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Aula Simplificada 18 - Ações Constitucionais

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Aula 18
TJs - Curso Regular (Analista Judiciário -
Área Judiciária) Direito Processual Civil
Autor:
Ricardo Torques
20 de Maio de 2023
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Índice
..............................................................................................................................................................................................1) Mandado de Segurança 5
..............................................................................................................................................................................................2) Ação Popular 23
..............................................................................................................................................................................................3) Ação Civil Pública 34
..............................................................................................................................................................................................4) Habeas Data 44
..............................................................................................................................................................................................5) Mandado de Injunção 49
..............................................................................................................................................................................................6) Questões Comentadas - Mandado de Segurança - CEBRASPE 53
..............................................................................................................................................................................................7) Questões Comentadas - Mandado de Segurança - FCC 64
..............................................................................................................................................................................................8) Questões Comentadas - Mandado de Segurança - FGV 76
..............................................................................................................................................................................................9) Questões Comentadas - Mandado de Segurança - VUNESP 80
..............................................................................................................................................................................................10) Questões Comentadas - Mandado de Segurança - OUTRAS BANCAS 90
..............................................................................................................................................................................................11) Questões Comentadas - Ação Popular - CEBRASPE 99
..............................................................................................................................................................................................12) Questões Comentadas - Ação Popular - FCC 106
..............................................................................................................................................................................................13) Questões Comentadas - Ação Popular - FGV 109
..............................................................................................................................................................................................14) Questões Comentadas - Ação Popular - VUNESP 112
..............................................................................................................................................................................................15) Questões Comentadas - Ação Popular - OUTRAS BANCAS 116
..............................................................................................................................................................................................16) Questões Comentadas - Ação Civil Pública - CEBRASPE 120
..............................................................................................................................................................................................17) Questões Comentadas - Ação Civil Pública - FCC 129
..............................................................................................................................................................................................18) Questões Comentadas - Ação Civil Pública - FGV 130
..............................................................................................................................................................................................19) Questões Comentadas - Ação Civil Pública - VUNESP 136
..............................................................................................................................................................................................20) Questões Comentadas - Ação Civil Pública - OUTRAS BANCAS 141
..............................................................................................................................................................................................21) Questões Comentadas - Mandado de Injunção - CEBRASPE 148
..............................................................................................................................................................................................22) Questões Comentadas - Mandado de Injunção - FGV 151
..............................................................................................................................................................................................23) Questões Comentadas - Mandado de Injunção - VUNESP 152
..............................................................................................................................................................................................24) Questões Comentadas - Mandado de Injunção - OUTRAS BANCAS 155
..............................................................................................................................................................................................25) Lista de Questões - Mandado de Segurança - CEBRASPE 157
..............................................................................................................................................................................................26) Gabarito - Mandado de Segurança - CEBRASPE 161
..............................................................................................................................................................................................27) Lista de Questões - Mandado de Segurança - FCC 162
..............................................................................................................................................................................................28) Gabarito - Mandado de Segurança - FCC 167
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Índice
..............................................................................................................................................................................................29) Lista de Questões - Mandado de Segurança - FGV 168
..............................................................................................................................................................................................30) Gabarito - Mandado de Segurança - FGV 170
..............................................................................................................................................................................................31) Lista de Questões - Mandado de Segurança - VUNESP 171
..............................................................................................................................................................................................32)atos lesivos terão por limite a 
repercussão deles sobre a contribuição dos cofres públicos). 
Em relação às duas últimas hipóteses, você deve saber que as instituições ou fundações, em relação a quais 
verbas públicas utilizadas representem menos ou mais de 50% do patrimônio ou receita anual, podem ser 
réus da ação popular. Contudo, no segundo caso, há uma limitação da responsabilidade. 
Assim, se a instituição ou se a fundação para a qual verbas públicas tenham concorrido com menos de 50% 
do patrimônio ou da receita anual, a responsabilidade patrimonial ficará limitada à repercussão sobre a 
contribuição pública. 
É importante expor, ainda, que a ação popular tem por objeto a prática de atos de caráter administrativo ou 
equiparados quando praticados por pessoas jurídicas que recebem recursos públicos. 
Além disso, esses atos, conforme consta dos dispositivos acima citados, abrangem tanto atos comissivos 
quanto atos omissivos, quando, por dever, o réu deveria ter atuado para evitar a lesão ao patrimônio público, 
histórico ou cultural e do meio ambiente ou a violação da moralidade. 
Para concluir, duas informações relevantes ao objeto da ação popular: 
 Atos de conteúdo jurisdicional não se sujeitam à ação popular. 
Por exemplo, uma sentença, se imoral, não poderá ensejar uma ação popular. No caso, embora emanada do 
Poder Público em sentido amplo, deverá ser impugnada pela via recursal adequada, como o recurso de 
apelação. 
 Não é possível ajuizar ação popular contra lei em tese. 
Por se tratar de ato tipicamente legislativo – “fazer leis” – não é possível impugná-la por intermédio da ação 
popular. 
Lembre-se de que APENAS ATOS ADMINISTRATIVOS (ou equiparados) são objeto de ação popular. Desse 
modo, não estamos afirmando que atos do Poder Judiciário ou do Poder Legislativo não possam ser objeto 
de ação popular. Afirma-se que ATOS JURISDICIONAIS e ATOS LEGIFERANTES não podem ser impugnados 
por essa ação constitucional. 
Assim, uma decisão administrativa de determinado tribunal é passível de ação popular. Do mesmo modo, 
uma lei de efeitos concretos (lei de caráter administrativo) editada pelo Poder Legislativo também é passível 
de ação popular. É o exemplo da lei que veda fumar em locais frequentados pelo público. 
A Administração Pública, portanto, é, em regra, sujeito passivo da AP. Contudo, temos uma situação peculiar 
em termos processuais, que poderá ser cobrada em prova. A Fazenda Pública pode ser litisconsorte ativo do 
autor na AP. Assim, embora seja ré efetivamente, poderá a Fazenda Pública, no exercício de sua função, 
atuar no polo ativo, a fim de buscar o esclarecimento e a responsabilização pelos danos perpetrados. 
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Ademais, com o julgamento de mérito da Ação Popular, a Fazenda Pública poderá promover o cumprimento 
da sentença, ainda que tenha contestado a ação na fase de conhecimento. 
Objetivo 
O objetivo é aquilo que se pretende com a ação popular. De acordo com o preceito constitucional que vimos 
no início, a ação popular tem por objetivo anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade da qual o 
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. 
A ação popular tem por finalidade a tutela de direitos difusos, quais sejam: patrimônio público, moralidade 
administrativa, meio ambiente e patrimônio histórico, artístico e cultural. 
A Ação poderá ser manejada para a tutela dos objetos acima, tanto em caráter preventivo, com vistas a inibir 
ou remover ilícitos, como em caráter ressarcitório, quando as ilegalidades ou lesões já tiverem sido 
perpetradas. 
De toda forma, é fundamental que você compreenda que a AP possui objeto reduzido quando comparado 
com a ACP. Isso porque, em relação à AP, temos apenas a possibilidade de tutela de direitos difusos. Ao 
contrário, além de tutelar os direitos difusos, a ACP presta-se também à tutela de direitos coletivos e 
direitos individuais homogêneos. 
 PATRIMÔNIO PÚBLICO 
Todos os bens móveis ou imóveis são passiveis de serem protegidos ou ressarcidos pela Ação Popular. Nesse 
contexto, por exemplo, eventuais créditos do Poder Público, ações e direitos também podem ser alvo da AP. 
Pessoas jurídicas de direito privado também podem figurar no polo passivo da Ação Popular quando houver 
dinheiro público envolvido. Esse aspecto é relevante e deve ser bem entendido. Retomando a diferenciação 
do §2º, do artigo primeiro: recebeu dinheiro público poderá ser responsabilizada. 
 
 MORALIDADE ADMINISTRATIVA 
Quanto à moralidade administrativa, não é necessária a ocorrência de dano patrimonial. Se ficar 
caracterizado abuso de direito, desvio de poder ou até mesmo conduta não razoável é possível a utilização 
da Ação Popular para a defesa da moralidade pública. 
SE A PESSOA JURÍDICA DE 
DIREITO PRIVADO
tiver 50% ou mais de 
subvenção ou custeio 
público
responderá integralmente, 
se condenada
tiver menos de 50% de 
subvenção ou custeio 
público
a responsabilidade em sede 
de AP é limitada ao 
percentual de patrimônio 
público lesado
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E o que seria moralidade administrativa? 
Sem adentrar no estudo de Direito Administrativo (que não é nosso objetivo aqui), devemos compreender 
como moralidade administrativa o conjunto de padrões éticos e de boa-fé que devem ser respeitados no 
trato com a coisa pública. É um conceito jurídico indeterminado, cuja integração não prescinde da atuação 
jurisdicional no caso concreto. 
 MEIO AMBIENTE 
Quanto à tutela do meio ambiente, a Ação Popular poderá ser utilizada para a proteção do meio ambiente 
natural, artístico, artificial e cultural. 
 PATRIMÔNIO HISTÓRICO, ARTÍSTICO E CULTURAL 
Em relação a esse objeto, devemos destacar a questão do patrimônio cultural. Para que determinado bem 
imóvel seja considerado patrimônio cultural dependerá de tombamento. 
O tombamento, em linhas gerais, remete à certificação administrativa de que aquele bem, em específico, 
possui valor histórico cultural. Desse modo, questiona-se: 
Bens culturais não tombados não podem ser objeto de AP? 
Podem sim! Contudo, em relação a bens não tombados, é necessário que a parte, em sede preliminar, 
demonstre que o bem possui valor histórico, ao passo que em relação aos bens já tombados o valor histórico 
é presumido. 
Na sequência, vamos distinguir os conceitos de ato lesivo e ato ilegal. Vimos acima quais são esses “atos” 
impugnáveis. Contudo, não vimos a diferença entre o conceito de lesividade e de ilegalidade. 
Um ato ilegal é aquele que é praticado contrariamente à norma jurídica. Assim, um ato ilegal é aquele que, 
na sua formação, viola algum dos elementos de formação do ato administrativo. 
Por isso, no art. 2º, da LAP, temos a seguinte redação: 
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo 
anterior, nos casos de: 
a) incompetência; 
b) vício de forma; 
c) ilegalidade do objeto; 
d) inexistência dos motivos; 
e) desvio de finalidade. 
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Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes 
normas: 
a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do 
agente que o praticou; 
b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de 
formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato; 
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, 
regulamento ou outro ato normativo;d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se 
fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado 
obtido; 
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso 
daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência. 
Assim, se o ato for praticado por pessoa incompetente, com vício de forma, ilegalidade do objeto, 
inexistência de motivo ou desvio de finalidade, poderá ser atacado por AP. 
Não obstante esse dispositivo, a doutrina entende que, para além das situações de violação dos elementos 
que formam o ato administrativo, também é possível vislumbrar a ilegalidade em outras hipóteses, tais como 
na situação de violação de princípios da Administração, como ocorre no caso de nepotismo, em que o 
princípio da moralidade administrativa é afetado. 
Portanto, atente-se para o fato de que o rol constante do art. 3º é meramente exemplificativo. 
Um ato lesivo, por sua vez, é verificado na dilapidação do patrimônio ou, até mesmo, na imoralidade da 
conduta. 
O art. 4º, acima, traz um rol exemplificativo de atos lesivos que possuem a qualidade de presunção absoluta. 
Vale dizer, é absolutamente presumida a ilegalidade e lesividade, sem a possibilidade de prova em contrário. 
Para encerrar o tópico, questiona-se: 
O ato deve ser ilegal e lesivo, ou basta a configuração de um e de outro? 
O entendimento majoritário da doutrina e da jurisprudência é no sentido de que ambos devem ser 
considerados conjunta e acumuladamente. 
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Competência 
No que diz respeito à competência para ajuizar a ação popular, devemos saber, inicialmente, que, ao 
contrário de outras ações, não há a possibilidade de ajuizamento de ação popular perante os tribunais, na 
denominada competência por prerrogativa de função. 
Dito de outro modo, todas as ações se iniciam pelo primeiro grau de jurisdição. Tal como ensina a doutrina3, 
“ainda que se trate de ato praticado pelo Presidente da República, não haverá foro privilegiado, sendo 
competente a justiça federal de primeira instância”. 
O que o dispositivo acima explica é que, para a definição da competência para julgamento da ação popular, 
seguiremos as regras tradicionais de distribuição de competência, tendo em vista a esfera administrativa da 
qual decorreu o ato lesivo. 
Por exemplo, se figurar no polo passivo da ação popular algum órgão federal, a ação civil pública será 
ajuizada perante a Justiça Federal, por força do art. 109, da CF. 
Portanto, não há nenhuma novidade no que diz respeito à distribuição da competência da ação civil pública. 
Processo 
O art. 7º, da LAP, trata do procedimento. A regra é simples: seguimos o CPC. 
O que o dispositivo abaixo faz, é elencar algumas regras específicas. Veja: 
 Ao CITAR as partes, o juiz deverá determinar a intimação do Ministério Público. 
O autor poderá preferir a citação por edital dos beneficiários da conduta ilícita, por intermédio de publicação 
com prazo de 30 dias, por três vezes. 
 Ao despachar a petição inicial, além da citação, o Juiz poderá determinar a REQUISIÇÃO de documentos. 
Essa requisição pode decorrer de requerimento da parte autora que não conseguiu obtê-los pela via regular 
ou de ofício pelo próprio magistrado. Para tanto, o juiz irá fixar prazo de 15 a 30 dias para que a repartição 
pública apresente os documentos. 
 Citadas as partes, os réus têm prazo de 20 dias para apresentar contestação. Admite-se, entretanto, a 
prorrogação desse prazo, por mais 20 dias (totalizando 40), quando for difícil a produção da prova 
documental. 
 
3 NOVELINO, Marcelo. Manual de Direito Constitucional, volume único, 9ª edição, rev. e ampl., São Paulo: Editora Método, 
2014, versão eletrônica. 
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==1365fc==
 Após apresentação da contestação, temos o DESPACHO SANEADOR, no qual será determinada a 
PRODUÇÃO DE PROVAS (testemunhal ou pericial). 
 Produzidas as provas, as partes serão intimadas para se manifestarem no prazo de 10 dias, para 
ALEGAÇÕES FINAIS. 
 Na sequência, temos a previsão da prolação de SENTENÇA pelo magistrado. Juntadas as alegações, os 
autos serão conclusos no prazo de 48 horas e a sentença deverá ser lançada do prazo de 15 dias. Se o juiz 
não observar o prazo, sofrerá consequências, a não ser que justifique, no momento da sentença, as razões 
da demora. 
Vamos aprofundar um pouco a análise da requisição de documentos. 
Prevê o art. 1º, §4º, da LAP, que antes de ajuizar a ação inicial, a parte interessada poderá requerer 
documentos de órgãos públicos. Esses documentos devem ser fornecidos no prazo de 15 dias, conforme 
estipula o §5º, do art. 1º. 
Em tese, a única forma que temos de negativa para fornecimento dessas informações é nos casos de sigilo. 
Hipótese em que temos a possibilidade da autoridade ou do administrador negar o fornecimento do 
documento. 
Mesmo assim, em algumas situações, não há a apresentação dos documentos pela repartição pública. Assim, 
quando ajuizar a ação, a parte autora irá requerer ao juiz para que seja determinada a requisição judicial dos 
documentos. 
O art. 8º, da LAP, prevê a aplicação de pena à autoridade ou ao administrador que não atender à requisição 
do juiz para apresentação do documento. 
Se a parte agir com interesses espúrios no processo, poderá ser condenada a indenizar o dano processual 
causado. Assim, se temerária a ação, o autor sofrerá multa no valor de 10 vezes o montante devido de custas. 
Procedente a ação popular, o magistrado irá apurar o valor na fase de cumprimento de sentença, na forma 
do art. 14, da LAP. 
O art. 15, da LAP, por sua vez, prevê a possibilidade de responsabilização administrativa do servidor que 
tenha praticado os atos irregulares. 
O art. 16, da LAP, prevê a obrigatoriedade da execução de sentença que, se não for promovida pela parte 
autora da ação, será obrigatoriamente executada pelo Ministério Público após inércia superior a 60 dias: 
Na forma do art. 18, da LAP, temos a previsão da coisa julgada “erga omnes” para a sentença em ação 
popular, uma vez que o interesse público tutelado é o da coletividade. 
O art. 19, da LAP, traz três regras importantes. Atenção! 
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Da sentença que implicar a 
extinção sem julgamento de 
mérito ou improcedência, 
haverá DUPLO GRAU DE 
JURISDIÇÃO OBRIGATÓRIO.
Das decisões interlocutórias, 
cabe AGRAVO DE 
INSTRUMENTO.
Da sentença, pode recorrer a 
parte, qualquer outro CIDADÃO 
ou o MINISTÉRIO PÚBLICO.
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AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
Noções gerais e aspectos históricos 
A Ação Civil Pública é fruto do desenvolvimento da sociedade de massa, que se caracteriza pela criação de 
padrões de consumo e de hábitos culturais. Dessa realidade decorre, paralelamente, a urbanização, que gera 
novas demandas na sociedade e, também, a ocorrência de graves problemas ambientais. Além disso, nota-
se a fragmentação política com a criação de centros de poder, com destaque para o surgimento de 
associações representativas. 
Essa realidade impõe a necessidade de novos instrumentos jurídicos, inclusive processuais. Nesse contexto, 
como antecedente primário, destaca-se a Lei nº 7.347/1985 – denominada de Lei da Ação Civil Pública – 
criada para propiciar o controle da gestão da coisa pública.Essa normativa, juntamente com a influência das class actions e da doutrina italiana sobre a temática, fez 
desenvolver, em nosso ordenamento jurídico, a necessidade de rediscutir o processo tradicional, 
especialmente no que diz respeito à legitimação para agir, aos efeitos da coisa julgada e aos meios específicos 
de tutela jurisdicional. 
Com a edição da Lei nº 7.347/1985 (LACP) e, posteriormente, com a Constituição de 1988, temos a base para 
o surgimento e o desenvolvimento da ACP. Nesse contexto, dada a referência em sede Constitucional (muito 
embora não esteja topografada dentro da parte relativa aos direitos e às garantias individuais) o 
entendimento majoritário da doutrina é no sentido de que a ACP é também uma ação constitucional 
protegida pela regra da cláusula pétrea. 
Após a edição da LACP sucede uma série de atos normativos relevantes que compõem o que conhecemos 
hoje como microssistema de tutela coletiva, a exemplo do CDC, do ECA, da Lei de Improbidade 
Administrativa, entre outros. 
A Constituição Federal teve o papel fundamental de aplicar a gama de possibilidades de manejo de ações 
coletivas em nosso ordenamento, de forma que o entendimento uníssono na doutrina é no sentido de que 
temos um sistema de processo coletivo orientado por preceitos constitucionais e pelas normas da LACP. 
A ACP constitui uma ação de caráter cível (não penal) que tem por finalidade tutelar interesses difusos e 
coletivos. Desse modo, podemos falar em ACP em sentido amplo e em ACP em sentido estrito. 
Como assim? 
Toda vez que estivermos diante de uma ação de caráter cível que possa abranger a tutela de direitos difusos 
ou de direitos coletivos, abre-se caminho para o ajuizamento de ações civis públicas. 
Por exemplo, uma Ação Declaratória de Inconstitucionalidade (ADI) é uma ação civil pública em sentido 
amplo, dado que objetiva proteger um direito difuso. O mesmo ocorre em relação à ação trabalhista de 
dissídio coletivo de greve, que retrata um interesse coletivo levado à discussão judicial. Portanto, é uma ação 
civil pública em sentido amplo. 
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Assim, toda vez que estivermos diante de interesses difusos e coletivos, a tutela respectiva dar-se-á por 
intermédio de uma ação civil pública, ainda que em sentido amplo. 
Veja: 
 
Em rápida síntese, temos: 
DIFUSOS COLETIVOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS 
Transindividual Real 
(material): 
essencialmente coletivo. 
Transindividual Real (material): 
essencialmente coletivo. 
Transindividual artificial (formal): 
Acidentalmente Coletivos 
Objeto Indivisível Objeto Indivisível Objeto divisível 
Titulares agregados por 
circunstâncias de fato 
Titulares agregados por relação 
jurídica entre si ou com a parte 
contrária. 
Titulares agregados por situação em 
comum: de fato ou de direito. 
Indivisibilidade absoluta 
dos titulares. 
Determinabilidade dos titulares 
(indeterminabilidade relativa) 
Determinabilidade dos titulares 
 Recomendabilidade do tratamento 
conjunto (característica apontada pela 
doutrina e jurisprudência). 
 
Portanto, a ação civil pública poderá ser utilizada para a tutela de direitos difusos, coletivos e direitos 
individuais homogêneos. 
Apenas um detalhe... 
Como descrevemos acima, a ação civil pública designa todas as ações não penais de tutelam as espécies de 
direitos acima descritos. Para evitar confusões, a doutrina passou a adotar a expressão “direitos coletivos”, 
a fim de que não ocorra confusão terminológica com a ACP, objeto específico de nosso estudo. 
INTERESSES 
ESSENCIALMENTE 
COLETIVOS x INTERESSES 
ACIDENTALMENTE 
COLETIVOS
Intesse essencialmente 
coletivo
Interesse Difuso
Interesse Coletivo
Interesse acidentalmente 
coletivo
Interesse Individuais 
Homogêneos
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Legitimidade 
Ativa 
A legitimação para a ação civil pública é disjuntiva e concorrente. É denominada de concorrente pois 
qualquer pessoa poderá agir em defesa de direito próprio. Por outro lado, denomina-se disjuntiva porque, 
na medida em que uma parte legítima ingressa com a ACP, os demais não poderão mais ingressar em juízo 
com a mesma ação, sob pena de caracterização da litispendência. 
Desse modo, o entendimento predominante na doutrina e na jurisprudência é no sentido de que a 
legitimação para a ACP é extraordinária, dada as peculiaridades que explicamos acima. 
Vamos aprofundar um pouco mais... 
 
No direito processual individual, a legitimação passa pela análise do direito material. Vale dizer, em regra, 
que a pessoa, ao ingressar em juízo, é o titular do direito material. Nesse caso, temos a legitimação ordinária. 
Há, entretanto, situações específicas nas quais quem ingressa em juízo não é o titular do direito material, 
mas processualmente é habilitado a atuar. Em tais situações, temos a legitimação extraordinária. 
Assim: 
 
No caso do processo coletivo, a legitimação É TÃO SOMENTE UMA QUESTÃO PROCESSUAL. Não há como 
identificar (ou delimitar em determinadas situações) o titular do direito material. Por isso, parte da doutrina 
refere que a legitimação na ação coletiva é autônoma em relação ao direito material, o que não se observa 
quando estamos analisando a questão da legitimação no processo individual. 
Em razão disso, na tutela individual, quando a parte atuar em juízo na defesa de direito de outrem, configura-
se a substituição. 
Nesse contexto, na LACP você deve atentar-se ao art. 5º: 
LEGITIMAÇÃO 
ORDINÁRIA 
o titular do direito material é o 
legitimado a ingressar em juízo
LEGITIMAÇÃO 
EXTRAORDINÁRIA
o titular do direito material não é 
a pessoa legitimada a ingressar 
em juízo
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Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: 
I - o Ministério Público; 
II - a Defensoria Pública; 
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; 
V - a associação que, concomitantemente: 
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; 
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, 
ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos 
de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, 
turístico e paisagístico. 
§ 1º O Ministério Público, SE NÃO intervier no processo como parte, ATUARÁ 
obrigatoriamente como fiscal da lei. 
§ 2º Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas nos termos deste 
artigo habilitar-se como litisconsortes de qualquer das partes. 
§ 3º Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o 
Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa. 
§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja 
manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela 
relevância do bem jurídico a ser protegido. 
§ 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União, do 
Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei. 
§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de 
ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá eficácia 
de título executivo extrajudicial. 
Esse dispositivo é central para o nosso estudo! 
Em segundo lugar, o Ministério Público possui atuação destacada em sede de ACP. 
Alémda CF explicitar que o ajuizamento de ações civis públicas está dentre as funções institucionais do 
órgão, o MP deve atuar em todos os processos de ACP, mesmo naqueles em que não for parte. Em tais 
situações, o MP atuará como fiscal da lei (custos legis). 
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Além do mais, na hipótese de desistência da parte que originariamente ingressou com a ACP, o MP poderá 
assumir a ação como legitimado ativo superveniente. 
Registre-se, ainda, que o MP poderá atuar isoladamente ou de forma conjunta com MPs em litisconsórcio 
ativo, por exemplo, entre o MPU e os MPEs. 
Ademais, o dispositivo deixa claro que o cidadão pode, e o servidor deve, levar a conhecimento do MP 
situações que possam ensejar a propositura da ACP. 
Ainda em relação aos legitimados, é importante destacar que existem alguns órgãos que, embora não 
tenham personalidade jurídica, possuem legitimidade ativa para a o ajuizamento de ACPs, com fundamento 
no art. 82, III, do CDC. É o caso, por exemplo, dos PROCONs que, segundo a doutrina e a jurisprudência, são 
legitimados ativos para ajuizamento de ACP. 
Importante frisar, ainda, que: 
 as agências reguladoras e as agências executivas, na qualidade de autarquias em regime 
especial, detêm legitimidade ativa para a ACP. 
 as organizações sociais, por não constarem do rol do art. 5º, não possuem legitimidade 
para ajuizamento da ACP. 
 as organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP), do mesmo modo, não 
possuem legitimidade para a ação que estamos estudando. 
Outra discussão relevante dentro do assunto envolve a questão da pertinência temática para ajuizamento 
da ACP. Em relação às pessoas jurídicas – públicas ou privadas – que podem ingressar com a ação, discute-
se se a entidade somente pode ingressar com a ação quando se relacionar a situações atinentes à atividade-
fim ou em defesa da população que as formam. 
No que diz respeito aos entes da Administração Pública, o entendimento majoritário atualmente é no 
sentido de que é necessário verificar a pertinência temática. 
Portanto, para a prova devemos ter em mente que as entidades da Administração Pública só podem propor 
ACP em defesa de interesses que coincidam com as suas finalidades. 
Em relação às pessoas políticas – como um município ou um estado-membro – devem demonstrar a 
pertinência temática denominada de subjetiva, vale dizer, somente podem propor a ação em defesa da 
população que o formam. Desse modo, não seria admissível o ajuizamento de uma ACP em um determinado 
município para defesa de direitos que envolvem município vizinho. 
Por fim, no que diz respeito aos demais legitimados, a pertinência temática é dita objetiva, ou seja, relaciona-
se com a finalidade institucional do órgão. 
Para a prova... 
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Notícia de fato que enseja ACP 
Ainda dentro desse tópico, cumpre trazer, de forma destacada, a redação do art. 6º, da LACP. 
Vimos que as pessoas naturais não têm legitimidade para ajuizar a ACP. Contudo, se tiverem ciência podem, 
ou devem, informar às autoridades sobre os fatos ocorridos. 
Portanto: 
 
Finalizamos, assim, os destaques das principais informações relativas à legitimidade ativa. Na sequência, 
veremos as regras relativas à legitimidade passiva nas ACPs. 
Passiva 
No que diz respeito à legitimidade passiva, podem ser demandadas tanto pessoas naturais quanto pessoas 
jurídicas, de direito público ou de direito privado. Além disso, de acordo com a doutrina, pessoas formais, 
como o condomínio ou a massa falida, podem figurar no polo passivo de tais ações. 
Objeto 
No que diz respeito ao objeto da ACP, devemos levar em consideração, em um primeiro momento, a redação 
do art. 1º, da LACP. Confira: 
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de 
responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: 
l - ao meio-ambiente; 
PERTINÊNCIA TEMÁTICA
Administração Pública
defesa de interesses que 
coincidam com suas 
finalidades
Pessoas Políticas
defesa de interesses da 
população que os formam
Demais Legitimados
Defesa de interesses 
relacionados com as 
finalidades institucionais
PESSOA NATURAL poderá notificar fatos ao MP
SERVIDOR PÚBLICO deve informar fatos ao MP
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ll - ao consumidor; 
III – a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; 
IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo. 
V - por infração da ordem econômica; 
VI - à ordem urbanística. 
VII – à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos. 
VIII – ao patrimônio público e social. 
Parágrafo único. NÃO será cabível ação civil pública para veicular pretensões que 
envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de 
Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser 
individualmente determinados. 
Esses objetos de tutela por intermédio da ação civil pública podem resultar em uma condenação de natureza 
pecuniária ou, também, conforme consta do art. 3º, da LACP, em uma condenação de obrigação de fazer ou 
não fazer. 
Assim, se for o caso de ação cujo objeto seja obrigação de fazer ou não fazer, a sentença determinará o 
cumprimento da obrigação, sob pena de aplicação de multa diária (astreintes) pelo não cumprimento. 
Na sequência, vamos analisar alguns aspectos pontuais: 
 ACP E PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO 
Tal como na Ação Popular, não há impedimento para que a ACP seja utilizada para a defesa do patrimônio 
público. Temos, nessa hipótese, o concurso de ações versando sobre o mesmo objeto. 
 ACP PARA CONTROLE DE OMISSÕES EM POLÍTICAS PÚBLICAS 
De acordo com o entendimento do STF, admite-se a utilização da ACP para que o Ministério Público exija a 
consecução de política pública já legislada. O que não é possível é o manejo da ACP para defender 
determinada política pública não regulamentada. 
 ACP NO CONTROLE INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE, DESDE QUE NÃO SEJA O OBJETO PRINCIPAL 
Nada impede que, no bojo de determinada ação civil pública, seja suscitada, em sede preliminar, a 
inconstitucionalidade de determinada lei. Não se admite, por outro lado, que a ação seja utilizada, segundo 
entendimento do STF, como objeto único da demanda. 
 IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DA ACP 
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De acordo com o parágrafo único do art. 1º, da LACP, acima citada, não é possível utilizar a ação para alguns 
objetos específicos. 
Competência 
O foro competente para propositura da ACP é o local onde ocorreu o dano. De acordo com a literalidade do 
art. 2º, da LACP, trata-se de competência funcional, de natureza absoluta. 
A competência para a propositura da ACP é funcional e leva em consideração o local de 
ocorrência do dano. 
Tutela provisória 
Na sequência da análise dos dispositivos da LACP, veja o art. 4º: 
Art. 4º Poderá ser ajuizada ação cautelar para os fins desta Lei, objetivando, inclusive, evitar 
dano ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à honra e à 
dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos, à ordem urbanística ou aos bens e 
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. (Redação dada pela 
Lei nº 13.004, de 2014) 
O dispositivo fala em “ação cautelar”. Compatibilizando com a terminologiado CPC, podemos afirmar que é 
possível a concessão de tutela provisória antecedente de caráter cautelar. 
A finalidade de tal medida envolve ações com caráter preventivo, por intermédio do qual se pretende evitar 
o dano ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à honra e à dignidade de grupos 
raciais, étnicos e religiosos, à ordem urbanística ou aos bens e direitos de valor artístico, histórico turístico e 
paisagístico. 
É possível, também, que a parte requeira, de forma incidental, a concessão de medida liminar no próprio 
bojo da ação civil pública. Nesse caso, essa medida – por decisão do juiz – poderá ser com ou sem justificação 
prévia. Se for sem justificação prévia, temos uma situação de medida liminar inauditera altera pars (sem a 
oitiva da parte contrária). 
Procedimento 
No que diz respeito ao processamento da ação civil pública, vamos começar nossa análise pelo art. 8º, da 
LACP, que trata da instrução da ação civil com certidões e documentos que se encontram perante o Poder 
Público. 
Esse dispositivo é importante porque, na prática, muitas vezes, os órgãos públicos são demandados como 
réus em ações civis públicas. Contudo, esses mesmos órgãos mantêm controle sobre informações centrais 
para o deslinde da ação proposta. 
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Desse modo, é natural que não haja interesse em fornecer essas informações, que podem ser decisivas para 
a condenação na ação civil. 
Como o interesse tutelado é público, o art. 8ª, caput, estabelece que a parte poderá requerer essas 
informações à autoridade competente, que terá prazo de 15 dias para o fornecimento. Caso esse prazo não 
seja observado, a parte informará – quando da interposição da ação – a negativa do órgão administrativo 
para que o juiz faça a requisição do documento. 
Isso se aplica como regra. 
Contudo, quando o legitimado é o próprio Ministério Público, o órgão ministerial poderá ajuizar inquérito 
civil para levantar documentos suficientes à formação do convencimento e do ajuizamento da ação civil 
pública. O Ministério Público poderá, ainda, requisitar diretamente os documentos, que devem ser 
encaminhados pela autoridade em prazo não inferior a 10 dias úteis. 
Cuidado: 
 
Importante destacar que o não atendimento à requisição do Ministério Público é crime, conforme prevê o 
art. 10, da LACP. 
O art. 9º, por sua vez, trata da promoção do arquivamento dos autos de inquérito civil antecedente à 
propositura da ação. Se o órgão do Ministério Público realizou inquérito e, ao final desse procedimento, 
concluiu não haver fundamento para propor a ação, poderá promover o arquivamento do inquérito. 
Contudo, esse arquivamento dependerá de homologação pelo Conselho Superior do Ministério Público 
(CSMP). Assim, no prazo de três dias, a contar da promoção do inquérito pelo membro do MP, os autos 
devem ser remetidos ao CSMP para homologação. 
Condenação em Dinheiro 
O art. 13 trata do produto da condenação em dinheiro. Se ao final da ação civil pública houver condenação 
para indenizar os danos causados, os valores eventualmente arrecadados serão revertidos para fundos 
geridos por conselhos, na forma do dispositivo abaixo. Para fins de prova, a leitura atenta ao dispositivo é o 
suficiente: 
Efeito suspensivo do recurso em ação civil pública 
Outra regra específica na ação civil pública é a que trata do efeito suspensivo dos recursos. 
REQUERIMENTO DE DOCUMENTOS PELOS 
LEGITIMADOS
15 dias
REQUISIÇÃO DE DOCUMENTOS PELO MP
não inferior a 10 dias 
úteis
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Em regra, da sentença de primeiro grau cabe recurso de apelação para o tribunal. Esse recurso não possui 
efeito suspensivo e sim efeito devolutivo. Desse modo, apenas devolve-se a matéria para reanálise pelo 
órgão judiciário ad quem, mas a sentença produz efeitos, podendo ser executada. 
O art. 14, da LACP, todavia, prevê a possibilidade de o juiz conceder efeito suspensivo ao recurso DESDE QUE 
seja demonstrada a possibilidade de dano irreparável à parte. 
Execução de sentença 
O cumprimento de sentença condenatória em ação civil pública deve ser promovido pelo próprio legitimado, 
autor da ação. Contudo, caso o legitimado não adote as providências para o cumprimento da sentença, 
temos a possibilidade de execução pelo Ministério Público, em razão da indisponibilidade do interesse 
público. 
Estudamos esse tema no início da aula como o “princípio da obrigatoriedade da execução coletiva pelo 
Ministério Público”. 
Coisa Julgada Erga Omnes 
A indivisibilidade do objeto na ação civil pública implica dizer que a ameaça ou a lesão ao direito de um de 
seus titulares configura igual ofensa ao direito a toda coletividade. Do mesmo modo, o afastamento da 
ameaça ou a reparação do dano causado a um dos titulares beneficia, igualmente e a um só tempo, todos os 
demais. 
Em razão disso, a indivisibilidade do objeto confere à coisa julgada, em ações coletivas sobre direitos difusos, 
efeitos erga omnes, ou seja, a sentença que versar sobre tais direitos emanará sua eficácia para além das 
partes do processo, beneficiando a todos os que, mesmo não tendo composto um dos polos processuais, 
tiverem ameaçado ou lesado o direito. 
Litigância de má-fé 
A litigância de má-fé remete ao estudo do dano processual. 
Se a parte agir com interesses espúrios no processo, poderá ser condenada a indenizar o dano processual 
causado. No contexto do art. 17, da LACP, temos que, se a associação propor uma ação com má-fé, sofrerá 
condenação em honorários advocatícios e em multa no valor de 10 vezes o montante devido de custas, além 
da condenação por perdas e danos. 
 
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HABEAS DATA 
Noções Constitucionais 
O histórico do habeas data é o mesmo do mandado de segurança coletivo, vale dizer, é uma ação que surge 
com a CRFB de 1988. 
Em relação à legislação pertinente, devemos citar o art. 5º, LXXII, da CRFB: 
LXXII - conceder-se-á "habeas-data": 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, 
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter 
público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial 
ou administrativo; 
Trata-se, portanto, de uma garantia constitucional de caráter civil e com rito processual específico 
sumarizado, que tem por finalidade reagir contra condutas arbitrárias do Estado no sentido de ocultar 
informações relativas às pessoas em geral. 
Atualmente, toda a regrativa do habeas data envolve a aplicação da Lei nº 9.507/1997, a qual, na sequência, 
passamos a estudar. 
Lei nº 9.507/1997 
O caput do art. 1º trazia o conceito de habeas data, contudo, foi vetado pelo Poder Executivo sob o 
argumento de que a matéria possui delimitação constitucional. 
Portanto, devemos saber que o habeas data poderá ser concedido em duas hipóteses: 
1ª hipótese: para assegurar o conhecimento de informações do impetrante que constam 
em bancos de dados; e 
2ª hipótese: para retificação de dados. 
São essas as duas hipóteses constitucionais de cabimento da ação. 
O parágrafo único do art. 1º explicita o conceito de caráter público. Note que esses dados podem estar, 
segundo a constitucional, armazenados em bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter 
público. 
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219Será considerado público todo e qualquer registro ou banco de dados que contenha informações 
transmissíveis a terceiros e que não sejam privativas. 
Nos primeiros três artigos, a Lei nº 9.507/1997 fixa alguns parâmetros para o requerimento administrativo 
desses dados e informações pessoais. De acordo com o art. 2º, a entidade que estiver na posse das 
informações deve decidir pela possibilidade, ou não, do fornecimento das informações no prazo de 48 horas, 
que deve ser comunicada ao requerente no prazo de 24 horas. 
Caso não haja fornecimento ou não seja decido no prazo, surge a possibilidade de ajuizamento da ação 
constitucional. 
Deferido o pedido, será marcado dia e hora para que o requerente tome conhecimento das informações. 
Se, após analisar as informações prestadas, o interessado constatar alguma inexatidão, poderá solicitar a 
alteração do conteúdo dessas informações no prazo de 10 dias. 
Assim, diante da negativa do órgão responsável pelas informações ou da não retificação dos dados na forma 
administrativa, abre-se espaço para o ajuizamento do habeas data: 
Note que temos mais hipóteses de cabimento quando comparamos com o dispositivo constitucional. 
Além do pedido para acesso e retificação das informações, o interessado poderá ajuizar a ação de modo que 
a contestação à informação dada ou a explicitação em face das informações registradas possam ser anotadas 
no cadastro do interessado junto a bancos de dados públicos. 
Em relação ao pedido, o art. 8º trata de regras procedimentais, mais especificamente da petição inicial. Em 
face da publicação do CPC, devemos observar os arts. 319 e 321. Além de observar os requisitos 
tradicionalmente exigidos no procedimento comum, a ação deverá observar dois outros requisitos 
específicos, estabelecidos no dispositivo abaixo: 
Portanto... 
 
Portanto, o autor, além observar os requisitos regulares da petição inicial, deverá apresentar a ação em duas 
vias e trazer prova pré-constituída na negativa administrativa. 
No caso de pedido de acesso às informações, deve informar a negativa de fornecimento. 
REQUISITOS DA 
PETIÇÃO INICIAL
requisitos do procedimento 
comum (arts. 319/320 do CPC); e
2 vias
prova pré-constituída da 
negativa, da recusa à retificação 
ou da recusa à anotação
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Em relação à hipótese em que o autor pede pela retificação, deverá provar a recursa à retificação ou o 
decurso do prazo de 10 dias fixados para que o responsável pela administração do cadastro efetue a 
alteração requerida. 
Por fim, quando o autor pretende a anotação da contestação ou do esclarecimento, deve provar recusa. 
O art. 9º fala em notificação da autoridade coatora a fim de que preste informações no prazo de 10 dias. 
Contudo, como você verá na medida em que evoluirmos com a análise da lei, trata-se de citação, pois essas 
informações a serem prestadas no prazo de 10 dias constituem a própria defesa da entidade. 
Assim, podemos afirmar que o réu será citado para a defesa no prazo de 10 dias. 
Caso, entretanto, o magistrado, antes mesmo de determinar a notificação identifique não se tratar de 
hipótese que enseja a ação constitucional ou se estiver ausente alguns dos requisitos da petição inicial, 
indeferirá liminarmente o pedido, extinguindo-o sem julgamento do mérito. 
É importante que você entenda que essa sentença liminar é proferida antes mesmo da integração do réu à 
lide. 
Além disso, cumpre esclarecer que, à luz do CPC, que se aplica subsidiariamente ao procedimento do habeas 
data – em especial em relação à principiologia do atual Código – caso estejam ausentes alguns dos requisitos 
da petição inicial, a fim de observar o princípio da primazia da decisão de mérito, o juiz deverá conceder 
prazo para que a parte possa retificar o erro procedimental. Caso, intimada, não efetue a complementação 
determinada, opera-se o indeferimento liminar. 
O art. 11 é singelo e traz a necessidade de juntada do aviso de recebimento aos autos com a finalidade de 
comprovar a notificação da autoridade. 
Com uma citação notificada, a parte ré terá prazo de 10 dias para prestar informações. Note que é um prazo 
reduzido, justamente porque o procedimento do habeas data é sumarizado. 
Decorrido o prazo, com ou sem a prestação das informações, os autos são encaminhados para o Ministério 
Público, o qual deve emitir parecer no prazo de cinco dias, na qualidade de fiscal da ordem jurídica. 
Em seguida, o processo é remetido à conclusão para julgamento, na forma do art. 12 da Lei nº 9.507/1997. 
Note que o juiz deve decidir no prazo de cinco dias. 
Assim, basicamente temos a seguinte estrutura de procedimento: 
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Pergunta: 
Não há instrução? 
Isso mesmo, trata-se de procedimento sumário e especial, que exige que os fatos sejam demonstrados por 
intermédio de provas documentais, visando tornar o procedimento o mais breve possível. 
Na verdade, a depender da hipótese de cabimento que estudamos acima, temos um direcionamento 
específico para a sentença. 
Se houver negativa, o juiz determinará a apresentação das informações; se houver recusa à retificação, o juiz 
determinará que seja retificada; e se a pretensão for a anotação, determina-se o registro da contestação ou 
o esclarecimento no assentamento. 
Da sentença, é cabível recurso de apelação para o Tribunal. Esse recurso terá meramente efeito devolutivo, 
de modo que a sentença poderá ser executada. 
Pergunta-se: 
Desse modo, não há a possibilidade de concessão de efeito suspensivo? 
Há sim! Efetuada a prova de perigo de dano ou de difícil reparação em face da sentença proferida, o 
recorrente poderá pedir, ao Presidente do Tribunal para o qual o recurso foi dirigido, que haja a concessão 
do efeito suspensivo. 
Concedido tal, enquanto não julgada a ação constitucional, a sentença não produzirá efeitos. Dessa decisão, 
que é uma decisão monocrática proferida por um dos integrante do Tribunal (o Presidente), cabe recurso de 
agravo a fim de que o órgão colegiado delibere definitivamente quanto aos efeitos em que o recurso será 
recebido. 
O art. 18 traz a regra aplicável aos processos que são extintos sem julgamento do mérito. Vimos acima que, 
se não houver prova documental ou não forem preenchidos os requisitos da petição inicial, o processo será 
1) Ajuizamento
2) Notificação
3) Prestar informações (10 dias)
4) Parecer do MP (5 dias)
5) Conclusão
6) Sentença (5 dias)
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extinto sem julgamento do mérito. Nesse caso, conforme o dispositivo abaixo, a parte poderá encontrar 
meios para retificar esses vícios e, novamente, ajuizar a ação. 
Por exemplo, a parte ingressa com o pedido, mas não junta prova documental da recusa administrativa. O 
processo será extinto sem julgamento do mérito. Posteriormente, haverá a obtenção de documentos 
capazes de provar o pedido. Poderá novamente ajuizar a ação de habeas data, pois a sentença anterior 
ocorreu sem o julgamento do mérito. 
 
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MANDADO DE INJUNÇÃO 
O mandado de injunção nasce com a Constituição de 1988. Fazer injunção é colmatar lacunas, de forma que 
o mandado de injunção é a ação que visa preencher vazios deixados pela Constituição. 
No estudo das normas constitucionais, destacamos as normas de eficácia limitada que exigem a edição de 
norma regulamentadora.Esse é o contexto no qual é cabível o mandado de injunção. 
O mandado de injunção está consagrado no inc. LXXI, do art. 5º, da CRFB, não havendo previsão de legislação 
infraconstitucional. 
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora 
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas 
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; 
Atualmente, a regulamentação do mandado de injunção é dada pela Lei nº 13.300/2016, como explicita o 
art. 1º. O cabimento do mandado de segurança na Lei nº 13.300/2016 segue o padrão descrito na CF. 
O art. 3º trata dos legitimados para ajuizamento do mandado de injunção. Poderão ajuizar a ação tanto 
pessoas naturais (ou físicas) como pessoas jurídicas que sejam titulares de direitos que dependem de 
regulamentação estatal. Caso essa norma regulamentadora possa prejudicar o exercício de direitos, a 
liberdade ou as prerrogativas relacionadas à nacionalidade, à soberania ou à cidadania, admite-se o 
mandado de injunção. 
Havido o prejuízo, a parte interessada poderá ingressar em juízo. Essa peça inicial deverá, segundo o que 
estabelece o art. 4º, observar: 
 os requisitos estabelecidos pela legislação processual (arts. 319/321, do CPC); 
 a indicação do órgão e da pessoa jurídica respectiva. 
Além disso, a parte deverá juntar as provas documentais capazes de provar o alegado. Assim, se 
eventualmente a prova estiver em poder da autoridade responsável pela violação do direito ou em poder de 
terceiros, o autor deverá requerê-las. Caso haja negativa da parte contrária, o autor ajuizará a ação e efetuará 
requerimento de requisição judicial. 
Caso deferido o requerimento, o juiz irá ordenar à parte contrária que efetue a juntada dos documentos no 
prazo de 10 dias. 
De posse da petição inicial, o juiz determinará que a parte notifique o impetrado para prestar informações 
no prazo de 10 dias, além disso, determinará que o órgão de representação judicial seja notificado para que 
possa ingressar no processo e efetuar a defesa da entidade. 
Por exemplo, vamos imaginar a ausência de norma regulamentadora de órgão vinculado ao Estado na área 
de saúde, de responsabilidade do Secretário de Saúde. Caso o Secretário, embora responsável, não edite 
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determinada Resolução da Secretaria de Saúde para tratar de questões técnicas e, em face disso, tenhamos 
prejuízo a direitos, revela-se possível utilizar o mandado de injunção. Ajuizada a ação, o magistrado 
determinará a notificação do impetrado (o Secretário de Saúde) para prestar informações no prazo de 10 
dias e, além disso, a ciência da Procuradoria do Estado para que possa efetuar a defesa jurídica do órgão. 
No art. 6º temos a possibilidade de indeferimento inicial da petição de mandado de injunção. Quando se 
tratar de ação manifestamente incabível ou manifestamente improcedente, o juiz poderá, antes mesmo da 
notificação do réu, extinguir a ação sem resolução do mérito. Se essa decisão for dada por tribunal, teremos 
uma decisão monocrática da qual caberá agravo para o órgão colegiado. 
Caso admissível a ação, o magistrado determinará a prestação de informações no prazo de 10 dias. Decorrido 
o prazo ou prestadas as informações, será determinada a intimação do Ministério Público para que, na 
condição de fiscal da ordem jurídica, emita parecer no prazo de 10 dias. Após, o processo será encaminhado 
para julgamento. 
A sentença, se favorável, obedecerá aos preceitos do art. 8º. Note que essa sentença não é tradicional, tal 
como as sentenças em geral. Na realidade, se procedente, o magistrado estará reconhecendo que o Poder 
Legislativo, ou o Poder Executivo, deixou de cumprir com o seu papel, omitindo-se em relação a assuntos 
que deveria legislar ou regulamentar. 
Evidentemente que o Poder Judiciário não pode legislar o assunto em sentença, nem obrigar diretamente o 
órgão condenado a fazê-lo. Não obstante, o magistrado tem o dever de dar solução ao caso concreto posto 
em juízo. 
Nesse contexto, se o juiz entender que é caso de mora legislativa, decidirá com a observância de dois 
aspectos: 
 determinar prazo razoável; e 
 estabelecer condições para o exercício do direito até a superveniência da lei. 
Assim, enquanto não houver a regulamentação pelo órgão efetivamente competente, a parte gozará do 
direito por intermédio da eficácia da sentença. Evidentemente que essa decisão é intrapartes, ou seja, aplica-
se apenas à parte que ingressar em juízo e que obtiver pronunciamento favorável. 
Essa é a regra que consta do art. 9º! 
Fique atento, não obstante a regra, é possível conferir efeitos ultrapartes. 
O que o art. 9º estabelece é que é possível estender os efeitos do mandado de injunção individual para além 
das partes. Para tanto, é necessário constatar que seja indispensável ao exercício de direito, à liberdade ou 
à prerrogativa analisada no mandado de injunção. 
O art. 10 trata da ação de revisão em mandado de injunção. A finalidade dessa ação não é desconstituir a 
coisa julgada (por isso não é ação rescisória), mas analisar novamente a aplicabilidade da decisão em razão 
de novas circunstâncias de fato e de direito. 
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Nesse contexto, o art. 10, da Lei do Mandado de Injunção, prevê que qualquer interessado poderá requerer 
a revisão da sentença. 
Caso deferida a proteção pelo mandado de injunção, a sentença produzirá efeitos até a edição da norma 
regulamentadora. Com a edição da norma, discute-se a transição e os efeitos decorrentes. 
Melhor explicando... 
A partir de quando a norma regulamentadora produz efeitos? E se a norma trouxer uma 
situação jurídica mais favorável que a deferida em sentença? E se a norma foi menos 
favorável? 
A ideia é que a sentença perca a eficácia com a edição da norma regulamentadora. Assim, ainda que menos 
benéfica a norma, o que valerá é a norma. Portanto, a regra é que a norma produzirá efeitos ex nunc, ou 
seja, a partir da sua edição. 
Por outro lado, se mais benéfica a norma, ela retroagirá a fim de maximizar os direitos do cidadão ao máximo, 
dentro dos limites estabelecidos pela legislação. 
Para encerrar a análise do mandado de injunção, vamos falar da ação coletiva de mandado de injunção. 
Assim, tenha em mente que temos a possibilidade de ajuizar a ação individual na forma estudada nos artigos 
acima, ou também, de ajuizar a ação coletiva. 
O mandado de injunção coletivo envolve situações nas quais a falta de norma regulamentadora prejudica 
não apenas uma pessoa isoladamente, mas uma coletividade de pessoas, delimitada ou não. Vale dizer, 
podemos ter um grupo de pessoas prejudicadas ou um grupo indeterminado de pessoas. Em ambos os casos, 
podemos utilizar o mandado de injunção coletivo. 
Nesse caso, quem ajuizará a ação não será o titular do direito, ou seja, a pessoa que tem sua esfera jurídica 
prejudicada pela ausência da norma regulamentadora. Quem ajuizará a ação são as pessoas autorizadas pelo 
art. 12, da Lei nº 13.300/2016, que atuarão como substituto processual 
Podemos sintetizar os legitimados do seguinte modo: 
LEGITIMADO (SUBSTITUTO PROCESSUAL) HIPÓTESES DE CABIMENTO 
Ministério Público 
 defesa da ordem jurídica 
 defesa do regime democrático 
Ä defesa dos interesses sociais ou individuais 
indisponíveis. 
Partido Político com representação no CN 
 assegurar o exercício de direitos, liberdades e 
prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a 
finalidade partidária. 
Organização sindical, entidade de classe ou 
associação (no último caso, constituída há, 
pelo menos, 1 ano) 
 assegurar o exercício de direitos, liberdades e 
prerrogativasem favor da totalidade ou de parte de seus 
membros ou associados. 
* deve observar o que diz o estatuto. 
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==1365fc==
* pertinentes às finalidades. 
* não é necessária a autorização especial. 
Defensoria Pública 
 defesa de direitos humanos e dos direitos individuais 
e coletivos dos hipossuficientes. 
O art. 13, na sequência, estabelece que o mandado de injunção faz coisa julgada apenas em relação ao grupo 
beneficiado, mas admite que os efeitos sejam estendidos às ultrapartes. 
Não obstante se trate de ação que visa tutelar interesses da coletividade como um todo, nada impede que a 
parte ingresse em juízo isoladamente. É justamente em razão disso que o parágrafo único estabelece que o 
mandado de injunção coletivo não induz a litispendência. Vale dizer, quem desejar, ainda que haja ação 
coletiva, poderá ajuizar ação individual. 
De todo modo, caso a parte já tenha ajuizado um mandado de injunção individual e, posteriormente, seja 
ajuizada ação coletiva, para que possa se beneficiar da sentença dada na esfera coletiva deverá requerer a 
desistência da ação individual no prazo de 30 dias, a contar da ciência do ajuizamento da ação coletiva. 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
1. (CESPE/TJBA - 2019) De acordo com a Lei n.º 12.016/2009, que dispõe sobre o mandado de 
segurança, se, depois de deferido o pedido liminar, o impetrante criar obstáculos ao normal andamento 
do processo, o juiz deverá 
a) intimar imediatamente o MP para se manifestar sobre a protelação e notificar, posteriormente, a parte 
para praticar o ato necessário, sob pena de multa. 
b) notificar imediatamente a parte para praticar o ato necessário, sob pena de multa. 
c) cassar a medida liminar, desde que assim seja requerido pelo MP. 
d) revogar a decisão liminar, desde que assim seja requerido pela autoridade coatora ou pelo MP. 
e) decretar a perempção da medida liminar, de ofício ou por requerimento do MP. 
Comentários 
A questão traz em seu enunciado a descrição do art. 8º da Lei 12.016 (Lei do Mandado de Segurança): 
Art. 8º. Será decretada a perempção ou caducidade da medida liminar ex officio ou a 
requerimento do Ministério Público quando, concedida a medida, o impetrante criar 
obstáculo ao normal andamento do processo ou deixar de promover, por mais de 3 (três) 
dias úteis, os atos e as diligências que lhe cumprirem. 
Assim, alternativa E é a correta e gabarito da questão. 
2. (CESPE/MPU - 2018) A respeito de mandado de segurança, ação civil pública, ação de improbidade 
administrativa e reclamação constitucional, julgue os itens que se seguem. 
De acordo com Superior Tribunal de Justiça, compete à justiça federal processar e julgar mandado de 
segurança que envolva instituição de ensino superior particular, em razão do interesse da União. 
Comentários 
Está correta a assertiva. De fato, o STJ entende que é competência da Justiça Federal. Tal como expressa o 
CC 108.466/RS: 
PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. MANDADO DE SEGURANÇA. 
ATO DE DIRETOR DE FACULDADE PRIVADA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 1. Cinge-
se a controvérsia em definir o juízo competente para processar e julgar mandado de 
segurança impetrado contra ato de Diretor de faculdade privada, que impediu a re-
matrícula do impetrante em seu curso de graduação. 2. O Juízo de Direito declinou da 
competência ao argumento de que "tratando-se de mandado de segurança impetrado 
contra ato de Diretor de faculdade particular de ensino, que atua por delegação do Poder 
Público Federal, a competência para o julgamento do writ é da Justiça Federal, nos termos 
do art. 109, inciso VIII, da Constituição Federal". 3. O Juízo Federal suscitou o presente 
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conflito aduzindo que o artigo 2º, da Lei nº 12.016/09 "restringe a atuação da autoridade 
apontada como coatora para que seja considerada como 'federal' aquela autoridade de 
que emanem atos que tenham consequência patrimonial a ser suportada pela União 
Federal ou por entidade por ela controlada". 4. A alteração trazida pela Lei nº 12.016/09 
com relação ao conceito de autoridade federal em nada altera o entendimento há muito 
sedimentado nesta Corte acerca da competência para julgamento de mandado de 
segurança, já que não houve modificação substancial na mens legis. 5. O mero confronto 
dos textos é suficiente para corroborar a assertiva. O artigo 2º da nova lei define 
"autoridade federal" para fins de impetração do mandamus, nos seguintes termos: 
"Considerar-se-á federal a autoridade coatora se as consequências de ordem patrimonial 
do ato contra o qual se requer o mandado houverem de ser suportadas pela União ou 
entidade por ela controlada". 6. Já o artigo 2º da Lei nº 1.533/51 dispunha: "Considerar-se-
á federal a autoridade coatora se as consequências de ordem patrimonial do ato contra o 
qual se requer o mandado houverem de ser suportadas pela União Federal ou pelas 
entidades autárquicas federais". 7. Permanece inalterado o critério definidor da 
competência para o julgamento de mandado de segurança, em que se leva em conta a 
natureza das pessoas envolvidas na relação processual, ratione personae, sendo 
irrelevante, para esse efeito e ressalvadas as exceções mencionadas no texto 
constitucional, a natureza da controvérsia sob o ponto de vista do direito material ou do 
pedido formulado na demanda. 8. Nos processos em que envolvem o ensino superior, são 
possíveis as seguintes conclusões: a) mandado de segurança - a competência será federal 
quando a impetração voltar-se contra ato de dirigente de universidade pública federal ou 
de universidade particular; ao revés, a competência será estadual quando o mandamus for 
impetrado contra dirigentes de universidades públicas estaduais e municipais, 
componentes do sistema estadual de ensino; b) ações de conhecimento, cautelares ou 
quaisquer outras de rito especial que não o mandado de segurança - a competência será 
federal quando a ação indicar no pólo passivo a União Federal ou quaisquer de suas 
autarquias (art. 109, I, da Constituição da República); será de competência estadual, 
entretanto, quando o ajuizamento voltar-se contra entidade estadual, municipal ou contra 
instituição particular de ensino. 9. Na hipótese, cuida-se de mandado se segurança 
impetrado por aluno com o fim de efetivar sua re-matrícula na Faculdade de Administração 
da FAGEP/UNOPAR – entidade particular de ensino superior – o que evidencia a 
competência da Justiça Federal. 10. Conflito negativo de competência conhecido para 
declarar a competência do Juízo Federal, o suscitante. 
3. (CESPE/MPU - 2018) A respeito de mandado de segurança, ação civil pública, ação de improbidade 
administrativa e reclamação constitucional, julgue os itens que se seguem. 
Depois ajuizada ação de improbidade administrativa, se o juiz tiver verificado que o processo está em ordem, 
será determinada notificação do requerido para apresentar manifestação por escrito. 
Comentários 
Está correta a assertiva, pois expressa a literalidade do art. 17, §7º, Lei 8.429/1992: 
§ 7º Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação 
do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com 
documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias. 
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4. (CESPE/MPU- 2018) A respeito de mandado de segurança, ação civil pública, ação de improbidade 
administrativa e reclamação constitucional, julgue os itens que se seguem. 
Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, em se tratando de direitos individuais disponíveis, 
o Ministério Público não detém legitimidade para propor ação, a não ser que exista lei específica que autorize 
tal atuação. 
Comentários 
Correta a assertiva, que retrata o entendimento do STJ no REsp 1.681.690, que citamos: 
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL SOB A SISTEMÁTICA DOS 
REPETITIVOS. DEMANDAS DE SAÚDE COM BENEFICIÁRIOS INDIVIDUALIZADOS 
INTERPOSTAS CONTRA ENTES FEDERATIVOS. LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO. 
SUPOSTA AFRONTA AOS DISPOSITIVOS DOS ARTS. 1º, V, E 21 DA LEI N. 7.347/1985, BEM 
COMO AO ART. 6º DO CPC/1973. NÃO OCORRÊNCIA. DIREITO À SAÚDE. DIREITO 
INDIVIDUAL INDISPONÍVEL. ART. 1º DA LEI N. 8.625/1993 (LEI ORGÂNICA NACIONAL DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO). APLICABILIDADE. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E NÃO PROVIDO. 
RECURSO JULGADO SOB A SISTEMÁTICA DO ART. 1.036 E SEGUINTES DO CPC/2015, C/C O 
ART. 256-N E SEGUINTES DO REGIMENTO INTERNO DO STJ. 1. Os dispositivos legais, cuja 
aplicação é questionada nos dois recursos especiais e a tramitação se dá pela sistemática 
dos repetitivos (REsp 1.681.690/SP e REsp 1.682.836/SP), terão sua resolução efetivada em 
conjunto, consoante determina a regra processual. 2. A discussão, neste feito, passa ao 
largo de qualquer consideração acerca da legitimidade ministerial para propor demandas, 
quando se tratar de direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos, até porque 
inexiste qualquer dúvida da sua legitimidade, nesse particular, seja por parte da legislação 
aplicável à espécie, seja por parte da jurisprudência. De outra parte, a discussão também 
não se refere à legitimidade de o Ministério Público postular em favor de interesses de 
menores, incapazes e de idosos em situação de vulnerabilidade. É que, em tais hipóteses, 
a legitimidade do órgão ministerial decorre da lei, em especial dos seguintes estatutos 
jurídicos: art. 201, VIII, da Lei n. 8.069/1990, e art. 74, II e III, da Lei 10.741/2003. 3. A 
fronteira para se discernir a legitimidade do órgão ministerial diz respeito à disponibilidade, 
ou não, dos direitos individuais vindicados. É que, referindo-se a direitos individuais 
disponíveis e uma vez não havendo uma lei especifica autorizando, de forma excepcional, 
a atuação do Ministério Público (como no caso da Lei n. 8.560/1992), não se pode falar em 
legitimidade de sua atuação. Todavia, se se tratar de direitos ou interesses indisponíveis, a 
legitimidade ministerial já decorreria da redação do próprio art. 1º da Lei n. 8.625/1993 
(Lei Orgânica Nacional do Ministério Público). 4. Com efeito, a disciplina do direito à saúde 
encontra na jurisprudência pátria a correspondência com o próprio direito à vida, de forma 
que a característica da indisponibilidade do direito já decorreria dessa premissa firmada. 5. 
Assim, inexiste violação dos dispositivos do art. 1º, V, e art. 21, da Lei n. 7.347/1985, bem 
como do art. 6º do CPC/1973, já que a atuação do Ministério Público, em demandas de 
saúde, assim como nas relativas à dignidade da pessoa humana, tem assento na 
indisponibilidade do direito individual, com fundamento no art. 1º da Lei n. 8.625/1993 (Lei 
Orgânica Nacional do Ministério Público). 6. Tese jurídica firmada: O Ministério Público é 
parte legítima para pleitear tratamento médico ou entrega de medicamentos nas 
demandas de saúde propostas contra os entes federativos, mesmo quando se tratar de 
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feitos contendo beneficiários individualizados, porque se trata de direitos individuais 
indisponíveis, na forma do art. 1º da Lei n. 8.625/1993 (Lei Orgânica Nacional do Ministério 
Público). 7. No caso, o aresto prolatado pelo eg. Tribunal de origem está conforme o 
posicionamento desta Corte Superior, ao considerar a atuação do Ministério Público, por 
versar sobre direitos individuais indisponíveis. 8. Recurso especial conhecido e não provido. 
9. Recurso julgado sob a sistemática do art. 1.036 e seguintes do CPC/2015 e art. 256-N e 
seguintes do Regimento Interno deste STJ. 
5. (CESPE/TJ-CE - 2018) Conforme a jurisprudência do STJ e a legislação pertinente, mandado de 
segurança pode ser impetrado 
A) contra ato de gestão comercial praticado por administrador de empresa pública. 
B) por terceiro contra ato judicial, desde que recurso tenha sido previamente interposto. 
C) por qualquer pessoa física ou jurídica, excluídos os órgãos públicos despersonalizados e as universalidades 
legais. 
D) contra ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia mista. 
E) contra ato ilegal omissivo sobre relação jurídica de trato sucessivo, no prazo decadencial de cento e vinte 
dias, contados a partir da ciência do ato. 
Comentários 
A questão cobra do candidato conhecimentos acerca do Mandado de Segurança. O Mandado de Segurança, 
como sabemos, é o remédio constitucional apto a proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas 
corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física sofrer 
violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais 
forem as funções que exerça (art. 1º, Lei n. 12.016/09 - LMS). Essa autoridade, de que trata o conceito do 
instituto, deve ser uma autoridade, em regra, pública. Mas isso não basta. É preciso, também, que essa 
autoridade esteja exercendo uma atividade pública da qual decorra a violação ou justo receio de sofrê-la. É 
por isso que a LMS ressalva que “não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial 
praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de 
concessionárias de serviço público” (art. 1º, § 2º), ao mesmo tempo em que o enunciado da súmula do STJ 
nº 333 dispõe: “Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida por sociedade de 
economia mista ou empresa pública”. Quer dizer, se a autoridade, ainda que pública, estiver agindo como 
empresário, contra ela não caberá o remédio. Por outro lado, exercendo ela atividade pública, não haverá 
óbice para a impetração, contra ela, da ação mandamental. 
É por isso que está correta a alternativa D, gabarito da questão. 
Vejamos o erro das demais alternativas: 
A alternativa A está incorreta, por contrariar o disposto no art. 1º, § 2º, da LMS, exposto acima. 
A alternativa B está incorreta, por contrariar o disposto no enunciado de súmula do STJ nº 202. Confiram: 
Súmula 202/STJ: A impetração de segurança por terceiro, contra ato judicial, não se 
condiciona a interposição de recurso. 
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Mas atenção! O STJ tem decidido que “a impetração de segurança por terceiro, nos moldes da Súmula n. 
202/STJ, fica afastada na hipótese em que a impetrante teve ciência do decisão que lhe prejudicou e não 
utilizou o recurso cabível” (AgRg no RMS 048399/SP, 2015). 
A alternativa C está incorreta. Entes sem personalidade, mas com prerrogativas próprias a defender também 
podem impetrar MS. É o caso, por exemplo da mesa da Câmara dos Vereadores impetrando MS contra 
Prefeito, em razão do não repasse do duodécimo ao Legislativo municipal, como aponta o Prof. João Lordelo. 
A alternativa E está incorreta. No caso de atos omissivos, o termo inicial correrá, se houver prazo legal para 
a manifestação do administrador, do dia seguinte ao fim do prazo. Se não houver prazo legal para a 
manifestação do administrador, entende-se que não corre prazo para a impetração do remédio. 
6. (CESPE/STM - 2018)A respeito da repercussão geral da questão constitucional e do mandado de 
segurança, julgue o item que se segue. 
Situação hipotética: Ao verificar que o impetrante criou obstáculos ao normal andamento do processo, o juiz 
decretou, de ofício, a perempção da liminar concedida. Assertiva: Nessa situação, agiu erroneamente o juiz, 
que violou direito garantido constitucionalmente. 
Comentários 
A assertiva está incorreta, visto que, nesse caso, o juiz agiu corretamente. Vejamos o que dispõe o art. 8º, 
da Lei do Mandado de Segurança: 
Art. 8o Será decretada a perempção ou caducidade da medida liminar ex officio ou a 
requerimento do Ministério Público quando, concedida a medida, o impetrante criar 
obstáculo ao normal andamento do processo ou deixar de promover, por mais de 3 (três) 
dias úteis, os atos e as diligências que lhe cumprirem. 
7. (CESPE/STM - 2018) A respeito da repercussão geral da questão constitucional e do mandado de 
segurança, julgue o item que se segue. 
Situação hipotética: Determinado juiz indeferiu mandado de segurança por verificar que o pedido visava 
impugnar ato praticado pelo presidente do STM, estando tal ato sujeito a recurso administrativo com efeito 
suspensivo. Assertiva: Nessa situação, agiu corretamente o juiz. 
Comentários 
A assertiva está correta, pois é o que dispõe o art. 5º, I, da Lei nº 12.016/09: 
Art. 5o Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: 
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente 
de caução; 
8. (CESPE/PGE-PE - 2018) Se determinado indivíduo impetrar mandado de segurança sobre matéria 
trabalhista contra ato de governador de estado, tal mandado deverá ser processado e julgado pelo 
a) tribunal de justiça local. 
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b) TRT local. 
c) TRF local. 
d) STJ. 
e) STF. 
Comentários 
A alternativa A é correta e gabarito da questão. A competência para processar e julgar mandado de 
segurança impetrado contra Governador de Estado é do correspondente Tribunal de Justiça, por ser essa 
uma regra de reprodução obrigatória, valendo dizer que as Constituições Estaduais devem reproduzir, para 
o Governador, a regra de competência do mandado de segurança existente para o Presidente da República. 
9. (CESPE/STJ - 2018) A respeito de recursos nos tribunais, meios de impugnação das decisões 
judiciais, processo de execução e mandado de segurança, julgue que os itens a seguir. 
Situação hipotética: uma sociedade empresária impetrou mandado de segurança objetivando a 
compensação de créditos tributários. Ao sentenciar, o magistrado da vara de fazenda pública concedeu a 
segurança pleiteada. Assertiva: Nessa situação, se a fazenda pública apelar da sentença, o recurso terá 
efeito suspensivo. 
Comentários 
A assertiva está correta. 
O §3º do art. 14 da Lei do Mandado de Segurança prevê que, em regra, a sentença em mandado de segurança 
é executável na pendência do recurso. Isso significa dizer que o recurso tem efeito meramente devolutivo 
(ou seja, não tem efeito suspensivo). 
Isso não acontece, contudo, nas impetrações de segurança em relação aos quais é vedada a concessão de 
medida liminar. As situações nas quais é vedada a concessão de medida liminar estão descritas no §2º do 
art. 7º, que citamos: 
§ 2º Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos 
tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou 
equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens 
ou pagamento de qualquer natureza. 
Logo, no caso de compensação de créditos tributários, além do efeito devolutivo, será efeito suspensivo. 
10. (CESPE/PGE-AM - 2016) Julgue o item subsequente, relativos a ação civil pública, mandado de 
segurança e ação de improbidade administrativa. 
Conforme o entendimento do STJ, é cabível mandado de segurança para convalidar a compensação tributária 
realizada, por conta própria, por um contribuinte. 
Comentários 
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A assertiva está incorreta. De acordo com a súmula nº 460, do STJ, é incabível o mandado de segurança para 
convalidar a compensação tributária realizada pelo contribuinte. 
Súmula STF 460 
É incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação tributária realizada 
pelo contribuinte. 
11. (CESPE/DPU - 2016) A respeito do mandado de segurança, da ação civil pública e da execução fiscal, 
julgue o item que se segue. 
É cabível a impetração de mandado de segurança enquanto pendente recurso administrativo dotado de 
efeito suspensivo contra ato qualificado como ilegal. 
Comentários 
A assertiva está incorreta. De acordo com o art. 5º, I, da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de 
segurança quando se tratar de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, 
independentemente de caução. 
Art. 5o Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: 
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente 
de caução; 
Nesse caso, o mandado de segurança não será cabível até o julgamento do recurso administrativo. 
12. (CESPE/DPU - 2016) A respeito do mandado de segurança, da ação civil pública e da execução fiscal, 
julgue o item que se segue. 
É incabível mandado de segurança contra ato de gestão comercial praticado por administrador de 
concessionária de serviços públicos. 
Comentários 
A assertiva está correta, pois reproduz o previsto no §2º, do art. 1º, da Lei nº 12.016/09. 
§ 2o Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos 
administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de 
concessionárias de serviço público. 
Como dito em aula, os atos de gestão comercial não representam atos do poder público em si e, por isso, 
não podem ser impugnados por mandado de segurança. 
13. (CESPE/TRE-TO - 2017) Determinado cidadão impetrou, na justiça cível estadual, mandado de 
segurança contra ato do presidente do partido político ao qual é filiado, que lhe teria negado o direito de 
concorrer ao cargo de vereador. Na oportunidade, questionou, ainda, a validade da convenção partidária 
na qual foram escolhidos os candidatos do partido. Ao receber a petição inicial, o juízo declinou sua 
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competência para a justiça eleitoral. Posteriormente, o juízo da zona eleitoral, por entender que a matéria 
referente a critérios do partido político para a escolha de candidatos diz respeito à validade de ato interno 
do partido, suscitou conflito de competência por entender que a competência seria do juízo que a havia 
declinado. 
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta de acordo com a legislação em vigor e com 
a jurisprudência dos tribunais superiores. 
A) O conflito de competência deve ser decidido pelo Superior Tribunal de Justiça, e a competência para 
exame do mandado de segurança é da justiça eleitoral. 
B) O conflito de competência deve ser decidido pelo Supremo Tribunal Federal, e a competência para exame 
do mandado de segurança é da justiça estadual. 
C) O conflito de competência deve ser decidido pelo Supremo Tribunal Federal, e a competência para exame 
do mandado de segurança é da justiça eleitoral. 
D) O conflito de competência não deve ser conhecido porque esse incidente somente pode ser suscitado 
pelas partes ou pelo Ministério Público. 
E) O conflito de competência deve ser decidido pelo Superior Tribunal de Justiça, e a competência paraGabarito - Mandado de Segurança - VUNESP 175
..............................................................................................................................................................................................33) Lista de Questões - Mandado de Segurança - OUTRAS BANCAS 176
..............................................................................................................................................................................................34) Gabarito - Mandado de Segurança - OUTRAS BANCAS 180
..............................................................................................................................................................................................35) Lista de Questões - Ação Popular - CEBRASPE 181
..............................................................................................................................................................................................36) Gabarito - Ação Popular - CEBRASPE 184
..............................................................................................................................................................................................37) Lista de Questões - Ação Popular - FCC 185
..............................................................................................................................................................................................38) Gabarito - Ação Popular - FCC 186
..............................................................................................................................................................................................39) Lista de Questões - Ação Popular - FGV 187
..............................................................................................................................................................................................40) Gabarito - Ação Popular - FGV 188
..............................................................................................................................................................................................41) Lista de Questões - Ação Popular - VUNESP 189
..............................................................................................................................................................................................42) Gabarito - Ação Popular - VUNESP 191
..............................................................................................................................................................................................43) Lista de Questões - Ação Popular - OUTRAS BANCAS 192
..............................................................................................................................................................................................44) Gabarito - Ação Popular - OUTRAS BANCAS 194
..............................................................................................................................................................................................45) Lista de Questões - Ação Civil Pública - CEBRASPE 195
..............................................................................................................................................................................................46) Gabarito - Ação Civil Pública - CEBRASPE 198
..............................................................................................................................................................................................47) Lista de Questões - Ação Civil Pública - FCC 199
..............................................................................................................................................................................................48) Gabarito - Ação Civil Pública - FCC 200
..............................................................................................................................................................................................49) Lista de Questões - Ação Civil Pública - FGV 201
..............................................................................................................................................................................................50) Gabarito - Ação Civil Pública - FGV 204
..............................................................................................................................................................................................51) Lista de Questões - Ação Civil Pública - VUNESP 205
..............................................................................................................................................................................................52) Gabarito - Ação Civil Pública - VUNESP 207
..............................................................................................................................................................................................53) Lista de Questões - Ação Civil Pública - OUTRAS BANCAS 208
..............................................................................................................................................................................................54) Gabarito - Ação Civil Pública - OUTRAS BANCAS 210
..............................................................................................................................................................................................55) Lista de Questões - Mandado de Injunção - CEBRASPE 211
..............................................................................................................................................................................................56) Gabarito - Mandado de Injunção - CEBRASPE 212
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Índice
..............................................................................................................................................................................................57) Lista de Questões - Mandado de Injunção - FGV 213
..............................................................................................................................................................................................58) Gabarito - Mandado de Injunção - FGV 214
..............................................................................................................................................................................................59) Lista de Questões - Mandado de Injunção - VUNESP 215
..............................................................................................................................................................................................60) Gabarito - Mandado de Injunção - VUNESP 216
..............................................................................................................................................................................................61) Lista de Questões - Mandado de Injunção - OUTRAS BANCAS 217
..............................................................................................................................................................................................62) Gabarito - Mandado de Injunção - OUTRAS BANCAS 218
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MANDADO DE SEGURANÇA 
Introdução 
O mandado de segurança é uma ação constitucional que visa proteger direito líquido e certo do impetrante, 
contra ilegalidade ou abuso de poder causado pelo Poder Público. 
Atualmente, esse procedimento judicial é tido como garantia fundamental no rol do art. 5º, da CF – mais 
especificamente nos incs. LXIX e LXX – e melhor disciplinadoexame do mandado de segurança é da justiça estadual. 
Comentários 
De acordo com a situação hipotética, há um conflito de competência entre um juiz estadual e um juiz 
eleitoral. 
Conforme se nota, não há hierarquia entre eles e não há tribunal superior no conflito. Além disso, há um 
questionamento quanto a validade da convenção partidária. 
Desse modo, a competência, para solucionar o conflito, será do STJ e a competência para exame do mandado 
de segurança será da justiça eleitoral. 
Assim, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão. 
14. (CESPE/Prefeitura de Belo Horizonte-MG - 2017) No que se refere a mandado de segurança e ação 
civil pública de responsabilização por ato de improbidade administrativa, assinale a opção correta. 
a) A desistência do mandado de segurança só será homologada pelo juiz depois de o impetrado manifestar 
concordância. 
b) Mandado de segurança e ação civil pública por improbidade administrativa podem ser ajuizados 
preventivamente. 
c) Se o MP for autor de ação civil pública por ato de improbidade administrativa, a pessoa jurídica de direito 
público interno interessada integrará a lide na condição de litisconsorte passivo do agente público ímprobo. 
d) A extensão subjetiva da coisa julgada em mandado de segurança coletivo varia conforme o resultado da 
lide. 
Comentários 
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==1365fc==
A alternativa A está incorreta. Segundo entendimento do STF, o consentimento do réu não se faz necessário 
para a homologação do pedido de desistência formulado pelo autor em sede de mandado de segurança. 
A alternativa B está incorreta. O ordenamento jurídico admite o ajuizamento de mandado de segurança 
preventivo, porém, não prevê para a ação de improbidade administrativa. 
A alternativa C está incorreta. Em se tratando de ação civil pública de improbidade administrativa, há a 
facultatividade de o ente público integrar o polo passivo da demanda ou migrar para o polo ativo em nome 
do interesse público. 
§ 3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto de 
impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, 
desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante legal 
ou dirigente. 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Vejamos o art. 22, da Lei do Mandado de Segurança: 
Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente 
aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante. 
15. (CESPE/Prefeitura de Fortaleza-CE - 2017) Julgue o próximo item, a respeito de litisconsórcio, 
intervenção de terceiros e procedimentos especiais previstos no CPC e na legislação extravagante. 
Situação hipotética: Determinado servidor público impetrou mandado de segurança com a finalidade de 
majorar seu vencimento. Após o devido trâmite, foi prolatada sentença concedendo a segurança pleiteada. 
Assertiva: Nesse caso, as parcelas devidas em razão de diferenças salariais entre a data de impetração e a de 
implementação da concessão da segurança deverão ser pagas por meio de precatórios. 
Comentários 
Segundo entendimento do STJ, no mandado de segurança impetrado por servidor público contra a Fazenda 
Pública, as parcelas devidas entre a data de impetração e a de implementação da concessão da segurança 
devem ser pagas por meio de precatórios, e não via folha suplementar. 
Desse modo, a assertiva está correta. 
16. (CESPE/TRE-PE - 2017) Acerca do prazo decadencial para impetrar mandado de segurança contra a 
redução ilegal de vantagem integrante de remuneração de servidor público e dos efeitos financeiros 
decorrentes de eventual concessão da ordem mandamental, assinale a opção correta de acordo com o 
entendimento do STJ. 
a) O prazo renova-se mês a mês e os efeitos financeiros da concessão da ordem retroagem à data do ato 
impugnado. 
b) O prazo conta-se a partir da redução, não havendo efeitos financeiros retroativos de valores 
eventualmente vencidos, por não haver direito adquirido no regime jurídico. 
c) O prazo conta-se a partir da redução, devendo o impetrante ajuizar nova demanda de natureza 
condenatória para reivindicar os valores vencidos. 
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d) O prazo renova-se mês a mês, devendo o impetrante ajuizar nova demanda de natureza condenatória 
para reivindicar os valores vencidos. 
e) O prazo conta-se a partir da redução e os efeitos financeiros da concessão da ordem retroagem à data do 
ato impugnado. 
Comentários 
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Segundo entendimento do STJ, o prazo decadencial 
para impetrar mandado de segurança contra redução do valor de vantagem integrante de proventos ou de 
remuneração de servidor público renova-se mês a mês. Vejam: 
“O prazo decadencial para impetração de mandado de segurança contra ato omissivo da 
Administração renova-se mês a mês, por envolver obrigação de trato sucessivo” (Tese 11 
do Jurisprudência em Teses do STJ, Edição n. 43) 
17. (CESPE/TCE-SC - 2016) A respeito do mandado de segurança, da ação popular e da ação de 
improbidade administrativa, julgue o item subsequente. 
O recurso contra decisão em mandado de segurança que anule demissão de servidor público poderá ser 
interposto pela autoridade coatora. 
Comentários 
A assertiva está correta, nos termos do art. 14, §2º, da Lei nº 12.016/09: 
Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe apelação. 
§ 2º Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer. 
A lei permite a interposição de recurso pela autoridade coatora. 
18. (CESPE/TCM-BA - 2018) É possível a utilização de mandado de segurança para impugnar 
a) ato de gestão comercial praticado por empresa pública. 
b) ato normativo que possua efeitos concretos. 
c) sentença transitada em julgado que tenha sido prolatada por juiz impedido. 
d) ato sujeito a recurso administrativo com efeito suspensivo que não exija caução. 
e) qualquer decisão judicial liminar, desde que demonstrada a urgência do impetrante. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 1º, § 2º, da Lei do Mandado de Segurança, não cabe 
mandado de segurança contra atos de gestão comercial praticado por empresa pública. 
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Conforme a súmula 266 do STF, não cabe mandado 
de segurança contra lei em tese. Porém, o tratamento dado às leis de efeitos concretos é diverso sendo 
possível a utilização de mandado de segurança. 
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As alternativas C, D e E estão incorretas. Vejamos o que prevê o art. 5º, incisos I, II e III, da Lei 12.016/09. 
Vejamos: 
Art. 5º Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: 
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente 
de caução; 
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
III - de decisão judicial transitada em julgado. 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
1. (FCC/CLDF - 2018) Quanto ao mandado de segurança, considere as afirmativas a seguir: 
I. A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança, sem decidir o mérito, não impedirá que o 
requerente, por ação própria, pleiteie os seus direitos e os respectivos efeitos patrimoniais. 
II. Os processos de mandado de segurançae os respectivos recursos terão prioridade sobre todos os atos 
judiciais, inclusive habeas corpus, devendo ser levados a julgamento na primeira sessão que se seguir à data 
em que forem conclusos ao relator. 
III. Será decretada a perempção ou caducidade da medida liminar ex officio ou a requerimento do Ministério 
Público quando, concedida a medida, o impetrante criar obstáculo ao normal andamento do processo ou 
deixar de promover, por mais de 3 (três) dias úteis, os atos e as diligências que lhe cumprirem. 
IV. Nos casos de competência originária dos tribunais, caberá ao relator a instrução do processo, sendo 
assegurada a defesa oral na sessão do julgamento do mérito ou do pedido liminar; da decisão do relator que 
conceder ou denegar a medida liminar caberá apelação ao órgão competente do Tribunal que integre. 
V. Das decisões em mandado de segurança proferidas em única instância pelos tribunais cabe recurso 
especial e extraordinário, nos casos legalmente previstos, e recurso ordinário, quando a ordem for denegada. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
(A) III, IV e V. 
(B) II, III e IV. 
(C) I e III. 
(D) I, III e V. 
(E) I, II, III e IV. 
Comentários 
A questão cobra do candidato o conhecimento da literalidade de dispositivos da Lei n. 12.016/09, a famosa 
Lei do Mandado de Segurança (LMS). Analisemos cada uma das assertivas: 
A assertiva I está correta, por espelhar a literalidade do art. 19, da LMS. Confiram: 
Art. 19. A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança, sem decidir o 
mérito, não impedirá que o requerente, por ação própria, pleiteie os seus direitos e os 
respectivos efeitos patrimoniais. 
A assertiva II está incorreta, uma vez que o mandado de segurança e os seus respectivos recursos não terão 
prioridade sobre habeas corpus (art. 20, da LMS): 
Art. 20. Os processos de mandado de segurança e os respectivos recursos terão prioridade 
sobre todos os atos judiciais, salvo habeas corpus. 
A assertiva III está correta. De acordo com o art. 8º, da LMS: 
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Art. 8o Será decretada a perempção ou caducidade da medida liminar ex officio ou a 
requerimento do Ministério Público quando, concedida a medida, o impetrante criar 
obstáculo ao normal andamento do processo ou deixar de promover, por mais de 3 (três) 
dias úteis, os atos e as diligências que lhe cumprirem. 
A assertiva IV está incorreta, uma vez que o recurso cabível, nesse caso, será o agravo, e não a apelação (art. 
16, parágrafo único, da LMS): 
Art. 16. Nos casos de competência originária dos tribunais, caberá ao relator a instrução 
do processo, sendo assegurada a defesa oral na sessão do julgamento do mérito ou do 
pedido liminar. 
Parágrafo único. Da decisão do relator que conceder ou denegar a medida liminar caberá 
agravo ao órgão competente do tribunal que integre. 
E assertiva V, por fim, está correta, consistindo na transcrição literal do art. 18, da LMS: 
Art. 18. Das decisões em mandado de segurança proferidas em única instância pelos 
tribunais cabe recurso especial e extraordinário, nos casos legalmente previstos, e recurso 
ordinário, quando a ordem for denegada. 
O gabarito da questão, portanto, é a alternativa D. 
2. (FCC/TRE-SP - 2017) Sobre o mandado de segurança, considere: 
I. Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, a utilização do mandado de segurança 
depende do seu ajuizamento conjunto por todas elas, em litisconsórcio ativo. 
II. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 90 dias, contados da ciência, pelo 
interessado, do ato impugnado. 
III. O titular de direito líquido e certo decorrente de direito, em condições idênticas, de terceiro poderá 
impetrar mandado de segurança a favor do direito originário, se o seu titular não o fizer, no prazo de 30 dias, 
quando notificado judicialmente. 
IV. É cabível mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de 
empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público. 
V. Das decisões em mandado de segurança proferidas em única instância pelos tribunais cabe recurso 
especial e extraordinário, nos casos legalmente previstos, e recurso ordinário, quando a ordem for denegada. 
É correto o que consta APENAS em 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) II e IV. 
d) III e V. 
e) IV e V. 
Comentários 
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Vamos analisar cada um dos itens. 
O item I está incorreto. Não se pode negar a uma pessoa o direito de ir a juízo porque outras se recusam a 
fazê-lo. E não se pode obrigar essas outras pessoas a ingressarem com uma ação judicial contra a vontade 
delas. Por isso, o litisconsórcio ativo é sempre facultativo, nunca necessário. O litisconsórcio ativo necessário 
não é admitido pela doutrina processual. 
O item II está incorreto. De acordo com o art. 23, da Lei nº 12.016/09, o prazo decadencial para o ajuizamento 
da ação de mandado de segurança é de 120 dias, e não 90. 
O item III está correto, nos termos do art. 3º, caput, da referida Lei: 
Art. 3o O titular de direito líquido e certo decorrente de direito, em condições idênticas, de 
terceiro poderá impetrar mandado de segurança a favor do direito originário, se o seu 
titular não o fizer, no prazo de 30 (trinta) dias, quando notificado judicialmente. 
O item IV está incorreto. Com base no art. 1, §2º, da Lei nº 12.016/09, a ação de mandado de segurança não 
tem cabimento contra atos de gestão comercial. 
§ 2o Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos 
administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de 
concessionárias de serviço público. 
Por fim, o item V está correto, pois é o que dispõe o art. 18, da referida Lei: 
Art. 18. Das decisões em mandado de segurança proferidas em única instância pelos 
tribunais cabe recurso especial e extraordinário, nos casos legalmente previstos, e recurso 
ordinário, quando a ordem for denegada. 
Assim, a alternativa D é correta e gabarito da questão. 
3. (FCC/DPE-AM - 2018) A respeito das disposições legais e da jurisprudência dos Tribunais Superiores 
sobre o mandado de segurança, é correto afirmar: 
a) A decisão denegatória da ordem pleiteada em única instância em Tribunal de Justiça desafia recurso de 
apelação. 
b) Após a prestação das informações pela Autoridade Coatora, a desistência do mandado de segurança pelo 
impetrante depende do consentimento da outra parte. 
c) A decisão que denega a ordem por ausência de prova preconstituída do direito líquido e certo faz coisa 
julgada material e impede a postulação da pretensão por via ordinária. 
d) Denegada a ordem pleiteada no mandado de segurança sem resolução do mérito, é possível a 
repropositura de pedido idêntico dentro do prazo decadencial. 
e) É cabível mandado de segurança contra decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo, desde 
que exista violação a direito líquido e certo. 
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Comentários 
A alternativa A está incorreta. Vejamos o que dispõe o art. 10, §1º, da Lei nº 12.016/09: 
§ 1o Do indeferimento da inicial pelo juiz de primeiro grau caberá apelação e, quando a 
competência para o julgamento do mandado de segurança couber originariamente a um 
dos tribunais, do ato do relator caberá agravo para o órgão competente do tribunal que 
integre. 
A alternativa B está incorreta. Segundo o STF, a desistência do mandado de segurança é uma prerrogativa 
de quem o propõe e podeocorrer a qualquer tempo, sem anuência da parte contrária e independentemente 
de já ter havido decisão de mérito, ainda que favorável ao autor da ação. 
A alternativa C está incorreta. A denegação do mandado de segurança anterior, por ausência de prova pré-
constituída não implica a impossibilidade da renovação do pedido através de nova demanda, porque ausente 
a coisa julgada. 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, nos termos do art. 6º, §6º, da Lei nº 12.016/09: 
§ 6o O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do prazo 
decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o mérito. 
A alternativa E está incorreta. De acordo com o art. 5º, I, da referida Lei, não se concederá mandado de 
segurança quando se tratar de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, 
independentemente de caução. 
4. (FCC/PGE-TO - 2018) Relativamente ao Mandado de Segurança, considere: 
I. Não se concederá mandado de segurança quando se tratar de ato do qual caiba recurso administrativo 
com efeito suspensivo, independentemente de caução; também não se concederá mandado de segurança 
de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito devolutivo. 
II. O titular de direito líquido e certo decorrente de direito, em condições idênticas, de terceiro poderá 
impetrar mandado de segurança a favor do direito originário, se o seu titular não o fizer, no prazo de trinta 
dias, quando notificado judicialmente. 
III. Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de 
empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público. 
IV. Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, a impetração do mandado de segurança 
ficará condicionada à formação de litisconsórcio necessário, podendo porém ser ajuizada ação declaratória 
autônoma sem o preenchimento desse requisito. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) II, III e IV. 
b) II e III. 
c) I e II. 
d) I e III. 
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e) I e IV. 
Comentários 
Vamos analisar cada um dos itens. 
O item I está incorreto. Vejamos o que dispõe o art. 5º, I e II, da Lei nº 12.016/09: 
Art. 5o Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: 
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente 
de caução; 
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
O item II está correto, pois é o que dispõe o art. 3º, da referida Lei: 
Art. 3o O titular de direito líquido e certo decorrente de direito, em condições idênticas, de 
terceiro poderá impetrar mandado de segurança a favor do direito originário, se o seu 
titular não o fizer, no prazo de 30 (trinta) dias, quando notificado judicialmente. 
O item III está correto, nos termos do art. 1º, §2º, da Lei nº 12.016/09: 
§ 2o Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos 
administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de 
concessionárias de serviço público. 
Por fim, o item IV está incorreto. O §3º, do art. 1º, da referida Lei, estabelece que quando o direito ameaçado 
ou violado couber a várias pessoas, qualquer delas poderá requerer o mandado de segurança. 
Assim, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão. 
5. (FCC/SEGEP-MA - 2016) O mandado de segurança 
a) sujeita-se ao prazo prescricional de cento e vinte dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato 
impugnado. 
b) pode substituir ação de cobrança se a dívida for líquida e certa. 
c) coletivo não induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão 
o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu mandado de segurança no prazo legal. 
d) poderá ser impetrado contra decisão judicial transitada em julgado, para defesa de direito líquido e certo, 
se não houver fundamento para a ação rescisória. 
e) não poderá ser renovado, ainda que dentro do prazo decadencial, se houver decisão denegatória anterior, 
apreciando lhe ou não mérito. 
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A alternativa A está incorreta. O que se extingue é o direito de impetrar o mandado de segurança e não a 
pretensão propriamente dita. Portanto, esse prazo é de decadência e não de prescrição. Vejamos o art. 23, 
da Lei nº 12. 016/09. 
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento 
e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. 
A alternativa B está incorreta. De acordo com a súmula nº 269, do STF, o mandado de segurança não é 
substitutivo de ação de cobrança. 
Súmula 269 STF 
O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança. 
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o §1º, do art. 22, da Lei de 
Mandado de Segurança. 
§ 1o O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais, 
mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não 
requerer a desistência de seu mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar 
da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva. 
A alternativa D está incorreta. A hipótese descrita não admite a impetração de mandado de segurança. 
Vejamos o art. 5º, da referida lei: 
Art. 5o NÃO se concederá mandado de segurança quando se tratar: 
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente 
de caução; 
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
III - de decisão judicial transitada em julgado. 
A alternativa E está incorreta. Com base no §6º, do art. 6º, da Lei nº 12.016/09, o pedido de mandado pode 
sim ser renovado, desde que dentro do prazo decadencial. 
§ 6o O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do prazo decadencial, 
se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o mérito. 
6. (FCC/PGE-MT - 2016) De acordo com a jurisprudência dominante nos Tribunais Superiores a respeito 
do mandado de segurança e de ações coletivas, 
a) o termo inicial do prazo decadencial para a impetração de mandado de segurança, na hipótese de exclusão 
do candidato do concurso público nas hipóteses em que causa de pedir envolva questionamento de critério 
do edital, é contado a partir da publicação de referido edital. 
b) é competente o Tribunal de Justiça para conhecer de mandado de segurança contra ato do juizado 
especial. 
c) a impetração de segurança por terceiro, contra ato judicial, é condicionada a interposição de recurso. 
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d) a legitimidade das associações para representar os interesses dos associados em ações coletivas depende 
de autorização expressa dos associados, salvo no que diz respeito ao mandado de segurança coletivo, que 
independe de autorização. 
e) ajuizada ação coletiva atinente a macro lide geradora de processos multitudinários, não se suspendem as 
ações individuais no aguardo do julgamento da ação coletiva. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. Segundo entendimento do STJ, o termo inicial do prazo decadencial para a 
impetração do mandado de segurança é a data em que o candidato toma ciência do ato administrativo que 
determina sua exclusão do certame, e não a da publicação do edital. 
A alternativa B está incorreta. Com base na súmula nº 376, do STJ, compete a turma recursal processar e 
julgar o mandado de segurança contra ato de juizado especial.A alternativa C está incorreta. De acordo com a súmula nº 202, do STJ, a impetração de segurança por 
terceiro, contra ato judicial, não se condiciona a interposição de recurso. 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, conforme estabelece a súmula nº 629, do STF. 
Súmula 629 - A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em 
favor dos associados independe da autorização destes. 
A alternativa E está incorreta. O STJ afirma que, ajuizada a ação coletiva atinente à macro-lide geradora de 
processos multitudinários, admite-se a sustação de ações individuais no aguardo do julgamento da ação 
coletiva. Veja1: 
RECURSO REPETITIVO. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO COLETIVA. MACRO-
LIDE. CORREÇÃO DE SALDOS DE CADERNETAS DE POUPANÇA. 
SUSTAÇÃO DE ANDAMENTO DE AÇÕES INDIVIDUAIS. POSSIBILIDADE. 
1.- Ajuizada ação coletiva atinente a macro-lide geradora de processos multitudinários, 
suspendem-se as ações individuais, no aguardo do julgamento da ação coletiva. 
2.- Entendimento que não nega vigência aos aos arts. 51, IV e § 1º, 103 e 104 do Código de 
Defesa do Consumidor; 122 e 166 do Código Civil; e 2º e 6º do Código de Processo Civil, 
com os quais se harmoniza, atualizando-lhes a interpretação extraída da potencialidade 
desses dispositivos legais ante a diretriz legal resultante do disposto no art. 543-C do 
Código de Processo Civil, com a redação dada pela Lei dos Recursos Repetitivos (Lei n. 
11.672, de 8.5.2008). 
3.- Recurso Especial improvido. 
7. (FCC/Prefeitura de São Luiz-MA - 2016) João impetrou, em primeiro grau de jurisdição, mandado de 
segurança no âmbito do qual requereu a produção de prova testemunhal, deixando de anexar, à 
 
1 REsp 1110549/RS, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 28/10/2009, DJe 14/12/2009. 
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petição inicial, prova documental de direito líquido e certo. O Juiz indeferiu a petição inicial, por 
entender não estarem presentes os requisitos legais, julgando extinto o processo sem resolução de 
mérito. Contra referido ato, João interpôs agravo de instrumento, o qual não foi conhecido, por 
entender o Tribunal não se tratar do recurso adequado. Ainda dentro do prazo decadencial, João 
impetrou novo mandado de segurança, com o mesmo objeto, desta vez suprindo as falhas que levaram 
ao indeferimento do mandado de segurança anterior. Entendendo haver urgência, além de estarem 
presentes os requisitos legais, o Juiz deferiu liminar em favor de João. Contra referida decisão, 
interpôs-se agravo de instrumento, ao qual não foi atribuído efeito suspensivo. De acordo com a Lei 
nº 12.016/2009, que regulamenta o mandado de segurança, é correto afirmar que 
a) não cabe recurso contra a liminar deferida em favor de João, mas, sim, novo mandado de segurança. 
b) seriam cabíveis embargos infringentes, e não agravo, contra a decisão que indeferiu a petição inicial, se o 
mandado de segurança houvesse sido impetrado perante um dos Tribunais. 
c) João não poderia ter impetrado novo mandado de segurança, com o mesmo objeto, ainda que dentro do 
prazo decadencial. 
d) os efeitos da liminar, salvo se revogada ou cassada, persistirão até a prolação da sentença, devendo ser 
dada prioridade para julgamento do processo. 
e) contra o ato que indefere a petição inicial do mandado de segurança é cabível recurso de agravo de 
instrumento, o qual deveria ter sido conhecido pelo Tribunal. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. De acordo com o §1º, do art. 7º, da Lei nº 12.016/09, caberá agravo de 
instrumento, e não novo mandado de segurança. 
§ 1o Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a liminar caberá agravo 
de instrumento, observado o disposto na Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código 
de Processo Civil. 
A alternativa B está incorreta. Com base no §1º, do art. 10, da Lei de Mandado de Segurança, do ato do 
relator caberá agravo para o órgão competente do tribunal que integre, e não embargos infringentes. Além 
disso, os embargos infringentes foram excluídos da sistemática processual pelo CPC. 
§ 1o Do indeferimento da inicial pelo juiz de primeiro grau caberá apelação e, quando a 
competência para o julgamento do mandado de segurança couber originariamente a um 
dos tribunais, do ato do relator caberá agravo para o órgão competente do tribunal que 
integre. 
A alternativa C está incorreta. Ao contrário do que se afirma, João poderia ter renovado, dentro do prazo 
decadencial, o mandado de segurança. Vejamos o §6º, do art. 6º, da referida Lei. 
§ 6o O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do prazo 
decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o mérito. 
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A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 7º, §§3º e 4º, da Lei nº 
12.016/09. 
§ 3o Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, persistirão até a prolação 
da sentença. 
§ 4o Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade para julgamento. 
A alternativa E está incorreta. Segundo o §1º, do art. 10, da Lei de Mandado de Segurança, descrito acima, 
do indeferimento da inicial pelo juiz de primeiro grau caberá apelação, e não agravo de instrumento. 
8. (FCC/TRT-20ªR - 2016) Cabe mandado de segurança 
a) contra atos de gestão comercial praticados por administradores de empresa pública. 
b) contra decisão judicial contra a qual caiba recurso com efeito suspensivo. 
c) ainda que escoado o prazo prescricional de 120 dias. 
d) bem caso de violação de direito líquido e certo por ato ilegal de dirigente de pessoa jurídica no exercício 
de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições. 
e) somente se tiver havido violação de direito líquido e certo, não se admitindo que seja apresentado em 
caráter preventivo. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. Segundo o art. 1º, §2º, da Lei nº 12.1016/09, não cabe mandado de segurança 
contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de 
economia mista e de concessionárias de serviço público. 
A alternativa B está incorreta. O art. 5º, II, da referida Lei, estabelece que não se concederá mandado de 
segurança quando se tratar de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo. 
A alternativa C está incorreta. O prazo dado pela lei para o ajuizamento da ação de mandado de segurança 
é decadencial e não prescricional. Vencido esse prazo, não será mais viável o ajuizamento da ação sob esse 
rito, devendo o interessado propor a ação sob o procedimento comum. 
Vejamos o que dispõe o art. 23, da Lei do Mandado de Segurança: 
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento 
e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. A regra é a de que somente as autoridades públicas 
são consideradas legitimadas para figurar no polo passivo da ação de mandado de segurança. A lei que a 
regulamenta, porém, estabelece algumas hipóteses de equiparação, dentre as quais se encontram os 
dirigentes de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público, no que disser respeito a essas 
atribuições. Vejamos o art. 1º, §1º, da referida Lei: 
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§ 1o Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos 
de partidos políticos e os administradores de entidadesautárquicas, bem como os 
dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder 
público, somente no que disser respeito a essas atribuições. 
A alternativa E está incorreta. De acordo com o art. 1º, da Lei nº 12.016/09, a ação de mandado de segurança 
visa a coibir tanto a lesão ao direito quanto a sua ameaça, caso em que é considerada preventiva. 
Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não 
amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de 
poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la 
por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que 
exerça. 
9. (FCC/DPE-PR - 2017) Sobre o Mandado de Segurança, é INCORRETO afirmar: 
a) Compete à turma recursal processar e julgar o Mandado de Segurança contra ato de juizado especial. 
b) A impetração de Mandado de Segurança por terceiro, contra ato judicial, não se condiciona a interposição 
de recurso, ainda que o impetrante tenha ciência da decisão que lhe prejudicou e não tenha utilizado o 
recurso cabível. 
c) Equiparam-se às autoridades coatoras os representantes ou órgãos de partidos políticos e os 
administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas 
naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições. 
d) Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a teoria da encampação no Mandado de 
Segurança tem aplicabilidade nas hipóteses em que atendidos os seguintes pressupostos: subordinação 
hierárquica entre a autoridade efetivamente coatora e a apontada na petição inicial, discussão do mérito nas 
informações e ausência de modificação da competência. 
e) Segundo jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, no Mandado de Segurança impetrado pelo 
Ministério Público contra decisão proferida em processo penal, é obrigatória a citação do réu como 
litisconsorte passivo. 
Comentários 
A alternativa A está correta, conforme dispõe a súmula nº 376, do STJ: 
Súmula 376 – Compete a turma recursal processar e julgar o mandado de segurança contra 
ato de juizado especial. 
A alternativa B está incorreta e é o gabarito da questão. A súmula nº 202, do STJ, estabelece que a 
impetração da segurança por terceiro, contra ato judicial, não se condiciona a interposição de recurso. No 
entanto, não sendo a ação de mandado de segurança substitutiva de recurso quando este é previsto em lei, 
o conteúdo da súmula apenas tem aplicação quando ao terceiro não tiver sido dada ciência da decisão que 
lhe prejudicou. 
A alternativa C está correta, nos termos do art. 1º, §1º, da Lei nº 12.016/09: 
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§ 1o Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos 
de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os 
dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder 
público, somente no que disser respeito a essas atribuições. 
A alternativa D está correta, pois são esses os requisitos estabelecidos pela doutrina e acatados pela 
jurisprudência para que seja possível a utilização da teoria da encampação nas ações de mandado de 
segurança. 
A alternativa E está correta, nos termos da súmula nº 701, do STF: 
Súmula 701 - No mandado de segurança impetrado pelo Ministério Público contra decisão 
proferida em processo penal, é obrigatória a citação do réu como litisconsorte passivo. 
10. (FCC/SEF-SC - 2018) Sobre mandado de segurança, a legislação dispõe: 
a) Não se concederá mandado de segurança, quando se tratar de ato do qual caiba recurso administrativo 
com efeito suspensivo, independentemente de caução; de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito 
suspensivo e de decisão judicial transitada em julgado. 
b) Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe apelação, mas a autoridade coatora não tem 
o direito de recorrer. 
c) Os processos de mandado de segurança e os respectivos recursos terão prioridade sobre todos os atos 
judiciais, civis e penais, sem qualquer exceção. 
d) Será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários e a entrega 
de mercadorias e bens provenientes do exterior. 
e) A legislação proíbe, sem qualquer exceção, impetrar mandado de segurança por telegrama, radiograma, 
fax ou outro meio eletrônico. 
Comentários 
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, conforme o disposto no art. 5º, da Lei 12.016/09: 
Art. 5º Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: 
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente 
de caução; 
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
III - de decisão judicial transitada em julgado. 
A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 14, § 2º, da LMS, é estendido à autoridade coatora o 
direito de recorrer da sentença. 
A alternativa C está incorreta. Baseado no que prevê o art. 20, da Lei do Mandado de Segurança, os processos 
de MS e os respectivos recursos terão prioridade sobre todos os atos judiciais, salvo habeas corpus. 
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A alternativa D está incorreta. Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de 
créditos tributários, e a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior. É o que dispõe o art. 7º, § 
2º da Lei 12.016/09. 
11. (FCC/SEAD AP - 2018) Em relação ao mandado de segurança, é correto afirmar: 
a) a sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança, sem decidir o mérito, impedirá, 
necessariamente, que o requerente, por ação própria, pleiteie os seus direitos e os respectivos efeitos 
patrimoniais. 
b) o direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos cento e oitenta dias, contados da 
ciência, pelo interessado, do ato impugnado. 
c) se não for o caso de mandado de segurança, ou houver decorrido o prazo legal para sua impetração, a 
petição inicial, por decisão motivada, será desde logo indeferida. 
d) o mandado de segurança pode ser manejado tanto para a impugnação de decisão judicial transitada em 
julgado como para a impugnação de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo. 
e) o pedido de mandado de segurança não admite renovação nem mesmo se deduzido dentro do prazo 
decadencial e a decisão denegatória não lhe houver apreciado o mérito. 
Comentários 
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, com base no art. 10, caput, da Lei 12.016/09: 
Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, por decisão motivada, quando não for o caso 
de mandado de segurança ou lhe faltar algum dos requisitos legais ou quando decorrido o 
prazo legal para a impetração. 
A alternativa A está incorreta. De acordo com o disposto no art. 19, da LMS, a sentença ou o acórdão que 
denegar mandado de segurança, sem decidir o mérito, não impedirá que o requerente, por ação própria, 
pleiteie os seus direitos e os respectivos efeitos patrimoniais. 
A alternativa B está incorreta. Conforme o disposto no art. 23, da Lei do Mandado de Segurança, o direito 
de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 dias, contados da ciência, pelo 
interessado, do ato impugnado. 
A alternativa D está incorreta. O mandado de segurança não pode ser manejado tanto para a impugnação 
de decisão judicial transitada em julgado como para a impugnação de decisão judicial da qual caiba recurso 
com efeito suspensivo. É o que prevê o art. 5º, II e III, da Lei 12.106/09. 
A alternativa E está incorreta. O art.6º, § 6 º, da LMS, estabelece que o pedido de mandado de segurança 
poderá ser renovado dentro do prazo decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o 
mérito. 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
1. (FGV/MPE-RJ - 2016) No que se refere ao mandado de segurança, é INCORRETO afirmar que: 
a) visa a tutelar direito líquido e certo, compreendido como tal aquele que decorre de fatos demonstráveis 
de plano, por meio de prova documental preconstituída; 
b) é via inadequada para fins de impugnação de decisão judicial já transitada em julgado, ainda que esta 
tenha sido proferida em flagrante violação aos princípios constitucionais que regem a Administração Pública; 
c) a concessão da ordem pode dar azo à instauração de execução por quantia certa, abarcando vantagens 
pecuniárias devidas ao impetrante e vencidas a partir da edição do ato estatal impugnado, desde que 
observada a prescrição quinquenal; 
d) a sentença que acolhe o pedido, além de sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatório, é impugnável por 
meio de recurso de apelação, interponível pela pessoa jurídica de direito público ou pela própria autoridade 
impetrada; 
e) a sua propositura deve ocorrer no prazo de cento e vinte dias, a partir da ciência, pelo impetrante, do ato 
estatal impugnado. 
Comentários 
A alternativa A está correta. A ação de mandado de segurança não permite a dilação probatória. Dessa 
forma, exige que a prova do direito líquido e certo esteja pré-constituída nos autos. 
A alternativa B está correta. A decisão transitada em julgado é inatacável, exceto em certas hipóteses por 
meio de ação rescisória. Dessa forma, não cabe mandado de segurança nesse caso. Vejamos ao art. 5º, da 
Lei nº 12.016/09: 
Art. 5o Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: 
III - de decisão judicial transitada em julgado. 
De acordo com o art. 14, §4º, da Lei do Mandado de Segurança, o pagamento de vencimentos e vantagens 
pecuniárias assegurados em sentença concessiva de mandado de segurança a servidor público da 
administração direta ou autárquica federal, estadual e municipal somente será efetuado relativamente às 
prestações que se vencerem a contar da data do ajuizamento da inicial. Desse modo, é incorreta a alternativa 
C. 
A alternativa D está correta. Da sentença que julga o mandado de segurança cabe apelação, nos termos do 
art. 14, da Lei de Mandado de Segurança. 
Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe apelação. 
§ 1o Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de 
jurisdição. 
§ 2o Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer. 
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A alternativa E está correta, com base no art. 23, da Lei nº 12.016/09. 
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento 
e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. 
2. (FGV/ALERJ - 2017) No que se refere ao mandado de segurança, é correto afirmar que: 
a) a sentença concessiva da ordem está sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatório, podendo ser 
impugnada por recurso de apelação, interponível, inclusive, pela autoridade impetrada; 
b) a inobservância do prazo de cento e vinte dias para a sua impetração importa na decadência, e a sentença 
que a reconhece, após transitar em julgado, impede a formulação do mesmo pedido, amparado na mesma 
causa petendi, ainda que venha a ser adotado o rito comum; 
c) a execução da sentença concessiva da ordem pode abarcar vantagens pecuniárias vencidas no curso da 
demanda, a contar da data da edição do ato impugnado; 
d) o procedimento do “writ”, diante de seu status constitucional, admite a inspeção judicial, desde que 
imprescindível à comprovação das alegações autorais; 
e) a decisão concessiva da medida liminar, na primeira instância, é impugnável pelo recurso de agravo de 
instrumento, não o sendo, todavia, a decisão que a indefere. 
Comentários 
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 14, caput e §§ 1º e 2º, da Lei 
nº 12.016/09: 
Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe apelação. 
§ 1o Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de 
jurisdição. 
§ 2o Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer. 
A alternativa B está incorreta. De fato, a inobservância do prazo de cento e vinte dias para a sua impetração 
importa na decadência. No entanto, o trânsito em julgado da sentença que a reconhece não impede que o 
autor intente, sob os mesmos fundamentos, nova ação, sob o rito comum. 
A alternativa C está incorreta. De acordo com o §4º, do art. 14, da Lei nº 12.016/09, a sentença concessiva 
da ordem somente abarca as vantagens pecuniárias vencidas no curso do processo, ou seja, vencidas após o 
ajuizamento da ação. 
§ 4o O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias assegurados em sentença 
concessiva de mandado de segurança a servidor público da administração direta ou 
autárquica federal, estadual e municipal somente será efetuado relativamente às 
prestações que se vencerem a contar da data do ajuizamento da inicial. 
A alternativa D está incorreta. O rito da ação de mandado de segurança não comporta inspeção judicial, 
devendo o autor embasar o seu pedido em prova pré-constituída. 
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A alternativa E está incorreta. Com base no §1º, do art. 7º, da Lei nº 12.016/09, tanto a decisão concessiva, 
quanto a denegatória, da medida liminar requerida, é impugnável mediante agravo de instrumento. 
3. (FGV/TJ-AL - 2018) Quanto ao procedimento do mandado de segurança, é correto afirmar que: 
a) a sentença concessiva da ordem não pode dar azo à instauração de execução por quantia certa; 
b) é admissível o ingresso de litisconsorte ativo, depois de o juiz deferir a liminar; 
c) a eficácia condenatória da sentença concessiva da ordem retroage à data da edição do ato administrativo 
impugnado; 
d) a autoridade impetrada tem legitimidade para interpor recursos; 
e) o acórdão denegatório da ordem, nas hipóteses de competência originária dos tribunais, poderá ser 
impugnado por recurso extraordinário ou especial. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, pois contraria o disposto no art. 14, §4º, da Lei do Mandado de Segurança: 
§ 4º O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias assegurados em sentença 
concessiva de mandado de segurança a servidor público da administração direta ou 
autárquica federal, estadual e municipal somente será efetuado relativamente às 
prestações que se vencerem a contar da data do ajuizamento da inicial. 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, pois conforme os termos do art. 14, §2º da LMS é 
estendido à autoridade coatora o direito de recorrer. 
A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 10, §2º da Lei 12.016/09, o ingresso do litisconsorte não 
será admitido após o despacho da petição inicial. 
A alternativa C está incorreta. A eficácia condenatória da sentença concessiva da ordem não retroage a data 
da edição do ato administrativo impugnado. 
A alternativa E está incorreta. O art. 18, da Lei 12.016/09, estabelece que das decisões em mandado de 
segurança proferidas em única instância pelos tribunais cabe recurso especial e extraordinário, nos casos 
legalmente previstos, e recurso ordinário, quando a ordem for denegada. 
4. (FGV/MPE-RJ - 2018) O mandado de segurança é uma ação: 
a) de execução; 
b) cautelartípica; 
c) cautelar atípica; 
d) de conhecimento, com procedimento especial; 
e) de conhecimento, com procedimento comum. 
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A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Por buscar proteger direito líquido e certo o mandado 
de segurança é uma ação de conhecimento. Ele está previsto no art. 5º, LXIX, da CF/88, sendo um remédio 
constitucional ou uma ação com natureza de cláusula pétrea. Não existem dúvidas de que o mandado de 
segurança seja um procedimento especial, no que tange o aspecto processual conforme o disposto no art. 
1º, da Lei 12.016/09: 
Art. 1º Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não 
amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de 
poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la 
por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que 
exerça. 
As alternativas A, B e C estão incorretas. O MS não busca executar um título prévio ou visa assegurar a 
obtenção de um direito principal, logo não pode ser uma ação de execução ou uma ação cautelar. 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
1. (VUNESP/IMESP - 2019) Frente a determinado ato administrativo, a parte interessada ofereceu o 
recurso administrativo competente, o qual foi recebido com efeito suspensivo, independentemente de 
caução. Nessa hipótese: 
a) Não cabe a impetração de mandado de segurança. 
b) Poderá a parte interessada impetrar mandado de segurança, no prazo de 120 dias contados da prática do 
ato administrativo. 
c) Poderá a parte interessada impetrar mandado de segurança, no prazo de 120 dias contados da 
interposição do recurso administrativo. 
d) Eventual mandado de segurança não comportará a concessão de liminar. 
e) Eventual mandado se segurança somente admitirá liminar se a parte oferecer caução. 
Comentários 
A alternativa A está correta e é gabarito da questão, pois vai ao encontro da Lei 12.016/09: 
Art. 5º Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: 
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente 
de caução; 
Ressalte-se, contudo, que o STF possui súmula no sentido de que a existência de recurso administrativo com 
efeito suspensivo não impede o uso de mandado de segurança contra omissão da autoridade (Súmula 429). 
2. (VUNESP/MP-SP - 2018) Com relação ao Mandado de Segurança, assinale a alternativa correta. 
(A) Os efeitos da coisa julgada do mandado de segurança coletivo beneficiarão o impetrante a título 
individual, independentemente de qualquer providência. 
(B) O mandado de segurança coletivo induz litispendência para as ações individuais. 
(C) O pedido poderá ser renovado dentro do prazo decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver 
apreciado o mérito. 
(D) Cabe contra atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de 
sociedades de economia mista e de concessionárias de serviço público. 
(E) A denegação da segurança, com análise de mérito, não impede que o requerente, em ação própria, 
pleiteie seus direitos e os respectivos efeitos patrimoniais. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. Os efeitos da coisa julgada do mandado de segurança coletivo beneficiarão o 
impetrante a título individual, caso ele desista da ação individual, nos termos do art. 22, § 1º, da Lei n. 
12.016/09 (LMS): 
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Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente 
aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante. 
§ 1o O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais, 
mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não 
requerer a desistência de seu mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar 
da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva. 
A alternativa B está incorreta também. Conforme dispõe o art. 22, § 1º, da LMS (acima), o mandado de 
segurança coletivo NÃO induz litispendência para as ações individuais. 
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 6º, § 6º, da LMS: 
§ 6o O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do prazo 
decadencial, se a decisão denegatória NÃO lhe houver apreciado o mérito. 
A alternativa D está incorreta. O MS NÃO cabe contra atos de gestão comercial praticados pelos 
administradores de empresas públicas, de sociedades de economia mista e de concessionárias de serviço 
público (art. 1º, § 2º, LMS). 
E a alternativa E está incorreta, também. A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança, sem 
decidir o mérito, não impedirá que o requerente, por ação própria, pleiteie os seus direitos e os respectivos 
efeitos patrimoniais (art. 19, da LMS), mas a sentença ou acórdão que denegar a segurança, com análise de 
mérito, impedirá, sim. 
3. (VUNESP/TJ-MT - 2018) Para o Direito brasileiro, a Fazenda Pública, em razão da atividade de tutela 
do interesse público, ostenta condição diferenciada das demais pessoas físicas e jurídicas no processo, 
sendo correto afirmar que 
(A) assim como o Ministério Público e a Defensoria Pública, desfruta de prazo em dobro apenas para recorrer 
e contestar. 
(B) a prerrogativa do prazo em dobro aplica-se no âmbito do Juizado Especial da Fazenda Pública. 
(C) o prazo fixado na Lei de Mandado de Segurança para apresentação de informações da autoridade 
impetrada deve ser contado em dobro. 
(D) o prazo fixado no Código de Processo Civil para impugnação pelo ente público do cumprimento da 
sentença deve ser computado em dobro. 
(E) o prazo para apelação do ente público no Mandado de Segurança será computado em dobro. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. O prazo em dobro é para qualquer manifestação, conforme dispõe o art. 186, 
caput: 
Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações 
processuais. 
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==1365fc==
 
 
A alternativa B está incorreta. Segundo o art. 7º, da Lei n. 12.153/09, lei dos Juizados Especiais da Fazenda 
Pública: 
Art. 7º Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas 
pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação 
para a audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias. 
A alternativa C está incorreta. O prazo em questão é de 10 dias e não deve ser contado em dobro, por ser 
um prazo específico. Lembrem da regra do art. 183, § 2º, do CPC: 
§ 2o Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma 
expressa, prazo próprio para o ente público. 
A alternativa D está incorreta. O prazo do art. 535 (30 dias) é um prazo específico para a Fazenda Pública e, 
por isso, não deve ser contado em dobro (art. 183, § 2º). 
E a alternativa E, por fim, é a correta, sendo o gabarito da questão. O prazo para a apelação na LMS (Lei n. 
12.016/09) é um prazo genérico e, sendo assim, deve ser contado em dobro quando aplicado à Fazenda. 
4. (VUNESP/PGM-São Bernardo - 2018) De acordo com a Lei no 12.016/2009, que disciplina o 
Mandado de Segurança, assinale a alternativa correta. 
(A) Da decisãoconcessiva ou denegatória de liminar em Mandado de Segurança caberá agravo retido. 
(B) Da decisão do relator que conceder a segurança caberá Recurso Especial ou Recurso Extraordinário. 
(C) Constatando o relator a falta de algum requisito legal, deverá conceder prazo para que o impetrante a 
emende. 
(D) Não se concederá Mandado de Segurança de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito 
suspensivo, independentemente de caução. 
(E) O ingresso de litisconsorte passivo não será admitido após o despacho da petição inicial. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. Da decisão concessiva ou denegatória de liminar em Mandado de Segurança 
caberá agravo de instrumento, e não agravo retido (art. 7º, § 1º, LMS). 
A alternativa B está incorreta. Da decisão do relator que conceder a segurança caberá agravo (art. 15, LMS). 
A alternativa C está incorreta. Segundo a Lei, a inicial será desde logo indeferida, por decisão motivada, 
quando lhe faltar algum dos requisitos legais (art. 10, caput, da LMS). 
Atenção! Esse dispositivo não está mais alinhado com a nova sistemática processual civil, mas, como o 
examinador perguntou “De acordo com a Lei nº 12.016/09...”, não podemos contrariar a literalidade da Lei. 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Segundo o art. 5º, da LMS, não se concederá mandado 
de segurança quando se tratar de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, 
independentemente de caução. Vejamos o dispositivo na íntegra: 
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Art. 5º Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: 
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente 
de caução; 
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
III - de decisão judicial transitada em julgado. 
A alternativa E está incorreta. O que diz a Lei (art. 10, § 2º) é que não será admitido o ingresso de litisconsorte 
ativo após o despacho da petição inicial. 
5. (VUNESP/Prefeitura de Sorocaba - 2018) Suponha que a Associação dos Funcionários Públicos do 
Município ajuizou mandado de segurança contra o Município, a fim de que este reajustasse todos os 
vencimentos dos seus servidores, aplicando o índice de inflação oficial do último ano. O juiz da 1a Vara da 
Fazenda Pública concedeu liminar, inaudita altera pars, determinando o reajuste requerido, bem como o 
imediato pagamento retroativo da diferença não paga, desde o início do presente exercício financeiro. 
Assinale a alternativa que apresenta uma medida judicial cabível e argumentos pertinentes ao caso. 
(A) Pedido de suspensão de segurança perante o Presidente do Tribunal, sob o argumento da ocorrência de 
grave lesão à economia pública, visto que a lei veda a concessão de liminar para concessão de aumento na 
remuneração de servidores públicos, bem como condiciona a medida à prévia audiência do representante 
judicial da pessoa jurídica de direito público. 
(B) Agravo de instrumento, sob o argumento de que somente por ofensa ao princípio da isonomia poderia 
ser dada liminar para concessão de aumento na remuneração de servidores públicos, bem como de que o 
referido aumento somente poderia valer para o exercício financeiro seguinte, em razão da necessidade da 
inserção de tal despesa na lei orçamentária. 
(C) Pedido de suspensão de segurança perante o Presidente do Tribunal, sob o argumento de que somente 
por ofensa ao princípio da isonomia poderia ser dada liminar para concessão de aumento na remuneração 
de servidores públicos, bem como de que o referido aumento somente poderia valer para o exercício 
financeiro seguinte, em razão da necessidade da inserção de tal despesa na lei orçamentária. 
(D) Mandado de segurança contra ato judicial, sob o argumento de que somente por ofensa ao princípio da 
isonomia poderia ser dada liminar para concessão de aumento na remuneração de servidores públicos, bem 
como de que o referido aumento somente poderia valer para o exercício financeiro seguinte, em razão da 
necessidade da inserção de tal despesa na lei orçamentária. 
(E) Correição parcial, perante o Conselho Nacional de Justiça, para revisão do ato jurisdicional em manifesta 
ofensa ao princípio da separação dos poderes, bem como em ofensa à expressa vedação legal, cabendo o 
pedido de liminar para afastamento do magistrado, e aplicação das demais penalidades previstas na Lei 
Orgânica da Magistratura. 
Comentários 
A concessão de segurança é instituto próprio das ações coletivas, estando previsto, no caso do Mandado de 
Segurança, no art. 15, da Lei n. 12.016/09 – LMS. Ela deve ser requerida pela pessoa jurídica de direito público 
interessada ou pelo MP com o objetivo de se suspender os efeitos de liminar ou de sentença que, em sede 
de Mandado de Segurança, possa ensejar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança ou à economia públicas. 
Ela deve ser direcionada diretamente ao Presidente do Tribunal a quem caberia conhecer do recurso 
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respectivo (à liminar ou à sentença), quem, em decisão fundamentada, deve decidir sobre a execução ou 
sobre a suspensão dessa sentença ou dessa liminar. Como no caso em tela temos uma liminar cujos efeitos 
podem ensejar grave lesão à economia pública, visto que afronta tanto o art. 7º, § 2º, da LMS, quanto o art. 
22, § 2º, da mesma Lei, podemos concluir que será cabível sim o pedido de suspensão de segurança na 
hipótese, estando, por isso, correta a alternativa A, gabarito da questão. 
Confiram os dispositivos citados: 
Art. 15, LMS: 
Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada ou do 
Ministério Público e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia 
públicas, o presidente do tribunal ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso 
suspender, em decisão fundamentada, a execução da liminar e da sentença, dessa decisão 
caberá agravo, sem efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a 
julgamento na sessão seguinte à sua interposição. 
Art. 7º, § 2º, LMS: 
§ 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos 
tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou 
equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens 
ou pagamento de qualquer natureza. 
Art. 22, § 2º, LMS: 
§ 2o No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a 
audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se 
pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas. 
Observe que, apesar de questão não dizer expressamente que se trata de um mandado de segurança 
coletivo, fica clara essa natureza pelo fato de termos uma associação agindo em defesa de direitos coletivos 
sentido estrito dos seus associados. 
Vejamos as demais alternativas: 
A alternativa B está incorreta. Apesar de ser cabível o agravo de instrumento (art. 7º, § 1º, LMS), o 
argumento está incorreto. Não cabe, nem em defesa do princípio da isonomia, liminar para concessão de 
aumento na remuneração de servidores públicos (art. 7º, § 2º, LMS). 
A alternativa C está incorreta, pelo mesmo argumento exposto no comentário da alternativa B. 
A alternativa D está incorreta, porque além de argumento estar equivocado, não cabe mandado de 
segurança contra decisão judicial passível de recurso com efeito suspensivo (art. 5º, II, LMS). 
E a alternativa E está incorreta, uma vez que totalmente incabível o pedido de correição parcial. 
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6. (VUNESP/Prefeitura de Rosana-SP - 2016) Assinale a alternativa correta sobre o mandado de 
segurança, conforme previsões da Lei n° 12.016/2009. 
a) Admite-se o mandado de segurança contra ato da Administração Pública, ainda que caiba recurso 
administrativo com efeito suspensivo e independente da prestação de caução. 
b) É cabível o mandado de segurança para convalidar a compensação tributária realizada pelo contribuinte. 
c) Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de 
empresas públicas, de sociedade de economia mista ou de concessionárias de serviço público. 
d) É dispensável a intimação do Ministério Público para que participe do mandado de segurança, salvo 
quando houver interesse inerente à ordem, à saúde, à segurança e à economia pública. 
e) Denegada a segurança, a sentença estará sujeita ao duplo grau de jurisdição. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. Segundo o art. 5º, II, da Lei nº 12.016/09, não se concederá mandado de 
segurança quando se tratar de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, 
independentemente de caução ou de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo. 
A alternativa B está incorreta. De acordo com a súmula nº 460, do STJ, é incabível o mandado de segurança 
para convalidar a compensação tributária realizada pelo contribuinte. 
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, pois reproduz o §2º, do art. 1º, da Lei de Mandado de 
Segurança. 
§ 2o Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos 
administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de 
concessionárias de serviço público. 
A alternativa D está incorreta. Conforme o art. 12, da referida Lei, a oitiva do Ministério Público é obrigatória 
no rito da ação de mandado de segurança. 
A alternativa E está incorreta. Com base no art. 14, da Lei nº 12.016/09, da sentença, denegando ou 
concedendo o mandado, cabe apelação. 
7. (VUNESP/IPSM - 2018) Quanto ao mandado de segurança e os procedimentos do Juizado Especial 
da Fazenda Pública, assinale a alternativa correta. 
a) Incabível mandado de segurança para apreciação de turma recursal. 
b) Mandado de segurança pode ser o substituto do incabível agravo de instrumento. 
c) Contra decisão da turma recursal que contrariar lei federal é cabível mandado de segurança. 
d) Mandado de segurança pode ser o meio adequado para discutir a competência das turmas recursais. 
e) Compete à turma recursal processar e julgar o mandado de segurança contra ato de juizado especial. 
Comentários 
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A alternativa A está incorreta. A súmula nº 376, do STJ, prevê que é cabível apreciação por turma recursal 
de Mandado de Segurança interposto contra decisão de juizado especial. 
A alternativa B está incorreta. De acordo com a súmula nº 267, do STF, não cabe mandado de segurança 
contra ato judicial passível de recurso ou correição. 
A alternativa C está incorreta, pois não cabe mandado de segurança nem recurso especial contra decisão de 
turma recursal. 
A alternativa D está incorreta, segundo a VUNESP essa assertiva está incorreta. Porém, o STJ, afirma que é 
possível impetrar mandado de segurança para fins de controle da competência dos juizados especiais. 
A alternativa E é correta e gabarito da questão, nos termos da súmula nº 376, do STJ: 
Súmula 376 – Compete a turma recursal processar e julgar o mandado de segurança contra 
ato de juizado especial. 
8. (VUNESP/Câmara de Sumaré-SP - 2017) Em mandado de segurança caberá o pagamento 
a) de custas e honorários advocatícios pela parte sucumbente. 
b) de honorários advocatícios, uma vez que não há adiantamento de custas, para a parte sucumbente. 
c) do décuplo das custas adiantadas pelo impetrante, se a segurança for concedida. 
d) de honorários advocatícios apenas se a segurança for concedida. 
e) de custas pelo impetrante se a ordem for denegada. 
Comentários 
De acordo com o art. 25, da Lei nº 12.016/09, não cabe pagamento de honorários advocatícios no Mandado 
de Segurança. 
Art. 25. Não cabem, no processo de mandado de segurança, a interposição de embargos 
infringentes e a condenação ao pagamento dos honorários advocatícios, sem prejuízo da 
aplicação de sanções no caso de litigância de má-fé. 
Assim, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão. 
9. (VUNESP/Câmara de Cotia-SP - 2017) Assinale a alternativa correta a respeito do mandado de 
segurança. 
a) Dentre os legitimados a ajuizar o mandado de segurança estão as Chefias dos Poderes Executivos, o 
espólio, a massa falida e o Ministério Público. 
b) Os representantes de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas não podem figurar 
como sujeitos passivos do mandado de segurança. 
c) Cabe mandado de segurança contra atos de gestão comercial praticados por administradores de empresas 
públicas. 
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d) Não cabe desistência do mandado de segurança pelo impetrante depois de proferida decisão de primeira 
instância a ele favorável. 
e) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por qualquer partido político, mesmo que não 
tenha representação no Congresso Nacional. 
Comentários 
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Vejamos o que dispõe o art. 1, da Lei do Mandado de 
Segurança: 
Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não 
amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de 
poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la 
por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que 
exerça. 
A alternativa B está incorreta. De acordo com o §1º, do art. 1º, da referida Lei, equiparam-se às autoridades 
os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas. 
A alternativa C está incorreta, pois contraria o disposto no §2º, do art. 1º, da Lei nº 12.016/09: 
§ 2o Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos 
administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de 
concessionárias de serviço público. 
A alternativa D está incorreta. O impetrante pode desistir de mandado de segurança a qualquer tempo, 
ainda que proferida decisão de mérito a ele favorável, e sem anuência da parte contrária. 
A alternativa E está incorreta. O art. 21, da Lei do Mandado de Segurança, estabelece que o mandado de 
segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional. 
10. (VUNESP/Câmara de Cotia-SP - 2017) Sobre o prazo decadencial para a impetração de mandando 
de segurança, que tem por objeto relação de trato sucessivo, 
a) conta-se desde a primeira ameaça ou violação do direito, atingindo as demais prestações. 
b) por serem obrigações continuadas, sob pena da decadência, devem ser impetrados vários mandados para 
cada prestação. 
c) a obrigação é única existindo vários créditos, razão pela qual a decadência não se opera em nenhum 
momento. 
d) renova-se mês a mês, para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas 
data. 
e) se inicia com o conhecimento oficial do ato a ser impugnado pelo interessado. 
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A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. O prazo decadencialpara impetrar mandado de 
segurança, quando se trata de objeto de trato sucessivo renova-se mês a mês. Ou seja, se a pretensão 
renova-se mês a mês, o mesmo ocorre com o prazo. Esse entendimento decorre do tipo de relação 
processual. 
11. (VUNESP/CM Itaquaquecetuba - 2018) Assinale a alternativa correta, de acordo com a Lei nº 
12.016/2009. 
a) A parte vencida em Mandado de Segurança poderá ser condenada ao pagamento de honorários 
advocatícios sucumbenciais. 
b) O prazo para impetração de Mandado de Segurança extingue-se em 120 (cento e vinte) dias, contados da 
prática do ato pela autoridade coatora. 
c) Caberá Recurso Ordinário da sentença que denegar a ordem pleiteada no Mandado de Segurança. 
d) Concedida a segurança, a sentença está obrigatoriamente sujeita ao duplo grau de jurisdição. 
e) Verificando que à inicial de Mandado de Segurança falta algum requisito legal, o juiz determinará ao 
impetrante que a emende, sob pena de indeferimento. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 25, da LMS, não cabem, no processo de mandado de 
segurança, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais. 
A alternativa B está incorreta. Conforme o previsto no art. 23, da Leis 12.016/09, o prazo para impetração 
de Mandado de Segurança extingue-se em 120 dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato 
impugnado. 
A alternativa C está incorreta. Com base no art. 14, da LMS, caberá apelação da sentença que denegar a 
ordem pleiteada no Mandado de Segurança. 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, pois é exatamente o que dispõe o art. 14, § 1º da Lei 
do Mandado de Segurança: 
§ 1º Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de 
jurisdição. 
A alternativa E está incorreta. Verificando que a inicial de Mandado de Segurança falta algum requisito legal, 
o juiz determinará ao impetrante o indeferimento. É o que estabelece o art. 10, da LMS. 
12. (VUNESP/Pref Registro - 2018) De acordo com a Lei do Mandado de Segurança, é correto afirmar 
que 
a) ao despachar a inicial, dentre outras imposições legais, o juiz ordenará que se notifique o coator do 
conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim 
de que, no prazo de 15 (quinze) dias, preste as informações. 
b) será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários e a entrega 
de mercadorias e bens provenientes do exterior. 
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c) da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe agravo por instrumento. 
d) o direito de requerer mandado de segurança extinguir- se-á decorridos 60 (sessenta) dias, contados da 
ciência, pelo interessado, do ato impugnado. 
e) não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários e a 
entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. Conforme o art. 7º, I, da LMS, ao despachar a inicial, dentre outras imposições 
legais, o juiz ordenará que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via 
apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 dias, preste as informações. 
A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 7º, § 2º, da Lei do Mandado de Segurança, não será 
concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários, a entrega de 
mercadorias e bens provenientes do exterior. 
A alternativa C está incorreta. Com base no previsto no art. 14, da Lei 12.016/09, da sentença, denegando 
ou concedendo o mandado, cabe apelação. 
A alternativa D está incorreta. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 
dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. 
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, nos termos do art. 7º, § 2º, da Lei do Mandado de 
Segurança: 
§ 2º Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos 
tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou 
equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens 
ou pagamento de qualquer natureza. 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
1. (NC-UFPR/ITAIPU BINACIONAL - 2019) Sobre o mandado de segurança e o mandado de segurança 
coletivo, assinale a alternativa correta. 
a) O prazo para impetração de mandado de segurança não se interrompe nem se suspende em virtude de 
interposição de recurso administrativo sem efeito suspensivo. 
b) Será concedido mandado de segurança quando se tratar de decisão judicial da qual caiba recurso com 
efeito suspensivo. 
c) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político sem representação no 
Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade 
partidária. 
d) A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados depende 
da autorização destes. 
e) O mandado de segurança coletivo poderá ser impetrado pela Defensoria Pública, na defesa dos interesses 
dos mais necessitados. 
Comentários 
A alternativa A é a correta e gabarito da questão, pois está de acordo com o entendimento do STJ no sentido 
de que “o prazo decadencial para impetração de mandado de segurança não se suspende nem se interrompe 
com a interposição de pedido de reconsideração na via administrativa ou de recurso administrativo 
desprovido de efeito suspensivo” (Edição nº 91 do Jurisprudência em Teses do STJ). 
A alternativa B está incorreta, porque não é cabível MS nesse caso. Vejamos o dispositivo da Lei 12.016/09: 
Art. 5º Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: 
[...] 
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
A assertiva C está errada, porque o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político 
com representação no Congresso Nacional. Ressalte-se, aqui, que partido político com representação no 
Congresso Nacional é aquele com, pelo menos, um representante na Câmara OU no Senado. Ademais, é 
necessário também que a impetração ocorra na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus 
integrantes ou à finalidade partidária. 
Art. 5º da CF: [...] 
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: 
a) partido político com representação no Congresso Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou 
associados; 
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A assertiva D está incorreta, pois a impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe 
em favor dos associados independe da autorização destes. Neste sentido, estabelece a Lei Lei 12.016/09: 
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com 
representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a 
seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe 
ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em 
defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou 
associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, 
dispensada, para tanto, autorização especial. 
*** 
Súmula 629/STF: A impetração de mandado de segurançana Lei nº 12.016/2009. 
 
Essas normas estabelecem modalidades de mandado de segurança: 
 QUANTO AO MOMENTO DE IMPETRAÇÃO 
Em relação ao momento de impetração, o mandado de segurança poderá ser ajuizado antes mesmo da 
violação ao direito líquido e certo, hipótese em que será denominado de mandado de segurança preventivo. 
Caso a violação ao direito líquido e certo já tenha ocorrido, o mandado de segurança terá a finalidade de 
reparar os direitos violados. Trata-se, nesse caso, de mandado de segurança reparatório. 
 QUANTO À LEGITIMIDADE PARA IMPETRAÇÃO 
Se a ação constitucional for ajuizada por única pessoa, denomina-se de mandado de segurança individual; 
ao passo que, se ajuizado por uma coletividade, será, naturalmente, denominado de mandado de segurança 
coletivo. 
Ao avançarmos com a análise da aula, você verá que a formação de cada uma dessas modalidades de 
mandado de segurança exige um conjunto de requisitos próprios. 
Antes de analisarmos a Lei do Mandado de Segurança, vamos, brevemente, tratar dos dispositivos 
constitucionais. 
Noções Constitucionais 
No âmbito do Texto Constitucional temos dois incisos no art. 5º que trazem as balizas gerais dessa ação 
constitucional. 
De acordo com o inc. LXIX, do art. 5º: 
BASE 
NORMATIVA
art. 5º, LXIX e LXX, da CF
Lei nº 12.016/2009
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LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, NÃO 
amparado por “habeas-corpus” ou “habeas-data”, quando o responsável pela ilegalidade 
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de 
atribuições do Poder Público. 
Da rápida leitura desse dispositivo constitucional, você deve extrair duas informações: 
Primeira, o mandado de segurança é uma ação que visa proteger o cidadão contra arbitrariedades estatais. 
Ele tem por finalidade prestigiar o direito líquido e certo contra ilegalidade ou abuso de poder cometido por 
autoridade pública ou por agente de pessoa jurídica que esteja no exercício de atribuições do Poder Público. 
Segunda, o mandado de segurança é uma ação subsidiária. Essa modalidade de ação somente será proposta 
se não for cabível o habeas corpus ou o habeas data. Sem entrar em detalhes (pois não é objeto dessa aula), 
o habeas corpus tem por finalidade proteger o direito de ir e vir e o habeas data tem por finalidade assegurar 
o conhecimento de dados da pessoa impetrante e, também, quando necessário, propiciar a retificação ou a 
complementação dessas informações. 
O inc. LXX, por sua vez, prevê o mandado de segurança coletivo nos seguintes termos: 
LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: 
a) partido político com representação no Congresso Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou 
associados. 
Esse dispositivo, na realidade, não traz o conceito, as características ou os requisitos da forma coletiva da 
ação constitucional do mandado de segurança, ele apenas explicita os legitimados ativos da ação. 
Não é qualquer partido político que poderá impetrar mandado de segurança coletivo, mas tão somente 
aqueles que tenham eleito, pelo menos, um Deputado Federal ou um Senador da República. Caso tenham 
algum parlamentar eleito no âmbito federal, preencherão o requisito da “representação no Congresso 
Nacional”. 
Além disso, as associações – conceituadas no Código Civil como união de pessoas organizadas por intermédio 
de um estatuto, com objetivo ideal, mas não econômico ou não lucrativo – para terem legitimidade ativa 
para o mandado de segurança coletivo deverão: 
 estar em funcionamento há, pelo menos, um ano; e 
 ajuizar ação para a defesa do interesse dos seus membros. 
Esses são os parâmetros constitucionais do mandado de segurança. Você vai perceber, na medida em que o 
estudo evoluir, que vamos retomar esses conceitos, porém, de forma aprofundada, mais detalhada. 
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Lei nº 12.016/2009 
A Lei do Mandado de Segurança, que possui 29 artigos, será integralmente analisada por nós! 
Processualmente, essa lei é civil, ou seja, não trata de assuntos penais. Assim, tutela-se o direito líquido e 
certo pelo mandado de segurança ainda que o ato impugnado seja administrativo, tributário, civil, militar, 
policial, eleitoral etc. 
Além disso, a Lei do Mandado de Segurança estabelece um rito processual especial e sumário. 
Vamos aprofundar um pouco?! 
Direito Líquido e Certo 
O que devemos compreender como direito líquido e certo? 
Do conceito acima podemos extrair que o DIREITO LÍQUIDO E CERTO é aquele que pode ser demonstrado 
de plano, mediante provas pré-constituídas. Dito de outra forma, constitui o direito que não desperta 
dúvidas, que não depende de produção probatória para que seja demonstrado, ou seja, os documentos 
acostados aos autos são capazes de, por si só, deixar inconteste o direito pleiteado pela parte. 
Para a prova... 
 
Quando esse direito líquido e certo for prejudicado por ato ilegal ou abuso de poder praticado por 
autoridade, cabe o mandado de segurança. 
Legitimidade passiva 
Assim, os legitimados passivos – ou seja, quem pode ser impetrado (réu) na ação de mandado de segurança 
– são as autoridades públicas em razão dos atos que possam praticar. 
A expressão “autoridade” é bastante ampla e engloba todas as pessoas que estejam investidas de poder e, 
em razão disso, possam praticar atos ilegais ou abusivos. 
De acordo com o art. 6º, §3º, da Lei do Mandado de Segurança, a autoridade não será somente a pessoa que 
praticou o ato, mas também aquela que detém a competência para ordenar a sua prática. 
DIREITO LÍQUIDO E 
CERTO
direito que não gera dúvidas, que pode ser 
demonstrado com os documentos constantes do 
processo, sem a necessidade de instrução probatória.
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Essa autoridade poderá praticar diretamente o ato ou, em razão do seu poder, poderá determinar que outro 
o faça. Em ambos os casos, a autoridade que possuir poder decisório é que responderá judicialmente ao 
mandado de segurança. 
Além disso, é importante esclarecer que, no ajuizamento da ação, deve ser indicada tanto a autoridade 
coatora como a pessoa jurídica a que pertence, conforme se extrai do art. 6º, caput. 
Há dúvidas se, efetivamente, há formação de litisconsórcio passivo entre a autoridade coatora e a entidade. 
Autoridade coatora e a entidade são citados como réus, ou apenas a entidade é ré na ação de mandado 
de segurança, muito embora seja necessário indicar a autoridade coatora na petição inicial? 
Portanto, para fins de prova, você irá assinalar, primeiramente, a literalidade do art. 6º, que fala apenas em 
“indicará”, não concluindo tratar-se de litisconsórcio. 
Como regra, a autoridade coatora não é ré na ação. Há, entretanto, uma exceção. Se o ato abusivo ou ilegal 
emanar de um juiz, a própria autoridade coatora e ré na ação será o juiz. Isso ocorre porque o juiz é 
considerado um órgão jurisdicional. Além disso, entende a doutrina que o juiz detém independência 
funcional de forma que ele mesmo será o réu da ação em mandado de segurança. 
Essas autoridades coatoras podem ser as mais diversas possíveis. Elas podem ser integrantes de órgãos 
municipais, estaduais, federais. Podem integrar o Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário. 
Com o intuito de oferecer um parâmetro para a definição das autoridades que podem praticar abuso de 
direito ou ilegalidadecoletivo por entidade de classe 
em favor dos associados independe da autorização destes. 
A alternativa E está errada, pois a jurisprudência que foi adotada pela banca é a de que a Defensoria Pública 
é parte ilegítima para ingressar com mandado de segurança coletivo, uma vez que a entidade não consta no 
rol do artigo 21 da Lei 12.016/09 (neste sentido: TSE – MS 100.250). 
2. (IADES/ALEGO - 2019) Mandado de segurança será concedido para proteger direito líquido e certo, 
não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, 
qualquer pessoa 
a) física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que 
categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. Porém, não são considerados autoridades os 
representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas. 
b) física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de administradores de 
empresas públicas no exercício de atos de gestão. 
c) física sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for 
e sejam quais forem as funções que exerça, sendo que as pessoas jurídicas não são titulares do mandado de 
segurança. 
d) física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que 
categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. Inclusive, quando o direito ameaçado ou violado 
couber a várias pessoas, qualquer delas poderá requer o mandado de segurança. 
e) física, exceto os incapazes, ou pessoa jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte 
de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as respectivas funções. 
Comentários 
De acordo com o art. 1º, da Lei 12.016/09, será concedido mandado de segurança para proteger direito 
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso 
de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de 
autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. Ocorre que, quando se 
tratar de direito ameaçado/violado couber a várias pessoas, qualquer delas poderá requerer o mandado de 
segurança (art. 1º, §3º, da Lei 12.016/09). 
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Dessa forma, a alternativa D é correta e é o gabarito da questão. 
Vejamos, por oportuno, as demais alternativas. 
A alternativa A está incorreta. A Lei 12.016/09 exige, na impetração do mandado de segurança, a indicação 
tanto da autoridade coatora como da pessoa jurídica a qual está vinculada. A autoridade coatora, segundo a 
dicção legal, é aquela que tenha praticado o ato impugnado ou da qual emanou a ordem para a sua prática. 
Ocorre que, a lei equipara às autoridades, para fins de impetração, os representantes ou órgãos de partidos 
políticos e os administradres de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as 
pessoas naturais no exercício de atribuições do Poder Público, naquilo que disser respeito a essas atribuições 
(art. 1º, §1º, da Lei 12.016/09). 
A alternativa B está incorreta, umavez que é incabível mandado de segurança contra os atos de gestão 
comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, sociedade de economia mista e de 
concessionárias de serviço público (art. 1º, §2º, da Lei 12.016/09). 
Faz-se uma observação neste ponto: é necessário distinguir o ato de gestão contra o qual não cabe mandado 
de segurança do ato administrativo propriamente dito (p.e.: decisão em uma licitação), hipótese em que o 
writ é cabível. 
A alternativa C está errada, pois, como já dito inúmeras vezes, as pessoas jurídicas são titulares do mandado 
de segurança (art. 1º, caput, da Lei 12.016/09). 
Os incapazes também podem impetrar mandado de segurança, inclusive, aplica-se em favor dos incapazes o 
regime decadencial protetivo previsto no Código Civil (neste sentido: STF - MS 29.460/DF). Logo, a assertiva 
E está incorreta. 
3. (MPE-SC/MPE-SC - 2016) Nos termos da Lei n.12.016/09 (Mandado de Segurança), o reexame 
necessário é indispensável no mandado de segurança e a sentença que concede o mandado produzirá 
efeitos apenas depois de confirmada pelo tribunal. 
Comentários 
A assertiva está incorreta. O reexame necessário é indispensável. Porém, a sentença que concede o mandado 
de segurança não produzirá efeitos apenas depois de confirmada pelo Tribunal, já que a sentença que 
concede o mandado de segurança pode ser executada provisoriamente, salvo nos casos em que for 
concedido o efeito suspensivo ope legis. Vejamos o art. 14, da Lei nº 12.016/09: 
Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe apelação. 
§ 1o Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de 
jurisdição. 
§ 3o A sentença que conceder o mandado de segurança pode ser executada 
provisoriamente, salvo nos casos em que for vedada a concessão da medida liminar. 
4. (MPE-SC/MPE-SC - 2016) É pacífico o entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal de que 
é inadmissível a impetração de mandado de segurança contra ato revestido de conteúdo jurisdicional, 
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salvo em hipóteses excepcionais em que se verifique ilegalidade ou teratologia, sendo incabível mandado 
de segurança contra decisão que determina a aplicação da sistemática de repercussão geral. 
Comentários 
A assertiva está correta. Conforme jurisprudência do STF, é inadmissível a impetração de mandado de 
segurança para desconstituir ato revestido de conteúdo jurisdicional emanado de Ministro do Supremo 
Tribunal Federal, mormente quando a decisão atacada já transitou em julgado. 
Ademais, a súmula nº 268, do STJ, afirma que não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com 
trânsito em julgado. 
Súmula 268 - Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em 
julgado. 
5. (FUNDEP/TCE-MG - 2018) No tocante à sujeição dos atos das empresas públicas e sociedades de 
economia mista à ação de mandado de segurança, é correto afirmar: 
a) Seus atos de gestão comercial, praticados por seus administradores, apenas não se sujeitam a mandado 
de segurança coletivo. 
b) Seus atos de gestão comercial, praticados por seus administradores, não se sujeitam a mandado de 
segurança, seja individual ou coletivo. 
c) Seus atos não se sujeitam a mandado de segurança coletivo, apenas. 
d) Seus atos não se sujeitam a mandado de segurança, seja individual ou coletivo. 
e) Seus atos de gestão comercial sujeitam-se a mandado de segurança, individual ou coletivo, caso não 
possam ser impugnados por outra ação judicial. 
Comentários 
As alternativas A e C estão incorretas. Pois os atos de gestão comercial não se sujeitam ao mandado de 
segurança individual. 
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o §2º, do art. 1º, da Lei 12.016/09: 
Art. 1º (...) 
§ 2º Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos 
administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de 
concessionárias de serviço público. 
A alternativa D está incorreta. Somente os atos de gestão comercial não se submetem a mandado de 
segurança. 
A alternativa E está incorreta. Atos de gestão comercial de empresas públicas não se sujeitam a mandado 
de segurança. 
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6. (IBFC/Advogado daAssistência Social - 2018) A respeito do mandado de segurança, assinale a 
alternativa correta: 
a) O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do prazo decadencial, se a decisão 
denegatória não lhe houver apreciado o mérito 
b) A inicial deve ser apresentada em 3 (três) vias, e deverá indicar, além da autoridade coatora, o ente 
federativo ao qual esta se encontra vinculada ou onde atua como responsável legal 
c) Ao despachar a petição inicial, o juiz deve determinar que se notifique o coator do conteúdo da petição 
inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 30 
(trinta) dias, preste as informações 
d) A pessoa que detém a titularidade do direito, em condições análogas de terceiro, poderá impetrar 
mandado de segurança a favor do direito derivado, se o autor principal não o fizer, no prazo de 10 (dez) dias, 
quando intimado judicialmente 
Comentários 
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, pois reproduz o art. 6º, § 6º, da Lei 12.106/09: 
Art. 6º (...) 
§ 6º O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do prazo decadencial, 
se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o mérito. 
A alternativa B está incorreta. A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei 
processual, deve ser apresentada em 2 (duas) vias, conforme o disposto no caput do art. 6º da LMS. 
A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 7º, I, da Lei do Mandado de Segurança ao despachar a 
petição inicial, o juiz deve determinar que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe 
a segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 dias, preste as 
informações 
A alternativa D está incorreta. Vejamos o que estabelece o art. 3º, da Lei 12.016/09: 
Art. 3º O titular de direito líquido e certo decorrente de direito, em condições idênticas, de 
terceiro poderá impetrar mandado de segurança a favor do direito originário, se o seu 
titular não o fizer, no prazo de 30 (trinta) dias, quando notificado judicialmente. 
7. (FUNDEP/MPE-MG - 2018) Assinale a alternativa INCORRETA: 
a) Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas 
corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica 
sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam 
quais forem as funções que exerça, incluídos os administradores de empresas públicas, de sociedade de 
economia mista e de concessionárias de serviço público, nos atos de gestão comercial. 
b) Equiparam-se às autoridades, para os efeitos de mandado de segurança, os representantes ou órgãos de 
partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas 
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jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito 
a essas atribuições. 
c) O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados 
da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. 
d) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação no 
Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade 
partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de 
parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas 
finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta e é o gabarito da questão. Conforme disposto no art. 1º, § 2º da LMS, não cabe 
mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas 
públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público. 
A alternativa B está correta, de acordo com o art. 1º, § 1º, da Lei 12.016/09: 
§ 1º Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos 
de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os 
dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder 
público, somente no que disser respeito a essas atribuições. 
A alternativa C está correta, pois é exatamente o que dispõe o art. 23, da Lei do Mandado de Segurança: 
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento 
e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. 
A alternativa D está correta, conforme o previsto no art. 21, caput, da LMS: 
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com 
representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a 
seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe 
ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em 
defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou 
associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, 
dispensada, para tanto, autorização especial. 
8. (FUMARC/CEMIG - 2018) Considere que tenha sido impetrado mandado de segurança contra ato 
de Governador de Estado, que o Tribunal de Justiça Estadual tenha julgado a ação no exercício de 
competência originária, denegando-se a concessão da segurança. Em face de tais informações, é CORRETO 
supor que o recurso cabível contra a referida decisão seria: 
a) Extraordinário ao Supremo Tribunal Federal. 
b) Mandado de segurança como sucedâneo recursal. 
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c) Ordinário ao Superior Tribunal de Justiça. 
d) Ordinário ao Supremo Tribunal Federal. 
Comentários 
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 105, II, “b”, da CF/88, compete 
ao Superior Tribunal de Justiça, julgar em recurso ordinário, os mandados de segurança decidido em única 
instância pelos tribunais dos Estados. 
Além disso, com base no art. 1.027, II, “a”, do CPC, serão julgados em recurso ordinário, pelo Superior 
Tribunal de Justiça, os mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais de justiça dos 
Estados, quando denegatória a decisão. 
Por fim, vejamos o que dispõe o art. 18, da LMS: 
Art. 18. Das decisões em mandado de segurança proferidas em única instância pelos 
tribunais cabe recurso especial e extraordinário, nos casos legalmente previstos, e recurso 
ordinário, quando a ordem for denegada. 
9. (IBFC/PM-SE - 2018) No que diz respeito ao mandado de segurança, assinale a alternativa incorreta: 
a) o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação no 
Congresso Nacional 
b) o mandado de segurança deverá ser concedido sempre que a falta de norma regulamentadora torne 
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à 
soberania e à cidadania 
c) o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por organização sindical, entidade de classe ou 
associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de 
seus membros ou associados 
d) o mandado de segurança deverá ser concedido para proteger direito líquido e certo, não amparado por 
habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridadepública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público 
Comentários 
As alternativas A e C estão corretas, conforme prevê o art. 21, da LMS: 
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com 
representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a 
seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe 
ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em 
defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou 
associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, 
dispensada, para tanto, autorização especial. 
A alternativa B está incorreta e é o gabarito da questão. O art. 5º, LXXI, da Constituição Federal, estabelece 
que o mandado de injunção deverá ser concedido sempre que a falta de norma regulamentadora torne 
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inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à 
soberania e à cidadania. 
A alternativa D está correta, de acordo com o disposto no art. 1º, da Lei 12.016/09: 
Art. 1º Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não 
amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de 
poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la 
por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que 
exerça. 
10. (COPESE-UFT/CM Palmas - 2018) Sobre o mandado de segurança coletivo, assinale a alternativa 
CORRETA. 
a) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político, independentemente de 
representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou 
à finalidade partidária. 
b) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação no 
Congresso Nacional, exclusivamente para a defesa dos interesses de seus integrantes. 
c) No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada ilimitada, mas apenas formalmente, em 
relação aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante. 
d) No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo 
ou categoria substituídos pelo impetrante. 
Comentários 
A alternativa A e B estão incorretas, de acordo com o disposto no art. 21, da LMS. O mandado de segurança 
pode ser impetrado por partido político, com representação no congresso nacional, na defesa de seus 
interesses legítimos a seus integrantes ou à finalidade própria. 
A alternativa C está incorreta, pois contraria o disposto no art. 22, da Lei do Mandado de Segurança: 
Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente 
aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante. 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, pois é exatamente o que prevê o art. 22, acima 
descrito. 
11. (FUNDATEC/CM-Triunfo - 2018) Analise as seguintes assertivas sobre o Mandado de Segurança: 
I. Pode ser impetrado em relação a atos de gestão praticados por administradores de empresas públicas. 
II. Equiparam-se à autoridade, para fim de Mandado de Segurança, os administradores de entidades 
autárquicas. 
III. Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qualquer delas poderá requerer o 
Mandado de Segurança. 
Quais estão corretas? 
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a) Apenas I. 
b) Apenas II. 
c) Apenas I e II. 
d) Apenas I e III. 
e) Apenas II e III. 
Comentários 
Vejamos o art. 1º, da Lei 12.016/09: 
Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não 
amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de 
poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la 
por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que 
exerça. 
§ 1o Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos 
de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os 
dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder 
público, somente no que disser respeito a essas atribuições. 
§ 2o Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos 
administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de 
concessionárias de serviço público. 
§ 3o Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qualquer delas poderá 
requerer o mandado de segurança. 
Assim: 
O item I está incorreto. Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos 
administradores de empresas públicas, nos termos do art. 1º, § 2º da LMS. 
O item II está correto, pois é o que dispõe o art. 1º, § 1º da referida Lei. 
O item III está correto, com base no art. 1º, § 3º, da Lei do Mandado de Segurança. 
Portanto, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão. 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
1. (CESPE/PGE-PE - 2018) O benefício da contagem em dobro do prazo para manifestações da fazenda 
pública 
a) se aplica no âmbito dos juizados especiais da fazenda pública. 
b) não se aplica para a contestação em ação popular. 
c) se aplica aos procuradores de sociedades de economia mista. 
d) não se aplica aos procuradores de fundações de direito público. 
e) se aplica cumulativamente ao benefício de prazo em dobro na multiplicidade de litisconsortes com 
procuradores diversos em autos eletrônicos. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. O art. 7º, da Lei nº 12.153/09, estabelece que não haverá prazo diferencia 
para a prática de qualquer ato processual. 
Art. 7o Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas 
pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação 
para a audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias. 
A alternativa B é correta e gabarito da questão. O estabelecido no art. 183, do CPC, apenas se aplica quando 
não houver regra própria quanto ao prazo. 
Assim, a Lei nº 4.717/65, prevê o prazo de 20 dias para contestar a ação popular, não se podendo falar em 
prazo em dobro, por haver prazo próprio. 
A alternativa C está incorreta. Como as empresas públicas e as sociedades de economia mista estão 
submetidas ao regime jurídico próprio das empresas privadas, não podem gozar de prazos processuais 
diferenciados e outras prerrogativas da administração pública. 
A alternativa D está incorreta. No conceito de Fazenda Pública estão abrangidas as Fundações de direito 
público, gozando do prazo em dobro. 
A alternativa E está incorreta. Não se aplicam cumulativamente os arts. 183 e 229, do CPC. Além disso, não 
se aplica o art. 229 a processos em autos eletrônicos. 
2. (CESPE/TCM-BA - 2018) A hipótese que indica conteúdo de sentença de mérito proferida em ação 
popular, mas sem eficácia de coisa julgada oponível erga omnes é 
a) a carência de ação em razão da ilegitimidade do autor. 
b) o reconhecimento da existência de litispendência. 
c) o julgamento de improcedência por deficiência de prova. 
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d) a determinação de obrigação à fazenda pública decorrente de controle judicial de ato administrativo. 
e) a condenação do réu em sede de julgamento antecipado da lide. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 486, VI, do CPC, ilegitimidade da parte é causa de 
extinção sem resolução do mérito. 
A alternativa B está incorreta. Litispendência é causa de extinção sem resolução do mérito, conforme prevê 
o art. 486, V, da Lei nº 13.105/15. 
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, nos termos do art. 18, da Lei nº 4.717/65: 
Art. 18. A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível "erga omnes", exceto no caso de 
haver sido a ação julgada improcedente por deficiência de prova; neste caso, qualquer 
cidadão poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova. 
A alternativa D está incorreta. A Lei da Ação Popular tem como objetivo pleitear a anulação ou a declaração 
de nulidade de atos lesivos ao patrimônio do Estado. Dessa forma, nos termos do art. 11, eventual sentença 
de procedência terá efeitos para toda a sociedade. 
 Art. 11. A sentença que, julgando procedente a ação popular, decretar a invalidade do ato 
impugnado, condenará ao pagamento de perdas e danos os responsáveis pela sua prática 
e os beneficiários dele, ressalvada a ação regressiva contra os funcionários causadores de 
dano, quando incorrerem em culpa. 
A alternativa E está incorreta. Com base no art. 19, da Lei nº 4.717/65, a sentença que concluir pela carência 
ou pela improcedência da ação está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois 
de confirmada pelo tribunal; da que julgar a ação procedente caberá apelação, com efeito suspensivo. 
3. (CESPE/TRF1ªR - 2017) A respeito de mandado de segurança, ação popular, ação civil pública e ação 
de improbidade administrativa, julgue os itens a seguir. 
Na ação popular, o juiz determina a intimação do Ministério Público somente após a apresentação da defesa 
do réu. 
Comentários 
A assertiva está incorreta. De acordo com o art. 7º, da Lei de Ação Popular, o juiz ordenará a citação dos réus 
e do MP na mesma oportunidade. 
Art. 7º A ação obedecerá ao procedimento ordinário, previsto no Código de Processo Civil, 
observadas as seguintes normas modificativas: 
I - Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: 
a) além da citação dos réus, a intimação do representante do Ministério Público; 
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4. (CESPE/TRE-TO - 2017) Em razão da existência de ato lesivo ao patrimônio público, determinado 
cidadão propôs ação popular e incluiu no polo passivo da ação o gestor público e a pessoa jurídica de 
direito público responsáveis pelo ato, além dos particulares supostamente beneficiados. 
Nessa situação hipotética, 
A) a pessoa jurídica de direito público deve obrigatoriamente contestar a demanda, sob pena de 
responsabilização do advogado público. 
B) o litisconsórcio formado no polo passivo da ação popular deve ser classificado como necessário e simples. 
C) em razão de o Ministério Público ter de atuar como fiscal da ordem jurídica, é vedado ao órgão, em 
qualquer hipótese, assumir o polo ativo da ação popular. 
D) de acordo com a lei, a prova da cidadania que o autor deve fazer para promover esse tipo de ação ocorre 
exclusivamente pela apresentação do título de eleitor. 
E) a sentença proferida se submeterá ao regime de remessa necessária apenas se o ente público vier a ser 
condenado. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. De acordo com o §3º, do art. 6º, da Lei nº 4.717/65, a pessoas jurídica de 
direito público poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor. 
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, nos termos do art. 6º, da referida Lei: 
Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas 
no art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem 
autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, 
tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo. 
Além disso, vejamos o que dispõe o art. 114, do CPC: 
Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza 
da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que 
devam ser litisconsortes. 
Além de necessário o litisconsórcio vai ser simples, ou seja, não será unitário diante da possibilidade de 
decisões distintas para cada litisconsorte. 
A alternativa C está incorreta. Se o autor desistir da ação, o MP poderá dar prosseguimento a ação. É o que 
estabelece o art. 9º, da Lei nº 4.717/65: 
Art. 9º Se o autor desistir da ação ou der motiva à absolvição da instância, serão publicados 
editais nos prazos e condições previstos no art. 7º, inciso II, ficando assegurado a qualquer 
cidadão, bem como ao representante do Ministério Público, dentro do prazo de 90 
(noventa) dias da última publicação feita, promover o prosseguimento da ação. 
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A alternativa D está incorreta. Com base no §3º, do art. 1º, da referida Lei, a prova da cidadania, para 
ingresso em juízo, será feita com o título eleitoral, ou com documento que a ele corresponda. 
A alternativa E está incorreta. Nos termos do art. 19, da Lei da Ação Popular, a sentença que concluir pela 
carência ou pela improcedência da ação está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão 
depois de confirmada pelo tribunal. 
5. (CESPE/PGE-SE - 2017) Julgue os itens a seguir, referentes à ação civil pública, ao mandado de 
segurança, à ação popular e à reclamação. 
I De acordo com o STJ, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, prestadoras de serviço 
público, possuem legitimidade para propositura de pedido de suspensão de segurança, notadamente, 
quando atuam na defesa do interesse público primário. 
II Segundo a jurisprudência do STJ, a legitimidade para a defensoria pública propor ação civil pública se 
restringe às hipóteses em que haja proteção de interesse de hipossuficientes econômicos. 
III Conforme entendimento majoritário da doutrina, o cidadão-eleitor de dezesseis anos possui plena 
capacidade processual para o ajuizamento de ação popular. 
IV O CPC assegura, na sessão de julgamento de reclamação, o direito à sustentação oral das partes e do MP, 
nos casos de intervenção deste. 
Estão certos apenas os itens 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) II e IV. 
d) I, III e IV. 
e) II, III e IV. 
Comentários 
Vamos analisar cada um dos itens. 
O item I está correto. A orientação jurisprudencial dos Tribunais reconhece legitimidade ativa às pessoas 
jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público, quando na defesa do interesse público primário, 
para ajuizar o pedido de suspensão. 
O item II está incorreto. A Defensoria Pública tem legitimidade para propor ação civil pública em defesa de 
interesses individuais homogêneos de consumidores idosos que tiveram plano de saúde reajustado em razão 
da mudança de faixa etária, ainda que os titulares não sejam carentes de recursos econômicos. 
O item III está correto. Em relação ao eleitor com 16 anos, a doutrina majoritária entende cabível a 
proposição da ação popular sem assistência se estiver no gozo de seus direitos políticos. 
O item IV está correto. Vejamos o que dispõe o art. 937, VI, do CPC: 
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==1365fc==
Art. 937. Na sessãode julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente 
dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua 
intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) 
minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos 
termos da parte final do caput do art. 1.021: 
VI - na ação rescisória, no mandado de segurança e na reclamação; 
Assim, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão. 
6. (CESPE/Prefeitura de Fortaleza-CE - 2017) No que tange à fazenda pública em juízo, julgue o item 
subsecutivo. 
O benefício do prazo em dobro aplica-se à defesa do ente público em sede de ação popular porque as regras 
referentes à contagem de prazo do CPC se aplicam também aos procedimentos previstos na legislação 
extravagante. 
Comentários 
A assertiva está incorreta. Primeiramente, vejamos o que dispõe o art. 1.046, §2º, do CPC: 
§ 2o Permanecem em vigor as disposições especiais dos procedimentos regulados em 
outras leis, aos quais se aplicará supletivamente este Código. 
Havendo prazo próprio para a apresentação de defesa no rito da ação popular, deve este ser respeitado. Não 
há que se falar na aplicação supletiva do Código de Processo Civil a fim de considerar a sua contagem em 
dobro, pela aplicação do art. 183, caput. 
Além disso, o §2, do art. 183, do CPC, prevê: 
§ 2o Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma 
expressa, prazo próprio para o ente público. 
De acordo com o art. 7º, IV, da Lei nº 4.717/65, o prazo para apresentação de defesa é de 20 dias, prorrogável 
por igual período. 
Art. 7º A ação obedecerá ao procedimento ordinário, previsto no Código de Processo Civil, 
observadas as seguintes normas modificativas: 
IV - O prazo de contestação é de 20 (vinte) dias, prorrogáveis por mais 20 (vinte), a 
requerimento do interessado, se particularmente difícil a produção de prova documental, 
e será comum a todos os interessados, correndo da entrega em cartório do mandado 
cumprido, ou, quando for o caso, do decurso do prazo assinado em edital. 
7. (CESPE/TRE-PE - 2017) Acerca dos aspectos processuais das ações coletivas, assinale a opção 
correta. 
a) Em ação civil pública, fará coisa julgada erga omnes a sentença cujo pedido tiver sido julgado 
improcedente por insuficiência de provas. 
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b) O processamento e o julgamento das ações civis públicas competem ao juízo do domicílio do causador do 
dano. 
c) Em ação de improbidade administrativa, é facultado ao Ministério Público agir no processo como fiscal da 
lei, desde que ele não atue como parte. 
d) Partido político tem legitimidade para impetrar mandado de segurança coletivo, sem a necessidade de 
demonstrar representação no Congresso Nacional. 
e) A legitimidade para propor ação popular é do cidadão; se ele desistir da ação, poderá o Ministério Público 
promover o seu prosseguimento. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. Vejamos o que dispõe o art. 16, da LACP: 
Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência 
territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência 
de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico 
fundamento, valendo-se de nova prova. 
A alternativa B está incorreta. O art. 2º, da referida Lei, prevê a respeito da competência para o 
processamento e julgamento da ação civil pública: 
 Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, 
cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa. 
Parágrafo único A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações 
posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. 
A alternativa C está incorreta. De acordo com o §4º, do art. 17, da Lei nº 8.429/92, o Ministério Público, se 
não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade. 
A alternativa D está incorreta. O art. 5º, LXX, “a”, da CF/88, estabelece que o mandado de segurança coletivo 
pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional. 
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, nos termos do art. 9º, da Lei nº 4.717/65: 
Art. 9º Se o autor desistir da ação ou der motiva à absolvição da instância, serão publicados 
editais nos prazos e condições previstos no art. 7º, inciso II, ficando assegurado a qualquer 
cidadão, bem como ao representante do Ministério Público, dentro do prazo de 90 
(noventa) dias da última publicação feita, promover o prosseguimento da ação. 
8. (CESPE/SEDF - 2017) Julgue o item subsequente, relativo à improcedência liminar do pedido e ao 
cumprimento de sentença. 
Situação hipotética: Um ente do poder público federal firmou contrato de concessão de serviço de transporte 
de passageiro interestadual com uma empresa privada em desobediência às regras que exigem concorrência 
pública. Assertiva: Nesse caso, segundo interpretação do Superior Tribunal Federal, uma pessoa jurídica de 
direito privado que atue no ramo e que demonstre ter interesse em explorar tal serviço terá legitimidade 
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ativa para propor ação popular com o fim de obter a declaração de nulidade do referido contrato de 
concessão. 
Comentários 
A assertiva está incorreta. O art. 1º, da Lei nº 4.717/65, estabelece quem é legitimado para figurar no polo 
ativo de uma ação popular, ou seja, quem pode ingressar em juízo com este tipo de ação. Vejamos: 
Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de 
nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos 
Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia mista (Constituição, art. 
141, § 38), de sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os segurados 
ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de instituições ou 
fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com 
mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas incorporadas 
ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer 
pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos. 
Conforme se nota, apenas o cidadão, pessoa física, é legitimado para tanto, devendo a prova da cidadania 
ser feita com o título eleitoral, ou com documento que a ele corresponda, nos termos do §3º: 
§ 3º A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita com o título eleitoral, ou com 
documento que a ele corresponda. 
9. (CESPE/TCE-SC - 2016) A respeito do mandado de segurança, da ação popular e da ação de 
improbidade administrativa, julgue o item subsequente. 
De acordo com o STJ, o juiz pode determinar, na ação popular, a anulação do ato lesivo ao patrimônio 
público, sendo-lhe vedado, entretanto, determinar o ressarcimento, o que exige instrução probatória em 
processo de conhecimento. 
Comentários 
A assertiva está incorreta. O STJ admite a execução da sentença que condena o réu ao ressarcimento dos 
cofres públicos, após a anulação do ato lesivo por ele praticado. 
Além disso, vejamos o que dispõe o art. 14, da Lei da Ação Popular: 
Art. 14. Se o valor da lesão ficar provado no curso da causa, será indicado na sentença; se 
depender de avaliação ou perícia, será apurado na execução. 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
1. (FCC/AL-MS - 2016) No tocante à Ação Popular, 
a) os bens e direitos de valor turístico consideram-se patrimônio público para os fins de tutela na referida 
ação. 
b) a prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita com a certidão de nascimento atualizada emitida 
com antecedência de seis meses ao ajuizamento da ação. 
c) para a conceituação dos casos de nulidade dos atos lesivos ao patrimônio, o vício de forma ocorre quando 
o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo. 
d) para a conceituação dos casos de nulidade dos atos lesivos ao patrimônio, o desvio de finalidade ocorre 
quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou. 
e) para fins de competência, não se equiparam a atos da União, do Distrito Federal, do Estado ou dos 
Municípios os atos das sociedades de que elas sejam acionistas. 
Comentários 
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, conforme dispõe o art. 1º, caput e §1º, da Lei nº 
4.717/65: 
Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de 
nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos 
Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia mista (Constituição, art. 
141, § 38), de sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os segurados 
ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de instituições ou 
fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com 
mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas incorporadas 
ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer 
pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos. 
§ 1º - Consideram-se patrimônio público para os fins referidos neste artigo, os bens e 
direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou turístico. 
A alternativa B está incorreta. De acordo com o §3º, do art. 1º, da referida Lei, a prova da cidadania, para 
ingresso em juízo, será feita com o título eleitoral, ou com documento que a ele corresponda. 
A alternativa C está incorreta. O vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou 
irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato, nos termos do art. 2º, parágrafo 
único, “b”, da Lei nº 4.717/65. 
A alternativa D está incorreta. Com base no art. 2º, parágrafo único, “e”, da referida Lei, o desvio de 
finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou 
implicitamente, na regra de competência. 
A alternativa E está incorreta, pois contraria o disposto no §1º, do art. 5º, da Lei da ação popular: 
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§ 1º Para fins de competência, equiparam-se atos da União, do Distrito Federal, do Estado 
ou dos Municípios os atos das pessoas criadas ou mantidas por essas pessoas jurídicas de 
direito público, bem como os atos das sociedades de que elas sejam acionistas e os das 
pessoas ou entidades por elas subvencionadas ou em relação às quais tenham interesse 
patrimonial. 
2. (FCC/TCE-RS - 2018) Para o fim previsto na lei que regula a ação popular, 
a) são anuláveis os atos lesivos ao patrimônio nos casos de incompetência ou vício de forma. 
b) são nulos os atos lesivos ao patrimônio apenas quando ocorrer ilegalidade do objeto ou desvio de 
finalidade. 
c) são nulos os atos lesivos praticados por agente público incompetente e anuláveis aqueles desprovidos de 
motivo. 
d) são nulos os atos lesivos praticados com vício de forma e anuláveis quando se verificar ilegalidade do 
objeto. 
e) consideram-se patrimônio público os bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou 
turístico. 
Comentários 
Vejamos o art. 2º, da Lei 4.717/1965: 
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo 
anterior, nos casos de: 
a) incompetência; 
b) vício de forma; 
c) ilegalidade do objeto; 
d) inexistência dos motivos; 
e) desvio de finalidade. 
A alternativa A está incorreta, visto que são nulos os atos lesivos ao patrimônio nos casos de incompetência 
ou vício de forma. 
A alternativa B está incorreta. Há outros casos em que são nulos os atos lesivos ao patrimônio público, não 
sendo apenas nas hipóteses de ilegalidade do objeto ou desvio de finalidade. 
A alternativa C está incorreta. São nulos tanto os atos lesivos praticados por agente público incompetente 
quanto aqueles desprovidos de motivos. 
A alternativa D está incorreta, com base no que dispõe o art. 2º, “b” e “c”, da LAP. 
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, conforme estabelece o art. 1º, § 1º, da Lei 4.717/1965: 
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§ 1º - Consideram-se patrimônio público para os fins referidos neste artigo, os bens e 
direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou turístico. 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
1. (FGV/ALE-RO - 2018) No que concerne à ação popular, disciplinada na Lei nº 4.717/65, assinale a 
afirmativa correta. 
(A) A sentença que reconhece o fenômeno da carência de ação está sujeita ao reexame necessário. 
(B) A sentença que rejeita o pedido, por insuficiência de provas, dá azo à formação da coisa julgada material. 
(C) A pessoa jurídica de direito público não pode, depois de citada, aderir ao pleito autoral. 
(D) O Ministério Público não pode assumir, no curso da relação processual, o seu polo ativo. 
(E) O cidadão, embora tenha legitimidade para propor a demanda, não a tem para interpor recursos. 
Comentários 
A questão cobra do candidato conhecimentos relativos a literalidade da Lei n. 4.717/65 e outros relativos às 
Ações Populares. Vejamos: 
A alternativa A está correta. De fato, a sentença que reconhece o fenômeno da carência de ação, nas ações 
populares, está sujeita ao reexame necessário, assim como a sentença que reconhece a improcedência do 
pedido. É o que prevê o art. 19, da referida lei. Confiram: 
Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação está sujeita 
ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo 
tribunal; da que julgar a ação procedente caberá apelação, com efeito suspensivo. 
A alternativa B está incorreta. Como sabemos, a sentença, em ação popular, terá eficácia de coisa julgada 
oponível "erga omnes", exceto no caso de haver sido a ação julgada improcedente por deficiência de prova; 
neste caso, qualquer cidadão poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova 
prova (art. 18, LAP). 
A alternativa C está incorreta. Ao contrário do afirma a alternativa, a pessoa jurídica de direito público pode, 
depois de citada, aderir ao pleito autoral. É o que se extrai do art. 6º, § 3º, da LAP: 
§ 3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto de 
impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, 
desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante legal 
ou dirigente. 
A alternativa D está incorreta. Conforme o art. 9º, da Lei: 
Art. 9º Se o autor desistir da ação ou der motiva à absolvição da instância, serão publicados 
editais nos prazos e condições previstos no art. 7º, inciso II, ficando assegurado a qualquer 
cidadão, bem como ao representante do Ministério Público, dentro do prazode 90 
(noventa) dias da última publicação feita, promover o prosseguimento da ação. 
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E a alternativa E, por fim, também está incorreta. O cidadão pode, sim, interpor recursos. Isso, por previsão 
expressa da LAP (art. 19, § 2º). Confiram: 
§ 2º Das sentenças e decisões proferidas contra o autor da ação e suscetíveis de recurso, 
poderá recorrer qualquer cidadão e também o Ministério Público. 
2. (FGV/TJ-SC - 2018) A medida judicial em que, de acordo com a legislação de regência, a pessoa 
jurídica de direito público, depois de integrada à lide, pode se abster de contestar, e até aderir ao pleito 
autoral, é: 
a) ação direta de inconstitucionalidade; 
b) mandado de segurança; 
c) mandado de injunção; 
d) habeas data; 
e) ação popular. 
Comentários 
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Vejamos o que dispõe o art. 6º, §3º, da Lei nº 4.717/65: 
§ 3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto de 
impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, 
desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante legal 
ou dirigente. 
3. (FGV/MPE-RJ - 2016) Ajuizada ação popular para o fim de se desconstituir ato da Administração 
Pública que tenha se mostrado lesivo ao erário estadual, a intervenção do Ministério Público no processo 
se dá na qualidade de: 
a) órgão agente, como legitimado ordinário; 
b) litisconsorte ativo necessário; 
c) órgão interveniente, podendo assumir, ao longo da tramitação do feito, o seu polo passivo, caso conclua 
pela legalidade do ato estatal impugnado; 
d) órgão interveniente, não podendo assumir, ao longo da tramitação do feito, o seu polo ativo; 
e) órgão interveniente, podendo assumir, ao longo da tramitação do feito, o seu polo ativo, desde que 
observadas certas condições. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. O MP é órgão assistente ou interveniente na ação popular. É, portanto, 
legitimado excepcional. Vejamos o que dispõe o art. 6º, §4º, da Lei nº 4.717/65: 
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 § 4º O Ministério Público acompanhará a ação, cabendo-lhe apressar a produção da prova 
e promover a responsabilidade, civil ou criminal, dos que nela incidirem, sendo-lhe vedado, 
em qualquer hipótese, assumir a defesa do ato impugnado ou dos seus autores. 
A alternativa B está incorreta, pois não se trata de litisconsorte ativo, mas de assistência especial. 
A alternativa C está incorreta. De acordo com o §4º, acima descrito, é vedado ao MP assumir a defesa do 
ato. 
A alternativa D está incorreta. O MP pode assumir o polo ativo da ação, observando as condições do art. 9º, 
da Lei da Ação Popular: 
 Art. 9º Se o autor desistir da ação ou der motiva à absolvição da instância, serão publicados 
editais nos prazos e condições previstos no art. 7º, inciso II, ficando assegurado a qualquer 
cidadão, bem como ao representante do Ministério Público, dentro do prazo de 90 
(noventa) dias da última publicação feita, promover o prosseguimento da ação. 
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. O MP é órgão interveniente ou assistente e, em certas 
condições, pode assumir o polo ativo. 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
1. (VUNESP/PauliPrev-SP - 2018) No que diz respeito aos direitos e às garantias fundamentais, assim 
como aos direitos difusos e coletivos, assinale a alternativa correta. 
a) O mandado de injunção é o meio processual adequado para questionar a efetividade da lei 
regulamentadora, de acordo com jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. 
b) É facultado, a qualquer cidadão, habilitar-se como litisconsorte ou assistente da ação popular. 
c) Em qualquer hipótese de desistência ou abandono da causa por associação legitimada, o Ministério 
Público assumirá a legitimidade ativa na ação civil pública. 
d) Não cabe o habeas data se houve recusa de informações por parte da autoridade administrativa. 
e) Incide a condenação de honorários advocatícios na ação de mandado de segurança. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. O mandado de injunção não é o meio processual adequado para questionar 
a efetividade e a abrangência da lei regulamentadora. 
A alternativa B é correta e gabarito da questão, pois é o que dispõe o §5º, do art. 6º, da Lei nº 4.717/65: 
§ 5º É facultado a qualquer cidadão habilitar-se como litisconsorte ou assistente do autor 
da ação popular. 
A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 5º, §3º, da Lei nº 7.347/85, em caso de desistência 
infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado 
assumirá a titularidade ativa. 
A alternativa D está incorreta. A súmula nº 2, do STJ, estabelece que não cabe o habeas data se não houve 
recusa de informações por parte da autoridade administrativa. 
A alternativa E está incorreta, pois contraria o disposto no art. 25, da Lei nº 12.016/09: 
Art. 25. Não cabem, no processo de mandado de segurança, a interposição de embargos 
infringentes e a condenação ao pagamento dos honorários advocatícios, sem prejuízo da 
aplicação de sanções no caso de litigância de má-fé. 
2. (VUNESP/Câmara de Sumaré-SP - 2017) Sobre a ação popular, assinale a alternativa correta. 
a) A sentença de procedência está sujeita ao duplo grau de jurisdição. 
b) Das decisões interlocutórias caberá agravo na forma retida. 
c) As partes só pagarão custas e preparo a final. 
d) A sentença que julgar a lide manifestamente temerária condenará o autor ao pagamento de multa a um 
fundo público. 
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e) A Justiça Federal é sempre competente para apreciar, processar e julgar, ação que tenha como 
fundamento ato de origem municipal. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 19, da LAP, a sentença que concluir pela carência ou 
pela improcedência da ação está sujeita ao duplo grau de jurisdição. 
A alternativa B está incorreta. O §1º, do art. 19, da referida Lei, estabelece que das decisões interlocutórias 
cabe agravo de instrumento. 
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, pois reproduz o art. 10, da Lei nº 4.717/65: 
Art. 10. As partes só pagarão custas e preparo a final. 
A alternativa D está incorreta. Com base no art. 13, da referida Lei, a sentença que julgar a lide 
manifestamente temerária, condenará o autor ao pagamento do décuplo das custas. 
A alternativa E está incorreta, pois contraria o disposto no art. 5º, caput e §2º, da LAP: 
Art. 5º Conforme a origem do ato impugnado, é competente para conhecer da ação, 
processá-la e julgá-la o juiz que, de acordo com a organização judiciária de cada Estado, o 
for para as causas que interessem à União, ao Distrito Federal, ao Estado ou ao Município. 
§ 2º Quando o pleito interessar simultaneamente à União e a qualquer outra pessoas ou 
entidade, será competente o juiz das causas da União, se houver; quando interessar 
simultaneamente ao Estado e ao Município, será competente o juiz das causas do Estado, 
se houver. 
3. (VUNESP/Câmara de Cotia-SP - 2017) Sobre a sentença de ação popular, assinale a alternativa 
correta. 
a) Se proferida contra o autor da ação e suscetível de recurso, poderá recorrer qualquer cidadão. 
b) A que concluir pela procedência da ação estásujeita ao duplo grau de jurisdição. 
c) Para a que julgar a ação procedente caberá apelação, sem efeito suspensivo. 
d) A sentença de improcedência por deficiência de prova terá eficácia erga omines. 
e) A sentença que julgar a lide manifestamente temerária, condenará o autor a indenizar o réu. 
Comentários 
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, conforme dispõe o art. 19, §2º, da Lei da Ação Popular: 
§ 2º Das sentenças e decisões proferidas contra o autor da ação e suscetíveis de recurso, 
poderá recorrer qualquer cidadão e também o Ministério Público. 
A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 19, caput, da referida Lei, a sentença que concluir pela 
carência ou pela improcedência da ação está sujeita ao duplo grau de jurisdição 
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A alternativa C está incorreta, pois contraria o disposto no art. 19, caput: 
 Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação está sujeita 
ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo 
tribunal; da que julgar a ação procedente caberá apelação, com efeito suspensivo. 
A alternativa D está incorreta. Vejamos o que dispõe o art. 18, da Lei nº 4.717/65: 
Art. 18. A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível "erga omnes", exceto no caso de 
haver sido a ação julgada improcedente por deficiência de prova; neste caso, qualquer 
cidadão poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova. 
A alternativa E está incorreta. A sentença que, apreciando o fundamento de direito do pedido, julgar a lide 
manifestamente temerária, condenará o autor ao pagamento do décuplo das custas, nos termos do art. 13, 
da referida Lei. 
4. (VUNESP/CM-Indaiatuba - 2018) No sistema jurídico brasileiro, o patrimônio público pode ser 
defendido por intermédio da ação popular. 
A ação popular vem tratada na Lei nº 4.717, de 29 de junho de 1.965, cujos termos disciplina literalmente 
que 
a) a pessoa jurídica tem legitimidade para propô-la. 
b) a impetração de mandado de segurança substitui a sua propositura. 
c) a prova da legitimidade, para ingresso em juízo, será feita por meio do CPF ou CNPJ, ou com documento 
que a eles corresponda. 
d) a Justiça Estadual possui competência absoluta para conhecê-la. 
e) a sentença, quando não prolatada em audiência de instrução e julgamento, como regra, deverá ser 
proferida dentro de 15 (quinze) dias do recebimento dos autos pelo juiz. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. A ação popular só pode ser proposta por cidadão. Pessoas jurídicas não estão 
legitimadas a propô-la. 
Nesse mesmo sentido, vejamos o que dispõe a súmula nº 365 do STF: 
Súmula 365/STF: Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular. 
A alternativa B está incorreta. De acordo com a súmula nº 101, do STF, a impetração de mandado de 
segurança não substitui a propositura da ação popular. 
A alternativa C está incorreta. O art. 1º, §3º, da Lei nº 4.717/65, estabelece que a prova da cidadania, para 
ingresso em juízo, será feita com o título eleitoral, ou com documento que a ele corresponda. 
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A alternativa D está incorreta. A competência da Justiça Estadual para conhecer a ação popular não é 
absoluta. 
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, conforme dispõe o art. 7º, VI, da Lei nº 4.717/65: 
Art. 7º A ação obedecerá ao procedimento ordinário, previsto no Código de Processo Civil, 
observadas as seguintes normas modificativas: 
 VI - A sentença, quando não prolatada em audiência de instrução e julgamento, deverá ser 
proferida dentro de 15 (quinze) dias do recebimento dos autos pelo juiz. 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
1. (MPE-SC/MPE-SC - 2016) Nos termos da Lei n. 4.717/65 (Ação Popular), a nulidade de ato lesivo 
pode se dar, dentre outros casos, quando houver inexistência de motivos, verificada esta quando a matéria 
de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, for materialmente inexistente; e quando houver desvio 
de finalidade, definida a expressão, no texto da lei, como hipótese em que a matéria de fato ou de direito 
é juridicamente inadequada ao resultado obtido. 
Comentários 
A assertiva está incorreta, por conceituar de forma equivocada o desvio de finalidade. 
De fato, a inexistência de motivo e o desvio de finalidade são causas da nulidade do ato lesivo de acordo com 
a Lei da Ação Popular, contudo, o desvio de finalidade ocorre quando o agente pratica o ato com finalidade 
diversa da prevista na regra de competência. Vejamos o art. 2º, da Lei nº 4.717/65. 
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo 
anterior, nos casos de: 
a) incompetência; 
b) vício de forma; 
c) ilegalidade do objeto; 
d) inexistência dos motivos; 
e) desvio de finalidade. 
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes 
normas: 
d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se 
fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado 
obtido; 
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso 
daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência. 
2. (MPE-SC/MPE-SC - 2016) Segundo a Lei n. 4.717/65 (Ação Popular), ao Ministério Público cabe, 
além de acompanhar a ação popular, apressar a produção probatória do feito, podendo recorrer da 
sentença contra a pretensão do autor da aludida ação, faculdade aberta, ainda, a qualquer outro cidadão. 
Comentários 
A assertiva está correta com base em dois artigos da Lei de Ação Popular, o art. 6º, § 4º, e o art. 19, § 2º. 
Compete ao MP acelerar a produção de provas e recorrer da sentença. O recurso da sentença também é 
possível a qualquer cidadão. Abaixo, os dispositivos citados: 
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Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas 
no art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem 
autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, 
tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo. 
§ 4º O Ministério Público acompanhará a ação, cabendo-lhe apressar a produção da prova 
e promover a responsabilidade, civil ou criminal, dos que nela incidirem, sendo-lhe vedado, 
em qualquer hipótese, assumir a defesa do ato impugnado ou dos seus autores. 
Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação está sujeita 
ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo 
tribunal; da que julgar a ação procedente caberá apelação, com efeito suspensivo. 
(Redação dada pela Lei nº 6.014, de 1973) 
§ 2º Das sentenças e decisões proferidas contra o autor da ação e suscetíveis de recurso, 
poderá recorrer qualquer cidadão e também o Ministério Público. 
3. (COPESE – UFT/Prefeitura de Palmas-TO - 2016) Analise as afirmativas a seguir, nos termos da Lei 
Nº 4.717/1965 (Lei da Ação Popular). Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a declaração de 
nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, de 
entidades autárquicas, de sociedades deeconomia mista, de sociedades mútuas de seguro nas quais a 
União represente os segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de 
instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com 
mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, de empresas incorporadas ao patrimônio 
da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades 
subvencionadas pelos cofres públicos. São também nulos, se praticados por quaisquer das pessoas ou 
entidades anteriormente referidas, os seguintes atos ou contratos. 
I. A admissão ao serviço público remunerado, com desobediência, quanto às condições de habilitação, das 
normas legais, regulamentares ou constantes de instruções gerais. 
II. A empreitada, a tarefa e a concessão do serviço público, quando a concorrência administrativa for 
processada em condições que impliquem na limitação das possibilidades normais de competição. 
III. A compra e venda de bens móveis ou imóveis, nos casos em que não cabível concorrência pública ou 
administrativa, quando o preço de venda dos bens for inferior ao corrente no mercado, na época da 
operação. 
IV. A concessão de licença de exportação ou importação, qualquer que seja a sua modalidade, quando 
resultar em exceção ou privilégio, em favor de exportador ou importador. 
Indique a alternativa CORRETA: 
a) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas. 
b) Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas. 
c) Somente as afirmativas I, III e IV estão corretas. 
d) Todas as afirmativas estão corretas. 
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Façamos a análise de cada um dos itens: 
O item I está correto. São nulos os atos praticados na admissão do serviço público remunerado sem 
observância das regras de habilitação, de acordo com o art. 4º, I, da Lei nº 4.717/65. 
Art. 4º São também nulos os seguintes atos ou contratos, praticados ou celebrados por 
quaisquer das pessoas ou entidades referidas no art. 1º. 
I - A admissão ao serviço público remunerado, com desobediência, quanto às condições de 
habilitação, das normas legais, regulamentares ou constantes de instruções gerais. 
O item II está correto, pelo disposto no art. 4º, III, c, da Lei de Ação Popular. 
III - A empreitada, a tarefa e a concessão do serviço público, quando: 
c) a concorrência administrativa for processada em condições que impliquem na limitação 
das possibilidades normais de competição. 
O item III também está correto. A compra e venda de imóveis será nula quando o preço da venda do bem 
for inferior ao concorrente, consoante ao que dispõe o art. 4º, inciso V, alínea c. 
V - A compra e venda de bens móveis ou imóveis, nos casos em que não cabível 
concorrência pública ou administrativa, quando: 
c) o preço de venda dos bens for inferior ao corrente no mercado, na época da operação. 
O item IV está correto, tendo em vista o disposto no art. 4º, VI, b, da Lei nº 4.717/65. 
VI - A concessão de licença de exportação ou importação, qualquer que seja a sua 
modalidade, quando: 
b) resultar em exceção ou privilégio, em favor de exportador ou importador. 
Assim, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão, uma vez que todos os itens estão corretos, de 
acordo com os incisos e alíneas do art. 4º. 
4. (IBFC/Divinópolis - 2018) De acordo com o texto da Lei nº 4.717 de 1965, a qual disciplina a ação 
popular, para a conceituação dos casos de nulidade devem ser observadas determinadas normas, dentre 
as quais se inclui: 
a) o vício de conteúdo consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades 
indispensáveis à existência ou seriedade do ato 
b) a ilegitimidade do conteúdo ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento 
ou outro ato normativo 
c) a competência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o 
praticou 
d) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, 
explícita ou implicitamente, na regra de competência 
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Comentários 
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 2º, parágrafo único, “b”, da Lei nº 4.717/65, é o vício de 
forma que consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à 
existência ou seriedade do ato. 
A alternativa B está incorreta. Com base no art. 2º, parágrafo único, “c”, da referida Lei, a ilegalidade do 
objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo. 
A alternativa C está incorreta. O art. 2º, parágrafo único, “a”, da Lei nº 4.717/65, estabelece que entre os 
casos de nulidade do ato administrativo, inclui-se a incompetência, que fica caracterizada quando o ato não 
se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou. 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Vejamos: 
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo 
anterior, nos casos de: 
e) desvio de finalidade. 
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes 
normas: 
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso 
daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência. 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
1. (CESPE/TJ-CE - 2018) Com base na legislação de regência e na jurisprudência do STJ, é correto 
afirmar que a ação de improbidade administrativa 
A) pode ser ajuizada tanto em caráter preventivo como em caráter repressivo. 
B) exige a formação de litisconsórcio passivo necessário entre o réu agente público e os particulares 
beneficiados pelo ato ímprobo. 
C) pode ser encerrada por meio de acordo firmado entre as partes e devidamente homologado pelo juízo. 
D) admite a utilização de prova emprestada colhida na persecução penal, desde que assegurado o direito ao 
contraditório e à ampla defesa. 
E) deve ser ajuizada e processada nas instâncias ordinárias, salvo se a conduta ímproba tiver sido praticada 
por agente público com foro privilegiado. 
Comentários 
A questão cobra do candidato conhecimentos acerca do instituto da improbidade administrativa. Apesar da 
Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429 - LIA) ser de 1992, existe uma jurisprudência muito dinâmica 
sobre o assunto de modo que pudemos ver ainda no início de 2018 discussões sobre o cabimento ou não do 
foro por prerrogativa de função em sede de ações regidas por essa lei. Um dos enunciados de súmula que 
mais costuma ser cobrado em provas sobre o tema é o enunciado nº 591, da súmula do STJ, que diz: “É 
permitida a “prova emprestada” no processo administrativo disciplinar, desde que devidamente autorizada 
pelo juízo competente e respeitados o contraditório e a ampla defesa”. Com base nele, se afirma que a ação 
de improbidade administrativa, apesar de ser uma ação de natureza cível e não um processo administrativo 
disciplinar, admite a utilização de prova emprestada colhida na persecução penal, desde que assegurado o 
direito ao contraditório e à ampla defesa. 
É como base nessa afirmação que podemos dizer que a alternativa D é a correta e é o gabarito da questão. 
Vejamos os erros das demais alternativas: 
A alternativa A está incorreta. Aqui o examinador tentou confundir o candidato com conceitos próprios dos 
institutos do mandado de segurançae do habeas corpus. Diferentemente do que acontece nas ações 
relativas ao MS e ao HC, não há que se falar em ação de improbidade em caráter preventivo. Por se tratar 
de uma ação com viés claramente sancionatório, seria muito incoerente que ela pudesse ser ajuizada 
preventivamente. 
A alternativa B está incorreta. Não há litisconsórcio passivo necessário aqui. A conduta do servidor público 
será apurada independentemente da conduta do particular. 
A alternativa C ao tempo da aplicação da prova estava incorreta. Na ação de improbidade era vedada 
qualquer tipo de transação. Contudo, atualmente, por expressa disposição legal (art. 17, § 1º, LIA), é 
admitida. Vejam: 
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Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou 
pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar. 
 § 1º As ações de que trata este artigo admitem a celebração de acordo de não persecução 
cível, nos termos desta Lei. 
E a alternativa E está incorreta. Não existe foro por prerrogativa de função (“foro privilegiado”), nas ações 
de improbidade administrativa. Isso porque o foro por prerrogativa de função é específico para matéria 
penais e ação de improbidade administrativa, como sabemos, tem natureza cível. 
2. (CESPE/PC-MA - 2018) O MP de determinado estado da Federação ajuizou uma ação civil pública 
por improbidade administrativa contra determinado servidor estadual. 
Nessa situação hipotética, a ação civil pública 
a) irá tornar prevento o juízo para todas as ações posteriores intentadas que possuam a mesma causa de 
pedir ou o mesmo objeto. 
b) poderá requerer a condenação pecuniária do servidor para a reparação de dano, mas não formular pedido 
de cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer de qualquer natureza. 
c) dependerá do pagamento adiantado de custas, emolumentos, honorários periciais e outras despesas. 
d) será integrada pelo MP na qualidade de custos legis. 
e) deverá observar integralmente a regulamentação específica, não sendo possível a aplicação subsidiária do 
CPC. 
Comentários 
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, nos termos do parágrafo único, do art. 2º, da Lei da 
Ação Civil Pública: 
Parágrafo único A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações 
posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. 
A alternativa B está incorreta. Vejamos o que dispõe o art. 3º, da referida Lei: 
Art. 3º A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de 
obrigação de fazer ou não fazer. 
A alternativa C está incorreta, pois contraria o disposto no art. 18, da Lei nº 7.347/85: 
Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, 
honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, 
salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas processuais. 
A alternativa D está incorreta. O §1º, do art. 5º, da referida Lei, estabelece que o Ministério Público, se não 
intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei. 
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A alternativa E está incorreta, com base no art. 19, da Lei da Ação Civil Pública: 
Art. 19. Aplica-se à ação civil pública, prevista nesta Lei, o Código de Processo Civil, 
aprovado pela Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, naquilo em que não contrarie suas 
disposições. 
3. (CESPE/DPE-PE - 2018) A respeito do ajuizamento de ação civil pública pela Defensoria Pública para 
tutela de defesa de interesses individuais homogêneos de consumidores, assinale a opção correta de 
acordo com o entendimento jurisprudencial do STJ. 
a) Na hipótese de tutela de direitos individuais homogêneos, a Defensoria Pública somente pode atuar em 
nome dos indivíduos que expressa e previamente autorizaram propositura de ação coletiva. 
b) A Defensoria Pública tem legitimidade para instaurar inquérito civil para reunir elementos de fato e de 
direito necessários para o ajuizamento de ação civil pública. 
c) A Defensoria Pública apenas tem legitimidade para tomar medida individual, e não coletiva, para 
representar consumidores hipossuficientes ou carentes de recursos financeiros. 
d) A legitimidade da Defensoria Pública abrange diversas formas de vulnerabilidades sociais, não se limitando 
à atuação em nome de carente de recursos econômicos. 
e) É vedado à Defensoria Pública firmar compromisso de ajustamento de conduta com entidade responsável 
por aumento abusivo em mensalidades de plano de saúde em razão de mudança de faixa etária. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. A vulnerabilidade autoriza a tutela de direito individual homogêneo pela 
Defensoria Pública, não havendo necessidade de autorização expressa, com fundamento nos arts. 134, da 
CF, combinado com o art. 4º, VII, da LC 80/94. 
A alternativa B está incorreta, pois o inquérito civil é privativo do Ministério Público. Vejamos o que dispõe 
o §1º, do art. 8º, da Lei nº 7.347/85: 
§ 1º O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou 
requisitar, de qualquer organismo público ou particular, certidões, informações, exames 
ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias úteis. 
A alternativa C está incorreta. A Defensoria Pública tem legitimidade para tomar medida individual e 
coletiva, nos termos do art. 1º, IV, da referida Lei: 
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de 
responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: 
IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo. 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. A atuação primordial da Defensoria Pública, sem 
dúvida, é a assistência jurídica e a defesa dos necessitados econômicos. Entretanto, também exerce suas 
atividades em auxílio a necessitados jurídicos, não necessariamente carentes de recursos econômicos. 
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==1365fc==
A alternativa E está incorreta, pois contraria o disposto no art. 5º, II e §6º, da Lei nº 7.347/85: 
Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: 
II - a Defensoria Pública; 
§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua 
conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial. 
4. (CESPE/DPU - 2016) A respeito do mandado de segurança, da ação civil pública e da execução fiscal, 
julgue o item que se segue. 
O Ministério Público atuará, obrigatoriamente, como fiscal da lei nas ações civis públicas em que não for 
parte e, em se tratando de mandados de segurança, deverá ser intimado pelo juízo para exarar parecer. 
Comentários 
A assertiva está correta. De acordo com o art. 5º, §1º, da Lei nº 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública), o MP, se 
não intervir como parte no processo, atuará obrigatoriamente como fiscal de lei. 
§ 1º O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará 
obrigatoriamente como fiscal da lei. 
O MP não terá de opinar, mas será intimado e o fará caso entenda necessário. Vejamos o art. 12, da Lei nº 
12.016/09. 
Art. 12. Findo o prazo a que se refere o inciso I do caput do art. 7o desta Lei, o juiz ouvirá 
o representante do Ministério Público, que opinará, dentro do prazo improrrogável de 
10 (dez) dias. 
Parágrafo único. Com ou sem o parecer do Ministério Público, osno âmbito federal, temos a previsão do art. 2º: 
Além disso, o §1º, do art. 1º, traz o conceito de autoridade equiparada: 
§ 1º Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos 
de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os 
dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do 
poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições. 
Assim, ainda que não sejam dotados na Constituição ou na legislação infraconstitucional de poderes, serão 
considerados como autoridades – para fins da ação de mandado de segurança –os representantes, ou órgãos 
de partidos políticos, os administradores de autarquias e os dirigentes de pessoas jurídicas, ou pessoas 
naturais, que estejam exercendo atividades de caráter público. 
São três as pessoas, portanto, equiparadas a autoridade: 
 representantes ou órgãos de partidos políticos; 
 administradores de entidades autárquicas; 
 dirigentes de pessoas jurídicas ou pessoas naturais que exerçam atribuições do Poder 
Público. 
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O §2º, do art. 1º exclui do cabimento do mandado de segurança aqueles que praticarem atos de gestão 
comercial. Esse entendimento é relevante no sentido de que atos comerciais praticados por pessoas jurídicas 
de direito privado não fazem uso da supremacia sobre os administrados. Assim, por exemplo, obrigações de 
caráter contratual estão excluídas do âmbito de aplicação do mandado de segurança. 
Nesse caso, o ato licitatório não é tão somente de gestão, mas envolve o exercício da supremacia do poder 
público na realização de contratações. 
Legitimidade ativa 
Pela legitimidade ativa procura-se saber quem pode ingressar com a ação de mandado de segurança. A 
princípio, toda pessoa – natural ou jurídica, de direito público ou privado – possui legitimidade para ingressar 
em juízo a fim de buscar a proteção de direitos líquidos e certos. 
Didaticamente – à luz do que vimos em relação à parte constitucional da matéria – você deve lembrar que o 
mandado de segurança pode ser individual ou coletivo. 
Será mandado de segurança individual quando uma pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, 
ingressa isoladamente perante o Poder Judiciário com a intenção de tutelar direito líquido certo. Essa é a 
regra geral. 
Contudo, temos também o mandado de segurança coletivo, previsto constitucionalmente, e melhor 
explicitado no art. 21, da Lei do Mandado de Segurança. O caput pouco difere do entendimento da CF. Na 
realidade, ele traz mais algumas regras para que possamos complementar o rol de legitimados do mandado 
de segurança coletivo. São essas as regras: 
 o partido político, como vimos, precisa ter representação no Congresso Nacional para 
que possa ingressar com mandado de segurança. Contudo, essas pessoas jurídicas somente 
podem ingressar com mandado de segurança para tutelar interesses relativos aos seus 
integrantes ou à finalidade partidária. 
 em relação às associações, consta do Texto Constitucional, que elas devem estar 
constituídas há mais de um ano e devem buscar proteção na defesa dos interesses de seus 
membros. Além disso, o dispositivo acima citado explicita que as associações podem 
ingressar com mandado de segurança para tutelar o direito de todos ou apenas de parte 
dos associados e, além disso, não é necessária qualquer autorização especial para que os 
direitos dos associados sejam tutelados por intermédio do mandado de segurança. 
Por fim, o §3º, do art. 1º, prevê que, quando o direito violado ou ameaçado envolver várias pessoas, qualquer 
delas poderá requerer o mandado de segurança. 
Legitimação extraordinária 
A regra nas ações judiciais é que o titular do direito ingresse em juízo para a defesa dos seus interesses. Essa 
regra também se aplica ao mandado de segurança. Assim, o próprio legitimado ordinário – titular do direito 
material – impetra mandado de segurança para a defesa do direito líquido e certo. 
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Há, contudo, a possibilidade de que uma pessoa ingresse em juízo para a defesa de interesses de outra 
pessoa. Quando isso ocorrer, haverá substituição processual, hipótese em que a legitimação é 
extraordinária. 
Temos uma dissociação entre o titular do direito material e aquele que exerce o direito de ação. 
No mandado de segurança, a legitimação extraordinária é possível na hipótese do art. 3º: 
Art. 3º O titular de direito líquido e certo decorrente de direito, em condições idênticas, 
de terceiro poderá impetrar mandado de segurança a favor do direito originário, se o seu 
titular não o fizer, no prazo de 30 (TRINTA) DIAS, quando notificado judicialmente. 
Parágrafo único. O exercício do direito previsto no caput deste artigo submete-se ao prazo 
fixado no art. 23 desta Lei, contado da notificação. 
Em termos bem simples: Uma pessoa tem seu direito líquido e certo violado e, em face disso, surge a 
pretensão para que possa, judicialmente, buscar a reparação por intermédio do mandado de segurança. 
Além disso – e aqui está a chave central para que você compreenda o art. 3º - a violação desse direito traz 
consequências a um terceiro. Assim, a violação do direito líquido e certo de determinada pessoa afeta a esfera 
jurídica do terceiro. Dessa forma, se o titular do direito material não ingressar com a ação, o terceiro poderá 
notificá-lo para que entre com a ação. Se mesmo assim o titular do direito não o fizer em 30 dias, o terceiro, 
na qualidade de substitutivo processual, poderá entrar com mandado de segurança em nome do titular do 
direito líquido e certo violado. 
Formas de impetrar o mandado de segurança em situações de urgência 
O art. 4º, da Lei do Mandado de Segurança, é muito simples, pois prevê meios facilitadores de envio e de 
notificação no mandado de segurança quando houver urgência. 
A tendência é que as formas de interposição previstas no caput, do art. 4º, percam espaço para o processo 
eletrônico. No processo eletrônico, o envio é praticamente imediato e muito mais ágil e prático, por exemplo, 
do que o fax. 
Não obstante, em situações urgentes, o impetrante (quem entra com a ação) poderá enviar a petição inicial 
por: 
 telegrama; 
 radiograma; 
 fax; ou 
 meio eletrônico. 
Nesses casos, a petição e os documentos originais devem ser juntados aos autos no prazo de 5 dias úteis, a 
contar do envio. 
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Além disso, de acordo com o §1º, do art. 5º, a própria autoridade coatora poderá ser notificada a prestar 
informações por intermédio de telegrama, de radiograma ou de qualquer outro meio, desde que assegurada 
a autoridade do documento e a imediata ciência pela autoridade. 
Observa-se, ainda, que o art. 205, do CPC73, previa, entre as formas de comunicação urgente de atos 
processuais, a utilização do radiograma (espécie de telegrama enviado via rádio). Contudo, essa modalidade 
foi retirada e não consta no CPC. Entre as possibilidades de comunicação do art. 264, do CPC, está a utilização 
do meio eletrônico, do telefone ou, até mesmo, do telegrama. 
Desse modo, não obstante a previsão na Lei do Mandado de Segurança da utilização do radiograma, 
entendemos que ela não é mais aplicada. Todavia, em uma questão literal de prova, se prevista, você deve 
marcar como correta. 
Não cabimento do mandado de segurança 
Este art. 5º é fundamental para a prova! 
O dispositivo estabelece situações nas quais não cabe mandado de segurança. São elas: 
Art. 5º NÃO se concederá mandadoautos serão conclusos ao 
juiz, para a decisão, a qual deverá ser necessariamente proferida em 30 (trinta) dias. 
5. (CESPE/TRF1ªR - 2017) A respeito de mandado de segurança, ação popular, ação civil pública e ação 
de improbidade administrativa, julgue os itens a seguir. 
Na hipótese de abandono de ação civil pública proposta por associação, poderá a Defensoria Pública assumir 
a titularidade ativa. 
Comentários 
A assertiva está correta. A Defensoria Pública é um dos legitimados para propor Ação Civil Pública, conforme 
prescreve a Lei nº 7.347/85. Assim, estabelece o § 3º, do art. 5º, que em caso de abandono da ação por parte 
da associação legitima, qualquer outro legitimado poderá assumir a titularidade da ação. Vejamos esse 
dispositivo. 
§ 3° Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o 
Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa. 
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6. (CESPE/TRF-5ªR - 2017) Em se tratando de ação civil pública por danos ambientais ajuizada 
a) por associação de vítimas, eventuais multas processuais serão revertidas em favor dos associados. 
b) pelo Ministério Público, a indenização arbitrada em sentença será destinada às vítimas diretas do prejuízo 
ambiental. 
c) por estado-membro, a indenização arbitrada em sentença será destinada ao erário estadual. 
d) por associação, a indenização arbitrada em sentença será destinada aos associados. 
e) pelo Ministério Público, eventuais multas processuais serão revertidas em favor do Fundo de Direitos 
Difusos. 
Comentários 
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 13, da LACP: 
Art. 13. Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a 
um fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que participarão 
necessariamente o Ministério Público e representantes da comunidade, sendo seus 
recursos destinados à reconstituição dos bens lesados. 
O Decreto nº 1.306/94, regulamentou o fundo, denominando-o Fundo De Defesa dos Direitos Difusos. 
7. (CESPE/DPU - 2017) Tendo em vista que uma das funções primordiais do STJ é a sistematização e 
uniformização da jurisprudência relativa à legislação processual, julgue o próximo item à luz do 
entendimento desse tribunal. 
Nas ações civis públicas promovidas pela DPU, a legislação pertinente prevê a dispensa do adiantamento de 
custas, emolumentos, honorários periciais e outras despesas para a parte autora; entretanto, nessas ações, 
aquele que integrar o polo passivo da relação processual não desfrutará do mesmo benefício. 
Comentários 
Primeiramente, vejamos o que dispõe o art. 18, da Lei nº 7.347/85: 
Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, 
honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, 
salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas processuais. 
Segundo o STJ, o do art. 18 é inaplicável àqueles que se encontram no polo passivo da relação processual, 
porquanto a isso corresponderia dar incentivo àquele que é condenado por improbidade administrativa, 
causando danos à sociedade, razão pela qual confere-se interpretação restritiva ao privilégio processual, 
limitando-o ao autor da ação, tal como ocorre na ação popular. 
Desse modo, a assertiva está correta. 
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8. (CESPE/TRF-5ªR - 2017) O Ministério Público de determinado estado da Federação e o Ministério 
Público Federal ajuizaram, em litisconsórcio, ação civil pública para tutela de direitos individuais 
homogêneos de consumidores lesados por contrato de consumo. 
De acordo com o STJ, nessa situação hipotética, 
a) caso seja rejeitado o pedido, com sentença transitada em julgado, estará vedada a propositura de nova 
demanda coletiva, com o mesmo objeto, por outro legitimado coletivo. 
b) se o réu for condenado em obrigação de dar quantia certa, os juros de mora incidirão a partir da sentença 
condenatória que vier a ser prolatada na fase de conhecimento. 
c) o juiz deve extinguir o processo sem resolução do mérito em razão da ilegitimidade do Ministério Público, 
por se tratar de tutela de direitos individuais homogêneos em situação decorrente de contrato particular. 
d) deve ser permitida a formação do litisconsórcio ativo independentemente de razão específica que 
justifique a atuação conjunta na lide, bastando que se verifique a legitimidade ministerial para propositura 
de demanda. 
e) caso seja julgada procedente a ação, a contagem do prazo prescricional aplicável às execuções individuais 
de sentença condenatória só se iniciará com a publicação de edital no órgão oficial. 
Comentários 
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Segundo entendimento do STJ, após o trânsito em 
julgado de decisão que julga improcedente ação coletiva proposta em defesa de direitos individuais 
homogêneos, independentemente do motivo que tenha fundamentado a rejeição do pedido, não é possível 
a propositura de nova demanda com o mesmo objeto por outro legitimado coletivo, ainda que em outro 
Estado da federação. 
A alternativa B está incorreta. Os juros de mora incidem a partir da citação do devedor na fase de 
conhecimento da Ação Civil Pública, quando esta se fundar em responsabilidade contratual, se que haja 
configuração da mora em momento anterior. 
A alternativa C está incorreta. O Ministério Público está legitimado a promover ação civil pública para a 
defesa de direitos individuais homogêneos disponíveis. 
A alternativa D está incorreta. O litisconsórcio ativo facultativo entre os ramos do MPU e os MPs dos Estados, 
em tese, é possível, sempre que as circunstâncias do caso recomendem. 
A alternativa E está incorreta. O prazo prescricional para a execução individual é contado do trânsito em 
julgado da sentença coletiva. 
9. (CESPE/MPE-RR - 2017) Julgue os itens a seguir, referentes à tutela coletiva. 
I Se ACP for ajuizada em comarca diversa daquela em que tiver ocorrido o dano, o juízo deverá declinar, de 
ofício, de sua competência. 
II Ressalvada a hipótese de má-fé, o sindicato que propuser ACP não precisará adiantar custas, emolumentos 
ou honorários periciais nem será condenado em honorários advocatícios ou despesas processuais. 
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III As associações precisam de autorização especial para propor ACP ou mandado de segurança coletivo na 
defesa de interesses de seus associados. 
Assinale a opção correta. 
a) Nenhum item está certo. 
b) Apenas o item III está certo. 
c) Apenas os itens I e II estão certos. 
d) Todos os itens estão certos. 
Comentários 
Vamos analisar cada um dos itens. 
O item I este correto, conforme prevê o art. 2º, caput, da Lei nº 7.347/85: 
 Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, 
cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa. 
Tratando-se de competência absoluta, deve, o juiz que verificar ser incompetente para processar e julgar o 
feito, declará-lo de ofício. 
O item II está correto, nos termos do art. 18, da referida Lei: 
Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, 
honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, 
salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas processuais. 
O item III está incorreto. Esse item cobra uma súmula do STF. Não há necessidade de autorização dos 
associadospara a impetração do MS coletivo. 
Súmula 629 STF - A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe 
em favor dos associados independe da autorização destes. 
Portanto, a alternativa C é correta e gabarito da questão. 
10. CESPE/Prefeitura de Fortaleza-CE - 2017) Julgue o próximo item, a respeito de litisconsórcio, 
intervenção de terceiros e procedimentos especiais previstos no CPC e na legislação extravagante. 
Conforme o STJ, a pessoa jurídica de direito público ré de ação civil pública possui ampla liberdade para 
mudar de polo processual, ainda que haja pretensão direcionada contra ela. 
Comentários 
A assertiva está incorreta, ao afirmar que essa liberdade é ampla. A pessoa jurídica de direito público de 
ação civil pública pode migrar para o polo ativo processual, ainda quando haja pretensão direcionada contra 
ela. No entanto, essa migração somente será possível quando nela houver interesse público. 
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Note que o erro da questão é muito sutil. 
11. (CESPE/SEDF - 2017) Julgue o item subsequente, relativo à improcedência liminar do pedido e ao 
cumprimento de sentença. 
Situação hipotética: A defensoria pública ingressou em juízo com uma ação civil pública contra empresa 
privada que praticava ato lesivo ao meio ambiente e à ordem urbanística de determinado ente federativo. 
Assertiva: Nesse caso, a defensoria pública poderia requerer a condenação da empresa requerida ao 
pagamento em dinheiro em função dos danos provocados, e cumular a esse pedido a cessação dos atos 
lesivos, bem como o cumprimento de recuperação dos danos causados ao meio ambiente e à ordem 
urbanística. 
Comentários 
De acordo com o art. 1º, I, combinado com o art. 5º, II, da Lei nº 7.347/86, aceita-se, majoritariamente, a 
legitimidade da Defensoria Pública para ajuizar ação coletiva em razão de dano ao meio ambiente. 
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de 
responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: 
l - ao meio-ambiente; 
Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: 
I - o Ministério Público; 
Além disso, o STJ, afirma que na hipótese de ação civil pública proposta em razão de dano ambiental, é 
possível que a sentença condenatória imponha ao responsável, cumulativamente, as obrigações de 
recompor o meio ambiente degradado e de pagar quantia em dinheiro a título de compensação por dano 
moral coletivo. 
Assim, a assertiva está correta. 
12. (CESPE/FUNPRESP-EXE - 2016) A respeito de sentença e coisa julgada, julgue o item que se segue. 
A coisa julgada constituída na ação popular, assim como a constituída na ação civil pública, tem eficácia 
oponível contra todos, nos limites da competência territorial do órgão prolator. 
Comentários 
A assertiva está incorreta. A limitação da coisa julgada à competência do órgão prolator da decisão está 
contida somente na Lei da Ação Civil Pública. Vejamos o que dispõe o art. 16: 
Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência 
territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência 
de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico 
fundamento, valendo-se de nova prova. 
Além disso, determina o art. 18, da Lei da Ação Popular: 
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Art. 18. A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível "erga omnes", exceto no caso de 
haver sido a ação julgada improcedente por deficiência de prova; neste caso, qualquer 
cidadão poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova. 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
1. (FCC/AL-MS - 2016) Com relação a Ação Civil Pública, considere: 
I. A empresa pública possui legitimidade para propor a ação principal. 
II. A sociedade de economia mista possui legitimidade para propor a ação principal. 
III. Não se admite litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos 
Estados na defesa dos interesses e direitos pleiteados na referida Ação. 
IV. É facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas habilitar-se como litisconsortes de 
qualquer das partes. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I e III. 
b) I, II e IV. 
c) II, III e IV. 
d) I e II. 
e) III e IV. 
Comentários 
Vamos analisar cada um dos itens. 
Os itens I e II estão corretos, conforme prevê o art. 5º, IV, da Lei nº 7.347/85: 
Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: 
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; 
O item III está incorreto, pois contraria o disposto no §5º, do art. 5º, da referida Lei: 
§ 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União, do 
Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei. 
O item IV está correto, nos termos do art. 5, §2º, da Lei nº 7.347/85: 
§ 2º Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas nos termos deste 
artigo habilitar-se como litisconsortes de qualquer das partes. 
Assim, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão. 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
1. (FGV/ALERJ - 2017) Com base em inquérito civil instaurado para apurar notícias de atividades 
poluentes em um lago situado em determinado município fluminense, o Ministério Público ajuizou ação 
civil pública em face do ente federativo e da sociedade empresária responsáveis pela prática dos atos 
lesivos. Concluindo não terem sido suficientemente comprovados os fatos alegados na petição inicial, o 
juiz da causa julgou improcedente o pedido, em sentença que viria a ser confirmada, por seus próprios 
fundamentos, pelo órgão ad quem. Três anos após o advento do trânsito em julgado da última decisão 
proferida no processo, foi encaminhado ao Parquet, por meio de notícia anônima, um documento novo, 
que, por si só, seria apto a comprovar as atividades poluentes e a sua autoria, caso tivesse sido 
oportunamente juntado aos autos da ação coletiva. Assim, apenas uma semana depois da obtenção da 
nova prova, o Ministério Público intentou ação rescisória, com fulcro no artigo 966, inciso VII, do Código 
de Processo Civil de 2015, tendo incluído no polo passivo da demanda apenas a pessoa jurídica de direito 
público. 
Distribuída a ação à Seção Cível Comum do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, o Desembargador 
a quem couber a sua relatoria deve: 
a) determinar a intimação do Ministério Público para emendar a petição inicial, de modo a incluir no polo 
passivo da lide a sociedade empresária demandada na precedente ação civil pública, na qualidade de 
litisconsorte passiva necessária; 
b) determinar a intimação do Ministério Público para recolher os valores a título de custas judiciais, bem 
como a depositar a importância correspondente a cinco por cento sobre o valor da nova causa; 
c) indeferir a petição inicial, dada a configuração do fenômeno da carência de ação; 
d) julgar liminarmente improcedente o pedido, em razão da inobservância do prazo decadencial; 
e) proceder ao juízo positivo de admissibilidade da demanda, determinando a citação da pessoa jurídica de 
direito público para, em prazo não inferior a quinzedias e não superior a trinta dias, apresentar resposta. 
Comentários 
A questão requer o conhecimento da extensão da coisa julgada nas ações civis públicas. Vejamos, 
primeiramente, o art. 16, da Lei nº 7.347/85: 
Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência 
territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência 
de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico 
fundamento, valendo-se de nova prova. 
Trata-se da denominada "coisa julgada secundum eventum probationis". 
No caso da questão, o Ministério Público deveria ajuizar outra ação civil pública, acompanhada da nova 
prova, e não ação rescisória. Optando ele pelo ajuizamento da ação rescisória, esta deveria ser extinta, sem 
resolução de mérito, por carência da ação. 
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Embora fosse necessário o ajuizamento de uma nova ação judicial para se obter a reparação do dano 
ambiental, o instrumento processual consistente na ação rescisória seria inadequado. 
Desse modo, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão. 
2. (FGV/MPE-RJ - 2018) No tocante à ação civil pública, carece(m) de legitimidade ad causam para 
ajuizá-la: 
a) o Ministério Público; 
b) a Defensoria Pública; 
c) os entes federados; 
d) as associações; 
e) o cidadão. 
Comentários 
A questão exige o conhecimento do art. 5º, da Lei nº 7.347/85. Vejamos: 
Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: 
I - o Ministério Público; (ALTERNATIVA A) 
II - a Defensoria Pública; (ALTERNATIVA B) 
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; (ALTERNATIVA C) 
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; 
V - a associação que, concomitantemente: (ALTERNATIVA D) 
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; 
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, 
ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos 
de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, 
turístico e paisagístico. 
Conforme se nota, a única alternativa que não consta no rol acima é a alternativa E, gabarito da questão. 
3. (FGV/MPE-RJ - 2018) Determinado Prefeito Municipal, em conluio com o sócio administrador de 
sociedade empresária contratada mediante licitação pelo Município para executar a obra de um viaduto, 
fraudou o procedimento licitatório e o respectivo contrato administrativo. O Promotor de Justiça da 
Comarca, com atribuição na tutela coletiva do patrimônio público, ajuizou demanda judicial em que 
requereu, dentre outros pedidos, o integral ressarcimento dos danos ao erário. 
No caso em tela, a demanda foi proposta pelo Promotor por meio de: 
a) ação popular, ajuizada perante o juízo da Vara Cível da Comarca local; 
b) ação civil pública, ajuizada perante a Vara Cível da Comarca local; 
c) mandado de segurança coletivo, impetrado originariamente no Tribunal de Justiça; 
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d) mandado de injunção, impetrado perante a Vara Cível da Comarca local; 
e) habeas data, impetrado originariamente no Tribunal de Justiça. 
Comentários 
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. A ação civil pública é um instrumento jurídico previsto 
na Constituição da República e regulamentado pela Lei nº 7.347/85. Seu objetivo é dar proteção a direitos 
difusos e coletivos existentes, como por exemplo, a proteção aos direitos do consumidor. 
Vejamos o que dispõe o art. 1º, da Lei da Ação Civil Pública: 
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de 
responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: 
l - ao meio-ambiente; 
ll - ao consumidor; 
III – a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; 
IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo. 
V - por infração da ordem econômica; 
VI - à ordem urbanística. 
VII – à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos. 
VIII – ao patrimônio público e social. 
4. (FGV/MPE-AL - 2018) O Direito Processual brasileiro possui diversos instrumentos para a tutela 
coletiva de direitos. 
Sobre as ações coletivas, assinale a afirmativa correta. 
a) Não se admite litisconsórcio entre os Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados na 
ação civil pública, em razão da unidade do Ministério Público. 
b) Nas ações coletivas para defesa de direitos difusos do consumidor, a coisa julgada é ultra partes, salvo na 
improcedência por falta de provas. 
c) Nas ações coletivas para defesa de direitos individuais homogêneos do consumidor, a coisa julgada é erga 
omnes, na procedência do pedido. 
d) As associações são legitimadas a propor ações civis públicas, bastando, para tanto, sua pré-constituição 
há, pelo menos, um ano. 
e) Nas ações civis públicas, não pode o Poder Público atuar como litisconsorte ao lado do autor. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, pois contraria o disposto no art. 5º, §5º, da Lei nº 7.347/85: 
§ 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União, do 
Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei. 
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A alternativa B está incorreta. Vejamos o que determina o art. 16, da referida Lei: 
Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência 
territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência 
de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico 
fundamento, valendo-se de nova prova. 
Assim, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão. 
A alternativa D está incorreta. Os requisitos para que a associação possa propor ACP são mais extensos. Veja 
o art. 5º, inciso V, da Lei. 
Art. 5º Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: 
V - a associação que, concomitantemente: 
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; 
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, 
ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos 
de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, 
turístico e paisagístico. 
§4º O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja manifesto 
interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância 
do bem jurídico a ser protegido”. 
A alternativa E está incorreta. O art. 5º, §2º, da Lei da Ação Civil Pública, estabelece que fica facultado ao 
Poder Público e a outras associações legitimadas habilitar-se como litisconsortes de qualquer das partes. 
5. (FGV/MPE-RJ - 2016) Após ampla investigação, o Promotor de Justiça com atribuição constatou que 
determinada construtora, com atuação em diversos Estados do território nacional, inseria, em todos os 
contratos que celebrava, uma cláusula nitidamente ilegal e gravosa para os milhares de adquirentes das 
unidades habitacionais que comercializava. A construtora foi notificada para cessar essa prática, mas 
negou-se a fazê-lo. Considerando a natureza dos interesses envolvidos, o membro do Ministério Público 
deve ajuizar, em face da construtora, com o objetivo de protegeros adquirentes das unidades, atuais e 
futuros: 
a) ação civil pública; 
b) mandado de segurança coletivo; 
c) inquérito civil; 
d) ação popular; 
e) ação penal. 
Comentários 
A alternativa A esta correta e é o gabarito da questão, conforme dispõe o art. 1º, da LACP: 
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==1365fc==
 
 
Art. 1º. Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de 
responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: 
I - ao meio-ambiente; 
II - ao consumidor; 
III - a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; 
IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo. 
V - por infração da ordem econômica; 
VI - à ordem urbanística. 
6. (FGV/MPE-RJ - 2016) Promotor de Tutela Coletiva instaurou inquérito civil público para apurar a 
legalidade da delegação pelo Município à determinada sociedade empresária da prestação do serviço 
público de transporte coletivo municipal de passageiros. No curso das investigações, restou comprovado 
que o contrato administrativo firmado para tal fim não foi precedido de licitação, mas a tarifa cobrada dos 
usuários tem preço módico. Dessa forma, deverá o Promotor: 
a) arquivar o inquérito civil, diante da autonomia da vontade das partes contratantes e da modicidade da 
tarifa, que demonstram não haver prejuízo ao interesse público; 
b) arquivar o inquérito civil em relação à sociedade empresária, diante da modicidade da tarifa, e ajuizar 
ação civil pública para obrigar o Município a realizar licitação por tomada de preços para delegação do serviço 
público; 
c) ajuizar ação civil pública para obrigar o Município a realizar licitação, na modalidade concorrência, para 
concessão do serviço público de transporte coletivo municipal de passageiros; 
d) ajuizar ação civil pública para obrigar o Município a realizar licitação, na modalidade tomada de preços, 
para permissão do serviço público de transporte coletivo municipal de passageiros; 
e) ajuizar ação civil pública para obrigar o Município a realizar licitação, para delegação na modalidade 
autorização do serviço público de transporte coletivo municipal de passageiros. 
Comentários 
Primeiramente, vejamos o que dispõe o art. 175, da CF/88: 
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de 
concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. 
A CF exige a realização de licitação, mas não aponta a modalidade de licitação. Visto isso, vejamos o que 
determina o art. 2º, II, da Lei nº 8.987/95: 
Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se: 
II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder 
concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou 
consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e 
risco e por prazo determinado; 
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A modalidade eleita foi a concorrência. Logo, a ação civil pública deve ser regularmente ajuizada para exigir 
o reparo à legislação. 
Assim, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão. 
7. (FGV/MPE-RJ - 2016) Tramita na Promotoria de Tutela Coletiva inquérito civil público instaurado 
para apurar contratação ilegal de pessoal pelo Município, diante da ausência de concurso público. 
Realizadas as diligências pertinentes, ficou comprovado que o Município está mantendo pessoas não 
concursadas nomeadas para cargo em comissão, que não exercem funções de chefia, direção ou 
assessoramento, e sim funções de natureza permanente e atividade típica de Estado, como procuradores, 
médicos e professores. Com vistas à tentativa de solução consensual do caso, o Promotor de Justiça pode 
se valer do instrumento extrajudicial coletivo: 
a) da recomendação dirigida ao Prefeito Municipal e ao Procurador-Geral do Município, a fim de que 
exonerem as pessoas contratadas ilegalmente, sob pena de aplicação de multa fixada no inquérito civil; 
b) da recomendação dirigida ao Prefeito Municipal e ao Secretário Municipal de Administração, a fim de que 
realizem imediatamente concurso público, sob pena de decreto no inquérito civil de indisponibilidade de 
seus bens; 
c) do compromisso de ajustamento de conduta a ser firmado com o Município, a fim de que realize concurso 
público até determinada data, que já será estabelecida no compromisso pelas partes atendendo à 
razoabilidade, sob pena de ajuizamento de ação civil pública; 
d) do compromisso de ajustamento de conduta a ser firmado com o Município, a fim de que realize concurso 
público no prazo de até 90 (noventa) dias, sob pena de afastamento cautelar do Prefeito da função pública, 
a ser decretado no bojo do inquérito civil; 
e) da audiência pública, a fim de que a população seja ouvida para decidir, de forma coletiva, qual é a melhor 
solução a ser adotada para o caso concreto, eis que a população tem o direito de decidir como serão 
contratados os servidores que irão prestar serviços públicos essenciais. 
Comentários 
Nesse caso, o compromisso de ajustamento de conduta será firmado pelo Ministério Público com o 
Município, a fim de que realize concurso público até a data prevista no acordo, estabelecida atendendo à 
razoabilidade, sob pena de ajuizamento de ação civil pública. Trat-se do ajustamento de conduta previsto no 
§ 6º, do art. 5º, da Lei da ACP: 
§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de 
ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá eficácia 
de título executivo extrajudicial. 
Desse modo, a alternativa C é correta e gabarito da questão. 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
1. (VUNESP/Câmara de Marília-SP - 2016) Quanto à ação civil pública, assinale a alternativa correta. 
a) Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições 
previdenciárias, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS ou outros fundos de natureza institucional 
cujos beneficiários podem ser individualmente determinados. 
b) Não é possível condenação dos autores no pagamento de honorários advocatícios. 
c) Toda associação, desde que constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil, poderá ingressar 
com ação civil pública. 
d) Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério Público 
deverá obrigatoriamente assumir a titularidade ativa. 
e) A sentença na ação civil pública sempre fará coisa julgada erga omnes. 
Comentários 
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, com base no art. 1º, parágrafo único, da Lei de Ação 
Civil Pública. Já analisamos esse dispositivo nesses comentários, vamos apenas citá-los. 
Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que 
envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de 
Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser 
individualmente determinados. 
A alternativa B está incorreta, pois em caso de litigância de má-fé haverá a condenação de honorários 
advocatícios, de modo que está incorreto dizer que não será cabível o pagamento. Vejamos o art. 17, da Lei. 
Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores responsáveis pela 
propositura da ação serão solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao 
décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos. 
A alternativaC está incorreta. Para que as associações sejam consideradas como legitimadas para propor 
Ação Civil pública, elas devem preencher os dois requisitos previstos em lei e não apenas um deles. Vejamos 
esses requisitos trazidos no art. 5º, da Lei nº 7.347/85. 
V - a associação que, concomitantemente: 
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; 
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, 
ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos 
de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, 
turístico e paisagístico. 
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A alternativa D está incorreta, pois em caso de desistência ou abandono da causa pela associação, a 
titularidade ativa da causa poderá ser assumida por qualquer um dos legitimados e não apenas pelo 
Ministério Público, consoante é possível entender do disposto no art. 5º, § 3º, da Lei de Ação Civil Pública. 
§ 3° Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o 
Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa. 
A alternativa E está incorreta, pois nem sempre os efeitos da sentença serão erga omnes. Vejamos o art. 16, 
da Lei nº 7.347/85. 
Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência 
territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência 
de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico 
fundamento, valendo-se de nova prova. 
2. (VUNESP/IPSMI - 2016) São interesses difusos, na interpretação literal do art. 1o da Lei da Ação 
Civil Pública, que podem ser defendidos em juízo, aqueles que envolvam pretensão sobre 
a) tributos. 
b) contribuições previdenciárias. 
c) fundo de garantia do tempo de serviço – FGTS. 
d) fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinados ou não. 
e) a honra e a dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos. 
Comentários 
Essa questão é um pouco complicada, pois envolve a interpretação do art. 1º, parágrafo único, da Lei de 
Ação Civil Pública, e a diferenciação entre direitos difusos e direitos coletivos. 
A questão solicita que você assinale a alternativa que traz direitos difusos, ou seja, direitos que apresentam 
a indivisibilidade do objeto e a indeterminabilidade dos beneficiários. 
Já o artigo citado menciona, expressamente, a divisibilidade do objeto e a determinabilidade dos 
beneficiários, assim, trata-se de direitos coletivos e não difusos. 
Vejamos o art. 1º, § único: 
Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam 
tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS 
ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente 
determinados. 
Deste modo, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão, pois é a única que apresenta um direito 
difuso, previsto expressamente no art. 1º, VII, da Lei de Ação Civil Pública. 
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Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de 
responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: 
VII – à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos. 
3. (VUNESP/Câmara de Sumaré-SP - 2017) Assinale a alternativa correta sobre a legitimidade ativa na 
ação civil pública. 
a) Associação tem legitimidade ativa para defender os interesses dos associados que o eram ao tempo do 
ajuizamento da ação de conhecimento. 
b) A Defensoria Pública somente tem legitimidade para defender os interesses individuais homogêneos dos 
que sejam carentes de recursos econômicos. 
c) Havendo a dissolução da associação titular da ação, poderá haver a substituição do polo ativo por outra 
associação, que tenha interesses comuns a ambas. 
d) O Ministério Público não tem legitimidade para pleitear, em ação civil pública, a indenização decorrente 
do DPVAT em benefício do segurado. 
e) Somente associação de estudantes tem legitimidade para ajuizar ação civil pública com o objetivo de 
garantir o acesso a critérios de correção de provas de concurso público. 
Comentários 
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, de acordo com o art. 5º, V, da Lei de Ação Civil Pública. 
A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 5º, II, da LACP, a Defensoria Pública têm legitimidade 
para propor a ação principal e a ação cautelar. 
A alternativa C está incorreta. Segundo o STJ, caso ocorra dissolução da associação que ajuizou ação civil 
pública, não é possível a sua substituição no polo ativo por outra associação, ainda que os interesses 
discutidos na ação coletiva sejam comuns a ambas. 
A alternativa D está incorreta. O STJ cancelou a súmula nº 470: 
Súmula 470: O Ministério Público não tem legitimidade para pleitear, em ação civil 
pública, a indenização decorrente do DPVAT em benefício do segurado. 
A alternativa E está incorreta. Não há essa limitação na LACP. 
4. (VUNESP/Câmara de Sumaré-SP - 2017) Na ação civil pública, a sentença fará coisa julgada erga 
omnes. 
a) ainda que declarada a improcedência. 
b) exceto no caso de litigância por má-fé. 
c) quando houver improcedência liminar do pedido. 
d) apenas quando ocorrer o recolhimento das custas. 
e) nos limites da competência territorial do órgão prolator. 
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==1365fc==
 
 
Comentários 
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 16, da LACP: 
Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência 
territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência 
de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico 
fundamento, valendo-se de nova prova. 
5. (VUNESP/Prefeitura de Andradina-SP - 2017) No tocante à ação civil pública, é correta a seguinte 
afirmação: 
a) É cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam direitos coletivos que versem sobre 
tributos e contribuições previdenciárias. 
b) Empresas públicas e sociedade de economia mista não têm legitimidade para propor ação civil pública. 
c) Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua 
conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial. 
d) A ação civil pública pode ter por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, mas não pode 
ter por objeto a condenação em dinheiro. 
e) A ação civil pública será proposta no foro do domicílio do réu, cujo juízo terá competência funcional para 
processar e julgar a causa, se tornando prevento para todas as ações posteriormente intentadas que 
possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, pois contraria o disposto no parágrafo único, do art. 1º, da Lei da Ação Civil 
Pública: 
Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam 
tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS 
ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente 
determinados. 
A alternativa B está incorreta. Vejamos o rol dos legitimados, que está previsto no art. 5º, da referida Lei: 
Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principale a ação cautelar: 
II - a Defensoria Pública; 
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; 
V - a associação que, concomitantemente: 
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; 
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, 
ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos 
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de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, 
turístico e paisagístico. 
Conforme se nota, as empresas públicas e as sociedades de economia mista são, sim, legitimados para propor 
ação civil pública. 
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, conforme estabelece o §6º, do art. 5º, da Lei nº 
7.347/85: 
§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de 
ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá eficácia 
de título executivo extrajudicial. 
A alternativa D está incorreta. De acordo com o art. 3º, da referida Lei, a ação civil pública pode ter por 
objeto tanto a condenação em obrigação de fazer ou de não fazer quanto a condenação em pagar quantia. 
Art. 3º A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de 
obrigação de fazer ou não fazer. 
A alternativa E está incorreta. Com base no art. 2º, da Lei da Ação Civil Pública, a competência é fixada de 
acordo com o local em que ocorreu o dano. 
Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, 
cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa. 
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QUESTÕES COMENTADAS 
1. (NC-UFPR/ITAIPU BINACIONAL - 2019) Sobre a ação civil pública, é correto afirmar: 
a) A autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista não têm legitimidade para 
propor ação civil pública, devendo solicitar o ajuizamento da ação à pessoa política a que pertencem. 
b) O Ministério Público tem legitimidade ativa para atuar na defesa de direitos difusos, coletivos e individuais 
homogêneos dos consumidores, ainda que decorrentes da prestação de serviço público. 
c) A Defensoria Pública não possui legitimidade ativa para propor ação civil pública. 
d) A ação civil pública poderá ter por objeto somente o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, 
não podendo ter por objeto a condenação em dinheiro. 
e) O juiz não poderá dispensar o requisito de pré-constituição da associação autora da ação civil pública 
quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela 
relevância do bem jurídico a ser protegido. 
Comentários 
A alternativa B é a correta e gabarito da questão, pois traz o entendimento jurisprudencial do STJ: 
Súmula 601/STJ: O Ministério Público tem legitimidade ativa para atuar na defesa de 
direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos dos consumidores, ainda que 
decorrentes da prestação de serviço público. 
Vejamos as demais alternativas. 
A assertiva A está incorreta, porque contradiz a redação da Lei 7.347/85, que confere legitimidade as 
entidades mencionadas: 
Art. 5º Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: 
[...] 
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; 
A alternativa C está errada, porque a defensoria é expressamente prevista como legitimada ativa da ação 
civil pública, pela Lei 7.347/85: 
Art. 5º Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: 
[...] 
II - a Defensoria Pública; 
A assertiva D está incorreta, pois a ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o 
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer (art. 3º da Lei 7.347/85). 
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Por fim, a alternativa E está errada, pois o requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz, veja 
o art. 5º, §4º, da Lei 7.347/85: 
Art. 5º Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: 
§4º O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja manifesto 
interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância 
do bem jurídico a ser protegido. 
2. (MPE-SC/MPE-SC - 2016) Segundo tese firmada em recurso repetitivo julgado pelo Superior 
Tribunal de Justiça, a prática de atos (ou a sua tentativa) que induzam a conclusão de risco de alienação, 
oneração ou dilapidação patrimonial de bens do acionado, dificultando ou impossibilitando o eventual 
ressarcimento é requisito à decretação da indisponibilidade de bens em Ação Civil Pública por ato de 
improbidade administrativa. 
Comentários 
A assertiva está incorreta, pois não se configura como requisito da decretação de indisponibilidade de bens, 
nas ações de improbidade administrativa, a demonstração do risco de alienação, de oneração ou de 
dilapidação patrimonial de bens. 
Assim, no entendimento do STJ, é possível a decretação de indisponibilidade do bem, mesmo que não haja 
qualquer ato ou indício de dilapidação patrimonial. No entendimento do Ministro Herman Benjamin: 
A indisponibilidade dos bens visa, justamente, a evitar que ocorra a dilapidação 
patrimonial. Não é razoável aguardar atos concretos direcionados à sua diminuição ou 
dissipação. Exigir a comprovação de que tal fato esteja ocorrendo ou prestes a ocorrer 
tornaria difícil a efetivação da medida cautelar e, muitas vezes, inócua. 
Vejamos, por fim, o artigo 7º, da Lei de Improbidade Administrativa, que trata da indisponibilidade de bens. 
Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar 
enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito 
representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado. 
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens 
que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial 
resultante do enriquecimento ilícito. 
3. (MPE-SC/MPE-SC - 2016) A Ação Civil Pública constitui-se em ação de responsabilidade por danos 
morais e patrimoniais, a qual não poderá veicular matéria que envolva tributos ou outros fundos de 
natureza institucional cujos beneficiários sejam individualmente determinados, conforme excepciona a 
Lei n. 7.347/85 (Ação Civil Pública). 
Comentários 
A assertiva está correta. 
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O art. 1º, da Lei da Ação Civil Pública, trata das situações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais 
e dos atos que a ensejam. Dentre esses atos está expressamente excetuado, no parágrafo único, os atos que 
envolvam tributos. 
Dessa forma, não será cabível Ação Civil Pública para tutelar pretensões que envolvam tributos. 
Abaixo, a lei que dá respaldo à assertiva. 
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de 
responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: 
Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que 
envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de 
Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza institucionalcujos beneficiários podem ser 
individualmente determinados. 
4. (MPE-SC/MPE-SC - 2016) O novo Código de Processo Civil prevê a incumbência de o juiz oficiar ao 
Ministério Público e a outros legitimados a que se referem o art. 5º da Lei da Ação Civil Pública e o art. 82 
do Código de Defesa do Consumidor para, se for o caso, promover a propositura de ação coletiva sobre 
temas de diversas demandas individuais repetitivas. 
Comentários 
A assertiva está correta! Essa incumbência dada ao Juiz está prevista no art. 139, do CPC, inciso X. 
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: 
X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério 
Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem 
o art. 5o da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei no 8.078, de 11 de 
setembro de 1990, para, se for o caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva. 
Essa é uma questão muito possível de ser cobrada em sua prova. Fique atento! 
5. (MPE-SC/MPE-SC - 2016) A despeito de ser a ação civil pública, em razão de suas finalidades sociais, 
preponderantemente condenatória, implicando na obrigação de fazer ou não fazer, ela pode ser proposta 
em defesa do erário. 
Comentários 
A assertiva está correta. 
Esse trecho é reprodução de um julgado do STJ (Agravo Regimental – AgRg no Ag 517098 SP 2003/0061653-
8 – Data da publicação 08.08.2015) que bem explanou o entendimento da Corte Superior. Vejamos: 
AGRAVO REGIMENTAL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - PROCESSO CIVIL - AÇÃO CIVIL 
PÚBLICA - LEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO - PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO 
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PÚBLICO - ACUSAÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA E ENRIQUECIMENTO ILÍCITO 
CONTRA EX-PREFEITO - TRIBUNAL DE ORIGEM DECIDIU A LIDE NO MESMO SENTIDO DA 
JURISPRUDÊNCIA DESTE SODALÍCIO. Conforme restou consignado na decisão agravada, 
não há, no acórdão recorrido, qualquer omissão, contradição ou obscuridade, pois o 
egrégio Tribunal de origem apreciou toda a matéria recursal devolvida. Dessa forma, não 
foi malferido o artigo 535, inciso II, do Estatuto Processual Civil. No que concerne 
especificamente ao mérito do presente recurso, oportuna a adoção do entendimento 
exarado no seguinte julgado: "a despeito de ser a ação civil pública, em razão de suas 
finalidades sociais, preponderantemente condenatória, implicando na obrigação de fazer 
ou não fazer, esta Corte tem-na admitido para defesa do erário. Precedentes" (REsp 
78.916/SP, Rel. Min. Castro Meira, DJ 6.9.2004). Agravo regimental improvido. 
6. (MPE-SC/MPE-SC - 2016) O Ministério Público, a Defensoria Pública, os cidadãos, os entes da 
federação, as entidades da administração indireta e as associações autorizadas por lei, possuem 
legitimidade para a propositura da Ação Civil Pública. 
Comentários 
A questão é muito simples e cobra os legitimados para propor a Ação Civil Pública. Esses legitimados estão 
dispostos no art. 5º, da Lei nº 7.347/85. 
Art. 5º Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: 
I - o Ministério Público; 
II - a Defensoria Pública; 
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; 
V - a associação que, concomitantemente: 
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; 
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, 
ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos 
de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, 
turístico e paisagístico. 
Note que os cidadãos não são legitimados para propor a Ação Civil Pública, mas apenas para propor a Ação 
Popular. 
Portanto, a assertiva está incorreta. 
7. (MPE-GO/MPE-GO - 2016) Assinale a alternativa correta: 
a) Os interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos, quando de caráter indisponível, não poderão 
ser objeto de transação/composição judicial ou extrajudicial, sendo irrelevante juridicamente a disposição 
do responsável pelo dano de se adequar às exigências legais ou de reparar os prejuízos provocados por sua 
ação. 
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==1365fc==
 
 
b) Proposta por algum legitimado a ação coletiva, que objetiva a tutela de direitos individuais homogêneos, 
estará obstado o ajuizamento de ação de caráter individual pelo particular. 
c) O Ministério Público, caso não seja o autor da ação, haverá necessariamente de intervir nas causas, 
coletivas ou individuais, em que a contenda envolva relação de consumo. 
d) O Ministério Público detém legitimidade ampla no processo coletivo. Assim, no mesmo cenário fático e 
jurídico conflituoso, com violações simultâneas de direitos de mais de uma espécie, poderá o órgão buscar 
uma tutela híbrida, por meio de uma mesma ação civil pública. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 5º, §6º, da Lei nº 7.347/85, a disposição do agente em 
adequar a sua conduta às exigências legais, bem como em reparar os prejuízos por ele causados, não é 
irrelevante, podendo ser objeto, inclusive, de acordo extrajudicial. 
§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de 
ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá eficácia 
de título executivo extrajudicial. 
A alternativa B está incorreta. Não há litispendência entre ação individual e ação coletiva, tampouco se fala 
em suspensão. 
A alternativa C está incorreta. O MP não intervirá nas ações individuais de consumo que versarem 
sobre direitos disponíveis. 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Não é preciso que se peça, de cada vez, uma tutela 
referente a direito individual homogêneo, em outra ação uma tutela de direitos coletivos em sentido estrito 
e, em outra, uma tutela de direitos difusos, notadamente em se tratando de ação manejada pelo Ministério 
Público, que detém legitimidade ampla no processo coletivo. 
8. (CAIP-IMES/Câmara Municipal de Atibaia-SP - 2016) A lei da ação civil pública: 
I- prevê como legitimados para promovê-la, o Ministério Público; a Defensoria Pública; a União, os Estados, 
o Distrito Federal e os Municípios; a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista 
e a associação que, concomitantemente: a) esteja constituída há pelo menos 2 (dois) anos nos termos da lei 
civil; b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio 
ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos 
ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. 
II- admite o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados 
na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei 7.347/85. 
III- veda que o Ministério Público ou outro legitimado assuma a titularidade ativa em caso de desistência 
infundada ou abandono da ação por associação legitimada. 
IV- determina que o Ministério Público atue obrigatoriamente como fiscal da lei, se não intervier no processo 
como parte. 
É correto o que se afirma apenas em: 
a) I, II, e IV. 
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b) I e III. 
c) II e IV. 
d) II, III e IV. 
Comentários 
A questão exige o conhecimento do art. 5º, da Lei nº 7347/85. Vamosanalisar cada um dos itens: 
O item I está incorreto. O art. 5º prevê quem tem legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar. 
Para a associação é exigido um ano de constituição e não dois. Vejamos: 
Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: 
I - o Ministério Público; 
II - a Defensoria Pública; 
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; 
 V - a associação que, concomitantemente: 
 a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; 
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, 
ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos 
de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, 
turístico e paisagístico. 
O item II está correto, conforme estabelece o §5º, da referida Lei. 
§ 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União, do 
Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei. 
O item III está incorreto. De acordo com o §3º, o MP ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa, em 
caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada. 
§ 3° Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o 
Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa. 
O item IV está correto, com base no §1º. 
§ 1º O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará 
obrigatoriamente como fiscal da lei. 
Desse modo, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão. 
9. (FUNDEP/Prefeitura de Uberaba-MG - 2016) Sobre a Ação Civil Pública, assinale a alternativa 
CORRETA. 
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a) O Ministério Público não tem legitimidade ativa ad causam para propor ação civil pública que objetiva 
fazer com que o Estado forneça medicamentos a uma pessoa idosa. 
b) A jurisprudência reconhece que o evidente relevo social da situação em concreto confere legitimação ao 
Ministério Público para a propositura de ação civil pública em defesa de interesses individuais homogêneos, 
mesmo que disponíveis e que não tenham por objeto direito consumerista. 
c) O Ministério Público faz jus ao recebimento de honorários de sucumbência quando vitorioso na ação civil 
pública proposta contra o Estado. 
d) O STF é o órgão jurisdicional competente para processar e julgar ação civil pública por ato de improbidade 
administrativa proposta contra Ministro de Estado. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. O Ministério Público é parte legítima para propor ação civil pública com o 
objetivo de tutelar direitos individuais indisponíveis, razão pela qual é parte legítima para ajuizar ação civil 
pública visando ao fornecimento de medicamentos, a fim de tutelar o direito à saúde e à vida. 
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. O Ministério Público tem legitimidade para promover 
ação civil pública sobre direitos individuais homogêneos quando presente o interesse social. 
A alternativa C está incorreta. O Ministério Público não faz jus ao recebimento de honorários de 
sucumbência quando vitorioso na demanda proposta contra o Estado. 
A alternativa D está incorreta. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é assente quanto à aplicação 
da Lei de Improbidade Administrativa aos agentes políticos. 
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QUESTÕES COMENTADAS 
1. (CESPE/PGE-PE - 2018) No que concerne a mandado de injunção, ação de improbidade 
administrativa, ação civil pública e ação popular, julgue os seguintes itens. 
I De acordo com o STJ, a sentença que julgar improcedente a ação de improbidade administrativa se 
submeterá ao regime de reexame necessário, independentemente do valor atribuído à causa. 
II É vedado ao MP assumir a titularidade de ação popular na hipótese de desistência do autor, ainda que 
nenhum outro cidadão legitimado promova o prosseguimento da ação. 
III De acordo com lei que disciplina o mandado de injunção, uma vez transitada em julgado a decisão final, o 
relator poderá, monocraticamente, estender seus efeitos a casos análogos. 
IV O STJ entende que o sindicato possui legitimidade para ajuizar, na qualidade de substituto processual, 
ação civil pública para a defesa de direitos individuais homogêneos da categoria que ele representa. 
Assinale a opção correta. 
a) Estão certos apenas os itens I e II. 
b) Estão certos apenas os itens I e III. 
c) Estão certos apenas os itens II e IV. 
d) Estão certos apenas os itens I, III e IV. 
e) Estão certos apenas os itens II, III e IV. 
Comentários 
Vamos analisar cada um dos itens. 
O item I está correto. É cabível o reexame necessário na ação de improbidade administrativa, nos termos 
do art. 496, do CPC. 
O item II está incorreto. Vejamos o que dispõe o art. 9º, da Lei nº 4.717/65: 
Art. 9º Se o autor desistir da ação ou der motiva à absolvição da instância, serão publicados 
editais nos prazos e condições previstos no art. 7º, inciso II, ficando assegurado a qualquer 
cidadão, bem como ao representante do Ministério Público, dentro do prazo de 90 
(noventa) dias da última publicação feita, promover o prosseguimento da ação. 
O item III está correto, com base no art. 9º, da Lei nº 13.300/16: 
Art. 9o A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o advento 
da norma regulamentadora. 
§ 2o Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos 
análogos por decisão monocrática do relator. 
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O item IV está correto. O ajuizamento de ação civil pública em defesa de direitos individuais homogêneos 
não relacionados a consumidores é pertinente, tendo o sindicato legitimidade para propor a referida ação 
em defesa de interesses individuais homogêneos da categoria que representa. Em tais casos, uma vez 
processada a ação civil pública, aplica-se o teor do art. 18, da Lei nº 7.347/1985, com a isenção de custas, 
mesmo que não seja a título de assistência judiciária gratuita. 
Portanto, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão. 
2. (CESPE/PGM-AM - 2018) Julgue o item seguinte, a respeito do mandado de injunção. 
Entre os legitimados para a impetração do mandado de injunção, figura a pessoa natural. 
Comentários 
A assertiva está correta, com base no que dispõe o art. 3º, da Lei do Mandado de Injunção: 
Art. 3o São legitimados para o mandado de injunção, como impetrantes, as pessoas 
naturais ou jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou das 
prerrogativas referidos no art. 2o e, como impetrado, o Poder, o órgão ou a autoridade com 
atribuição para editar a norma regulamentadora. 
3. (CESPE/PGM-AM - 2018) Julgue o item seguinte, a respeito do mandado de injunção. 
A concessão do mandado de injunção está condicionada à ausência de norma regulamentadora para o 
exercício de um direito, ainda que esta omissão seja parcial. 
Comentários 
A assertiva está correta. Vejamos o que dispõe o art. 5º, LXXI, da CF/88, combinado com o art. 2º, da Lei nº 
13.300/16: 
Art. 5º. 
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora 
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas 
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; 
Art. 2º Conceder-se-ámandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das 
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. 
Parágrafo único. Considera-se parcial a regulamentação quando forem insuficientes as 
normas editadas pelo órgão legislador competente. 
4. (CESPE/PGM-AM - 2018) Julgue o item seguinte, a respeito do mandado de injunção. 
A decisão que concede mandado de injunção, em regra, gera efeitos ultra partes. 
Comentários 
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==1365fc==
A assertiva está incorreta. De acordo com o §1º, do art. 9º, da Lei nº 13.300/16, a decisão que concede o 
mandado terá eficácia inter partes, podendo, excepcionalmente, ser conferida eficácia ultra partes ou erga 
omnes, quando isso for inerente ou indispensável ao exercício dos direitos e liberdades em jogo. 
Art. 9o A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o advento 
da norma regulamentadora. 
§ 1o Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for 
inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto 
da impetração. 
Além disso, com base no §2º, o próprio relator, em decisão monocrática, poderá transformar em precedente 
para o futuro a decisão transitada em julgado, no âmbito do mandado de segurança. 
§ 2o Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos 
análogos por decisão monocrática do relator. 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
1. (FGV/MPE-AL - 2018) Maria estava impossibilitada de exercer um direito constitucional inerente à 
sua cidadania, em razão da ausência de norma regulamentadora. 
O instrumento constitucional a ser utilizado por Maria, devidamente representada por profissional 
habilitado, visando à proteção dos seus interesses, é o 
a) mandado de segurança. 
b) mandado de injunção. 
c) direito de petição. 
d) habeas corpus. 
e) habeas data. 
Comentários 
Mais uma questão que traz um caso concreto e solicita qual a ação cabível. Note que sempre que for 
mencionada a ausência de norma regulamentadora será cabível o mandado de injunção. A alternativa B está 
correta e é o gabarito da questão, por força do art. 5º, LXXI, da Constituição Federal: 
Art. 5º. 
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora 
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas 
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
1. (VUNESP/ Prefeitura de Sorocaba - 2018) Sobre a decisão que reconhece a mora legislativa, 
proferida no processo de mandado de injunção, é correto afirmar que 
(A) terá eficácia limitada às partes e produzirá efeitos mesmo após o advento da norma regulamentadora. 
(B) transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos análogos, desde que por 
decisão do órgão especial do tribunal, mediante provocação do relator. 
(C) poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for inerente ou 
indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração. 
(D) a decisão de extinção do processo por insuficiência de prova faz coisa julgada formal, impedindo a 
renovação da impetração, mesmo fundada em outros elementos probatórios. 
(E) a norma regulamentadora superveniente produzirá efeitos ex tunc em relação aos beneficiados por 
decisão transitada em julgado, independentemente de a aplicação da norma editada lhes ser mais favorável 
ou não. 
Comentários 
A questão cobra o conhecimento pelo candidato da recente Lei n. 13.300/16, a Lei do Mandado de Injunção. 
Segundo essa lei, à decisão que reconhece a mora inconstitucional, proferida em processo de mandado de 
injunção, poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes, quando isso for inerente ou indispensável 
ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração. É o que dispõe o art. 9º, § 1º, 
da referida Lei, como se expõe a seguir: 
Art. 9o A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o advento 
da norma regulamentadora. 
§ 1o Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for 
inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto 
da impetração. 
Assim, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão. 
Vejamos as demais alternativas: 
A alternativa A está incorreta, uma vez que contraria o art. 9º, caput, da LMI, conforme transcrito acima. 
A alternativa B está incorreta, uma vez que essa extensão se opera por decisão do relator, e não “do órgão 
especial do tribunal, mediante provocação do relator” (art. 9º, § 2º, LMI). Vejam: 
§ 2º Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos 
análogos por decisão monocrática do relator. 
A alternativa D, também, está incorreta, uma vez que o indeferimento do pedido por insuficiência de prova 
não impede a renovação da impetração fundada em outros elementos probatórios (art. 9º, § 3º, LMI): 
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§ 3º O indeferimento do pedido por insuficiência de prova não impede a renovação da 
impetração fundada em outros elementos probatórios. 
A alternativa E, por fim, também está incorreta, uma vez que, por expressa disposição legal, a norma 
regulamentadora superveniente produzirá efeitos ex nunc (art. 11, caput, LMI). Vejam: 
Art. 11. A norma regulamentadora superveniente produzirá efeitos ex nunc em relação 
aos beneficiados por decisão transitada em julgado, salvo se a aplicação da norma editada 
lhes for mais favorável. 
2. (VUNESP/PAULIPREV - 2018) No que se refere ao mandado de injunção, é correto afirmar que 
a) sem prejuízo dos efeitos já produzidos, a decisão poderá ser revista, a pedido de qualquer interessado, 
quando sobrevierem relevantes modificações das circunstâncias de fato ou de direito. 
b) a norma regulamentadora superveniente produzirá efeitos ex tunc em relação aos beneficiados por 
decisão transitada em julgado, salvo se a aplicação da norma editada lhes for menos favorável. 
c) estará prejudicada a impetração se a norma regulamentadora for editada antes da decisão, caso em que 
o processo será extinto com resolução de mérito. 
d) o indeferimento do pedido por insuficiência de prova impede a renovação da impetração. 
e) a decisão terá eficácia objetiva limitada às partes e produzirá efeitos mesmo após o advento da norma 
regulamentadora. 
Comentários 
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 10, caput, da Lei do Mandado 
de Injunção: 
Art. 10. Sem prejuízo dos efeitos já produzidos, a decisão poderá ser revista, a pedido de 
qualquer interessado, quando sobrevierem relevantes modificações das circunstâncias de 
fato ou de direito. 
A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 11, da referida Lei, a norma regulamentadora 
superveniente produzirá efeitos ex nunc em relação aos beneficiados por decisão transitada em julgado, 
salvo se a aplicação da norma editada lhes for mais favorável. 
A alternativa C está incorreta. Nessa situação, o processo será extinto sem resolução do mérito.É o que 
dispõe o parágrafo único, do art. 11, da Lei nº 13.300/16: 
Parágrafo único. Estará prejudicada a impetração se a norma regulamentadora for editada 
antes da decisão, caso em que o processo será extinto sem resolução de mérito. 
A alternativa D está incorreta. O §3º, do art. 9º, da referida Lei, estabelece que o indeferimento do pedido 
por insuficiência de prova não impede a renovação da impetração fundada em outros elementos 
probatórios. 
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A alternativa E está incorreta. De acordo com o art. 9º, caput, da Lei do Mandado de Injunção, a decisão terá 
eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o advento da norma regulamentadora. 
3. (VUNESP/CM-Jabo - 2018) Assinale a alternativa correta a respeito do mandado de injunção. 
a) O indeferimento do pedido por insuficiência de prova impede a renovação da sua impetração. 
b) Os efeitos da decisão poderão ser estendidos aos casos análogos, por decisão monocrática do relator, 
antes de transitada em julgado. 
c) Ainda que a norma regulamentadora seja editada antes da decisão, a impetração deve ter seguimento até 
a decisão definitiva de mérito. 
d) O mandado de injunção coletivo induz litispendência em relação aos individuais ainda em andamento. 
e) A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes, mas, em certas situações, poderá ter eficácia ultra 
partes ou erga omnes. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. O §3º, do art. 9º, da Lei nº 13.300/16, estabelece que o indeferimento do 
pedido por insuficiência de prova não impede a renovação da impetração fundada em outros elementos 
probatórios. 
A alternativa B está incorreta, pois contraria o disposto no art. 9º, §2º, da referida Lei: 
§ 2o Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos 
análogos por decisão monocrática do relator. 
A alternativa C está incorreta. De acordo com o parágrafo único, do art. 11, da Lei nº 13.300/16, a edição da 
norma regulamentadora antes da decisão torna prejudicado o mandado de injunção. 
Parágrafo único. Estará prejudicada a impetração se a norma regulamentadora for editada 
antes da decisão, caso em que o processo será extinto sem resolução de mérito. 
A alternativa D está incorreta, pois o mandado de injunção coletivo não induz litispendência em relação aos 
individuais. É o que dispõe o parágrafo único, do art. 13, da referida Lei. 
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, nos termos do art. 9º, §1º, da Lei do Mandado de 
Injunção: 
§ 1o Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for 
inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto 
da impetração. 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
1. (IADES/IGEPREV-PA - 2018) Acerca do mandado de injunção, assinale a alternativa correta. 
a) O mandado de injunção coletivo não induz litispendência em relação aos individuais, mas os efeitos da 
coisa julgada não beneficiarão o impetrante que não requerer a desistência da demanda individual no prazo 
de 30 dias a contar da ciência comprovada da impetração coletiva. 
b) A decisão proferida em sede de mandado de injunção terá apenas eficácia subjetiva limitada às partes 
(inter partes), produzindo efeitos até o advento da norma regulamentadora. 
c) O indeferimento do pedido por insuficiência de prova impede a renovação da impetração de mandado de 
injunção fundada em outros elementos probatórios. 
d) O mandado de injunção coletivo poderá ser promovido por qualquer cidadão. 
e) O mandado de injunção só terá lugar quando se tratar de falta total de norma regulamentadora, que torne 
inviável o exercício dos direitos e das liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à 
nacionalidade, à soberania e à cidadania. 
Comentários 
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o parágrafo único do art. 13, da 
Lei do Mandado de Injunção: 
Parágrafo único. O mandado de injunção coletivo não induz litispendência em relação aos 
individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante que não requerer 
a desistência da demanda individual no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência 
comprovada da impetração coletiva. 
A alternativa B está incorreta, pois contraria o disposto no art. 9º, §1º, da referida Lei: 
Art. 9o A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o advento 
da norma regulamentadora. 
§ 1o Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for 
inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto 
da impetração. 
A alternativa C está incorreta. O indeferimento do pedido por insuficiência de prova não impede a renovação 
da impetração fundada em outros elementos probatórios. É o que prevê o §3º, do art. 9º, da Lei nº 
13.300/16. 
A alternativa D está incorreta. O art. 12, da referida Lei, estabelece por quem o mandado de injunção coletivo 
pode ser promovido. Vejamos: 
Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido: 
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==1365fc==
 
 
I - pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a 
defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais 
indisponíveis; 
II - por partido político com representação no Congresso Nacional, para assegurar o 
exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a 
finalidade partidária; 
III - por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de direitos, 
liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou 
associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades, 
dispensada, para tanto, autorização especial; 
IV - pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a 
promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos 
necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5o da Constituição Federal. 
A alternativa E está incorreta. De acordo com o art. 2º, da Lei nº 13.300/16, conceder-se-á mandado de 
injunção sempre que a falta total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos 
e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. 
 
 
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LISTA DE QUESTÕES 
1. (CESPE/TJBA - 2019) De acordo com a Lei n.º 12.016/2009, que dispõe sobre o mandado de 
segurança, se, depois de deferido o pedido liminar, o impetrante criar obstáculos ao normal andamento 
do processo, o juiz deverá 
a) intimar imediatamente o MP para se manifestar sobre a protelação e notificar, posteriormente, a parte 
para praticar o ato necessário, sob pena de multa. 
b) notificar imediatamente a parte para praticar o ato necessário, sob pena de multa. 
c) cassar a medida liminar, desde que assim seja requerido pelo MP. 
d) revogar a decisão liminar, desde que assim seja requerido pela autoridade coatora ou pelo MP. 
e) decretar a perempção da medida liminar, de ofício ou por requerimento do MP. 
2. (CESPE/MPU - 2018) A respeito de mandadode segurança quando se tratar: 
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, 
independentemente de caução; 
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
III - de decisão judicial transitada em julgado. 
Parágrafo único. Vetado 
Vamos analisar brevemente cada uma das hipóteses: 
 Não cabe mandado de segurança contra ato pendente de recurso administrativo com efeito suspensivo. 
Nessa hipótese, se para conceder efeito suspensivo ao ato impugnado for exigida caução, viabiliza-se o 
exercício do mandado de segurança. A exigência de caução não poderá será utilizada como condicionante 
ao efeito suspensivo do recurso administrativo. 
Nesse contexto, cumpre esclarecer que a Súmula nº 373, do STJ, prevê que a caução não poderá ser usada 
como pré-requisito para ajuizamento de mandado de segurança. Veja: 
Súmula STF 373 
É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo. 
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Se o sujeito dispõe da via do recurso administrativo com efeito suspensivo e não subordinado a caução, não 
pode manejar o mandado de segurança. Contudo, se o efeito suspensivo do recurso fica condicionado à 
prestação de caução, cabe mandado de segurança. 
Veja outro entendimento sumulado do STF que é relevante para esse conteúdo: 
Súmula STF 429 
A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do 
mandado de segurança contra omissão da autoridade. 
Por fim, sobre o cabimento de mandado de segurança de decisões administrativas, cabe mencionar que o 
STF entende que, em caso de pedido de reconsideração de decisão na via administrativa, o prazo para 
interposição do mandado de segurança não é interrompido. 
Súmula STF 430 
Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para o mandado 
de segurança. 
 Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial da qual caiba recurso. 
Aqui a previsão é mais ampla. Se em um processo judicial houver uma decisão judicial que viole direito líquido 
e certo, somente será passível de impetração de mandado de segurança se não couber recurso. 
Caso caiba recurso, a parte, ao invés de impetrar mandado de segurança, deve ingressar com o recurso 
cabível. Isso porque o MS não pode ser utilizado como sucedâneo recursal. Nos termos da Súmula 267 do 
STF: Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição. Assim, O mandado 
de segurança somente se revelaria cabível se no ato judicial houvesse teratologia, ilegalidade ou abuso 
flagrante, o que não se verifica na espécie. 
 Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial transitada em julgado. 
Quando uma decisão estiver com trânsito em julgado, não será mais admissível qualquer irresignação da 
parte, exceto nas hipóteses da ação rescisória. Dessa forma, não cabe mandado de segurança nesse caso. 
Vejamos, no mesmo sentido, a Súmula do STF: 
Súmula 268 - Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em 
julgado. 
Para a prova... 
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Por fim, cumpre mencionar a Súmula nº 460, do STJ: 
Súmula 460 - É incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação 
tributária realizada pelo contribuinte. 
Assim, em caso de convalidação da compensação tributária feita pelo contribuinte, não cabe mandado de 
segurança. É a situação do contribuinte que faz a compensação tributária e, após, entra com mandado de 
segurança para que ela seja convalidada pelo poder público. 
Procedimento 
Petição Inicial 
A partir do art. 6º vamos tratar do procedimento do mandado de segurança. Já estudamos parte do caput 
desse dispositivo, agora, vamos completar a análise. 
Primeiramente você deve saber que a petição inicial de mandado de segurança observa os requisitos 
estabelecidos no CPC, mais especificamente no art. 319, do CPC. 
Além disso, o impetrante deve acostar duas cópias, a primeira – que terá os documentos originais – irá 
compor os autos do processo; a segunda será enviada para notificação da autoridade coatora. 
Como estudado no início, o mandado de segurança depende de prova pré-constituída, de modo que não há 
espaço para produção probatória ao longo do procedimento. Nesse contexto, ao ajuizar a ação, o autor deve 
apresentar todos os documentos capazes de prova a lesão ou a ameaça de lesão a direito líquido e certo. Há, 
entretanto, situações nas quais esses documentos – embora o impetrante tenha ciência da existência deles 
– podem estar em poder do réu ou de terceiros. 
NÃO CABE MANDADO DE 
SEGURANÇA CONTRA:
ato pendente de recurso 
administrativo com efeito 
suspensivo
decisão judicial da qual 
caiba recurso
decisão judicial transitada 
em julgado
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Se os documentos necessários para instruir o mandado de segurança estiverem em repartição, ou em 
estabelecimento público, ou, ainda, em poder de autoridade que se recuse a fornecê-lo, o juiz determinará 
que o documento seja apresentado no prazo de 10 dias. 
A previsão do dispositivo é muito singela, em razão disso, o entendimento da doutrina é no sentido de que 
as regras previstas nos arts. 396 e seguintes, do CPC, que disciplinam a “exibição de documentou ou coisa”, 
também se apliquem aqui. 
Além dessa questão dos documentos, o §5º, do art. 6º, trata das hipóteses em que o mandado de segurança 
será denegado, referindo-se ao art. 267, do CPC73. Aqui temos que fazer uma correção e uma adequação 
em face do CPC. 
Primeiro, a denegação refere-se ao julgamento com análise do mérito e, portanto, deveria se referir ao art. 
269, do CPC73. Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito, temos uma sentença 
terminativa sem análise da discussão do mérito propriamente. Nesse caso, não há denegação do pedido 
formulado pela parte impetrante. Apenas nas hipóteses de análise do mérito é que o pedido poderá ser 
negado. Essas situações de extinção do processo com a resolução do mérito – previstas no art. 269, do CPC73 
– estão disciplinadas atualmente no art. 487, do CPC. 
Além disso, o §6º, do art. 6º, fala da extinção sem julgamento do mérito, que está disciplinado no art. 485, 
do CPC (art. 267, do CPC73). Nesses casos, pelo fato de que a decisão não analisa o pedido da parte, mas 
extingue o processo por questões processuais e impeditivas, nada impede que, superados os obstáculos que 
levaram à extinção, a ação seja novamente ajuizada. Evidentemente que esse novo ajuizamento deverá 
observar o prazo decadencial, que é de 120 dias. Assim, se ainda não decaído o direito de ajuizar o mandado 
de segurança em relação àqueles fatos, a parte poderá renovar o pedido. 
Providências iniciais 
Uma vez apresentada a petição e não sendo caso de extinção sem julgamento do mérito (art. 485, do CPC) 
ou de indeferimento liminar, o juiz, a quem foi distribuído o mandado de segurança, deverá: 
 determinar a notificação da autoridade coatora para que preste informações no prazo 
de 10 dias; 
 cientificar o órgão de representação judicial da pessoa jurídica vinculada para integrar 
no feito; e 
 determinar a suspensão liminar do ato que deu origem ao pedido. 
Em relação à suspensão do ato, o art. 7º estabelece que poderá ocorrer se: a) relevante o 
fundamento apresentado pelo impetrante; e b) do ato impugnado puder resultar a 
ineficácia da medida, se for deferida apenas ao final do processo. 
Caso concedida a liminar, e a depender das circunstâncias do caso concreto, o magistrado 
poderá exigir da partede segurança, ação civil pública, ação de improbidade 
administrativa e reclamação constitucional, julgue os itens que se seguem. 
De acordo com Superior Tribunal de Justiça, compete à justiça federal processar e julgar mandado de 
segurança que envolva instituição de ensino superior particular, em razão do interesse da União. 
3. (CESPE/MPU - 2018) A respeito de mandado de segurança, ação civil pública, ação de improbidade 
administrativa e reclamação constitucional, julgue os itens que se seguem. 
Depois ajuizada ação de improbidade administrativa, se o juiz tiver verificado que o processo está em ordem, 
será determinada notificação do requerido para apresentar manifestação por escrito. 
4. (CESPE/MPU - 2018) A respeito de mandado de segurança, ação civil pública, ação de improbidade 
administrativa e reclamação constitucional, julgue os itens que se seguem. 
Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, em se tratando de direitos individuais disponíveis, 
o Ministério Público não detém legitimidade para propor ação, a não ser que exista lei específica que autorize 
tal atuação. 
5. (CESPE/TJ-CE - 2018) Conforme a jurisprudência do STJ e a legislação pertinente, mandado de 
segurança pode ser impetrado 
A) contra ato de gestão comercial praticado por administrador de empresa pública. 
B) por terceiro contra ato judicial, desde que recurso tenha sido previamente interposto. 
C) por qualquer pessoa física ou jurídica, excluídos os órgãos públicos despersonalizados e as universalidades 
legais. 
D) contra ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia mista. 
E) contra ato ilegal omissivo sobre relação jurídica de trato sucessivo, no prazo decadencial de cento e vinte 
dias, contados a partir da ciência do ato. 
6. (CESPE/STM - 2018) A respeito da repercussão geral da questão constitucional e do mandado de 
segurança, julgue o item que se segue. 
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Situação hipotética: Ao verificar que o impetrante criou obstáculos ao normal andamento do processo, o juiz 
decretou, de ofício, a perempção da liminar concedida. Assertiva: Nessa situação, agiu erroneamente o juiz, 
que violou direito garantido constitucionalmente. 
7. (CESPE/STM - 2018) A respeito da repercussão geral da questão constitucional e do mandado de 
segurança, julgue o item que se segue. 
Situação hipotética: Determinado juiz indeferiu mandado de segurança por verificar que o pedido visava 
impugnar ato praticado pelo presidente do STM, estando tal ato sujeito a recurso administrativo com efeito 
suspensivo. Assertiva: Nessa situação, agiu corretamente o juiz. 
8. (CESPE/PGE-PE - 2018) Se determinado indivíduo impetrar mandado de segurança sobre matéria 
trabalhista contra ato de governador de estado, tal mandado deverá ser processado e julgado pelo 
a) tribunal de justiça local. 
b) TRT local. 
c) TRF local. 
d) STJ. 
e) STF. 
9. (CESPE/STJ - 2018) A respeito de recursos nos tribunais, meios de impugnação das decisões 
judiciais, processo de execução e mandado de segurança, julgue que os itens a seguir. 
Situação hipotética: uma sociedade empresária impetrou mandado de segurança objetivando a 
compensação de créditos tributários. Ao sentenciar, o magistrado da vara de fazenda pública concedeu a 
segurança pleiteada. Assertiva: Nessa situação, se a fazenda pública apelar da sentença, o recurso terá 
efeito suspensivo. 
10. (CESPE/PGE-AM - 2016) Julgue o item subsequente, relativos a ação civil pública, mandado de 
segurança e ação de improbidade administrativa. 
Conforme o entendimento do STJ, é cabível mandado de segurança para convalidar a compensação tributária 
realizada, por conta própria, por um contribuinte. 
11. (CESPE/DPU - 2016) A respeito do mandado de segurança, da ação civil pública e da execução fiscal, 
julgue o item que se segue. 
É cabível a impetração de mandado de segurança enquanto pendente recurso administrativo dotado de 
efeito suspensivo contra ato qualificado como ilegal. 
12. (CESPE/DPU - 2016) A respeito do mandado de segurança, da ação civil pública e da execução fiscal, 
julgue o item que se segue. 
É incabível mandado de segurança contra ato de gestão comercial praticado por administrador de 
concessionária de serviços públicos. 
13. (CESPE/TRE-TO - 2017) Determinado cidadão impetrou, na justiça cível estadual, mandado de 
segurança contra ato do presidente do partido político ao qual é filiado, que lhe teria negado o direito de 
concorrer ao cargo de vereador. Na oportunidade, questionou, ainda, a validade da convenção partidária 
na qual foram escolhidos os candidatos do partido. Ao receber a petição inicial, o juízo declinou sua 
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==1365fc==
competência para a justiça eleitoral. Posteriormente, o juízo da zona eleitoral, por entender que a matéria 
referente a critérios do partido político para a escolha de candidatos diz respeito à validade de ato interno 
do partido, suscitou conflito de competência por entender que a competência seria do juízo que a havia 
declinado. 
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta de acordo com a legislação em vigor e com 
a jurisprudência dos tribunais superiores. 
A) O conflito de competência deve ser decidido pelo Superior Tribunal de Justiça, e a competência para 
exame do mandado de segurança é da justiça eleitoral. 
B) O conflito de competência deve ser decidido pelo Supremo Tribunal Federal, e a competência para exame 
do mandado de segurança é da justiça estadual. 
C) O conflito de competência deve ser decidido pelo Supremo Tribunal Federal, e a competência para exame 
do mandado de segurança é da justiça eleitoral. 
D) O conflito de competência não deve ser conhecido porque esse incidente somente pode ser suscitado 
pelas partes ou pelo Ministério Público. 
E) O conflito de competência deve ser decidido pelo Superior Tribunal de Justiça, e a competência para 
exame do mandado de segurança é da justiça estadual. 
14. (CESPE/Prefeitura de Belo Horizonte-MG - 2017) No que se refere a mandado de segurança e ação 
civil pública de responsabilização por ato de improbidade administrativa, assinale a opção correta. 
a) A desistência do mandado de segurança só será homologada pelo juiz depois de o impetrado manifestar 
concordância. 
b) Mandado de segurança e ação civil pública por improbidade administrativa podem ser ajuizados 
preventivamente. 
c) Se o MP for autor de ação civil pública por ato de improbidade administrativa, a pessoa jurídica de direito 
público interno interessada integrará a lide na condição de litisconsorte passivo do agente público ímprobo. 
d) A extensão subjetiva da coisa julgada em mandado de segurança coletivo varia conforme o resultado da 
lide. 
15. (CESPE/Prefeitura de Fortaleza-CE - 2017) Julgue o próximo item, a respeito de litisconsórcio, 
intervenção de terceiros e procedimentos especiais previstos no CPC e na legislação extravagante. 
Situação hipotética: Determinado servidor público impetrou mandado de segurança com a finalidade de 
majorar seu vencimento. Após o devido trâmite, foi prolatada sentença concedendo a segurança pleiteada. 
Assertiva: Nesse caso, as parcelas devidas em razão de diferenças salariais entre a data de impetração e a de 
implementação da concessão da segurança deverão ser pagas por meio de precatórios. 
16. (CESPE/TRE-PE - 2017) Acerca do prazo decadencial para impetrar mandado de segurança contra a 
redução ilegal de vantagem integrante de remuneração de servidor público e dos efeitos financeiros 
decorrentes de eventual concessão da ordem mandamental, assinale a opção correta de acordo com o 
entendimento do STJ. 
a) O prazo renova-se mês a mês e osimpetrante caução a fim de garantir eventual reparação à pessoa 
jurídica, se o mandado de segurança for julgado improcedente. 
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Na hipótese do inc. III, do art. 7º, temos a decisão liminar que determina a suspensão do ato impugnado 
quando relevantes os fundamentos e houver receio de que o provimento final possa ser ineficaz. Assim, 
quando requerida a medida provisória antecipada, da decisão do juiz – seja pela concessão ou pela 
denegação do pedido liminar –, por se tratar de uma decisão interlocutória, caberá recurso de agravo de 
instrumento, que observará o regramento do CPC, a partir dos arts. 1.015. 
Caso seja deferida a medida liminar, o processo terá tramitação preferencial. 
O requerimento de tutela antecipada é admissível como regra nos pedidos de mandado de segurança. 
Contudo, a lei prevê algumas espécies de ações nas quais não são admitidos pedidos liminares. 
 
Por fim, cumpre registrar que, para além das hipóteses acima, que preveem situações nas quais são será 
concedida medida liminar, o §5º esclarece que devemos observar as regras do CPC em relação às tutelas 
provisórias, atualmente disciplinadas da partir dos arts. 294, do CPC. 
Perempção ou caducidade da medida liminar 
A perempção é instituto de direito processual que, na disciplina do mandado de segurança, assume 
regramento específico. 
No Direito Processual Civil, a perempção é entendida como a perda do direito de ação por desídia do autor 
que deu causa à extinção do processo por três vezes. Aqui, a perempção configura-se mais facilmente. 
Primeira informação que você deve levar para a prova: essa perempção ou caducidade da qual falamos no 
art. 8º NÃO SE APLICA À AÇÃO DE MANDADO DE SEGURANÇA, MAS APENAS À MEDIDA LIMINAR 
CONCEDIDA EM SEDE DE MANDADO DE SEGURANÇA. 
Dever de comunicar ao órgão de representação da pessoa jurídica 
Ainda dentro das regras procedimentais, o art. 9º confere responsabilidade à autoridade coatora para 
comunicar o órgão de representação da pessoa jurídica para acionar os representantes judiciais da pessoa 
jurídica pública a que for subordinada sobre a concessão de medida liminar. 
Assim, recebida a intimação, a autoridade coatora deverá prestar informações ao juízo no prazo de 10 dias 
e, no prazo de 48 horas, deve comunicar o órgão de representação processual da pessoa jurídica. 
É o que temos no art. 9º: 
Art. 9o As autoridades administrativas, no PRAZO DE 48 (QUARENTA E OITO) HORAS da 
notificação da medida liminar, remeterão ao Ministério ou órgão a que se acham 
• compensação de créditos tributários.
• entrega de mercadorias e bens proveniente do exterior.
• reclassificação ou equiparação de servidores públicos.
• concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.
NÃO SERÁ CONCEDIDA MEDIDA LIMINAR
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subordinadas e ao Advogado-Geral da União ou a quem tiver a representação judicial da 
União, do Estado, do Município ou da entidade apontada como coatora cópia autenticada 
do mandado notificatório, assim como indicações e elementos outros necessários às 
providências a serem tomadas para a eventual suspensão da medida e defesa do ato 
apontado como ilegal ou abusivo de poder. 
A finalidade dessa comunicação é propiciar aos órgãos jurídicos responsáveis a defesa processual e a 
interposição de medidas e recursos cabíveis. 
Indeferimento liminar 
O art. 10, da Lei do Mandado de Segurança, arrola três situações nas quais temos a possibilidade de 
indeferimento liminar da petição. 
São três hipóteses: 
 Indefere-se liminarmente a petição de mandado de segurança quando faltar algum dos 
Indefere-se liminarmente a petição de mandado de segurança quando não for hipótese de 
cabimento da ação. 
Por exemplo, inexistência de violação de direito líquido e certo ou necessidade de produção 
de provas para defesa do direito alegado. 
 Indefere-se liminarmente a petição de mandado de segurança quando faltar algum dos 
requisitos legais da ação. 
 Indefere-se liminarmente a petição de mandado de segurança quando já houver decaído 
o direito de impetrar o mandado (cujo prazo é de 120 dias). 
Dessa decisão podemos ter a interposição de apelação ou de agravo interno. 
Caso a decisão de indeferimento liminar seja proferida pelo juiz de primeiro grau, dessa sentença cabe 
apelação. 
Por outro lado, caso se trate de processo de competência originária dos tribunais (que se inicia diretamente 
no tribunal), contra a decisão monocrática do relator que inadmitiu a petição inicial, é possível interpor 
agravo interno para que a matéria seja reanalisada diretamente pelo tribunal. 
Sigamos! 
Juntada de documentos 
O art. 11 possui menor relevância. Ele prevê que o servidor terá a responsabilidade de juntar aos autos os 
documentos relativos ao mandado de segurança, certificando e informando os fatos ocorridos ao longo do 
trâmite processual. 
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Manifestação do MP e Sentença 
Como vimos no início da aula, no mandado de segurança as provas são pré-constituídas, não há instrução 
probatória em juízo, tal como a colheita de testemunhas. 
Nesse contexto, uma vez ultimada a juntada de todos os documentos necessários à análise da efetiva 
violação ou ameaça a direito líquido e certo, os autos serão encaminhados para julgamento. 
Antes disso, prevê o art. 12, da Lei nº 12.016/2009, que o Ministério Público será intimado para apresentar 
parecer com prazo de 10 dias. Apresentado o parecer ou decorrido o prazo, os autos serão encaminhados 
ao gabinete do juiz (conclusos) para julgamento no prazo de 30 dias. 
Intimação da sentença 
Lavrada a sentença, em razão da urgência, admite-se a utilização de meios ágeis de comunicação de atos 
processuais, a fim de dar cumprimento à decisão. 
Importante registrar, ainda, o entendimento sumulado do STF no sentido de que, havendo d enegação do 
mandado de segurança pela sentença ou no julgamento do agravo de instrumento, a liminar, eventualmente 
concedida, ficará sem efeito. 
Recurso 
Como vimos, há a possibilidade de interposição de dois recursos: 
 
Da decisão final do mandado de segurança há a possibilidade de recurso de apelação pela parte vencida. 
E quando a sentença de mandado de segurança for positiva, ou seja, quando “concedida a segurança”, o 
processo será necessariamente encaminhado ao tribunal para análise. Trata-se do duplo grau de jurisdição 
obrigatório (ou remessa necessária). 
Ainda que interposto o recurso, admite-se a execução provisória conforme prevê o §3º prevê. Isso quer dizer 
que o recurso não será recebido no efeito suspensivo. Perceba que o §3º traz como exceções os casos em 
que for vedada a concessão da medida liminar, porém o §2º do art. 7º da Lei do Mandado de Segurança que 
trazia a vedação de liminar foi declarado inconstitucional não havendo mais as hipóteses de proibição de 
concessão de medida liminar. Assim, a execução provisória é possível em qualquer situação. Veja um trecho 
da decisão do STF: 
recurso de agravo 
de instrumento
da decisão interlocutória que analisa o pedido 
liminar
recurso de 
apelação
da decisão que indefere liminarmente a petição 
de mandado de segurança
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É inconstitucional ato normativo que vede ou condicione a concessão de medida liminar 
na via mandamental1. 
Vamos explicar melhor! 
Prolatadaa sentença, a parte vencida poderá recorrer, apresentando o recurso de apelação. Esse recurso de 
apelação tem por finalidade enviar o processo para que seja novamente analisado pelo tribunal, devido à 
existência do princípio do duplo grau de jurisdição. Tecnicamente se fala que o recurso devolve a matéria 
para nova análise pelo tribunal. Trata-se, portanto, do efeito devolutivo, que é comum a todos os recursos 
de apelação, inclusive aqueles em face de sentença em mandado de segurança. 
Para fins da Lei do Mandado de Segurança, a apelação não terá, em regra, efeito suspensivo. Ou seja, ainda 
que tenhamos recurso, a parte que impetrou a ação e venceu poderá executar a sentença, não obstante haja 
recurso pendente de julgamento. Fala-se, nesse caso, que o cumprimento da sentença é provisório. 
Vamos aprofundar um pouco mais... 
Há a possibilidade, contudo, de haver a suspensão da ordem pelo Presidente do Tribunal. Esse instituto não 
possui natureza recursal tratando-se de instrumento jurídico-político. 
Apenas o Ministério Público e as pessoas jurídicas de direito público podem requerer ao Presidente do 
Tribunal e apenas para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas. Não há prazo 
previsto na lei, por isso tão logo se perceba o risco deve ser feito o pedido de suspensão. 
O Presidente do Tribunal analisará a questão e havendo o risco suspenderá a liminar ou a decisão ou o 
acórdão. 
Dessa decisão – que é uma decisão interlocutória, pois não põe fim ao processo - cabe agravo, no prazo de 
5 dias, sem efeito suspensivo e que será levado a julgamento na sessão seguinte. 
O §1º prevê a possibilidade de haver um novo pedido de suspensão, agora para o presidente do STJ ou do 
STF, caso o primeiro pedido seja indeferido ou reformado pelo colegiado pelo agravo. 
O §3º reafirma que a suspensão e os recursos são institutos autônomos e que um não prejudicará o outro. 
O §5º prevê a possibilidade de suspensão em lote. O presidente do Tribunal poderá, em uma única decisão, 
suspender todas as liminares que possuem objeto idêntico incluindo pedidos futuros. 
Por fim, vamos verificar o conteúdo da súmula 626 do STF que trata dos efeitos da suspensão: 
Súmula 626, STF: “A suspensão da liminar em mandado de segurança, salvo determinação 
em contrário da decisão que a deferir, vigorará até o trânsito em julgado da decisão 
definitiva de concessão da segurança ou, havendo recurso, até a sua manutenção pelo 
 
1 STF. Plenário. ADI 4296/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes 
julgado em 9/6/2021 (Info 1021). 
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Supremo Tribunal Federal, desde que o objeto da liminar deferida coincida, total ou 
parcialmente, com o da impetração.” 
Como regra, a suspensão vigora até o trânsito em julgado do mandado de segurança. 
Todo o procedimento que estudamos até o presente é voltado para o trâmite da ação de mandado de 
segurança na primeira instância. Contudo, temos a possibilidade de que o mandado de segurança seja 
ajuizado originariamente perante os tribunais. Nesse caso, competirá ao relator do processo no tribunal 
conduzi-lo até a sessão de julgamento. 
É o que estabelece o art. 16, abaixo citado: 
Art. 16. Nos casos de competência originária dos tribunais, caberá ao RELATOR a instrução 
do processo, sendo assegurada a defesa oral na sessão do julgamento. 
Parágrafo único. Da decisão do relator que conceder ou denegar a medida liminar caberá 
agravo ao órgão competente do tribunal que integre. 
Caso haja liminar concedida pelo relator, caberá agravo interno para reanálise da matéria pelo órgão 
colegiado do tribunal. 
Publicação da sentença ou acórdão 
O art. 17 traz uma regra simples. De acordo com o dispositivo, a secretaria do juízo ou do tribunal deve 
publicar a sentença logo que seja lavrada. Se decorrer mais de 30 dias para a publicação, será considerado 
como acórdão as denominadas notas taquigráficas, ou seja, o registro do julgamento feito na sessão. 
Recurso para os tribunais superiores 
Da sentença de primeiro grau, cabe recurso de apelação. 
Quando o processo se inicia perante o tribunal (hipóteses de competência originária), o exercício do duplo 
grau de jurisdição dependerá de recurso para os tribunais superiores. 
Por exemplo, de acórdão em mandado de segurança originariamente distribuído a um TRF ou TJ, caberá 
recurso para o STJ ou STF a depender do caso. Esse recurso poderá ser ordinário, especial ou extraordinário 
conforme as hipóteses de cabimento que estudamos na parte processual de recursos do CPC ou em Direito 
Constitucional, uma vez que essas hipóteses estão disciplinadas na Constituição. 
Para nós interessa compreender que, quando o processo for de competência originária do tribunal, há a 
possibilidade de recurso para o STJ ou para o STF. 
Regras procedimentais específicas 
Estamos nos encaminhando para a parte final do procedimento em mandado de segurança. Para encerrar, 
entretanto, devemos analisar os arts. 19 e 20. 
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O primeiro deles disciplina que, se o mandado de segurança for denegado, a parte autora poderá ingressar 
com ação para discutir eventuais prejuízos patrimoniais em face da violação dos seus direitos. Isso ocorre 
porque o mandado de segurança possui um campo de aplicação limitado: trata-se de ação que tem por 
finalidade proteger direitos líquidos e certos. Não tem, como característica principal, buscar a reparação ou 
o ressarcimento em face da prática de algum ato ilícito. 
O art. 20, por sua vez, prevê que os processos de mandado de segurança possuem prioridade processual, a 
não ser que se trate de habeas corpus, cujo trâmite prevalece, inclusive, sobre o mandado de segurança. 
Mandado de segurança coletivo 
Ao lado do mandado de segurança individual, temos a possibilidade de impetração coletiva dessa ação 
constitucional. Vimos, anteriormente, que há um rol restrito de pessoas que podem ingressar com o 
mandado de segurança coletivo. 
Conforme vimos, são legitimados: 
 partido político com representação no Congresso Nacional, para defesa dos interesses 
dos filiados ou em defesa da finalidade partidária. 
 organização sindical. 
 entidade de classe. 
 associação, regulamente constituída há mais de 1 ano, para defesa de parte ou de todos 
os seus membros, sem necessidade de concessão de autorização especial para agir. 
Observe-se que o STF possui Súmula que reforça esse entendimento: 
Súmula 629 - A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em 
favor dos associados independe da autorização destes. 
O parágrafo único trata dos direitos líquidos e certos que podem ser objeto de tutela no mandado de 
segurança coletivo: 
Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser: 
I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza 
indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte 
contrária por uma relação jurídica básica; 
II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de 
origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos 
associados ou membros do impetrante. 
Aqui temos que ir com calma! 
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São três dimensões dos direitos fundamentais. Nos interessa as 2ª e 3ª dimensões, pois se caracterizam por 
possuir uma dimensão coletiva de abrangência, que envolve direitos de grupos de pessoas ou determinadascategorias. 
Para a defesa desses direitos foi necessário adequar os sistemas jurídicos tradicionais, o que resultou no 
desenvolvimento dos direitos coletivos. Conclui-se que os conflitos envolvendo direitos econômicos, sociais 
e culturais (de 2ª dimensão) e direitos ao meio ambiente, à paz e ao desenvolvimento (de 3ª dimensão) não 
podem ser solucionados pelas regras jurídicas tradicionais, dada a natureza coletiva que lhes é imanente. 
Feito isso, a doutrina distingue espécies de direitos coletivos. 
Primeiramente, esses direitos (ou interesses), de dimensão coletiva, foram sendo consagrados, sobretudo 
na segunda (direitos sociais, trabalhistas, econômicos, culturais) e na terceira (direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado etc.) dimensões de direitos fundamentais, e podem ser denominados como 
transindividuais, supraindividuais, metaindividuais (ou, simplismente, coletivos em sentido amplo, 
coletivos lato sensu, coletivos em sentido lato), por pertencerem a grupos, classes ou categorias mais ou 
menos extensas de pessoas, por vezes indetermináveis (como a coletividade), e por não serem passíveis de 
apropriação e disposição individuais. 
Vamos analisar, brevemente, cada uma dessas espécies: 
 DIREITOS DIFUSOS 
Os direitos difusos pertencem, a um só tempo, a cada um e a todos que estão numa mesma situação de 
fato. 
O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é exemplo clássico de direito difuso. É um direito 
que assiste cada ser humano, sem que, porém, o indivíduo possa dele dispor como bem entenda, como se 
fosse um direito subjetivo individual. 
 DIREITOS COLETIVOS EM SENTIDO ESTRITO 
 DIREITOS COLETIVOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS 
Os direitos individuais homogêneos são direitos subjetivos individuais com um traço de identidade, de 
homogeneidade, na sua origem. 
Isso tudo para concluir que essas três categorias de direitos coletivos podem ser defendidas por intermédio 
do mandado de segurança coletivo. 
A sentença ou acórdão em mandado de segurança coletivo terá validade circunscrita aos membros ou aos 
grupos de pessoas em favor de quem o legitimado ingressou com a ação. 
Não obstante atingir apenas os substituídos, a parte pode decidir por ingressar com o mandado de segurança 
individual. Contudo, para que a pessoa seja beneficiada pela ação coletiva, deverá requerer a desistência do 
seu mandado de segurança individual no prazo de 30 dias, a contar da ciência da impetração da ação coletiva. 
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Para encerrar o art. 22, destacamos o §2º, que trata da concessão de tutela antecipada em mandado de 
segurança coletivo. Prevê o dispositivo que essa liminar somente poderá ser concedida após manifestação 
da parte contrária no prazo de 72 horas. Dito de outro modo, no caso de mandado de segurança coletivo 
não há espaço para concessão da medida liminar inauditera altera pars (sem oitiva da parte contrária). 
Prazo decadencial 
É fundamental que você saiba que o prazo para impetrar mandado de segurança é decadencial. 
Assim, de acordo com o art. 23, abaixo citado, a parte deverá impetrar o mandado de segurança no prazo de 
120 dias, a contar da ciência do ato que gerou a violação ao direito líquido e certo: 
HÁ, PORTANTO, PERDA DO DIREITO DE IMPETRAR O MANDADO DE SEGURANÇA, E NÃO PERDA DO 
DIREITO LÍQUIDO E CERTO QUE SE PRETENDE VER PROTEGIDO. 
Dispositivos Finais 
Em relação aos dispositivos finais da Lei do Mandado de Segurança, façamos algumas rápidas observações: 
Prevê o art. 24 que se aplicam as regras relativas ao litisconsórcio à ação de mandado de segurança, 
atualmente disciplinadas nos arts. 113 e seguintes do CPC. 
 
Observe-se que os embargos infringentes foram excluídos da sistemática processual pelo CPC e não constam 
mais como um dos recursos do nosso ordenamento. 
O art. 26 tipifica o não cumprimento das ordens emanadas em sede de mandado de segurança como crime 
de desobediência. 
 
NO MANDADO DE SEGURANÇA NÃO CABE
embargos infringentes condenação em honorários
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AÇÃO POPULAR 
A ação popular se enquadra dentro do rol de instrumentos de tutela jurisdicional de liberdades públicas1, ou 
seja, um instrumento processual para que tenhamos a tutela de direitos fundamentais. A ação popular, 
portanto, é uma garantia – denominada também como um direito-meio – que propicia ao cidadão a defesa 
judicial de interesses de toda a coletividade. 
Essa ação judicial tem referência na Constituição: 
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato 
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade 
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, 
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência. 
O inc. LXXIII, do art. 5º, da CF, prevê a ação conferindo legitimidade ao cidadão para que a proponha a fim 
de anular atos lesivos ao patrimônio público e violações à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao 
patrimônio coletivo. 
Nota-se, portanto, que essa ação constitucional visa proteger (tutelar) liberdades públicas, interesses da 
coletividade, segundo os propósitos elencados pela nossa Constituição. 
Segundo a doutrina2: 
Trata-se de uma das formas de manifestação da soberania popular (CF, art. 1.°, parágrafo 
único), que permite ao cidadão exercer, de forma direta, uma função fiscalizadora. 
São apenas alguns conceitos iniciais, contudo, é importante que você já os tenha em mente. 
Atualmente, além da base constitucional aplicada à ação, temos a Lei nº 4.717/1965, denominada Lei da 
Ação Popular (LAP), que será inteiramente estudada por nós na sequência. 
Natureza Jurídica 
A Ação Popular constitui um instrumento jurídico constitucional para que os cidadãos possam efetuar o 
controle da legalidade e lesividade dos atos em geral. Tem por finalidade assegurar o exercício de um 
governo legal, regular, honesto. 
 
1 CANOTILHO, J. J. Gomes [et. al.] Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo: Editora Saraiva, 2013, versão eletrônica. 
2 NOVELINO, Marcelo. Manual de Direito Constitucional, volume único, 9ª edição, rev. e ampl., São Paulo: Editora Método, 
2014, versão eletrônica. 
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A depender do ângulo em que a matéria é analisada, podemos vislumbrar espécies distintas quanto à 
natureza da Ação Popular. 
Para o Direito Processual Civil, a AP constitui uma ação especial prescrita na legislação extravagante. 
Para o Direito Constitucional, a AP constitui uma ação constitucional (remédio constitucional), também 
denominada de writ. 
Para o Direito Administrativo, a AP constitui um instrumento disponível ao cidadão para o controle popular 
de ilegalidades e de atos lesivos. 
Não devemos nos preocupar em saber qual é natureza prevalecente, mas em saber que a AP é, ao mesmo 
tempo: 
Na evolução do direito brasileiro, a AP esteve prevista, pela primeira vez, na Constituição de 1824. Na 
sucessão das constituições brasileiras tivemos a alternância entre períodos com a previsão expressa e a 
supressão do instrumento processual do texto constitucional. 
Em 1965 foi editada a Lei nº 4.717/1965, atualmente em vigor e denominada de Lei da Ação Popular (LAP). 
Legitimidade 
A legitimidade constitui um pressuposto processual (ou uma condição para o exercício da ação) por 
intermédio do qual avaliamos se as partes da ação – autores e réus – podem atuar em juízo para postular ou 
para serem demandados em face de uma pretensãoprocessual. Dito de forma simples, para saber se alguém 
é legitimado para a ação popular, devemos investigar se há relação entre a parte autora e a parte ré e o que 
se discute na ação. Se houver relação, há legitimidade, se não houver, a parte será considerada ilegítima, 
não havendo viabilidade de o processo seguir. Assim, caso identificada a ilegitimidade da parte, temos a 
extinção do processo sem análise do mérito. 
Desse modo, a fim de que possamos compreender bem esse instituto na ação popular, vamos dividir o 
estudo em legitimidade ativa e passiva. 
Legitimidade ativa 
De acordo com o inc. LXXIII, do art. 5º, da CF, o cidadão poderá ajuizar a ação popular. Ao se falar em cidadão, 
temos uma restrição na possibilidade de manejo dessa ação constitucional. 
Os direitos e garantias fundamentais previstos no art. 5º aplicam-se a todos que estiverem em nosso 
território. Como você sabe do estudo de Direito Constitucional, os incisos do art. 5º são aplicados, em regra, 
aos brasileiros (natos ou naturalizados), aos estrangeiros que estejam (residentes ou não) e também aos 
apátridas. 
Contudo, essa noção ampla não se aplica à ação popular, que somente pode ser proposta por cidadão. Assim, 
para ajuizar a referida ação é necessário ser brasileiro nato ou naturalizado e estar no pleno gozo dos direitos 
políticos, requisito necessário à cidadania em nosso país. 
Ricardo Torques
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Portanto, o cidadão, ao ingressar em juízo, deverá efetuar a prova da cidadania com a apresentação do título 
eleitoral ou com a apresentação de algum documento hábil a provar o pleno gozo dos direitos políticos. 
Disso devemos extrair algumas conclusões importantes para a prova: 
 Menores de 16 anos, não podem ser cidadãos, logo, NÃO podem ajuizar ação popular, ainda que 
representados. 
 Menores entre 16 e 18 anos, são eleitores facultativos, logo, podem requerer a inscrição eleitoral. 
Portanto, se inscrito eleitor, TERÁ legitimidade ativa para propor a ação popular. 
Contudo, nesse caso, resta discutir se será necessário atuar em juízo mediante assistência de um 
responsável. A doutrina majoritária entende que a ação popular é um exercício de um direito político. Dessa 
forma, ao conceder legitimidade ativa ao relativamente incapaz, o ordenamento jurídico lhe dá 
automaticamente a capacidade de estar em juízo, sem necessidade de assistência. 
 Pessoa jurídica NÃO poderá ajuizar ação popular, pois não é cidadão. 
 O Ministério Público NÃO poderá ajuizar ação popular, pois não é cidadão. 
Contudo, em relação ao órgão ministerial, dada a sua atribuição constitucional de fiscal da ordem jurídica, 
ele participará da relação processual. Tanto é que o art. 6º, §4º, da LAP, prevê a possibilidade de o MP 
produzir provas e promover a responsabilização civil ou criminal dos réus, caso seja procedente a ação. 
Porque é vedada ao MP assumir a defesa do ato impugnado e também dos autores da ação 
popular? 
Por que o MP não é legitimado ativo para a ação popular! 
 O brasileiro equiparado PODERÁ ser legitimado ativo da ação popular. 
De acordo com o art. 12, §1º, da CF, o português, caso haja reciprocidade de interesses por parte de Portugal, 
poderá tornar-se cidadão brasileiro, podendo participar do processo eleitoral, tanto na forma ativa (votando) 
como passiva (sendo votado). 
Desse modo, se tiver título de eleitor e efetuar a prova de reciprocidade, o brasileiro equiparado (também 
conhecido como quase nacional) poderá ajuizar a ação popular. 
Por fim, é importante destacar que o cidadão não atua em juízo na defesa de um interesse apenas próprio 
ou particular. O cidadão atua na defesa um interesse da coletividade, ele se volta contra ato lesivo ao 
patrimônio público ou contra ato violador da modalidade administrativa, do meio ambiente ou do 
patrimônio histórico e cultural. 
Desse modo, temos uma hipótese de substituição processual (legitimação extraordinária). O substituto 
processual é a parte que é autorizada por lei para pleitear, em nome próprio, direito alheio. No caso da ação 
popular, o substituto processual irá pleitear direito de toda a coletividade. 
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Por fim, cite-se, desde já, o §5º, do art. 6º, da LAP, que prevê a possibilidade de qualquer cidadão se habilitar 
como litisconsorte ativo ou como assistente do autor em ação popular em trâmite. Nós vimos que o 
Ministério Público não tem legitimidade para ajuizar a AP. Essa afirmação está correta. Contudo, 
EXCEPCIONALMENTE é possível que o MP venha assumir uma ação já em trâmite. 
Essa possibilidade poderá ocorrer quando um cidadão ajuíza uma AP, mas, no curso do processo, tem os 
direitos políticos suspensos, perdidos ou sofre o cancelamento do título. Note que haverá um fato 
superveniente, que implica a perda do requisito processual para figurar no polo ativo da ação. 
Em tais situações, o juiz competente pela demanda deverá dar publicidade ao fato, com o objetivo de que 
outros cidadãos possam assumir a titularidade ativa da causa. Se isso não ocorrer, o mesmo magistrado 
deverá intimar o Ministério Público para que assuma a titularidade da AP. 
Portanto, o MP poderá a assumir a titularidade na hipótese de perda da legitimidade da parte que 
originariamente ajuizou a ação e do desinteresse dos demais cidadãos em assumir a demanda. 
Note que, dada a autonomia funcional do parquet, constitui uma faculdade a assunção do polo ativo da 
demanda. Vale dizer, o MP não poderia ser obrigado a assumir a Ação Popular! 
Cumpre anotar, ainda, que a propositura da ação pelo cidadão depende da representação da capacidade 
postulatória. Ou seja, à exceção do cidadão advogado, será necessária a contratação de advogado para 
ajuizar a ação. 
Legitimidade passiva 
Podem ser réus na ação popular aqueles que praticarem atos lesivos ao patrimônio público, que violarem a 
moralidade, o meio ambiente ou o patrimônio histórico e cultural. 
O art. 6º, da LAP, fixa o rol de legitimados passivos. Em síntese, a Administração Pública, de uma forma 
geral, direta ou indireta, e pessoas jurídicas que administrarem ou receberem verbas de natureza pública 
podem ser demandas como rés na ação popular. 
Do dispositivo acima, você deve ter em mente que todos os órgãos públicos integrantes da Administração 
Direta ou Indireta, e também pessoas jurídicas de direito privado que administrem verbas públicas (por 
exemplo, concessionárias, hospital que receba recurso públicos, empresas que recebam recursos de 
licitações públicas para obras e serviço), podem ser demandas na ação popular. 
A partir do art. 1º, vamos exemplificar os réus da ação popular: 
▪ União, estados-membros, Distrito Federal e Municípios; 
▪ autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas; 
▪ sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os segurados ausentes; 
▪ serviços sociais autônomos; 
▪ empresas incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e 
de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos; 
▪ instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra 
com MAIS de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita atual; e 
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▪ instituições ou fundações, para cuja criação ou custeio o tesouro público concorra com MENOS de 
cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, bem como pessoas jurídicas ou entidades 
subvencionadas (as consequências patrimoniais da invalidez dos

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