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ASSISTÊNCIA DE 
ENFERMAGEM EM 
ONCOLOGIA CLÍNICA 
Unidade 1
Livro Didático Digital
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
ALESSANDRA FERREIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
LARISSA ZEPKA BAUMGARTEN
4 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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Larissa Zepka Baumgarten
Meu nome é Larissa Zepka Baumgarten e sou professora 
de Enfermagem. Sou graduada e mestre em Enfermagem pela 
FURG e pós-graduada em enfermagem do trabalho e em gestão 
em enfermagem pelas faculdades UNINTER e UNIFESP. Sou 
professora de cursos de graduação e pós-graduação na área 
da saúde e enfermeira responsável técnica em um Centro de 
atenção psicossocial a álcool e drogas, pela FEAES. Também 
atuo como conteudista e no Aprova concursos, lecionando 
diversas disciplinas ligadas à métodos quantitativos e temas de 
administração. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir 
minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em 
suas profissões. Por este motivo, fui convidada pela Editora 
Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. 
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito 
estudo e trabalho. Conte comigo!
5ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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 1
ÍC
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ESEsses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que:
OBJETIVO
Para o início do 
desenvolvimento 
de uma nova 
competência. DEFINIÇÃO
Houver necessidade 
de apresentar um 
novo conceito.
NOTA
Quando necessárias 
observações ou 
complementações 
para o seu 
conhecimento.
IMPORTANTE
As observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você.
EXPLICANDO 
MELHOR
Algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado.
VOCÊ SABIA?
Curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias.
SAIBA MAIS
Textos, referências 
bibliográficas 
e links para 
aprofundamento do 
seu conhecimento.
ACESSE
Se for preciso acessar 
um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast.
REFLITA
Se houver a 
necessidade de 
chamar a atenção 
sobre algo a 
ser refletido ou 
discutido.
RESUMINDO
Quando for preciso 
fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens.
ATIVIDADES
Quando alguma 
atividade de 
autoaprendizagem 
for aplicada. TESTANDO
Quando uma 
competência for 
concluída e questões 
forem explicadas.
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SU
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Bioética ....................................................................................... 9
Conceito de bioética ........................................................................................... 9
Os princípios da bioética ..................................................................................13
O principialismo e o cuidado na enfermagem ............................................. 19
Política nacional de atenção oncológica ............................... 23
Conhecendo a política nacional de atenção oncológica ............................ 23
Relatório de Auditoria Operacional – PNAO ................................................. 27
Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON), 
Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) e os 
Centros de Referência de Alta Complexidade em Oncologia .................... 31
Por meio da Portaria nº 2.439/05, publicada em 19 de 
dezembro de 2005, e da Portaria nº 741, da Secretaria de 
Atenção à Saúde, foram definidas as características das 
Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia 
(UNACON): ................................................................................ 31
Ações de prevenção no controle de câncer .......................... 38
Fatores de risco para o câncer........................................................................40
Fatores protetores para o câncer de mama ...............................................43
As formas terapêuticas prestadas pela enfermagem a mulheres com 
câncer de mama ...............................................................................................46
Fisiopatologia do câncer ......................................................... 50
O que é o câncer? ..............................................................................................50
Transição epidemiológica .................................................................................55
O número de casos novos de câncer no Brasil ........................................... 58
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A
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Você sabia que a oncologia é uma das áreas de maior 
importância na sociedade e será responsável pela geração 
de muitos empregos nos próximos anos? Isso mesmo. 
Inclusive na enfermagem, pois a demanda crescente e o 
compromisso com a missão idealizada estimularam os 
profissionais a buscarem um modelo de atendimento 
multiprofissional que correspondesse às necessidades e 
atendesse às particularidades dessa população e não apenas a 
obrigatoriedade da legislação. Quando falamos do enfermeiro 
oncológico é necessário ressaltar que ele deve deter um 
conhecimento técnico-científico complexo, específico e 
essencial à prática, ligado a uma imprevisibilidade ditada pelos 
efeitos colaterais comuns à terapêutica. Assim, no início dos 
anos de 1970, os ensaios clínicos e a equipe multidisciplinar 
se estenderam da academia para a comunidade, crescendo, 
então, a demanda para a enfermagem oncológica, o 
que estimulou o desenvolvimento dessa especialidade, 
culminando, assim, com o aparecimento das organizações 
de enfermagem oncológica, da educação curricular, dos 
cursos de especialização, de atualização e de outros. Um 
reduzido, mas logo crescente número de enfermeiras, 
trabalhando inicialmente em centros de pesquisa, deu início 
às discussões, levando à criação da ONS (Oncology Nursing 
Society), em 1975, que é a maior organização científica do 
mundo na especialidade do câncer, promovendo fóruns de 
discussões e constituindo um meio pelo qual os enfermeiros 
podem contribuir para a especialidade. Entendeu? Ao longo 
desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo!
8 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo é 
auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências 
profissionais até o término desta etapa de estudos:
1. Identificar e aplicar os principais métodos de análise 
em bioética clínica como ferramenta para a tomada de 
decisão em conflitos éticos na assistência à saúde e na 
atenção oncológica.
2. Reconhecer e contextualizar a Política Nacional para 
Prevenção e Controle do Câncer na Rede de Atenção 
à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas no Âmbito 
do SUS.
3. Reconhecer os fatores de risco do câncer, visando à 
promoção da saúde.
4. Apontar uma série de dados que traduzem a magnitude 
do câncer no Brasil.
Então? Preparado para uma viagem rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho!
9ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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Bioética
OBJETIVO
Ao término deste capítulo você será capaz de 
entender aspectos da bioética na área clínica, o que 
aborda a Política Nacional de Atenção Oncológica e 
a prevenção ao câncer. Isto será fundamental para 
o exercício de sua profissão. E então? Motivado 
para desenvolver esta competência? Vamos lá! 
Avante!
Conceito de bioética
A bioética iniciou-se como um movimento social que 
buscava ética nas ciências biológicas e áreas afins, mas hoje 
adquiriu dimensão mais ampla e tornou-se uma disciplina 
norteadora para o biodireito e para a legislação, a fim de 
assegurar mais humanismo no cotidiano das práticas médicas 
e nas experimentações científicas que utilizam seres humanos. 
Dessa forma, a bioética é, ao mesmo tempo, a reflexão sobre 
as questões sociais e ação para estabelecer acordos entre 
sociedade, cientistas, profissionais de saúde e governotambém na melhoria de saneamento das 
cidades. 
 • A evolução da medicina e o uso de antibióticos e 
vacinas. 
57ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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Figura 7 - Atualmente, países como o Brasil apresentam aumento na expectativa de vida
Fonte: Freepik.
 • O aprimoramento dos métodos para se diagnosticar o 
câncer.
 • O aumento no número de óbitos pela doença.
 • A melhoria da qualidade e do registro da informação.
Atualmente, registra-se o aumento da incidência de 
cânceres associados ao melhor nível socioeconômico: 
 • Mama, próstata e cólon e reto.
 • Ao mesmo tempo em que se observam taxas de 
incidência elevadas - abordagens básicas para o 
controle do câncer de tumores geralmente associados 
a condições sociais menos favorecidas.
 • Colo do útero, estômago, cabeça e pescoço.
58 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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O número de casos novos de 
câncer no Brasil
Nos anos de 2018 estima-se, no Brasil, a ocorrência de 600 
mil casos novos de câncer. Os mais incidentes são os cânceres de 
próstata, pulmão, mama feminina e cólon e reto.
Os tipos de câncer mais incidentes em homens serão 
próstata (31,7%), pulmão (8,7%), intestino (8,1%), estômago 
(6,3%) e cavidade oral (5,2%). Já nas mulheres, os cânceres de 
mama (29,5%), intestino (9,4%), colo do útero (8,1%), pulmão 
(6,2%) e tireoide (4,0%).
IMPORTANTE
O acometimento desses cânceres pode se dar 
por vários fatores. O Brasil conta com políticas 
públicas para a prevenção, diagnóstico precoce e 
tratamento do câncer, realiza campanhas em prol 
da saúde da mulher (outubro rosa) e do homem 
(novembro azul).
As Regiões Sul e Sudeste mostram 70% dos casos novos. 
Nas Regiões Sul e Sudeste, predominam os cânceres de próstata 
e de mama feminina, bem como os cânceres de pulmão e de 
intestino. A Região Centro-Oeste apresenta maior incidência dos 
cânceres do colo do útero e de estômago.
Nas Regiões Norte e Nordeste, a incidência dos cânceres 
do colo do útero e estômago têm impacto importante nessa 
população. Na Região Norte, as taxas dos cânceres de mama e 
do colo do útero se equivalem entre as mulheres.
59ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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Figura 8 - Percentagem de novos casos e mortes de câncer no mundo
Fonte: Nações Unidas (2018). 
60 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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RESUMINDO
 E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo 
deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. 
Você deve ter aprendido que na nossa prática 
clínica, frequentemente nos deparamos com 
problemas éticos e devemos resolvê-los, apoiados 
nos três critérios da bioética: beneficência, 
autonomia e justiça. Na relação enfermeiro-
paciente, apesar de acharmos que é uma relação 
“a dois”, sempre estará presente um terceiro fator, 
a justiça (sociedade), norteando essa relação. 
A Portaria nº 2439/GM estabeleceu a Política 
Nacional de Atenção Oncológica, que estabeleceu 
diretrizes para o controle do câncer no Brasil, desde 
a promoção da saúde até os cuidados paliativos. 
E por fim, a incidência do câncer e o número de 
óbitos vêm em consequência ao estilo de vida que 
a população está vivenciando. A necessidade de se 
trabalhar com a promoção a saúde é premente. 
Prevenção ainda é o melhor tratamento e pode 
significar uma significativa redução da mortalidade, 
já que os dados apontam o crescimento do número 
de pacientes oncológicos em nosso país.
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SBRASIL. A situação do câncer no Brasil. Ministério da Saúde. 
Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. 
Coordenação de Prevenção e Vigilância. Rio de Janeiro: INCA, 2006. 
Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/
files//media/document//situacao-cancer-brasil.pdf. Acesso em: 19 
out. 2022.
BRASIL. Portaria n.º 874, de 16 de maio de 2013. Política 
Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer na Rede 
de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas no 
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial 
da União, Brasília, DF, Presidência da República, [2013]. 
Disponível em: http://www.in.gov.br/visualiza/index.
jsp?data=17/05/2013&jornal=1&pagina=129&totalArquivos=232. 
Acesso em: 19 out. 2022. 
GAUTHIER, J. Sete mulheres descobrem câncer de mama por 
dia na Bahia; duas morrem, 2018. Disponível em: https://www.
correio24horas.com.br/noticia/nid/sete-mulheres-descobrem-
cancer-de-mama-por-dia-na-bahia-duas-morrem/. Acesso em: 19 
out. 2022.
FOUCAULT, M. A ética do cuidado de si como prática da liberdade. 
In: FOUCAULT, M.  Ditos e escritos V. Rio de Janeiro: Forence 
Universitária, 2006. p.264-87.
GARRAFA, V. Introdução à Bioética.  Revista do Hospital 
Universitário,  São Luís, v. 6, n. 2, p. 9-13, 2005. Disponível 
em:  http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA11gAL/introducao-
a-bioetica. Acesso em: 19 out. 2022.
https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//situacao-cancer-brasil.pdf
https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//situacao-cancer-brasil.pdf
https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/sete-mulheres-descobrem-cancer-de-mama-por-dia-na-bahia-duas-morrem/
https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/sete-mulheres-descobrem-cancer-de-mama-por-dia-na-bahia-duas-morrem/
https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/sete-mulheres-descobrem-cancer-de-mama-por-dia-na-bahia-duas-morrem/
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA11gAL/introducao-a-bioetica
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA11gAL/introducao-a-bioetica
62 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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NAÇÕES UNIDAS. Mortes por câncer devem atingir número 
recorde de 9,6 milhões este ano, 2018. Disponível em: https://
www.facebook.com/nacoesunidas/photos/a.473884867505/1015
7658260857506/?type=1&theater. Acesso em: 19 out. 2022. 
PACCINE R. Bioética personalista aplicada à clínica. In: Urban CA. 
Bioética clínica. Rio de Janeiro: Revinter; 2003. p.55.
RODRIGUES, A. B.; OLIVEIRA, P. P. (coord.). Oncologia para 
enfermagem. Barueri: Manole, 2016. 
TEIXEIRA, V. M. F.; SANTOS, A. T. C. Bioética, ética e assistência de 
enfermagem na área oncológica. In: Ações de enfermagem para 
o controle do câncer: uma proposta de integração ensino-
serviço. 3. ed. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Câncer - INCA, 
2008. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.
local/files//media/document//acoes-enfermagem-controle-
cancer.pdf. Acesso em: 19 out. 2022.
ZOBOLI, E. L. C. P.; FORTES, P. A. C. Novas pontes para a bioética: 
do individual ao coletivo, da alta especialização à atenção básica. O 
Mundo da Saúde, v. 28, n. 1, p. 28-33, jan./mar., 2004.
https://www.facebook.com/nacoesunidas/photos/a.473884867505/10157658260857506/?type=1&theater
https://www.facebook.com/nacoesunidas/photos/a.473884867505/10157658260857506/?type=1&theater
https://www.facebook.com/nacoesunidas/photos/a.473884867505/10157658260857506/?type=1&theater
https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//acoes-enfermagem-controle-cancer.pdf
https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//acoes-enfermagem-controle-cancer.pdf
https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//acoes-enfermagem-controle-cancer.pdf
	Bioética
	Conceito de bioética
	Os princípios da bioética
	O principialismo e o cuidado na enfermagem
	Política nacional de atenção oncológica
	Conhecendo a política nacional de atenção oncológica
	Relatório de Auditoria Operacional – PNAO
	Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON), Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) e os Centros de Referência de Alta Complexidade em Oncologia
	Por meio da Portaria nº 2.439/05, publicada em 19 de dezembro de 2005, e da Portaria nº 741, da Secretaria de Atenção à Saúde,foram definidas as características das Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON):
	Ações de prevenção no controle de câncer
	Fatores de risco para o câncer
	Fatores protetores para o câncer de mama 
	As formas terapêuticas prestadas pela enfermagem a mulheres com câncer de mama 
	Fisiopatologia do câncer
	O que é o câncer?
	Transição epidemiológica
	O número de casos novos de câncer no Brasilsobre 
assuntos atuais e perspectivas do futuro.
Figura 1 - Conceito de bioética
Fonte: Freepik. 
10 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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DEFINIÇÃO
Bioética significa “ética da vida”. 
Origem grega – bios (vida) e ética (costumes, 
valores de uma determinada sociedade, em algum 
momento histórico). 
Objetivo geral da bioética: alcançar benefícios 
e assegurar a integridade dos seres humanos, 
defendendo o princípio da dignidade humana. 
Quando se refere ao exercício profissional – pesquisas e 
práticas ligadas à saúde humana esperam-se princípios éticos 
baseados na ideia de boa prática ou boa ciência, que regulem 
comportamentos e ações e protejam contra abusos, iatrogenias, 
erros etc., isto é, contra a má prática. Outro polo da bioética 
relaciona-se à constituição da identidade do profissional da 
saúde. Mais do que qualificação dos profissionais, a bioética 
pode fornecer condições para que um trabalhador da saúde se 
reconheça qualificado de forma diferenciada.
SASS (1990) refere-se à bioética como algo mais amplo, não 
ficando restrita apenas à relação médico - enfermeiro - paciente, 
incluindo também a responsabilidade dos profissionais por 
todas as formas de vida, dentro de uma medicina organizada 
e institucionalizada. Mostra-se de extrema relevância suas 
considerações sobre sempre ter-se em vista, ao cuidar-se de um 
paciente, o valor tanto dele como do profissional e da sociedade, 
tentando, dessa forma, atingir o “que é melhor para o paciente”.
Lembramos que, na relação enfermeiro-paciente, apesar 
de acharmos que é uma relação “a dois”, sempre estará presente 
um terceiro fator, a justiça (sociedade), norteando essa relação. 
Devemos ter em mente, nessa relação, que o profissional não é 
mais o sujeito mandante e o paciente, o objeto obediente, mas sim, 
ambos sujeitos; o primeiro para ajudar, com seu conhecimento 
técnico e moral; o segundo para receber ajuda técnica e ética. 
11ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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Essa relação profissional não é exclusiva com o paciente, pois, em 
maior ou menor grau, poderão estar envolvidos família e amigos, 
especialmente em casos de crianças ou pacientes inconscientes.
Para planejarmos os cuidados de higiene, alimentação, 
administração de medicamentos, entre outros, deveríamos levar 
em consideração os hábitos, costumes e valores do paciente, o 
que frequentemente não acontece. Sempre nos perguntamos: 
Por que o paciente deve ser acordado às 6 horas para tomar 
banho? Seria essa a melhor hora para ele? Gostaria ele de dormir 
até mais tarde? Infelizmente, normas preestabelecidas nas 
instituições muitas vezes não nos permitem essas indagações. 
Simplesmente, acordamos o paciente para o banho às 6 horas 
porque é “rotina” da instituição.
12 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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IMPORTANTE
A bioética abarca a ética médica, porém, não se 
limita a ela. A ética médica, em sentido tradicional, 
trata dos problemas relacionados a valores que 
surgem da relação entre médico e paciente. A 
bioética constitui um conceito mais amplo, com 
quatro aspectos importantes:
 • Compreende os problemas relacionados a 
valores que surgem em todas as profissões 
de saúde, inclusive nas profissões “afins” e 
nas vinculadas à saúde mental.
 • Aplica-se às investigações biomédicas e às 
do comportamento, independentemente 
de influírem ou não de forma direta na 
terapêutica.
 • Aborda uma ampla gama de questões sociais, 
como as que se relacionam com a saúde 
ocupacional e internacional e com a ética do 
controle da natalidade, entre outras.
 • Vai além da vida e da saúde humana, enquanto 
compreende questões relativas à vida dos 
animais e das plantas, por exemplo, no que 
concerne às experimentações com animais e 
às demandas ambientais conflitivas.
Vamos em frente...
Os horários para visita, geralmente, são naquelas horas 
do dia que “menos atrapalham o serviço”, não levando em 
consideração que são em horário normal de trabalho, dificultando 
assim, que os familiares possam estar com seu enfermo. Além 
disso, frequentemente, esse período destinado à visita é muito 
curto, com limitação do número de pessoas que podem entrar ao 
mesmo tempo, gerando angústia e insatisfação para o paciente 
13ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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que deseja estar com seus familiares, o que, muitas vezes, 
poderia contribuir para uma recuperação mais rápida.
REFLITA
Outra situação com que nos deparamos refere-se 
aos pacientes muito graves que frequentemente 
são “isolados” dentro de centro de cuidados de 
alta tecnologia e acabam por falecer longe de seus 
familiares. Acreditamos ser necessário refletirmos 
profundamente sobre esse fato. Se fôssemos nós, 
gostaríamos de morrer assim?
Comentários a respeito de pacientes também não são 
incomuns, ferindo nosso próprio juramento. É nossa obrigação 
estarmos alertas, evitando que isso aconteça, pois, o que para 
nós parece ter pouca ou nenhuma importância, para o paciente 
pode ser crucial.
Os princípios da bioética
Com o surgimento da bioética, na década de 70, era 
necessário estabelecer uma metodologia para analisar os 
casos concretos e os problemas éticos que emergiam da 
prática da assistência à saúde. Em 1979, os norte-americanos 
Tom L. Beauchamp e James F. Childress publicaram um livro 
chamado Principles of Biomedical Ethics, em que expuseram 
uma teoria fundamentada em quatro princípios básicos: não 
maleficência, beneficência, autonomia e justiça, que, a partir 
de então, tornaram-se fundamentais para o desenvolvimento 
da bioética e ditaram uma forma peculiar de definir e manejar 
os valores envolvidos nas relações dos profissionais de saúde e 
seus pacientes. Estes quatro princípios receberam na bioética a 
denominação de principialismo. 
O principialismo surgiu em função da necessidade dos 
profissionais da área da saúde de possuírem um eixo de regras 
morais capazes de ajudá-los a enfrentar as novas situações 
14 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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criadas com o avanço dos direitos do paciente. Até o surgimento 
do principialismo, a doutrina ética utilizada pelos profissionais 
da área da saúde era a ética das virtudes. 
EXPLICANDO 
MELHOR
A ética das virtudes, de Aristóteles, supõe que o 
agente seja capaz de estabelecer o bem do paciente 
e, com isso, possa ter uma conduta moralmente 
correta para com ele. No entanto, atualmente, a 
ética das virtudes não corresponde às demandas 
modernas por novas posturas nas relações de 
médico - paciente. 
Exemplo
Um exemplo: o médico era considerado como alguém 
que possuía uma situação de autoridade e que poderia decidir 
pelo paciente, sendo que, com o desenvolvimento do princípio 
de autonomia, o paciente passou a ter um novo status na sua 
relação com o médico. Protegidos pelo sistema jurídico, ele pode 
estabelecer uma relação menos desigual com o profissional 
da saúde, agora, só com seu consentimento o médico terá 
autorização para decidir sobre seu bem-estar.
Continuando a destacar esses princípios, a Autonomia 
significa a capacidade da pessoa humana de estabelecer os 
fins para sua conduta em função de seus valores e de escolher 
os meios adequados para atingi-los. Abrange uma série de 
dimensões da existência humana, sendo que duas delas se 
destacam: a MORAL e a JURÍDICA. 
 • MORAL: ausência de limites para decidir sobre si 
mesmo, respeitando a liberdade do ser humano, 
lembrando que a autogovernabilidade só deve ser 
respeitada quando a decisão de uma pessoa não 
resulte em danos para outro ser humano. A violação 
15ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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da autonomia só é aceita quando o bem público se 
sobrepõe ao bem individual. 
•• JURÍDICA: denominada também de princípio da 
intimidade, tem a função de garantir a liberdade 
individual, que nos dias de hoje, tem um vasto 
espaço a ser exercida, direito esse reconhecido e 
garantido judicialmente.O princípio moral da autonomia e o princípio jurídico 
da intimidade introduziram na área da saúde o conceito de 
consentimento livre e esclarecido, que garante ao paciente o 
direito de contar com informações suficientes que o tornem livre 
de qualquer forma de coerção ou engano por parte da equipe 
de saúde, bem como lhe dá condições para fazer uma escolha 
racional de aceitar ou não a realização de um diagnóstico ou 
procedimento e fazer ou recusar um tratamento. Este princípio 
obriga o profissional de saúde a dar ao paciente a mais 
completa informação possível, com o intuito de promover uma 
compreensão adequada do problema, condição essencial para 
que o paciente possa tomar uma decisão.
16 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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EXPLICANDO 
MELHOR
O consentimento livre e informado deve ser 
entendido como um processo de relacionamento 
em que o papel do profissional de saúde é o de 
indicar as opções, seus benefícios, seus riscos 
e custos, discuti-las com o paciente, ajudá-lo a 
escolher aquela que lhe é mais benéfica. Porém, 
existem algumas circunstâncias especiais em que 
limitam a obtenção do consentimento informado, 
como: 
a. A incapacidade: tanto a das crianças e 
adolescentes como aquela causada, em 
adultos, por diminuição do sensório ou da 
consciência e nas patologias neurológicas e 
psiquiátricas severas.
b. As situações de urgência, quando se 
necessita agir e não se pode.
c. A obrigação legal de declaração das doenças 
de notificação compulsória.
d. Um risco grave para a saúde de outras 
pessoas, cuja identidade é conhecida, 
obriga o médico a informá-las mesmo que o 
paciente não autorize. 
e. Quando o paciente se recusa a ser informado 
e participar das decisões.
O princípio da beneficência é que estabelece esta obrigação 
moral de agir em benefício dos outros. Beneficência quer dizer 
fazer o bem. Isto significa que temos a obrigação moral de agir 
para o benefício do outro. Este conceito, quando é utilizado na 
área de cuidados com a saúde, engloba todas as profissões das 
ciências da vida e da saúde e significa fazer o que é melhor para 
o paciente, não só do ponto de vista técnico-assistencial, mas 
também do ponto de vista ético. É usar todos os conhecimentos 
e habilidades profissionais a serviço do paciente, considerando, 
na tomada de decisão, a minimização dos riscos e a maximização 
17ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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dos benefícios do procedimento a realizar. Para utilizarmos este 
princípio, é necessário o desenvolvimento de competências 
profissionais, pois, só assim, podemos decidir quais são os 
riscos e benefícios que estaremos expondo nossos clientes, 
quando nós decidimos por determinadas atitudes, práticas ou 
procedimentos. 
A não-maleficência é considerada por muitos como o 
princípio fundamental da tradição hipocrática da ética médica. 
Tem suas raízes em uma máxima que preconiza: “criar o hábito de 
duas coisas: socorrer (ajudar) ou, ao menos, não causar danos”. A 
não-maleficência tem importância porque, muitas vezes, o risco 
de causar danos é inseparável de uma ação ou procedimento 
que está moralmente indicado. 
EXEMPLO
Uma simples retirada de sangue para realizar um teste 
diagnóstico tem um risco de causar hemorragia no local 
puncionado. Do ponto de vista ético, este dano pode estar 
justificado se o benefício esperado com o resultado deste exame 
for maior que o risco de hemorragia. A intenção do procedimento 
é beneficiar o paciente e não lhe causar o sangramento. Neste 
exemplo, as consequências do dano são pequenas e, certamente, 
não há risco de vida. Porém, se o paciente tiver problemas de 
hemostasia, este risco ficará aumentado. 
O princípio da justiça está relacionado à distribuição correta 
e adequada de deveres e benefícios sociais. Entende-se, dessa 
forma, que os seres humanos são iguais desde seu nascimento, 
não lhes podendo ser negado qualquer tratamento ou assistência 
em função de nenhum tipo de discriminação, seja social, racial 
ou outro fator, preocupando-se com a equidade na distribuição 
de bens e recursos considerados comuns, em uma tentativa de 
igualar as oportunidades de acesso a estes bens. 
18 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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Com a crescente socialização dos cuidados com a saúde, 
as dificuldades de acesso e o alto custo destes serviços, as 
questões relativas à justiça social são cada dia mais prementes 
e necessitam ser consideradas quando se analisam os conflitos 
éticos que emergem da necessidade de uma distribuição justa de 
assistência à saúde das populações. 
IMPORTANTE
A ética, em seu nível público, além de proteger a 
vida e a integridade das pessoas, objetiva evitar 
a discriminação, a marginalização e a segregação 
social. 
Neste contexto, o conceito de justiça deve fundamentar-se 
na premissa que as pessoas têm direito a um mínimo decente 
de cuidados com sua saúde. Isto inclui garantias de igualdade de 
direitos, equidade na distribuição de bens, riscos e benefícios, 
respeito às diferenças individuais e a busca de alternativas para 
atendê-las, liberdade de expressão e igual consideração dos 
interesses envolvidos nas relações do sistema de saúde, dos 
profissionais e dos usuários.
Assim, resumimos:
Quadro 1 – Princípios bioéticos e exigência ética fundamental
Princípios bioéticos Exigência ética fundamental
Autonomia
Consentimento livre e esclarecido;
Proteção aos vulneráveis.
Beneficência
Comprometimento com o máximo 
benefício e mínimo risco.
Não Maleficência Evitar danos.
Justiça
Seleção do sujeito da pesquisa.
Garantia de igual consideração dos 
interesses envolvidos com vantagem 
significativa para o sujeito da pesquisa e 
mínimo ônus para os vulneráveis.
Fonte: Elaborado pela autora (2022). 
19ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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O principialismo e o cuidado na 
enfermagem
No século XIX, emergiu na Inglaterra, Florence Nightingale, 
a grande personagem que treinava pessoas para cuidar de 
pessoas e transformou o cuidado em um campo de conhecimento 
singular, com métodos e técnicas específicas, diferentes das 
anteriormente executadas. Na sua origem, a enfermagem era 
exclusivamente desenvolvida por mulheres e voltada mais para 
a maternidade. Florence Nightingale estruturou seu modelo de 
assistência depois de ter trabalhado no cuidado de soldados 
durante a guerra da Crimeia. Com seu embasamento técnico 
e científico, Florence deu origem e implantou o que hoje 
conhecemos como processo de enfermagem, em que se aplica 
uma sequência de atividades com o intuito de agilizar o cuidado 
e obter uma melhor eficácia no atendimento.
SAIBA MAIS
Para aprender um pouco mais sobre Processo 
de Enfermagem, assista ao vídeo “Processo de 
Enfermagem (SAE)”, com a Prof. Dra. Consuelo 
Corrêa. Clique aqui. 
No decorrer dos anos, a imagem vocacional ou religiosa da 
enfermagem foi cedendo espaço à profissional, o que levou a uma 
exigência cada vez maior de competência e qualificação técnica 
dos profissionais enfermeiros, agregando-se a reflexões éticas. 
Se dermos ênfase somente aos aspectos técnicos, corremos 
o risco dos procedimentos se tornarem rotina, prejudicando 
https://bit.ly/2P4F3a6
https://bit.ly/2P4F3a6
20 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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o processo de cuidado do paciente como um todo. Mas, se o 
desequilíbrio tender para o outro lado, a rigidez na observação 
dos códigos morais e éticos poderá dificultar o desenvolvimento 
dos procedimentos científicos que norteiam e fundamentam a 
assistência de enfermagem. 
No entanto, a bioética abrange além das ciências da vida e 
da saúde, outras áreas do conhecimento que tenham a ver com a 
vida. Sendo assim, destacam-se os quatros princípios da bioética, 
que contribuem para a prática dos cuidados de enfermagem, 
baseando suas ações no que será melhor para o paciente. 
A enfermagem é uma das profissões da área da saúde, 
cuja essência e especificidade é ocuidado ao ser humano, 
individualmente, na família ou na comunidade, desenvolvendo 
atividades de promoção, prevenção de doenças, recuperação e 
reabilitação da saúde, atuando em equipes. Se responsabiliza 
por meio do cuidado, pelo:
 • Conforto, acolhimento e bem-estar dos pacientes, 
seja prestando o cuidado, seja coordenando outros 
setores para a prestação da assistência e promovendo 
a autonomia dos pacientes por meio da educação em 
saúde.
 • Estudo e aprimoramento das relações interpessoais e, 
sendo assim, os profissionais da enfermagem podem 
contribuir com a bioética na busca do outro, o olhar 
o outro como um ser integral, o preocupar-se com as 
necessidades do outro. 
21ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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SAIBA MAIS
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos 
o artigo: “O cuidado de si como condição para o 
cuidado dos outros na prática de saúde”, acesse aqui. 
A enfermagem aplica os princípios da bioética no seu 
cotidiano quando respeita a individualidade do paciente, atende 
as necessidades de cada paciente direcionando o cuidado a 
essas necessidades, presta uma assistência isenta de riscos e 
danos físicos ou morais ou sempre quando informa a ação a ser 
executada ao sujeito, dando-lhe o direito de aceitá-la ou recusá-
la. O que se quer é que o profissional da saúde oriente sua prática 
pelo “‘compromisso ético do cuidado” e guie seu agir por uma 
atitude que ultrapasse os limites da consciência profissional, 
traçando a ponte para a “conviviabilidade””, do cuidado técnico e 
o cuidado-ético. 
Figura 2 - Bioética e suas múltiplas aplicações na saúde
Fonte: Pixabay. 
https://bit.ly/2HfIT9O
https://bit.ly/2HfIT9O
22 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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ACESSE
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos 
o artigo: “Bioética e a questão da assistência 
oncológica” - página 148. Clique aqui. 
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo 
deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. 
Você deve ter aprendido que a bioética foi iniciada 
como um movimento social que buscava ética nas 
ciências biológicas e áreas afins, mas hoje, adquiriu 
dimensão mais ampla e tornou-se uma disciplina 
norteadora para o biodireito e para a legislação. 
Deve ter compreendido que os princípios éticos, 
baseados na ideia de boa prática ou boa ciência, 
regulam comportamentos e ações e protejam 
contra abusos, iatrogenias e erros. Deve ainda 
ter aprendido que existem princípios que devem 
ser seguidos para que a ética e a bioética sejam 
desenvolvidas nos setores de saúde..
https://bit.ly/2Zg0kgG
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23ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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Política nacional de atenção 
oncológica
OBJETIVO
Ao término deste capítulo você será capaz de 
reconhecer e contextualizar a Política Nacional para 
Prevenção e Controle do Câncer na Rede de Atenção 
à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas no 
Âmbito do SUS. E então? Motivado para desenvolver 
esta competência? Então vamos lá. Avante!
Conhecendo a política nacional 
de atenção oncológica
No Brasil, a abordagem do câncer como problema sanitário 
a ser enfrentado pelo Estado se deu somente a partir da década 
de 30, no século XX, pela atuação de pesquisadores da área 
como Mario Kroeff, Eduardo Rabello e Sérgio Barros de Azevedo. 
O caráter nacional do controle do câncer viria sob a forma de 
criação do Serviço Nacional de Câncer (SNC), em 1941, destinado 
a orientar e controlar a campanha de câncer em todo o país.
Figura 3 - Política Nacional de Atenção Oncológica
Política Nacional de 
Atenção Oncológica PT 
GM 2439
Política Nacional de Promoção da Saúde.
Política Nacional de Atenção Básica.
Política Nacional de Regulação.
Política Nacional de Ciência e Tecnologia. 
Políticas de 
Saúde
Pacto pela Saúde 2006:
Pacto pela Vida.
Pacto em Defesa do SUS.
Pacto de Gestão ,
Planos Estaduais e 
Municipais de Saúde 
Fonte: Elaborado pela autora (2022). 
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Em 1954, o Brasil sediou o VI Congresso Internacional de 
Câncer, em São Paulo, organizado pela União Internacional 
Contra o Câncer (UICC). Neste evento, foram destacados o câncer 
como problema de saúde pública e o conceito de controle como 
“meios práticos aplicados às coletividades ou aos indivíduos, 
capazes de influenciar a mortalidade por câncer” construído por 
meio da prevenção, educação, diagnóstico e tratamento. 
Em 1957 foi inaugurado o hospital-instituto (atual INCA), 
no Rio de Janeiro, que passou a ser sede do SNC. A partir de 
então, esforços de unificação das ações de controle do câncer 
resultaram, em 1967, na institucionalização da Campanha 
Nacional de Combate ao Câncer. Após um período de retrocesso 
nas políticas de controle do câncer na década de 70, foi criado, 
nos anos 80, o Programa de Oncologia (Pro-Onco), com o objetivo 
de retomar o controle da doença. 
IMPORTANTE
A partir da década de 90, com o processo de 
estruturação do Sistema Único de Saúde (SUS), 
coube ao INCA o papel de agente diretivo das 
políticas de controle do câncer no país. Em 1998, 
surgiu o Programa Nacional de Controle do Câncer 
do Colo do Útero (Viva Mulher) e, em 2000, as 
primeiras iniciativas para o controle do câncer de 
mama, consolidadas com as diretrizes técnicas 
nesta área. Outras ações, como a ampliação dos 
registros de câncer e a expansão da assistência 
oncológica por meio dos centros de alta 
complexidade foram implementadas nos últimos 
10 anos. 
Este esforço para consolidar ações nacionais de controle 
do câncer culminou, no final de 2005, com o lançamento da 
Portaria nº 2439/GM (BRASIL, 2005b) que estabeleceu a Política 
Nacional de Atenção Oncológica (PNAO). De forma inovadora, na 
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abordagem integrada de tratar a questão do câncer, esta política 
estabeleceu diretrizes para o controle do câncer no Brasil, desde 
a promoção da saúde até os cuidados paliativos. 
A Portaria nº 2439 do Ministério da Saúde propõe e orienta 
a organização da Rede de Atenção Oncológica nos Estados, uma 
estratégia de articulação institucional voltada para superar a 
fragmentação das ações e garantir maior efetividade e eficiência 
no controle do câncer. Ela prevê o conjunto de ações necessárias 
para a atenção integral ao câncer: “promoção, prevenção, 
diagnóstico, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos a 
ser implantada em todas as unidades federadas, respeitadas as 
competências das três esferas de gestão”.
IMPORTANTE
Dentre seus componentes, destacam-se: vigilância 
em saúde (ênfase no controle do tabagismo, 
promoção da alimentação saudável e da atividade 
física, preservação do meio ambiente e segurança 
ocupacional), em articulação com a política nacional 
de promoção da saúde; ampliação da cobertura 
com assistência qualificada conforme os princípios 
de universalidade, integralidade e humanização; 
definição de parâmetros técnicos para avaliação, 
controle e regulação dos serviços; educação 
permanente dos profissionais; fortalecimento dos 
sistemas de informação; avaliação tecnológica e 
incentivo à pesquisa. 
As proposições desta política estão em consonância com o 
ideário do SUS de constituição de um modelo assistencial voltado 
para a melhoria da qualidade de vida, por meio do investimento 
na promoção, proteção e recuperação da saúde. A organização do 
rastreamento dos cânceres do colo do útero e mama têm sido a 
linha de frente do processo de estruturação da rede assistencial.
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SAIBA MAIS
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos 
leitura do artigo “Política de Atenção ao Câncer no 
Brasil após a Criação do Sistema Único de Saúde”. 
Clique aqui. 
No Brasil, a preocupação com prevenção e controle do 
câncer iniciou na década de 1930. Daquela época,até os dias 
atuais, todo o sistema de saúde brasileiro passou por uma série 
de transformações, até a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), 
até chegar em 1998, quando o Ministério da Saúde passou a 
coordenar a política de saúde no país. 
IMPORTANTE
Desde então, o Instituto Nacional de Câncer - 
INCA é o órgão responsável pela formulação da 
Política Nacional do Câncer. 
O programa de controle do câncer do colo de útero e 
mama foi implementado pelo Ministério da Saúde dentro 
das concepções do SUS, de forma descentralizada, integral e 
equânime, com ações desenvolvidas em diferentes serviços e 
níveis de atenção. A organização da prestação da assistência no 
SUS é baseada em dois princípios fundamentais: a regionalização 
e a hierarquização.
O câncer é responsável por mais de 12% de todas as causas 
de óbito no mundo: mais de 7 milhões de pessoas morrem da 
doença anualmente. Como a esperança de vida tem melhorado 
https://bit.ly/33M6SqG
https://bit.ly/33M6SqG
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gradativamente, a incidência de câncer, estimada em 2002em 
11 milhões de casos novos alcançará quase 20 milhões em 
2020, segundo a União Internacional Contra o Câncer (UICC). A 
explicação para este crescimento está na maior exposição dos 
indivíduos a fatores de risco cancerígenos. 
Com o recente e exponencial envelhecimento da população, 
é possível identificar um aumento expressivo na prevalência 
do câncer, que demanda dos gestores do Sistema Único de 
Saúde (SUS) a atenção adequada aos doentes (DECIT, 2007). 
Este cenário ilustra a necessidade de grande investimento no 
desenvolvimento de ações amplas e abrangentes para melhoria 
do controle do câncer em todos os níveis: promoção da saúde, 
detecção precoce, assistência aos pacientes, vigilância do câncer 
e dos seus fatores de risco, formação de recursos humanos, 
comunicação e mobilização social, pesquisa e gestão do SUS 
(DECIT, 2007).
Relatório de Auditoria 
Operacional – PNAO
Considerando o aumento da incidência de câncer no 
Brasil e dos gastos federais com tratamentos oncológicos, que 
ultrapassaram R$1,9 bilhões em 2010 e, ainda, as deficiências 
na estrutura da rede de atenção em oncologia apuradas em 
levantamento realizado na Função Saúde foi aprovada a proposta 
de realização de auditoria operacional no Ministério da Saúde, na 
Secretaria de Atenção à Saúde e no Instituto Nacional de Câncer 
com o objetivo de avaliar a PNAO. 
VOCÊ SABIA?
Foi realizado, pelo Tribunal de Contas da União 
(TCU), em 2011, uma auditoria, que resultou 
na publicação de um Relatório de Auditoria 
Operacional – PNAO (BRASIL, 2011). 
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O referido relatório aponta que a PNAO foi concebida de 
forma a permitir as seguintes ações: 
a. O desenvolvimento de estratégias coerentes com 
a política nacional de promoção da saúde voltadas 
para a identificação dos fatores determinantes 
e condicionantes das neoplasias malignas mais 
prevalentes e orientadas para o desenvolvimento de 
ações que promovam a redução de danos e a proteção 
da vida, de forma a assegurar a equidade e a autonomia 
de indivíduos e coletividades.
b. A organização de uma linha de cuidados que perpasse 
todos os níveis de atenção, desde a atenção básica até 
a atenção especializada de média e alta complexidade e 
de atendimento contemplados pela política (promoção, 
prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e 
cuidados paliativos).
c. A constituição de Redes Estaduais ou Regionais de 
Atenção Oncológica, formalizadas nos Planos Estaduais 
de Saúde, com estabelecimento de fluxos de referência 
e contra referência, de forma a garantir o acesso e 
atendimento integrais.
d. A definição de critérios técnicos adequados para o 
funcionamento e para a avaliação dos serviços públicos 
e privados que atuam na atenção oncológica, assim 
como sistemática para sua monitoração.
e. A ampliação da cobertura do atendimento aos doentes 
de câncer, de forma a assegurar a universalidade, a 
equidade, a integralidade, o controle social e o acesso à 
assistência oncológica. 
29ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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f. O fomento, a coordenação e a execução de projetos 
de incorporação tecnológica, por meio de estudos 
de custo-efetividade, eficácia e qualidade da atenção 
oncológica no Brasil.
g. O auxílio ao desenvolvimento de processos e métodos 
de coleta, análise e organização dos resultados das 
ações decorrentes da política, de forma a permitir 
o aprimoramento da gestão e a disseminação das 
informações.
h. A promoção do intercâmbio com outros subsistemas 
de informações setoriais, de forma a aperfeiçoar a 
produção de dados e a democratização das informações. 
i. A qualificação da assistência e a promoção da educação 
permanente dos profissionais de saúde envolvidos com 
a implantação da política, de acordo com os princípios 
da integralidade e da humanização.
j. O fomento à formação e à especialização dos recursos 
humanos para atuação na rede de atenção oncológica.
a. O incentivo à pesquisa sobre a atenção oncológica, 
de acordo com os objetivos da Política Nacional de 
Ciência e Tecnologia em Saúde. 
VOCÊ SABIA?
O mesmo relatório concluiu que a PNAO definiu, 
ainda, os componentes fundamentais da política, 
dentre os quais, destacam-se: 
30 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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a. A promoção e a vigilância em saúde, que devem utilizar, 
entre outras, ações que proporcionem a redução de 
fatores de risco para as neoplasias.
b. A atenção básica, com previsão de ações voltadas 
para a promoção da saúde, a prevenção do câncer, 
o diagnóstico precoce, o apoio à terapêutica, aos 
cuidados paliativos e ao seguimento dos doentes.
c. Média complexidade, assistência que deve ser garantida 
por meio do processo de referência e contra referência 
dos pacientes.
d. Alta complexidade, organizada de forma a assegurar 
o acesso dos doentes com diagnóstico definitivo, 
deverá determinar o estadiamento da doença, tratar 
os pacientes com qualidade e de acordo com as 
condutas estabelecidas em unidades e centros de alta 
complexidade em oncologia. 
e. Sistema de informação, que deve possibilitar aos 
gestores subsídios para a tomada de decisões e 
promover a disseminação de informações.
f. Diretrizes nacionais para a atenção oncológica, 
envolvendo todos os níveis de atenção que possibilitem 
o aprimoramento da atenção, da regulação, da avaliação 
e dos controles. 
g. Avaliação tecnológica, que deve oferecer subsídios para 
a tomada de decisões no processo de incorporação de 
novas tecnologias.
h. A educação permanente e capacitação das equipes em 
todos os níveis de atenção.
31ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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Unidades de Assistência 
de Alta Complexidade em 
Oncologia (UNACON), Centros de 
Assistência de Alta Complexidade 
em Oncologia (CACON) e os 
Centros de Referência de Alta 
Complexidade em Oncologia
Unidades de Assistência de Alta 
Complexidade em Oncologia (UNACON)
Por meio da Portaria nº 2.439/05, publicada em 19 de 
dezembro de 2005, e da Portaria nº 741, da Secretaria 
de Atenção à Saúde, foram definidas as características 
das Unidades de Assistência de Alta Complexidade em 
Oncologia (UNACON):
DEFINIÇÃO
Entende-se por UNACON, o hospital que 
possui condições técnicas, instalações físicas, 
equipamentos e recursos humanos adequados 
à prestação de assistência especializada de alta 
complexidade para o diagnóstico definitivo e 
tratamento dos cânceres mais prevalentes no 
Brasil (colo do útero, mama, próstata, estômago, 
cólon e reto). 
UNACON sem radioterapia
Nas UNACON sem radioterapia (a radioterapia deve ser 
referenciada), os serviços específicos obrigatórios são: 
32 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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Cirurgia:
1. Cancerologia cirúrgica.
2. Cirurgia geral /coloproctologia. 
3. Ginecologia /mastologia. 
4. Urologia.
Oncologiaclínica: 
Quimioterapia para adultos: serviços específicos facultativos 
que dependem de decisão do gestor, com base em parâmetros 
de necessidade e no planejamento da rede. 
Na UNACON sem radioterapia ainda foi criada uma 
nova estrutura especializada: a Unidade de Assistência de 
Alta Complexidade em Oncologia exclusiva de hematologia 
(UNACON Hematológica), com os seguintes serviços específicos 
obrigatórios: 
 • Cirurgia geral.
 • Cirurgia pediátrica. 
Serviço de hematologia: 
1. Quimioterapia para adultos. 
2. Quimioterapia para crianças. 
Na UNACON modalidade pediátrica, conta-se com os 
seguintes serviços específicos obrigatórios:
Cirurgia: 
1. Cirurgia pediátrica. 
2. Serviço de pediatria: quimioterapia para crianças 
(incluindo hematologia). 
33ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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UNACOM com radioterapia
Nas UNACON com radioterapia, os serviços específicos 
obrigatórios são os descritos para a UNACON sem radioterapia, 
acrescidos do Serviço de Radioterapia. O serviço deverá possuir, 
no mínimo, um equipamento de teleterapia profunda. 
Centros de Assistência de Alta 
Complexidade em Oncologia (CACON)
DEFINIÇÃO
Entende-se por CACON, o hospital que 
possui condições técnicas, instalações físicas, 
equipamentos e recursos humanos adequados 
à prestação de assistência especializada de alta 
complexidade para o diagnóstico definitivo e 
tratamento de todos os tipos de câncer. 
Nos CACON, os serviços específicos obrigatórios são: 
 • Cirurgia (profissionais com habilitação em cancerologia 
cirúrgica): 
1. Cancerologia cirúrgica.
2. Cirurgia geral/coloproctologia.
3. Ginecologia/ mastologia.
4. Urologia.
5. Cabeça e pescoço.
6. Torácica.
7. Plástica.
8. Oncologia clínica.
9. Quimioterapia para adultos.
34 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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 • Serviço de hematologia radioterapia: 
 • Própria para procedimento de teleterapia superficial 
e profunda.
 • Sistema de planejamento computadorizado 
tridimensional.
 • Braquiterapia de baixa, média ou alta taxa de dose. 
Serviços específicos facultativos (dependem de decisão 
do gestor, com base em parâmetros de necessidade e no 
planejamento da rede): 
 • Cirurgia: 
 • Cirurgia pediátrica. 
10. Oftalmologia, ortopedia e neurocirurgia (articulados 
de maneira formal na rede de alta complexidade). 
Centros de Referência de Alta 
Complexidade em Oncologia 
DEFINIÇÃO
Entende-se por Centro de Referência, o CACON 
que exerça o papel auxiliar, de caráter técnico, ao 
gestor do SUS, nas políticas de atenção oncológica.
Exigências específicas: 
1. Credenciamento como CACON. 
2. Hospital de ensino. 
3. Residência e/ou curso de especialização médica em 
radioterapia e cancerologia cirúrgica e clínica. 
4. Residência e/ou curso de especialização em enfermagem 
oncológica. 
35ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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5. Outra figura acrescentada a essa rede é a autorização 
para cobrança de cirurgias oncológicas em hospitais 
gerais pelo prazo de 12 meses. 
A seguir estão elencados alguns dos critérios para essa 
autorização:
a. Atuar de maneira complementar às UNACON e aos 
CACON.
b. A produção das UNACON e CACON não seja suficiente 
nesta área. 
Quanto às unidades isoladas de radioterapia e/ou 
quimioterapia já credenciadas anteriormente, poderão ser 
mantidas na rede pelo prazo de 12 meses, desde que: 
a. Sejam julgadas necessárias pelo respectivo gestor do 
SUS. 
b. Atuem de forma complementar, atendendo 
exclusivamente pacientes encaminhados sob 
autorização e regulação. 
c. A produção das UNACON e dos CACON não sejam 
suficientes.
d. Cumpram os requisitos das normas de credenciamento. 
e. Estejam vinculadas à rede planejada pelo gestor a 
uma UNACON ou CACON para cooperação técnica e 
planejamento terapêutico global conjunto dos casos. 
f. A autorização poderá ser renovada, pelo mesmo prazo, 
desde que os pré-requisitos se mantenham.
36 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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IMPORTANTE
Essa portaria caracterizou a infraestrutura mínima 
necessária para cada tipo de estabelecimento 
hospitalar, com o intuito de credenciar e habilitar 
as UNACON ou CACON, de acordo com sua 
capacidade. Outro destaque é quanto à importância 
da informação por meio do prontuário único e do 
Registro Hospitalar de Câncer (RHC).
Ressalta-se, também, a equipe de apoio multidisciplinar, 
com atividades na área ambulatorial e de internação nas áreas:
 • Psicologia clínica. 
 • Serviço social. 
 • Nutrição. 
 • Cuidados de ostomizados. 
 • Fisioterapia. 
 • Reabilitação. 
 • Odontologia, psiquiatria e terapia renal substitutiva 
(opcional). 
No Serviço de Oncologia Clínica é necessário a apresentação 
de rotina de funcionamento escrita com, no mínimo, os 
procedimentos médicos, farmacêuticos e de enfermagem, o que 
ressalta a atuação do profissional dedicado à administração de 
quimioterápicos. No Serviço de radioterapia, o enfermeiro e o 
técnico de enfermagem são integrantes da equipe do serviço. 
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) estabelece 
a necessidade de médico especialista em radioterapia, físico 
médico e técnico de radioterapia.
O artigo 7º estabelece que, na definição dos quantitativos 
e da distribuição geográfica das UNACON e CACON e centros 
de referência, os gestores do SUS devem utilizar os critérios e 
parâmetros definidos pela SAS, por meio do Anexo III:
37ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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1. População a ser atendida. 
2. Necessidade de cobertura assistencial. 
3. Mecanismos de acesso com os fluxos de referência e 
contra referência.
4. Capacidade técnica e operacional dos serviços. 
5. Série histórica de atendimentos realizados. 
6. Integração com os mecanismos de regulação e com 
os demais serviços assistenciais – ambulatoriais 
e hospitalares – que compõem a rede de atenção 
oncológica no estado. 
O parâmetro que está sendo utilizado para o planejamento 
da sub-rede de alta complexidade em oncologia é o seguinte: 
número de casos novos de câncer por estado, a partir das taxas 
brutas de incidência de câncer.
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo 
deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. 
Você deve ter aprendido que a abordagem do 
câncer como problema sanitário a ser enfrentado 
pelo Estado se deu somente a partir da década de 
30 do século XX, pela atuação de pesquisadores da 
área como Mario Kroeff, Eduardo Rabello e Sérgio 
Barros de Azevedo e, que no Brasil, a preocupação 
com prevenção e controle do câncer, iniciou na 
década de 1930. Deve ter compreendido que por 
meio do UNACON, o hospital que possui condições 
técnicas, instalações físicas, equipamentos e 
recursos humanos adequados à prestação de 
assistência especializada de alta complexidade 
participa do diagnóstico definitivo e tratamento 
dos cânceres mais prevalentes no Brasil.
38 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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Ações de prevenção no controle 
de câncer
OBJETIVO
Ao término deste capítulo você será capaz de 
reconhecer os fatores de risco do câncer, visando 
à promoção da saúde. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. 
Avante!
A prevenção sempre é a melhor alternativa para qualquer 
tipo de doença. Com o câncer não é diferente. A incidência da 
doença e o número de óbitos vêm em consequência ao estilo de 
vida que a população está vivenciando. 
VOCÊ SABIA?
A necessidade de se trabalhar com a promoção 
a saúde é premente. Prevenção ainda é o melhor 
tratamento e pode significar uma significativa 
redução da mortalidade. Estudos tentam minimizar 
o aparecimento da doença por meio de pesquisas 
com a quimio-prevenção, certos medicamentos, 
vacinas entre outros. 
Testes genéticos para pessoas de alto risco também estão 
disponíveis. São medidas de esforço internacionais quevisam 
à geração de medidas que possam prever o risco, permitir o 
diagnóstico precoce e promover estratégias mais específicas em 
relação aos tratamentos já empregados.
Vários estudos têm demonstrado que numerosos fatores 
como raça, influência cultural, nível educacional, renda e idade 
influenciam o grau de conhecimento que as pessoas têm acerca 
dos fatores de risco para o câncer e tipos de comportamentos 
saudáveis que precisam praticar. A conscientização do público 
acerca da promoção da saúde pode ser aumentada de várias 
formas. 
39ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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Programas de educação e manutenção da saúde são 
patrocinados por organizações comunitárias, como igrejas, 
grupos comunitários e associações de pais e mestres. Os 
programas de prevenção primária podem focalizar os riscos 
de fumo ou a importância da alimentação. Os programas de 
prevenção secundária podem incluir o autoexame de mama, 
próstata e o teste de Papanicolau. 
A seguir veja um esquema para que você possa identificar 
os tipos de prevenção:
Figura 4 – Tipos de prevenção
Prevenção Primária.
Está associada a uma promoção de saúde de forma geral 
reduzindo e até abolindo fatores
carcinogênicos.
Exemplos: não fumar, manter peso ideal, comer comidas 
saudáveis.
Prevenção Secundária.
Está associada à detecção precoce por meio de exames para 
buscar um melhor prognóstico da doença.
Exemplos: Papanicolau e exame de próstata.
Prevenção Terciária.
Refere-se ao tratamento com finalidade de minimizar possíveis 
sequelas, complicações e morte.
Fonte: Elaborado pela autora (2022). 
40 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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Fatores de risco para o câncer
DEFINIÇÃO
Chamamos de Fatores de risco qualquer coisa que 
aumenta o risco de um indivíduo desenvolver uma 
determinada doença ou sofrer um determinado 
agravo. 
O câncer é uma doença genética, cujo processo tem início 
com um dano a um ou a um grupo de genes de uma célula e 
progride quando todos os mecanismos do complexo sistema 
imunológico de reparação ou destruição celular falham.
Podemos classificar os fatores de risco em: intrínsecos ou 
extrínsecos.
•• FATORES DE RISCO INTRÍNSECOS: a idade, o 
gênero, a etnia ou raça e a herança genética. 
•• FATORES DE RISCO EXTRÍNSECOS: uso de tabaco 
e álcool, hábitos alimentares inadequados, inatividade 
física, agentes infecciosos, radiação ultravioleta, 
exposições ocupacionais, poluição ambiental, radiação 
ionizante, alimentos contaminados, obesidade e 
situação socioeconômica, uso de drogas hormonais, 
fatores reprodutivos e a imunossupressão. 
EXPLICANDO 
MELHOR
Essa exposição é cumulativa no tempo e, portanto, 
o risco de câncer aumenta com a idade. Mas, é a 
interação entre os fatores intrínsecos e extrínsecos 
que vai determinar o risco individual de câncer.
Parte dos fatores ambientais depende do comportamento 
do indivíduo, que pode ser modificado, reduzindo o risco de 
desenvolver um câncer. A partir da premissa de que é possível 
modificar o risco de desenvolvimento do câncer, estima-se hoje 
que cerca de 30% de todas as neoplasias podem ser prevenidas. 
41ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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Nos Estados Unidos, estima-se que pelo menos dois terços 
das mortes por câncer estão relacionadas com apenas quatro 
fatores: uso do tabaco, alimentação, obesidade e inatividade 
física e todos eles podem ser modificados.
As modificações dependem, portanto, de mudanças 
no estilo de vida individual, do desenvolvimento de ações e 
regulamentações governamentais, de mudanças culturais 
na sociedade e dos resultados de novas pesquisas. Sob 
essa perspectiva, os fatores de risco para o câncer são hoje 
classificados segundo a possibilidade de modificação.
Quadro 2: Fatores de risco para o câncer segundo a possibilidade de modificação
PRINCIPAIS FATORES DE RISCO MODIFICÁVEIS
Uso de Tabaco
Alimentação Inadequada
Agentes Infecciosos
Radiação Ultravioleta
Inatividade Física
Outros Fatores de Risco Modificáveis
Uso de Álcool
Exposições Ocupacionais
Nível Socioeconômico
Poluição Ambiental
Obesidade
Alimentos Contaminados
Radiação Ionizante
PRINCIPAIS FATORES DE RISCO NÃO MODIFICÁVEIS
Envelhecimento
Etnia ou Raça
Hereditariedade
42 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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Sexo
Outros Fatores de Risco
Fatores Reprodutivos
Drogas Medicinais
Imunossupressão
PRINCIPAIS FATORES DE RISCO MODIFICÁVEIS
Uso de Tabaco
Alimentação Inadequada
Agentes Infecciosos
Radiação Ultravioleta
Inatividade Física
Outros Fatores de Risco Modificáveis
Uso de Álcool
Exposições Ocupacionais
Nível Socioeconômico
Poluição Ambiental
Obesidade
Alimentos Contaminados
Radiação Ionizante
PRINCIPAIS FATORES DE RISCO NÃO MODIFICÁVEIS
Envelhecimento
Etnia ou Raça
Hereditariedade
Sexo
Outros Fatores de Risco
Fatores Reprodutivos
Drogas Medicinais
Imunossupressão
Fonte: American Cancer Society (2006).
43ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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Fatores protetores para o câncer 
de mama 
O INCA (2013) dá ênfase sobre a importância de uma 
alimentação saudável, porém, ela só funcionará como fator 
protetor quando adotada constantemente durante toda a 
vida, devendo ser incentivados e valorizados os bons hábitos 
alimentares, citando como exemplo o brasileiro no ato do uso 
contínuo do arroz com feijão, ações de prevenção primária e 
secundária do câncer de mama.
ACESSE
Quer se aprofundar neste tema? Acesse o vídeo 
Cuidados com a alimentação para se proteger do 
câncer de mama.
Figura 4 - Óbitos por câncer de mama em 2018 por gênero
Fonte: Gauthier (2018) 
44 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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De acordo com INCA (2013), a dieta tem se constituído um 
fator de proteção para vários tipos de câncer. Frutas, verduras, 
legumes e cereais integrais, vitaminas e fibras contém nutrientes 
capazes de auxiliar nas defesas naturais do nosso organismo, 
sendo que esses alimentos podem bloquear ou reverter estágios 
iniciais do processo de mutação que as células cancerígenas 
desenvolvem, porém, esses alimentos devem ser consumidos 
com frequência. 
Figura 5 - Fatores relacionados ao câncer de mama
Fatores ambientais e comportamentais:
Obesidade e sobrepeso após a menopausa.
Sedentarismo (não fazer exercícios).
Consumo de bebida alcoólica.
Exposição frequente a radiações ionizantes (Raios - X). 
Fatores da história reprodutiva e hormonal:
Primeira menstruação (menarca) antes dos 12 anos. 
Não ter tido filhos. 
Primeira gravidez após os 30 anos. 
Não ter amamentado. 
Parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos.
Uso de contraceptivos hormonais (estrogênio - progesterona).
Ter feito reposição hormonal pós - menopausa, principalmente por mais de cinco 
anos. 
Fatores genéricos e hereditários:
História familiar de câncer de ovário. 
Vários casos de câncer de mama na família, principalmente antes dos 50 anos.
Fonte: TUA Seguros (2019). 
A prevenção do câncer de mama de nível primário consiste 
em um conjunto de ações que objetivam reduzir o risco de câncer 
por meio da eliminação ou limite da exposição aos fatores casuais 
e promoção dos fatores de proteção, incluindo atividades de 
promoção à saúde. No tocante às ações de prevenção primária, 
pode-se afirmar que estão relacionadas à alteração de inúmeros 
hábitos, como: alimentação, sobrepeso e obesidade, atividade 
45ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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física, exposição solar, tabagismo, álcool, ou seja, as situações 
apontadas como risco modificáveis. 
O Inca (2008) destaca, dentro das ações de prevenção 
primárias, que uma alimentação variada tem relação direta 
sobre a possibilidade de desenvolver câncer, uma vez que a 
alimentação composta pelos mais variados alimentos, nutrientes 
e substâncias químicas interferem no risco de câncer, destacando 
que as evidências científicas têm demonstrado que um consumo 
maior de frutas, legumes e verduras contribuipara a redução 
de câncer, também a manutenção do peso corporal, considerada 
pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a segunda 
causa evitável de câncer. 
A atividade física regular constitui-se em uma ação de 
prevenção primária, bem como fator protetor, pois está 
relacionada com a regulação dos hormônios femininos durante 
sua prática, além de manter o equilíbrio entre a ingestão calórica 
e gasto energético. Considerada uma forma de prevenção 
primária, a mastectomia profilática, a qual consiste na retirada 
total da mama, seguida por reconstrução imediata da mama, 
pode reduzir o risco de câncer de mama em 90%, as possíveis 
candidatas incluem mulheres com forte história familiar de 
câncer de mama, diagnóstico de carcinoma lobular in situ (CLIS), 
ou hiperplasia atípica, mutação do gene BRCA, que são genes de 
supressão tumoral e normalmente funcionam para identificar 
o DNA danificado, restringindo o crescimento celular anormal, 
medo extremo de câncer ou câncer prévio em uma das mamas. 
Em relação à prevenção secundária está pautada na 
identificação de grupos de riscos e na definição de ações 
específicas para detecção precoce, o autoexame das mamas, 
o exame clínico anual e a mamografia compõem o tripé 
da prevenção secundária. A vigilância em longo prazo é 
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recomendada a mulheres consideradas de alto risco, que podem 
começar mais cedo os exames clínicos das mamas em relação 
às outras mulheres, podendo ser realizados duas vezes por ano, 
dando início aos 25 anos de idade. 
As formas terapêuticas prestadas 
pela enfermagem a mulheres 
com câncer de mama 
NOTA
A capacidade de avaliar os pacientes é uma 
das habilidades da enfermagem, seja qual for o 
ambiente de atuação.
 A educação em saúde pode ocorrer no momento da consulta 
de enfermagem ginecológica, em que exames são realizados pelo 
enfermeiro, devendo este proceder a anamnese e exame físico 
cauteloso e detalhado, na busca de qualquer alteração fisiológica 
presente. Nesse momento ocorre a comunicação terapêutica, o 
enfermeiro orienta, esclarece dúvidas e conforta o paciente, se 
necessário.
A atuação do profissional enfermeiro nas formas 
terapêuticas prestadas a mulheres com câncer de mama, 
ao enfatizar que esse profissional pode atuar nas diversas 
estratégias como no desenvolvimento de ações educativas junto 
à comunidade, independentemente de sua atuação profissional, 
citando que um momento oportuno para essa prática deve 
ser durante a consulta de enfermagem, sendo que nenhum 
profissional de saúde tem um contato tão prolongado com o 
paciente como o enfermeiro. 
47ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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IMPORTANTE
O profissional de enfermagem possui um 
papel fundamental no diagnóstico precoce, ele 
pode aplicar, em sua prática assistencial, seus 
conhecimentos sobre fatores de riscos para o 
câncer, bem como sobre medidas de prevenção. 
Deve ainda informar sobre os sinais e sintomas de 
alerta para o câncer, assim, pode obter suspeitas 
diagnósticas, orientando e encaminhado os 
pacientes ao serviço de saúde.
O profissional enfermeiro deve:
 • Aplicar em sua prática assistencial seus 
conhecimentos sobre os fatores de risco para o 
câncer, bem como sobre as medidas de prevenção.
 • Saber alertar para os sinais e sintomas evidenciados 
para a doença, dos quais se destacam sinais de 
alerta como nódulos, febre contínua, feridas que 
não cicatrizam, indigestão constante, rouquidão 
crônica, sangramento vaginal e dor durante a 
relação sexual.
 • A atuação do enfermeiro é iniciada desde a 
prevenção primária e secundária e se estende após 
o diagnóstico, por meio da consulta de enfermagem, 
a ser realizada por ocasião da internação e antes de 
cada modalidade terapêutica.
 • No pós-operatório, deve se avaliar a ferida operatória 
e orientar para alta, direcionado a mulher para o 
autocuidado com o sítio cirúrgico e dreno, além do 
membro homolateral. 
Cuidar de paciente com câncer é um desafio de ensinar, 
pois é um indivíduo que se encontra em uma situação ultra 
especial, uma vez que a disseminação da doença pode ser 
48 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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inevitável e a sobrevida desse paciente passa a ser reduzida. 
Tal situação exige que o cuidado e o conforto prestado pela 
enfermagem sejam realizados no tempo presente, no tempo 
do paciente, que pode ser infinitamente longo ou curto. Os 
desejos desse paciente devem ser realizados, se possível, 
sendo que o desafio de cuidar desses pacientes está nas mãos 
da enfermagem, que deve criar estratégias para colocá-los na 
melhor condição possível. 
IMPORTANTE
O câncer de mama é, provavelmente, o tipo 
de câncer mais temido pelas mulheres, pelo 
impacto psicológico que ele provoca, afetando 
negativamente e diretamente a percepção da 
sexualidade e sua imagem corporal, devendo o 
enfermeiro perceber imediatamente qualquer 
alteração psicológica para uma atuação efetiva no 
sentido de proceder com o devido encaminhando 
dessa mulher para o profissional habilitado. 
O profissional enfermeiro que presta assistência as 
mulheres que estão recebendo tratamento quimioterápico deve 
encorajá-las no sentido do uso de medicamentos que previnam 
e controlam as náuseas, vômitos e estomatite, bem como o uso 
correto dos medicamentos de uso contínuo. 
Esse profissional deve colocar-se à disposição para qualquer 
esclarecimento mediante a paciente ou familiar. Outra forma 
terapêutica que deve ser utilizada pelo profissional enfermeiro 
é a orientação e esclarecimentos sobre a importância da mulher 
realizar o autoexame das mamas mensalmente, pois ainda existe 
resistência por parte das mulheres a essa prática, associada a 
vergonha de se tocar, desconhecimento da técnica e medo de 
detectar algum nódulo.
Os cuidados psicossociais que devem ser disponibilizados 
durante o tratamento de câncer, pois o sofrimento emocional 
49ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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durante este período é comum nas pacientes, seja por motivos 
financeiros, pelo comprometimento das atividades cotidiana em 
função do momento, bem como pela ausência nesse tempo, 
sendo fundamental que o profissional enfermeiro apoie no 
ensino de algumas habilidades, utilizando como instrumento a 
comunicação, o encorajamento, o estímulo e o incentivo para a 
continuidade do tratamento.
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza 
de que você realmente entendeu o tema de 
estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que 
vimos. Você deve ter aprendido que a prevenção 
sempre é a melhor alternativa para qualquer tipo 
de doença e com o câncer não é diferente. Deve 
ter compreendido que os fatores genéticos para 
pessoas de alto risco também estão disponíveis. 
Deve ter aprendido que existem esforços 
internacionais que visam à geração de medidas 
que possam prever o risco, permitir o diagnóstico 
precoce e promover estratégias mais específicas 
em relação aos tratamentos já empregados. Deve 
ainda ter aprendido que cuidar de paciente com 
câncer é um desafio, pois é um indivíduo que se 
encontra em uma situação ultra especial, uma vez 
que a disseminação da doença pode ser inevitável 
e a sobrevida desse paciente passa a ser reduzida. 
Tal situação exige que o cuidado e conforto 
prestados pela enfermagem sejam realizados no 
tempo presente ou no tempo do paciente, que 
pode ser infinitamente longo ou curto.
50 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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Fisiopatologia do câncer
OBJETIVO
Ao término deste capítulo você será capaz de 
apontar uma série de dados que traduzem a 
magnitude do câncer no Brasil. E então? Motivado 
para desenvolver esta competência? Então vamos 
lá. Avante!
O que é o câncer?
O câncer é uma patologia que tem início causando danos 
ao DNA celular. Quando ocorre a danificação, existem três 
processos que podem possivelmente acontecercom as células:
 • Morte celular: a morte celular pode acontecer pelos 
erros próprios ou por meio da ativação do apoptose 
realizada pelos genes de suspensão tumoral.
 • Reconhecimento e reparo do agravo causado por genes 
de reparo do DNA.
 • Transmissão de dados para as células originais pelas 
falhas causadas em outros mecanismos, quando há 
transmissão dos danos às células descendentes, ou 
seja, em células-filhas, em que acontece o processo das 
neoplasias.
DEFINIÇÃO
Câncer: grego karkínos - “caranguejo”.
A palavra câncer foi utilizada pela primeira vez 
por Hipócrates, o pai da medicina (460 e 377 a.C.). 
Conjunto de mais de 100 doenças, que têm em 
comum o crescimento desordenado de células, 
que tendem a invadir tecidos e órgãos vizinhos.
51ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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A oncogênese e carcinogênese são classificações para 
determinar o processo de desenvolvimento da neoplasia, as 
quais se dão desde as modificações primárias na célula de DNA 
até a constituição do câncer (RODRIGUES; OLIVEIRA, 2016).
O processo de desenvolvimento do câncer agrega três 
fases:
•• Iniciação.
•• Promoção.
•• Progressão.
A iniciação se dá como um processo rápido. Quando 
ocorre, as células podem se manter por um período de tempo 
considerável. Diversas células modificadas não evoluirão, ou 
ainda, evoluem de maneira lenta. Essas células passam por, pelo 
menos, um ciclo de divisão celular para que aconteça a fixação 
do DNA (RODRIGUES; OLIVEIRA, 2016).  
A exposição a carcinógenos, a predisposição genética e os 
múltiplos aspectos associados ao ambiente definem a formação 
de clones celulares atípicos com a ampliação da fração e 
crescimento celular (RODRIGUES; OLIVEIRA, 2016).
IMPORTANTE
O corpo humano é exposto constantemente a 
diversos agentes que podem induzir o surgimento 
do câncer, estes são denominados de carcinógenos. 
Independente da exposição, as células são capazes 
de passar por alterações de modo espontâneo.
A promoção acontece por meio de atuação contínua de 
substâncias fomentadoras, nas quais os efeitos independem da 
dose ou domínio, e sim, do período de atuação e intensidade 
das reações que o definem. A maioria das substâncias atreladas 
são iniciadoras, mas também, promotoras, mesmo que não 
52 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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desenvolvam este papel de modo simultâneo (RODRIGUES; 
OLIVEIRA, 2016). 
Este é um processo lento, estendido, determinado por reação 
inflamatória. Necessita ser contínuo e empregar repetições, 
apontando o aumento das modificações cromossômicas, 
expansão do nível mitótico e ampliação das possibilidades de 
alterações. A etapa de promoção pode levar ao surgimento de 
neoplasias.
Enquanto na fase de progressão, as células são 
indiferenciadas. Logo em seguida existe a secreção do fator de 
angiogênese tumoral. Esta, causa aumento da vascularização 
no interior da estrutura neoplásica, elevando de modo drástico 
o crescimento e grau de invasividade (RODRIGUES; OLIVEIRA, 
2016).
As células normais que formam os tecidos do corpo humano 
são capazes de se multiplicar por meio de um processo contínuo 
que é natural. A maioria das células normais cresce, multiplica-se 
e morre de maneira ordenada.
Nem todas as células normais são iguais, algumas nunca 
se dividem (neurônios) e outras dividem-se de forma rápida e 
contínua (células do tecido epitelial). A proliferação celular não 
implica necessariamente presença de malignidade, podendo 
simplesmente responder às necessidades específicas do corpo.
No câncer, as células cancerosas continuam crescendo 
incontrolavelmente, formando outras novas células anormais. 
Diversos organismos vivos podem apresentar, em algum 
momento da vida, anormalidade no crescimento celular – as 
células se dividem de forma rápida, agressiva e incontrolável, 
espalhando-se para outras regiões do corpo – acarretando 
transtornos funcionais.
53ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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IMPORTANTE
Características do câncer: perda do controle da 
divisão celular e capacidade de invadir outras 
estruturas orgânicas. 
A predisposição hereditária possui grande impacto 
quando falamos no processo de mutação celular. Os cânceres 
hereditários normalmente são:
•• Tumores múltiplos de órgãos (múltiplos órgãos e/ou o 
mesmo).
•• Tumores bilaterais em órgãos pares.
•• Múltiplos focos tumorais no mesmo órgão.
•• Idade inicial precoce.
•• Tumores histológicos raros.
•• Tumores de gênero não usual.
•• Tumores ligados a disfunções congênitas.
•• Tumores ligados a patologias raras.
As neoplasias (câncer in situ e câncer invasivo) correspondem 
a forma não controlada de crescimento celular e, na prática, são 
denominados tumores.
54 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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SAIBA MAIS
Para entender melhor o que é um câncer e como 
ele é um subproduto de uma replicação quebrada 
de DNA assista ao vídeo “Câncer”, clicando aqui.
As etapas de desenvolvimento da metástase agregam:
•• Infiltração.
•• Embolização.
•• Sobrevivência.
•• Segregação. 
A infiltração consiste no rompimento da membrana 
basal desencadeada pela geração de enzimas por meio das 
células cancerígenas e perda da habilidade de aderência 
desta membrana, bem como a elevação da motilidade celular 
(RODRIGUES; OLIVEIRA, 2016).
A etapa de embolização é caracterizada pelo desprendimento 
e migração das células cancerígenas a partir de vasos sanguíneos, 
linfáticos e via transcelómica (RODRIGUES; OLIVEIRA, 2016).
Já a etapa de sobrevivência é definida pelo quantitativo de 
células destruídas por meio da atuação do sistema imunológico 
(cerca de 90% das células, enquanto as células remanescentes 
sobrevivem (RODRIGUES; OLIVEIRA, 2016).
Enquanto a etapa de segregação é compreendida no 
momento em que as células para em tecidos de áreas diferentes do 
https://bit.ly/2KFTCfQ
https://bit.ly/2KFTCfQ
55ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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sítio de origem, se aderem e realizam a migração transendotelial, 
criando aspectos de crescimento, desencadeando angiogênese 
e, em seguida, a nutrição e oxigenação das células (RODRIGUES; 
OLIVEIRA, 2016).
Transição epidemiológica
Nas últimas décadas vêm ocorrendo no Brasil mudanças 
nas causas de mortalidade e morbidade, em conjunto com outras 
transformações demográficas, sociais e econômicas. 
IMPORTANTE
Esse fenômeno é chamado de transição 
epidemiológica ou mudança do perfil epidemiológico.
Esse processo engloba, basicamente, três mudanças: 
 • Aumento da morbimortalidade pelas doenças e 
agravos não transmissíveis e pelas causas externas. 
 • Deslocamento da carga de morbimortalidade dos 
grupos mais jovens para grupos mais idosos. 
 • Transformação de uma situação em que predomina 
a mortalidade, para outra na qual a morbidade é 
dominante, com grande impacto para o sistema 
de saúde. O câncer está entre as doenças não 
transmissíveis responsáveis pela mudança do perfil 
de adoecimento da população brasileira.
Vários fatores explicam a participação do câncer na 
mudança do perfil de adoecimento da população brasileira. 
Entre eles, podemos citar: 
 • A maior exposição a agentes cancerígenos: os atuais 
padrões de vida adotados em relação ao trabalho, 
56 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA 
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RE
FE
RÊ
N
CI
A
S à alimentação e ao consumo de álcool, de modo 
geral, expõem os indivíduos a fatores ambientais 
(agentes químicos, físicos e biológicos), resultantes 
de mudanças no estilo de vida das pessoas e do 
processo de industrialização cada vez mais intenso.
Figura 6 - O elevado consumo de alimentos industrializados pode apontar maior risco para o 
surgimento de câncer
Fonte: Freepik. 
 • O prolongamento da expectativa de vida e o 
envelhecimento populacional estão relacionados com: 
 • A redução do número médio de filhos (nascidos 
vivos) por mulher em idade reprodutiva. 
 • A melhoria das condições econômicas e sociais, 
refletindo

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