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TCC -SIFILIS - VERSÃO FINAL (1)


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0 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA 
CURSO DE ENFERMAGEM 
 
 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
 
 
 
 
 
ENGRAVIDANDO OUTROS MODOS DE CUIDAR DE GESTANTES COM SIFILIS E 
DAS PARCERIAS SEXUAIS NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA 
 
 
 
 
DEISE DE OLIVEIRA BRAGA 
EUGÊNIA GABRIELE DOS SANTOS BRAZ 
LUCIENE LUIZA FERREIRA DE MORAES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2019. 
1 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA 
CURSO DE ENFERMAGEM 
 
 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
DEISE DE OLIVEIRA BRAGA 
EUGÊNIA GABRIELE DOS SANTOS BRAZ 
LUCIENE LUIZA FERREIRA DE MORAES 
 
 
ENGRAVIDANDO OUTROS MODOS DE CUIDAR DE GESTANTES COM SIFILIS 
E DAS PARCERIAS SEXUAIS NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA 
 
Trabalho de Conclusão de curso apresentado ao curso de 
Graduação em Enfermagem do Centro Universitário 
Augusto Motta- UNISUAM, como parte dos requisitos 
necessários para obtenção do título de Bacharel em 
Enfermagem. 
 
Orientadora: Professora Drª Eluana Borges Leitão de 
Figueiredo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2019. 
 
2 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM 
 
 
ENGRAVIDANDO OUTROS MODOS DE CUIDAR DE GESTANTES COM SIFILIS 
E DAS PARCERIAS SEXUAIS NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA 
 
DEISE DE OLIVEIRA BRAGA 
EUGÊNIA GABRIELE DOS SANTOS BRAZ 
LUCIENE LUIZA FERREIRA DE MORAES 
 
 
Banca examinadora composta para a defesa do Trabalho de Conclusão de Curso para 
obtenção do grau de Bacharel em Enfermagem. 
APROVADA em: 
 
_______________________________________________________________ 
Orientadora: Professora Drª Eluana B. L. Figueiredo 
Centro Universitário Augusto Motta 
 
_______________________________________________________________ 
Prof. Bruno Dias 
Centro Universitário Augusto Motta 
 
_____________________________________________________________ 
Profª. Simone Paixão 
Centro Universitário Augusto Motta 
 
 
 
 
 
3 
 
 DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicamos este trabalho a todos nossos familiares, amigos e mestres 
que contribuíram durante esses anos para nossa formação 
profissional.
4 
 
 AGRADECIMENTOS 
 
Considerando este trabalho como resultado de um sonho realizado, agradecemos a 
todos que de alguma forma passaram pelas nossas vidas e contribuíram para a construção de 
quem nos tornamos hoje. 
Gostaríamos de agradecer primeiramente a Deus e ao nosso senhor Jesus Cristo que 
com sua misericórdia e bondade nos concederam força e sabedoria direcionando nossos 
passos para alcançarmos nossos objetivos. 
Agradecemos aos nossos pais e familiares pelo apoio incondicional às nossas escolhas 
e por serem nossos maiores exemplos. As nossas mães em especial, por serem nossas 
companheiras, dádivas do senhor Jesus Cristo para ser a luz das nossas vidas e por estarem 
sempre conosco nesta caminhada. 
Agradecemos a todos os professores do curso de enfermagem da faculdade 
UNISUAM: Claudia Cunha, Cleide Rufino, Patrícia Souza, René Spezani, Helena Farias, 
Raquel e Daniel Granadeiro, pelos conselhos e ensinamentos que fizeram de nós enfermeiras. 
Hoje somos um pouquinho de cada um de vocês e sempre terão nosso respeito, carinho e 
gratidão. 
Agradecemos a nossa orientadora Eluana Figueiredo, que disponibilizou seu tempo 
para nos orientar, pelo incentivo, paciência e dedicação, sendo o ponto chave para a conclusão 
deste trabalho. 
Nossa gratidão aos nossos amigos de curso, pelos cinco anos de agradável 
convivência, tornando as nossas vidas acadêmicas mais desafiantes, contribuindo com o nosso 
crescimento para um novo olhar profissional. 
Fazemos menção a nossa parceria acadêmica no que tange ao desempenho, a 
dedicação e a seriedade na construção desse trabalho, buscando o aperfeiçoamento e 
crescimento profissional. Nesse percurso, fomos marcadas pela coragem, determinação, foco 
e persistência, mesmo com tantas dificuldades conseguimos atingir nosso objetivo: somos 
enfermeiras! 
Deise de Oliveira Braga 
Luciene Luiza Ferreira de Moraes 
Eugênia Gabriele dos Santos Braz 
 
 
5 
 
LISTA DE QUADROS 
 
 
QUADRO 1. Esquemas de tratamento da sífilis ................................................................. 19 
 
QUADRO 2. Apresentação quantitativa de estudos encontrados nas bases de dados 
utilizando descritores individualizados ........................................................ 25 
 
QUADRO 3. Apresentação quantitativa de estudos encontrados nas bases de dados 
utilizando descritores em dupla ................................................................... 26 
 
QUADRO 4. Apresentação quantitativa de estudos encontrados nas bases de dados 
utilizando descritores em trio ....................................................................... 26 
 
QUADRO 5. Artigos selecionados nas bases de dados para a categoria temática I ........... 28 
 
QUADRO 6. Artigos selecionados nas bases de dados para a categoria temática II .......... 34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
ACS – Agente Comunitário de Saúde 
BDENF – Base de Dados de Enfermagem 
BVS – Biblioteca Virtual em Saúde 
CE – Consulta de Enfermagem 
COFEN – Conselho Federal de Enfermagem 
DeCS – Descritores de Ciência da Saúde 
DST – Doenças Sexualmente Transmissíveis 
ESF – Estratégia Saúde da Família 
HBV – Vacina da Hepatite B 
HIV – Vírus de Imunodeficiência Humana 
HPV – Papilomas Vírus Humano 
IST – Infecção Sexualmente Transmissível 
LILACS – Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciência da Saúde 
MEDLINE – Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica 
MS – Ministério da Saúde 
NOAS – Normas Operacionais da Assistência à Saúde 
OMS – Organização Mundial de Saúde 
PSF – Programa de Saúde da Família 
SCIELO – Scientific Electronic Library Online 
SUS – Sistema Único de Saúde 
UBS – Unidade Básica de Saúde 
VDRL – Venereal Disease Research Laboratory 
VHL – Virtual Health Library 
 
 
 
 
7 
 
Braga, Deise de Oliveira; Braz, Eugênia Gabriele dos Santos; Moraes, Luciene Luiza Ferreira 
de, 2019. Engravidando outros modos de cuidar de gestantes com sífilis e parcerias 
sexuais na Estratégia de Saúde da Família. Rio de Janeiro, 2019. 39p. Trabalho de 
Conclusão de Curso – Curso de Graduação em Enfermagem, Centro Universitário Augusto 
Motta – UNISUAM. 
 
RESUMO 
 
Introdução: Esse estudo tem por objeto as dificuldades e implicações do enfermeiro no 
engravidamento de novos modos de cuidado no pré-natal de gestantes sifilíticas e as parcerias 
sexuais na Estratégia de Saúde da Família (ESF). A Sífilis é uma doença infecciosa bacteriana 
também chamada de cancro duro ou Lues, de caráter sistêmico e curável que evolui 
lentamente. É transmitida por contato sexual sem preservativo e mais raramente por 
contaminação feto placentária (vertical). É causada pela bactéria Treponema Pallidum é 
caracterizada por lesões da pele e mucosas denominada sífilis congênita. A sífilis materna 
sem tratamento tem como consequência o abortamento, o nascimento prematuro, recém-
nascidos com sinais clínicos de sífilis congênita ou bebê aparentemente saudável que 
desenvolve sinais clínicos posteriormente. Objetivo: descrever as dificuldades que o 
enfermeiro da ESF vem enfrentando no cotidiano de seu trabalho no que se refere à produção 
de vínculos com as parcerias sexuais de gestantes com sífilis e identificar as estratégias de 
cuidado criadas pelo enfermeiro da ESF com as gestantes e as parcerias sexuais de modo que 
os mesmos se comprometam com o tratamento e com o cuidado de si. Metodologia: Trata-se 
de pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa, tendo como método a revisão bibliográfica 
a partir de Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), tais como: Atenção Primária à Saúde; 
Sífilis; Enfermeiro e Cuidado Pré-natal. Olevantamento dos dados bibliográficos foi 
realizado por meio de busca na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). As bases de dados 
utilizadas para a pesquisa foram a Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da 
Saúde (LILACS), Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica (MEDLINE), 
Base de Dados de Enfermagem (BDENF) e Scientific Electronic Library Online (SCIELO). 
Resultados: Os resultados mostraram a necessidade de discutir o tema da gestante com sífilis 
e sua parceria sexual a partir de duas categorias temáticas, a saber: As dificuldades que o 
enfermeiro da ESF enfrenta em relação a produção de vínculos com as parcerias sexuais de 
mulheres gestantes com sífilis e As estratégias criadas pelo enfermeiro para a implicação da 
gestante e sua parceria sexual ao tratamento. Considerações Finais: Espera-se que o estudo 
venha contribuir para oferecer subsídios teóricos aos enfermeiros no cuidado à mulher 
gestante portadora de sífilis e suas parcerias sexuais de modo que tais enfermeiros não fiquem 
centrados apenas em protocolos, sobretudo, que engravidem outros modos de cuidado na 
ESF. 
Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde; Enfermeiro; Cuidado Pré-natal; Sífilis e 
Gravidez. 
 
 
 
 
8 
 
Braga, Deise de Oliveira; Braz, Eugênia Gabriele dos Santos; Moraes, Luciene Luiza Ferreira 
de, 2019. Engravidando other ways of caring for pregnant women and sexual partners in 
the Family Health Strategy. Rio de Janeiro, 2019. 39p. Graduation Course in Nursing, 
University Center Augusto Motta - UNISUAM. 
 
ABSTRACT 
 
Introduction: This study aims at the difficulties and implications of the nurse in the 
pregnancy of new modes of care in the prenatal care of syphilitic pregnant women and the 
sexual partnerships in the Family Health Strategy (ESF). Syphilis is a bacterial infectious 
disease also called a hard or slow, slowly evolving systemic or hard cancer. It is transmitted 
by sexual contact without a condom and more rarely by placental (vertical) fetal 
contamination. It is caused by the bacterium Treponema Pallidum is characterized by lesions 
of the skin and mucous membranes called congenital syphilis. Untreated maternal syphilis 
results in miscarriage, premature birth, newborns with clinical signs of congenital syphilis, or 
seemingly healthy baby who develop clinical signs later. Objective: describe the difficulties 
that the ESF nurse has been experiencing in the daily life of her work in relation to the 
production of links with the sexual partnerships of pregnant women with syphilis and to 
identify the care strategies created by the ESF nurse with the pregnant women and sexual 
partners so that they commit to treatment and care for themselves. Methodology: It is a 
descriptive research, with a qualitative approach, having as a method the bibliographic review 
from Descriptors in Health Sciences (DeCS), such as: Primary Health Care; Syphilis; Nurse 
and Prenatal Care. The collection of the bibliographic data was done through a search in the 
Virtual Health Library (VHL). The databases used for the research were Latin American and 
Caribbean Literature in Health Sciences (LILACS), Online Medical Literature Search and 
Analysis System (MEDLINE), Nursing Database (BDENF) and Scientific Electronic Library 
Online (SCIELO). Results: The results showed the need to discuss the subject of the pregnant 
woman with syphilis and their sexual partnership from two thematic categories, namely: The 
difficulties that the nurse of the ESF faces in relation to the production of bonds with the 
sexual partnerships of pregnant women with syphilis and The strategies created by the nurse 
for the implication of the pregnant woman and her sexual partnership to the treatment. Final 
considerations: It is hoped that the study will contribute to offer theoretical subsidies to 
nurses in the care of pregnant women with syphilis and their sexual partnerships so that such 
nurses are not focused only on protocols, above all, that make pregnant other modes of care in 
ESF. 
Key words: Primary Health Care; Nurse; Prenatal care; Syphilis and Pregnancy. 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 10 
1.1 Apresentação da Temática .............................................................................................. 10 
1.2 Motivação........................................................................................................... 12 
1.3 Problema de Pesquisa ..................................................................................................... 13 
1.4 Objetivos ........................................................................................................................ 13 
1.5 Relevância e Justificativa ............................................................................................... 14 
1.6 Considerações Finais ...................................................................................................... 14 
2. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................... 15 
2.1 Sífilis em gestantes e os aspectos relacionados às parcerias sexuais ............................. 15 
2.1.2 A importância do diagnóstico precoce na Estratégia da Saúde da Família .................. 17 
2.1.3 Transmissão de Sífilis na Gestação .............................................................................. 18 
2.1.4 Tratamento da Sífilis na Gestação ................................................................................ 19 
2.2 O manejo da sífilis na gestação: o que dizem os protocolos? ........................................ 20 
3. METODOLOGIA ........................................................................................................ 24 
4. RESULTADOS ............................................................................................................. 28 
4.1 Categoria I - As dificuldades que o enfermeiro da ESF enfrenta em relação a 
produção de vínculos com as parcerias sexuais de mulheres gestantes com sífilis ............... 28 
4.2 Categoria II - As estratégias criadas pelo enfermeiro para a implicação da gestante 
e sua parceria sexual ao tratamento ....................................................................................... 32 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 37 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 38 
 
10 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
1.1. Apresentação da Temática 
Esse estudo tem por objeto as dificuldades e implicações do enfermeiro no 
engravidamento
1
de novos modos de cuidado no pré-natal de gestantes sifilíticas e as parcerias 
sexuais na Estratégia de Saúde da Família (ESF). 
A sífilis é uma infecção bacteriana de caráter sistêmico, curável e exclusiva do ser 
humano. Trata-se de uma doença conhecida há séculos. Seu agente etiológico foi descoberto 
em 1905, sendo chamado de treponema pallidum. Trata-se de uma bactéria Gram negativa do 
grupo das espiroquetas. O contato sexual é a principal via de transmissão, seguido pela 
transmissão vertical quando a gestante acometida por sífilis não é tratada ou é 
inadequadamente tratada (BRASIL, 2015). 
Nas gestantes, a sífilis pode provocar a morte do neonato ou a morte intrauterina, entre 
os sintomas apresentados pelo feto pode-se destacar: baixo peso, rinite com coriza 
sanguinolenta, obstrução nasal, prematuridade, choro ao manuseio, hepatoesplenomegalia, 
alterações respiratórias (pneumonia), icterícia, anemia severa, ascite e lesões cutâneas (na 
palma da mão e no pé) (BRASIL, 2010; ARAÚJO et al, 2011). 
Em face ao exposto, a sífilis atualmente mostra-se como um grave problema de saúde 
pública haja vista as repercussõesque podem acarretar no feto quando a gestante não realiza o 
tratamento adequadamente. De acordo com o Ministério da Saúde (MS) a sífilis voltou a ser 
uma epidemia no Brasil e o alto número de infectados tem preocupado especialistas da saúde. 
O baixo uso de preservativos e a falta de conclusão dos tratamentos por parte dos pacientes 
dificultam o combate à doença. Talvez isso explique o fato da Sífilis ter se tornado uma das 
Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) mais recorrentes entre jovens adultos, gestantes 
e idosos no país. 
Dados do Boletim Epidemiológico da Sífilis 2018 mostram que a taxa de detecção da 
sífilis adquirida aumentou de 44,1/100 mil habitantes em 2016 e 58,1/100 mil habitantes em 
2017. No mesmo período, a sífilis em gestantes cresceu de 10,8 casos por mil nascidos vivos 
para 17,2. Já a sífilis congênita, passou de 21.183 casos em 2016 para 24.666 em 2017. O 
 
1
 O termo engravidamento pode ser entendido como criação, gestação ou construção de modos de cuidado pelo 
enfermeiro. 
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número de óbitos por sífilis congênita foi de 206 casos em 2017, enquanto em 2016 
ocorreram 195 casos (BRASIL, 2017). 
Diante da magnitude supracitada, a Sífilis consta como uma doença de notificação 
compulsória e todos os profissionais de saúde, principalmente os enfermeiros, devem estar 
aptos a reconhecer as manifestações clínicas da doença, a interpretar os exames laboratoriais e 
a realizar o protocolo de monitoramento e tratamento da doença (BRASIL, 2015).Nessa 
direção, a notificação compulsória da Sífilis representa um importante indicador de atenção 
pré-natal e puerperal. 
Embora a notificação da sífilis na gestação tenha sido incluída na relação nacional de 
doenças de notificação compulsória no ano de 2005 (Portaria n°33) e por se tratar de uma 
doença com etiologia bem conhecida e com tratamento disponível na rede de saúde do 
Sistema Único de Saúde (SUS), o que se percebe é a persistência da doença (BRASIL, 2005). 
Vale ressaltar que, além da notificação compulsória obrigatória, o Ministério da Saúde 
(MS) tem lançado mão de programas, políticas e serviços para reduzir a transmissão de Sífilis 
no país. Dentre elas, a Rede Cegonha que visa proporcionar saúde, qualidade de vida e bem-
estar às mulheres durante a gestação, parto, pós-parto, além do desenvolvimento da criança 
até os dois primeiros anos de vida. Todas as iniciativas têm o objetivo de reduzir a 
mortalidade materna e infantil e garantir os direitos sexuais e reprodutivos de mulheres, 
homens, jovens e adolescentes. A proposta qualifica os serviços ofertados pelo SUS no 
planejamento familiar, na confirmação da gravidez, no pré-natal, no parto e no puerpério, 
período que compreende até 28 dias após o parto. 
Nesta perspectiva, faz-se necessário o acolhimento de mulheres e as parcerias sexuais 
em um serviço de saúde que ofereça um tratamento oportuno e eficaz. Nessa direção, a 
Estratégia de Saúde da Família (ESF) é o serviço de saúde favorável para o engravidamento 
de novos modos de cuidado e novas tecnologias com grande potência para o controle de 
transmissão vertical de Sífilis e suas consequências na vida de gestantes. No cenário da ESF, a 
presença do enfermeiro é muito importante, sobretudo, no que se refere à atuação no Pré-
natal. 
Para tanto, o profissional enfermeiro frente a impactante estatística de casos de sífilis 
em gestantes deve gerar novos modos de cuidado e novas tecnologias que conversem com as 
necessidades de cada paciente e as parcerias sexuais, para que não ocorram reincidências. No 
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campo de prática, o enfermeiro deve avaliar a situação psicológica e social da família, 
perceber a presença de riscos e vulnerabilidades e a partir disso, construir parceria e 
negociação do cuidado com a gestante e com seu parceiro sexual. Mediante esta relação 
poderá ser construído o vínculo e será possível realizar propostas alternativas para captar e 
tratar, tanto a gestante faltosa quanto o parceiro ausente nas consultas de pré-natal, buscando 
alternativas de abordagem. 
Sabe-se que a ESF vem se configurando como um novo modelo assistencial, com o 
objetivo de substituir o modelo tradicional, que tinha como prioridade tratar a “doença” e não 
o usuário na sua integralidade. Diante deste novo modelo assistencial, a ESF passa a priorizar 
ações de educação, prevenção e recuperação, aspectos fundamentais ao manejo terapêutico 
das gestantes com sífilis e as parcerias sexuais. 
O enfermeiro atuante na ESF desempenha diferentes atribuições tais como: 
gerenciamento, supervisão, coordenação de equipes, a assistência e cuidados de enfermagem. 
Na assistência, o enfermeiro, está capacitado e qualificado para realizar a Consulta de 
Enfermagem (CE), regulamentada pela Lei 7.498/86 (COFEN, 1986) e pelo Decreto nº 
94.406/87 (COFEN, 1987). Através desta consulta, o enfermeiro tem a responsabilidade de 
acompanhar o Pré-Natal e identificar os riscos que possam comprometer a saúde materno-
infantil. 
Isso evidencia que, além da quantidade de consultas à gestante, o pré-natal de 
qualidade requer educação permanente dos profissionais que realizam o acompanhamento das 
gestantes em prol da prevenção da sífilis congênita e consequentemente a melhoria dos 
indicadores de morbidade materna. 
 
1.2. Motivação 
 
O interesse por esta temática surgiu mediante os estudos na graduação e foram 
motivados no campo da prática do estágio realizada em uma Unidade Básica de Saúde no Rio 
de Janeiro. No campo de estágio pudemos constatar que existe uma elevada taxa de gestantes 
com sífilis, o que nos levou a uma preocupação em relação ao pré-natal de qualidade, o acesso 
à informação, além do papel do enfermeiro na promoção à saúde e prevenção da doença e 
agravos, e consequentemente, a redução nos riscos de complicações materno-infantil 
relacionados à sífilis. Outro ponto que nos motivou na construção deste estudo foi a 
13 
 
experiência profissional de algumas das autoras na ESF, onde o cotidiano do trabalho tem 
mostrado a dificuldade do enfermeiro vincular-se às parcerias sexuais de gestantes com sífilis 
de modo a atraí-los ao tratamento e à unidade de saúde. Tudo isso nos levou a refletir acerca 
da necessidade do enfermeiro engravidar estratégias de cuidados mais relacionais, mais 
afetivas, de modo a produzir vínculos fortes. 
 
1.3. Problema de Pesquisa 
 
Considerando que a qualidade da assistência dos profissionais de enfermagem durante 
a gestação de mulheres portadoras de sífilis depende também da qualidade do vínculo 
assegurado comas parcerias sexuais, nota-se a necessidade cada vez mais os enfermeiros 
engravidarem outros modos de cuidar que transcendam os protocolos, isto é, que se construa 
um cuidado singular, humano e centrado nas necessidades de cuidado tanto individual, como 
de familiar. 
As estatísticas têm apresentado a sífilis na gestação como um grande problema para a 
saúde e por isso, a abordagem do enfermeiro não deve ser centrada apenas na doença, no 
doente, sobretudo, em tudo que cerca a vida desta mulher incluindo seus laços afetivos e 
conjugais. Diante do exposto, tem-se como questão norteadora de pesquisa: Quais as 
evidências científicas dispostas na Literatura Brasileira sobre as dificuldades e estratégias de 
cuidado desenvolvidas por enfermeiros no cotidiano de seu trabalho com gestantes com sífilis 
e as parcerias sexuais? 
 
1.4. Objetivos 
 
 Descrever as dificuldades que o enfermeiro da ESF vem enfrentando no cotidiano de seu 
trabalho no que se refere à produção de vínculos com as parcerias sexuais de gestantes 
com sífilis; 
 Identificar as estratégias de cuidado criadas pelo enfermeiro da ESF com as gestantes e as 
parcerias sexuais de modo que os mesmos se comprometam com o tratamento e com o 
cuidado de si. 
 
 
 
14 
 
1.5.Relevância e Justificativa 
 
Considerando o aumento na taxa da incidência de mulheres com sífilis e da alta taxa 
de possibilidade da transmissão vertical (da mãe para o bebê em até 80%), esse estudo 
justifica-se pelo fato de que a ocorrência de sífilis na gestação pode acarretar intercorrências 
para a gestante e para o concepto quando não acompanhados de forma adequada, mesmo com 
o aumento do número de consultas de pré-natal. 
Anualmente, calculam-se dois milhões de casos de gestações afetadas pela doença no 
mundo, sendo responsável por cerca de 25% dos casos de natimortos ou abortos espontâneos 
e 25% dos neonatos têm baixo peso ao nascer ou infecção grave, favorecendo o aumento dos 
casos de morte Pré-natal (BRASIL, 2017). 
Portanto, o estudo faz-se necessário no sentido de identificar as dificuldades que o 
enfermeiro de ESF vem enfrentando no cotidiano de seu trabalho, inicialmente no que se 
refere à produção de vínculos com as parcerias sexuais de gestantes com sífilis e o 
engravidamento de novas estratégias de cuidado com as gestantes de modo que as mesmas se 
comprometam com o tratamento e com o cuidado de si. 
 
1.6. Contribuições do Estudo 
 
O presente estudo pretende contribuir para três áreas do conhecimento: pesquisa 
ensino e serviço. Como fonte de pesquisa, poderá oferecer subsídios atualizados para novos 
estudos sobre o tema proposto, tornando possível um maior entendimento sobre o pré-natal 
das gestantes sifilíticas e seus parceiros. 
Terá relevância também no âmbito do ensino ao contribuir com conhecimentos atuais 
sobre as dificuldades dos enfermeiros no Pré-natal das gestantes portadoras de sífilis na ESF 
com a possibilidade de aprofundamento no tema para aqueles que se interessam pelo assunto. 
O estudo poderá ampliar ainda a discussão entre professores e alunos quanto à importância de 
engravidar novos modos de cuidado para o tratamento da sífilis. 
Por fim, acredita-se que estudo poderá contribuir para os profissionais de enfermagem 
no que se refere à possibilidade de desenvolver novas estratégias de cuidado e competências, 
15 
 
além de provocar uma reflexão sobre a assistência prestada e promover melhorias na 
realização dos cuidados prestados aos usuários da ESF. 
 
2. REVISÃO DE LITERATURA 
 
2.1 Sífilis em gestantes e os aspectos relacionados às parcerias sexuais 
 
Com o avanço da medicina, muitas descobertas auxiliaram no tratamento e detecção 
do diagnóstico precoce da sífilis, assim como a sua classificação, porém, por muito tempo a 
sífilis foi confundida com a gonorreia (até 1767). Nessa direção, alguns estudos foram 
elaborados e com o advento das novas tecnologias e da expansão da ciência, estudiosos do 
Século XVIII (Balfour e Hunter) desenvolveram métodos de distinção entre a sífilis e a 
gonorreia, onde levavam em consideração a aparência e rigidez do cancro sifilítico 
(ARAÚJO, 2010). 
Nota-se que a sífilis é uma doença infecciosa sistêmica, de evolução crônica, causada 
pelo Treponema Pallidum. Essa infecção também conhecida como “cancro duro”, passou a 
constar em 2005 na lista de agravos de notificação compulsória em âmbito nacional devido às 
formas adquirida e congênita da doença. A sífilis na gestação tem demonstrado grande 
preocupação devida a elevada taxa de transmissão vertical em gestantes sem tratamento ou 
com tratamento inadequado e também pela falta de tratamento das parcerias sexuais 
(BRASIL, 2012; SILVA, 2010). 
É considerado caso de sífilis na gestação: toda gestante com evidência clínica de sífilis 
e/ou com sorologia não treponêmica reagente, com qualquer titulagem, mesmo na ausência de 
resultado de teste treponêmico, realizada no Pré-natal ou no momento do parto ou curetagem 
(BRASIL, 2015). 
De acordo com o Ministério da Saúde (2016), a Sífilis pode manifestar-se em três 
formas (primária, secundária e terciária), sendo as duas primeiras as mais contagiosas, e a 
terceira (tardia ou terciária), menos aparente por não apresentar sintomas em sua grande 
maioria, dando a falsa impressão de cura. 
A Sífilis Primária é o tipo de sífilis que se manifesta após um período de incubação 
(entre dez e noventa dias), com uma média de 21 dias após o contato com o agente etiológico. 
16 
 
Nesse período inicial o paciente apresenta-se assintomático até o aparecimento do chamado 
"cancro duro". Esta lesão permanece por 4 a 6 semanas, desaparecendo espontaneamente, 
geralmente única no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, anus, 
boca e outros locais). Geralmente não dói, não coça, não arde e nem tem pus. Podem surgir 
ínguas na virilha aparecendo entre dez e noventa dias após o contagio. Pode durar entre duas e 
seis semanas e desaparecer de forma espontânea, independentemente de tratamento. 
A Sífilis Secundária, em geral, manifesta-se entre seis e oito semanas após o 
desaparecimento espontâneo do cancro duro. As manifestações mais comuns do secundar 
ismo são: roséolas (exantema), sífilis papulosas (pápulas cutâneas com localização nas 
superfícies palmo plantares sugerem fortemente o diagnóstico do secundar ismo da sífilis), 
alopecia e condiloma plano (lesões pápulo-hipertróficas nas regiões de dobras ou de atrito). 
Manchas no corpo, principalmente na palma das mãos e na planta dos pés, são as mais 
comuns, desaparecem de forma espontânea em poucas semanas independentemente de 
tratamento mesmo a pessoa ainda tendo a infecção. 
Já a Sífilis Terciária ou tardia, aparece, aproximadamente, um ano depois da infecção 
inicial, porém, há casos que levam cerca de 10 anos para se manifestar. Essa fase é 
caracterizada por formação de gomas sifilíticas, tumorações amolecidas na pele e nas 
mucosas, existindo também a possibilidade de aparecimento em qualquer parte do corpo, 
inclusive no sistema ósseo. As manifestações mais graves incluem neurossífilis e a sífilis 
cardiovascular. Podendo levar a morte. 
Sífilis Latente, não apresenta sinais ou sintomas, sendo o diagnostico realizado por 
testes imunológicos. É dividida em sífilis latente recente (menos de dois anos de infecção) e 
sífilis latente tardia (mais de dois anos de infecção). Apesar de assintomática, pode ser 
interrompida pelo surgimento dos sinais e sintomas da forma secundária ou terciária. A 
existência de histórico de relação sexual desprotegida e a alta suspeita do profissional de 
saúde são fundamentais para que ocorra o diagnostico nesse estágio. 
Todavia, a transmissão vertical da gestante acometida por sífilis, ocorre quando a 
mulher e sua parceria deixam de ser tratados ou são tratados inadequadamente, transmitindo a 
doença para o feto. Diante da gravidade da doença, a pesquisa de sífilis durante a gestação é 
obrigatória e o rastreamento neonatal recomendado. 
17 
 
Desse modo, a possibilidade de erradicação da sífilis congênita também está relacionada 
aos tratamentos das parcerias sexuais tendo em vista que estes fazem parte da cadeia de 
transmissão da infecção. No entanto, os estudos feitos pelo Ministério da Saúde apontam que 
as maiores dificuldades no manejo dos casos e na vinculação dos homens com tratamento 
residem em: 
 Comportamento masculino no que se refere à infidelidade; 
 Dificuldade no uso de preservativo quando se trata de relações estáveis; 
 Serviços de saúde pouco atrativos para os homens (feminilizados). 
 
Assim, o campo da saúde carece de estruturação das unidades de atendimento do SUS e 
intensificação de ações para detecção precoce da Sífilis na população masculina. A lei nº 
13.045 de 25 de novembro de 2014, reforça a importância de preparar os serviços públicos e 
envolver os profissionais de saúde de forma a garantir atendimento adequado e humanizado, 
para isso devem orientar os pacientes sobre os sinais e sintomas da doença, encaminhá-los 
para a realização de exames quando houver indicação clínica e deixar clara a diferença entre 
rastreamento populacional em pacientes assintomáticose detecção precoce. 
 
2.1.2. A importância do diagnóstico precoce na Estratégia da Saúde da Família 
 
De acordo com Mesquita et al. (2012) a sífilis pode acarretar várias complicações para 
a mulher e seu concepto, tais como: Nat imortalidade e aborto. As mulheres que tiveram essa 
doença durante a gestação, mesmo após realizar o tratamento, podem apresentar complicações 
como: recém-nascido de baixo peso, óbito fetal, perinatal ou neonatal e outros. Assim, a sífilis 
carece de um diagnóstico preciso. 
O diagnóstico de sífilis na gestação é realizado nos casos em que a gestante apresenta 
evidências clínicas da doença e/ou sorologia não treponêmica reagente com qualquer 
titulação, sendo essa obtida no pré-natal, parto ou curetagem (OLIVEIRA e FIGUEIREDO, 
2011). 
O principal meio de controle da sífilis congênita é a triagem sorológica das gestantes 
por meio de testes não treponêmicos. Por isso é justificável a valorização e a aplicação do 
teste de Venereal Disease Research Laboratory (VDRL) para investigação da sífilis na 
gestante, bem como o tratamento adequado das gestantes e das parcerias sexuais. 
18 
 
Em relação às medidas de controle da sífilis congênita no pré-natal, o Ministério da 
Saúde recomenda que após o acolhimento e aconselhamento, ocorra a realização do teste 
VDRL no mínimo duas vezes na gestação, sendo um na primeira consulta e outro, no terceiro 
trimestre da gestação. A realização do VDRL no terceiro trimestre possibilita que o 
tratamento materno seja finalizado 30 dias antes do parto, garantindo um intervalo mínimo 
necessário que o recém-nascido seja tratado intra-úteros. O objetivo é proporcionar uma 
interrupção da infecção e diminuir sequelas irreversíveis, favorecendo o tratamento precoce 
do recém-nascido (BRASIL, 2013). 
Para o diagnóstico devem ser utilizados: Testes não treponêmico (ex.: VDRL ou RPR 
ou TRUST). Teste treponêmico (ex.: teste rápido ou FTA-Abs ou TPHA ou EQL ou ELISA). 
Para o Ministério da Saúde: 
 
A ordem de realização fica a critério do serviço de saúde. Quando o teste rápido for 
utilizado como triagem, nos casos reagentes, uma amostra de sangue deverá ser 
coletada e encaminhada para realização de um teste não treponêmico. Em caso de 
gestante, o tratamento deve ser iniciado com apenas um teste reagente, treponêmico 
ou não treponêmico, sem aguardar o resultado do segundo teste (BRASIL, 2015, 
pag. 94). 
 
Através do diagnóstico e tratamento adequado da gestante durante o acompanhamento 
pré-natal, a sífilis congênita pode ser controlada. É na ESF que a mulher e sua parceria sexual 
podem ser assistidas através do Pré-natal. Por isso, a realização do Pré-natal, a detecção 
precoce e o tratamento completo são fundamentais para evitar os agravos da sífilis congênita. 
A ESF atua na promoção de ações voltadas para o problema a saúde na perspectiva 
longitudinal idade do cuidado. Nessa estratégia se insere a atenção Pré-natal, a triagem de 
sífilis na gestante e o tratamento, tanto da mulher quanto do parceiro sexual quando 
apresentarem teste positivo. Desse modo, a ESF é o principal serviço para o controle de sífilis 
congênita, para o diagnóstico precoce e para o tratamento (MESQUITA et al. 2012). 
2.1.3. Transmissão de Sífilis na Gestação 
 
A transmissão de sífilis pode ocorrer em qualquer fase da gestação e em qualquer 
estágio da doença. No entanto, na sífilis primária e secundária as probabilidades de 
transmissão para o feto são entre 50% e 100%. Na sífilis latente precoce há 40% de chance de 
transmissão e 10% na sífilis latente tardia. É possível também a transmissão direta no canal do 
19 
 
parto. Em cerca de 40% dos casos há evolução para aborto espontâneo, natimorto ou óbito 
Peri natal (BRASIL, 2008). 
A transmissão depende do estado da infecção na gestante, ou seja, quanto mais recente 
a infecção, mais treponemas estarão circulantes e, portanto, mais gravemente o feto será 
atingido. Inversamente, a infecção antiga leva à formação progressiva de anticorpos pela mãe, 
o que atenuará a infecção ao concepto, produzindo lesões mais tardias na criança (DANTAS, 
2008). 
2.1.4. Tratamento da Sífilis na Gestação 
 
A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), que pode ser controlada 
através de ações e medidas de saúde, com diagnóstico rápido, tratamento de baixo custo e que 
pode apresentar cura (BRASIL, 2012). 
Em se tratando de gestantes, a penicilina é a droga de escolha. Utiliza-se a penicilina 
devido à sua capacidade de atravessar a barreira transplacentária e de não haver, na literatura, 
relatos de resistência do Treponema pallidum ao medicamento. Na gestação, o tratamento 
adotado é o mesmo empregado para a sífilis adquirida, de acordo com a fase da doença, e é 
benéfico para a mãe e para o feto (BRASIL, 2010). O quadro abaixo apresenta os esquemas 
de tratamento priorizados para sífilis. 
 
Quadro 1. Esquemas de Tratamento da Sífilis 
Estadiamento 
Penicilina G 
Benzatina 
Intervalos 
Controle de 
Cura 
Sífilis primária 1 série dose 
total: 2.400.000 
Ul 
Dose única VDRL mensal 
Sífilis secundária ou 
Latente com menos de 1 
ano de evolução 
1 série Dose 
total: 4.800.000 
UI 
Uma semana VDRL mensal 
Sífilis terciária ou com 
mais de um ano de 
evolução ou com Duração 
ignorada 
1 série Dose 
total: 7.200.000 
UI 
Uma semana VDRL mensal 
Fonte: Manual de Gestação de Alto Risco. MS, 2012. 
 
SILVA et al. (2014), apontam algumas ações que são realizadas pelo profissional 
enfermeiro no que se refere ao tratamento: Após o aconselhamento o enfermeiro deve solicitar 
20 
 
o VDRL na primeira consulta e no terceiro trimestre da gestação; Realizar o tratamento da 
gestante e da parceria juntos, mesmo que a parceria não tenha confirmação do seu diagnóstico 
por meio de teste sorológico; Orientar quanto aos cuidados para o sexo seguro, com uso de 
preservativos durante e após o tratamento, para evitar a reinfecção; Considerar a paciente 
tratada quando houver manutenção de títulos de anticorpos em baixos níveis, ou declínio do 
mesmo. Em caso de gestantes com hipersensibilidade comprovada a penicilina, esta deverá 
ser encaminhada para o serviço de dessensibilização ou na impossibilidade, recomenda-se o 
uso de estearato de eritromicina. 
Enfatiza-se que o tratamento da parceria se torna um determinante para a cura eficaz 
da mãe e para controle da sífilis congênita. Deve-se considerar a sífilis na parceria como 
agravante para a prevalência da doença, e, portanto, há necessidade da inclusão do tratamento 
na problemática abordada (OLIVEIRA e FIGUEIREDO, 2011). 
Para que seja realizado um tratamento adequado e de qualidade, é importante que 
existam melhoria na assistência ofertada à parceria sexual, pois a mesma precisa ser 
incentivada e orientada a participar de consultas de Pré-Natal, e entender a importância da 
realização de exames de VDRL, para o tratamento eficaz e preciso, obtendo com isso a 
prevenção precoce da sífilis congênita (MESQUITA et al., 2012). 
Considera-se tratamento inadequado aquele realizado com qualquer medicamento que 
não a penicilina; tratamento incompleto, mesmo tendo sido feito com penicilina; tratamento 
inadequado para a fase clínica da doença ou instituído no prazo de até 30 dias antes do parto; 
parceiro(s) sexual(is) com sífilis não tratado(s) ou tratado(s) inadequadamente (BRASIL, 
2014). 
2.2. O manejo da sífilis na gestação: o que dizem os protocolos? 
 
Como dito anteriormente, a ESF vem se configurando como uma importante rede de 
cuidados para avançar na prevenção e no controle da sífilis e demais agravos a saúde da 
gestante, nessa direção os enfermeiros tem lançado mão de conhecimentos e de diferentes 
tecnologias de cuidados, dentre eles, os protocolos, os manuais, as portarias e os processos de 
enfermagem, na perspectiva de contribuir para a implementação do cuidado. Contribuindo na 
elaboração de estratégias que apontam novos caminhospara o tratamento de pessoas com 
sífilis. 
21 
 
Na atenção básica o enfermeiro possui um vínculo mais próximo com a população, 
tendo a oportunidade de colocar em prática estratégias como orientações e acompanhamento 
aos pacientes (RODRIGUES et al, 2016). 
A enfermagem é de extrema importância na atenção básica, pois participa de todo o 
processo desde a detecção, diagnóstico até o tratamento da sífilis. A enfermagem atua ainda 
na prevenção junto à comunidade com estratégias como palestras e orientações 
(RODRIGUES et al, 2016). 
Além do acolhimento e da assistência humanizada o enfermeiro (conforme protocolo) 
solicita exames complementares, testes rápidos e prescreve medicamentos pré-estabelecidos 
nos programas de saúde pública, visto que o enfermeiro possui autonomia para 
acompanhamento em gravidez de baixo risco na Unidade Básica de Saúde (UBS) (BRASIL, 
2012). 
A sífilis congênita é um agravo 100% evitável, desde que a gestante seja identificada e 
as medidas recomendadas sejam tomadas. O Brasil é signatário junto à OPAS/OMS da 
Iniciativa Regional para a Eliminação da Transmissão Materno-Infantil do HIV e Sífilis na 
América Latina e Caribe, assumindo o compromisso para a eliminação da sífilis congênita. 
A sífilis e seus desdobramentos, assim como, outras IST se inserem no quadro de 
doenças evitáveis, passíveis de tratamento e cura, através do diagnóstico precoce para 
proceder ao tratamento de forma efetiva. Para isso, uma série de protocolos foi estabelecida. 
No que tange a enfermagem, a consulta de enfermagem as gestantes com IST é 
regulamentada pela lei do exercício profissional n.º 7.498/86 de 25 de junho de 1986 e 
Decreto n.º 94.406/87 que prevê solicitação de exames laboratoriais, diagnóstico, tratamento e 
aconselhamento adequados (COFEN,1997). 
Os fluxogramas de atendimento a gestante e sua parceria com IST auxiliam, portanto, 
o profissional na tomada de decisão, normatiza a atuação e a responsabilidade do enfermeiro 
generalista e do enfermeiro obstetra na assistência às gestantes, parturientes, puérperas e 
recém-nascidos nos Serviços de Obstetrícia, Centros de Parto Normal e/ou Casas de Parto e 
outros locais onde ocorra essa assistência (COFEN, 2016). 
A consulta de enfermagem a gestante com sífilis e a parceria sexual é uma atividade 
privativa do enfermeiro, na qual são identificados problemas de saúde, prescritas e 
22 
 
implementadas medidas de enfermagem com o objetivo de promoção, proteção, recuperação 
ou reabilitação do paciente. A consulta de enfermagem a gestante com sífilis prevê as 
seguintes etapas no que se refere a Sistematização da Assistência de Enfermagem: Coleta de 
dados de Enfermagem ou Histórico de Enfermagem; Diagnóstico de Enfermagem; 
Planejamento de Enfermagem; Implementação e Avaliação de Enfermagem (Evolução). 
O Protocolo de Enfermagem na Atenção Básica no âmbito da Secretaria Municipal de 
Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro também é um importante norteador das práticas dos 
enfermeiros uma vez que exercem um papel importante junto as gestantes seu parceiro no 
Pré-natal (BRASIL, 2005). 
O protocolo traz o papel do enfermeiro como cuidador da saúde integral destas 
mulheres promovendo atividades que contribuam no favorecimento de uma gestação e 
nascimento saudáveis. De acordo com a portaria N°2.488, de 21 de outubro de 2011 do 
Ministério da Saúde o enfermeiro na atenção básica tem como atribuições: 
 
I - Realizar atenção a saúde aos indivíduos e famílias cadastradas nas equipes e, 
quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários 
(escolas, associações etc.), em todas as fases do desenvolvimento humano: infância, 
adolescência, idade adulta e terceira idade; 
II - Realizar consulta de enfermagem, procedimentos, atividades em grupo e conforme 
protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor federal, estadual, 
municipal ou do Distrito Federal, observadas as disposições legais da profissão, 
solicitar exames complementares, prescrever medicações e encaminhar, quando 
necessário, usuários a outros serviços; 
III - Realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea; 
IV - Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS em conjunto com 
os outros membros da equipe; 
V - Contribuir, participar, e realizar atividades de educação permanente da equipe de 
enfermagem e outros membros da equipe; e 
VI - Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado 
funcionamento da UBS. 
 
23 
 
O Protocolo Clínico e a Diretriz Terapêutica Atenção Integral às Pessoas com 
Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) também contribuem para o trabalho da 
enfermagem no que tange ao Pré-natal de gestante com Sífilis. O referido protocolo aborda as 
estratégias de atenção integral às pessoas com IST, dentre elas, as mulheres com sífilis. O 
protocolo fala de uma prevenção combinada, isto é, uma prevenção individual e coletiva onde 
o enfermeiro deve realizar: Triagem para clamídia para gestantes de 15 a 24 anos, quando 
disponível; Triagem para sífilis, gonorreia, clamídia, hepatites virais B e C e HIV para 
pessoas com IST e populações-chave (gays, profissionais do sexo, travestis/transexuais e 
pessoas que usam drogas), quando disponível, testagem de rotina para diagnóstico de HIV, 
Sífilis e hepatite B durante o pré-natal e parto, conforme recomenda o MS para prevenção da 
transmissão vertical. 
Além disso, deve ofertar diagnóstico e tratamento para IST assintomática como, por 
exemplo: HIV, hepatite B; Informação/educação em saúde, Preservativo masculino e 
feminino, Gel lubrificante; Busca adequada e acesso a serviços de saúde; Prevenção da 
transmissão vertical do HIV, sífilis e hepatites virais; Vacinação para HBV e HPV; Profilaxia 
pós-exposição ao HIV, quando indicada, Profilaxia pós-exposição às IST em violência sexual, 
Redução de danos. E por fim, deve desenvolver o manejo de IST sintomáticas com uso de 
fluxogramas: Queixa de síndrome específica, anamnese e exame físico, diagnóstico com e 
sem laboratório, tratamento etiológico ou baseado na clínica (para os principais agentes 
causadores da síndrome). O enfermeiro deve ainda dar ênfase na adesão ao tratamento, na 
comunicação, diagnóstico e tratamento das parcerias sexuais (mesmo que assintomáticas), 
proceder a Notificação da IST, conforme a Portaria vigente. 
Além do uso dos protocolos a enfermagem precisa estar atenta quanto a Notificação 
Compulsória (de acordo com a Lei 6.259,30 de outubro de 1975). A sífilis congênita é doença 
de notificação compulsória e de investigação obrigatória. A sífilis adquirida deve ser 
notificada de acordo com as normas estaduais e/ou municipais. A Coordenação Nacional de 
IST e AIDS do Ministério da Saúde selecionaram fontes de informações específicas em 
conjunto com estados e municípios para as IST, visando o aprimoramento da sua vigilância. 
Deve ainda promover a educação em saúde uma vez que é um dos principais 
dispositivos para viabilizar a promoção da saúde na atenção primária à saúde no Brasil. 
Dentre os temas abordados pelo enfermeiro estão à orientações acerca das consequências para 
o feto em caso de não adesão ao tratamento; a conscientização, sensibilização, e orientações 
24 
 
quanto a importância do tratamento para o bem estar da gestação; a apresentação do álbum 
seriado de IST para então gerar impacto na paciente e o esclarecimento quanto a doença, os 
sintomas clínicos e os riscos. O enfermeiro de também promover a educação permanente em 
saúde dos trabalhadores partindo do pressuposto da aprendizagem significativa (promove e 
produz sentidos) da transformação das praticas profissionais a partir da problematizarão do 
processo de trabalho (BRASIL, 2016). 
Contudo, temos percebido que existe uma grande oferta de treinamentos, manuais e 
protocolos que a enfermagem deve basear seu trabalho. A implantação dos protocolosassistenciais tem sido apontada como uma etapa importante na identificação das estratégias a 
serem adotadas no caso de sífilis na gestação. 
3. METODOLOGIA 
Trata-se de pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa, tendo como método a 
revisão bibliográfica. 
De acordo com Gil (2017), as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a 
descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de 
relações entre variáveis. Suas características mais significativas estão na utilização de técnicas 
padronizadas de coleta de dados. 
Polit et al. (2004) ressaltam que a pesquisa descritiva caberá ao pesquisador conduzi-
la, ou seja, observar, contar, descrever e classificar. Já Demo (2012) diz que a pesquisa 
qualitativa considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um 
vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser 
traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são 
básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas 
estatísticas. O ambiente natural, a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador são os 
instrumentos chaves. 
Entende-se por pesquisa qualitativa o estudo que não tenha a pretensão de enumerar 
ou medir unidades ou categorias homogêneas uma vez que possuem as facilidades de 
determinar hipótese ou problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e 
classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar no processo de 
mudança a criação ou formação de determinados grupos e permitir, em grau de profundidade, 
25 
 
a interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos (GIL, 
2017). 
Já a pesquisa bibliográfica é aquela que visa um levantamento dos trabalhos realizados 
anteriormente sobre o mesmo tema estudado no momento. É um tipo de pesquisa que pode 
identificar e selecionar o método e as técnicas a serem utilizadas. Em suma, uma pesquisa 
bibliográfica conduz os pesquisadores ao aprendizado sobre uma determinada área. Desse 
modo, a pesquisa bibliográfica é aquela que é elaborada a partir de material já publicado, 
constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com material 
disponibilizado na Internet (GIL, 2017). 
Para a construção do estudo procedemos a revisão bibliográfica a partir dos seguintes 
passos: a) elaboração da questão de pesquisa; b) busca nas bases de dados; c) extração dos 
dados; d) avaliação dos resultados; e) análise e síntese dos resultados e f) apresentação da 
revisão. 
A pesquisa foi realizada a partir de Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) tais 
como: Atenção Primária a Saúde; Sífilis; Enfermeiro e Cuidado Pré-natal. O levantamento 
dos dados bibliográficos foi realizado por meio de busca na Biblioteca Virtual em Saúde 
(BVS). As bases de dados utilizadas para a pesquisa foram a Literatura Latino-Americana e 
do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Sistema Online de Busca e Análise de Literatura 
Médica (MEDLINE), Base de Dados de Enfermagem (BDENF) e Scientific Electronic 
Library Online (SCIELO). 
Contudo, nas buscas foram utilizados os seguintes critérios de inclusão: artigos 
publicados no idioma português, no recorte temporal compreendido no período de 2013 à 
2019 e disponibilizados sob forma de texto completo. Os critérios de exclusão foram os 
artigos repetidos e que não atendiam ao objetivo do estudo. Após coleta de dados, foi 
realizada uma leitura sistemática e exploratória dos estudos encontrados. Nesse sentido 
realizamos inicialmente as buscas com descritores individuais, posteriormente em dupla e por 
fim em trio. Ao pesquisar os descritores de forma individual foi encontrado um quantitativo 
de artigos científicos, conforme apresenta o Quadro 2: 
 
 
 
26 
 
Quadro 2 – Apresentação quantitativa de estudos encontrados nas bases de dados 
utilizando descritores individualizados. 
DESCRITORES 
BASE DE DADOS 
BDENF LILACS MEDLINE SCIELO TOTAL 
Atenção Primária à Saúde 2140 2120 0 4339 18599 
Sífilis 68 968 17634 789 20459 
Enfermeiro 6471 434 108003 2179 124087 
Cuidado Pré-natal 793 086 0 705 4584 
Fonte: elaboração própria 
Diante do grande quantitativo de publicações, optou-se por realizar um refinamento. 
Desse modo, os descritores foram pesquisados em dupla, utilizando o termo booleano “AND” 
para obtenção de melhores resultados, conforme apresenta o Quadro 3. 
Quadro 3 – Apresentação quantitativa de estudos encontrados nas bases de dados 
utilizando descritores em associação dupla. 
 
DESCRITORES 
BASE DE DADOS 
BDENF LILACS MEDLINE SCIELO TOTAL 
Atenção primária à 
Saúde AND Sífilis 
11 44 0 11 66 
Atenção primária à 
Saúde AND Enfermeiro 
366 46 0 157 569 
Atenção primária à 
Saúde AND Cuidado 
Pré-natal 
74 21 0 72 167 
Sífilis AND Enfermeiro 7 10 26 0 43 
Sífilis AND Cuidado Pré-
natal 
25 128 0 57 210 
Enfermeiro AND 
Cuidado Pré-natal 
120 118 0 15 253 
Fonte: elaboração própria 
Devido ao grande número de artigos encontrados optou-se pela busca com os 
descritores em associação tripla. Os resultados da busca estão presentes no Quadro 4. 
 
27 
 
Quadro 4 – Apresentação quantitativa de estudos encontrados nas bases de dados 
utilizando descritores em associação tripla. 
 
DESCRITORES 
BASE DE DADOS 
BDENF LILACS MEDLINE SCIELO TOTAL 
Atenção primária à Saúde AND 
Sífilis AND Enfermeiro 
1 2 0 0 3 
Atenção primária à Saúde AND 
Sífilis AND Cuidado Pré-natal 
4 15 0 2 21 
Sífilis AND Enfermeiro AND 
Cuidado Pré-natal 
1 5 0 0 6 
Fonte: elaboração própria 
Posteriormente, realizou-se a leitura dos resumos e os que apresentavam relevância 
com o tema foram selecionados 30 artigos que foram lidos na íntegra. A partir dessa leitura 
preliminar, foram selecionados 16 artigos que mantinham correspondência com os descritores 
acima apresentados e com os objetivos do estudo. Foram excluídos 14 artigos. 
Após a identificação e seleção das produções científicas que seriam utilizadas, partiu-
se para a fase de análise e discussão das informações obtidas, com vistas a elucidar os 
objetivos do estudo. Desse modo, os resultados foram agrupados em categorias temáticas 
conforme propõe Bardin (2009). 
Para isso realizamos as seguintes etapas: pré- analise do material; leitura sistemática; 
categorização temática. As categorias que emergiram das buscas foram: As dificuldades que o 
enfermeiro da ESF enfrenta em relação a produção de vínculos com as parcerias sexuais de 
mulheres gestantes com sífilis e As estratégias criadas pelo enfermeiro para a implicação da 
gestante e sua parceria sexual ao tratamento. 
Cabe destacar que os resultados do estudo serão socializados em sessão acadêmica de 
Trabalho de Conclusão de Curso no Centro Universitário Augusto Motta e ainda em 
apresentações em eventos científicos no campo da enfermagem. 
28 
 
4. RESULTADOS 
 
4.1. Categoria I - As dificuldades que o enfermeiro da ESF enfrenta em relação a 
produção de vínculos com as parcerias sexuais de mulheres gestantes com sífilis 
 
A presente categoria foi criada a partir da leitura de 10 artigos científicos identificados 
na busca inicial. Os artigos que tratam das dificuldades apresentadas pelo enfermeiro são: 
“Sífilis e pré-natal na rede pública de saúde e na área indígena do Ambaí\MS: Conhecimento 
e prática de profissionais”; “Conhecimento dos profissionais que realizam pré-natal na 
atenção Básica sobre o manejo da Sífilis”; “Diagnóstico tardio de sífilis congênita: uma 
realidade na atenção á saúde da mulher e da criança no Brasil”; “Diagnostico e tratamento de 
sífilis durante a gestação: Desafio para a enfermeira”; “O enfermeiro frente ao 
acompanhamento de mulheres com sífilis na estratégia de saúde da família”; “Praticas de 
enfermagem a cerco do controle da sífilis congênita”; “Programa rede mãe paranaense: 
análise da atençãopré-natal em uma regional de saúde”; “Conhecimento dos profissionais que 
realizam pré-natal na atenção básica sobre o manejo da sífilis”; “Análise da qualidade dos 
registros nos prontuários de gestantes com exame de VDRL reagente”; “Implantação dos 
testes rápidos para sífilis e HIV na rotina do pré-natal em Fortaleza- Ceará”. Após leitura 
sistemática dos artigos foi elaborado o Quadro 5: 
 
Quadro 5: Artigos selecionados nas bases de dados que contribuíram para a categoria 
temática I 
TÍTULO AUTORES 
BASE DE 
DADOS 
PERIÓDICO
ANO 
RESUMO 
Sífilis e pré-natal na rede pública de saúde e na área indígena de Sífilis e pré-natal na rede pública de saúde e na área indígena de Sífilis e pré-natal na rede púbica de saúde e na área indígena de Ambaí, MS conhecimento e prática de profissionais. Amambai, MS: 
Sífilis e pré-natal 
na rede púbica de 
saúde e na área 
indígena de 
Ambaí, MS 
conhecimento e 
prática de 
profissionais. 
Schmeing, Lilian e 
Mara Basili. 
LILACS 
 
Revista 
Brasileira de 
Enfermagem 
/2012. 
O estudo revela que as 
dificuldades encontradas pelos 
profissionais para o manejo 
adequado da sífilis na gestação 
são: o início tardio do pré-natal 
e o não comparecimento do 
parceiro. 
Conhecimento 
dos profissionais 
que realizam pré-
natal na atenção 
Básica sobre o 
manejo da sífilis 
Jolana Cristina; 
Marchi, Aparecida 
Donizetti de 
Araújo; Benedetti, 
Volmir Pitt. 
BDENF 
Cienc Cuid 
saude/2018. 
Este artigo identifica o 
conhecimento dos profissionais 
na atenção primária e as 
dificuldades encontradas na 
adesão dos parceiros ao 
tratamento. 
29 
 
Diagnóstico 
tardio de sífilis 
congênita: Uma 
realidade na 
atenção à saúde 
da mulher e da 
criança no Brasil. 
Ana Laura Mendes 
Becker Andradea 
et al. 
LILACS Revista 
Paulista de 
Pediatria/2018 
O artigo nos mostra uma 
realidade na busca do 
tratamento da sífilis hoje no 
Brasil.As equipes de 
enfermagem das UBS 
receberam treinamento para 
execução, leitura e interpretação 
dos resultados do teste rápido 
em gestantes e seus parceiros. 
Diagnóstico e 
tratamento de 
sífilis durante a 
gestação: 
Desafios para 
Enfermeira. 
Isadora Machado. BDENF Revista Saúde 
e 
Pesquisa/2018
. 
O artigo apresentou as 
dificuldades e facilidades que 
enfermeiras (os) encontram para 
realizar o tratamento da sífilis 
na gestante e em seus parceiros 
sexuais. 
O enfermeiro 
frente ao 
acompanhamento 
de mulheres com 
sífilis na 
estratégia de 
saúde da família. 
Miranda, Avanilde 
Paes. 
LILACS Nursing/2019. O artigo mostrou a importância 
do enfermeiro na prática de 
educação continuada (promoção 
de saúde) e na realização de 
ações de maneira adequada para 
essas mulheres. 
Práticas de 
enfermagem a 
cerco do controle 
da sífilis 
congênita. 
Beck.Elisiane 
Quatrin e Souza 
Martha Helena 
Teixeira. 
BDENF Rev.Pesqui.Cu
id.Funda M. 
On line/2018. 
Este estudo mostra indicadores 
desfavoráveis em torno do 
controle da sífilis gerando a 
necessidades politicas eficientes 
para sua abordagem. 
Programa rede 
mãe paranaense: 
análise da 
atenção pré-natal 
em uma regional 
de saúde. 
Baggio,Maria 
Aparecida et al. 
LILACS Rev,Cogitare 
Enfermagem/ 
2016. 
Estudo objetivou analisar a 
atenção pré-natal em uma 
Regional de Saúde do Estado do 
Paraná. De acordo com o 
preconizado pelo Programa, 
obtiveram resultados 
insatisfatórios no que diz 
respeito ao início do pré-natal 
no primeiro trimestre e 
realização de testes rápidos de 
HIV e sífilis. 
Conhecimento 
dos profissionais 
que realizam pré-
natal na atenção 
básica sobre o 
manejo da sífilis. 
 
Costa, Lediana 
Dalla. 
LILACS Cienc Cuid 
Saude /2018. 
Neste artigo identificou-se que 
os profissionais apresentaram 
algumas dificuldades no 
diagnóstico e tratamento da 
sífilis na gestação, o que pode 
justificar-se pela ausência de 
consenso entre os profissionais 
e gestores de saúde quanto ao 
estabelecimento de um único 
protocolo no município, sendo a 
principal dificuldade 
apresentada na assistência pela 
equipe, a falta de adesão do 
parceiro. 
http://pesquisa.bvsalud.org/portal/?lang=pt&q=au:%22Miranda,%20Avanilde%20Paes%22
http://pesquisa.bvsalud.org/portal/?lang=pt&q=au:%22Miranda,%20Avanilde%20Paes%22
http://portal.revistas.bvs.br/transf.php?xsl=xsl/titles.xsl&xml=http://catserver.bireme.br/cgi-bin/wxis1660.exe/?IsisScript=../cgi-bin/catrevistas/catrevistas.xis|database_name=TITLES|list_type=title|cat_name=ALL|from=1|count=50&lang=pt&comefrom=home&home=false&task=show_magazines&request_made_adv_search=false&lang=pt&show_adv_search=false&help_file=/help_pt.htm&connector=ET&search_exp=Nursing%20(S%C3%A4o%20Paulo)
30 
 
Análise da 
qualidade dos 
registros nos 
prontuários de 
gestantes com 
exame de VDRL 
reagente. 
Araujo, Maria 
Leite Alix et al. 
LILACS Rev.APS/2008
. 
O estudo refere que informações 
disponíveis nos prontuários 
referentes ao acompanhamento 
pré-natal de gestantes com 
VDRL reagente são precárias, 
prejudicando uma ação mais 
efetiva no controle da sífilis na 
gestação. 
Implantação dos 
testes rápidos 
para sífilis e HIV 
na rotina do pré-
natal em 
Fortaleza- Ceará. 
Lopes, Ana 
Cristina Martins 
Uchoa et al. 
LILACS Rev. Bras. de 
Enfer./2016. 
O artigo apresenta que 
incidência de sífilis congênita 
reflete a qualidade da 
assistência prestada as gestante 
no pré-natal ,por ser uma 
doença de notificação 
compulsória, cujo o tratamento 
é disponibilizado pela rede 
pública de saúde no qual 
observa se a deficiência na 
capacitação de profissionais 
especializado para o serviço 
como apoio matricial. 
Fonte: elaboração própria 
No campo da atenção a mulher gestante com sífilis percebe-se que o enfermeiro vem 
enfrentando algumas dificuldades em relação a produção de vínculos com as parcerias 
sexuais, especialmente no que se refere ao público masculino. Nessa direção, o Ministério da 
Saúde preconiza que os profissionais de saúde incentivem os homens a fazerem exames para 
prevenção e detecção de doenças uma vez que eles ainda são minorias na ESF (BRASIL, 
2005). 
Apesar dos protocolos assistenciais serem bem estabelecidos e da disponibilidade de 
medicações para tratamento nas unidades primárias de saúde, o enfermeiro tem uma 
dificuldade muito grande de captação das parcerias sexuais para diagnóstico e tratamento, 
porque esse parceiro/parceria não acredita estar com a doença ou por que não tem tempo a 
perder em unidade de saúde. Muitas vezes a justificativa se dá por ser o provedor da família, 
porque ele acredita que sua parceira esta lhe traindo e que por isso tem a doença. Assim, 
muitos homens acreditam que não têm necessidade de acompanhar a companheira ao pré-
natal, o que pode ocasionar casos de reincidências da Sífilis. Isto acontece muitas vezes pelo 
fato da sociedade ainda carregar certo preconceito e uma visão machista de que a gravidez e a 
criação dos filhos são de responsabilidade exclusiva das mulheres, o que contribui para o 
aumento de casos de sífilis no Brasil. 
31 
 
Assim, a autora aponta que a educação em saúde pode ser uma ferramenta 
indispensável para a assistência, ao passo que orientações pertinentes, identificação precoce 
da parceria, busca ativa e adoção de intervenções preventivas são estratégias que associadas à 
corresponsabilização do indivíduo podem contribuir para a redução da sífilis gestacional e 
congênita (MARCHI, 2018). A adesão da parceria sexual de gestantes com sífilis guarda uma 
relação direta com o sucesso do tratamento, pois mulheres que tem o apoio da parceria sexual 
apresentam mais chances de concluírem o tratamento devido o apoio que recebem. 
Com o cuidado simultâneo da mulher e da parceria sexual, em tempo oportuno do pré-
natal, é possível reduzir as chances de sífilis congênita. Entretanto, percebe-se que, mesmo 
tendo grande cobertura depré-natal às gestantes (seis a sete consultas durante a gestação) e 
ainda oferta de diagnósticos e a disponibilidade da penicilina, ainda temos expressivos 
números de sífilis congênita. Daí a importância de incluir as parcerias sexuais. 
Outra dificuldade apresentada pela autora refere-se a desmotivação dos enfermeiros 
quanto aos processo de capacitação sobre sífilis onde constatou-se que estes trabalhadores 
encontravam-se desmotivados a participar das capacitações, sob a justificativa que não 
agregavam conhecimento, e também, por serem exclusivamente teóricas. Desse modo, 
destaca-se a importância do desenvolvimento de programas de treinamento com metodologias 
ativas, diversificando o processo de aprendizado através do estudo e a discussão de casos 
entre a equipe. Assim, a qualificação profissional voltada para abordagem do parceiro sobre a 
condição de portador de sífilis pode ser uma estratégia na garantia de adesão ao tratamento. 
Ainda no que se refere à educação permanente em saúde é possível que o 
desconhecimento dos profissionais da ESF acerca do manejo da gestante com sífilis esteja 
refletindo em ações que precisam ser reforçadas por meio de capacitações, como também de 
supervisões em serviços, a fim de promover assistência de qualidade à gestante com sífilis. 
Frente a esses resultados, urge repensar o processo de capacitação e formação continuada dos 
profissionais da ESF, visando proporcionar assistência pré-natal de qualidade (SILVA, 2014). 
Nessa direção, os estudos apontam que a educação permanente dos trabalhadores de 
enfermagem com uso de metodologias ativas pode favorecer assistência prestada pelo 
enfermeiro da ESF no pré-natal de modo que venha instrumentalizá-los para a captação das 
parcerias sexuais de mulheres com sífilis, criando vínculos com o individuo e familiares, 
flexibilizando o horário de atendimento conforme as necessidades dos usuários e gestando 
novos modos de cuidado para com a gestante. 
32 
 
Ressalta-se que a sífilis apesar de ser uma doença controlável e que tem que tem cura, 
esta longe de ser erradicada devido a baixa adesão das parcerias ao tratamento. A questão da 
dificuldade do tratamento do parceiro vem sendo apontada como o maior vetor desta infecção, 
e que o mesmo, em grande parte dos casos, não se trata junto com sua companheira, 
ocorrendo a reinfecção da mesma, com consequente dano e em maior escala para o feto. Por 
isso, torna-se necessária uma atitude eficaz dos enfermeiros para captação destes 
parceiros/parcerias, bem como a extensão da assistência do pré-natal para estes. É 
fundamental realizar busca ativa para diagnóstico e tratamento de parcerias sexuais de 
gestantes com sífilis, bem como fortalecer o pré-natal de ambos nos serviços de saúde 
(MACHADO, 2018). 
No Brasil a busca por mulheres diagnosticadas para tratamento da sífilis ainda é uma 
barreira para um tratamento eficaz. A Organização Mundial de Saúde estima uma incidência 
de 12 milhões de novos casos de sífilis anualmente, no mundo, sendo 1 milhão em gestantes. 
A dificuldade de tratamento e controle da sífilis no período gestacional é, portanto, um 
problema de saúde pública grave e, apesar de existirem políticas de saúde definidas e 
oficializadas na grande maioria dos países, inclusive no Brasil, a Sífilis Congênita (SC) ainda 
é retratada como uma problemática mundial que vem preocupando organismos nacionais e 
internacionais responsáveis pela saúde da população. 
Tudo isso eleva a responsabilidade dos trabalhadores de saúde, especialmente os 
enfermeiros da ESF que muitas vezes perdem essas mulheres por motivos de abandono do 
tratamento, mudança de endereço e muitas das vezes pelo próprio parceiro/parceria 
(ANDRADEA, 2018). 
Contudo, percebemos com os estudos que o profissional de enfermagem tem um papel 
primordial no que se refere ao enfrentamento das dificuldades no cuidado a gestantes com 
sífilis e suas parcerias sexuais uma vez que é o profissional que realiza o primeiro contato 
com as gestantes e são os responsáveis pela execução das ações de prevenção individual e 
coletiva, ações educativas com palestras sobre sífilis realizando um amplo trabalho que 
envolve escolas, reuniões em comissões locais nos bairros e visitas domiciliares (MIRANDA, 
2019). 
 
 
33 
 
4.2. Categoria II - As estratégias criadas pelo enfermeiro para a implicação da gestante e 
sua parceria sexual ao tratamento 
 
A presente categoria foi criada a partir da leitura de 06 artigos científicos identificados 
na busca inicial. Os artigos que tratam das dificuldades apresentadas pelo enfermeiro são: “O 
Enfermeiro frente ao acompanhamento de mulheres com sífilis na estratégia de saúde da 
família”; “Abordagem das DST: Consulta de enfermagem pré-natal estratégia de saúde da 
família; Assistência pré-natal no contexto da estratégia de saúde da família”; “Sífilis na 
gestação: Perspectivas e conduta do Pré-natal no programa de saúde da família (PSF)”; 
“Programa de teste rápido para sífilis no pré-natal da atenção básica no Rio Grande do Sul”. 
Após leitura sistemática dos artigos supracitados foi elaborado o Quadro 6, a seguir: 
 
Quadro 6: Artigos selecionados nas bases de dados que contribuíram para a categoria 
temática II. 
 
TÍTULO AUTORES 
BASE DE 
DADOS 
PERIÓDICO 
ANO 
RESUMO 
O Enfermeiro frente ao 
acompanhamento de 
mulheres com sífilis na 
estratégia de saúde da 
família. 
Miranda, 
Avanildes Paes 
et al 
BDENF Nursing/2019. O artigo propõe identificar o 
perfil dos enfermeiros que atuam 
em unidades de atenção primária 
com mulheres com sífilis. 
CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS QUE REALIZAM PRÉ-NATAL NA 
Abordagem das DST: 
Consulta de enfermagem 
pré-natal estratégia de 
saúde da família. Juiz de 
Fora 
Costa, Lediana Dalla; Faruch, Soraia Bernal; Teixeira, GéssicaTuani; Cavalheiri, 
Zampier,vander
leia soéli de 
barros. 
BDENF Manual de 
Controle de 
doenças 
Sexualmente 
Transmissíveis
/2008 
Este estudo verifica ocorrência do 
diagnóstico e tratamento de DST 
pela enfermagem no pré-natal 
realizado na UBS com Estratégia 
de Saúde da Família . 
Assistência pré-natal no 
contexto da estratégia de 
saúde da família 
Pitombeira,Hel
ciacarla dos 
santos et al. 
BDENF Rev.Enferm 
UFPE(on 
line)/2010 
O artigo mostrou assistência ao 
pré-natal em conformidade com 
PHPN, baseado na prevenção e 
promoção da saúde. 
Sífilis na gestação: 
Perspectivas e condutas do 
enfermeiro. 
Nunes,Jacqueli
netargino et al 
BDENF REv Enfem 
UFPE on line, 
Recife/2017 
Este artigo relata que as UBS 
realizam atendimento respeitando 
demandas espontâneas, em geral 
voltadas para especialidade 
médicas. Por outro lado a 
participação do enfermeiro é 
fundamental para fortalecimento 
da atenção ao pré-natal 
principalmente a gestante com 
sífilis. 
Pré-natal no programa de 
saúde da Família (PSF) 
Benigna,Maia 
José Carir et al 
BDENF Rev Cogit 
Enfermagem/ 
2004 
O Artigo relata que o pré-natal 
deve ser encarado como trabalho 
de prevenção de intercorrências 
clinico- obstétrico. 
34 
 
Programa de teste rápido 
para sífilis no pré-natal da 
atenção básica no Rio 
Grande do Sul 
Bagatini, 
Carmen Luisa 
Teixeira. 
LILACS Ciências da 
Saúde./2014 
O artigo destaca aa capacitação 
para médicos, enfermeiros e 
dentistas; a capacitação de pelo 
menos um profissional de cada 
unidade básica o envolvimento da 
equipe municipal; a ativação da 
rede e a construção da linha de 
cuidado. 
Fonte: elaboração própria 
 
De acordo com os artigos supracitados, foi possível perceber que diante da consulta 
pré-natal e do acolhimento a mulher gestante com sífilis, não se pode perder de vista os 
sujeitos envolvidos: o enfermeiro, a mulher e as parcerias sexuais. Na relação profissional, o 
enfermeiro, sujeito singular, com concepções e maneiras próprias de olhar o outro, depara-se 
com um cliente que tem necessidadesde saúde e expectativas em relação à gravidez e à sua 
própria atuação profissional. São as vivências desse profissional, bem como os limites e 
possibilidades do serviço, que levam o enfermeiro a optar por uma ou outra forma de 
abordagem ao cliente. Cabe à equipe de saúde, ao entrar em contato com uma mulher 
gestante, buscar compreender os múltiplos significados da gestação para aquela mulher e sua 
família, notadamente se ela for adolescente. A escuta sensível, sem julgamentos nem 
preconceitos, possibilita que a mulher compartilhe e faça reflexões sobre suas fantasias, 
medos, emoções, amores e desamores, estabelecendo um elo de confiança com o profissional 
que a está assistindo. 
Ressalta-se que o enfermeiro deve desenvolver uma forma peculiar de conduzir a 
situação. Um exemplo disso é o aconselhamento como sendo a forma mais eficiente de 
prevenção quando se trata de cuidados nas relações sexuais. Neste momento, o enfermeiro 
pode ajudar o casal no que se refere ao uso de preservativo e orientar sobre evitar ações de 
promiscuidade. Uma estratégia eficaz é realizar o aconselhamento da parceria sexual de forma 
individual e sigilosa. Nesse primeiro contato com o profissional de saúde, a estratégia pode 
evitar constrangimentos e fazendo sentir-se mais acolhido naquele ambiente que vai precisar 
frequentar. Por meio desse acolhimento adequado, o enfermeiro pode transmitir confiança e 
um ambiente profissional agradável, no qual a parceria sexual tenha garantia de sigilo, 
privacidade e confidencialidade no atendimento. 
Os estudos ressaltam que o aconselhamento é uma das estratégias fundamentais para o 
a quebra da cadeia da transmissão da sífilis, pois uma gestante não tratada pode transmitir a 
doença para o seu bebe por via transplacentária. Nos momentos de aconselhamento, os 
35 
 
enfermeiros podem engravidar modos de cuidado que auxiliam na adesão ao tratamento, bem 
como na organização de um plano de cuidado que envolva as parcerias sexuais dentro da 
realidade e contextos de vida. Em relação às gestantes, a realização de testes no período de 
pré-natal é primordial em prol de diagnóstico precoce e assim permitir o tratamento das 
gestantes positivas para a sífilis, evitando-se assim a transmissão vertical. O MS preconiza 
que as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para sífilis, em especial, as gestantes 
alertando que a sífilis pode levar ao aborto, má formação fetal do feto/ou morte ao nascer. 
Logo, o exame deve ser realizado na primeira consulta de pré-natal, no terceiro trimestre da 
gestação e no momento do parto. Para tanto, faz-se necessário que este enfermeiro construa 
junto a mulher gestante outros modos de cuidados mais pautados na relação de confiança. 
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) constitui o arcabouço das políticas de 
saúde do país, regulamentado pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1981. A 
efetivação do SUS proporcionou a reversão do modelo assistencial centrado na doença, dando 
ênfase para atenção primária à saúde por meio da Estratégia Saúde da Família (BRASIL, 
2005). Ressalta-se que a ESF é o local propicio para identificação de casos de sífilis em 
gestantes pois ela trabalha com um elemento fundamental que é o vinculo. De acordo com a 
Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), o vínculo tem a finalidade de estabelecer 
relação de afetividade entre profissional e usuário, família, comunidade, baseada na ética, na 
corresponsabilidade, no respeito e na confiança. 
Para a operacionalização da ESF, é necessário a criação de equipe multiprofissional 
que atue numa área delimitada. As práticas voltadas para o acompanhamento de mulheres 
grávidas com sífilis vão para além da unidade de saúde, envolvem a comunidade local em seu 
habitat, permitem o conhecimento da realidade e o estabelecimento de prioridades de trabalho 
em curto, médio e longo prazo. As ações básicas a serem executadas pelos profissionais da 
ESF estão descritas nas Normas Operacionais da Assistência à Saúde (NOAS) e constam de: 
atenção à saúde da criança, atenção à saúde da mulher, controle do Diabetes mellitus, controle 
da hipertensão arterial, controle da Tuberculose, eliminação da Hanseníase e ações de saúde 
bucal, de acordo com a Portaria nº 95 de 26 de janeiro de 2001, aprovado pelo ministério da 
saúde (BRASIL, 2005). 
Dentre essas funções, destaca-se o pré-natal. No campo da ESF a atuação do 
enfermeiro no pré-natal deve dar especial atenção ao acolhimento como um dos instrumentos 
utilizados na prestação de um cuidado sensível, facilitador da aproximação entre o cuidador e 
36 
 
o cliente. Saber utilizar a escuta ativa, a clínica ampliada e a sensibilidade é um requisito 
primordial no trabalho com a mulher grávida, especialmente as que são portadoras de sífilis 
dada à sensibilidade emocional por ela manifestada. A atenção dispensada pelo enfermeiro à 
mulher grávida no pré-natal é uma das ações recomendadas no Programa Saúde da Mulher, 
garantido por meio de políticas públicas de saúde (DUARTE, 2006). A construção de vínculo 
com os usuários é de fundamental importância, pois, é a partir desse componente que se 
estabelece uma relação de confiança com o usuário no cotidiano. O vínculo amplia, portanto, 
a eficácia do tratamento, favorecendo a participação das parcerias nas ações desenvolvidas 
por meio de uma boa escuta. 
Assim, o pré-natal não deve ser somente um momento técnico centrado em um 
fenômeno biológico, visto que tal conduta não estabelece vínculo, acolhimento, confiança e 
segurança, dificultando a relação enfermeiro/gestante. O enfermeiro deve considerar que o 
conteúdo emocional é fundamental para a relação profissional/cliente. O estabelecimento do 
vínculo estimula o profissional de saúde a utilizar sua sensibilidade para “olhar” a cliente 
como um ser biopsicossocial, alguém que possui uma história particular antes da história 
clínica. O profissional enfermeiro tem sua autonomia mediante ao protocolo de enfermagem, 
garantindo a essa mulher tratamento eficaz e diagnóstico precoce da sífilis promovendo 
projetos educativos, orientação para essa família e aproximar a parceria sexual no pré-natal. 
O controle da Sífilis requer, portanto, maior engajamento de profissionais que atuam 
na atenção primária e a invenção de outros modos de cuidado, uma vez que é nesse nível de 
assistência que deve ocorrer o acompanhamento pré-natal, oportunidade ímpar de detecção 
precoce de sífilis e os primeiros cuidados relacionados à prevenção da transmissão vertical. 
Por outro lado, é imperiosa a capacitação de profissionais quanto às questões técnicas do 
manejo da doença como na abordagem de gestantes com sífilis, respeitando as especificidades 
e dificuldades vivenciadas para o seguimento adequado do tratamento. O acompanhamento e 
o controle do pré-natal são fatores fundamentais para uma eficácia no tratamento e seu 
diagnóstico. 
Assim, novas estratégias devem ser criadas pelo enfermeiro para a implicação da 
gestante e sua parceria sexual ao tratamento, podendo, assim, melhorar os índices 
epidemiológicos da sífilis no Brasil. O acompanhamento da gestante com VDRL reagente 
requer dos profissionais de saúde adoção de condutas atualizadas e adequadas. Para tanto, faz-
se necessário que profissionais responsáveis por realizar o acompanhamento pré-natal na 
37 
 
atenção primária estejam capacitados e comprometidos com assistência de qualidade em prol 
da prevenção da SC e, consequentemente, a melhoria dos indicadores de morbidade e 
mortalidade materna e perinatal (ARAUJO, 2014). Nesse sentido, outra estratégia a ser 
utilizada pelos enfermeiros é manter com as mulheres gestantes e suas parcerias uma boa 
comunicação. Sabe-se que a comunicação eficaz pode evitar falhas e aproximar as parcerias 
de gestantes com sífilis dos serviços de saúde, além de propiciar iniciativas que favorecem o 
vínculo. Através de uma boa comunicação

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