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Se dois sinais de entrada de polaridades opostas são aplicados, a operação é chamada de “entrada dupla”. Se o mesmo sinal de entrada é aplicado a ambas as entradas, a operação é chamada de “modo-comum”. Em uma operação com entrada simples, aplica-se um único sinal de entrada. No entanto, devido à cone- xão emissor-comum, o sinal de entrada aciona ambos os transistores, resultando na saída em ambos os coletores. Em uma operação com entrada dupla, aplicam-se dois sinais de entrada, sendo que a diferença das entradas resulta em saídas em ambos os coletores por causa da diferença dos sinais aplicados a ambas as entradas. Em uma operação modo-comum, o sinal de entrada comum resulta em sinais opostos em cada coletor, e esses sinais se cancelam, de maneira que o sinal de saída resul- tante é igual a zero. Na prática, os sinais opostos não se cancelam por completo, e o resultado é um pequeno sinal. A principal característica do amplificador diferencial é o ganho muito grande quando sinais opostos são apli- cados às entradas, em comparação com o ganho muito pequeno resultante de entradas comuns. A razão entre o ganho diferencial e o ganho de modo-comum é chamada de rejeição de modo-comum. Polarização CC Analisaremos primeiro a operação de polarização CC do circuito da Figura 10.9. Com entradas CA obtidas das fontes de tensão, a tensão CC em cada entrada está essencialmente conectada a 0 V, como mostra a Figura 10.10. Com cada tensão de base em 0 V, a tensão de po- larização CC do emissor-comum é: VE = 0 V – VBE = – 0,7 V A corrente de polarização CC de emissor é, então, IE = VE - ( - VEE) RE VEE - 0,7 V RE (10.1) Supondo que os transistores estejam bem casados (como ocorreria em um circuito integrado), obtemos IC1 = IC2 = IE 2 (10.2) o que resulta em uma tensão de coletor de: VC1 = VC2 = VCC - ICRC = VCC - IE 2 RC (10.3) EXEMPLO 10.1 Calcule as tensões e correntes CC no circuito da Figura 10.11. Solução: Equação 10.1: IE = VEE - 0,7 V RE = 9 V - 0,7 V 3,3 k 2,5 mA A corrente de coletor é então Equação 10.2: IC = IE 2 = 2,5 mA 2 = 1,25 mA VB = 0 V +VCC IE 2 ≅IC IE 2 RE −VEE IE IE 2 IE 2 ≈IC RC VC1 Q1 Q2 VE VC2 RC VB = 0 V Figura 10.10 Polarização CC do circuito amplificador diferencial. , , , Figura 10.11 Circuito amplificador diferencial para o Exemplo 10.1. 508 Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos resultando em uma tensão de coletor de Equação 10.3: VC = VCC – ICRC = 9 V – (1,25 mA)(3,9 kΩ) ≈ 4,1 V A tensão de emissor-comum é, portanto, – 0,7 V, en- quanto a tensão de polarização do coletor está próxima de 4,1 V para ambas as saídas. Operação CA do circuito Uma conexão CA de um amplificador diferencial é mostrada na Figura 10.12. Sinais de entrada separados são aplicados como Vi1 e Vi2, com saídas separadas resul- tantes Vo1 e Vo2. Para realizar a análise CA, redesenhamos o circuito na Figura 10.13. Cada transistor é substituído por seu equivalente CA. Ganho de tensão CA com saída simples Para calcular o ganho de tensão CA com saída simples, Vo/Vi, apli- que sinal a uma entrada com a outra ligada ao terra, como mostra a Figura 10.14. O equivalente CA dessa conexão está desenhado na Figura 10.15. A corrente de base CA pode ser calculada utilizando-se a Lei das Tensões de Kirchhoff (LTK) para malha de entrada na base 1. Supondo-se que os dois transistores estão bem casados, então Ib1 = Ib2 = Ib ri1 = ri2 = ri = βre Com RE muito grande (idealmente infinita), o cir- cuito para obtenção da equação pela LTK é simplificado para o da Figura 10.16, a partir do qual podemos escrever Vi1 – Ibri – Ibri = 0 Figura 10.13 Equivalente CA do circuito amplificador diferencial. −VEE Q2 VE Vi2Vi1 Vo1 Vo2 +VCC RE RCRC Q1 Figura 10.12 Conexão CA do amplificador diferencial. RE +VCC –VEE Vi1 Q1 Q2 Vo1 RC RC = 0Vi2 Figura 10.14 Conexão para calcular AV1 = Vo1/Vi1. Capítulo 10 Amplificadores operacionais 509 de maneira que Ib = Vi1 2ri = Vi 2bre Se também assumirmos que β1 = β2 = β então, IC = bIb = b Vi 2bre = Vi 2re e a magnitude da tensão de saída em cada coletor é Vo = ICRC = Vi 2re RC = RC 2re Vi e o valor do ganho de tensão com entrada simples em cada coletor é Av = Vo Vi = RC 2re (10.4) EXEMPLO 10.2 Calcule a tensão de saída simples Vo1 para o circuito da Figura 10.17. Solução: Os cálculos de polarização CC fornecem: IE = VEE - 0,7 V RE = 9 V - 0,7 V 43 k = 193 m A Logo, a corrente CC de coletor é IC = IE 2 = 96,5 mA de maneira que VC = VCC – ICRC = 9 V – (96,5 µA)(47 kΩ) = 4,5 V O valor de re é, então, re = 26 0,0965 269 Vi1 Ib1 Vo1 Vo2 Ib2 = 0Vi2ri2 RE ri1 RC RC IC1 IC2 β 1 Ib1 β 2 Ib2 Figura 10.15 Equivalente CA de circuito da Figura 10.14. Q1 Q2 RC Vo + 9 V – 9 V 47 kΩ 47 kΩ 43 kΩ 20 kΩ Vi1 = 2 mV = ri2 =ri1 75= β2 =β1 Figura 10.17 Circuito para os exemplos 10.2 e 10.3. Vi1 RE ≅ ∞ = IbIb1 = riri1 = Vi = IbIb2 = riri2 + – Figura 10.16 Circuito parcial para o cálculo de Ib. 510 Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos O valor do ganho de tensão CA pode ser calculado pela Equação 10.31: Av = RC 2re = (47 k ) 2(269 ) = 4,78 o que proporciona uma tensão CA de saída de magnitude Vo = AvVi = (87,4)(2 mV) = 174,8 mV = 0,175 V Ganho de tensão CA com saída dupla Uma análise semelhante pode ser usada para mostrar que, para a condição de sinais aplicados a ambas as entradas, o valor do ganho de tensão diferencial é Ad = Vo Vd = RC re (10.5) onde Vd = Vi1 – Vi2. Circuito de operação em modo-comum Embora um amplificador diferencial forneça grande amplificação sobre a diferença dos sinais aplicada a ambas as entradas, ele também deve proporcionar uma amplifi- cação pequena do sinal comum a ambas as entradas. Uma conexão CA mostrando uma entrada comum a ambos os transistores é apresentada na Figura 10.18. O circuito equivalente CA está desenhado na Figura 10.19, e a partir dele podemos escrever Ib = Vi - 2(b + 1)IbRE ri que pode ser reescrito como Ib = Vi ri + 2(b + 1)RE A magnitude da tensão de saída é, portanto, Vo = ICRC = bIbRC = bViRC ri + 2(b + 1)RE o que fornece uma amplitude de ganho de tensão de: Ac = Vo Vi = bRC ri + 2(b + 1)RE (10.6) EXEMPLO 10.3 Calcule o ganho de modo-comum para o circuito am- plificador da Figura 10.17. Solução: Equação 10.6: Ac = Vo Vi = bRC ri + 2(b + 1)RE = 75(47 k ) 20 k + 2(76)(43 k ) = 0,54 Figura 10.19 Circuito CA da conexão modo-comum. Figura 10.18 Conexão modo-comum. Capítulo 10 Amplificadores operacionais 511 Uso de fonte de corrente constante Um bom amplificador diferencial apresenta um ganho diferencial muito grande Ad, que é muito maior do que o ganho de modo-comum Ac. A capacidade de rejeição de modo-comum do circuito pode ser consideravelmente melhorada fazendo-se o ganho de modo-comum o menor possível (idealmente, 0). Pela Equação 10.6, vemos que quanto maior for RE, menor será Ac. Um método comum de aumentar o valor CA de RE é utilizar um circuito de fonte de corrente constante. A Figura 10.20 mostra um ampli- ficador diferencial com fonte de corrente constante para fornecer um valor elevado de resistência entre o emissor- -comum e o terra CA. O principal melhoramento desse circuito em relação ao da Figura10.9 é a impedância CA muito maior para RE obtida pelo uso da fonte de corrente constante. A Figura 10.21 mostra o circuito CA equivalente para o circuito da Figura 10.20. Uma fonte de corrente constante utilizada na prática é mostrada como uma alta impedância, em paralelo com a fonte de corrente constante. Figura 10.20 Amplificador diferencial com fonte de corrente constante. EXEMPLO 10.4 Calcule o ganho de modo-comum para o amplificador diferencial da Figura 10.22. Solução: Usar RE = ro = 200 kΩ fornece: Ac = bRC ri + 2(b + 1)RE = 75(10 k ) 11 k + 2(76)(200 k ) = 24,7 × 10 3 10.3CIRCUITOS AMPLIFICADORES DIFERENCIAIS BiFET, BiMOS E CMOS Embora a seção anterior tenha apresentado uma introdução para o amplificador diferencial usando disposi- tivos bipolares, unidades comercialmente disponíveis tam- bém utilizam transistores JFET e MOSFET para construir esses tipos de circuito. Um circuito integrado construído tanto com transistores bipolares (Bi) quanto com transis- tores de efeito de campo de junção (FET) é chamado de circuito BiFET. Um circuito integrado construído tanto com transistores bipolares (Bi) quanto com transistores MOSFET (MOS) é chamado de circuito BiMOS. Por fim, um circuito construído com transistores MOSFET de tipos opostos é um circuito CMOS. O CMOS é uma forma de circuito comum em circui- tos digitais e usa transistores MOSFET tipo intensificação tanto de canal n quanto de canal p (Figura 10.23). Esse circuito MOSFET complementar ou CMOS utiliza esses transistores de tipo oposto (ou complementar). A entrada Vi é aplicada a ambas as portas com a saída tomada dos drenos conectados. Antes de abordar a operação do circuito CMOS, repassaremos o funcionamento dos transistores MOSFET tipo intensificação. Operação nMOS ligado/desligado A curva característica de dreno de um MOSFET tipo intensificação de canal n ou um transistor nMOS é mostrada na Figura 10.24(a). Com 0 V aplicado entre porta e fonte, não há corrente de dreno. Somente quando VGS é aumentada e ultrapassa o valor de limiar do dispositivo VTh, gera-se alguma corrente. Com uma entrada de, digamos, Figura 10.21 Equivalente CA do circuito da Figura 10.20. 512 Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos +5 V, o dispositivo nMOS está totalmente ligado com corrente ID presente. Em resumo: Uma entrada de 0 V deixa o nMOS “desligado”, enquanto uma entrada de +5 V liga o nMOS. Operação pMOS ligado/desligado A curva característica de dreno para um MOSFET de canal p ou um transistor pMOS é mostrada na Fi- gura 10.24(b). Quando se aplica 0 V, o dispositivo está “desligado” (não há presença de corrente), enquanto para uma entrada de –5 V (além da tensão limiar), o dispositivo é “ligado” com uma corrente de dreno pre- sente. Em resumo:Figura 10.23 Circuito inversor CMOS. −VTh EmVGS = 0 V ID = 0 (dispositivo “desligado”) EmVGS = −5 V ID = está presente (dispositivo “ligado”) 0 VGS (V) (b) pMOS ID (mA)ID (mA) nMOS VGS (V) +VTh0 EmVGS = +5 V ID = está presente (dispositivo “ligado”) Em VGS = 0 V ID = 0 (dispositivo “desligado”) (a) Figura 10.24 Curvas características do MOSFET tipo intensificação que mostram os estados ligado e desligado: (a) nMOS; (b) pMOS. 10 kΩ +9 V Q1 Q2 Vi Q3 5,1 kΩ −9 V R2 8,2 kΩR1 1 kΩ =β 1 β 2 = β 75= ri1= ri2 = ri 11 kΩ= Q3 =ro 200 kΩ β 3 =75 10 kΩ Figura 10.22 Circuito para o Exemplo 10.4. Capítulo 10 Amplificadores operacionais 513 VGS = 0 V deixa o pMOS “desligado”; VGS = –5 V liga o pMOS. Verificaremos a seguir como o circuito CMOS real da Figura 10.25 funciona para uma entrada de 0 V ou +5 V. Entrada de 0 V Quando aplicamos 0 V como entrada para o circuito CMOS, fornecemos 0 V para ambas as portas dos tran- sistores nMOS e pMOS. A Figura 10.25(a) mostra que Para nMOS (Q1): VGS = Vi – 0 V = 0 V – 0 V = 0 V Para pMOS (Q2): VGS = Vi – (+5 V) = 0 V – 5 V = –5 V Uma entrada de 0 V em um transistor nMOS Q1 deixa esse dispositivo “desligado”. A mesma entrada de 0 V, no entanto, resulta na tensão porta-fonte do transistor pMOS Q2 igual a –5 V (porta em 0 V é 5 V menor do que a fonte em +5 V), o que faz com que esse dispositivo seja ligado. A saída Vo é, então, +5 V. Entrada de +5 V Quando Vi = +5 V, ela fornece +5 V para ambas as portas. A Figura 10.25(b) mostra que Para nMOS (Q1): VGS = Vi – 0 V = +5 V – 0 V = +5 V Para pMOS (Q2): VGS = Vi – (+5 V) = +5 V – 5 V = 0 V Essa entrada faz com que o transistor Q1 seja ligado e o transistor Q2 se mantenha desligado, com a saída próxima de 0 V, através da condução do transistor Q1. A conexão CMOS da Figura 10.23 funciona como um inversor lógico com Vo oposta a Vi, tal como mostra a Tabela 10.1. Os circuitos utilizados a seguir para mostrar os vários circuitos multidispositivos são, na maior parte, simbóli- cos, uma vez que os circuitos reais utilizados em CIs são muito mais complexos. A Figura 10.26 mostra um circuito BiFET com transistores JFET nas entradas e transistores bipolares formando a fonte de corrente (usando um circuito Desligado Desligado Ligado Ligado Figura 10.25 Operação de circuito CMOS: (a) saída +5 V, (b) saída 0 V. +V Vo Vi2 −V Vi1 Figura 10.26 Circuito amplificador diferencial BiFET. Tabela 10.1 Operação de circuito CMOS. V i (V) Q1 Q2 V o )V( 0 5 5 0 Ligado Ligado Desligado Desligado 514 Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos espelho de corrente). O espelho de corrente assegura que cada JFET funcione com a mesma corrente de polarização. Em operação CA, o JFET fornece uma alta impedância de entrada (bem mais elevada do que a obtida utilizando-se somente transistores bipolares). A Figura 10.27 mostra um circuito com transistores MOSFET de entrada e transistores bipolares para as fon- tes de corrente; neste caso, a unidade BiMOS apresenta impedância de entrada ainda mais elevada do que a BiFET por causa do uso de transistores MOSFET. Por fim, um circuito amplificador diferencial pode ser construído a partir de transistores MOSFET complemen- tares, como mostra a Figura 10.28. Os transistores pMOS fornecem as entradas opostas, ao passo que os transistores nMOS operam como a fonte de corrente constante. Uma única saída é retirada do ponto comum entre transistores nMOS e pMOS de um lado do circuito. Esse tipo de ampli- ficador diferencial CMOS é particularmente adequado para o funcionamento com baterias devido ao baixo consumo de energia de um circuito CMOS. 10.4 FUNDAMENTOS BÁSICOS DE AMP-OPS Um amplificador operacional é um amplificador de ganho muito alto com uma impedância de entrada muito alta (normalmente alguns megaohms) e uma baixa impe- dância de saída (menor do que 100 Ω). O circuito básico é construído utilizando-se um amplificador diferencial com duas entradas (positiva e negativa) e ao menos uma saída. A Figura 10.29 mostra uma unidade de amp-op básica. Como já discutimos, a entrada positiva (+) produz uma saída que está em fase com o sinal aplicado, enquanto um sinal de entrada negativa (–) resulta em uma saída com polaridade oposta. O circuito CA equivalente do amp-op é mostrado na Figura 10.30(a). Como podemos ver, o sinal de entrada aplicado entre os terminais de entrada enxerga uma impedância de entrada, Ri, normalmente muito alta. A tensão de saída é mostrada como sendo o ganho do ampli- ficador multiplicado pelo sinal de entrada, tomado através de uma impedância de saída, Ro, normalmente muito baixa. Um circuito amp-op ideal, mostrado na Figura 10.30(b), teria impedância de entrada infinita, impedância de saída nula e um ganho de tensão infinito. Amp-op básico A conexão de circuito básico que utiliza um amp-op é mostrada na Figura 10.31. Esse circuito opera como um multiplicador de ganho constante. Um sinal de entrada V1 é aplicado através do resistor R1 à entrada negativa. A saída é, então, conectada de volta à mesma entrada negativa através do resistor Rf. A entrada positiva é conectada ao terra. Visto que o sinal V1 é aplicado exclusivamente à entrada negativa, a saída resultante é de fase oposta ao sinal de entrada. A Fi- gura 10.32(a) mostra o amp-op substituído por seu circuito CA equivalente. Se utilizarmos o circuito equivalente ideal para o amp-op, substituindo Ri por uma resistência infinita Vo I +V Vi2 −V Vi1 Figura 10.27 Circuito amplificador diferencial BiMOS. Entrada inversora Saída Entrada não inversora Amp-op Figura 10.29 Amp-op básico. pMOS nMOS Figura 10.28 Amplificador diferencial CMOS. Capítulo 10 Amplificadores operacionais 515 e Ro poruma resistência nula, o circuito CA equivalente será aquele mostrado na Figura 10.32(b). O circuito seria, a seguir, redesenhado como mostra a Figura 10.32(c), e a partir dele a análise de circuito é efetuada. Utilizando-se superposição, é possível calcular a tensão V1 em termos dos componentes devido a cada uma das fontes. Para a fonte V1 apenas (–AvVi fixado em zero), Vi1 = Rf R1 + Rf V1 Para a fonte –AvVi apenas (V1 fixado em zero), Vi2 = R1 R1 + Rf (-AvVi ) A tensão total Vi é, portanto, Vi = Vi1 + Vi2 = Rf R1 + Rf V1 + R1 R1 + Rf (-AvVi ) Amp-op Figura 10.31 Conexão amp-op básica. Ri Ro Ad Vd (a) Ad Vd (b) VdVoVd Vo Figura 10.30 Equivalente CA do circuito amp-op: (a) real; (b) ideal. (c) Figura 10.32 Operação do amp-op como um multiplicador de ganho constante: (a) circuito CA equivalente do amp-op; (b) circuito equivalente do amp-op ideal; (c) circuito equivalente redesenhado. 516 Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos que pode ser resolvida para Vi como Vi = Rf Rf + (1 + Av)R1 V1 (10.7) Se Av >> 1 e AvR1 >> Rƒ, como normalmente ocorre, então Vi = Rf AvR1 V1 Calculando Vo/Vi, obtemos Vo Vi = -AvVi Vi = -Av Vi RfV1 AvR1 = - Rf R1 V1 Vi de modo que Vo V1 = - Rf R1 (10.8) O resultado da Equação 10.8 mostra que a razão da tensão de saída global pela tensão de entrada depende somente dos valores dos resistores R1 e Rƒ — desde que Av seja muito grande. Ganho unitário Se Rƒ = R1, o ganho é = - Rf R1 = -1 Ganho de tensão de maneira que o circuito fornece um ganho de tensão uni- tário com inversão de fase de 180°. Se Rƒ for exatamente igual a R1, o ganho de tensão é exatamente 1. Ganho constante Se Rƒ for múltiplo de R1, o ganho global do amplifi- cador é uma constante. Por exemplo, se Rƒ = 10R1, então Ganho de tensão = - Rf R1 = -10 e o circuito fornece um ganho de tensão de exatamente 10 com uma inversão de fase de 180° do sinal de entrada. Se selecionarmos valores precisos de resistores para Rƒ e R1, poderemos obter uma ampla faixa de ganhos, sendo o ganho tão preciso quanto os resistores utilizados e apenas levemente afetado pela temperatura e por outros fatores do circuito. Terra virtual A tensão de saída é limitada pela tensão de alimenta- ção, normalmente em alguns volts. Como já mencionado, os ganhos de tensão são muito altos. Se, por exemplo, Vo = –10 V e Av = 20.000, a tensão de entrada é Vi = -Vo Av = 10 V 20.000 = 0,5 mV Se o circuito tiver um ganho global (Vo/V1) de, di- gamos, 1, o valor de V1 será 10 V. Comparado a todas as outras tensões de entrada e saída, o valor de Vi é então pequeno e pode ser considerado 0 V. Observe que, embora Vi ≈ 0 V, ela não é exatamente 0 V. (A tensão de saída é de alguns volts, por causa da en- trada muito pequena Vi multiplicada por um ganho muito grande Av.) O fato de que Vi ≈ 0 V leva a um conceito de que na entrada do amplificador existe um curto-circuito virtual ou um terra virtual. O conceito de curto virtual implica que, embora a tensão seja quase 0 V, não há corrente da entrada do am- plificador para o terra. A Figura 10.33 descreve o conceito de terra virtual. A linha mais grossa é utilizada para indicar que podemos considerar a existência de um curto com Vi ≈ 0 V, mas um curto virtual, pois nenhuma corrente circula do curto para o terra. A corrente circula somente através dos resistores R1 e Rƒ, como mostrado. Utilizando o conceito de terra virtual, podemos es- crever equações para a corrente I, como segue: I = V1 R1 = - Vo Rf a qual pode ser calculada para Vo/V1: Vo V1 = - Rf R1 O conceito de terra virtual, que depende de Av ser muito grande, permitiu uma solução simples para Figura 10.33 Terra virtual em um amp-op. Capítulo 10 Amplificadores operacionais 517 a determinação do ganho de tensão global. Devemos compreender que, embora o circuito da Figura 10.33 não esteja fisicamente correto, ele nos permite determinar mais facilmente o ganho de tensão global. 10.5 CIRCUITOS PRÁTICOS COM AMP-OPS O amp-op pode ser conectado em um grande nú- mero de circuitos para estabelecer várias possibilidades operacionais. Nesta seção, abordaremos algumas das conexões mais comuns destes circuitos. Amplificador inversor O circuito amplificador de ganho constante mais amplamente utilizado é o amplificador inversor, mostrado na Figura 10.34. A saída é obtida pela multiplicação da entrada por um ganho fixo ou constante, definido pelo resistor de entrada (R1) e pelo resistor de realimentação (Rƒ) — essa saída também é invertida em relação à entrada. Aplicando a Equação 10.8 podemos escrever Vo = - Rf R1 V1 EXEMPLO 10.5 Se o circuito da Figura 10.34 tiver R1 = 100 kΩ e Rƒ = 500 kΩ, qual a tensão de saída resultante para uma entrada de V1 = 2 V? Solução: Equação 10.8: Vo = - Rf R1 V1 = - 500 k 100 k (2 V) = 10 V Amplificador não inversor A conexão da Figura 10.35(a) mostra um circuito com amp-op que trabalha como um amplificador não in- versor ou um multiplicador de ganho constante. Observe que a conexão de amplificador inversor é mais amplamente utilizada por ter melhor estabilidade em frequência (a ser discutido mais adiante). Para determinar o ganho de tensão do circuito, podemos utilizar a representação equivalente mostrada na Figura 10.35(b). Note que a tensão através de R1 é V1, uma vez que Vi ≈ 0 V. Isso também vale para a tensão de saída através do divisor de tensão entre R1 e Rƒ, de maneira que V1 = R1 R1 + Rf Vo o que resulta em Vo V1 = R1 + Rf R1 = 1 + Rf R1 (10.9) Rf – Amp-op V1 Rf R1 ( )V1Vo += Rf R1 1 (a) Vi ≈ 0 V1 (b) + VoR1 Figura 10.35 Amplificador de ganho constante não inversor. – Amp-op + V1 Rf R1 V1Vo −= Rf R1 Figura 10.34 Amplificador inversor de ganho constante. 518 Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos EXEMPLO 10.6 Calcule a tensão de saída de um amplificador não inversor (como o da Figura 10.35) para valores de V1 = 2 V, Rƒ = 500 kΩ e R1 = 100 kΩ. Solução: Equação 10.9: Vo = a1 + Rf R1 bV1 = a1 + 500 k 100 k b (2 V) = 6(2 V) = 12 V Seguidor unitário O circuito seguidor unitário mostrado na Figura 10.36(a) fornece um ganho unitário (1) sem inversão de polaridade ou fase. Pelo circuito equivalente [veja a Figura 10.36(b)] fica claro que Vo = V1 (10.10) e que a saída tem a mesma polaridade e magnitude da entrada. O circuito opera como um circuito seguidor de emissor ou seguidor de fonte, só que o ganho é exata- mente unitário. Amplificador somador Provavelmente, o mais utilizado dos circuitos com amp-op é o circuito amplificador somador mostrado na Figura 10.37(a). O circuito mostra um circuito ampli- ficador somador de três entradas que fornece um meio de somar algebricamente (adicionando) três tensões, cada uma multiplicada por um fator de ganho constante. Utilizando-se a representação equivalente, mostrada na Figura 10.37(b), a tensão de saída pode ser escrita em termos das entradas como Vo = -a Rf R1 V1 + Rf R2 V2 + Rf R3 V3b (10.11) Em outras palavras, cada entrada adiciona uma ten- são à saída multiplicada pelo seu correspondente fator de ganho. Se mais entradas forem utilizadas, cada uma acrescentará um componente adicional à saída. Amp-op Figura 10.37 (a) Amplificador somador; (b) circuito equivalente com terra virtual. Amp-op Figura 10.36 (a) Seguidor unitário; (b) circuito equivalente com terra virtual. Capítulo 10 Amplificadores operacionais 519 EXEMPLO 10.7 Calcule a tensão de saída de um amplificador somador com amp-op para os conjuntos de tensões e resistores a seguir. Use Rƒ = 1 MΩ em todos os casos. a) V1 = +1 V, V2 = +2 V, V3 = +3 V, R1 = 500 kΩ, R2 = 1 MΩ, R3 = 1 MΩ. b) V1 = –2 V, V2 = +3 V, V3 = +1 V, R1 = 200 kΩ, R2 = 500 kΩ, R3 = 1 MΩ. Solução: Utilizando a Equação 10.11, obtemos: a) Vo = - c 1000 k 500 k (+1 V) + 1000 k 1000 k (+2 V) + 1000 k 1000 k (+3 V) d = -[2(1V) + 1(2 V) + 1(3 V)] = 7 V b) Vo = - c 1000 k 200 k (-2 V) + 1000 k 500 k (+3 V) + 1000 k 1000 k (+1 V) d = -[5(-2 V) + 2(3 V) + 1(1 V)] = 3 V Integrador Até aqui, os componentes de entrada e os componen- tes de realimentação foram resistores. Se o componente de realimentação utilizado for um capacitor, como mostra a Figura 10.38(a), a conexão resultante será chamada de integrador. O circuito equivalente, com terra virtual [Fi- gura 10.38(b)], mostra que uma expressão para a tensão entre entrada e saída pode ser deduzida em função da corrente I, da entrada para a saída. Lembramos que terra virtual significa que podemos considerar que a tensão na junção de R e XC é a mesma do terra (uma vez que Vi ≈ 0 V), mas nenhuma corrente flui para o terra nesse ponto. A impedância capacitiva pode ser expressa por XC = 1 jvC = 1 sC onde s = jω corresponde à notação de Laplace.* Calcu- lando para Vo/V1, obtemos: I = V1 R = - Vo XC = -Vo 1>sC = -sCVo Vo V1 = -1 sCR (10.12) A expressão anterior pode ser reescrita no domínio do tempo como: vo(t) = - 1 RC v1(t) dt (10.13) A Equação 10.13 mostra que a saída é a integral da entrada, invertida e um multiplicador de valor 1/RC. A ca- pacidade de integrar um dado sinal resulta no computador analógico, com a capacidade de resolver equações dife- renciais e, portanto, de resolver eletricamente a operação de sistemas físicos análogos. A operação de integração é uma soma, uma vez que se constitui da soma da área sob uma forma de onda ou sob uma curva em um período de tempo. Se uma tensão fixa for aplicada como entrada a um circuito integrador, a Equação 10.13 mostra que a tensão de saída cresce ao longo de um período de tempo, fornecendo uma tensão Amp-op Figura 10.38 Integrador. * A notação de Laplace permite expressar operações diferenciais ou integrais, que fazem parte da teoria de Cálculo, utilizando o operador s. Leitores não familiarizados com essa teoria devem ignorar etapas que levem à Equação 10.13 e seguir o significado físico descrito adiante. 520 Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos em forma de rampa. Essa equação mostra que a rampa de tensão de saída (para uma tensão de entrada fixa) é oposta em polaridade à tensão de entrada e é multiplicada pelo fator 1/RC. Embora o circuito da Figura 10.38 possa operar com vários tipos de sinal de entrada, os exemplos a seguir utilizarão apenas uma tensão de entrada fixa, o que resultará em uma rampa de tensão de saída. Como exemplo, considere uma tensão de entrada, V1 = 1 V, para o circuito integrador da Figura 10.39(a). O fator de escala de 1/RC é - 1 RC = 1 (1 M )(1 mF) = - 1 de modo que a saída é uma rampa de tensão negativa, como mostra a Figura 10.39(b). Se o fator de escala for alterado, fazendo-se R = 100 kΩ, por exemplo, então - 1 RC = 1 (100 k )(1 mF) = -10 e a saída é, portanto, uma rampa de tensão mais inclinada, como mostra a Figura 10.39(c). Mais de uma entrada pode ser aplicada a um in- tegrador, como mostra a Figura 10.40, com a operação resultante dada por: vo(t) = - c 1 R1C v1(t) dt + 1 R2C v2(t) dt + 1 R3C v3(t) dt d (10.14) Um exemplo de integrador somador utilizado em um computador analógico é dado na Figura 10.40. O circuito real é mostrado com resistores de entrada e capacitor de realimentação, enquanto a representação do computador analógico indica apenas o fator de escala para cada entrada. Diferenciador Um circuito diferenciador é mostrado na Figura 10.41. Embora não seja tão útil quanto os circuitos já abordados, ainda assim o diferenciador fornece uma ope- ração, cuja relação resultante para o circuito é vo(t) = -RC dv1(t) dt (10.15) na qual o fator de escala é –RC. 10.6 ESPECIFICAÇÕES DO AMP-OP — PARÂMETROS DE OFFSET CC Antes de abordarmos várias aplicações práticas que utilizam amp-ops, devemos nos familiarizar com alguns dos parâmetros utilizados para definir a operação da uni- dade. Essas especificações incluem tanto características CC quanto características em frequência ou transitórias, abordadas a seguir. Tensões e correntes de offset Embora a saída do amp-op deva ser 0 V quando a entrada for 0 V, na prática, há alguma tensão de offset na saída. Por exemplo, se aplicarmos 0 V a ambas as entradas do amp-op e então medirmos 26 mV (CC) na saída, essa tensão será indesejada e gerada pelo circuito, e não pelo sinal de entrada. Mas, visto que o usuário pode construir o circuito amplificador para operar com vários ganhos e polaridades, o fabricante especifica uma tensão de offset de entrada para o amp-op. A tensão de offset de saída é, então, calculada a partir da tensão de offset de entrada e do ganho do amplificador, conforme determinado pelo usuário. A tensão de offset de saída pode ser afetada por duas condições de circuito independentes: (1) uma tensão de offset de entrada, VIO, e (2) uma corrente de offset devido à diferença nas correntes resultantes nas entradas positiva (+) e negativa (–). Amp-op + – (a) R (b) C = 1 Fμ (t)v1 (t)vo = 1 V −1 V 0 V ( ) RC − =1 1− RC 1 MΩ 0 V −10 V ( )− =1 10− (c) Figura 10.39 Operação de integrador com entrada em degrau. Capítulo 10 Amplificadores operacionais 521 Tensão de offset de entrada, VIO As folhas de dados do fabricante fornecem um valor de VIO para o amp- -op. Para determinar o efeito dessa tensão de entrada sobre a saída, considere a conexão mostrada na Figura 10.42. Utilizando Vo = AVi, podemos escrever Vo = AVi = AaVIO - Vo R1 R1 + Rf b Resolvendo para Vo, temos Vo = VIO A 1 + A 3 R1>(R1 + Rf) 4 VIO A A 3 R1>(R1 + Rf) 4 + – Vo = 200 kΩR1 = 100 kΩR2 = 1 MΩR3 C = 1 Fμ (b) V1 V2 V3 + – vo (t) v1 (t) v2 (t) v3 (t) Op-amp R1 R2 R3 C (a) V1 V2 V3 Vo (c) 10 5 1 Op-ampAmp-op Amp-op Figura 10.40 (a) Circuito integrador somador; (b) valores dos componentes; (c) representação do circuito integrador no computador analógico. v1 (t) vo (t) Amp-op Figura 10.41 Circuito diferenciador. + – Rf Vi Vo Rf VIOR1 += 1 A R1 VIO RC + – + – [[ ( ) Figura 10.42 Operação que mostra os efeitos da tensão de offset de entrada, VIO. 522 Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos de onde podemos concluir Vo(offset) = VIO R1 + Rf R1 (10.16) A Equação 10.16 mostra como a tensão de offset de saída resulta de uma tensão de offset de entrada especifi- cada para uma dada conexão do amp-op. EXEMPLO 10.8 Calcule a tensão de offset de saída do circuito da Fi- gura 10.43. As especificações do amp-op fornecem VIO = 1,2 mV. Solução: Equação 10.16: Vo(offset) = VIO R1 + Rf R1 = (1,2 mV)a 2 k + 150 k 2 k b = 91,2 mV Tensão de offset de saída devido à corrente de offset de entrada, IIO Qualquer diferença entre as correntes de polarização das entradas também produzirá uma tensão de offset na saída. Uma vez que dois transis- tores de entrada nunca são exatamente iguais, cada um irá operar com uma corrente ligeiramente diferente. Para uma conexão amp-op típica, como a mostrada na Figura 10.44, uma tensão de offset de saída pode ser determinada como segue. Substituindo-se as correntes de polarização através dos resistores de entrada pela queda de tensão correspondente, como mostra a Figura 10.45, é possível determinar a expressão para a tensão de saída resultante. Utilizando-se superposição, verificamos que a tensão de saída devida à corrente de polarização de entrada I +IB, denotada por V + o , é dada por V+ o = I +IB RC a1 + Rf R1 b enquanto a tensão de saída devida apenas a IIB – , denotada por Vo –, é dada por V - o = I -IB R1a- Rf R1 b para uma tensão de offset de saída total de Vo(offset devido a I +IB e I-IB) = I +IB RC a1 + Rf R1 b - I -IB R1 Rf R1 (10.17) Uma vez que a principal consideração é sobre a diferença entre correntes de polarização das entradas em vez de cada valor separadamente,definimos a corrente de offset IIO a partir de: IIO = I +IB - I -IB Figura 10.43 Conexão do amp-op para os exemplos 10.8 e 10.9. Figura 10.45 Circuito redesenhado da Figura 10.44. Figura 10.44 Conexão do amp-op que mostra correntes de polarização das entradas. Capítulo 10 Amplificadores operacionais 523 Como a resistência de compensação RC costuma ser aproximadamente igual ao valor de R1, utilizando RC = R1 na Equação 10.17, podemos escrever Vo(offset) = I +IB(R1 + Rf) - I -IB Rf = I +IBRf - I -IB Rf = Rf (I +IB - I -IB) resultando em: Vo (offset devido a IIO) = IIORf (10.18) EXEMPLO 10.9 Calcule a tensão de offset do circuito da Figura 10.43 para uma especificação do amp-op IIO = 100 nA. Solução: Equação 10.18: Vo = IIO Rƒ = (100 nA)(150 kΩ) = 15 mV Offset total devido a VIO e IIO Considerando-se que a saída do amp-op pode apresentar uma tensão de off- set de saída devida a ambos os fatores vistos anteriormente, a tensão de offset de saída total pode ser escrita como |Vo(offset)| = |Vo(offset devido a VIO)| + |Vo(offset devido a IIO)| (10.19) O valor absoluto é utilizado devido ao fato de que a polaridade da tensão de offset pode ser positiva ou negativa. EXEMPLO 10.10 Calcule a tensão de offset total para o circuito da Figura 10.46 para um amp-op com valores especificados de tensão de offset de entrada VIO = 4 mV e corrente de offset de entrada de IIO = 150 nA. Solução: O offset devido a VIO é Equação 10.16: Vo(offset devido a VIO) = VIO R1 + Rf R1 = (4 mV) a 5 k + 500 k 5 k b = 404 mV Equação 10.18: Vo(offset devido a IIO) = IIO Rƒ = (150 nA)(500 kΩ) = 75 mV o que resulta em um offset total Equação 10.19: Vo(offset total) = Vo (offset devido a VIO) + Vo (offset devido a IIO) = 404 mV + 75 mV = 479 mV Corrente de polarização de entrada, IIB Um parâmetro relacionado a IIO e às correntes separadas de polarização das entradas I +IB e I -IB é a corrente média de polarização definida como: IIB = I +IB + I -IB 2 (10.20) Podemos determinar correntes de polarização das entradas separadamente utilizando os valores especifica- dos para IIO e IIB. É possível mostrar que para I +IB 7 I -IB: I +IB = IIB + IIO 2 (10.21) I -IB = IIB - IIO 2 (10.22) EXEMPLO 10.11 Calcule as correntes de polarização de cada entrada de um amp-op com valores especificados de IIO = 5 nA e IIB = 30 nA. Solução: Utilizando a Equação 10.21, obtemos: I +IB = IIB + IIO 2 = 30 nA + 5 nA 2 = 32,5 nA I -IB = IIB - IIO 2 = 30 nA - 5 nA 2 = 27,5 nA 10.7 ESPECIFICAÇÕES DO AMP-OP — PARÂMETROS DE FREQUÊNCIA Um amp-op é projetado para ser um amplificador de alto ganho, com ampla largura de banda. Essa ope- ração tende a ser instável (oscilar) devido a efeitos de realimentação positiva (veja o Capítulo 14). Para garantir uma operação estável, os amp-ops são construídos com circuitos de compensação interna, o que também faz com Figura 10.46 Circuito com amp-op para o Exemplo 10.10. 524 Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos