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MÁRCIO CUNHA GESTÃO DE PESSOAS Nota: Podem incidir erros de digitação, impressão ou dúvidas conceituais. Em qualquer dessas hipóteses, solicitamos a comunicação, a fim de que se possam esclarecer quaisquer dúvidas pertinentes. Gestão de Pessoas Professor Márcio Cunha 3 SUMÁRIO TEMA 1 – COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL(SATISFAÇÃO / TRABALHO EM EQUIPE) ..................................................................................... 5 TEMA 2 – LIDERANÇA ................................................................................................................................................................................................................. 9 TEMA 3 – MOTIVAÇÃO ............................................................................................................................................................................................................... 14 TEMA 4 – COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ...................................................................................................................................................................... 19 TEMA 5 – CULTURA ORGANIZACIONAL ................................................................................................................................................................................. 22 TEMA 6 – GESTÃO POR COMPETÊNCIAS ............................................................................................................................................................................... 25 Gestão de Pessoas Professor Márcio Cunha 5 TEMA 1 - COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL 1. COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL É um campo de estudos que investiga o impacto do nível dos indivíduos, nível dos grupos e o sistema organizacional “estrutura” (chamadas de variáveis independentes) têm sobre o comportamento nas organizações. Com a intenção de alcançar produtividade, promover a cidadania organizacional e a satisfação no trabalho e reduzir o absenteísmo e a rotatividade (turnover) organizacional (chamadas de variáveis dependentes). 1.1. OBJETIVO Tem a proposta de utilizar todo o conhecimento criado nessa nova disciplina, para promover a melhoria organizacional. 1.2. VARIÁVEIS DEPENDENTES As variáveis dependentes do comportamento da organização são consideradas aspectos pontuais / transitórios, influenciadas pelas variáveis independentes (indivíduo, grupos e a estrutura) e que, ainda podem explicar ou indicar como o comportamento presente na organização está em um dado momento. São variáveis dependentes e os objetivos são: • Aumentar a Produtividade: Para Robbins (2009, p. 21) “Uma organização é produtiva quando consegue atingir seus objetivos, transformando matéria prima em produto ao mais baixo custo possível. Assim sendo, a produtividade implica uma preocupação tanto com a eficácia quanto com a eficiência [...]”. • Favorecer a Satisfação no trabalho: Conjunto de sentimentos que o colaborador tem com relação ao seu trabalho. Os sentimentos que podem causar a satisfação no trabalho são considerados, pela literatura, como manifestações do comportamento individual e transitória, baseadas na percepção particular de cada colaborador. Contudo, existe uma proximidade que vale a pena ressaltar entre a satisfação no trabalho e o comprometimento organizacional, que à primeira vista possa ser entendida como correlacionadas, mas que na verdade ocorre praticamente uma relação “quase” nula entre o comprometimento organizacional e a satisfação no trabalho. O comprometimento organizacional é um constructo mais amplo que a satisfação no trabalho. O primeiro constructo reflete uma resposta geral do indivíduo à organização como um todo. O segundo, por sua vez, reflete uma resposta do indivíduo às suas tarefas ou a certos aspectos de seu trabalho. Os autores também acrescentaram que o comprometimento tende a ser mais estável ao longo do tempo do que a satisfação. Para eles, embora alguns eventos do dia a dia no ambiente de trabalho possam afetar o grau de satisfação de um indivíduo, tais eventos transitórios não levam este indivíduo a reavaliar seu comprometimento para com a organização como um todo (MOWDAY, STEERS E PORTER 1979 apud SOUZA et al., 2013). • Estimular o Comportamento de Cidadania Organizacional: É um comportamento discricionário que os colaboradores levam para a organização e que não faz parte das exigências funcionais de um cargo, ou seja, é um comportamento de “bom cidadão”. Ex.: educação, honestidade, solidariedade e entre outros. • Diminuir o Absenteísmo “absentismo ou ausentismo”: É o não comparecimento, justificado ou não, do colaborador ao trabalho, seja por faltas, atrasos ou quaisquer outros motivos. Uma taxa elevada de absenteísmo pode significar uma falta de comprometimento*, insatisfação* com a organização por conta de políticas de recursos humanos, benefícios ou qualquer outro programa corporativo. • Diminuir o Turnover “rotatividade ou rotação”: É a permanente entrada e saída de colaboradores da organização, sendo que essa saída pode ser voluntária (pedido de demissão pelo trabalhador) ou involuntariamente (demitido pela organização). A elevada rotatividade pode produzir um clima organizacional negativo para quem fica, o que pode interferir na produtividade dos colaboradores e nos relacionamentos sociais. 1.3. EQUIPES DE TRABALHO Conjunto de pessoas que geram uma sinergia positiva por meio do empenho coordenado, e esses resultam em um nível de atuação maior do que o conjunto daquelas contribuições individuais. 1.3.1. EQUIPES – TIPOS • Soluções de problemas – Geralmente composta por colaboradores horistas do mesmo departamento, esta equipe se reúne algumas horas por semana para discutir maneiras de aprimorar a qualidade, eficiência e ambiente de trabalho. Os membros contribuem com sugestões sobre processos e métodos de trabalho passíveis de melhoria. No entanto, essas equipes raramente têm autonomia para implementar unilateralmente suas sugestões • Autogerenciadas – Realizam tarefas interdependentes, assumindo responsabilidades anteriormente atribuídas a supervisores. Isso inclui planejamento, delegação de tarefas, controle do ritmo de trabalho, tomada de decisões operacionais e resolução de problemas. Essas equipes podem até selecionar membros e avaliar o desempenho uns dos outros, tornando as posições de supervisão menos relevantes e até dispensáveis. • Multifuncionais – São equipes formadas por funcionários do mesmo nível hierárquico, mas de diferentes setores da empresa que se juntam para cumprir uma tarefa. Administrar essas equipes é desafiador. Nos estágios iniciais, quando os membros estão se adaptando à diversidade, o processo pode ser demorado. 6 Gestão de Pessoas | Márcio Cunha • Virtuais – São equipes que usam a tecnologia da informação para reunir seus membros, dispersos fisicamente, e permitir que eles atinjam um objetivo comum. 1.4. MODELO DE FORMAÇÃO DOS CINCO ESTÁGIOS Os grupos normalmente seguem uma sequência padrão em sua evolução, conhecida como o modelo de cinco estágios de desenvolvimento do grupo. Esse modelo descreve um processo que ocorre em cinco etapas distintas: formação, tormenta, normalização, desempenho e interrupção. (1) Formação: Nesta fase há uma considerável incerteza sobre os objetivos do grupo, sua estrutura e liderança. Os membros estão em uma fase de exploração, tentando entender quais comportamentos são aceitáveis dentro do grupo. (2) Tormenta: Os membros reconhecem a existência do grupo, porém, mostram alguma resistência às restrições impostas à sua individualidade. (3) Normatização: Nesse estágio se desenvolvem os relacionamentos mais próximos e o grupo de pessoas passa a demonstrar coesão. Existe agora um forte sentido de identidade grupai e de camaradagem. (4) Desempenho, a estrutura do grupo está totalmente funcional e é aceita por todos os membros. A energia do grupo é direcionada da busca pelo conhecimentoou simplesmente por não considerar certos detalhes importantes. A filtragem é uma barreira, pois impede que a informação original chegue ao destinatário de forma clara e completa. • Percepção Seletiva: Esse fenômeno acontece quando os indivíduos, ao receberem informações, interpretam ou se lembram delas de maneira parcial ou tendenciosa, de acordo com suas próprias crenças, experiências ou expectativas. • Sobrecarga de Informações: A sobrecarga ocorre quando os funcionários são expostos a uma quantidade excessiva de dados, tornando difícil processar ou priorizar as informações mais relevantes. EXERCÍCIOS 1. (Pref.RJ/24) Assinale a afirmativa que descreve, corretamente, as potencialidades das formas de comunicação no ambiente de trabalho. a. A comunicação indireta, ao permitir a expressão livre de intermediários, possibilita a troca de informações entre os funcionários próximos. b. A comunicação informal deve ser vedada porque espalha boatos que prejudicam o desempenho das atividades da instituição. c. A comunicação formal, usada para a tomada de decisões, deve utilizar vias oficiais para a transmissão de informações da organização. d. A comunicação interpessoal entre funcionários de diferentes níveis hierárquicos é restrita a situações especificas, como reuniões e envios de e-mails. e. A comunicação não verbal, que não envolve a transmissão de palavras, é dispensável na organização porque é apenas um complemento da comunicação verbal. 2. (ALE-TO/24) A comunicação refere-se ao processo de envio e recebimento de mensagens ou informações. Este processo pode ocorrer por meio da linguagem oral ou escrita, ou por meio de gestos, de expressões faciais e da linguagem corporal. Para que a comunicação seja eficaz, é necessário que o emissor e o receptor emitam e recebam a mesma mensagem, que precisa ser objetiva e completa, e o canal adequado para a transmissão. Assinale a opção que apresenta a definição de canal. a. Aquele que emite a mensagem. b. Informação enviada e recebida. c. Sequência de estados que codifica uma mensagem. d. Meio utilizado para veicular a mensagem. e. Aquele que recebe a mensagem enviada pelo emissor. 3. (IMBEL/21) O Diretor Financeiro da startup R2P2, após analisar os relatórios financeiros da empresa, percebeu que, provavelmente, a empresa terá que declarar falência até o fim do ano. Ao relatar essa informação ao CEO, com medo da reação do chefe, decide, intencionalmente, amenizar a mensagem, informando que, embora a situação não seja boa, tem certeza de que a R2P2 irá se recuperar. Considerando as barreiras à comunicação, evidencia-se, na situação, um exemplo de a. filtragem. b. linguagem. c. apreensão. d. percepção seletiva. e. excesso de informação. 4. (PC-RN/21) Em uma organização, uma funcionária da área de RH foi recentemente promovida e recebeu a responsabilidade de coordenar um novo projeto. Na última reunião da área, seu chefe perguntou por que ela não havia respondido a um e-mail enviado para todos os colaboradores, sobre marcação de férias. A funcionária respondeu: “Estou tão focada no novo projeto que só tenho prestado atenção nas mensagens sobre esse assunto; não percebi o prazo para envio da resposta”. A barreira à comunicação que melhor explica o que pode ter havido é: a. filtragem; b. percepção seletiva; c. sobrecarga de informação; d. ancoragem; e. feedback inadequado 5. (Pref.de Paulínia - SP/21) Durante a pandemia da Covid-19, um chefe de departamento da Prefeitura de Paulínia marcou uma reunião com subordinados por meio de chamada de vídeo. No horário marcado, no entanto, um dos participantes não conseguiu interagir em razão de falhas no seu microfone, fazendo com que a reunião fosse adiada. Assinale a opção que indica o tipo de barreira de comunicação que ocorreu na situação apresentada. a. Física. b. Semântica. c. Pessoal. d. Filtragem. e. de Gênero. 21 Gestão de Pessoas | Márcio Cunha 6. (FUNSAÚDE - CE/21) Um servidor está passando informações a um contribuinte sobre como efetuar o pagamento de uma taxa. O momento em que o contribuinte escuta e interpreta a mensagem, é chamado de a. emissão. b. canalização. c. referenciação. d. decodificação. e. contextualização. 7. (Pref. de João Pessoa-PB/21) Considere o processo de comunicação e assinale a alternativa que apresenta como é conhecida a possibilidade de surgirem problemas em qualquer das etapas da comunicação que se caracterizam por uma série de fatores organizacionais, interpessoais e individuais que dificultam a comunicação no interior de grupos ou de organizações. a. Sistema comum de símbolos. b. Codificação da mensagem. c. Decodificação da mensagem. d. Barreiras à comunicação. e. Veículos de comunicação 8. (Câm./19) A comunicação é um dos maiores problemas nas organizações, sejam elas públicas, privadas ou do terceiro setor. Em relação à direção da comunicação nas organizações, é correto afirmar que a comunicação: a. horizontal pode ser dividida em ascendente e descendente; b. ascendente é a que se dirige aos empregados operacionais; c. lateral ocorre entre gestores e empregados de forma bottom-up; d. horizontal ocorre entre membros de um mesmo grupo; e. descendente é a que se dirige aos escalões superiores. 9. (PRODEB/19) Para o correto entendimento sobre como os processos estão se desenvolvendo nas empresas, é necessário definir um processo padrão para a comunicação interna. Considerando as técnicas de comunicação, de forma escrita e oral, é correto afirmar que um feedback refere-se a. ao tipo de reunião. b. ao reinício do processo. c. a documento escrito para convocação dos funcionários. d. a documento escrito inicialmente para iniciar o processo. e. à realimentação; informação de retorno. 10. (EBSERH/19) Os canais de comunicação formais e informais são aqueles que permitem a circulação das informações dentro das organizações. No que diz respeito à comunicação informal, assinale a alternativa correta. a. Comunicação descendente dos níveis mais elevados para o nível operacional. b. Comunicação ascendente que parte do nível operacional até chegar ao topo. c. Comunicação espontânea conhecida como rádio corredor. d. Comunicação horizontal das mensagens trocadaslateralmente em um mesmo nível ou em diagonal. e. Comunicação por meio de relatórios e informações contábil-financeiras. GABARITO 1-C 2-D 3-A 4-B 5-A 6-D 7-D 8-D 9-E 10-C 22 Gestão de Pessoas | Márcio Cunha TEMA 5 - CULTURA ORGANIZACIONAL 5. CULTURA ORGANIZACIONAL 5.1. TRANSMISSÃO DA CULTURA ORGANIZACIONAL 5.1.1. HISTÓRIAS O elemento que representa as narrativas baseadas em eventos que já ocorreram na organização é conceituado como histórias e mitos. A diferença entre elas é que as histórias são baseadas em fatos, enquanto que para os mitos os fatos não dão amparo à narrativa. As histórias e os mitos podem ser descritos como as comunicações verbais, repassadas aos participantes da organização, relatando fatos envolvendo a inovação. 5.1.2. RITOS Atividades padronizadas e repetitivas usadas em épocas especiais para influenciar o comportamento dos membros da organização, ou seja, são cerimônias que continuamente reforçam normas e valores fundamentais. BEYER E TRICE (1984) identificaram seis tipos de ritos: • Ritos de Passagem: São os programas de ambientação, socialização ou integração; • Ritos de Degradação: Processo de substituição, demissão ou aposentadoria; • Ritos de Confirmação (Reforço): Reforçar a identidade e seu poder de coesão; • Ritos de Reprodução (Renovação): Atividades de desenvolvimento organizacional; • Ritos de Negociação: Trabalha com a mediação ou administração de conflitos; • Ritos de Integração: Festas internas e/ou externas nas organizações. 5.1.3. SÍMBOLOS Símbolos são objetos, ações ou formações linguísticas que se tornam ambíguas para uma multiplicidade de significados, evocam emoções e estimulam o homem a agir. A construção de símbolos serve como um veículo para a concepçãode grupos e organizações. 5.1.4. SLOGANS Frases que expressão de forma sucinta valores organizacionais importantes. Muitas empresas usam slogans ou dizeres para transmitir um significado especial para os funcionários (“clientes em primeiro lugar”). A missão corporativa é um exemplo de declaração pública que retrata os valores defendidos pela organização. 5.2. ELEMENTOS CULTURAIS A cultura organizacional pode ser aprendida, vivenciada e compartilhada nas relações diárias de um grupo, a partir de três níveis: artefatos e criações; valores e crenças e pressupostos básicos, a saber: • Artefatos e Criações – Caracterizam-se como o nível mais superficial da cultura, configurando as estruturas e processos organizacionais e as manifestações visíveis, que incluem a linguagem, arquitetura, tecnologia, objetos decorativos, vestuários e as cerimônias observadas. • Crenças e Valores – São as filosofias, estratégias e metas, ou seja, são as regras, princípios, normas e valores éticos que direcionam o comportamento de um grupo, seus objetivos e os meios utilizados para atingi-los. Cabe ressaltar que as crenças são tudo aquilo que as pessoas acreditam ser verdade dentro das suas metas e objetivos, enquanto valores significam o que as pessoas acreditam ser importante. • Pressupostos Básicos e Premissas – Esses refletem as crenças inconscientes e inquestionáveis, que estão no nível mais profundo, sendo perceptíveis a partir de uma investigação mais profunda da cultura. São os valores, as crenças, percepções, sentimentos compartilhados pelos membros da organização e que dão resultado positivo, repetindo-se e sendo aceitos, incorporando-se e consolidando-se no nível do inconsciente e se transformando em um pressuposto básico. 5.3. CLASSIFICAÇÃO (TIPOS) DA CULTURA ORGANIZACIONAL Existem diversos tipos de cultura organizacional. Um dos modelos mais conhecido, clássico e que é baseado no conceito de cultura organizacional é o modelo de cultura adaptativa e não adaptativa de CHIAVENATO (2012) e BARBOSA (apud FARIA, 2009, p.56-76). 5.3.1. CULTURA ABERTA (ADAPTATIVAS) Caracterizam-se por serem maleáveis e flexíveis, estando diante da necessidade de mudança e da adaptação, garantindo a atualização e modernidade diante da globalização. Inovação e criatividade são elementos que caracterizam este tipo de cultura. 5.3.2. CULTURA FECHADA (NÃO ADAPTATIVAS) São rígidas, conservadoras e tradicionalistas, predominando a manutenção de ideias, valores, costumes e tradições que permanecem enraizados, são geralmente relutantes a mudanças ao longo do tempo. 5.4. CULTURA DOMINANTE, SUBCULTURA E CONTRACULTURA 5.4.1. CULTURA DOMINANTE Expressa os valores essenciais compartilhados pela maioria dos membros da organização. Quando falamos da cultura de uma organização, nos referimos à sua cultura dominante. É essa visão macro da cultura que empresta à organização sua personalidade distinta. 5.4.2. SUBCULTURAS A subcultura soma os valores essenciais da cultura dominante e os valores de cada subgrupo para ganhar forma no interior da organização. Tendem a ser desenvolvidas nas grandes organizações para refletir problemas, situações ou experiências comuns a alguns de seus membros. Essas subculturas podem ser definidas por designações de departamentos e separação geográfica. 23 Gestão de Pessoas | Márcio Cunha 5.4.3. CONTRACULTURA Refere-se à cultura peculiar de um grupo que se opõe à cultura mais ampla, contestando seus padrões. Corresponde uma manifestação cultural de grupos que rejeitam as normas e os valores da sociedade, buscando estilos de vida alternativos. 5.5. CULTURA FORTE E CULTURA FRACA 5.5.1. CULTURA FORTE Considera-se uma cultura forte aquela que tem maior impacto sobre o comportamento dos funcionários. Em uma cultura forte, os valores essenciais da organização são intensamente acatados e amplamente compartilhados, significa dizer que a cultura é homogênea entre seus membros. Quanto mais colaboradores aceitarem os valores da organização mais forte a cultura será. Por isso, em uma cultura forte os índices de rotatividade são reduzidos, uma vez que, seus membros demonstram um elevado grau de concordância, identidade, lealdade e comprometimento com a organização. 5.5.2. CULTURA FRACA Em uma cultura fraca as maiorias dos colaboradores não aceitam e nem compartilham os valores da organização. Os valores essenciais estão equivocados e se chocam com os valores adotados pela maioria dos integrantes, ocorre menor o grau de comprometimento, identidade e lealdade com a organização, por isso os colaboradores se mostram abertos para mudanças. Significa dizer que a cultura é heterogênea. EXERCÍCIOS 1. (TRT/22) As estórias, mitos e rituais conhecidos como artefatos são importantes elementos para o desenvolvimento das relações sociais em um ambiente organizacional. Assinale a opção que trata corretamente do conceito de artefato. a. Representa um nível oculto do clima da organização, sendo percebido essencialmente pelos pares organizacionais. b. Representa um aspecto inquestionável nos pressupostos comportamentais de uma organização, sendo considerado um elemento de difícil modificação. c. Representa um conjunto de crenças subjetivas do grupo, sendo pertencente a uma camada intermediária da cultura da organização. d. Representa um aspecto simbólico do comportamento individual de cada integrante da organização, sendo, embora quase invisível, presente tanto nas percepções de clima quanto da cultura do ambiente organizacional. e. Representa a camada mais superficial da cultura organizacional de uma organização, sendo facilmente observável. 2. (CAM-CE/24) Considere uma situação na qual uma renomada empresa familiar, sediada no Estado do Ceará, mantém a tradição de organizar um café da manhã coletivo todas as sextas-feiras, com participação de administradores e empregados. Neste encontro, cada integrante contribui trazendo um prato ou uma bebida para compartilhar com os demais participantes. Assinale o elemento da cultura organizacional que pode ser evidenciado na situação exposta. a. Artefatos. b. Estórias. c. Pressuposições básicas. d. Valores compartilhados. e. Clima organizacional. 3. (CAM-CE/24) A concepção de cultura de organização facilita a compreensão de certos padrões comportamentais dos membros de uma organização, incorporados de tal forma que tanto os indivíduos em posições hierárquicas de topo quanto aqueles em níveis de “chão de fábrica” se identifiquem. Com relação aos elementos da cultura organizacional, assinale a afirmativa correta. a. O seu nível mais oculto é representado pelos valores compartilhados, abarcando as verdades inquestionáveis. b. Os artefatos fazem parte da sua dimensão objetiva, permitindo uma modificação mais simples. c. Os pressupostos básicos se manifestam nos símbolos e rituais da organização, sendo considerado o nível mais aparente. d. Os valores e crenças são tratados como o seu primeiro nível, caracterizados por sua superficialidade e imutabilidade. e. O estilo de vestuário utilizado pelos integrantes reflete os aspectos informais, os quais, embora opacos, eventualmente são observáveis. 4. (Pref.SP/24) O conceito de artefato representa a. um elemento do clima organizacional. b. uma dimensão objetiva da cultura organizacional. c. atributos dos pressupostos básicos de uma organização. d. as verdades inquestionáveis dos valores compartilhados por uma organização. e. uma camada profunda na identidade organizacional. 5. (Pref.SP/24) A cultura organizacional desempenha papel importante no funcionamento de uma organização, influenciando a forma como os membros percebem, pensam e se comportam em relação aos desafios organizacionais. Em relação à cultura organizacional, assinale a afirmativa correta. a. É composta principalmente por políticas e diretrizes escritas que orientam o comportamento dos funcionários. b. Seus aspectos visíveis são os mais importantes parao bom funcionamento de uma organização. c. É uma mistura de crenças, valores, comportamentos e normas que são exclusivamente informais e não têm impacto real sobre o desempenho organizacional. d. Influencia a maneira como os membros de uma organização lidam com desafios externos e mantêm a coesão interna, incluindo aspectos visíveis e não visíveis. e. É um conceito teórico de pouca relevância prática nas operações diárias das organizações. 24 Gestão de Pessoas | Márcio Cunha 6. (BB/23) Após ter problemas com o uso de roupas inadequadas por alguns colaboradores, determinado órgão adotou, formalmente, um código de vestimenta. Considerando o conceito de cultura organizacional, é correto afirmar que o tipo de vestimenta utilizada pelo pessoal do órgão representa um exemplo a. artefato, aspecto mais superficial da cultura. b. pressuposto básico, aspecto de nível intermediário da cultura. c. tabus, aspecto de nível mais profundo da cultura. d. tecnologia, aspecto oculto da cultura. e. valores, aspectos explícitos da cultura. 7. (TRT-PB/22) A forma de operação interna de uma organização, com relação a práticas, relacionamentos e costumes adotados, é resultado de um elemento conhecido como cultura organizacional. Dada a relevância desse elemento, acadêmicos buscaram esmiuçá-lo, dividindo-o por níveis de profundidade. Nesse sentido, o seguinte nível da cultura organizacional é considerado mais íntimo, profundo e oculto: a. pressupostos básicos. b. valores compartilhados. c. artefatos. d. símbolos. e. rituais. 8. (MP-GO/22) A cultura organizacional pode ser definida como a identidade de uma organização. Uma de suas principais funções é auxiliar a integração dos colaboradores da organização, criando, assim, um senso de comunidade. Os elementos da cultura da organização podem ser divididos em diferentes níveis, sendo correto afirmar que a. as filosofias de vida partilhadas pelos líderes são manifestações verbais do clima. b. as celebrações de aniversários do mês são tipos de rituais inseridos no nível de pressupostos básicos. c. as histórias narradas sobre as conquistas da organização fazem parte das crenças e valores, nível mais íntimo da cultura. d. os estilos de vestuários utilizados pelos integrantes da organização são considerados artefatos de manifestação física. e. o design e as cores do ambiente de trabalho revelam de forma comportamental os pressupostos básicos, nível considerado superficial. 9. (MP-GO/22) Uma empresa conhecida por possuir uma cultura considerada forte, tem como característica a. a alta taxa de turnover. b. as greves frequentes. c. a resistência às mudanças. d. a baixa assiduidade. e. o comprometimento considerado insuficiente. 10. (IMBEL/21) Assinale a opção que apresenta o termo utilizado para se referir à identidade de uma organização que, além de influenciar determinados comportamentos, proporciona harmonização na relação dos funcionários. a. Factoring. b. Cultura organizacional. c. Inventário de recursos humanos. d. Espiral do conhecimento. e. Equilíbrio organizacional. GABARITO 1-E 2-A 3-B 4-B 5-D 6-A 7-A 8-D 9-C 10-B 25 Gestão de Pessoas | Márcio Cunha TEMA 6 - GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 6. GESTÃO POR COMPETÊNCIAS É uma metodologia atual da moderna gestão de pessoas, voltada para o desenvolvimento/captação sistemático das competências profissionais da organização. 6.1. MAPEAMENTO DE COMPETÊNCIAS O mapeamento objetiva identificar o gap ou lacuna de competências, isto é, a diferença entre as competências necessárias para concretizar a estratégia formulada e as competências internas já disponíveis na organização. Brandão e Bahry (2005) defendem que o passo inicial desse processo consiste em identificar as competências (organizacionais e profissionais) necessárias à consecução dos objetivos da organização e o final do mapeamento, buscar identificar as competências disponíveis na organização por meio da avaliação periódica de desempenho. A redução ou eliminação de eventuais lacunas de competências está condicionada ao mapeamento das competências necessárias à consecução da estratégia organizacional. Para realizar esse mapeamento, a organização pode fazer uso de diversos métodos e técnicas de pesquisa social, que auxiliam na realização de um diagnóstico, permitindo não apenas a identificação da lacuna de competências, mas também o planejamento de ações de recrutamento, seleção e desenvolvimento profissional (BRANDÃO e BAHRY, 2005, p. 179). 6.1.1. OBJETIVO Tem a proposta de compreender quais são as competências organizacionais críticas (gap ou lacuna) para o sucesso da organização, desdobrá-las em termos de competências profissionais e desenvolvê-las junto ao quadro de colaboradores internos ou realizar a captação no mercado de recursos humanos. 6.1.2. MACROETAPAS (CERTIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS) Análise ou Pesquisa Documental; Entrevistas; Grupos Focais (focusgroup); Questionários; Escalas de Avaliação; Técnicas Diversas de coleta de dados (qualitativas e quantitativas). O questionário é talvez a técnica mais utilizada para mapear competências. A formatação desse instrumento geralmente requer a aplicação prévia de uma ou mais técnicas – análise documental, observação e entrevista –, com o objetivo de identificar elementos para compor os seus itens (CARBONE et al., 2005). 6.2. DEFININDO COMPETÊNCIA É uma combinação sinérgica de CONHECIMENTOS – Saber, HABILIDADES – Saber fazer e ATITUDES – Querer fazer, que são os diferencias de cada pessoa (capital intelectual) e tem reflexos em tudo que realiza. O fato de a pessoa deter um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes não implica que a organização se beneficie diretamente dele, daí a necessidade da entrega (DUTRA, 2004). As competências podem ser classificadas em técnicas (hard skills) e comportamentais (soft skills), sendo ambas essenciais no ambiente de trabalho. • Hard Skills (Competências Técnicas): São habilidades específicas, adquiridas por meio de formação acadêmica, cursos ou experiência prática. Geralmente, essas habilidades podem ser facilmente ensinadas, quantificadas e testadas. • Soft Skills (Competências Comportamentais): São habilidades interpessoais e características de personalidade que influenciam a maneira como uma pessoa trabalha e se relaciona com os outros. Essas competências são mais difíceis de medir, mas são fundamentais para o sucesso no ambiente de trabalho. 6.2.1. CONHECIMENTO O conhecimento refere-se a uma série de informações assimiladas e estruturadas pelo indivíduo, que lhe permite entender o mundo, ou seja, trata-se da dimensão do saber TEÓRICO. O conhecimento compreende o acúmulo de informação conceitual e técnica que um indivíduo necessita para a realização de suas atividades laborais. 6.2.2. HABILIDADE A habilidade, por sua vez, está associada ao saber-fazer, ou seja, corresponde à PRÁTICA ou à capacidade de aplicar e fazer uso produtivo do conhecimento adquirido e utilizá-lo em uma ação com vista ao alcance de um propósito específico. 6.2.3. ATITUDE A atitude é a dimensão do querer-saber-fazer, que diz res- peito aos aspectos sociais e afetivos relacionados ao trabalho. Refere- se à tendência e ao modo como o indivíduo age em relação ao seu contexto; significa o querer fazer, isto é, o que- rer utilizar o conhecimento e a habilidade na solução de um problema simplesmente porque o indivíduo é competente. 6.3. TIPOS DE COMPETÊNCIAS 6.3.1. QUANTO AO TIPO (FLEURY, A. & FLEURY, 2008) • Essenciais (Core competence): Competências e atividades mais elevadas, no nível corporativo, que são chave para a sobrevivência da empresa e centrais para sua estratégia, o que diferencia uma organização das demais. • Distintivas: Competências e atividades que os clientes reconhecem como diferenciadores de seus concorrentes e que provêm vantagens competitivas. • Organizacionais: Competências coletivas associadas às atividades meio e às atividades fins. Sãoformadas a partir das individuais. • Individuais: São aquelas que os profissionais devem possuir para assegurar o desenvolvimento das competências de suas áreas e, consequentemente, das competências essenciais da organização. 26 Gestão de Pessoas | Márcio Cunha 6.3.2. QUANTO À NATUREZA (HUMANAS) • Técnicas: De domínio de alguns especialistas, relacionadas às posições operacionais ou de assessoria, que não exerceriam formalmente a liderança (disciplina, compromisso, trabalho em equipe). • Gerenciais: São competências necessárias em cargos de gestão e direção. (Exemplo, equilíbrio emocional, polivalência, liderança). 6.3.3. QUANTO A SUA RELEVÂNCIA • Emergentes (serão necessárias no futuro): Surgem com mudanças significativas que ocorrem no mercado de trabalho. • Declinantes: Relacionadas às mudanças de tecnologias ou do modo de operacionalização das atividades da organização. • Estáveis: São aquelas que permanecem relevantes ao longo do tempo. • Transitórias: Embora essenciais em momentos críticos de transição, podem ser necessárias por um determinado momento e não fazem parte do negócio corporativo. A gestão de pessoas por competência possibilita a integração dos diversos processos de Gestão de Pessoas, ou seja, partindo da definição das competências necessárias para a materialização das estratégias, elas passam a compor as práticas de GP, orientando todos os processos de avaliação, recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento, plano de carreira, remuneração e benefícios, etc. EXERCÍCIOS 1. (Pref.SP/24) O uso do conceito de gestão por competências requer que a organização analise seus funcionários à luz dos seguintes atributos: a. classe social, local de nascimento e nível de instrução. b. estilo de vida, hobbies e time de futebol. c. destreza, força e agilidade. d. conhecimento, habilidade e atitude. e. experiência, network e soft-skills. 2. (CGM-MG/24) Uma sociedade empresária concluiu um extenso processo de seleção de pessoal e o gerente de recursos humanos está indeciso entre três candidatos (X, Y e Z) para uma vaga específica. O candidato X demonstra conhecimento teórico das responsabilidades associadas ao cargo. O candidato Y, por sua vez, exibe forte disposição em tomar as medidas necessárias para alcançar sucesso na função. Já o candidato Z traz uma rica experiência prática no campo de atuação do cargo. Considerando os conceitos da gestão por competências, é correto afirmar que, caso o gerente escolha o candidato a. X, ele demonstra preferência pela competência atitude. b. Y, ele demonstra preferência pela competência conhecimento. c. Y, ele demonstra preferência pela competência habilidade. d. Z, ele demonstra preferência pela competência habilidade. 3. (Pref.ES/24) Das categorias relativas à gestão de competências que são necessárias para orientar as decisões de uma organização, aquelas que estão relacionadas com as competências básicas e fundamentais de uma organização, no que diz respeito à sociedade, aos clientes e seus concorrentes, são competências a. essenciais. b. de gestão. c. pessoais. d. organizacionais. e. tecnológicas. 4. (Pref.ES/24) Um órgão da Administração Pública Federal está realizando um processo seletivo para preencher uma vaga de Analista de TI, por meio de terceirização, tendo em vista as diretrizes do “governo digital”. Durante a entrevista, o recrutador avaliou o candidato e, após as avaliações, constatou que o candidato demonstrou entusiasmo para assumir desafios, além de domínio técnico na execução de tarefas gerais, mas revelou pouca familiaridade teórica com as tecnologias específicas exigidas pela vaga e com os processos da administração pública. Com base nessa análise, à luz da gestão por competências, assinale a opção que apresenta as competências do candidato. a. Possui atitude, habilidade e conhecimento. b. Possui atitude, habilidade, mas não conhecimento. c. Possui atitude, conhecimento, mas não habilidade. d. Possui conhecimento, habilidade, mas não atitude. e. Possui habilidade, mas não conhecimento e nem atitude. 5. (Pref.ES/24) Das categorias relativas à gestão de competências que são necessárias para orientar as decisões de uma organização, aquelas que estão relacionadas com as competências básicas e fundamentais de uma organização, no que diz respeito à sociedade, aos clientes e seus concorrentes, são competências a. essenciais. b. de gestão. c. pessoais. d. organizacionais. e. tecnológicas. 6. (TJ-RN/23) O conceito de competência é crucial na educação corporativa, pois permite uma avaliação mais apropriada das características profissionais dos colaboradores em relação aos interesses da organização. Em relação a esse conceito, analise as afirmativas a seguir. I. As competências se manifestam na performance das pessoas em seu ambiente de trabalho. II. As competências priorizam as habilidades em detrimento dos conhecimentos e das atitudes. III. As competências são qualidades e talentos inatos de alguns indivíduos notáveis. Está correto o que se afirma em: a. somente I; b. somente II; c. somente I e II; d. somente II e III; e. I, II e III. 27 Gestão de Pessoas | Márcio Cunha 7. (TRT-PB/22) Suponha que um escritório de advocacia faça um mapeamento das competências de seus funcionários e verifique que existe uma carência de profissionais com instrução sobre as doutrinas do direito. Se o escritório decidir contratar novos profissionais considerando o resultado do mapeamento, deve priorizar a competência denominada a. habilidade. b. conhecimento. c. atitude. d. técnica. e. aptidão. 8. (TRT-PB/22) Na Administração Pública, a seleção de pessoas por meio de concurso público foi uma mudança significativa, tendo sido fundamental para a profissionalização e a melhoria da capacidade de gestão da máquina administrativa. Apesar disso, esse processo possui algumas deficiências, sendo, muitas vezes, ineficaz na seleção do profissional mais adequado para o cargo disputado, principalmente quando é realizado apenas por meio de uma prova escrita objetiva. Com base no enunciado, assinale a opção que apresenta somente competência(s) considerada(s) na seleção por prova escrita objetiva. a. Conhecimento. b. Habilidade. c. Habilidade e atitude. d. Conhecimento e habilidade. e. habilidade, conhecimento e atitude. 9. (CAM-SE/21) Em 0I/20I8, o então Ministério da Fazenda editou a Resolução CGEP nº 0I, tratando da estão por Competências no seu contexto, seguindo prática bastante difundida no setor público. Sobre o tema da gestão por competências, relacione a seguir os exemplos de competências com as respectivas denominações. I. Nicolas é professor e possui amplo conhecimento teórico. II. Altair é pedreiro, sendo especialista na construção de casas. III. Bernardo é um estagiário extremamente proativo, antecipando-se sempre aos pedidos de seus supervisores. a. conhecimento b. técnicas c. atitude. A relação que melhor define cada competência é: a. I-A, II-B, III-C; b. I-A, II-C, III-B; c. I-B, II-C, III-A; d. I-B, II-A, III-C; e. I-C, II-B, III-A. 10. (IMBEL/21) Ao preparar o edital de um concurso público para a contratação de novos funcionários, a IMBEL impôs, como pré-requisito para um dos cargos, experiência de 3 anos, que será, inclusive, testada de forma prática em uma das etapas do concurso. Assinale a competência associada a essa exigência da IMBEL. a. Conhecimento. b. Habilidade. c. Sabedoria. d. Cognição. e. Atitude. GABARITO 1-D 2-D 3-A 4-B 5-A 6-A 7-B 8-A 9-A 10-Be compreensão mútuos para a realização das tarefas que precisam ser executadas. Nos grupos permanentes de trabalho, o estágio final do desenvolvimento é caracterizado pelo desempenho. No entanto, nos grupos temporários, como comissões, equipes, forças-tarefa e similares, que têm uma tarefa específica para cumprir — o estágio da interrupção. (5) Interrupção: Nesta etapa, o grupo se prepara para a sua dissolução. O alto desempenho já não é mais a prioridade máxima. Todas as atenções voltam-se para a conclusão das atividades. 1.5. EQUIPES EFICAZES Equipes eficazes transcendem a mera cooperação de indivíduos; são conjuntos de pessoas unidas por um propósito comum, empenhadas em alcançar metas específicas de maneira colaborativa, coordenada e produtiva. Vão além de simples grupos, representando um comprometimento conjunto em atingir objetivos de forma harmoniosa e eficiente. Para tal, é essencial considerar quatro componentes fundamentais: o contexto no qual a equipe opera, a composição diversificada de habilidades e experiências dos membros, o processo de colaboração adotado e o projeto de trabalho delineado para guiar suas atividades rumo aos objetivos definidos. Os componentes básicos para a criação de equipes eficazes podem ser resumidos em quatro categorias gerais. A primeira categoria é o projeto do trabalho. A segunda diz respeito à composição da equipe. A terceira se refere aos recursos e outras influências contextuais. Finalmente, as variáveis do processo refletem o que acontece na equipe de modo a influenciar sua eficácia. PROJETO DE TRABALHO: Inclui variáveis como Autonomia, Oportunidade de utilização de diferentes habilidades e talentos (variedade de habilidades), capacidade de realização completa de uma tarefa ou produto identificável (identidade da tarefa) e a execução de uma tarefa ou projeto que tenha um impacto considerável sobre os outros (significância da tarefa). Categoria Variáveis Descrição Projeto de Trabalho Autonomia Liberdade para tomar decisões e gerenciar o próprio trabalho. Oportunidade de utilização de diferentes habilidades e talentos (Variedade de habilidades) Possibilidade de aplicar e desenvolver diversas competências ao longo do trabalho. Capacidade de realização completa de uma tarefa ou produto identificavel (Identidade da tarefa) Clareza sobre o impacto do trabalho e a completude de uma tarefa específica. Execução de uma tarefa com impacto sobre os outros (Significância da tarefa) O trabalho tem um efeito importante no ambiente ou na vida de outros, proporcionando um sentido maior à tarefa. COMPOSIÇÃO: Esta categoria inclui as variáveis relacionadas a quem deve integrar as equipes. Fazem parte deste compoente habilidades e personalidades dos membros da equipe, a alocação de papéis e a diversidade (envolve a coexistência de diferentes perspectivas, habilidades, origens, identidades e formas de pensar, o que contribui para uma abordagem mais rica, inclusiva e inovadora), o tamanho da equipe, a flexibilidade dos membros e sua preferência pelo trabalho em equipe. Composição Habilidades e personalidades dos membros da equipe Diversidade de competências e características individuais que contribuem para a eficácia do grupo. Alocação de papéis Distribuição clara de responsabilidades dentro da equipe, maximizando a contribuição de cada membro. Diversidade Coexistência de diferentes perspectivas, habilidades, origens, identidades e formas de pensar, promovendo uma abordagem inovadora e inclusiva. Tamanho da equipe O número de membros da equipe, influenciando a dinâmica e a capacidade de colaboração. Flexibilidade e preferência pelo trabalho em equipe Capacidade de adaptacao dos membros e sua disposição para trabalhar colaborativamente. CONTEXTO: Os quatro fatores contextuais mais significativamente relacionados ao desempenho das equipes incluem a disponibilidade de recursos adequados, liderança eficaz, um ambiente de confiança e sistemas de avaliação de desempenho e recompensas que reconheçam as contribuições individuais e coletivas da equipe. 7 Gestão de Pessoas | Márcio Cunha Contexto Disponibilidade de recursos adequados Acesso a ferramentas, materiais e informações necessárias para a realização eficaz do trabalho. Liderança eficaz Liderança que orienta, apoia e motiva a equipe, facilitando a execução das tarefas. Ambiente de confiança Relacionamentos interpessoais baseados em respeito, apoio e transparência dentro da equipe. Sistemas de avaliação e recompensas Metodos de reconhecimento e recompensa das contribuições individuais e coletivas para o desempenho da equipe. PROCESSO: A categoria final relacionada à eficácia das equipes refere-se às variáveis de processo. Isto inclui o comprometimento dos membros com um propósito comum, o estabelecimento de metas específicas para a equipe, a eficácia da equipe, um nível controlado de conflitos e a redução da “folga” social (comportamentos de membros da equipe que evitam ativamente as responsabilidades e tarefas do grupo, muitas vezes se afastando das interações ou não contribuindo de maneira significativa para o progresso coletivo). Processo Comprometimento com um propósito comum Todos os membros da equipe estão alinhados e motivados para alcançar os objetivos compartilhados. Estabelecimento de metas específicas Definição clara de objetivos para guiar as ações e medir o progresso da equipe. Eficácia da equipe A capacidade da equipe de atingir seus objetivos de forma eficiente e eficaz. Nível controlado de conflitos Capacidade de gerenciar conflitos de maneira construtiva, sem prejudicar o progresso do grupo. Redução da "folga" social Minimização do comportamento de membros que evitam responsabilidades, garantido que todos se envolvam nas tarefas e contribuições do grupo. EXERCÍCIOS 1. (CAM-BA/19) De acordo com Robbins et al. (2011), variáveis independentes são as determinantes do comportamento humano nas organizações, e as dependentes são as determinadas. O comportamento organizacional é um campo de estudos que investiga o impacto que os indivíduos, os grupos e o sistema organizacional (estrutura e dinâmica da organização) têm sobre os componentes humanos no trabalho (tais como produtividade, rotatividade, entre outros), com o propósito de promover a melhoria da eficácia organizacional. Sobre as variáveis do comportamento organizacional, é correto afirmar que: a. a produtividade é uma variável independente, pois ela é uma suposta causa de mudanças nos grupos; b. o sistema organizacional é uma variável independente, pois ele é determinante, entre outros fatores, da produtividade das pessoas; c. o grupo é uma variável dependente, pois ele é um fator- chave que o comportamento organizacional pretende explicar; d. a produtividade do pessoal é determinante da relação entre pessoas, grupos, e estrutura e dinâmica da organização; e. a produtividade é uma variável dependente, pois constitui um fator que condiciona o comportamento organizacional. 2. (CAM-CE/24) O Secretário de Meio Ambiente do Estado Beta formou uma equipe de colaboradores para elaborar um novo processo de licenciamento ambiental. Após alguns meses de trabalho, os colaboradores começam a desenvolver relações mais próximas entre si, estabelecendo um ambiente coeso e uma identidade de grupo. Considerando os diferentes estágios evolutivos na formação de equipes, evidencia-se, ao final da situação, o estágio de a. formação. b. turbulência. c. normatização. d. desempenho. e. desintegração. 3. (TJ-AP/24) Joana é líder de uma equipe composta por sete pessoas. Os membros da equipe são altamente capacitados e não há conflitos de relacionamento relevantes. No entanto, a equipe vem se mostrando pouco produtiva e o nível de satisfação dos membros está baixo. Joana acredita que a baixa eficácia da equipe se deva a fatores de contexto.Considerando que Joana esteja certa, são fatores de contexto que influenciam a eficácia da equipe, entre outros: a. clima de confiança; tamanho da equipe; b. alocação adequada de papéis; liderança e estrutura; c. recursos adequados; sistemas de avaliação de desempenho; d. diversidade dos membros; propósito comum; e. nível de folga social; metas de desempenho por equipe. 4. (MP-GO/22) Avalie, com base em estudos referentes a grupos e equipes, se são características particulares e necessárias das equipes: I. Desenvolvimento sinergético neutro. II. Junção de habilidades complementares. III. Ênfase em objetivos individuais. 8 Gestão de Pessoas | Márcio Cunha Está correto o que se afirma em a. I, apenas. b. II, apenas. c. III, apenas. d. I e II. e. II e III. 5. (IBGE/22) Na composição das equipes responsáveis pela supervisão do censo realizado pelo IBGE, os funcionários podem ser agrupados segundo uma ampla variedade de experiências, além de atributos e competência complementares, visando ações mais criativas e completas. Assinale a alternativa que apresenta o fator de composição dos grupos explicitado no enunciado. a. Identidade da tarefa. b. Personalidade. c. Clima de confiança. d. Diversidade. e. Racionalidade homogênea. 6. (TCE-TO/22) Para a criação de equipes eficazes é preciso que se considerem fatores de contexto, de composição e de processos da equipe. São fatores de contexto e de processos da equipe, fortemente relacionados ao seu desempenho, respectivamente: a. tamanho da equipe; nível de conflito; b. personalidade dos membros da equipe; metas específicas; c. liderança; recursos adequados; d. alocação adequada de papéis; folga social; e. sistemas de avaliação de desempenho; propósito comum. 7. (IBGE/21) Nas organizações contemporâneas, o trabalho em equipe vem sendo amplamente adotado em substituição às hierarquias rígidas que separam a decisão da execução do trabalho. Em contextos adequados, as equipes eficazes geram sinergias positivas que melhoram o desempenho da organização – cabendo aos gestores a avaliação da adequação e dos custos e benefícios da adoção da prática. Nas equipes eficazes, alguns fatores estão presentes. Entre eles, destaca-se: a. reduzida diversidade dos membros; b. propósito comum; c. liderança orientada à tarefa; d. tarefas independentes; e. forte pensamento de grupo (groupthink). 8. (UEFS/22) O que é uma equipe de trabalho multifuncional? a. Equipe de profissionais da mesma área que realizam as mesmas funções. b. Equipe de profissionais da mesma área com o objetivo de realizar funções distintas. c. Equipe de profissionais de nível hierárquico diferentes com o objetivo de realizar as mesmas funções. d. Consiste em funcionários de diferentes níveis hierárquicos, mas da mesma área de trabalho na organização, reunidos para realizar uma tarefa específica. e. Consiste em funcionários de mesmo nível hierárquico, mas de diferentes áreas de trabalho na organização, reunidos para realizar uma tarefa específica. 9. (ITEP-RN/21) Preencha a lacuna e assinale a alternativa correta. Considerando grupos e equipes, está(ão) presente(s) em equipes, mas não é/são encontrada(s) em grupos. a. a interdependência b. a sinergia positiva c. as habilidades aleatórias d. as contribuições individuais e. a partilha de informações 10. (IBGE/21) As equipes consideradas independentes que, além de solucionar os problemas, também implementam soluções e assumem toda responsabilidade pelos resultados são consideradas como: a. Multifuncionais. b. Interfuncionais. c. Virtuais. d. Auto gerenciadas. e. Nenhuma das alternativas está correta. GABARITO 1-B 2-C 3-C 4-B 5-D 6-E 7-B 8-E 9-B 10-D 9 Gestão de Pessoas | Márcio Cunha TEMA 2 - LIDERANÇA 2. LIDERANÇA Capacidade de influenciar o comportamento de outra pessoa por meio da adesão dela a um princípio, a uma meta ou a uma determinada missão. Envolve habilidades e capacidades interpessoais, inerentes às relações humanas. 2.1. OBJETIVO A Liderança é uma tentativa de influência, de modo a conseguir dos seus liderados empenho e cooperação. Nessa perspectiva, quando um chefe manipula ou exige obediência e cooperação de forma coerciva, não há liderança. 2.2. LIDERANÇA FORMAL E INFORMAL 2.2.1. LÍDERES FORMAIS (ESTATUTÁRIOS) São aqueles que têm a equipe sob sua responsabilidade e ocupam cargo de chefia identificado na hierarquia formal da empre0sa. 2.2.2. LÍDERES INFORMAIS (EMERGENTES) Aqueles que, nem sempre tenham uma equipe sob sua responsabilidade, não ocupam um cargo de chefia na hierarquia formal da empresa. 2.3. TEORIAS DOS TRAÇOS DE LIDERANÇA Essa abordagem diferencia os líderes dos não líderes com base nas qualidades e características pessoais, isto é, baseia-se nas características pessoais do líder. Nessa vertente o líder deveria possuir certas características (inatas – nascer com) especiais de personalidade que o permitiam alçar e manter cargos de liderança, sendo entendido como um indivíduo diferente dos demais. Porém, essa teoria não é conclusiva, pois podem ser encontrados esses traços em qualquer pessoa e, portanto esta não pode ser utilizada para diferenciar líderes de não líderes. 2.4. TEORIAS COMPORTAMENTAIS Baseia-se em comportamentos específicos para identificarem a liderança. 2.4.1. ESTUDOS DE OHIO STATE UNIVERSITY: BUSCAM IDENTIFICAR DIMENSÕES INDEPENDENTES DO COMPORTAMENTO DO LÍDER. » Estrutura de iniciação (orientado para tarefa) – O líder define e estrutura o seu papel e dos subordinados na busca da realização de metas. » Consideração (orientado para as pessoas) – O líder terá relações de trabalho caracterizadas por confiança mútua, respeito pelas ideias dos subordinados e interesse por seus sentimentos. 2.4.2. ESTUDOS DE MICHIGAN UNIVERSITY Identificar características comportamentais dos líderes que pudessem estar relacionadas ao desempenho eficaz. » Orientação para o empregado – davam ênfase às relações interpessoais, tinham interesse pelos subordina- dos e aceitavam as diferenças individuais. » Orientação para a produção – ênfase aos aspectos técnicos ou da tarefa do cargo, os membros dos grupos eram meios para a realização das tarefas. 2.4.3. ESTILOS DE LIDERANÇA O estilo de comportamento do líder é o principal aspecto nos estudos sobre liderança. Desta forma, foram identificados três comportamentos próprios dos líderes, a partir daí será possível a organização investir em programas de capacitação que impulsionem esses comportamentos necessários para o exercício da liderança. • Autocrático: Na liderança autoritária, autocrática ou diretiva o líder foca-se apenas nas tarefas e determinas técnicas para a execução das mesmas. O líder toma as decisões individualmente e não considera a opinião da equipe, ordena e impõe a sua vontade. • Democrático: Liderança participativa ou consultiva, este tipo de liderança é voltado para as pessoas e há a participação dos liderados no processo decisório. O líder envolve todo grupo, pede sugestões e aceita opiniões, existe confiança mútua, relações amistosas e muita compreensão. • Liberal / Laissez-faire / Permissiva: Tipo de liderança que as pessoas têm total liberdade na execução dos seus projetos, indicando possivelmente uma equipe madura, autodirigida e que não necessita de supervisão constante. Caracteriza- se pela total liberdade da equipe, o líder não interfere na divisão das tarefas nem na tomada de decisão, quem decide é o próprio grupo. 2.4.4. GRID GERENCIAL O Grid Gerencial foi elaborado por Robert Blake e Jane Mouton (1987), na década de 20, a partir dos resultados encontrados nos estudos sobre liderança, realizados nas Universidades de Michigan e de Ohio. • Estilo 9,1 - Gerência de obediência/autoridade – Elevada preocupação com a produção e eficiência e baixa preocupação com as pessoas. • Estilo 1,9 - Gerência de clube de campo – Elevada pre- ocupação com as pessoas e baixa preocupação com as tarefas. Cria um ambiente de trabalhoamigável e confortável, mas, compromete o trabalho. • Estilo 1,1 - Gerência empobrecida – Preocupação mínima tanto com a produção quanto com as pessoas. Este estilo algumas vezes é chamado de laissez-faire ou liberal porque o líder abdica de seu papel de liderança. • Estilo 5,5 - Gerência moderada ou do meio do caminho – Nesse estilo, o líder mantém um ritmo constante, aceita os fatos pela aparência e investiga quando tem discrepâncias óbvias. • Estilo 9,9 - Gerência de equipe – Elevada preocupação tanto com a produção quanto com as pessoas. O líder desse estilofaz um esforço vigoroso e consegue adesão entusiasta. Solicita e dá atenção a ideias, opiniões e atitudes diferentes, reavalia continuamente os próprios dados, muda o modo de 10 Gestão de Pessoas | Márcio Cunha pensar frente às melhores ideias, procura saber os motivos dos conflitos para solucioná-los, valoriza decisões certas, o entendimento e o acordo, encorajando o feedback de mão dupla. 2.5. TEORIA SITUACIONAL E CONTINGENCIAL DA LIDERANÇA Um líder situacional deve ser versátil e flexível, sabendo adequar seu estilo, de acordo com a pessoa com quem trabalha e com a situação. O que se percebe de forma mais racional é que a liderança contingencial acontece numa adequação a cada situação para se conseguir obter os melhores resultados organizacionais. 2.5.1. MODELO DE HERSEY E BLANCHARD (1969) Hersey e Blanchard criaram um modelo de liderança situ- acional que permite analisar a necessidade de cada situação e adotar o mais apropriado estilo de liderança. Nessa liderança, embora todas as variáveis situacionais (líder, liderados, organização, exigências do cargo) sejam importantes, a ênfase recai sobre o comportamento do líder em relação aos subordinados. 2.5.2. MODELO CAMINHO-OBJETIVO OU TRAJETÓRIA-META DE ROBERT HOUSE Esta teoria afirma que é trabalho do líder ajudar os segui- dores a atingirem suas metas e fornecer a direção necessária e/ou apoio para assegurar que suas metas sejam compatíveis com os objetivos gerais do grupo ou organização. O líder eficaz esclarece o caminho para ajudar seus seguidores a r de onde estão até a realização dos objetivos de trabalho, pelo caminho mais fácil, reduzindo barreiras e dificuldades. A partir destas realidades, House (1971) identifica quatro estilos de liderança: • Liderança Diretiva: É caracterizada pelo líder que apre- senta aos subordinados todas as instruções sobre as tarefas que deverão ser realizadas, incluindo o que o líder espera de cada funcionário, como deve ser feito o trabalho e o espaço de tempo no qual a tarefa deverá ser finalizada. • Liderança de Apoio: Refere-se ao comportamento amigável e acessível do líder em relação aos seus subordinados. Ele procura atender às necessidades dos subordinados. • Liderança Participativa: Este estilo é marcado pela possibilidade que o líder passa aos subordinados participarem do processo de tomada de decisão organizacional. • Liderança Orientada aos Resultados: É caracterizado pelos líderes que desafiam os subordinados a realizarem suas tarefas nos níveis mais elevados de eficiência. 2.6. MODELOS “CONTEMPORÂNEOS” DA LIDERANÇA 2.6.1. CARISMÁTICA É uma forma de liderança baseada no carisma (dom), no qual essa ocorre pelo fato de o líder ter características pessoais evidentes, e que encantam as pessoas, ou seja, ele é simpático, tem boa fama, é popular, é persuasivo, ou seja, lidera porque conquista as pessoas. Obs.: Para Weber, o carisma seria essa capacidade de influência, que perante as diferentes situações, conseguia reunir à sua volta um grupo de pessoas que acreditavam nas suas capacidades para apontar o melhor caminho que os levava ao encontro das suas expectativas. 2.6.2. TRANSFORMACIONAL A liderança transformacional é caracterizada pelo processo de influenciar mudanças significativas, onde o líder motiva e transforma as atitudes, crenças e motivações dos liderados. Esse tipo de liderança busca modificar a maneira como os subordinados se percebem, destacando as oportunidades e desafios que o ambiente oferece, ao mesmo tempo em que os torna conscientes de suas próprias necessidades. Um líder transformacional é capaz de fazer com que seus seguidores transcendam seus interesses pessoais, alinhando suas metas aos objetivos do grupo ou da organização como um todo (Bass & Avolio, 1994). 2.6.3. TRANSACIONAL A liderança transacional é um estilo de liderança em que o líder define claramente os papéis e as expectativas para os membros da equipe, oferecendo recompensas positivas baseadas no sucesso do desempenho e tomando ações corretivas quando os objetivos não são alcançados. Esse modelo de liderança é fundamentado em um sistema de troca, onde o líder e os seguidores estabelecem uma relação de recompensas de acordo com o cumprimento das metas e expectativas estabelecidas (Bass, 1985). 2.7. TENDÊNCIAS DA LIDERANÇA 2.7.1. AUTOLIDERANÇA É a competência de liderar a si mesmo por meio de um desafio e situações que precedem à realização do objetivo e meta. Grande parte da literatura indica que uma pessoa poderá liderar a si próprio, não sendo necessário mais o exercício de um líder formal para favorecer a motivação e a direção dos comportamentos em busca dos objetivos definidos. De acordo com os autores, a autoliderança propõe que todos são líderes de si mesmos. Enquanto a liderança formal tem sido vista como um processo voltado para o exterior, que envolve a influência de líderes formalmente designados em seguidores, a autoliderança demanda que todos os membros da organização são capazes de elevar-se a algum grau. (LAPOLLI, 2014, p. 07,). 2.7.2. E-LIDERANÇA (ELETRÔNICA - VIRTUAL – E-LEADERSHIP) É a capacidade que uma pessoa tem para influenciar outras pessoas no ambiente virtual, ou seja, mediadas pelas tecnologias de informação e comunicação (TIC). Embora esse fenômeno seja relativamente novo e com poucos estudos que o contemplam, uma coisa é certa, esse líder moderno deverá desenvolver novas competências adaptadas ao contexto tecnológico em que a organização se insere. Sendo assim, umas das competências mais importantes, que o e-Líder deverá desenvolver para obter sucesso na relação de influência, é a capacidade de construir mais rapidamente, do que na liderança f2f, relacionamentos de confiança com a sua equipe virtual (e-Taems), para a facilitação do sucesso na busca dos objetivos do grupo de trabalho estabelecido. 11 Gestão de Pessoas | Márcio Cunha Liderança virtual envolve liderar pessoas de diferentes departamentos, organizações, países, e algumas vezes até organizações concorrentes. Definem e-Liderança como formas de liderança onde indivíduos ou grupos estão geograficamente dispersos e as interações são mediadas por tecnologia. Referem que esse modelo é mais do que uma extensão da lide- rança tradicional, é uma mudança do modo como os líderes e seguidores se relacionam entre si, dentro e entre organizações (AVOLIO et al. 2009, p. 439, apud SAMARTINHO, 2012, p. 2012). QUESTÕES PARA TREINAR 1. (TCE-PA/24) A liderança é a capacidade de influenciar e guiar indivíduos ou equipes para alcançar objetivos comuns. Envolve comunicação eficaz, tomada de decisão, empatia e a habilidade de motivar e inspirar os outros. Assinale a opção que apresenta o tipo de liderança em que o líder deixa o grupo à vontade e não participa das decisões. a. Autocrática. b. Liberal. c. Democrática. d. Transacional. e. Situacional. 2. (TCE-PA/24) As primeiras experiências sobre liderança remontam à antiguidade, onde líderes eram frequentemente escolhidos com base em sua força, coragem e habilidade em batalha. Essas experiências iniciais lançaram as bases para os diversos estilos e teorias de liderança que se desenvolveriam nos séculos seguintes, à medida que as sociedades se tornavam mais complexas e organizadas. Assinale a opção que descreve a liderança democrática. a. O líder ajusta seu comportamento e estratégias de liderançacom base na maturidade e motivação dos seguidores. b. O líder ajusta seu comportamento e estratégias de liderança com base nas exigências da tarefa. c. O líder dá ordens claras e espera obediência inquestionável, com pouca contribuição dos membros da equipe. d. O líder fornece pouca ou nenhuma orientação direta e permite que os membros do grupo tomem decisões. e. O líder é atuante, consultivo, define objetivos e orienta as decisões a serem tomadas em conjunto com os subordinados. 3. (TJ-MT/24) No Tribunal de Justiça, após uma pesquisa de clima organizacional, identificaram-se diferentes estilos de gestão entre os diretores de vara. Em destaque, o Dr. Paulo, diretor da 1ª Vara Cível, é reconhecido por estimular o desenvolvimento profissional dos servidores de sua equipe, criar uma visão compartilhada de futuro para a vara e motivá-los a superar metas em benefício da prestação jurisdicional. Com base nas teorias de liderança, é correto afirmar que o Dr. Paulo a. adota uma postura transacional ao negociar recompensas por produtividade e reconhecer o cumprimento de metas processuais. b. pratica uma gestão por exceção, intervindo apenas quando os prazos processuais não são cumpridos, conforme o estabelecido coletivamente. c. mantém controle rigoroso sobre desvios de procedimentos, aplicando correções quando necessário, de forma reativa. d. inspira seus liderados a transcender interesses individuais em prol da missão institucional do Judiciário, com postura transformacional. e. apresenta estilo laissez-faire, delegando total autonomia aos servidores na condução dos processos e na decisão sobre os objetivos institucionais. 4. (TJ-MT/24) Os estilos de liderança influenciam diretamente as situações de trabalho, pois líderes podem engajar um ambiente de colaboração, motivação e produtividade. Conforme o modelo contingencial de Fred Fiedler, assinale a alternativa que apresenta o principal fator que determina a eficácia do estilo de liderança. a. A experiência prévia do líder no setor em que atua. b. A habilidade do líder em delegar tarefas de forma eficiente. c. A capacidade do líder de tomar decisões rápidas em momentos de crise. d. A habilidade do líder em manter boas relações com todos os membros da equipe. e. A adaptação do líder, seja para tarefas ou para relações, de acordo com os seguidores e a situação. 5. (TJ-SC/24) Em certa organização, a área de RH realizou a avaliação do perfil de liderança de cinco gerentes utilizando a grade gerencial proposta por Blake e Mouton. As posições dos gerentes na grade foram: Ana – posição (1,1); Bruno – posição (1,9); Caio – posição (1,5); Denise – posição (5,5); Elaine – posição (9,1). Sobre esses perfis de liderança, de acordo com o modelo de Blake e Mouton, é correto afirmar que: a. Ana é uma líder “de tarefa”, orientada para a produção e a eficiência das operações; b. Denise é uma líder “de equipe”, orientada tanto para pessoas quanto para produção; c. Caio é um líder “meio-termo”, considerado o estilo de liderança menos eficaz pelo modelo; d. Bruno e Elaine são líderes “de pessoas”, considerado o estilo de liderança mais eficaz pelo modelo; e. nenhum dos gerentes apresenta o perfil de liderança considerado o mais eficaz pelo modelo. 12 Gestão de Pessoas | Márcio Cunha 6. (TJ-MS/24) Em certa organização, a diretora de recursos humanos está avaliando os candidatos ao cargo de gerente de uma equipe. A equipe é composta por membros recentemente admitidos na organização e ainda sem as competências técnicas necessárias ao bom desempenho das funções. No entanto, os membros da equipe se mostram bastante interessados e motivados para a realização das tarefas. Apoiando-se na teoria da liderança situacional de Hersey e Blanchard, a diretora avalia que a equipe se encontra no nível de prontidão “2”. Considerando que a avaliação da diretora está correta, a teoria da liderança situacional de Hersey e Blanchard aponta que, nessas condições, o estilo mais eficaz de liderança é o: a. delegador; b. realizador; c. persuasivo; d. participativo; e. diretivo. 7. (SES-MT/24) À luz das teorias acerca dos tipos de liderança, o líder que guia seus subordinados na direção dos objetivos, esclarece o papel de cada um e proporciona as devidas recompensas, é conhecido como líder a. Transformacional. b. Transacional. c. Carismático. d. Liberal. 8. (CAM/24) À luz dos estudos acerca da liderança, é correto afirmar que a Teoria de Traços de Personalidade preconiza que o indivíduo a. só adquire as características necessárias para a liderança ao ser treinado por um líder. b. adequa seu estilo de liderança a depender da qualificação técnica de seus subordinados. c. deve exercer um papel meramente consultivo, delegando autonomia permanente a seus funcionários. d. tende a adotar características de liderança coerentes com o nível de complexidade da situação em que está envolvido. e. possui características de líder desde sua nascença. 9. (CGE-PB/24) Maria foi promovida e assumiu recentemente a liderança da equipe em que trabalha. Embora trabalhe na organização há pouco tempo, os membros da equipe respeitam sua autoridade. As tarefas realizadas pela equipe são pouco estruturadas, com demandas variadas de difícil previsão, o que dificulta seu planejamento. Na situação descrita, com base na teoria de liderança caminho-meta (ou teoria da meta e do caminho), o estilo de liderança que proporcionaria maior satisfação aos membros da equipe seria: a. diretivo; b. persuasivo; c. participativo; d. apoiador (compreensivo); e. realizador (orientado para a conquista). 10. (SMED-MG/24) A atuação de um líder com personalidade dominadora, que toma decisões e fixa diretrizes sem buscar qualquer contribuição dos colaboradores, significa a adoção do estilo de liderança a. consultivo. b. democrático. c. laissez-faire. d. autocrático. 11. (Pref.SP/24) Ao buscar um novo profissional para liderar sua equipe de vendas, a empresa XYZ estudou minuciosamente o histórico dos candidatos ao cargo, visando a identificar aqueles que já possuíam características próprias para a liderança, partindo do princípio de que essas habilidades não poderiam ser aprendidas. Diante da situação apresentada, assinale a opção que apresenta a teoria de liderança que fundamentou a decisão da empresa XYZ na escolha de seu novo funcionário. a. Teoria Y. b. Teoria Contingencial. c. Teoria do Caminho-meta. d. Teoria dos Traços. e. Teoria Situacional. 12. (TJ-AP/24) Em certa organização, um diretor precisa selecionar um candidato para ocupar o cargo de líder de uma equipe. A equipe é composta por profissionais pouco experientes e com capacitação ainda insuficiente para o exercício das tarefas, além de demonstrarem baixa motivação para o desempenho de suas atribuições. Apoiando-se na teoria da liderança situacional de Hersey e Blanchard, o diretor avalia que a equipe encontra-se no nível de prontidão “1”. Considerando que a avaliação do diretor está correta, a teoria da liderança situacional de Hersey e Blanchard aponta que, nessas condições, o estilo mais eficaz de liderança seria: a. diretivo; b. persuasivo; c. participativo; d. afetivo; e. delegador. 13. (EPE/24) Entre as diferentes teorias de liderança, aquela que enfatiza a capacidade dos líderes de inspirar e motivar seus seguidores a transcenderem seus interesses em prol da organização, é conhecida como teoria a. da liderança transformacional. b. dos traços. c. transacional da liderança. d. da liderança servidora. e. do Caminho-Meta. 14. (Pref.RJ/24) Zé Roberto, proprietário de uma famosa franquia de chocolates, resolveu se afastar da gerência de sua loja para passar mais tempo com sua família. Para substituí- lo no cargo de gerente, Zé Roberto decidiu colocar Victor, por ser um funcionário com iniciativa, integridade, determinação e autoconfiança. Com base nas teorias acerca de liderança, é 13 Gestão de Pessoas | Márcio Cunha possívelconsiderar que Zé Roberto utilizou, para a escolha do funcionário, a teoria a. situacional. b. do laissez-faire. c. da grade gerencial. d. dos traços de liderança. e. da liderança contingencial. 15. (MPO-GO/22) Um chefe que não está aberto a ouvir opiniões ou sugestões de seus subordinados, e que tem o costume de impor sua influência por meio de determinações expressas, exerce uma liderança a. liberal. b. consultiva. c. democrática. d. autocrática. e. em rede. GABARITO 1-B 2-E 3-D 4-E 5-E 6-C 7-B 8-E 9-A 10-D 11 – D 12 – A 13 – A 14 – D 15 – D 14 Gestão de Pessoas | Márcio Cunha TEMA 3 - MOTIVAÇÃO 3. MOTIVAÇÃO De acordo com Robbins (2011), a motivação é um processo responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de um determinado objetivo. Já Maximiano (2012) nos apresenta a motivação como uma energia ou força, que movimenta o comportamento de uma pessoa e que tem três propriedades: I. Direção: objetivo do comportamento motivado; II. Intensidade: magnitude da motivação; e III. Permanência: duração da motivação. !IMPORTANTE! A motivação não é um traço pessoal, que alguns têm e outros não. Não é correto afirmar que alguém é desmotivado ou preguiçoso. Motivação é resultado da interação do indivíduo com a situação. A motivação depende da situação e é baseada nesta em que o nível de motivação varia (ROBBINS, 2011, p. 132). 3.1. ORIENTAÇÃO MOTIVACIONAL Entre os vários estudos sobre motivação, destacam-se os de orientação sociocognitiva que têm demonstrado a existência de duas orientações motivacionais: a intrínseca e a extrínseca. 3.1.1. MOTIVAÇÃO EXTRÍNSECA Ocorre quando as causas estão baseadas em um sistema de recompensas tangíveis. Essa orientação apresenta-se como a motivação para trabalhar em resposta a algo externo à tarefa, como para atender aos comandos ou pressões de outras pessoas ou para demonstrar competências e habilidades. A competição, avaliação, reconhecimento, dinheiro ou outro incentivo material e coação dos outros são outros elementos da motivação extrínseca. 3.1.2. MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA Refere-se à execução de atividades no qual o prazer é essencial para proporcionar a motivação. Por isso, o indivíduo busca, naturalmente, novidades e desafios, não havendo a necessidade de pressões, reconhecimento do outro ou prêmios pelo atendimento do objetivo, já que a participação, ou o próprio reconhecimento é a motivação principal. Essa orientação está diretamente ligada às ações de integridade psicológica do próprio indivíduo, como autorreconhecimento, crescimento, respeito, status, autodeterminação, competências, envolvi- mento na tarefa, curiosidade, satisfação e interesse. 3.2. TEORIAS DE CONTEÚDO As teorias de conteúdo da motivação partem do pressuposto de que as pessoas agem para satisfazer suas necessidades. Tratam de “O QUE MOTIVA” o ser humano, ou seja, quais os motivos específicos (intrínsecos) que fazem as pessoas agir. São elas: 3.2.1. TEORIA DA HIERARQUIA DAS NECESSIDADES DE ABRAHAM MASLOW Maslow procurou explicar o fenômeno da motivação a partir de uma classificação das necessidades humanas dispostas hierarquicamente na seguinte ordem de importância: necessidades fisiológicas, de segurança, sociais, de estima (autoestima/ egoestatus) e de autorrealização (autodesenvolvimento contínuo). • Necessidades fisiológicas ou básicas correspondem a aspectos básicos para sobrevivência do ser humano, como: alimento, repouso, sexo, respiração e outras necessidades orgânicas. • Necessidades de segurança referem-se à estabilidade como ameaças no trabalho (demissão), moradia e riscos a integridade física. • Já as necessidades sociais correspondem a ser aceito • e participante de um grupo, amizade, família e afeto. • A necessidade de estima que envolve o reconhecimento e aprovação dos outros para com a pessoa. Porém, a autoestima está associada a própria pessoa, como o re- conhecimento próprio, a autoconfiança e o egoestatus. • Por fim, se tem a necessidade de autorrealização que é de ordem elevada, na qual traz ao autodesenvolvimento contínuo a realização pessoal e profissional. A última parte da Pirâmide diz respeito a atingir o seu potencial, se desenvolver e crescer, seja pessoal ou profissionalmente. Assuntos como moralidade, criatividade, espontaneidade, solução de problemas, ausência de preconceitos e aceitação dos fatos passam a ser prioridades. No fim, é atingir a plena realização. De acordo com Maslow é a mais elevada na ordem hierárquica, sendo a mais restrita ou de difícil atingimento dentre as necessidades propostas pela teoria. As necessidades de base (fisiológicas e de segurança) devem ser atendidas para que as necessidades subsequentes predominem no comportamento do indivíduo. Sendo assim, uma pessoa não sentiria, por exemplo, a necessidade de participar de um grupo (necessidade social) caso não tivesse a necessidade anterior (segurança) realizada; ao mesmo tempo esta necessidade (segurança) deixaria de ser uma força motivadora do comportamento caso fosse atendida — cedendo seu lugar à necessidade subsequente. Apesar de ser uma teoria sem base científica relevante, a teoria de Maslow teve ampla aceitação entre os administradores devido à sua lógica intuitiva e facilidade de compreensão. É a mais conhecida de todas as teorias a respeito de motivação humana. (CHIAVENATO, 2014, p. 478-480). A teoria das necessidades de Maslow recebeu amplo reconhecimento, especialmente por parte de executivos formados na prática. Isto pode ser atribuído à lógica intuitiva da teoria e à facilidade que ela oferece para a compreensão. Infelizmente, contudo, as pesquisas não validam, de maneira geral, a teoria. Maslow não fornece comprovação empírica substancial e vários outros estudos que buscaram validar a teoria não conseguiram encontra r embasamento para ela (ROBBINS, 2011, p. 133). 15 Gestão de Pessoas | Márcio Cunha 3.2.2. TEORIA DOS DOIS FATORES DE FREDERICK HERZBERG Segundo Herzberg, o comportamento das pessoas no trabalho é determinado por dois fatores distintos – fatores higiênicos e fatores motivacionais (bifatorial). Os fatores higiênicos, também chamados de extrínsecos, englobam tudo o que estiver ao redor do indivíduo em seu ambiente de trabalho, constituem, desta forma, o contexto de trabalho. Encontram-se, portanto, no ambiente e não permitem o controle das pessoas. São eles, o salário, tipo de controle do supervisor, condições físicas de trabalho, política e clima organizacionais, relacionamento, condições de trabalho, a segurança no cargo e o status. Os fatores motivacionais (ou intrínsecos) são os que estão ligados ao conteúdo do cargo, à responsabilidade, à possibilidade de crescimento, à liberdade de decisão, ao tipo de tarefa executada e à forma como é executada. Como dizem respeito ao que o próprio indivíduo executa, são fatores que estão sob seu controle — crescimento, reconhecimento, autorrealização — ou seja, dependem exclusivamente de seu esforço e desempenho. Herzberg atribui uma particular relação entre satisfação/ insatisfação. Segundo ele, quando os fatores higiênicos são plenamente oferecidos, não levam à satisfação dos indivíduos, mas evitam a sua insatisfação. Por outro lado, quando estes fatores não são oferecidos de forma plena, levam à insatisfação dos indivíduos. Por estarem ligados à insatisfação (provocam ou evitam a insatisfação), os fatores higiênicos são também chamados de insatisfacientes. Contrariamente, quando os fatores motivacionais são oferecidos como desejado, levam à satisfação e, quando não oferecidos de forma ótima, evitam a satisfação (embora não provoquem a insatisfação). Por estarem diretamente ligados à satisfação (provocam ou evitam a satisfação) estes fatores são considerados satisfacientes. 3.2.3. TEORIA ERC DE CLAYTON ALDERFER Alderfer propõe uma teoria sobre motivação que muito se assemelha ao modelo de Maslow, conhecida pelo nome de teoria ERC/G– Existência, Relacionamento e Crescimento (em inglês: Existence, Relatedness, Growth). Na sua proposta, ele diminui a hierarquia de Maslow, condensando as necessidades de autorrealização e estima em crescimento (Growth), dando ao afeto o nome de Relacionamento (Relatedness) e às necessidades fisiológicas o nome de existência (Existence), da seguinte forma: • Existência: Abrange as necessidades de primeira ordem de Maslow, que são as necessidades fisiológicas e de segurança. • Relacionamento: As necessidades sociais e o componente externo da estima (extrínseca); • Crescimento: Componente interno da estima — a autoestima (intrínseca) — e a necessidade de autorrealização. 3.2.4. TEORIA DAS NECESSIDADES DE DAVID MCCLELLAND Desenvolvida por David McClelland, a teoria das necessidades socialmente adquiridas descreve que as pessoas são motivadas por três necessidades básicas, que são: a necessidade de realização, a necessidade de poder e a necessidade de associação. • A necessidade de realização: Representa um interesse recorrente em fazer as coisas melhor, ultrapassando os padrões de excelência. Elevados índices de realização tendem a esforçar-se para alcançar altos níveis no seu desenvolvimento, maior autonomia no seu desempenho e melhor aceitação de responsabilidades no seu trabalho, assumindo desafios realísticos. • A necessidade de poder: Refere-se ao desejo de ser forte e influenciar as pessoas, em outras palavras, vem da necessidade de fazer os outros se comportarem de uma maneira que não fariam naturalmente. • A necessidade de afiliação: Necessidade de afeição, do desejo de possuir relacionamentos interpessoais agradáveis e estar bem com todo mundo. São pessoas que buscam a amizade e a cooperação. 3.2.5. TEORIA X E A TEORIA Y DE MCGREGOR McGregor afirmava que existem dois extremos opostos entre duas abordagens principais de motivação e, ainda, de liderança. Comparam os dois estilos antagônicos de administração: de um lado, um estilo baseado na teoria tradicional, excessivamente mecanicista e pragmática (teoria X) e, de outro, um estilo baseado nas concepções modernas a respeito do comportamento humano (teoria Y). • A teoria X: apresenta uma visão negativa da natureza humana. Pressupõe que os indivíduos são naturalmente preguiçosos, não gostam de trabalhar, busca apenas segurança, precisam ser guiados, orientados, remunera- dos e controlados para realizarem as tarefas propostas. • A teoria Y (positiva): diz que os indivíduos são automotivados, gostam de assumir desafios e responsabilidades e irão contribuir criativamente para o processo se tiverem suficientes oportunidades de participação. 3.3. TEORIAS DE PROCESSO: TRATAM DE “COMO” O COMPORTAMENTO DO HOMEM É MOTIVADO: 3.3.1. TEORIA EQUIDADE DE STACY ADAMS Baseia-se no critério que as pessoas têm sobre a recompensa que recebem em comparação com as recompensas que as outras pessoas recebem pelo mesmo serviço ou pelos mesmos resultados. Adams (1965), afirma que as pessoas são motivadas a alcançar uma condição de igualdade ou justiça nas suas relações com outras pessoas e com as organizações. De acordo com o autor, os funcionários que se encontram em situação de desigualdade experimentam uma insatisfação e tensão emocional que eles procurarão reduzir. 3.3.2. TEORIA DA EXPECTÂNCIA DE VICTOR VROOM (CONTINGENCIAL) » A valência diz respeito à importância de um determinado fator, na visão particular do indivíduo; é o valor atribuído a este fator e revela a favorabilidade individual em relação a ele. » A instrumentalidade diz respeito à percepção da relação desempenho — compensação; é a percepção em relação à possibilidade de obter recompensas como consequência do esforço desempenhado para o alcance de resultados. » Expectância é a esperança de atingir resultados, revelando a capacidade individual ou desempenho particular de cada um (numa autoavaliação). 16 Gestão de Pessoas | Márcio Cunha 3.3.3. TEORIA DA FIXAÇÃO DE OBJETIVOS DE EDWIN LOCKE Esta teoria, parte do princípio de que as pessoas concentram seus esforços em direção a objetivos, de modo que o estabelecimento de metas energiza um indivíduo, dirigindo seus pensamentos para uma finalidade. A motivação ocorre na medida em que as pessoas concentram seus esforços, pensamentos e interesses para atingir um determinado objetivo. Para Edwin Locke (apud ROBBINS, 2009) a intenção de lutar por um objetivo é a maior fonte de motivação no trabalho. Segundo Locke, existem características dos objetivos que motivam, como a dificuldade, considerando que quanto mais difícil é atingir um objetivo (sempre dentro das habilidades, conhecimentos e aceitação do indivíduo) mais motivante se torna. 3.3.4. TEORIA DA AUTOEFICÁCIA DE ALBERT BANDURA A autoeficácia é tida como a percepção do indivíduo a respeito de suas capacidades no exercício de determinada atividade. Bandura a (autoeficácia) entende como as crenças das pessoas a respeito de suas capacidades de produzir deter- minados níveis de desempenho que exercem influência sobre fatos que afetam suas vidas. Essas crenças determinam como as pessoas se sentem, pensam se motivam e se comportam. !IMPORTANTE! A Teoria da Autoeficácia se constitui elemento central da Teoria Social Cognitiva (TSC) que explica o comportamento humano mediante um modelo de reciprocidade triádica. Nesse modelo, a conduta, os fatores pessoais internos e o ambiente externo atuam entre si como de- terminantes interativos e recíprocos. Desta forma, a autoeficácia parte da ideia de que a forte convicção individual de que se é capaz de realizar uma deter- minada tarefa é a maior fonte motivadora do ser humano. Preocupa-se em estudar como a crença das pessoas em suas próprias habilidades pode afetar o seu comportamento. Pessoas com grande autoeficácia acreditam ser capazes de realizar tarefas e serão motivadas a aplicar o esforço necessário para isso. Assim, a autoeficácia é vista como crenças pessoais; o indivíduo apresenta níveis de autoeficácia elevados ou reduzidos, de acordo com os próprios julgamentos em relação às suas capacidades. 3.3.5. TEORIA DOREFORÇODE B. FSKINNER A Teoria do Reforço, conclui que as ações com consequências positivas sobre o indivíduo tendem a ser repetidas no futuro, enquanto o comportamento que é punido tende a ser eliminado. As consequências são positivas sempre que as pessoas sentem prazer com o seu próprio desempenho. Daqui resulta a importância da informação sobre a organização como fator de motivação, em especial a área em que a pessoa se encontra envolvido e o trabalho realizado. Segundo a Teoria do Reforço, o comportamento das pessoas pode ser influenciado e controlado por meio do reforço (recompensa) dos comportamentos desejados e ignorando as ações não desejadas (o castigo do comportamento não desejado deve ser evitado na medida em que tal contribuiria para o desenvolvimento de sentimentos de constrangimento ou mesmo de revolta). Skinner defende mesmo que o com- portamento das pessoas pode ser controlado e desenvolvido por longos períodos de tempo. QUESTÕES PARA TREINAR 1. (TJ-AP/24) A motivação é um constructo utilizado para ajudar a compreender o comportamento humano. Com relação às teorias de motivação, analise as afirmativas a seguir. I. A teoria motivacional de Maslow baseia-se na chamada hierarquia de necessidades. II. A teoria ERC condensa as necessidades de existência, relacionamento e crescimento. III. A teoria dos dois fatores de Herzberg classifica as necessidades básicas de realização, poder e afiliação. Está correto o que se afirma em a. I, II e III. b. I e II, apenas. c. I e III, apenas. d. II e III, apenas. 2. (SEDUC-SP/23) Joana é gestora de recursos humanos da SE do estado X e, ao retornar de período de licença capacitação, quando realizou curso de especialização em GP, observou uma grande desmotivação entre os servidores do Órgão. Joana decidiu então atuar para mitigar esse problema e promover umamelhoria do clima organizacional. Após analisar as possíveis teorias, Joana optou por fazer uso da teoria dos dois fatores para basear suas ações. Com base nessa teoria, uma ação adequada para a melhora da motivação de servidores seria a. promover aumento salarial por todos os servidores do órgão, por meio da equiparação com outros órgãos. b. enriquecer as tarefas a serem desempenhadas pelos servidores, tornando-as mais interessantes e desafiadoras. c. realizar mensalmente palestras educativas, por meio de especialistas convidados, para reduzir os acidentes de trabalho. d. aumentar o conforto dos funcionários por meio de ações como substituir as lâmpadas do Órgão por outras mais adequadas para a vista e comprar novas cadeiras, de estilo gamer, por serem mais ergonômicas. e. promover sorteios mensais de vouchers de viagem para os funcionários. 3. (FUNSAÚDE – CE/22) O gerente de uma fábrica de cimento, em função de experiências ruins no passado, acredita que seus subordinados são preguiçosos, não gostam de trabalhar e estão sempre inventando desculpas para não realizar as tarefas. Devido a essa impressão, esse gerente adotou uma postura rígida e controladora com seus subordinados, fiscalizando-os persistentemente. Considerando os conceitos de teorias motivacionais, é correto afirmar que a concepção sobre os funcionários criada pelo gerente, com base nas suas experiências, tem relação com a a. Teoria X. b. Teoria Y. c. Teoria da Equidade. d. Teoria da Expectância. e. Teoria da Autoeficácia. 17 Gestão de Pessoas | Márcio Cunha 4. (TJ-MT/24) Com relação às teorias da motivação, avalie as afirmativas a seguir. I. De acordo com a teoria das Necessidades Adquiridas, os indivíduos com necessidades de afiliação tendem a assumir riscos maiores, priorizando a resolução de problemas complexos. II. De acordo com a teoria X, os funcionários evitam naturalmente o trabalho, demonstram pouca ambição e precisam de supervisão constante para realizarem as atividades. III. De acordo com a teoria da autoeficácia, o ambiente determina o comportamento humano, utilizando mecanismos de consequências para influenciar as ações dos funcionários. Está correto o que se afirma em a. I, apenas. b. II, apenas. c. I e II, apenas. d. II e III, apenas. e. I, II e III. 5. (TRT-1ª/24) Carlos é um administrador que trabalha há um ano em uma empresa de comércio varejista. Ele foi contratado assim que saiu da universidade e não teve outro emprego desde então. Carlos sempre considerou que recebia um bom salário e estava satisfeito e motivado com o trabalho. Recentemente, ele soube que um ex-colega de turma da universidade foi contratado para um cargo de administrador em outra área da mesma empresa, recebendo um salário 30% maior que o dele. Com essa informação, Carlos ficou desmotivado e pensa em pedir demissão. Com base na teoria motivacional da equidade/justiça organizacional, a situação ilustra uma percepção de inequidade a partir do ponto de referência: a. próprio-interno; b. próprio-externo; c. outro-equivalente; d. outro-externo; e. outro-interno. 6. (EPE/24) Com relação às teorias motivacionais, analise as afirmativas a seguir. I. Na teoria da expectativa, a valência tem relação com o valor que um indivíduo atribui a possível recompensa decorrente de comportamento específico. II. Na teoria da autoeficácia, a crença de que um indivíduo é plenamente capaz de realizar determinada atividade aumenta sua motivação. III. Na teoria bifatorial, os fatores higiênicos podem apenas reduzir a insatisfação do indivíduo, mas não gerar a motivação. Está correto o que se afirma em a. I, apenas. b. I e II, apenas. c. I e III, apenas. d. II e III, apenas. e. I, II e III. 7. (CAM-CE/24) Analise as assertivas a seguir, relativas à Teoria ERC I. As necessidades básicas devem ser satisfeitas para que as superiores sejam buscadas. II. Caso uma necessidade superior não possa ser satisfeita, uma necessidade inferior pode surgir. III. A presença de fatores higiênicos serve apenas para reduzir a insatisfação, não gerando motivação. Está correto o que se afirma em a. I, apenas. b. II, apenas. c. I e II, apenas. d. II e III, apenas. e. I, II e III. 8. (SES-MT/24) A pirâmide de Maslow foi uma das primeiras teorias desenvolvidas para entender o sentido da motivação. De acordo com essa teoria, assinale a afirmativa correta. a. Os seres humanos são estimulados por uma sequência de necessidades, devendo ocorrer a satisfação das necessidades mais básicas antes de se aspirarem as outras. b. Os indivíduos são naturalmente preguiçosos, demandando, por isso, mecanismos de controle rígidos para o bom desempenho. c. As pessoas são incentivadas pela percepção de justiça em seu ambiente, comparando suas recompensas e retribuições com a de seus pares. d. Os sujeitos tendem a ser encorajados por atividades que são vistas como alcançáveis, conforme as suas capacidades. 9. (CAM-CE/24) Após problemas com o antigo responsável pela gestão, considerado exageradamente rígido pelos funcionários, uma tradicional empresa cearense decide contratar um profissional com perfil oposto. Nessa lógica, a empresa contrata Valéria, uma gestora que considera que os colaboradores são voluntariosos, estando sempre dispostos a assumir responsabilidades e tomar decisões criativas para o negócio, desde que recebam as condições adequadas. Com base nas teorias motivacionais, é correto afirmar que a diferença de percepção entre o antigo gestor e Valéria correspondem, respectivamente, às teorias a. das Metas e do Reforço. b. Bifatorial e da Autoeficácia. c. da Hierarquia das necessidades e da Equidade. d. da Expectativa e da Expectância. e. X e Y. 10. (TJ-AP/24) Miguel é um administrador recentemente contratado para liderar uma pequena equipe de nível operacional em certa organização. A fim de conhecer melhor o grupo, Miguel marcou uma reunião para conversar e entender suas expectativas e percepções em relação ao trabalho. Miguel identificou que os membros da equipe valorizam o vínculo com a organização devido à jornada de trabalho que consideram “confortável, sem excesso de horas extras”; 18 Gestão de Pessoas | Márcio Cunha valorizam fortemente as boas relações e a proximidade com os colegas; não buscam novos desafios no trabalho. De acordo com as teorias de motivação, os membros da equipe apresentam, respectivamente: a. necessidades de segurança; necessidades sociais; fraca necessidade de poder; b. necessidades existenciais; forte necessidade de afiliação; fraca necessidade de poder; c. necessidades de segurança; forte necessidade de afiliação; fraca necessidade de realização; d. necessidades fisiológicas; necessidades existenciais; fraca necessidade de crescimento; e. necessidades fisiológicas; forte necessidade de afiliação; fraca necessidade de realização. 11. (Pref.SP/24) Cida sente-se insatisfeita em seu atual emprego e, ao se deparar com o edital do concurso da Prefeitura de São José dos Campos, sua cidade natal, divulgado no Diário Oficial do Município, resolveu preparar-se para a prova, matriculando-se em um curso online e organizando um cronograma de estudos. Considerando a Teoria Motivacional da Expectativa, a crença de Cida de que, ao estudar com empenho, conseguirá o desempenho desejado no concurso, associa-se ao conceito de a. instrumentalidade. b. expectância. c. valência. d. reforço negativo. e. necessidade de afiliação. 12. (SES/24) Com relação ao proposto pela teoria dos dois fatores (bifatorial), abordagem que busca entender o funcionamento da motivação nos indivíduos, uma situação de satisfação de um colaborador, pode ser decorrente de a. Salário acima da média do mercado. b. Metas desafiadoras a serem cumpridas. c. Bom relacionamento com os outros colegas de trabalho. d. Condições físicas adequadas no ambiente de trabalho. 13. (TJ-MS/24) Certa organização publicou recentemente um anúncio de emprego em que se lia, entreoutras informações: “Oferecemos oportunidade de realizar trabalho criativo; autonomia para realização do trabalho; plano de saúde; plano de aposentadoria; bom ambiente de trabalho”. Com base na hierarquia das necessidades de Maslow, a oferta da empresa foca na satisfação das seguintes necessidades, respectivamente: a. autorrealização; autorrealização; fisiológicas; segurança; estima; b. estima; autorrealização; fisiológicas; fisiológicas; sociais; c. estima; estima; segurança; segurança; sociais; d. autorrealização; autorrealização; segurança; segurança; sociais; e. autorrealização; estima; segurança; segurança; estima. 14. (TJ-AP/24) A teoria da equidade, proposta por Adams, é uma teoria de motivação que sustenta que os indivíduos estão preocupados não apenas com as recompensas absolutas que recebem por seus esforços no trabalho, mas também com a relação dessas recompensas com as que os outros recebem. Sobre a teoria da equidade e suas proposições, analise as afirmativas a seguir. I. Quando um indivíduo percebe iniquidade, uma de suas possíveis reações é pedir demissão. II. Quando um indivíduo percebe iniquidade, uma de suas possíveis reações é buscar outro ponto de referência. III. O ponto de referência próprio-externo refere-se à comparação do indivíduo com outra pessoa ou grupo de fora da organização. Está correto o que se afirma em: a. somente I; b. somente II; c. somente I e II; d. somente II e III; e. I, II, e III. 15. (CAM-SP/24) A Hierarquia de Necessidades é uma teoria, do âmbito da psicologia, proposta por Abraham Maslow, que descreve as diferentes camadas de necessidades que influenciam o comportamento humano. Assinale a opção que apresenta as necessidades primárias da Hierarquia das Necessidades. a. Necessidades de Segurança, Necessidades de Autorrealização e Necessidades Fisiológicas. b. Necessidades Fisiológicas e Necessidades Sociais. c. Necessidades Fisiológicas e Necessidades de Segurança. d. Necessidades de Autorrealização, Necessidades de Segurança e Necessidade de Estima. e. Necessidades de Estima e Necessidades Sociais. GABARITO 1-B 2-B 3-A 4-B 5-E 6-E 7-B 8-A 9-E 10-E 11 – B 12 – B 13 – D 14 – C 15 – C 19 Gestão de Pessoas | Márcio Cunha TEMA 4 - COMUNICAÇÃO 4. COMUNICAÇÃO Processo pelo qual a informação é trocada e entendida por duas ou mais pessoas, normalmente com o intuito de motivar ou influenciar o comportamento e de adquirir um entendimento comum a respeito de um assunto ou de uma situação. PROCESSO DE COMUNICAÇÃO: As mensagens passam por uma fonte (emissor) para um receptor. A mensagem é codificada (convertida em um formato simbólico) e transmitida por meio de uma mídia (canal) até o receptor, que traduz (decodifica) a mensagem iniciada pelo emissor. 4.1. ELEMENTOS DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO • Emissor: é a fonte que transmite a mensagem ao receptor. • Receptor: é quem recebe a mensagem transmitida pelo emissor e decodifica-a e interpreta-a. • Canal: é o meio que o emissor utiliza para transmitir a mensagem. • Mensagem: é o objeto da comunicação, formado por sinais que podem pertencer ou não a um código linguístico. • Informação: é o conteúdo da mensagem, o que ela carrega. • Ruído: é o que causa interferência na transmissão da mensagem, podendo levar a perda de informação no processo de comunicação. • Ambiente: Local (lugar) onde ocorre a troca de informações. Já foi chamado de universo. • Feedback (Retroação) retorno de todo o processo comunicativo. 4.2. TIPOS DE COMUNICAÇÃO 4.2.1. INTERPESSOAL • Comunicação interpessoal – VERBAL: É o modo de comunicação mais familiar e frequentemente mais usado. Refere-se a esforços de comunicação tais como dar instruções a um colega, entrevistar um candidato a um emprego, informar alguma coisa a alguém, e assim por diante. • Comunicação interpessoal – ESCRITA: A comunicação escrita engloba memorandos, cartas, e-mails, transmissões de fax, jornais internos, informativos em murais e qualquer outro meio que use a linguagem escrita para comunicar as informações. • Comunicação interpessoal – SIMBÓLICA: Designa um elemento representativo que está (realidade visível) em lugar de algo (realidade invisível) que tanto pode ser um objeto como um conceito ou ideia, determinada quantidade ou qualidade. • Comunicação interpessoal – NÃO VERBAL: Refere-se à transmissão de uma mensagem por algum meio diverso da fala e da escrita. Incorpora coisas como o modo com que usamos o nosso corpo e os nossos gestos para transmitir certas mensagens. 4.2.2. ORGANIZACIONAL • Canais Formais: Os canais formais de comunicação são os caminhos oficiais para o envio de informações dentro e fora da organização, isto é, permite que as informações circulem pela cadeia de comando da organização segundo os fluxos indicados no organograma. • Canais Informais (rede de rumores): Refere-se à comunicação não-oficial da organização. Esse canal não se apresenta de maneira tão visível quanto a formal. Ela está inserida em outros tipos de estrutura que não considera a hierarquia da organização. Ex: “rádio-peão ou rádio-corredor “. Em geral propagam rumores, boatos entre outras noticias. 4.3. FLUXOS (DIREÇÃO) DA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL • Comunicação Vertical (descendente e ascendente): O processo de comunicação descendente se dá quando os níveis hierárquicos superiores enviam informações e mensagens para os níveis hierárquicos inferiores da empresa. Já a comunicação ascendente é quando os níveis hierárquicos inferiores enviam mensagens e informações para os níveis hierárquicos superiores de uma organização. • Comunicação Horizontal ou Lateral: Ocorre entre pessoas do mesmo nível hierárquico, Essa comunicação pode ainda acontecer entre os colaboradores de um mesmo departamento (intradepartamental) ou pode acontecer também entre os colaboradores de diferentes departamentos (interdepartamental). • Comunicação Diagonal: E quando ocorre uma troca de informações entre uma chefia funcional e elementos de outro grupo de trabalho quando ela exerce autoridade funcional. Visa o fluxo de informação entre especialistas de diferentes áreas funcionais em diferentes níveis de gestão. • Comunicação transversal ou longitudinal: Se dá em todas as direções, fazendo-se presente nos fluxos descendente, ascendente e horizontal nas mais variadas posições das estruturas ou da arquitetura organizacional. Esse tipo de fluxo acontece nas organizações orgânicas e flexíveis que permitem uma gestão mais participativa e integrada, criam condições para que as pessoas passem a intervir em diferentes áreas e com elas interagir. • Comunicação circular: Abarca todos os níveis sem se ajustar às direções tradicionais. Surge e se desenvolve muito mais nas organizações informais e favorece a efetividade no trabalho. 4.4. BARREIRA OU RUÍDOS NA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL: 4.4.1. BARREIRAS GERAIS • As barreiras mecânicas ou físicas estão relacionadas com os aparelhos de transmissão, como o barulho, ambientes e 20 Gestão de Pessoas | Márcio Cunha equipamentos inadequados que podem dificultar ou mesmo impedir que a comunicação ocorra. • As barreiras fisiológicas dizem respeito aos problemas genéticos ou de malformação dos órgãos vitais da fala. A surdez, a gagueira e não articulação fonética. • As barreiras semânticas são as que decorrem do uso inadequado de uma linguagem não comum ao receptor ou a grupos visados. São as limitações ou distorções decorrentes dos símbolos por meio dos quais a comunicação é feita. • As barreiras psicológicas são os preconceitos e estereótipos que fazem com que a comunicação fique prejudicada. Estão relacionadas com atitudes, crenças, valores e a cultura das pessoas. 4.4.2. BARREIRAS COMUNS • Filtragem: A filtragem ocorre quando as informações são distorcidas ou modificadas antes de serem transmitidas. Isso pode acontecer de forma intencional ou não, quando um interlocutor decide omitir ou alterar dados para atingir um objetivo específico