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3. SETOR - CONTRADIÇÕES DAS POLÍTICAS AGRÁRIAS NO BRASIL - 19.8.14

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CONTRADIÇÕES DAS POLÍTICAS AGRÁRIAS NO BRASIL 
 
 
1965-1979 
- Transforma o padrão de agropecuária 
- Produção rural com base no trabalho livre dura até 1965 
- Modernização agrícola no Brasil não foi espontânea  não aconteceu naturalmente 
- Foi uma política  feita pelo governo  implementada, bancada e financiada pelo estado 
- Crédito rural subsidiário  fornecido para aqueles mais ricos 
- Padrão tecnológico aumentou muito  aumentou economia  aumenta um pouco produtividade  principalmente 
aumenta pobreza 
- Modernização conservadora 
 
- Tese do senso comum: o atraso e a pobreza no meio rural brasileiro decorrem da resistência que os pequenos 
produtores apresentam à adoção de inovações tecnológicas 
- Essa tese reduz tudo a aspectos tecnológicos 
- De onde vem essa resistência = resistência a inovação, não gosta 
- Tal argumento faz sentido no início e final do processo de modernização 
- Pobres não tinham acesso ao crédito 
- Investimento do estado no mais rico aumenta abismo social 
- Justificar porque o investimento foi pro rico e não por pobre 
 
- De acordo com a tese sobre a precaridade das condições de vida no campo deduz-se que: 
 ◦ constitui responsabilidade dos próprios produtores 
◦ é uma questão de escolha, de opção 
◦ reduz o problema a dimensão tecnológica 
 
- Ideologia que criou o processo de modernização conservadora = PRODUTIVISMO 
- Reduz toda a problemática à produção 
- Todos os problemas do campo são reduzidos ao aumento da produtividade 
◦ exclui a luta de classes, o embate politico 
◦ ignora-se a histórica legislação agrária 
◦ consubstancia-se num processo ahistórico 
◦ demonstra uma visão de mundo ingênua 
◦ não percebe além das aparências 
 
- Fatalismo do círculo vicioso da pobreza 
 
Incapacidade do trabalho1 
 
 
Deficiência nas condições de vista 
 
 
Baixa produção Baixa renda 
 
1 Incapacidade é física e não mental = ainda não tinha modernizado quando o ciclo foi montado, não tinha possibilidade 
de trabalho que não fosse braçal 
 
- Errado  pobreza não é cíclica 
- Raiz do problema está sempre na baixa produção 
- Renda e produção nem sempre está relacionado [depende do mercado que atua] 
- Rico não está dentro do ciclo porque tem acesso à tecnologia 
 
- Em contraposição, os grandes fazendeiros são reconhecidos como: 
◦ progressistas, inovadores 
◦ sequazes e multiplicadores da modernização 
◦ líder do campo 
◦ alvos da assistência técnica e do credito rural 
 
- Segundo Weber (1997): 
◦ O racionalismo depende da “capacidade e disposição dos homens em adotar certos tipos de condutas 
racionais”  consegue identificar tudo que vai mudar a produção e mudar 
◦ E que a negligência em tal aspecto “ocorre em toda forma de empresa capitalista em que as circunstâncias não 
exijam precisão absoluta” 
- Portanto, a divulgada irracionalidade atribuída aos pequenos agricultores pode, com base na asserção acima, ser 
encontrada, sem distinção, em qualquer estrato da produção 
 
- Weber = pequeno produtor irracional 
- Tese = pobre porque quer 
- Junta os dois = por que produtor é irracional  porque não usa tecnologia 
 
- E então, qual a explicação para as desigualdades sociais no campo? 
- Ela pode ser encontrada nos: 
◦ Fatos econômicos, políticos e sociais que marcaram a formação histórica brasileira 
◦ Na legislação agrária do país 
◦ Nas inúmeras contradições que até hoje prevalecem no cenário rural do Brasil 
 
- Formação sócio-econômica do Brasil 
◦ Terra inicialmente foi distribuída para os “novos falidos” – amigos do rei [grandes] 
◦ Pessoas que não tinham acesso à terra tinham que se sujeitar ao trabalho ao grande produtor 
 
- A terra era o meio essencial de produção: 
◦ Representava honra, prestígio 
◦ Distribuída segundo vontade do monarca à uma casa de privilegiados 
◦ Em grandes módulos 
◦ E trabalhada por escravos (plantation) 
 
- Havia um sistema secundário de produção 
◦ Ocupado por ex-escravos, mestiços, índios, via de regra, chamados de vadios 
◦ Abastecia colônia [escravos e senhores] de alimentos 
◦ Era marginal e oprimido 
◦ A posse da terra era ilegal  a concessão de uma sesmaria tinha precedência legal sobre os direitos desses 
posseiros 
◦ Não tem dinheiro para comprar escravo ou contratar trabalhador livre, quem trabalha é a família [produção 
familiar] 
 
- Brasil colônia  pequena produção: abastecimento interno / grande produção: exportação 
 
PÓS COLONIALISMO (SÉCULO 19) 
- Proibição do tráfico de escravos [Inglaterra obriga a criar essa lei] 
 ◦ Inglaterra passou a vigiar o mar, bombardeava navios, perdia cargas de escravos valiosos e caros 
◦ Inglaterra queria mercado, mas não escravo [donos de escravos iam deixar de comprar escravo e comprar 
outras tecnologias/produtos ingleses] 
 
REFORMA LIBERAL DO SÉCULO 19 
- Estímulo a imigração estrangeria 
 ◦ Europa e Japão – embranquecer o país 
- Promulgação da lei de terras 
◦ Imigrante que chega não pode ter a terra 
 ◦ Lei de terras estipula a compra de terra como única forma de aquisição 
◦ Expropriação (tirar) dos posseiros 
- Libertos escravos, estabelecem-se o “cativeiro da terra” 
 ◦ Até a abolição só escravo era vendido e comprado 
◦ Com o fim a escravidão a terra vira escravo 
 ◦ Antes mantia as pessoas aprisionadas pela escravidão, agora mantém pela necessidade da terra 
 
 
OUTRA REFORMA LIBERAL 
 
- Instituição da guarda nacional  como emergência contra as classes populares 
- Incapacidade do poder central em administrar um império grande, frágil e sem recursos 
 ◦ População não tinha ideia de país 
◦ Sem sentimento de pertencimento 
- Cedeu-se a autoridade a um chefe político do lugar, inclusive munido de milícia  para não perder o poder 
- Grande propriedade já tinha milícia  estado só legitimou 
- Grande proprietário vira coronel (coronelismo) 
- Poder judiciário tinha que respeitar esse chefe 
- Só poderia ter um chefe político na região [oligarquias – mantém a estrutura de governância de uma determinada 
região]  incumbência de manter a ordem e exercer a repressão (privatização do poder) 
 ◦ Estado privatiza poder 
 ◦ Coronéis passam a ser a forma de manutenção do estado brasileiro 
- Surge a figura do coronel: mediador entre o poder central e a população do interior 
◦ Decidia a eleição  controlava os votos  decidia a vida da população da região 
◦ Ia até o estado e exigia os benefícios locais  qualquer benefício vinha do coronel e era coronel que elegia 
governantes 
 
 
VENTOS REPUBLICANOS 
 
- Última reforma liberal do século 19 
- República é mais uma manobra das elites para se manterem no poder 
 
- Transferência para os estados (oligarquias regionais) das terras devolutas da união [que não foram compradas] 
- Cede pra serem administrada pela oligarquia 
- Ganhar apoio dos coronéis 
 
- Política dos governadores  compensação à oligarquia que não é a dominante 
- Oligarquia ligada ao governo estadual tinha pouco poder 
- Arranjo político na república velha 
 
- Presidente  governador [tinha apoio de alguma oligarquia]  coronéis [coronel valia pelo número de voto que tinha 
 exigia do estado o que achava importante (na maioria das vezes beneficiava a si próprio)]  coronéis definem o 
rumo politico 
 
 
TEMPOS DE REALISMO – PRINCÍPIOS DO SÉCULO 20 
 
- O número de pequenas propriedades se multiplica sobre as terras esgotadas pela cana e pelo café 
- Grande produtor não vai querer ficar na terra já usada e pouco produtiva – abandona fazenda 
- Pequena propriedade surge dentro da grande 
- Uma grande fazenda vira várias pequenas mas surge uma fazenda maior ainda – concentração ainda aumenta 
 
- Colonização – século XIX (1850) [abolição e lei de terras] – 1930 – 1965-79 [MC] 
 
- O poder público se esforça para garantir bons preços ao ouro negro 
- Convênio de Taubaté 
- Estado estabelece um preço pro café e compratodo o café 
 ◦ Comprava sempre num valor acima – aumentava produção [superprodução] 
 ◦ Ano após ano teve que investir mais dinheiro 
- Estado deveria comprar num preço abaixo de mercado – diminuir produção 
 
- A pobreza no campo é denunciada 
- 1ª pessoa a denunciar = Monteiro Lobato responsabilizou o caboclo por sua condição: resultante de preguiça, do 
fatalismo, do nomadismo, da ignorância, da rotina, da passividade [pobre porque quer] 
 
- O estado novo deu sua contribuição 
- Articulou para que os novos estabelecimentos industriais fizessem “o aprovisionamento, a preços baixos, dos gêneros 
necessários à alimentação” 
◦ Indústria surge a partir da elite latifundiária 
◦ Indústrias são instaladas perto de pequenas propriedades 
 - Para comprar matéria prima barata 
 - Explorar pequeno produtor  comprar alimentos pros trabalhadores urbanos barato 
◦ Benefício ao produtor de café continuou 
- Negou estender a legislação trabalhista aos trabalhadores rurais 
 ◦ Trabalhador ia sair do meio rural e ir pro urbano  muita mão de obra  salário baixo 
- Promoveu a “marcha para oeste” e implantou viveiros de trabalhadores e disciplinados e produtivos 
- Módulo de terra = pequeno 
- Ainda tinha que pagar impostos 
- Depois cede a terá em grandes módulos para grandes empresas brasileiras 
- Pequeno proprietário vai ter que trabalhar na grande propriedade ao seu redor 
 
FASE DA MODERNIZAÇÃO AGRÍCOLA 
- A parte mais vultosa do crédito rural subsidiado se encaminha para os produtos de exportação, em detrimento dos 
produtos de abastecimento interno 
◦ Estado passa a investir na exportação [em dólar – economia cresce mais] 
◦ Política concentradora, gerar riqueza, depois dividir 
- Dirige-se para os produtores e intermediários do centro-sul, em detrimento do resto do país 
- Dinheiro concentra-se nas mãos dos empresários, em detrimento dos pequenos agricultores 
 
ÊXODO RURAL SE CONCENTRA DE 65 A 79 
- Grande produtor busca mais terra para ter + crédito 
- Compra terra de quem não tem crédito mas tem terra 
- Crédito dado ao grande produtor somente 
- Êxodo rural é diretamente relacionado a concentração da terra e não a mecanização por si 
- Êxodo acaba em 1980 
 
OCUPAÇÃO DA AMAZÔNIA 
- Instituição da colonização ao longo das grandes rodovias (construídas e a construir) 
- Loteamento da última fronteira agrícola brasileira aos grandes empresários dos ramos industriais, bancários e 
comerciais (tamanho mínimo = 25 mil hectares) 
- Grandes indústrias, bancos e comércios adquirem terras 
- Isenção de impostos e implantação de serviços públicos de infra-estrutura (SUDAM)  estado dá a terra e investe 
 
CONCLUSÕES 
- Elite = Apropriação e depois controle de terra [distribuição] 
 Apropriação e depois controle do trabalho 
- Estado/elite = controla os incentivos para produção (capital) 
- Controle do produto

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