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AULA 4 – CONTROLE DE HEMORRAGIAS Introdução Prezado pro�ssional de segurança pública, na aula anterior, você estudou o exame primário em uma vítima e também os passos do atendimento inicial, que são: Agora você irá aprofundar seus conhecimentos sobre o controle das hemorragias. Você estudou que, quando o exame primário é executado, o controle das vias aéreas é o primeiro passo na assistência ao vitimado, porque permite a entrada de ar nos pulmões, que será levado pelo sangue até os órgãos vitais. É o sangue que transporta o oxigênio a todas as partes do corpo humano; por isso, qualquer hemorragia deve ser controlada. O sistema circulatório é um sistema fechado. Uma hemorragia abundante faz com que o sistema entre em colapso em curto espaço de tempo. A perda de sangue provoca a falta de oxigenação nos órgãos vitais, principalmente no cérebro, levando a vítima a sofrer um choque hipovolêmico. II III IV Veri�cação das hemorragias. IMPORTANTE! O choque hipovolêmico é caracterizado pela perda de grande quantidade de sangue e de líquidos, o que pode levar à morte em poucos minutos. Acesse o link abaixo para saber mais sobre choque hipovolêmico: Con�ra: http://www.tuasaude.com/choque- hipovolemico Saiba mais: NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS, RESPEITO AO MEIO AMBIENTE E CONVÍVIO SOCIAL http://www.tuasaude.com/choque-hipovolemico/ http://www.tuasaude.com/choque-hipovolemico/ javascript:void(0); 4.1 HEMORRAGIAS EXTERNAS Uma hemorragia externa pode ser visualizada pelo sangue que sai do corpo através de um ferimento. Os sangramentos são classi�cados em: Figura 87: Tipos de hemorragias externas Fonte: http://bombeiroscivisscc.blogspot.com 4.1.1 Controle de hemorragias externas A hemorragia externa pode ser controlada por meio das técnicas de pressão direta e de torniquete. Veja cada uma delas: Pressão direta Como o nome já diz, é aplicada uma pressão sobre o ferimento. Em uma emergência, a pressão pode ser inicialmente feita com a mão, daí a importância de sempre ter alguns pares de luvas descartáveis consigo. A pressão também pode ser feita com compressas de gaze ou com uma parte da roupa da própria vítima, como uma camiseta, por exemplo. Figura 88: Demonstração da técnica de pressão direta Fonte: https://pt.slideshare.net/Gilcedaiane/07-ferimentos - (Página 12 de 32). Torniquete Antes considerada como a técnica do “último recurso”, após experiências militares no Iraque e no Afeganistão, somadas ao uso rotineiro e seguro pelos cirurgiões, foi feita uma reconsideração dessa posição. Os torniquetes são muito e�cazes no controle de hemorragias, e devem ser usados quando a pressão direta e o curativo de pressão não conseguem controlar uma hemorragia de extremidade (SAMU, 2016, p. 157). Hemorragias Capilares: Hemorragias Venosas: Hemorragias Arteriais: São as mais importantes e as mais difíceis de serem controladas porque o sangue sai sob pressão. O sang vermelho-vivo e jorra do ferimento. Mesmo um pequeno ferimento em uma artéria pode ameaçar a vida. NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS, RESPEITO AO MEIO AMBIENTE E CONVÍVIO SOCIAL http://bombeiroscivisscc.blogspot.com/2013/03/tipos-de-hemorragias-saiba-diferenciar.html https://pt.slideshare.net/Gilcedaiane/07-ferimentos javascript:void(0); Figura 89: Demonstração do uso do torniquete Fonte: https://md.uninta.edu.br/ Leia, a seguir, as considerações sobre o uso do torniquete publicadas no Prehospital Trauma Life Support (PHTLS): Devido aos possíveis efeitos adversos de torniquetes e à di�culdade de sua correta aplicação, seu uso para controlar hemorragias das extremidades é indicado somente se a aplicação de pressão direta não for e�caz ou possível e se o prestador de primeiros socorros tiver treinamento no uso de torniquete. Motivo: São várias as experiências com o uso de torniquetes para controlar hemorragias em campos de batalha e não há dúvida de que eles funcionam nas circunstâncias corretas e com o treinamento adequado. No entanto, a sua e�cácia está relacionada com a habilidade em O uso de torniquete, que já foi considerado um tabu, agora é padrão no tratamento pré-hospitalar de lesões de extremidade com hemorragia potencialmente fatal. Essa mudança de paradigma no tratamento de trauma de extremidade se deve principalmente à experiência militar dos EUA nos con�itos no Iraque e Afeganistão. Dados militares mostram que a principal causa de mortes evitáveis em campo de batalha foi a hemorragia não controlada de trauma de extremidades. A partir da implementação de amplo treinamento e aplicação de torniquetes, a taxa de mortes evitáveis devido a trauma de extremidade isolado caiu de modo signi�cativo. Resultados similares foram observados em um estudo com civis nos EUA, que descobriu que 86% dos doentes que morreram de lesão penetrante isolada de membro, com hemorragia fatal, tinham sinais de vida na cena, mas não tinham pulso ou pressão arterial perceptíveis quando da chegada no hospital. Nenhum paciente nessa série tinha um torniquete pré-hospitalar aplicado. Preocupações antigas quanto a potenciais complicações do uso do torniquete, como paralisia (comprometimento da função nervosa), formação de trombos e isquemia do membro levaram ao medo infundado quanto ao seu uso. Torniquetes são comumente usados em centro cirúrgico por cirurgiões de trauma, vasculares e ortopédicos, por até várias horas, sem sequelas posteriores a longo prazo. As forças armadas dos EUA analisaram seus resultados e não encontraram importantes complicações secundárias ao uso do torniquete. Complicações menores ocorreram em menos de 1% dos casos, todas resolvidas posteriormente (NAEMT, 2019, n.p.). NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS, RESPEITO AO MEIO AMBIENTE E CONVÍVIO SOCIAL https://md.uninta.edu.br/geral/primeirossocorros/ javascript:void(0); executá-lo corretamente e é parcialmente dependente do tipo de torniquete. Em geral, torniquetes especialmente projetados são melhores do que os improvisados. Note que, conforme o publicado no PHTLS, bem como nos protocolos do SAMU, o uso do torniquete, apesar de e�caz no controle de hemorragias, só é aconselhado nos casos em que a pressão direta não for e�caz para controlar uma hemorragia. Evidentemente, você nunca deve realizar torniquetes e/ou outros procedimentos de atendimento pré-hospitalar complexos sem o treinamento prático adequado, sob risco de agravar as lesões da vítima. Se possível, procure realizar treinamentos práticos na área, fornecidos pela sua corporação ou, ainda, feitos em parcerias com instituições como o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) ou o Corpo de Bombeiros. 4.2 CHOQUE O choque possui muitas de�nições, mas, para o primeiro atendimento, é mais importante saber que é um estado de hipoperfusão celular, em que o nível de oxigênio nas células é inadequado para atender o metabolismo. Existem vários tipos de choque, e os sinais e sintomas são os mesmos. Neste curso, você irá estudar o choque hemorrágico. 4.2.1 Choque hemorrágico Quando o organismo perde sangue, ele tenta compensar essa perda de alguma maneira, pois precisa manter a oxigenação de órgãos vitais. Uma perda acentuada de sangue irá desencadear alguns sinais e sintomas (PHTLS, 9ª Edição). Conforme citado na Aula 3 deste Módulo, é necessária a veri�cação dos sinais vitais para detectar possíveis sinais de hemorragia interna e de estado de choque, quais sejam: O estado de choque é irreversível no ambiente pré-hospitalar e pode levar à morte; por isso, o controle das hemorragias externas é tão importante. Após o choque instalado não será possível reverter, mas você pode tratá-lo para que não evolua. Para tanto, atue da seguinte maneira: IMPORTANTE! Qualquer gota de sangue é importante; por isso, o controle das hemorragias deve ser feito por você o mais breve possível; pois o socorro pode demorar, e uma pequena perda de sangue, por muito tempo, pode levar a pessoa à morte ou deixar sequelas irreversíveis pela falta de oxigenação em órgãos vitais. Pulso rápido e fraco: Respiração: Pele friae úmida: O organismo diminui a circulação periférica, a �m de compensar a perda de sangue. NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS, RESPEITO AO MEIO AMBIENTE E CONVÍVIO SOCIAL javascript:void(0); 4.3 CUIDADOS COM A VÍTIMA OU ENFERMO (O QUE NÃO FAZER) Ao abordar uma vítima, você deverá efetuar o exame primário e atender a vítima com ética e pro�ssionalismo, mas deve atentar-se para o seguinte: 4.3.1 Passos para execução da Chave de Rautek: Inicialmente, para que você possa visualizar a técnica, assista ao vídeo “Chave de Rauteck”. II III IV Avalie a possibilidade de transporte. IMPORTANTE! Caso você identi�que uma situação de choque e esteja em local em que o socorro demora muito a chegar, avalie a possibilidade de imobilizar a vítima e transportá-la, indo ao encontro da ambulância, pois o choque pode matar em curto espaço de tempo. V VI VII Caso seja extremamente necessário retirar a vítima do veículo, devido ao risco de incêndio, veículo instável ou parada cardiorrespiratória, utilize a técnica conhecida como Chave de Rautek. NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS, RESPEITO AO MEIO AMBIENTE E CONVÍVIO SOCIAL javascript:void(0); Veja também as seguintes dicas: Chave de RauteckChave de Rauteck III IV V Girar a vítima 90º para a direita e removê-la vagarosamente. NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS, RESPEITO AO MEIO AMBIENTE E CONVÍVIO SOCIAL https://www.youtube.com/watch?v=Ly3pcd0hih4 javascript:void(0);