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1 FACULDADE UNIÃO ARARUAMA DE ENSINO Graduação em Enfermagem Mara do Carmo Lessa O ENFERMEIRO FRENTE À SÍFILIS CONGÊNITA EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE Araruama 2019 2 Mara do Carmo Lessa O ENFERMEIRO FRENTE À SÍFILIS CONGÊNEITA EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso III do curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade União Araruama de Ensino, como requisito final à obtenção de título de Bacharel em Enfermagem. Orientador Prof. MSc Jorge Luiz Rocha de Souza Araruama 2019 3 Mara do Carmo Lessa O ENFERMEIRO FRENTE AO PACIENTE COM SÍFILIS EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso III do curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade União Araruama de Ensino, como requisito final à obtenção do título de Bacharel em Enfermagem. Projeto aprovado em: / / BANCA EXAMINADORA UNILAGOS UNILAGOS Prof. MSc Jorge Luiz Rocha de Souza UNILAGOS Araruama 2019. 4 AGRADECIMENTOS Primeiro agradeço aos meus pais, minha filha e meu neto por todo o amor, incentivo e apoio incondicional. Ao coordenador e a todo o corpo docente do curso de Enfermagem, por toda confiança e ética aqui presentes em todos os âmbitos e que me proporcionaram a oportunidade de vislumbrar um futuro melhor. Aos orientadores, pelo suporte, correções, incentivos e empenho dedicado à elaboração deste trabalho. A todos os meus amigos, pela ajuda e amizade nesta trajetória acadêmica. A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito obrigado. 5 Resumo LESSA, Mara do Carmo, O enfermeiro frente à sífilis congênita em unidades básicas de saúde. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem) – Coordenação do Curso de Graduação em Enfermagem, Faculdade União Araruama de Ensino, Araruama/Rio de Janeiro, 2019. Introdução: A sífilis é uma infecção que pode ser adquirida através da relação sexual e vertical que seria a sífilis congênita e acomete praticamente todos os órgãos e sistemas. O papel do enfermeiro no diagnóstico e tratamento da patologia se torna fundamental, com uma consulta de pré-natal de qualidade com todos os exames de rotina solicitados e feitos pela gestante, para serem traçadas as intervenções corretas a fim de evitar agravos da patologia da doença do recém-nascido. Objetivos: Mostrar a atuação do enfermeiro na prevenção e tratamento de sífilis. Identificar através da literatura os cuidados, a prevenção e assistência do enfermeiro frente à sífilis; Descrever os cuidados, prevenção e assistência do enfermeiro frente à sífilis. Metodologia: O estudo trata de uma pesquisa bibliográfica, do tipo descritiva explicativa por meio da revisão de literatura. Foram utilizados artigos publicados nas bases de dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e na Base de dados da Enfermagem (BDENF) e na Base de dados do Ministério da Saúde. A coleta dos dados ocorreu no decorrer dos meses de janeiro de 2018 a abril de 2019 após aprovação do projeto pela coordenação do curso. Resultados: Na base de dados do BDENF foram selecionadas 13 obras, onde todas são artigos e no LILACS a seleção foi de 5 obras, sendo os 5 artigos. Conclusão: Com essa obra conclui-se que a informação é a principal forma de trabalho do enfermeiro com essas gestantes para boa prevenção, diagnóstico e tratamento da sífilis. A estratégia de saúde da família contribui para diagnóstico e tratamento das sífilis materna pois tem todos os seu pacientes cadastrados, e seu método de atuação permitem a captação precoce de gestantes e parceiros, visita domiciliar para realização de busca ativa de pacientes que não aderiram ao tratamento e as consultas pré-natais, além da identificação de populações vulneráveis ou de grupos de risco. Descritores: Atenção primária à saúde, Cuidados, Enfermeiro e Sífilis. 6 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Treponema pallidum em um tecido da pele de um paciente com HIV.................................................................................................................... 18 Figura 2: Número de surtos de sífilis no mundo em 2018.................................. 19 Figura 3: Taxa de detecção e número de casos de sífilis no Brasil, ao longo dos anos (2010-2016) ..............................................................................................29 Figura 4: Distribuição dos casos de sífilis gestacional no estado de Minas Gerais por faixa etária ..................................................................................................30 Figura 5: Taxa de detecção (por 100.000 habitantes) de sífilis adquirida, taxa de detecção de sífilis em gestantes e taxa de incidência de sífilis congênita, segundo ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2016 ............................................................ 31 Figura 6: Fluxograma de processo de seleção de estudo ............................... 35 Grafico 1: Tipo de publicação encontrada nas bases de dados .......................38 7 LISTA DE QUADROS E TABELAS Tabela 1: Tratamentos para Sífilis .................................................................. 17 Quadro 1: distribuição de literatura nas bases LILACS e BDENF – 2009- 2019...................................................................................................................34 Quadro 2: Quadro identificação da Produção Científica na base de dados LILACS e BDENF...............................................................................................35 Quadro 3: Delineamento metodológico da produção científica estudada ..........39 8 Sumário 1. INTRODUÇÃO ..............................................................................................09 1.1 PROBLEMÁTICA ....................................................................................... 11 1.2 QUESTÃO NORTEADORA ........................................................................ 11 1.3 OBJETIVOS ................................................................................................ 11 1.3.1 Objetivo Geral .......................................................................................... 11 1.3.2 Objetivos Específicos ............................................................................... 11 2. JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 12 3. REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................... 14 3.1 Fisiopatologia da Sífilis ............................................................................... 14 3.2 Legislação e Programas ............................................................................. 20 3.3 O Enfermeiro de Unidade Básica de Saúde frente à Sífilis: Cuidados, Prevenção e Tratamento .................................................................................. 26 4. METODOLOGIA ........................................................................................... 33 4.1 Tipo de Estudo ............................................................................................ 33 4.2 Coleta de Dados ......................................................................................... 32 4.3 Instrumento de Coleta de Dados ................................................................. 34 4.4 Operacionalização da Coleta de Dados ...................................................... 34 4.5 Análise e Apresentação dos Resultados .....................................................de dúvidas pelos profissionais. A descentralização do atendimento pré-natal interfere positivamente para esse entendimento, uma vez que sendo parte integrada de uma comunidade, como no caso dos enfermeiros da Estratégia de Saúde da Família, já se conhece os conceitos socioculturais dessa comunidade, 46 além de criar vinculo e confiança da comunidade com os profissionais atuantes nas unidades incluídas nessa estratégia de atendimento. A estratégia de saúde da família ainda contribui para diagnostico e tratamento das sífilis materna pois tem todos os seu pacientes cadastrados, e seu método de atuação permitem a captação precoce de gestantes e parceiros, visita domiciliar para realização de busca ativa de pacientes que não aderiram ao tratamento e as consultas pré-natais, além da identificação de populações vulneráveis ou de grupos de risco. Estudos acerca da motivação da não adesão ao pré-natal e ao tratamento, além da não realização do tratamento pelo parceiro são necessários para elucidar dúvidas e melhorar o atendimento a gestantes com sífilis por enfermeiros na atenção básica. Este estudo contribui para a comunidade cientifica na reafirmação da necessidade da realização de consultas pré-natais de qualidade, de enfermeiros se manterem atualizados e da formação de vínculos entre enfermeiros e as comunidades que atendem. Também corrobora com a necessidade da realização de estudos acerca da não adesão ao tratamento por gestantes e parceiros. Em relação a população, este estudo contribui para estimulação da busca ao conhecimento a respeito da sífilis congênita, levando a sua prevenção. 47 6. CRONOGRAMA ETAPAS ANO/SEMESTRE 2018.1 2018.2 2019.1 Levantamento bibliográfico X X Embasamento teórico metodológico X X Elaboração de projeto de pesquisa x X Entrega e defesa do Projeto de Pesquisa a disciplina TCC II X Estruturação do instrumento de coleta de dados X Coleta de Dados X Análise e interpretação dos dados X Elaboração, entrega e defesa do relatório final de pesquisa X 48 7. REFERÊNCIAS ADIMORA, A. A.; HAMILTON, H.; HOLMES, K. K. Doenças sexualmente transmissíveis. 2. ed. São Paulo: Andrei, 1988. 541 p. AMA SGN, SZWARCWALD CL, SABROZA AR, CASTELO BRANCO V, LEAL, MC. Fatores associados à assistência pré-natal precária em uma amostra de puérperas adolescentes em maternidades do Município do Rio de Janeiro, 1999- 2000. Caderno de Saúde Pública. 2004;20(Suppl 1):101-11. DOI:10.1590/S0102-311X2004000700011. ANDRADE, M. U. O acompanhamento de pré-natal: uma revisão de literatura. 2013. 32f. 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Implicações para a prática e recomendação dos autores: 4 Conclusões34 4.6 Discussão ....................................................................................................42 5. CONCLUSÃO ............................................................................................... 45 6. CRONOGRAMA............................................................................................ 47 7. REFERÊNCIAS ............................................................................................ 48 APÊNDICE ....................................................................................................... 54 9 1 INTRODUÇÃO A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) crônica causada pela bactéria Treponema pallidum, que acomete praticamente todos os órgãos e sistemas. Possui tratamento eficaz e de baixo custo e ainda assim representa um grande problema de saúde pública nos dias de hoje (AVELLEIRA & BOTTINO, 2006). O enfermeiro é um profissional que deve estar sempre atento, para o surgimento de sinais e sintomas das mais variadas patologias, a fim de identificar precocemente e atuar o quanto antes. Atualmente, as formas clínicas da sífilis são classificadas de acordo com o tipo de manifestação clínica sendo classificada como sífilis primária, secundária, latente e tardia ou terciária (BRASIL, 2015 a; BRASIL, 2015 b). A sífilis pode ser de transmissão adquirida através da relação sexual e vertical que seria a sífilis congênita, ou seja, da mãe para o bebê. A classificação da sífilis acontece de acordo com o tempo de transmissão, ou seja, quanto mais tempo em contato com treponema e de acordo com os sinais e sintomas é que vai ser classificada a sífilis. Vale ressaltar que também há testes quantitativos que determinam a virulência da doença. A sífilis primária é caracterizada por exibir lesões primárias, como cancro duro, que surge de dez a noventa dias após o primeiro contágio. Em cerca de quatro semanas o cancro duro desaparece sem deixar cicatriz no local. E entre a terceira e quinta semana após a contaminação, as reações sorológicas treponêmicas para sífilis, tornam-se positivas. Já a fase secundária se dá pela disseminação da bactéria pelo organismo, após seu período de latência com aparecimento do cancro, que forma uma lesão precoce e roséola, feridas papulosas palmo plantares, adenopatias generalizadas, placas mucosas, alopecia e os condilomas planos (AVELLEIRA & BOTTINO, 2006). Nos casos de sífilis primária, como a lesão tende a regredir é mais difícil a procura pela Unidade Básica neste estágio principalmente por homens que são mais resistentes a qualquer tipo de tratamento de saúde e algumas mulheres 10 que por vergonha não realizam o Papanicolau ou que não conhecem seu corpo. Já na fase secundária os sintomas são mais incômodos o que faz com que o paciente procure mais rapidamente o posto de saúde. A sífilis tardia ocorre após o primeiro ano de evolução, podendo se manifestar posteriormente como sífilis terciária, em um período de 40 anos depois do contágio. Esta fase se sucede em pessoas que não foram tratadas ou tiveram tratamento inadequado. As manifestações patológicas deste período surgem após um intervalo de latência, abrangendo formas cutâneas, óssea, cardiovascular, neural e outras (AVELLEIRA & BOTTINO, 2006). O contato com as lesões contagiantes (cancro duro e lesões secundárias) pelos órgãos genitais é responsável por 95% dos casos de sífilis. Outras formas de transmissão mais raras e com menor interesse epidemiológico são por via indireta (objetos contaminados, tatuagem) e por transfusão sanguínea. (AVELLEIRA & BOTTINO, 2006, p 113). Há cerca de 12 milhões de novas ocorrências por pessoas contaminadas todos os anos com alguma doença relacionada ao sexo, das quais a sífilis possui maior representatividade (OMS). Neste contexto vemos que a sífilis não tem tido a devida importância pelos programas governamentais de saúde, onde deveria haver mais divulgação sobre a patologia e sua gravidade, complicações e prejuízos inclusive quanto a gestantes portadoras de sífilis. No Brasil no ano de 2016 foram estimados 87.593 casos, dos quais os contágios foram via placentária, contato direto com lesões na pele e transfusões sanguíneas. Em 2017 a projeção do Ministério de Saúde foi para 94.460 registros (BRASIL). Tendo em vista que algumas mulheres não realizam o pré-natal, muitas vezes por falta de informação ou difícil acesso a unidade de saúde, por baixa escolaridade ou situação socioeconômica desprivilegiada, os recém-nascidos nascem com sífilis (GAMA et al., 2004; HILL et al., 2004). O papel do enfermeiro no tratamento da patologia se torna fundamental, prestando à paciente uma consulta de enfermagem eficaz e com uma anamnese completa e eficaz e consulta de pré-natal de qualidade com todos os exames de 11 rotina solicitados e feitos pela gestante, para serem traçadas as intervenções corretas a fim de evitar agravos da patologia da doença do recém-nascido. Evitar a transmissão da doença consiste na detecção e no tratamento precoce e adequado do paciente e do parceiro, ou parceiros. O tratamento adequado consiste no emprego da penicilina como primeira escolha e nas doses adequadas. A prevenção de novos casos deverá ter como estratégia a informação para a população geral e, especialmente, para as populações mais vulneráveis sobre a doença e as formas de evitá-la (AVELLEIRA & BOTTINO, 2006). Assim prestar assistência profissional junto à criança com sífilis e orientar a equipe de saúde para educação continuada a fim de que os profissionais estejam constantemente atualizados e conscientes de uma consulta de enfermagem humanizada e acolhedora para a gestante e a família. Devido à problemática exposta o objetivo desse trabalho é melhorar a assistência ao paciente com sífilis em uma unidade básica de saúde. 1.1 PROBLEMÁTICA Diagnóstico precoce e tratamento de sífilis congênita. 1.2 QUESTÃO NORTEADORA Como o enfermeiro pode atuar na prevenção e tratamento da sífilis congênita? 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Objetivo Geral Mostrar a atuação do enfermeiro na prevenção e tratamento de sífilis congênita. 1.3.2 Objetivos Específicos Identificar através da literatura os cuidados, a prevenção e assistência do enfermeiro frente à sífilis congênita; Descrever os cuidados, prevenção e assistência do enfermeiro frente à sífilis congênita em Unidade Básica de Saúde. 12 2 JUSTIFICATIVA Esta pesquisa se justifica pela relevância da temática explícita à sífilis, servindo na melhoria da qualidade dos serviços de enfermagem para o controle da patologia. Além disso, o presente trabalho visa alertar acadêmicos em enfermagem e enfermeiro quanto à importância da prevenção e tratamento da sífilis. O alto índice de múltiplas gestações em mulheres de ordem social e econômicas desfavorecidas por conta da baixa escolaridade e falta de informação, muitas gestantes não fazem o pré-natal de maneira correta, sendo difícil a detecção de patologias como a sífilis. Em consequência da falta do pré-natal, muitas gestantes portadoras de sífilis transmitem à criança esta patologia, fazendo com que a criança adquira a sífilis congênita. Tendo em vista que, a principal finalidade da ciência é perceber e entender os fenômenos e processos da natureza. Temos a produção cientifica como uma ferramenta indispensável. Torna-se evidente, portanto, a necessidade de um aumento na produção cientifica na área de enfermagem, que permeie e possibilite acesso de profissionais e acadêmicos. Logo, buscar o esclarecimento sobre a sífilis se torna fundamental para prevenir esta doença, uma vez que uma criança com esta patologia apresenta várias complicações relacionadas à doença e que poderiam ser prevenidas com o acesso à informação de maneira facilitada. Esse estudo busca ainda o aumento de produção científicae contribuição à para a prática do enfermeiro. 13 3 REVISÃO DE LITERATURA 3.1 Fisiopatologia da Sífilis A sífilis é uma doença infecciosa, causada pela bactéria espiroqueta Treponema pallidum, que assola a humanidade a séculos, mesmo com tratamento eficaz e de baixo custo (AVELLEIRA & BOTTINO, 2006). Esta enfermidade é, na maioria das vezes, transmitida via sexual, porém também pode ser transmitida através de lesões cutâneas, transfusões sanguíneas, via placentária e canal do parto (MILANEZ, 2008). O Treponema pallidum, pertence à família Treponemataceae, que engloba mais dois gêneros: Leptospira e Borrelia (AVELLEIRA & BOTTINO, 2006). O gênero Treponema possui 4 espécies patogênicas e 6 não patogênicas.Dentre as espécies patogênicas ao homem temos T. pertenue, reponsável por causar a bouba ou framboesia; T. carateum, que causa a pinta e o T. pallidum, causador da sífilis (AVELLEIRA & BOTTINO, 2006). Quando transmitido horizontalmente, a bactéria penetra por ferimentos ou solução de continuidade. Caso a mucosa esteja intacta, o Treponema é capaz de uma enzima (hialuronidase), capaz de destruir o ácido hialurônico dos tecidos (JAWETS et al., 2000). Assim, o microrganismo se multiplica lentamente permanecendo em seu período de incubação. Levando também à infiltração de polimorfo nucleares, plasma [ocitos e macrófagos e a partir daí atingir os linfonodos e consequentemente a corrente sanguínea (JAWETS et al., 2000). Pode ser transmitido verticalmente, via placenta se a mãe infectada encontra- se nos primeiros momentos da infecção ou no estágio primário da doença que é caracteriza pela espiroquetemia (AVELLEIRA & BOTTINO, 2006). O Treponema pallidum é capaz de atravessar a placenta antes do quarto mês de gestação, ou seja, pode acontecer a transmissão vertical durante todo o período gestacional (BERMAN, 2004). 14 As lesões ocasionadas pela infiltração do treponema no espaço perivascular causam infiltração por linfócitos, células plasmáticas e cistócitos, o que leva a uma extensa fibrose (INGALL et al., 2001). No século XV, era associada a dermatologia, devido ao acometimento de pele e mucosas (AVELLEIRA & BOTTINO, 2006). Durante o século XVI a Europa viveu sua epidemia de sífilis, onde cada povo denominava de uma forma: mal espanhol, mal polonês, etc., sempre culpando seus desafetos. Em 1579 passou a ser chamada de lues venérea (NETO, 2009). Em 1905, Fritz Richard Schaudinn e Paulo Erich Hoffman descobriram o Treponema pallidum (SARACENI, 2005). Em 1993, no Brasil, o Ministério da Saúde obteve em estudos epidemiológicos, que 153.462 mulheres deveriam ser positivas ao exame VDLR (Venered Disease Research Laboratory), exame específico para diagnóstico de sífilis (BARSANTI, 1998). O período de incubação do T. pallidum varia de de três a noventa dias, com uma média de vinte e um dias. Tem sua evolução entre estágios sintomáticos e assintomáticos, e pode afetar qualquer órgão do corpo (SARACENI, 2005). Em seu estágio primário, após aproximadamente vinte e um dia de infecção, aparece uma lesão ulcerada no local da inoculação, com linfonodos regionais inflamatórios. (BENZAKEN, 2009). Em seu primeiro estágio a lesão é extremamente infecciosa e rica em treponemas que podem ser vistos em microscópio em campo escuro, mas como na região oral encontram-se outros treponemas, o diagnóstico através desse exame pode dar falso-positivo (KALININ et al., 2015). Lesões na genitália, no sulco bálsamo-prepucial e na glande ocorrem nos homens. Já nas mulheres podem ocorrem no interior do trato genital, nos grandes ou pequenos lábios, na fúrcula (SARACENI, 2005). 15 Já seu estágio secundário ocorre depois de um período de latência de seis a oito semanas, lesando pele e órgãos internos. É comum o acometimento de regiões palmares e plantares, com lesões arredondadas recobertas por diversas pequenas escamas. Também ocorrem mal-estar, cefaleia, febre baixa, mialgias, faringite, rouquidão, hepatoesplenomegalia, síndrome nefrótica. Este estágio tem surtos que aparecem durante o primeiro e segundo ano da doença (AVELLEIRA, 2006). Embora raramente vistas hoje em dia, as lesões terciárias ocorrem no sistema nervoso, cardiovascular e pele (SARACENI, 2005). Nesse último estágio também podem ser acometidos músculos, ossos e fígado (AVELLEIRA & BOTTINO, 2006). Além disso, segundo Kalinin et al., (2015), quando acomete a face, aserupções máculo-papulares tendem a se agrupar ao redor da boca e nariz, simulando a dematite seborréica. Quando manifestações clínicas não aparecem a sífilis é denominada latente, e é dividida em precoce e tardia (MILANE, 2008). Sífilis latente precoce compreende desde o desaparecimento dos sintomas secundários até o primeiro ano da doença. Já a sífilis latente tardia abrange casos com mais de um ano de duração (SARACENI, 2005). Após alguns anos, cerca de 15% a 40% dos pacientes infectados evoluirão para a sífilis terciária. Essa é a fase mais grave de todas, e a sua lesão característica é a goma, uma lesão ulcerada, nodular, indolor que leva a grande destruição tecidual, podendo atingir mucosa, tecidos moles, ossos, pele e órgãos internos (ISRAEL et al., 2008). Já quando acomete a região oral, normalmente afeta a língua ou palato, nesse último pode ocorrer a perfuração, causando comunicação oronasal. Nesse estágio os micro-organismos são inviáveis, podendo ocorrer raros casos de micro-organismos vivos (ISRAEL et al., 2008). Quanto ao diagnóstico da sífilis, varia de acordo com seu estágio. Pode- se utilizar a técnica microscópica, em campo escuro ou de imunofluorescência direta; métodos sorológicos, como testes não treponêmicos VDRI e RPR e testes não treponêmicos, como TPI, FTA, EIA, ELISA e Western blot. Além dos testes 16 rápidos treponêmicos, que servem como triagem inicial (AVELLEIRA & BOTTINO, 2006). Nos pacientes com suspeita clínica de sífilis deve-se realizar rastreamento através do teste rápido para sífilis. Normalmente, tornam-se positivos cerca de 20 dias após o contágio. Na maioria das vezes, permanecem positivos mesmo após o tratamento pelo resto da vida do paciente, por isso, não são indicados para o monitoramento da resposta ao tratamento. Normalmente, eles tornam-se positivos cerca de três semanas após o aparecimento do cancro, Brasil (2006). O VDRL, teste não treponêmico, utiliza um antígeno constituído da lecitina, colesterol e cardiolipina purificada, que sofre uma elevação ao longo do tempo, via de regra, a titulação está mais elevada na fase secundária da doença. Havendo o tratamento correto, observa-se a queda dos títulos gradualmente (PIRES et al., 2014). A negativação geralmente ocorre entre 9 e 12 meses, podendo, no entanto, permanecer com títulos baixos por longos períodos de tempo, ou até por toda vida; é o que se denomina de cicatriz sorológica (PIRES et al., 2014). O VDRL é o mais utilizado já que possui uma sensibilidade maior podendo aparecer nos testes até muito tempo após o contato com a doença (cicatriz sorológica) ou a cura. Já os títulos de VDRL baixos podem representar doença muito recente ou muito antiga, tratada ou não (DAMASCENO et al., 2014). Já falsos positivos podem ocorrer em várias situações: tuberculose, hanseníase, malária, mononucleose, leptospirose, lúpus eritematosos sistêmicos, gestação e artrite reumatoide (BRASIL, 2016). Além dos citados acima cada estágio da sífilis tem um tipo de diagnóstico específico conforme o Manual Técnico para o Diagnóstico da Sífilis: Na sífilis primaria o diagnóstico é feito utilizando macroscopia de campo escuro, por imunofluorescência direta, amostras de lesões, aspirado de linfonodo e material para biopsia e testes treponemicos para detecção de anticorpos. Já na sífilis secundária são realizados testes não treponêmicos que são quantitativose mesmo após o tratamento os testes dão reagentes por toda vida (AVELLEIRA, 2006). 17 Quanto a sífilis latente o diagnóstico é feito através da história do paciente, pois não há o aparecimento de sinais e sintomas e os testes laboratoriais não acusam a infecção. Na sífilis terciaria os testes treponêmicos dão não reagentes e os testes treponêmicos que são quantitativos costumam a ter baixa titulação (AVELLEIRA, 2006). Apesar de todos essas características os testes laboratoriais jamais serão excluídos principalmente o VDRL (AVELLEIRA & BOTTINO, 2006). Inicialmente as medicações como mercúrio, arsênico, bismuto e iodetos não mostraram eficácia no tratamento da sífilis. Após a descoberta da penicilina como possível tratamento em 1943 iniciou o tratamento com a droga que continua sendo utilizada até os dias atuais (IBID). O tratamento é baseado no estágio da patologia e na gestante, o tratamento é mais específico por conta dos riscos ao concepto e a gestante. Sífilis primaria, secundaria e latente recente: Penicilina G. Benzatina, 2,4 milhões UI, IM, em dose única (1,2 milhão UI em cada nádega). Alérgicos à Penicilina: Doxiciclina 100mg, VO, 2 vezes ao dia, por 15 dias; ou Ceftriaxona 1g, intravenoso ou intramuscular, 1 vez ao dia, por 8 a 10 dias (SARACENI et al., 2017). Já a sífilis terciária ou latente tardia: Penicilina G Benzatina, 2,4 milhões UI, IM, semanalmente por 3 semanas. Se for Alérgicos à Penicilina: Doxiciclina 100mg, VO, 2 vezes ao dia, por trinta dias ou Ceftriaxona 1g, intravenoso ou intramuscular, 1 vez ao dia, por 8 a 10 dias, tratar a gestante e o parceiro, anotar no cartão da gestante. Em casos de sífilis não tratada ou inadequadamente tratada será feita notificação de sífilis congênita na maternidade e instituído tratamento para o recém-nascido (BRASIL, 2006). Tabela 1 – Tratamentos para Sífilis Estagio da Sífilis Tratamento de Primeira Escolha Tratamento para Alergicos a Penicilina Sífilis primaria, secundaria e latente recente. Penicilina G. Benzatina, 2,4 milhões UI, IM, em dose única Doxiciclina 100mg, VO, 2 vezes ao dia, por 15 dias; ou Ceftriaxona 1g, intravenoso ou intramuscular, 1 vez ao dia, por 8 a 10 dias. sífilis terciária ou latente tardia Penicilina G Benzatina, 2,4 milhões UI, IM, Doxiciclina 100mg, VO, 2 vezes ao dia, por trinta 18 semanalmente por 3 semanas. dias ou Ceftriaxona 1g, intravenoso ou intramuscular, 1 vez ao dia, por 8 a 10 dias. Fonte: BRASIL, 2006. Cerca de 40% das mulheres grávidas com sífilis primária ou secundária não tratadas evoluem para perda fetal. (LUMBIGANON et al., 2002). Cerca de 50% dos recém-nascidos filhos de mães não tratadas ou inadequadamente tratadas não manifestam a sintomatologia da doença, o que ocasiona em não diagnóstico após o nascimento, o que implica em sérios danos para o futuro (MOBLEY et al., 1998). Figura 1: Treponema pallidum em um tecido da pele de um paciente com HIV. Fonte: LabCE. Quando a sífilis primária e secundária não tratada ocorrem na gravidez, ela afeta 100% dos fetos, com 50% de tais gestações resultando em parto prematuro ou morte perinatal. Entretanto, quanto mais avançada a doença materna, menor o risco de transmissão para o feto (ADIMORA et al., 1988). A sífilis é de transmissão unicamente sexual. “O contágio é maior nos estágios iniciais da infecção, sendo reduzido gradativamente à medida que ocorre a progressão da doença” (OMS). 19 Além disso, a reciclagem continuada das equipes de saúde faz parte das medidas de prevenção e controle. O processo de cura do paciente deve ser monitorado de três em três meses através de exames de sorologia não específica, ou seja, a não treponêmica, estes devem apresentar titulações mais baixas que no início do tratamento e devem ser repetidos durante um ano (KALININ et al., 2015). Caso haja a elevação dos títulos em quatro ou mais vezes (exemplo: de 1:2 para 1:8) acima do último exame realizado, justifica um novo tratamento, mesmo na ausência de sinais ou sintomas específicos de sífilis (KALININ et al., 2015). A sífilis pode ser adquirida quantas vezes a pessoa entrar em contato com a espiroqueta pois não há imunidade contra esta doença. Pode ser que seja possível o contágio da sífilis por meio de transfusão sanguínea, que embora rara, pois o sangue é rigorosamente testado, caso o sangue não tenha sido analisado corretamente (BRASIL, 2015). Figura 2: Número de surtos de sífilis no mundo em 2018. Fonte: Health Map (2018). Ao analisar a imagem vemos que a América Latina e o Caribe possuem o segundo maior número anual de novos casos de sífilis no mundo, representando cerca de 33,3% do total mundial. 20 3.2 Legislação e Programas A equipe de enfermagem obedece aos preceitos de organização das políticas e programas do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, cabendo-lhes também a obediência à Lei do Exercício Profissional de 25 de junho de 1986 e ao Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, Resolução Cofen nº 564 de 2017. Considerando esse código, destaca-se: o artigo 12 que assegura a pessoa, família e comunidade a assistência de Enfermagem sem qualquer tipo de dano e o artigo 13 que diz que todo o procedimento de enfermagem deve ser realizado de forma técnica, científica e que somente podemos realizar procedimentos quando temos segurança para fazê-lo e que não comprometa a segurança do outro (BRASIL, 2011). A Lei nº8080, de 19 de setembro de 1990, regula em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou privado (BRASIL, 1990). No artigo 2º prediz que, a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis em seu pleno exercício. Pondo como dever do Estado, de garantir a saúde através da formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos e doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições, que assegurem o acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Não excluindo o dever das pessoas, da família, das empresas e da sociedade. Já no artigo 3º, diz que a saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressão a organização social e econômica do País (BRASIL, 1990). No capítulo I, acerca de seus objetivos e atribuições, prediz no artigo 5º que são objetivos do Sistema Único de Saúde (SUS): a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde; a formulação 21 de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social, a observância do disposto no § 1º do artigo 2º desta lei; a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas (BRASIL, 1990). Também no primeiro capítulo, o artigo 6º diz que estão incluídas ainda no campo de atuação do SUS quanto à execução de ações: a) de vigilância sanitária; b) de vigilância epidemiológica; c) de saúde do trabalhador; e d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica; também a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico; a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde; a vigilância nutricional e orientação alimentar; e a colaboração na proteção do meio ambiente (BRASIL, 1990). O artigo 10º da Lei 13429/17 | Lei nº 13.429, de 31 de Março de 2017 diz que, fica instituído o Dia Nacionalde Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, a ser comemorado no terceiro sábado do mês de outubro de cada ano. Onde será estimulada a participação dos profissionais e gestores de saúde nas atividades, com vistas a enfatizar a importância do diagnóstico e do tratamento adequados da sífilis na gestante durante o pré-natal e da sífilis em ambos os sexos como doença sexualmente transmissíveis (BRASIL, 2017). Segundo o Ministério de Saúde, os testes rápidos estão sendo inseridos de forma gradativa pois há uma carência de profissionais capacitados para realizá-lo, uma vez que o profissional deverá ser habilitado para tal prática. Com esta carência de multiplicadores e executores o acesso fica um pouco restrito em algumas regiões do país, tendo em vista que o teste rápido não engloba somente o procedimento em si mas também o acolhimento e aconselhamento dos usuários que realizam o teste rápido. A proposta do ministério da saúde é aumentar o acesso aos testes principalmente em gestantes para detecção de IST’s o mais precocemente possível para não prejudicar o feto (BRASIL, 2017). Lembrando que os testes rápidos servem como diagnóstico para o HIV e de triagem para sífilis e hepatites B e C (OMS, 2008). 22 De acordo com a Organização Mundial de Saúde, ocorrem cerca de dois milhões de casos de sífilis na gravidez e 25% dos mesmos, resultam em mortes fetais ou abortos espontâneos; outros 25% de recém-nascidos têm baixo peso ou infecção grave, estando ambos os casos associados ao maior risco de morte perinatal (OMS, 2008). Em 2007, o Ministério da Saúde construiu em conjunto aos governos estaduais e municipais do Brasil o “Plano Operacional para a Redução da Transmissão Vertical do HIV e da Sífilis”, onde constam atividades básicas assumidas por cada esfera de governo presente. Foi definida como meta a incidência menor ou igual a um caso por 1000 nascidos vivos (BRASIL, 2007a). O governador do estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando de Souza criou a Lei 6873/14 | Lei nº 6873 de 27 de agosto de 2014, que institui a criação do "Programa Estadual de incentivo à investigação e prevenção da sífilis congênita no estado do Rio de Janeiro", que tem por objetivos: investigar a magnitude do contágio da Sífilis Congênita, identificando-a, ainda na fase de transmissão, bem como os determinantes da ocorrência do caso; implantar medidas que previnam novos contágios; melhorar as informações sobre as formas de contaminação; avaliar a assistência prestada às gestantes, bem como aos seus parceiros (BRASIL, 2014). A Portaria Nº. 156 de 19 de janeiro de 2006 dispõe sobre o uso da penicilina na atenção básica à saúde e nas demais unidades do SUS, caracteriza o esquema de tratamento para sífilis, febre reumática e demais indicações pertinentes para administração da penicilina (BRASIL, 2006). Uma das políticas elaboradas pelo Ministério da Saúde (MS) pode-se encontrar a Política Nacional de Atenção Integrada a Saúde da Mulher (PAISM). Consistindo em uma política articulada, voltada para a prestação de serviços à mulher. O PAISM elabora e normatiza a atenção à saúde da mulher em todos os ciclos de sua vida, através de medidas de caráter preventivo com o intuito de minimizar a suscetibilidade da mesma aos agravos decorrentes do seu ciclo vital (BRASIL, 2010). O acompanhamento pré-natal é um dos métodos de promoção à saúde estabelecido pelo PAISM, nele é realizado o exame Venérea Disease Research Laboratory (VDRL) indicado para detecção da sífilis, realizado no início da 23 gestação e por volta da 28 semana, isso com a finalidade de prevenção da transmissão vertical da patologia (BRASIL, 2010). O Ministério da Saúde criou em 30 de Dezembro de 2011 a Portaria Nº3.242 que dispõe sobre o Fluxograma Laboratorial da Sífilis e a utilização dos testes rápidos para triagem da sífilis, onde ficou determinado no art.1º que o Fluxograma poderia ser utilizado em maiores de 18 meses, ou seja, facilita para o binômio mãe-filho a detecção da sífilis e sífilis congênita precocemente ante os treponemas atravessem a barreira transplacentária (BRASIL, 2011). Outro fator importante nesta portaria é que está previsto no art.6º é a capacitação do profissional enfermeiro para realização dos testes rápidos para sífilis, uma vez que não se trata de uma simples coleta de sangue, mas todo um conjunto de procedimentos que parecem simples mas feitos de maneira incorreta pode apresentar resultados não fidedignos (BRASIL, 2011). No anexo I desta PORTARIA trata-se sobre os exames laboratoriais de metodologia para rastreio da sífilis e deve ser realizado de acordo com as normas das práticas laboratoriais. Desta forma destacam-se os seguintes exames: “VDRL, RPR, USR, TRUST, ELISA, ensaio imunológico com revelação de quimioluminescente e suas derivações (EQL), FTA-Abs, TPPA, TPHA, MHATP, teste rápido e Western blot” (BRASIL,2011). Já no anexo II trata-se de testes para sífilis em situações especiais que somente é realizado com testes registrados exclusivamente pela ANVISA e deverá ser realizado nas seguintes situações especiais: “localidades sem infraestrutura laboratorial e de difícil acesso, populações vulneráveis a IST’s, população indígena, gestantes e seus parceiros em UBS e Rede Cegonha” (BRASIL, 2011). Os testes são eficazes e sua interpretação fica a cargo do profissional solicitante ou outro profissional habilitado juntamente com o acompanhamento do paciente. Para investigação de neurossífilis e indicado o teste rápido registrado pela ANVISA e coleta do líquido cefalorraquidiano (BRASIL, 2011). A portaria nº 3.242, de 30 de dezembro de 2011 dispõe sobre dispõe sobre o Fluxograma Laboratorial da Sífilis e a utilização de testes rápidos para 24 triagem da sífilis em situações especiais e apresenta outras recomendações. Nos artigos 1 e 2 ficam determinados, que as instituições de saúde públicas e privadas utilizem o “Fluxograma Laboratorial da Sífilis em indivíduos com idade acima de 18 meses” e cumpram a sequência de etapas, conforme disposto no anexo I desta portaria. Além de determinar o uso do texto rápido trepônemico para sífilis em situações especiais, conforme posto no anexo II (BRASIL, 2011). A portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016 define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo, e dá outras providências. Onde no capítulo III, das disposições finais, os artigos 7º e 8º dizem que as autoridades de saúde garantirão o sigilo das informações pessoais integrantes da notificação compulsória que estejam sob sua responsabilidade e a consequente divulgação atualizada dos dados públicos da notificação compulsória para profissionais de saúde, órgãos de controle social e população em geral (BRASIL, 2016). Em outubro de 2016, o Ministério da Saúde estabelece a Portaria nº 2.012, que aprova o Manual Técnico para o Diagnóstico da Sífilis. Além de dar outras providencias. O ministro de estado da saúde, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo único do artigo 87 da Constituição, e Considerando as recomendações do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis, do Ministério da Saúde, referentes ao diagnóstico, tratamento e acompanhamento da sífilis e suas alterações (BRASIL, 2016). Além disso, nessa portaria considera-se: a necessidade de se criar alternativas para a ampliação do acesso ao diagnóstico da infecção pelo Treponema pallidum em atendimento aos princípios da equidade e da integralidade da assistência, bem como da universalidade de acesso aos serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (BRASIL, 2016). Considera-se também o diagnóstico da infecção pelo Treponema pallidumsendo necessária a avaliação conjunta da história clínica e do risco de exposição do indivíduo à infecção concomitantemente ao resultado dos testes diagnósticos, que irá orientar as decisões e a conclusão diagnóstica. Considerando que 25 existem vários fluxogramas estabelecidos de acordo com o avanço científico e com a experiência mundial consolidada, que permitem o diagnóstico correto da infecção pelo Treponema pallidum, por meio da combinação dos diferentes testes disponíveis no mercado (BRASIL, 2016). Levando em consideração, que o diagnóstico e o tratamento oportuno da sífilis são determinantes para redução da mortalidade e eliminação da transmissão vertical, e tendo em vista que existe diagnóstico e tratamento eficaz disponível, a portaria resolve: que fica aprovado o Manual Técnico para o Diagnóstico da Sífilis, que contém os fluxogramas recomendados para o diagnostico imunológico da sífilis (BRASIL, 2016). Além disso, no artigo 2º fica determinado que as amostras para a testagem da sífilis devem ser coletadas e testadas em conformidade com o preconizado pelo fabricante do conjunto diagnóstico a ser utilizado. Essas amostras devem ser coletadas e testadas de acordo com o preconizado pelo fabricante do conjunto diagnóstico a ser utilizado e é proibida a mistura de amostras para uso em qualquer teste laboratorial que tenha o objetivo de diagnosticar a sífilis (Brasil, 2016.) Nos artigos 3º e 4º, resolve que Os produtos para diagnóstico de uso in vitro, reagentes e insumos utilizados para o diagnóstico da sífilis devem possuir registros vigentes na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, de acordo com o disposto na Resolução RDC nº 302/ANVISA, de 13 de outubro de 2005 e os serviços de saúde devem solicitar a apresentação de documento oficial de identificação da pessoa submetida à coleta de amostra, a ser conferido no momento do seu registro no serviço de saúde e da coleta da amostra. O direito à testagem anônima deve ser assegurado, na qual não poderá ser fornecido resultado por escrito. E nesse caso de testagem anônima, a informação sobre o não fornecimento de resultado por escrito deve ser provida no momento da coleta (BRASIL, 2016). O artigo 5º da mesma portaria diz que a testagem de gestantes para sífilis deve ser realizada 2 (duas) vezes durante o pré-natal, nos primeiro e terceiro trimestres. Onde no momento da internação da gestação para os procedimentos destinados à realização do parto, deve-se realizar um teste treponêmico ou não 26 treponêmico, laboratorial ou rápido, destinado ao diagnóstico da sífilis na parturiente (BRASIL, 2016). 3.3 O Enfermeiro de Unidade Básica de Saúde frente à sífilis: cuidados, prevenção e tratamento No Brasil, a principal porta de entrada para diagnóstico e tratamento de qualquer Infecção Sexualmente Transmissível (IST), inclusive a sífilis, é a atenção básica. Esta deve proporcionar o acolhimento adequado e a interação com serviços de média e alta complexidade, se necessário (BEZERRA, 2016). O enfermeiro atuante na atenção básica tem um vínculo com a comunidade, o que permite a disseminação de informações e a elaboração de estratégias para uma assistência de qualidade (CAVALCANTE, 2016). Baseado no respeito, na confiança e na ética, o vínculo estabelece uma relação afetiva entre profissional e comunidade, envolvendo famílias e usuários. Durante a assistência pré-natal, o enfermeiro desenvolve ações assistenciais e educativas. As assistenciais incluem a notificação e o tratamento. Já as educativas abrangem o aconselhamento quanto à adesão ao tratamento, o uso de preservativo, a continuação do acompanhamento pós-tratamento (ALBUQUERQUE, 2016). A sífilis tem sido considerada, historicamente, uma infecção possível de controle no âmbito da atenção básica. Portanto, é viável a condição de que todas as gestantes tenham acesso à assistência de saúde especializada através de medidas de caráter preventivo (LORENZI, 2001). A assistência de enfermagem engloba ainda realização de testes, imunizações, busca ativa de parceiros e apoio ao usuário para tomada de decisões (BEZERRA, 2016). No atendimento ao parceiro da gestante, é imprescindível a conscientização da importância da realização do tratamento, e um artificio utilizado é a sensibilização pela expectativa do nascimento futuro (ALBUQUERQUE, 2016). 27 Outra atuação pertinente a enfermagem é a notificação compulsória, que alimenta dados epidemiológicos, possibilitando o desenvolvimento de artifícios para controle de casos da doença (LEITE, 2016). A maioria das gestantes brasileiras tem tido acesso a pelo menos quatro consultas de pré-natal. No entanto, as características socioeconômicas, como nível de instrução e raça/cor interferem na frequência de consultas pré-natal (ARAUJO et al., 2012). Estima-se que todos os profissionais ouçam cada indivíduo considerando suas histórias de vida, suas vulnerabilidades, suas particularidades, sem julgamentos e preconceitos para obter uma assistência integral (BEZERRA, 2016). Um fator que devemos levar em consideração é a o seu nível de instrução. A escolaridade do paciente afeta diretamente no que ele assimila quanto às orientações dadas pelo profissional de saúde. Assim, quanto mais baixa a escolaridade, mais difícil se torna a compreensão do diagnóstico, a necessidade da mudança de hábitos e a adesão ao tratamento (MORORÓ, 2015). A consulta de enfermagem individualizada é uma das estratégias utilizadas para captura de pacientes para investigações acerca de Estas, respeitando a individualidade, a privacidade e o sigilo (CAVALCANTE, 2016). Profissionais de saúde devem estar, portanto, atentos ao tipo e à forma de linguagem que serão utilizados para a comunicação com o paciente. De forma a garantir que as informações sejam entendidas de maneira correta. Dessa mesma forma, as gestantes com menor escolaridade devem ser alvo de atenção especial nos serviços de saúde, independentemente de qualquer outra característica que possam apresentar (MORORÓ, 2015). Esse atendimento individualizado é o momento que possibilita a identificação de fatores para auxiliar na adesão do tratamento, através da possibilidade do indivíduo se expressar abertamente com um profissional (ALBUQUERQUE, 2016). A quebra de mitos, tabus e estereótipos, através de palestras e grupos de educação em saúde realizados com a comunidade, facilitam a atuação individual 28 do enfermeiro. Sendo esta educação atribuição dos profissionais de enfermagem, priorizando a orientação e conscientização por meio do diálogo, a elucidação de dúvidas, visando sempre a redução de riscos à saúde (BEZERRA, 2016). Além disso, a assistência pré-natal, quando feita de maneira correta, pode proporcionar melhores resultados na assistência às gestantes. Portanto, a realização de ações com fins educativos e assistenciais são de extrema importância durante todas as etapas do ciclo grávido-puerperal. Pois é no pré- natal que as mulheres recebem as informações e orientações sobre a prevenção de doenças e os riscos e complicações existentes no puerpério e na amamentação (CASTRO et al., 2010). Em casos onde há resistência a realização de testes e ao tratamento, cabe ao enfermeiro realizar busca ativa, visita domiciliar e orientação através de material educativo, assim como outras tentativas diversas de sensibilização do indivíduo resistente (CAVALCANTE, 2016). Além do conhecimento, da postura acolhedora e não julgadora, outra questão importante é a linguagem utilizada. Uma linguagem compatível com a cultura do usuário é extremamente importante para sensibilização do mesmo. Uma linguagem de difícil compreensão pode afastar e intimidar (ALBUQUERQUE, 2016). Com respaldo da legislação, cabe ao enfermeiro a coleta de material para testes diagnóstico e prescrição de tratamentosprotocolados e padronizados (BEZERRA, 2016). A assistência por parte do profissional de saúde deve ser feita de forma integral abordando a anamnese com orientações e esclarecimentos para a gestante e parceiro sexual (OLIVEIRA & FIGUEIREDO, 2011). No ano de 2017 foram notificados 2705 casos de sífilis no estado do Rio de Janeiro, desses casos 1,2% ocorreram na Região dos Lagos (BRASIL, 2017). A sífilis, apesar da facilidade de diagnóstico e tratamento, é um grande problema para os setores assistenciais e de vigilância epidemiológica (LEITE, 2016). Temos o enfermeiro como um elemento ativo na equipe da UBS, 29 exercendo um papel educativo e contribuindo para a ocorrência de mudanças concretas na problemática em questão (ANDRADE, 2013). O Ministério da Saúde preconiza como droga de escolha para o tratamento da sífilis, o uso da penicilina G tanto para a mãe como para a criança (BRASIL, 2005). O tratamento utilizado é bastante simples, 2.400.000 UI de penicilina e benzatina para sífilis primária, 2.400.000 UI por duas semanas consecutivas para o segundo estágio ou estágio latente precoce, e por fim, para sífilis latente tardia ou de duração indeterminada, 2.400.000 UI por três semanas seguidas (MILANEZ, 2008). Após receber resultado positivo, este indivíduo deverá ser tratado e seu(a) parceiro(a) realizar testes para possível diagnóstico (OLIVEIRA, 2011). O Ministério da Saúde faz uma estimativa sobre o aumento de casos de sífilis no Brasil, onde até o ano de 2017 houve um aumento significativo dos casos de sífilis, por isso a importância da detecção precoce para evitar a disseminação da doença (BRASIL, 2016). Vale ressaltar que a capacitação dos profissionais enfermeiros fica dependente da gestão municipal, estadual ou federal para que a capacitação do enfermeiro ocorra e este possa capacitar sua equipe. Toda equipe deve estar treinada para receber este(a) paciente acolher e encaminhar ao profissional habilitado para que este realize os testes e preste as devidas orientações, tanto na sífilis adquirida quanto na sífilis congênita. Destaca-se ainda, que as ações educativas envolvem a sensibilização e orientações dos jovens sobre práticas preventivas, como por exemplo, uso de preservativos durante o ato sexual (ARAUJO et al, 2010). Figura 3: Taxa de detecção e número de casos de sífilis no Brasil, ao longo dos anos (2010-2016). 30 Fonte: Ministério da Saúde, Brasil 2016. Ao analisar esses dados vemos o crescente número de casos da doença e a importância do profissional enfermeiro em evitar a disseminação desta patologia com uma assistência de qualidade ao paciente, família e comunidade. Levando-se em consideração que a projeção desses dados vai até 2017 em 2018 tende aumentar caso não se tenha um planejamento de política publicas realmente eficaz. Cabe ao enfermeiro promover ações de conscientização da população quanto a gravidade da doença (BRASIL, 2016). O uso de preservativo torna-se imprescindível para se evitar IST’s entre elas a sífilis que pode se agravar e se a mulher estiver gestante ainda coloca em risco do seu bebê. A sífilis gestacional tem índices altos em faixas etárias específicas, o que nos remete a falta de adesão ao planejamento familiar, que como sabemos não serve só para não se ter filhos mas também para programar uma gravidez e tê-la com segurança (BRASIL, 2016). Figura 4: Distribuição dos casos de sífilis gestacional no estado de Minas Gerais por faixa etária. 31 Fonte: Ministério da Saúde/SVS – Sinan Net Quanto aos cuidados de enfermagem aos pacientes com sífilis adquirida podemos destacar os cuidados ao indivíduo, a família e a comunidade. Ao indivíduo devemos realizar os testes laboratoriais (VDRL) e iniciar o tratamento após a testagem rápida positiva com as devidas orientações e acolhimento e aconselhamento do paciente (ARAUJO et al., 2010). Já em relação a família devemos realizar atividades educativas como a conscientização sobre o uso de preservativos e para a comunidade estar realizando a notificação compulsória e complementando também com as atividades educativas. A conscientização torna-se um elemento chave para a quebra da cadeia de transmissão da sífilis adquirida e consequentemente da sífilis congênita (ARAUJO et al., 2010). O enfermeiro tem ações a serem desenvolvidas de caráter privativo como a consulta de enfermagem, pois será durante esta consulta que poderá haver a promoção e prevenção da patologia. Por isso destaca-se com muita ênfase a capacitação do profissional para que a consulta de enfermagem seja efetiva na solução de problemas sem precisar encaminhar o usuário a um segundo nível de atenção (ARAUJO et al., 2010). 32 Figura 5: Taxa de detecção (por 100.000 habitantes) de sífilis adquirida, taxa de detecção de sífilis em gestantes e taxa de incidência de sífilis congênita, segundo ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2016. Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), atualizado em 30/06/2017. 33 4 METODOLOGIA 4.1 Tipo de Estudo O estudo trata de uma pesquisa bibliográfica, do tipo descritiva explicativa por meio da revisão de literatura. Pesquisa descritiva tem como objetivo principal a definição das características de uma dada população, fenômeno ou estabelece correlações entre variáveis (BARROS & LEHFELD, 2007). A pesquisa descritiva explicativa, ou seja, é de natureza descritiva, visto que se realizaram estudos, análises, registro e interpretação dos fatos do mundo física sem quaisquer interferências, e de natureza explicativa, onde fatos foram registrados, analisados, interpretados e suas causas devidamente identificadas (MARCONI & LAKATOS, 2011). Uma pesquisa bibliográfica pode visar um levantamento dos trabalhos realizados anteriormente sobre o mesmo tema estudado no momento, pode identificar e selecionar os métodos e técnicas a serem utilizados, além de fornecer subsídios para a redação da introdução e revisão da literatura do projeto ou trabalho. Em suma, uma pesquisa bibliográfica leva ao aprendizado sobre uma determinada área tratado (BARROS & LEHFELD, 2007). Este tipo de pesquisa trata do levantamento, seleção e documentação de bibliografia já publicada sobre o assunto que está sendo pesquisado, em livros, revistas, jornais, boletins, monografias, teses, dissertações, material cartográfico, entre outros, com o objetivo de colocar o pesquisador em contato direto com todo material já escrito sobre o mesmo. 4.2 Coleta de Dados Foram utilizados artigos publicados nas bases de dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e na Base de dados da Enfermagem (BDENF) e na Base de dados do Ministério da Saúde. A identificação e seleção da literatura foi feita através da busca de publicações indexadas na base de dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Base de Dados em Enfermagem (BDENF) entre janeiro de 2009 e janeiro de 2019, sendo acessada utilizando o site da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Os critérios adotados para seleção 34 dos artigos foram: artigos em Português; artigos com texto completo, resumo e disponíveis para analise, publicados entre janeiro de 2009 e janeiro de 2019. Os critérios de exclusão de artigos foram: artigos duplicados, artigos que não atendam ao objetivos da pesquisa, artigos voltados para sífilis congênita. 4.3 Instrumento de Coleta de Dados Foi elaborado um roteiro semiestruturado pelos autores da pesquisa, a saber: dados de identificação do artigo, instituição sede do estudo, características metodológicas, amostra, resultados e conclusões. (Apêndice) 4.4 Operacionalização da Coleta de Dados A coleta dos dados ocorreu no decorrer dos meses de janeiro de 2018 a abril de 2019 após aprovação do projeto pela coordenação docurso. Após a identificação dos artigos, foram analisados os resumos dos mesmos e, na sequência, os artigos na integra para verificar se atendiam aos objetivos do estudo. 4.5 Análise e Apresentação dos resultados Após esse processo, o resultado obtido foi 16 artigos no Literatura Latino- Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e 28 artigos na Base de Dados em Enfermagem (BDENF). Em sequência realizou-se a leitura minuciosa de cada resumo/artigo, e a fim de tabular dados executou-se o destacamento daqueles que responderam ao objetivo proposto. Foram selecionados assim, 13 artigos no Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e 17 na Base de Dados em Enfermagem (BDENF), os quais foram referenciados neste artigo. Posteriormente, a literatura foi analisada e conceitos extraídos em cada obra, podendo assim serem classificados e comparados pela temática e assuntos abordados. No quadro 1 podemos vemos a distribuição da literatura considerando as bases de dados e os descritores. Quadro 1 – distribuição de literatura nas bases LILACS e BDENF – 2009-2019 35 Fonte: Próprio autor Delineamento da seleção da literatura para analise se apresenta no fluxograma a seguir. Figura 6 – Fluxograma de processo de seleção de estudo. Estudos encontrados nas bases de dados a partir da associação dos descritores BDENF: 96 LILACS:61 Estudos selecionados para leitura na integra a partir do título e resumo BDENF: 28 LILACS:16 Estudos incluídos BDENF: 13 LILACS:5 Na base de dados do BDENF foram selecionadas 13 obras, onde todas são artigos e no LILACS a seleção foi de 5 obras, sendo os 5 artigos. No quadro 2 foram identificadas de acordo com a localização, os autores, o ano, o periódico, a área e o título. Quadro 2 – Quadro identificação da Produção Científica na base de dados LILACS e BDENF. Autor Ano Base Periódico Área Título AMA, SGN. et al 2009 BDENF Caderno de Saúde Pública Enfermagem Fatores associados à assistência pré- natal precária em Descritores LILACS BDENF Total [Atenção Primária à Saúde] e [Cuidados] 1581 187 1768 [Atenção Primária à Saúde] e [Enfermeiro] 91 41 132 [Atenção Primária à Saúde] e [Sífilis] 6 1 7 [Sífilis] e [Enfermeiro] 0 3 3 [Enfermeiro] e [Cuidado] 1514 394 1553 [Sífilis] e [Cuidado] 89 5 94 Total 3281 633 3914 36 uma amostra de puérperas adolescentes em maternidades do Município do Rio de Janeiro, 1999- 2000. ANDRADE, M. U. 2013 BDENF Universidade Federal de Minas Gerais Enfermagem O acompanhamento de pré-natal: uma revisão de literatura. ARAUJO, C. L. et al 2012 BDENF Rev. Saúde Pública Enfermagem Incidência da sífilis congênita no Brasil e sua relação com a Estratégia Saúde da Família. BEZERRA, L.L.O. et al. 2016 BDENF II Congresso Brasileiro de Ciências da Saúde Enfermagem Abordagem das IST Por Enfermeiro(as): Revisão Integrativa de Literatura. CASTRO, M. E. et al. 2010 BDENF Revista Rede de Enfermagem do Nordeste Enfermagem Qualidade da assistência pré- natal: uma perspectiva de puérperas egressas. LEITE, I.A. et al. 2016 BDENF Ciências Biológicas e da Saúde Enfermagem Assistência de Enfermagem na Sífilis na Gravidez: Uma Revisão Integrativa. MILANEZ, H. et al. 2009 BDENF Revista Brasileira Ginecologia e Obstetrícia Enfermagem Por que ainda não conseguimos controlar o problema da sífilis em gestantes e recém-nascidos? MORORÓ R. M. et al 2015 BDENF Rev. Saúde. Com. Enfermagem A percepção dos enfermeiros da estratégia de saúde da família acerca do seguimento da sífilis congênita. 37 NETO, B.G. et al. 2009 BDENF Arq Ciênc. Saúde Enfermagem A sífilis no século XVI- o impacto de uma nova doença. OLIVEIRA, D. R. et al. 2011 BDENF Revista Enfermagem em foco Enfermagem Abordagem conceitual sobre a sífilis na gestação e o tratamento de parceiros sexuais. ROSA, C.Q. et al. 2009 BDENF Revista de Saúde Pública Enfermagem Fatores associados à não realização de pré- natal em município de grande porte. SARACENI, V. 2009 BDENF FIOCRUZ Enfermagem Avaliação da Efetividade das Campanhas para Eliminação da Sífilis Congênita, Município do Rio de Janeiro, 1999 e 2000. AVELLEIRA, J.C.R. et al 2009 LILACS Anais Brasileiros Dermatologia Medicina Sífilis: diagnóstico, tratamento e controle. BARSANTI, C. et al 2009 LILACS Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. Medicina Diagnóstico de sífilis congênita: comparação entre testes sorológicos na mãe e no recém- nascido. BENZAKEN, A.S. 2009 LILACS Escola Nacional de Saúde Pública Medicina Detecção de Sífilis Adquirida em Comunidades de difícil acesso da região Amazônica: desafio a ser superado com a utilização dos testes rápidos? DE LORENZI, D. R. S. 2009 LILACS Rev. Bras. Ginecologia e Obstetrícia Medicina Sífilis congênita como indicador de assistência pré-natal. 38 KALINI et al. 2015 LILACS Odonto Odontologia Sífilis: aspectos clínicos, transmissão, manifestações orais, diagnóstico e tratamento Fonte: Próprio autor Neste quadro pode-se destacar que a predominância de publicações foi no ano de 2009, com a dominância dos artigos de enfermagem. O maior número de publicações sobre o tema abordado foi encontrado nas Revista de Saúde Pública e Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, com 6 publicações. Todos os artigos foram encontrados na integra. As publicações encontradas foram artigos, dissertações e revisões de literatura, como descrito no gráfico 1. Grafico 1 – Tipo de publicação encontrada nas bases de dados Conforme exposto no gráfico, 9 das obras encontradas são pesquisas de campo, consistindo em 50% dos artigos. Já as revisões bibliográficas somam 22% das obras, ou seja, 4 obras. Ao mesmo tempo que 5 obras, isto é, 28% das mesmas, são dissertações. 22% 50% 28% Tipos de Publicação Revisão Bibliográfica Pesquisa de Campo Dissertação 39 O quadro 3 aborda as características metodológicas dos estudos, contendo: tipo de estudo, a seleção e tamanho da amostra e os critérios de inclusão e exclusão. Quadro 3 - Delineamento metodológico da produção científica estudada. Autor Tipo de Estudo Seleção da Amostra Taman ho da Amostr a Critérios de Inclusão Critérios de Exclusão AMA, SGN. et al Não Informado Compara ção em amostras iguais 1967 Mães adolescente s com idade até 19 anos Não Informado ANDRAD E, M. U. Revisão bibliográfica Leitura crítico- analítica Não Informa do Artigos relacionados ao tema e aos objetivos propostos Não Informado ARAUJO, C. L. et al Comportame ntal Observaç ão Não Informa do Não Informado Não Informado BEZERR A, L.L.O. et al. Revisão integrativa de literatura Não Informado 25 Artigos completos, incluindo ensaio, resultado de pesquisa, reflexão ou revisão de literatura, publicados entre 2007 e 2016, nos idiomas português e inglês. Artigos em duplicata e que não tratassem da abordagem das IST/HIV ou que não possuíssem relação com a prática de enfermagem . CASTRO, M. E. et al. Qualitativa de característic a exploratória Demanda espontân ea 33 Àquelas que realizaram pré-natal em uma das Unidades Municipais de Saú- de de Belém; estivessem em Não informado 40 condições clínicas para responder a entrevista; e concordasse m em participar voluntariam ente da pesquisa. LEITE, I.A. et al. Revisão integrativa Não informado 10 Artigos publicados entre 2011 a 2016, no idioma português e que tivessem relação com a temática escolhida. A não utilização de artigos que não se encontravam disponibiliza dos na íntegra nas bases de dados. MILANEZ , H. et al. Dissertação Não informado Não informa do Não informado Não informado MOROR Ó R. M. et al Descritivo qualitativo Analítico document al Não informa do Não informado Não informado NETO, B.G. et al. Dissertação Não informado Não informa do Não informado Não informado OLIVEIR A, D. R. et al. Dissertação Não informado Não informa do Não informado Não informado ROSA, C.Q. et al. Caso- controle retrospecto Não informado 179 as mulheres residentes em Pelotas, RS, que não realizaram pré-natal e tiveram filho(s) nascido(s) vivo(s) nos anos de 2009 e 2010. Não informado SARACE NI, V. Comparação Não informado 9428 as gestantes que não Não informado 41 vinham recebendo assistência médica pré- natal; as que ainda não tinham realizado a primeira sorologia ou que já tinham e não sabiam do seu resultado e, por último, as gestantes que estavam no terceiro trimestre de gestação e que ainda não tinham realizado a segunda sorologia ou haviam feito e não tinham recebido seu resultado. AVELLEI RA, J.C.R. et al Dissertação Não informado Não informa do Não informado Não informado BARSAN TI, C. et al Quantitativo Não informado 1000 Mães e recém- nascidos com peso superior a 1500g. Não informado BENZAK EN, A.S. Revisão bibliográfica Não informado 5 Não informado Não informado DE LORENZI , D. R. S. Descritivo prospectivo Todas as gestantes internada s 1739 Não informado Não informado 42 KALINI et al. Dissertação Não informado Não informa do Não informado Não informado Fonte: próprio autor. O tamanho da amostra tem seu maior número 9428 e a menor 5, demonstrando uma grande oscilação. Ainda pode-se observar que a respeito dos critérios de inclusão/exclusão, somente duas obras apresentaram os dois e 8 delas apresentaram apenas um dos critérios. 4.6 Discussão Falta de conhecimento sobre a doença pelas gestantes, a não realização de tratamento pelos parceiro e as ausências no pré-natal são problemas enfrentados no diagnóstico e tratamento da sífilis (LEITE, 2016). Informação é a melhor das estratégias para a profilaxia da sífilis, levando o conhecimento para a população em geral, principalmente a população vulnerável. Com o aconselhamento, o estímulo ao uso de preservativo, e comunicação com o(s) parceiro(s) (AVELLEIRA, 2009). É necessário que aos profissionais que assistem às gestantes nas consultas pré-natais, um olhar crítico, provendo informações e orientações necessárias, além de sanar dúvidas. Essa atenção está contida no princípio básico do Sistema Único de Saúde (SUS) da equidade, garantindo todo o necessário a essas gestantes, inclusive a honestidade em relação a sua saúde e do seu bebê (CASTRO, 2010). O diagnóstico da sífilis é feito pelos testes sorológicos e provas diretas, sendo utilizados na fase secundaria e fase primaria, respectivamente (KALINI, 2015). Apesar de apresentar numerosos falsos negativos em seus resultados, os testes rápidos são uma boa forma de rastreio e controle da sífilis congênita em locais onde testes convencionais não podem ser realizados (BENZAKEN, 2009). Testes treponêmicos não se negativam, mesmo após a cura total da infecção pela sífilis, por isso, servem como confirmação em caso de suspeita de resultado falso negativo em testes não treponêmicos (BARSANTI, 2009). 43 O profissional da enfermagem é de suma importância na efetuação de atividades educacionais e de conscientização, no rastreamento e na busca ativa de doentes e parceiros sexuais para realização do tratamento (OLIVEIRA, 2011).O conhecimento auxilia a esses profissionais a avaliar a situação de sua unidade de atendimento e tomar decisões sobre como utilizar essas informações para melhorar sua assistência as gestantes (LEITE, 2016). Uma boa assistência pré-natal é um fator importante na prevenção, no diagnóstico e tratamento da sífilis em gestantes (SARACENI, 2009). Fatores como baixo grau de escolaridade, história pregressa de aborto provocado, falta de apoio do pai do bebe, uso de álcool, cigarro e drogas na gestação e filhos anteriores são fatores que influenciam a má adesão ao pré-natal (AMA, 2009).Campanhas para fomentar informações a respeito da sífilis, suas consequências e prevenção são muito eficientes na profilaxia desta doença, podendo ser facilmente realizadas por enfermeiros durante a consulta de pré- natal (MORORÓ, 2015). A assistência ao pré-natal de forma descentralizada, como o realizado pela Estratégia de Saúde da Família (ESF), tem como objetivo de facilitar a adesão ao pré-natal, reduzindo assim as possíveis complicações gestacionais (ANDRADE, 2013). O enfrentamento da sífilis congênita envolve aspectos comportamentais e socioculturais. Características como: Cadastramento de usuários, captação precoce de gestantes e parceiros, visitas domiciliares e priorização de grupos de risco e/ou populações vulneráveis, tornam a Estratégia de Saúde da Família um método mais adequado para combater a sífilis congênita (ARAUJO, 2012). Má qualidade no atendimento pré-natal, falta de comprometimento dos profissionais neste atendimento e falta de capacitação dos profissionais quanto ao manejo de doenças sexualmente transmissíveis durante a gestação são importantes fatores a serem considerados para redução dos índices de sífilis congênita (DE LORENZI, 2009). A reciclagem de profissionais de saúde é parte importante das medidas de prevenção e controle da sífilis, assim como o monitoramento trimestral com exames não treponêmicos (KALINI, 2015). 44 Triagem, diagnostico e tratamento da sífilis materna contribuem para a redução dos índices de sífilis congênita. Isto só é possível com a popularização do tema, atualização de profissionais de saúde para tornar capaz a identificação das possibilidades de diagnóstico e tratamento (MILANEZ, 2009). São observados três períodos no desenvolvimento da sífilis que devem ser observados para realização do seu tratamento (NETO, 2009). 45 5. CONCLUSÃO Foram levantadas 18 obras, das quais 5 formam retiradas da base de dados LILACS e 13 da BDENF, no idioma português no período de 2009 a 2019. Foi enfrentada grande dificuldade na busca por obras sobre o tema, embora existam muitas publicações sobre sífilis, pouco se encontra sobre a sífilis congênita em Português. Com essa obra conclui-se que a informação é a principal forma de trabalho do enfermeiro com essas gestantes para boa prevenção, diagnóstico e tratamento da sífilis. Enfermeiros enfrentam dificuldades como falta de infraestrutura, má adesão ao pré-natal e ao tratamento da sífilis e falta de conhecimento das gestantes quanto a doença. Conscientização e informação sobre a doença, sua prevenção, seu diagnostico, seu tratamento e cura são os melhores mecanismos para trabalhar com a população, seja ela vulnerável ou não. A falta de atualização da equipe de saúde que presta assistência pré- natal, acerca de possibilidades de abordagem, métodos para disseminação de informações, e do manejo de doenças sexualmente transmissíveis, além falta de comprometimento profissional são fatores comprometedores no atendimento a gestantes, dificultando assim a detecção e o tratamento da sífilis materna, interferindo negativamente na incidência de sífilis congênita. É imprescindível a valorização, pelos profissionais de saúde envolvidos no pré-natal, dos costumes, comportamentos e aspectos socioculturais para uma boa comunicação com as gestantes, dando origem à um atendimento integral, com o fornecimento de informações e garantindo seu total entendimento, e possibilizando a formulação de questionamentos pelas gestantes e a eliminação