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COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO DE BELO HORIZONTE 2010-2011 4º CICLO GUIA AvALIAÇÃO E INTERpRETAÇÃO DE ENSAIOS DE SISTEMAS DE REvESTIMENTO DE ARGAMASSA GRUpO DE TRABALHO EM REvESTIMENTO de ArgAmAssA- gTrA CCBH_guia.indd 1 19/8/2011 16:57:01 Coordenação geral: Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP-mg Geraldo Lincoln Raydan Gerente Regional patrícia Tozzini Ribeiro Representante – Coordenadora da Comunidade da Construção de Belo Horizonte estudo de caso e conteúdo profª. Drª. Helena Carasek Núcleo de Tecnologia das Argamassas e Revestimentos EEC - UFG dados do estudo prof. Dr. Antonio Neves de Carvalho Junior Coordenador do Grupo de Trabaho em Revestimento de Argamassa Obra edifício mirante do sol Resp. Paloma Francelly Gonçalves Laboratório Lenc Laboratório de Eng. e Cons. Ltda Organização patrícia Tozzini Ribeiro Márcia Amaral Projeto gráfico e editorial: A2B Comunicação edição Márcia Amaral Projeto gráfico Laura Barreto Belo Horizonte Agosto/2011 FiChA téCniCA CCBH_guia.indd 2 19/8/2011 16:57:01 intRODUÇÃO O presente trabalho é resultado das ações desenvolvidas pelo Gru- po de trabalho em Revestimento de Argamassa – GtRA no 4º Ciclo da Comunidade da Construção de Belo Horizonte. Por definição dos participantes do GtRA foi realizado o curso “Ava- liação e interpretação de Ensaios de Sistemas de Revestimento de Argamassa”. Como ação prática complementar, foram realizados em obra os testes de arrancamento em painéis montados exclusivamen- te para o curso. Ambas as ações foram coordenadas pela Profª hele- na Carasek que, posteriormente, analisou os resultados dos ensaios e os apresentou como forma de relatório. Esta publicação apresenta o conteúdo do relatório organizado pela coordenadora. especificação do trabalho prático: foram submetidos a ensaio de resistência de aderência à tração 12 quadros de painéis teste na obra. Foram utilizadas 12 pastilhas circulares de aço, com diâmetro de 50 mm coladas em cada quadro. metodologia adotada: foi adotada a especificação prevista pela nBR-13749 – Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgâ- nicas. Os ensaios foram realizados conforme a NBR 13528 – Revesti- mento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas – Determinação de resistência de aderência à tração. CCBH_guia.indd 3 19/8/2011 16:57:01 A Comunidade da Construção é um projeto desenvolvido pela Asso- ciação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) em parceria com entida- des do setor de edificações, que busca a integração da cadeia produti- va para aumento da competitividade dos sistemas construtivos à base de cimento. Lançada, em 2002, a Comunidade da Construção surgiu como um programa voltado para melhorias em desempenho técnico e econômico, em benefício das construtoras. A Comunidade da Construção atua hoje em 13 cidades e reúne cons- trutoras que representam boa parte do mercado imobiliário brasileiro e suas ações proporcionam melhoria em processos construtivos, sob um modelo que preza a busca de resultados concretos e o comparti- lhamento de experiências. Criado em maio de 2002, o Polo Belo horizonte congrega importantes empresas e entidades mineiras. Em nove anos de existência, aproxima- damente 100 empresas fizeram parte da Comunidade de Bh, dentre elas construtoras, entidades associativas, projetistas e mais de 400 pro- fissionais foram envolvidos nos trabalhos dos quatro ciclos realizados. Os temas tratados nos ciclos de trabalhos foram escolhidos pelo mercado, de acordo com suas necessidades. Assim, as ações pro- movem maior interação dos participantes possibilitando a troca de experiências e a parceria dentro do grupo. O resultado é mais co- nhecimento e desenvolvimento para profissionais e para o mercado de edificações mineiro. 6 CCBH_guia.indd 4 19/8/2011 16:57:01 7 CCBH_guia.indd 5 19/8/2011 16:57:04 APRESEntAÇÃO Este documento visa apresentar diretrizes para a realização e a avaliação dos ensaios de determina- ção da resistência de aderência à tração, segundo a ABnt nBR 13528: 2010, como etapa final do curso de “AVALiAÇÃO E intERPREtAÇÃO DE RESULtADOS DE EnSAiOS DE SiStEMAS DE REVEStiMEntO DE ARGAMASSA”, ministrado no âmbito da Comunida- de da Construção de Belo horizonte. Assim, o do- cumento ficou dividido em duas partes principais. A primeira parte expõem algumas recomendações quanto à realização do ensaio e à anotação dos re- sultados, discutindo aspectos que não estão con- templados na referida norma. A parte 2 apresenta as diretrizes para a análise dos resultados obtidos no ensaio. Por fim são apresentadas as considera- ções finais sobre o tema discutido. CCBH_guia.indd 6 19/8/2011 16:57:04 A ABnt nBR 13528: 2010 – “Re- vestimento de paredes de arga- massas inorgânicas: Determina- ção da resistência de aderência à tração” apresenta metodologia bem definida, quando comparada com a versão anterior da norma (de 1996), que permitia algumas variações as quais podem ter alta interferência nos resultados de en- saio. Mesmo assim, os resultados obtidos nos testes realizados com todos os cuidados da nova versão ainda tem mostrado alta variabili- dade, medida na prática por meio do coeficiente de variação – CV (parâmetro estatístico básico). Cabe lembrar que uma relativa- mente alta variabilidade é intrín- seca à propriedade. isso decorre do fato de que a resistência de aderência é influenciada por di- versos fatores altamente variáveis, tais como os materiais da base, as características da argamassa, condições climáticas, energia de aplicação, etc. no caso, por exem- plo, da influência do substrato, se pensarmos em blocos cerâmicos, esse material por si só apresenta elevada variação em um mesmo lote, devido à queima heterogê- nea; isto implica em alta variabili- dade da sua capacidade de sucção de água, característica essa que influencia diretamente a aderên- cia (CARASEK, 1996). Além disso, é importante ressaltar que, no enfo- que de ciência dos materiais, está RECOMEnDAÇÕES SOBRE A REALiZAÇÃO DO EnSAiO E AnOtAÇÃO DOS RESULtADOS1 se falando de materiais cerâmicos frágeis, os quais se caracterizam por apresentar alta dispersão de resultados de ruptura. Nesses ca- sos, a resistência à fratura é ex- tremamente dependente da pro- babilidade da existência de um defeito que seja capaz de iniciar uma fissura. Ou seja, um CV rela- tivamente alto é esperado para os resultados quando se avalia esta propriedade. (CARASEK, 2010) Salienta-se que, em geral, resul- tados de ensaios de resistência de aderência à tração apresen- tam alta dispersão, resultando em coeficientes de variação da ordem de 10% a 35%, mas che- gam muitas vezes a 50%-60%.1 9 CCBH_guia.indd 7 19/8/2011 16:57:04 Para garantir uma adequada análise dos resultados é mui- to importante que os dados de ensaios sejam registrados com detalhe e precisão e que per- mitam conferência posterior, no escritório. Assim, é muito impor- tante anotar corretamente os resultados em planilhas e deixar registrado através de fotos os ti- pos de ruptura. Na Tabela 1 (ao final deste documento) é apre- sentado um modelo de planilha para anotação dos dados, que inclui algumas colunas a mais do que a planilha proposta pela norma. Uma dessas colunas é para a anotação da espessura do revestimento ou altura em que rompeu o CP (distância desde a superfície da pastilha até a su- perfície de ruptura, ilustrada na Figura 1), que ajuda na identifica- ção do tipo de ruptura e também a análise das possíveis causas de manifestações patológicas. Para a verificação e análise do tipo de ruptura fazer uma documenta- ção por meio de fotos também é essencial. As fotos devem ser do tipo “espelho”, mostrando o corpo de prova extraído, além do outro lado, local da parede onde ele foi extraído, como ilustrado na Figura 2. Além das fotos de cada corpo de prova extraído, também é interessante apresen- tar uma foto do painel de teste com todos os corpos deprova ensaiados numerados (Figura 3). neste sentido, alguns cuidados adicionais, além dos já alertados na norma, devem ser observados: • OPerAçãO de COrTe: o corte é uma operação que pode contribuir na dispersão dos resultados uma vez na sua re- alização podem ser induzidas tensões (por torção) previa- mente ao arrancamento. A etapa de corte com a serra de copo para delimitação do corpo de prova gera muita poeira. Se o revestimento estiver úmido pode ocorrer formação de uma espécie de pasta dentro da cavidade de corte que leva a travar a serra de copo, dando um tranco, que solicita pre- viamente o revestimento a ser testado. Outro aspecto que deve ser observado é a ergonomia do operador no instante do corte. Ele deve estar bem posicionado em frente à parede e a furadeira deve estar perfeitamente na horizontal. • UMIDADE DO REvESTIMENTO2: um aspecto que in- fluencia fortemente os resultados é a umidade do reves- timento no momento do ensaio. Se o revestimento es- tiver úmido na hora do ensaio o resultado de aderência será bem menor do que se o mesmo revestimento esti- ver seco. é por esta razão que a norma indica que seja determinada a umidade do revestimento de argamassa, por meio de 3 determinações, visando, dessa forma, que se conheça essa condição. Assim, deve-se tomar muito cuidado com o corte com água (permitido na norma) e também com a realização de ensaios após uma chuva em revestimentos expostos, pois os valores poderão ser bem mais baixos do que no revestimento seco. Por outro lado, se um mesmo pano de revestimento apresenta condições heterogêneas de umidade, então os resultados de resis- tência de aderência apresentarão alta dispersão. • LOCAL SOBRE O qUAL O REvESTIMENTO ESTá ApLI- CAdO nA ALvenAriA (junTA de AssenTAmenTO Ou BLOCO)3: Várias pesquisas têm mostrado que os resultados de resistência de aderência para um mes- mo revestimento ensaiado na região da junta de as- sentamento da alvenaria é superior ao ensaiado sobre o bloco (seja cerâmico ou de concreto). Assim, quando se ensaia alvenaria esta é mais uma razão de dispersão dos resultados; na realidade porque está se ensaiando sobre substratos distintos (com diferentes porosidade, rugosidade e sucção de água). neste sentido, torna-se importante que este aspecto seja bem avaliado durante o ensaio e anotado de forma precisa. Para tanto é pro- posta uma alteração na planilha da norma, com inclusão de colunas específicas para a anotação dos percentuais de rupturas sobre as juntas verticais e/ou horizontais, como mostrado na tabela 1, ao final deste documento. A resistência de aderência à tração tende a diminuir linearmente à medida que se aumenta a umidade absorvida pelo revestimen- to. Mais detalhes sobre a influência da umidade na aderência podem ser vistos em Carasek et al. (2008). Os valores de Rader nas juntas de assentamento (horizontais) geralmente resultam de 10% a 60- 80% superiores que os valores testados nos blocos. Quando existe chapisco, ou quando os blocos são de concreto ocorre uma redu- ção deste efeito, mas ele não é anulado. nas juntas verticais (encabeçamento da alvenaria) este efeito pode ser menor, pois a argamassa dessa região fica menos compactada do que na junta horizontal. Por outro lado, em algumas situações, a alvenaria não é encabeçada, não existindo argamassa na junta vertical; nesse caso, o valor de resistência de ade- rência pode ser menor do que o obtido sobre o bloco, porque o revestimento está aplicado sobre um vazio. Os trabalhos de Scartezini; Ca- rasek (1999), Pereira (2000), Scartezini (2002), Angelim; Angelim; Carasek (2003), Costa; Duarte; Carasek (2006) discutem a influência da junta em detalhe. Em geral, na estatística, um CV igual a 25% é con- siderado como limite para se considerar uma amostra aceitável. no entanto, tendo em vista todos os aspectos que influenciam os resultados, tem-se acei- tado, para resistência de aderência à tração valores bem mais elevados. 10 1 2 3 CCBH_guia.indd 8 19/8/2011 16:57:04 Figura 1 – Espessura do revestimento. Nesse caso do CP ilustrado devem ser feitas pelo menos 3 medidas ao redor do CP e calculada a média, uma vez que a ruptura ocorreu em altura irregular. Figura 2 – Exemplo de fotografia do CP após ensaio (tipo espelho) que permite verificar com precisão o tipo de ruptura ocorrido e calcular os percentuais de cada tipo (Fonte: Anexo fotográfico do Relatório LEnC) Figura 3 – Exemplo de um painel de teste com identificação de todos os CPs ensaiados (Fonte: Anexo Fotográfico do Relatório LEnC). Outro aspecto que é interessante de se anotar, quando possível, é a espessura média das juntas de assentamento (principalmente a horizontal) da parede em ensaio por meio de medidas próximas ao painel de teste. isto pode au- xiliar no cálculo da porcentagem (mais próximo do real) da junta de assentamento com relação à superfície ensaiada. ESpESSURA 11 CCBH_guia.indd 9 19/8/2011 16:57:04 Para a análise e apresentação fi- nal dos resultados de resistência de aderência, recomenda-se in- cialmente a elaboração de uma tabela onde são colocadas apenas as informações necessárias para a interpretação. Um exemplo de planilha a ser empregada é mos- trado na tabela 2, ao final deste documento. nesse caso, já não se apresenta mais os diâmetros do CP e a área calculada a partir do di- âmetro médio, bem como a carga AnÁLiSE DOS RESULtADOS DO EnSAiO DE DEtERMinAÇÃO DA RESiStÊnCiA DE ADERÊnCiA À tRAÇÃO2 LOCAL ACABAMENTO rA (mPA) intERnA Pintura ou base para reboco > 0,20 Cerâmica ou laminado > 0,30 ExtERnA Pintura ou base para reboco > 0,30 Cerâmica > 0,30 tabela 3 – Critérios de resistência de aderência à tração (Ra) para revestimentos de argamassa de paredes (emboço e camada única), segundo a nBR 13749 (ABnt, 1996). de ruptura, pois estas informações servem apenas para o cálculo da tensão (resistência de aderência), que é o parâmetro em análise. inicialmente deve-se fazer a análise dos resultados conforme a norma vigente nBR 13749: 1996. no en- tanto, essa norma especifica que quatro dos seis corpos de prova de- vem ser iguais ou superiores a 0,30 MPa para revestimentos de facha- da (ou iguais ou superiores a 0,20 MPa, para revestimentos internos), este número não é compatível com o definido no procedimento de ensaio de determinação da re- sistência de aderência à tração re- centemente revisado (nBR 13528: 2010), que alterou o número míni- mo de 6 CPs para 12 CPs. Desta for- ma, também o número mínimo de resultados para atender a especifi- cação deve ser dobrado, ou seja, 8 CPs em um total de 12 CPs devem atender aos mínimos especificados (tabela 3, a seguir). CCBH_guia.indd 10 19/8/2011 16:57:04 Uma forma adicional de ana- lisar os resultados é calcular as médias das resistências de aderência e também de cada percentual de tipo de ruptu- ra. isto permite uma análise mais rápida do comportamen- to médio dos corpos de prova em uma determinada situação (por exemplo, painel de teste), principalmente quando se de- seja comparar várias situações distintas. Outros parâmetros estatísticos básicos que devem ser calculados são: o desvio pa- drão da amostra e o coeficiente de variação (CV). O CV, calculado a partir do desvio padrão e da média, é um parâme- tro para analisar a percentagem de variação da amostra. Este pa- râmetro é útil quando se deseja comparar a variabilidade de di- versas amostras com médias di- ferentes, por exemplo, de vários painéis de teste. Quanto menor o CV, menor a dispersão encontrada. é mui- to importante que os CVs sejam os mais baixos possíveis, pois as manifestações patológicas não ocorrem na média e sim nos va- lores extremos (mais baixos). Um aspecto que influencia bastante a variabilidade dos resultados é o tipo de aplicação da argamassa de revestimento; um decréscimo do CV geralmente é observado quando se troca a aplicação ma- nual pelaaplicação mecanizada. Por esta razão, ressalta-se a im- portância do emprego em obra de equipamentos de aplicação mecanizados para execução dos revestimentos de argamassas que garantem a redução da dis- persão dos resultados, ou seja, uma maior homogeneidade nas características e propriedades dos revestimentos. 13 CCBH_guia.indd 11 19/8/2011 16:57:05 Um aspecto tão importante quanto o valor de resistência de aderência obtido é a análise do tipo de ruptura. Quando a rup- tura é do tipo coesiva, ocorrendo no interior da argamassa ou do substrato, os valores são menos preocupantes, a menos que se- jam muito baixos. Por outro lado, quando a ruptura é do tipo ade- siva, ou seja, ocorre nas interfa- ces do sistema, os valores devem ser mais elevados, pois existe um maior potencial para a ocorrên- cia de manifestações patológicas futuras. (CARASEK, 2010) A rup- tura na interface argamassa/cola significa que a porção mais fraca é camada superficial do revesti- mento de argamassa e quando os valores são baixos indica re- sistência superficial inadequada, pulverulência, que também pode estar associado com patologia, principalmente o descolamento do acabamento decorativo (tinta ou placa cerâmica). Quando se deseja analisar várias situações, visando, por exemplo, a escolha de um sistema, sugere- se a elaboração de tabelas re- sumo, que permitem visualizar e entender mais facilmente os resultados. A tabela 4, a seguir, exemplifica uma tabela resumo; nela pode-se observar o uso de cores para identificação das si- tuações totalmente aprovadas (verdes), com bons resultados, no entanto, não atendendo rigoro- samente a nBR 13749 para reves- timentos de fachada (amarelas) e rejeitadas (vermelhas). 14 CCBH_guia.indd 12 19/8/2011 16:57:05 tabela 4 – Resultados médios de resistência de aderência e análises globais por painel. Painel Substrato chapisco Emboço Atende a norma? (8 em 12 CPs) Média (MPa) C.V. (%) Ruptura adesiva? M ec an iz ad o A rg . i nd . M an ua l - o br a Se m Pr oj eç ão i Pr oj eç ão ii M an ua l 1 Cerâmico x x fachada 0,43 32 não 2 Cerâmico x x fachada 0,43 32 não 3 Cerâmico x x interno 0,26 46 não 4 Cerâmico x x interno 0,28 34 não 5 Cerâmico x x interno 0,25 31 não 6 Cerâmico x x não 0,16 64 sim 7 Bl.Concreto x x fachada 0,43 33 não 8 Bl.Concreto x x fachada 0,49 20 sim 9 Bl.Concreto x x fachada 0,46 27 não 10 Bl.Concreto x x interno 0,27 41 sim 11 Bl.Concreto x x interno 0,27 38 não 12 Bl.Concreto x x não 0,19 41 sim 15 CCBH_guia.indd 13 19/8/2011 16:57:05 Adicionalmente, a elaboração de gráficos pode con- tribuir para a escolha dentre várias situações. As Fi- guras 4 e 5 ilustram gráficos que podem ser feitos com este intuito, sendo que o primeiro classifica os sistemas em ordem crescente da resistência de ade- rência média e indica as rupturas do tipo adesivas, enquanto que o segundo relaciona os valores de re- sistência de aderência com coeficientes de variação. Dentre os sistemas que atendem à norma, deve-se escolher o mais econômico e/ou prático para a obra, observando, no entanto, o tipo de ruptura. Deve-se optar por aquele que apresentou o menor percen- tual de ruptura adesiva (interfaces). Outros aspec- tos que devem ser observados em paralelo, na es- colha de um sistema de revestimento, é a ausência de fissuração e a textura superficial adequada para o tipo de acabamento decorativo. Adicionalmente, podem ser feitos testes de permeabilidade à água pelo método do cachimbo, escolhendo os sistemas de menor valor de permeabilidade/absorção. Por fim, dentre os sistemas aptos de acordo com os critérios anteriormente discutidos, escolher os que apresentarem os menores CVs, principalmen- te quando se está testando processos executivos diferentes, além de verificar se os valores de resis- tência de aderência não são muito altos (o ideal é que sejam iguais ou inferiores a 0,50 MPa), pois não interessa revestimentos muito rígidos, que geral- mente apresentam altas resistências de aderência à tração, mas que podem fissurar e descolar quando aplicados em fachadas de edifícios multipavimen- tos, com elevadas movimentações. Assim, no exemplo em questão, seriam escolhidos os sistemas 1,2,7 ou 9, não sendo descartada a possibilidade de empregar o sistema 4, pois apesar dele não atender rigorosamente aos parâmetros da nBR 13749, ele mostrou desempenho adequado (Ra média = 0,28 MPa; CVé o controle rigoroso da execução (limpeza da base, reali- zação de chapisco, aplicação me- canizada da argamassa, cura úmi- da do revestimento, etc.) visando a garantia da qualidade do reves- timento e, com isso, redução da quantidade de testes posteriores para a avaliação da resistência de aderência nas fachadas. 18 CCBH_guia.indd 16 19/8/2011 16:57:05 AnGELiM, R. R.; AnGELiM, S. C. M.; CARASEK, h. influência da adição de finos calcários, silico- sos, argilosos nas propriedades das argamassas de revestimen- to. in: SiMPÓSiO BRASiLEiRO DE tECnOLOGiA DAS ARGAMASSAS, 5.,2003b. São Paulo. Anais... São Paulo: EPUSP-PCC/AntAC, 2003. CARASEK, h. Aderência de ar- gamassas à base de cimento Portland a substratos porosos: avaliação dos fatores interve- nientes e contribuição ao estu- do do mecanismo da ligação. São Paulo, 1996. tese (Doutora- do) – Escola Politécnica da Uni- versidade de São Paulo – Depar- tamento de Engenharia Civil. São Paulo, 1996. CARASEK, h. Argamassas. in: isaia, G.C. (ed.). Materiais de Constru- ção Civil e Princípios de Ciência e Engenharia de Materiais. São Pau- lo: iBRACOn, 2010. P. 892-944. CARASEK, h., COStA, E.B.C., AL- VES, A., MELO, t. influência da umidade nas propriedades dos re- vestimentos de argamassa. in: En- COntRO nACiOnAL DE tECnOLO- GiA DO AMBiEntE COnStRUÍDO, 12. 2008, Fortaleza. AntAC, 2008. COStA, E.; DUARtE, R.; CARASEK, h. Análise da influência do tipo de equipamento e do operador nos resultados de resistência de aderência dos revestimentos de argamassa. in: EnCOntRO nA- CiOnAL DE tECnOLOGiA DO AM- BiEntE COnStRUÍDO, 11, 2006. Florianópolis. Anais... São Paulo: AntAC, 2006. p. 4061-4072. PEREiRA, P. C. influência da cura no desempenho de revestimen- tos produzidos com argamassas inorgânicas. Goiânia, 2000. Dis- sertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Engenharia Civil, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2000. REFERÊnCiAS SCARtEZini, L. M. B.; CARASEK, h. influência da junta de assen- tamento na resistência de ade- rência dos revestimentos de argamassa. in: COnGRESSO BRA- SiLEiRO DE CiMEntO, 5.,1999. São Paulo. Anais... São Paulo: ABCP, 1999. SCARtEZini, L. M. influência do tipo e preparo do substrato na aderência dos revestimentos de argamassa: estudo da evolução ao longo do tempo, influência da cura e avaliação da perda de água da argamassa fresca. Goiânia, 2002. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Engenha- ria Civil, Universidade Federal de Goiás. Goiânia, 2002. 19 CCBH_guia.indd 17 19/8/2011 16:57:05 Cp Diâmetro (mm) Área (mm2) Local de ensaio (%) Carga de Ruptura (N) Tensão Ra (Mpa) Forma de Ruptura (%) prof. de ruptura (mm) Obs d1 d2 dm Bloco Junta Subst Sub/ chap cha- pisco Chap/arg argamassa Arg/ cola Cola/ pastH v 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Observações: Local de ensaio na base – só empregado quando a base é alvenaria; h = junta horizontal de assentamento; V = junta vertical (encabeçamento) Devem-se descartar os valores que representam defeitos de exe- cução do ensaio, tais como: corpos de prova que apresentarem ruptura na interface cola/pastilha, corte que não atingir o subs- trato, carga aplicada com excentricidade, erros de operação do equipamento, entre outros. Estes defeitos de ensaio devem ser anotados na coluna de observações. Os itens acrescentados em relação à planilha da norma estão em vermelho. tabela 1 – Modelo de planilha para anotação durante o ensaio. 20 CCBH_guia.indd 18 19/8/2011 16:57:05 Cp Local da base (%) Alvenaria Tensão Ra (Mpa) Forma de Ruptura (%) prof. de ruptura (mm) Obs. Bloco Junta Sub Sub/ chap chap Chap/ rev rev Rev/ cola Cola/ pastH v 1 85 15 0,53 50 50 0 0 0 0 0 31 2 100 > 0,54 0 0 0 0 100 0 0 23 3 100 > 0,55 0 0 0 0 90 10 0 15/1 4 60 20 20 0,44 40 0 0 0 60 0 0 29/17 5 100 > 0,57 0 0 0 0 90 10 0 16/1 6 60 30 10 0,30 10 0 90 0 0 0 0 29 7 100 0,31 0 100 0 0 0 0 0 27 8 100 > 0,62 0 0 0 0 0 95 5 1 superf 9 100 0,31 40 0 60 0 0 0 0 28 10 100 0,33 20 0 80 0 0 0 0 29 11 100 0,19 20 0 80 0 0 0 0 28 12 67 33 0,47 40 0 60 0 0 0 0 27 Média 89,3 8,2 2,5 0,43 18,3 12,5 30,8 0,0 28,3 9,6 0,4 30 Desvio padrão (Mpa) 0,14 Cv (%) 32% Umidade Média (%) 3,1 espessura média do revesti- mento (mm) 28 tabela 2 - Exemplo de planilha para apresentação final dos resultados de ensaio de determinação da resistência de aderência à tração. Observações: Local da base – só empregado quando a base é al- venaria; h = junta horizontal de assentamento; V = junta vertical (encabeçamento) 21 CCBH_guia.indd 19 19/8/2011 16:57:05 www.comunidadedaconstrucao.com.br CCBH_guia.indd 20 19/8/2011 16:57:05