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DIDATICA aula 2

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DIDATICA
Aula 02 - Os Espaços do Processo Ensino-Aprendizagem
No campo educativo, fala-se muito no “ensino”, em “conteúdos”, no “aluno”, nos “recursos didáticos”, mas você já pensou como o processo educativo inclui outras dimensões como, por exemplo, o contexto social, o espaço físico e, principalmente, os objetivos que esse processo educativo deverá ter?
Pensar em um processo educacional significa ampliar o nosso campo de visão para incluir as diferentes formas e instâncias de socialização que estão presentes.
Os processos educacionais podem admitir diferentes formas.
Podem ser intencionais ou não intencionais. “É intencional quando as condições educativas-objetivos, recursos, atividades-são previamente estabelecidas e arranjadas pelo grupo social. É não intencional quando não há preparação previa das condições que levem a educação”, o individuo a partir da própria convivência social, vai compartilhando modos de vidas.
Podem ser formais ou informais. Podem acontecer em espaços, organizações socialmente definidas para tal função, ou ocorre em situações diferenciadas dentro ou não de espaços organizados para outros fins.
Podem se dar no âmbito de organizações publicas ou privadas. Ou seja, organizações mantidas pelo estado, voltadas para interesses comum, ou mantidas pelo interesse privado.
Podem se desenvolver a partir da ação direta e/ou mediatizada. O contato pode ser estreito, pessoal, presencial entre os atores envolvidos ou a interação mediatizada por recursos tecnológicos, a distância.
Podem envolver a participação de leigos e/ou profissionais. Podem envolver trabalhadores qualificados e contratados para trabalhar nesse campo especifico, ou envolver pessoas despreparadas, embora muitas vezes bem intencionadas ou vocacionadas, sem nenhum vinculo de trabalho.
Historicamente diferentes espaços sociais têm se especializado na gestão dos processos educacionais.
A família e a comunidade são, desde os tempos mais remotos, os campos de socialização onde crianças e adolescentes têm contato com a língua, os costumes, os valores, os saberes e sentidos, que dão identidade à realidade onde vivem.
Muitas vezes, outras instituições assumem também a função de compartilhar, “ensinar” aos jovens certos princípios e práticas, tais como, os templos religiosos, as oficinas de trabalho, os clubes recreativos, os museus, as associações culturais e políticas etc.
Desde a modernidade, a escola tem se constituído como a organização cuja função primeira tem sido disponibilizar às novas gerações, “através de atividades sistemáticas e programadas, o patrimônio cultural da humanidade”. (PILETTI, 1995, p.116).
Mesmo que ao longo dos tempos, diferentes correntes de pensamento tenham considerado diferentemente o papel da escola, os saberes válidos, as estratégias que são ou não adequadas, o fato é que a escola ainda é um espaço marcante na vida das pessoas. É a partir dela, que vivemos grande parte de nosso processo de formação identitária.
A escola
Qualquer um nos dias de hoje é capaz de identificar uma escola. Embora sejam variadas as formas de estruturá-la, existem alguns elementos que parecem recorrentes na maioria das organizações escolares.
Do ponto de vista material
Na escola, o espaço físico, e nele os materiais, estão dispostos de modo ordenado como, por exemplo: as salas de “aula”, salas para refeições, quadras/ambientes para atividades físicas, mobiliário específico, equipamentos e materiais “didáticos”.
Do ponto de vista humano
Os processos educacionais ganham um caráter formal na escola, com papéis bem definidos para todos os envolvidos: diretores, coordenadores, professores, inspetores, merendeira/lancheiras, pessoal de limpeza e segurança, e alunos.
Quanto aos saberes
Os saberes que são trabalhados na escola são aqueles considerados válidos pela comunidade escolar. Embora frequentemente sejam disciplinarizados, é crescente o número de experiências que propõem outras formas de organização dos conhecimentos na escola.
Quanto às práticas
As atividades na escola são organizadas a partir de uma programação que organiza os eventos no tempo e no espaço. Envolvem planejamento e avaliação regular segundo os objetivos/metas/fins estabelecidos.
Agora... Veja as fotos abaixo.
As imagens mostram diferentes realidades escolares. Você não é capaz de, a partir da disposição das pessoas, dos materiais e equipamentos no espaço da escola, deduzir os princípios pedagógicos que norteiam a organização das atividades escolares?
Pois é, o espaço escolar guarda uma tipicidade própria, reconhecível por aqueles que vivem numa mesma sociedade, mas diferentes concepções de educação vão implicar em diferentes arranjos para esses elementos.
Mas, se desde a modernidade a escola parecia a mesma (carteiras enfileiradas, professor à frente da classe etc.) e vinha ocupado posição de destaque na formação das novas gerações, hoje esse lugar tem novos arranjos e tem sido compartilhado com novos espaços com grande poder de disseminação de informações, valores e atitudes.
As transformações recentes no âmbito dos processos econômicos e socioculturais, as novas tecnologias de comunicação e informação, têm provocado uma verdadeira revolução no campo educacional e uma profunda reflexão sobre o papel da escola.
No mundo contemporâneo, os meios de comunicação têm se tornado importantes mediadores das relações entre as pessoas e delas com o mundo. Diariamente, sabemos da nossa realidade a partir de informações por meio de rádio, jornal, televisão, Internet, celulares... Nossas crianças e jovens já chegam à escola com imagens, ideias e valores disseminados por esses meios.
Dessa forma, a lanhouse, o ciberespaço, os restaurantes, os centros culturais, os cinemas, o ônibus, enfim, qualquer lugar hoje pode ser concebido como espaço educativo. São muitas as formas e espaços para ter acesso ao conhecimento. A escola não tem mais a quase exclusividade desse papel.
Cada vez mais, movimentos e organizações têm questionado o universo escolar. Tem sido discutido o quanto é preciso reinventar a escola tornando-a mais que um espaço de disseminação do conhecimento socialmente produzido, um lócus diferenciado de diálogo, intercâmbio de diferentes experiências educativas. Espaço dinâmico de articulação entre os vários agentes educativos que se encontram numa determinada comunidade. Espaço para o exercício do debate, da análise crítica, para o fortalecimento de uma visão plural e histórica de diferentes saberes e linguagens.
Por essas e outras, um dos desafios que se colocam hoje para a educação é reconhecer, ampliar e fortalecer ecossistemas educativos. Essa proposta rompe com a visão da escola como uma instituição meramente educacional, mas passa a compreendê-la na sua dimensão cultural e política. Ressignificada, a escola deixa de ser vista como uma instituição, mas como projeto que ocupa todo o espaço das cidades, uma verdadeira cidade escola.
Da Didática Instrumental para a Didática Fundamental
Didática Instrumental:
A Didática, numa perspectiva instrumental, é concebida como um conjunto de conhecimentos técnicos sobre o “como fazer” pedagógico, conhecimentos estes apresentados de forma universal e, consequentemente, desvinculados dos problemas relativos ao sentido e aos fins da educação, dos conteúdos específicos, assim como do contexto sociocultural concreto em que foram gerados (CANDAU, 2002, 13-14). 
Na Didática exclusivamente instrumental o processo de ensino e aprendizagem é desenvolvido a partir de uma visão reducionista e neutra. 
Candau (2002) propõe a construção de uma Didática Fundamental, a qual deve assumir a multidimensionalidade do processo ensino e aprendizagem e promover uma articulação entre as dimensões: humana, técnica e político-social no centro de sua discussão. 
Didática Fundamental:
Se preocupa com os seguintes elementos: “como realizar a prática pedagógica”; “para que realizar a prática pedagógica”; “por que realizar a prática pedagógica”. 
Para a Didática fundamental, esses três elementos só têm sentidoquando desenvolvidos de forma articulada, pois sua proposta não almeja apenas a mecanização e a manipulação de métodos e técnicas. 
Na Didática instrumental, a Didática é concebida como “um conjunto de procedimentos e técnicas que o professor deve dominar para promover um ensino eficiente”.
Na Didática fundamental a Didática é “um saber de mediação e garante sua especificidade pela preocupação com a compreensão do processo ensino e aprendizagem e a busca de intervenção na prática pedagógica, concebida como prática social, articulando sempre o ‘fazer’ com o sentido ético e político de todo projeto educativo” (CANDAU, 2003, p. 74). 
Ressignificando o campo da Didática: Perspectiva Multi/Intercultural
Didática Multicultural: Além de questões pedagógicas, há também a necessidade de a escolar articular ações no sentido de considerar os contextos sociais, políticos, ideológicos e culturais de seu público alvo (CANDAU e LEITE, 2007).
Inserção de uma nova concepção de didática (perspectiva multi/intercultural): 
Necessário buscar estratégias onde as diferenças culturais possam coexistir de forma democrática no cotidiano das instituições, de modo que as práticas pedagógicas possam ser repensadas e/ou reinventadas, incorporando criticamente, a questão das diferenças, culturais, na pluralidade de suas manifestações e dimensões.

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