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Resumo PDCT: Púrpura trombocitopênica idiopática (PTI)
É uma doença geralmente benigna e de causa desconhecida, que se caracteriza por trombocitopenia (baixas contagens de plaquetas).
Reconhecem-se autoanticorpos, geralmente da classe da IgG, direcionados a antígenos da membrana plaquetária. Uma vez que a plaqueta apresenta um anticorpo aderido à sua membrana, é reconhecida por macrófagos localizados no baço e em outras áreas de tecido reticuloendotelial, sendo então destruídas, o que acarreta um menor tempo de vida médio plaquetário e, consequentemente, menores contagens de plaquetas circulantes;
Classificação da PTI
· Incidência anual em torno de 4,1 a 9,5/100 mil crianças, com maior número entre 1 e 5 anos de idade e leve predomínio no sexo masculino;
· Apresentação clínica: ocorrência de sangramentos em pacientes previamente saudáveis;
· Os pacientes assintomáticos e com contagem plaquetária acima de 30.000/mm³ tendem a seguir um curso clínico favorável, sendo o tratamento restrito aos poucos casos que evoluem para trombocitopenia grave ou com contagens persistentemente abaixo de 20.000/mm³.
· Diagnóstico: presença de trombocitopenia (menos de 100.000 plaquetas/mm³) isoladas, sem alterações nas outras séries de hemograma e no esfregaço de sangue periférico; ausência de outras condições clínicas que cursam com trombocitopenia, como infecções, doenças autoimunes, neoplasias, efeitos adversos de medicamentos, entre outras.
· Não é recomendado fazer dosagem de anticorpos antiplaquetários devido à baixa acurácia diagnóstica.
· PTI crônica e refratária em crianças e adolescentes: contagem de plaquetas abaixo de 20.000/mm3 de forma persistente por pelo menos 12 meses após o diagnóstico; ausência de resposta aos corticosteroides e IVIg; e ausência de resposta ou contraindicação a esplenectomia.
Causas comuns de PTI
Emergência: presença de sangramento intracraniano ou mucoso (digestivo, geniturinário ou respiratório), com instabilidade hemodinâmica ou respiratória.
Tratamento: o objetivo é reduzir o risco de sangramento relevante. Recomendado se plaquetasou refratariedade aos demais.
	Medicamento
	Dose
	Duração
	Monitorização
	Doença aguda
	
	Prednisona
	1 mg/kg/dia, por via oral
	14-21 dias
	
	Dexametasona
	20 mg/m2/dia (até 40 mg/dia), por via oral ou intravenosa
	4-8 dias
	
	Metilprednisolona
	15-30 mg/kg/dia, por via intravenosa
	3 dias
	
	Imunoglobulina humana
	0,8 g/kg a 1 g/kg por dia, por via intravenosa
	1-2 dias (se plaquetometria 50.000/mm3 até dose máxima de 75 mg/dia.
	TGP + TGO + bilirrubina antes de iniciar o tratamento e a cada 2 semanas. Plaquetas 1 vez por semana no primeiro mês.
	Vincristina
	1,4 mg/m2 (dose máxima de 2 mg), por via intravenosa, uma vez por semana
	quatro semanas consecutivas, a cada seis semanas
	Hemograma a cada 6 semanas para avaliar leucopenia/neutropenia. Monitorizar a cada 6 semanas neuropatia periférica.
Resumo: Púrpura trombocitopênica trombótica hereditária (TTP)
· Doença autossômica recessiva rara, associada às mutações ADAMTS13;
· Resulta na ausência, ou deficiência grave, da metaloprotease plasmática ADAMTS13, que é necessária para clivagem de multímeros do fator de von Willebrand (que promove a adesão plaquetária à parede do endotélio).
· Resulta em diminuição dos multímeros do fator de von Willebrand e aumento do risco de trombose microvascular. 
· Localização do ADAMTS13: cromossomo 9q34;
· Prevalência: mais comum no leste asiático, Finlândia e, em seguida, o restante da Europa.
· Fontes: células endoteliais e células estreladas hepáticas;
· O único substrato conhecido da ADAMTS13 é o fator de von Willebrand (vWF), sintetizado por células endoteliais e megacariócitos.
· Mecanismo: Após sua síntese, o vWF é armazenado como multímeros ultragrandes nas células endoteliais. Sob estímulos como estresse de cisalhamento, catecolaminas, citocinas ou histamina, esses multímeros são secretados, permanecendo na superfície endotelial ou sendo liberados na circulação. 
· O fluxo sanguíneo expõe os sítios de ligação plaquetária nos domínios A1 e os sítios de clivagem pelo ADAMTS13 nos domínios A2 do vWF. A ligação do ADAMTS13 ao vWF ativa a enzima, que cliva os multímeros ultragrandes em formas menores, reduzindo sua capacidade de ligar e agregar plaquetas. Na ausência de ADAMTS13, os multímeros ultragrandes persistem, resultando em adesão e agregação plaquetária espontânea, o que pode levar a complicações trombóticas.
· Condições com aumento da síntese do fator de vW, como infecção, uso de desmopressina, inflamação, consumo de álcool excessivo, uso de drogas e gravidez, as moléculas de vW ultragrandes circulantes com seu grande número de plaquetas obstruem o fluxo sanguíneo e causam trombose;
· Períodos de maior risco de trombose microvascular: primeiros dias de vida e gravidez.
· A pesquisa por PTT deve ser realizada em todos os neonatos com hiperbilirrubinemia grave, especialmente na presença de trombocitopenia. Tratamento com transfusão de plasma é curativo.
· Manifestações clínicas: aumento do risco de ataque isquêmico transitório e derrame. Anormalidades que podem passar despercebidas, como dores de cabeça, letargia, desconforto abdominal, perda de atenção transitória ou síncope breve.
· TTP adquirido é mais comum em adultos do que em crianças, enquanto TTP hereditário é mais diagnosticado em crianças. É um episódio imunológico, causado por inibição mediada por autoanticorpos da atividade do ADAMTS13 ou depuração da proteína ADAMTS13.
· TTP hereditário: ataque isquêmico transitório pode ocorrer sem trombocitopenia ou evidência de hemólise. A trombocitopenia pode não ser grave, e podem apresentar IRA. Após poucas trocas plasmáticas, se recuperam.
· Tratamento: infusão de plasma para episódios agudos. A longo prazo, infusões profiláticas de plasma são adequadas, em um intervalo de 14-21 dias.
· Nos EUA, desde 2023, foi aprovado o medicamento rADAMTS13, uma terapia de reposição enzimática que fornece a enzima para o paciente. É usado desde crianças até adultos e pode ser administrado semanalmente, como profilaxia, ou em episódios agudos.
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