por meio da apresentação de petição de impugnação, representando defesa típica do executado quando este estiver submetido ao cumprimento de sentença ou processo de execução (arbitral, estrangeira ou penal condenatória), sendo regulado pelos arts. 475-J a 475-M.. 
O PRAZO PARA SEU OFERECIMENTO É DE 15 DIAS, CONTADOS A PARTIR DA INTIMAÇÃO DO DEVEDOR DO AUTO DE PENHORA E AVALIAÇÃO, PRESSUPOSTO BÁSICO PARA APRESENTAÇÃO DESTE MEIO DE DEFESA. 
Podem ser alegadas na impugnação as matérias elencadas nos incisos do art. 475-L: 
- Falta ou nulidade da citação, se o processo correu à revelia e culminou em sentença desfavorável ao executado - inciso I; 
- Inexigibilidade do título por decisão do Supremo Tribunal Federal - inciso II; 
- Penhora incorreta ou avaliação errônea- inciso III; 
- Ilegitimidade das partes - inciso IV; 
- Excesso de execução nos casos do art. 743 do CPC - inciso V; 
- Qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que superveniente à sentença - inciso VI; 
Quanto aos efeitos cabe destacar que em regra não suspense o cumprimento de sentença, salvo em situações drásticas onde o prosseguimento da “execução” é manifestamente suscetível de causar dano irreparável ao executado. 
A decisão que indefere a impugnação do devedor é decisão interlocutória, por isso o recurso cabível é o agravo. Já a decisão que acolhe a impugnação e extingue a execução tem natureza de sentença cabendo apelação. 
b) Exceção de pré-executividade: 
Desenvolvida pela doutrina e jurisprudência com a finalidade de ser instrumento de defesa do devedor antes da penhora, a exceção de pré-executividade constitui meio de defesa através do qual o executado pode trazer pontos previamente demonstrados, sem a necessidade de dilação probatória. 
Atualmente este meio de defesa não é mais utilizado na execução extrajudicial, uma vez que a alteração do art. 736 CPC permite o ajuizamento de embargos de devedor sem a necessidade de penhora prévia. Contudo, em relação ao cumprimento de sentença, este instituto ainda é aplicável. 
A exceção de pré-executividade é oferecida mediante petição acompanhada de todos a comprovação das alegações feitas, sendo apresentada nos próprios autos do processo executivo e sem suspender o prazo para impugnação ao cumprimento de sentença. 
A legitimidade para oferecer a exceção de pré-executividade vem definida no art. 568 do CPC: 
Art. 568. São sujeitos passivos na execução: 
I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo; 
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor; 
III - o novo devedor, que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo; 
IV - o fiador judicial; 
V - o responsável tributário, assim definido na legislação própria. 
Podem ser alegadas na exceção de pré-executividade quaisquer matérias, sendo que da decisão do juiz que rejeitá-la e, da que a acolhe, mas ao final não extingue a fase executória, cabe agravo. Já da decisão que a acolhe e extingue o processo, cabe apelação. 
c) Embargos de devedor 
Os embargos do devedor, também chamados de embargos à execução, é o meio processual de defesa do executado no processo de execução de título executivo extrajudicial. 
O título executivo é o documento representativo de dívida que pode ser objeto de ação executiva. O CPC os enumera nos incisos do art. 585. 
Apesar de poder alegar qualquer matéria nos embargos à execução, o legislador entendeu por bem enumerar através do art. 745 algumas hipóteses. 
- nulidade da execução, por não ser executivo o título apresentado - inciso I; 
- penhora incorreta ou avaliação errônea - inciso II; 
- excesso de execução ou cumulação indevida de execuções - inciso III; 
- retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos de título para entrega de coisa certa (art. 621) - inciso IV; 
- qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento - inciso V. 
O prazo para o oferecimento é de 15 dias contados da data da juntada aos autos do mandado de citação sendo o juízo competente o que processa a ação de execução de título executivo extrajudicial. 
Os embargos à execução são uma ação autônoma, distribuída por dependência e em autos apartados, cuja inicial deve ser instruída com cópias das peças processuais que o embargante considerar relevantes. Sendo que sua oposição independe de penhora prévia. 
Por ser uma espécie de ação de conhecimento, o juiz pode julgar liminarmente, designar audiência de conciliação, instrução e julgamento, ou seja, praticar todos os atos atinentes a este tipo de ação. 
Os embargos do devedor não suspendem a execução, salvo se o juiz entender que há lesão irreparável ou de difícil reparação. 
Da sentença de mérito cabe apelação, recebida apenas no efeito devolutivo se os embargos forem julgados improcedentes ou parcialmente improcedentes.

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