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RESUMOS DO II EFIBA 2015

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CADERNO DE RESUMOS 
 
 
 
Caderno de Resumos (recurso eletrônico) do II Encontro Encontro de Filosofia da Bahia, 22 de setembro 
de 2015. Juliana Aggio (org), Malcom Rodrigues (org), Paulo Bertoni (org), Roberto Rosa (org.). 
Salvador – BA, UFBA. 
1 CD ROOM 
ISSN: 2358-5862 N.1 V.1 ANO 2015 
 
Salvador, setembro de 2015 
 
2 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA 
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS 
 
Reitor 
João Carlos Salles Pires da Silva 
Vice-Reitor 
Paulo César Miguez de Oliveira 
Pró-Reitora de Extensão 
Fabiana Dultra Britto 
Diretora do Departamento de Filosofia e Ciências Humanas 
Maria Hilda Baqueiro Paraíso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
Coordenação Geral 
Prof.ª. Drª. Juliana Aggio (UFBA) 
 
Comissão Organizadora 
Prof. Dr. Alex Leite (UNEB) 
Prof.ª. Drª. Giovana Temple (UFRB) 
Prof. Dr. Malcom Rodrigues (UEFS) 
Prof. Dr. Paulo Bertoni (UESB) 
Prof. Dr. Rafael Azize (UFBA) 
Prof. Dr. Roberto Sávio Rosa (UESC) 
 
Comissão Científica 
Prof. Dr. Alex Leite (UNEB) 
Prof. Dr. Giovana Temple (UFRB) 
Prof. Dr. Jarlee Salviano (UFBA) 
Prof. Dr. João Carlos Salles (UFBA) 
Profa. Dra Juliana Aggio (UFBA) 
Prof. Dr. Malcom Rodrigues (UEFS) 
Prof. Dr. Marco Aurélio Oliveira (UFBA) 
Prof. Dr. Paulo Bertoni (UESB) 
Prof. Dr. Rafael Azize (UFBA) 
Prof. Dr. Roberto Sávio Rosa (UESC) 
 
Coordenação geral da comissão Discente 
Vívian Val Monteiro 
4 
 
 
II ENCONTRO DE FILOSOFIA DA BAHIA 
 
Realização 
Universidade Federal da Bahia 
Universidade Estadual de Feira de Santana 
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia 
Universidade Estadual de Santa Cruz 
Universidade do Estado da Bahia 
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia 
 
Apoio 
PROEXT/UFBA – Pró-Reitoria de Extensão da UFBA 
FFCH/UFBA – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas 
 
Patrocínio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Sumário 
 
Apresentação ................................................................................................................................ 6 
Programação completa do II EFIBA ............................................................................................... 7 
Índice dos autores.........................................................................................................................9 
Resumos ...................................................................................................................................... 15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Apresentação 
 
O Encontro de Filosofia da Bahia (EFIBA), evento concebido e realizado 
conjuntamente pelas seis Universidades públicas da Bahia que possuem curso de 
filosofia, tem por intuito promover a excelência e o rigor das atividades filosóficas 
locais, proporcionando maior visibilidade nacional e internacional à produção filosófica 
baiana, bem como consolidando o estado da Bahia enquanto um dos polos de pesquisa 
filosófica do nosso país. A realização do evento não é apenas uma oportunidade de 
estimular e reunir a pesquisa filosófica produzida na Bahia, mas também de disseminar 
os seus resultados para fora do estado e do país. A Bahia abriga seis Universidades 
públicas que possuem curso de filosofia, e são essas seis Universidades que, 
conjuntamente, organizam os EFIBAs: Universidade Federal da Bahia (UFBA), 
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Universidade Estadual do 
Sudoeste da Bahia (UESB), Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), 
Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e Universidade Estadual de Feira de Santana 
(UEFS). O I EFIBA foi realizado no ano passado, em Feira de Santana, na UEFS. O II 
EFIBA chega à Universidade Federal da Bahia desta vez e com o entusiasmo próprio à 
bela cidade de Salvador. Contaremos com a participação de estudantes, professores e 
pesquisadores de diversas regiões do país e do mundo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Programação completa do II EFIBA 
 
DIA 22/09/2015 – TERÇA-FEIRA 
HORÁRIO LOCAL ATIVIDADE 
9h-12h PAF V, campus de Ondina 
(UFBA) 
Recepção e Credenciamento 
14h Auditório 1 do PAF V Solenidade de abertura com o Reitor da UFBA 
João Carlos Salles 
14h-17h Auditório 1 do PAF V Conferências de Abertura 
A amizade em Aristóteles 
Carlo Natali, da Universidade de Veneza e 
Aristóteles e a retórica das emoções: 
 teoria e modo de aplicação 
Cristina Viano, do CNRS – Paris. 
18h-21h Auditório 1 do PAF V Mesa redonda Diálogos entre os filósofos antigos 
Fernando Puente (UFMG), Marisa Lopes (Ufscar) 
e Christiani Menezes e Silva (UESC) 
 
DIA 23/09/2015 – QUARTA-FEIRA 
HORÁRIO LOCAL ATIVIDADE 
8h30-9h30 Auditório 1 do PAF V Notas sobre caráter e competência 
João Carlos Salles (UFBA) 
9h30-10h30 Auditório 1 do PAF V Mesa redonda A importância do PET e do PIBID 
na filosofia 
10h30-12h30 Auditórios do PAF I e do PAF V Sessões de Comunicação 
14h-15h Auditório 1 do PAF V Vida e morte em Foucault 
Giovana Temple (UFRB) 
15h-17h30 Auditórios do PAF I e do PAF V Sessões de Comunicação 
18h-21h Auditório 1 do PAF V Mesa redonda A recepção dos antigos na 
filosofia medieval José Estevão (USP), Fátima 
Évora (Unicamp) e Marco Aurélio Oliveira (UFBA) 
 
DIA 24/09/2015 – QUINTA-FEIRA 
HORÁRIO LOCAL ATIVIDADE 
8h30-9h30 Auditório 1 do PAF V Um comentário sobre as paixões em Descartes 
Paulo Bertoni (UESB) 
9h30-12h30 Auditórios do PAF I e do PAF V Sessões de Comunicação 
14h-15h Auditório 1 do PAF V Spinoza, um epicurista? 
Alex Leite (UNEB) 
15h-17h30 Auditórios do PAF I e do PAF V Sessões de Comunicação 
17h30-18h Auditório 1 do PAF V Lançamento do livro Descartes e a Morte de 
Deus, de Joceval Bitencourt 
18h-21h Auditório 1 do PAF V Mesa redonda A retomada moderna dos antigos 
Maria das Graças de Souza (USP), Emanuel 
Fragoso (UECE) e Joceval Bitencourt (UNEB) 
8 
 
 
DIA 25/09/2015 – SEXTA-FEIRA 
HORÁRIO LOCAL ATIVIDADE 
8h30-9h30 Auditório 1 do PAF V Trágico e tragédia em Adonias Filho 
Sávio Rosa (UESC) 
9h30-12h30 Auditórios do PAF I e do PAF V Sessões de Comunicação 
14h-15h Auditório 1 do PAF V Aspectos wittgensteinianos da experiência 
estética 
Rafael Azize (UFBA) 
15h-17h30 Auditórios do PAF I e do PAF V Sessões de Comunicação 
18h-21h Auditório 1 do PAF V Mesa redonda A resposta contemporânea aos 
antigos problemas filosóficos 
Franklin Leopoldo e Silva (USP), Richard Simanke 
(UFJF) e Malcom Rodrigues (UEFS) 
21h Auditório 1 do PAF V Solenidade de Encerramento com a 
apresentação do violonista Felipe Rebouças 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Índice de autores 
 
 
Adriana Tabosa (p. 134) 
Aislan Alves Bezerra (p. 154) 
Alan Brandão Morais (p. 63) 
Alan Sampaio (p. 97) 
Aline Valéria Ramos de Almeida (p. 60) 
Amanda Ataide Santos (p. 153) 
Ana Beatriz de Lima Correia (p. 156) 
Ana Lucia Santos (p. 158) 
Ana Margarete Barbosa de Freitas (p. 157) 
Ana Rita Santos Tabosa (p. 121) 
Anderson Rodrigues (p. 42) 
André Roberto Tonussi Arnaut (p. 34) 
Angela Lima Calou (p. 90) 
Ângelo Márcio Macedo Gonçalves (p. 136) 
Antônio Ismael da Silva Lima (p. 46) 
Antonio Janunzi Neto (p. 31) 
Apaoan Machado (p. 126) 
Aroldo Mira Pereira (p. 67) 
Aylton Fernando Andrade Brito (p. 81) 
Brenda Oliveira do Espirito Santo (p. 55) 
Brendha Maria Malheiro Grangeiro (p. 25) 
Bruno Silva dos Santos (p. 65) 
Caio Leone de Almeida MouraFilho (p. 93) 
Carla Vanessa Brito de Oliveira (p. 22) 
Carlos Eduardo Gomes (p. 16) 
Carlos Emanuel Melo (p. 105) 
10 
 
Charleston Silva Souza (p. 167) 
Clara Rocha Mascena (p. 101) 
Cláudia Moraes Teixeira (p. 70) 
Claudiano Avelino dos Santos (p. 148) 
Claudio de Sousa Rocha (p. 165) 
Cleide Servilha Couto (p. 163) 
Cleiton Souza (p. 114) 
Crislane Barreto Santana (p. 41) 
Cristian Arão Silva de Jesus (p. 131) 
Cristina Moreira Jalil (p. 76) 
Daiane Soares dos Santos (p. 89) 
David Velanes de Araújo (p. 119) 
Dayane Tosta Costa (p. 137) 
Débora Souza de Almeida (p. 159) 
Deivide Garcia da Silva Oliveira (p. 133) 
Diego Guimarães (p. 96) 
Dioclézio Faustino (p. 164) 
Edcleide Silva (p. 47) 
Eliene Silva (p. 113) 
Elsa Marisa Dal Lago (p. 132) 
Elton Moreira Quadros (p. 160) 
Elza Silva dos Santos (p. 62) 
Enrique Bruno Lima Martins (p. 173) 
Erica Lopes de Oliveira (p. 115) 
Estanislau Fausto Dantas Santana (p. 103) 
Evandro Salvador Miranda (p. 141) 
Evanildo Couto dos Santos (p. 169) 
Felipe R. L. Santos (p. 155) 
Fernanda de Jesus Almeida (p. 98) 
11 
 
Flávio de Oliveira Silva (p. 45) 
Francisco de Assis Silva (p. 106) 
Gabriel da Silva Silveira (p. 83) 
Genival Carvalho Batista (p. 52) 
Germano Aparecido Dansiger Neto (p. 57) 
Giorgio Borghi (p. 59) 
Gustavo Rafael Bianchi A. Ferreira (p. 117) 
Hilton Leal da Cruz (p. 118) 
Igor Lucas Adorno Santos (p. 149) 
Jaquissom Aguiar Guimarães (p. 88) 
Janiel de Oliveira Santos (p. 92) 
Jean Marcelo dos Santos Faraoh (p. 128) 
Jefferson Martins Viel (p. 104) 
Jezer Hezrom Lima de Oliveira (p. 87) 
Jilvania de Jesus Barbosa & Caroline Ribeiro (p. 116) 
João Lourenço Borges Neto (p. 123) 
Jociel Nunes Vieira (p. 85) 
Jorge Luis da Silva Santos (p. 174) 
José Américo Soares Neto (p. 171) 
José Lourenço Araújo Leite (p. 144) 
José Marcos Menezes Santos (p. 127) 
José Martins de Lima Neto (p. 78) 
José Portugal Santos Ramos (p. 79) 
Josemary da Guarda Souza (p.146) 
Josiel Pereira Santos (p. 122) 
Juliomar Marques Silva (p. 58) 
Karla Cristhina Soares Sousa (p. 43) 
Laiane Almeida Teles (p. 151) 
Laio Sampaio Bispo (p. 124) 
12 
 
Laiz Dantas (p. 91) 
Leidiane Coimbra Castro (p. 24) 
Leíner Emanuella de Carvalho Hoki (p. 143) 
Leliana Vieira Silva (p. 18) 
Leonardo Araújo Oliveira (p. 26) 
Leonardo Silva (p. 166) 
Letícia Olano Morgantti Salustiano Botelho (p. 71) 
Liamar Francisco (p. 49) 
Ligea Clara De Carvalho Hoki (p. 51) 
Lisandro Bacelar Silva, Uarison Barreto, Marco Antonio Ribeiro (p. 30) 
Livia Karla Lima Leite (p. 28) 
Lucas Nascimento (p. 32) 
Luciene Braga Ramos Borges (p. 40) 
Luis Alberto Santos (p. 44) 
Luis Vitor da Silva Abreu (p. 68) 
Luiz Eduardo Gonçalves Oliveira Freitas (p. 84) 
Luiza Simões Pacheco (p. 102) 
Luize Santos de Queiroz (p. 147) 
Maiara Rúbia Miguel (p. 145) 
Manoel Neto (p. 21) 
Manoel Pereira Lima Junior (p. 35) 
Manuela de Araujo Barreiros Santos (p. 130) 
Maria Aucimara Ribeiro Santos (p. 38) 
Maria Cândida Neres Batista (p. 125) 
Mariana Andrade Santos (p. 15) 
Mariana Moreira da Silva (p. 168) 
Mariluce dos Santos (p. 27) 
Mônica Souza de Oliveira (p. 109) 
Moreno Baêta Neves Barbé (p. 69) 
13 
 
Morganna Vellozo Palhares (p. 129) 
Murilo Garcia de Matos Amaral (p. 161) 
Mykael Morais Viana (p. 135) 
Nailton Fernandes (p. 75) 
Najla Peixoto dos Santos (p. 20) 
Natan Luiz Neri de Sousa (p. 138) 
Nélio Gilberto dos Santos (p. 120) 
Newton Pereira Amusquivar Junior (p. 53) 
Orlando Pinho Guerra Filho (p. 77) 
Pablo Enrique Abraham Zunino (p. 110) 
Paulo Giovani Lins (p. 152) 
Paulo Sérgio Oliveira Santana (p. 37) 
Pedro Miguel Sousa Santos (p. 175) 
Rafael Azevedo (p. 150) 
Ramires Fonseca Silva (p. 107) 
Raquel Anjos (p. 73) 
Reinaldo Batista dos Santos Filho (p. 111) 
Reinaldo Sales Oliveira (p. 48) 
Rodrigo Ornelas França (p. 142) 
Rodrigo Seixas Pereira Barbosa (p. 54) 
Ronaldo Moreira de Souza (p. 61) 
Ronildo Alves Brito (p. 172) 
Rosa Ilana Santos & Girlene Andrade de Assis (p. 86) 
Rosaly Ramos de Morais (p. 162) 
Roseane Welter (p. 50) 
Samuel Leite (p. 95) 
Saulo Matias Dourado (p. 39) 
Simone Freitas Santos (p. 19) 
Simone Siqueira Pereira (p. 23) 
14 
 
Solange Alves Sobreira (p. 64) 
Tatiana Souza Correia (p. 170) 
Tatiane Boechat Zunino (p. 33) 
Tiago Araujo (p. 36) 
Tiago de Jesus Sousa (p. 72) 
Thaís Souza (p. 100) 
Thiago Felipe Lima da Mata (p. 108) 
Uilson de Almeida Bittencourt (p. 56) 
Valério Cássio Silva de Oliveira Junior (p. 74) 
Vilma dos Santos Borges (p. 82) 
Vitor Duarte Ferreira (p. 80) 
Vivian Silva Santos (p. 94) 
Vívian Val (p. 17) 
Viviane Rocha (p. 140) 
Webert Ribeiro Oliviera (p. 99) 
Wellington Amâncio da Silva (p. 29) 
Ybine Dias Correia (p. 139) 
Yves São Paulo (p.112) 
 
 
 
15 
 
Resumos 
 
A ARTE DA PINTURA DE SI: AS CORES DO EU NA ESCRITA FILOSÓFICA 
 
Mariana Andrade Santos (UFG) 
 
 
A metáfora da pintura de si mesmo aparece tanto nos Ensaios de Montaigne como nas 
Confissões de Rousseau. As encenações do eu no texto filosófico se revelam através de 
uma comparação da escrita com a arte do pintor retratista. A escritura do eu se realiza 
através da forma de um autorretrato: no lugar das tintas, palavras e no papel de pintores, 
filósofos. Essa espécie de pintura filosófica do eu é a tarefa que o eu enunciador do 
discurso filosófico coloca diante de si. A arte de pintar a si mesmo é realizada através de 
um exercício de escrita capaz de criar um espaço que permita a revelação do eu. A obra 
forma um espaço externo para tornar visível uma interioridade: um local onde o eu é 
capaz de se mostrar através do movimento do exercício da escrita. O presente trabalho 
propõe, desse modo, investigar as fronteiras e limiares entre filosofia e literatura através 
dos rastros deixados pelo exercício da forma e de enunciação do eu filosófico. Para tal, 
no nosso primeiro excurso, pautaremos as nossas análises no eu indivíduo de Montaigne 
e no autobiográfico rousseauniano. No segundo excurso, investigaremos a defesa 
contemporânea da forma ensaística na filosofia: o lugar ocupado pelo eu enquanto 
narrador do ensaio e a consequente reabilitação do elemento subjetivo descartado pelo 
discurso científico. As reflexões críticas de Adorno em O ensaio como forma serão 
retomadas com o intuito de mostrar a elaboração da filosofia entendida como um 
exercício linguístico de expressão. 
 
 
Palavras-Chaves: Escrita Filosófica, Eu Filosófico, Escrita Ensaística 
 
16 
 
A ÁSKESIS, UMA GENEALOGIA DO SUJEITO ENTRE NIETZSCHE E 
FOUCAULT 
 
Carlos Eduardo Gomes (UFBA) 
 
 
Debate iniciado por Nietzsche sobre o ideal ascético como uma renúncia de si, na 
Genealogia da Moral, é uma crítica ao vínculo de como o sujeito na história do 
pensamento e da existência foi construído através da ideia de verdade, a vontade moral 
de verdade e a ascese filosófica se tornam imanentes na metafísica, na prática religiosa e 
ciência moderna, em favor de uma moral repressora da vida. Por outro lado, a filosofia 
de Foucault, com sua “arqueogenealogia”na redescoberta do conceito ético do cuidado 
de si da filosofia antiga, lançou outra interpretação da áskesis (ascese), a prática de si, 
desvelando a necessidade de transformação do sujeito frente ao domínio discursivo dos 
saberes científicos presentes na cultura contemporânea. A afirmação da vida na filosofia 
de Nietzsche e de Foucault traçam outra perspectiva para a filosofia como modo de 
vida; constituem projetos filosóficos diferentes e não se pode tomar linearmente um 
projeto pelo outro, como se fossem a mesma investigação da genealogia da moral, pois 
a partir da prática e do conceito de áskesis se pode encontrar deslocamentos e 
divergências na filosofia de Nietzsche, da ascese como uma renúncia da vida e do 
corpo; a áskesis em Foucault como possibilidade de liberdade e autonomia para o 
sujeito. Porém, há pontos de contato entre Nietzsche, inspirador de espíritos livres, e 
Foucault, com sujeito do cuidado de si, pois ambos promoveram análise filosófica da 
suspeita sobre a relação entre o sujeito e produção da verdade. Questionando o 
significado e o sentido da áskesis na relação sujeito e verdade, Nietzsche e Foucault 
abriram caminhos para estudos da filosofia como modo de vida, em favor da 
autopoiesis de si, pelo exercício filosófico de criação livre de si, uma ética e estética do 
homem como obra de arte de si no trágico da existência. 
 
 
Palavras-Chaves: Ética, Áskesis, Sujeito 
 
 
17 
 
A ASSIMILAÇÃO E O APRENDIZADO POÉTICO EM ARISTÓTELES 
 
Vívian Val (UFBA) 
 
 
Com base na Poética, pode-se dizer que Aristóteles estabelece duas vias para qualificar 
a arte, tanto se pode falar que a obra de arte é boa baseando-se na análise das ações 
(πρᾶξις) retratadas nas fábulas (μῦθος), como com base na estrutura das ações que 
perfazem a fábula. A estrutura das ações é a própria fábula que, segundo o filósofo, é a 
essência dos objetos de arte. No que diz respeito à estrutura, dois são os critérios para a 
boa composição, (i) a construção dos acontecimentos segundo a probabilidade (εἰκὸς) e 
a necessidade (ἀναγκαῖον), elementos que proporcionarão à fábula uma unidade (ἓν), e 
(ii) uma dimensão (μέγεθος) tal que permita ao espectador perceber o objeto artístico 
em sua totalidade (ὅλον). Realizados esses dois critérios – da unidade e da extensão –, o 
resultado será não apenas uma boa obra de arte, mas também a memorização da fábula 
por parte do espectador. A esse processo de o espectador perceber, compreender, e 
memorizar o objeto artístico chamo assimilação poética. Diante disso, pretendo verificar 
de que modo a assimilação da fábula se relaciona com o aprendizado, um dos efeitos 
que será proporcionado pela boa arte, pois, embora mencione que as espécies poéticas 
possuem a capacidade de presentear o espectador com um aprendizado, o filósofo não 
deixa claro se existem condições necessárias para que o aprendizado decorra, e se sim, 
quais seriam. 
 
Palavras-Chaves: Aristóteles, Aprendizagem, Assimilação poética 
 
18 
 
 
A CONCEPÇÃO DE NIETZSCHE SOBRE A EDUCAÇÃO E SUAS POSSÍVEIS 
CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO BRASILEIRA 
 
Leliana Vieira Silva (UESB) 
 
 
O principal objetivo desse artigo é analisar a concepção da educação em Nietzsche e 
suas possíveis contribuições para compreender a educação brasileira. Nesse sentido 
justifica-se essa análise por considerar que o que permite a superação do homem animal 
ao super-homem é a educação. A ponte estendida entre a besta e o super-homem é a 
educação enquanto compreendida no interior, na tensão e na dinâmica da vontade de 
poder, que é a afirmação do sentido da existência e da afirmação da vontade enquanto 
poder de transformar a si mesmo. Dessa forma, a educação pode ser entendida como um 
percurso que possibilita ao homem concretizar a si mesmo enquanto se mantém fiel ao 
sentido da terra. Educar é possibilitar a afirmação da vontade de poder contra toda 
forma de dominação quer seja ela moral, religiosa, política. A atitude crítica de 
Nietzsche perante as instituições e aos valores estabelecidos é favorável aos jovens que 
querem superar as concepções estabelecidas socialmente, enquanto adestradores e 
ajustadores ao sistema, criando jovens com concepções subservientes e indiferentes às 
questões vitais da existência. A principal justificativa é procurar compreender como 
Nietzsche concebe a educação e qual é a importância na afirmação da vontade de poder 
que torna o homem senhor de si e não membro do rebanho, e como elas podem ser 
confrontadas com os desafios da educação brasileira na atualidade. 
 
 
Palavras-Chaves: Nietzsche, Educação, Poder 
 
 
19 
 
A CONCEPÇÃO VULGAR DE HISTÓRIA: O CONCEITO DE HISTORIOGRAFIA 
EM SER E TEMPO. 
 
Simone Freitas Santos (UEFS) 
 
 
A presente pesquisa visa compreender a crítica feita pelo filósofo contemporâneo 
Martin Heidegger a filosofia à “história” e o papel fundamental do Dasein como gestor 
da sua história e tempo. Contrapondo, assim, com a concepção de “historia” já 
estabelecida ao homem pela tradição filosófica. E demonstrar através da obra Ser e 
Tempo o que propriamente Martin Heidegger pretende ao tratar desta concepção vulgar 
e se há uma problemática “ontológico-existencial da historicidade”. Inicialmente, 
trataremos do conceito de historiografia para dialogar com o conceito vulgar de história, 
indicando, portanto, um homem histórico que “ek-siste”. Logo, pretendemos alcançar o 
entendimento acerca da crítica à filosofia da história pelo filósofo. Gostaríamos de 
ressaltar que esta comunicação é parte de uma pesquisa que se encontra em andamento, 
e que pretende buscar pensar a relação entre Dasein e sua historicidade a apropriação da 
tradição cultural popular que está posta ao ser humano no decorrer da história. 
 
 
Palavras-Chaves: História, Historiografia, Dasein 
 
20 
 
A CONSTITUIÇÃO DA SUBJETIVIDADE NA FILOSOFIA ÉTICA DE 
EMMANUEL LÉVINAS 
 
Najla Peixoto dos Santos (UFRB) 
 
 
Pretende-se, com este trabalho, realizar um estudo de análise na perspectiva do filósofo 
Lévinas apresentando a relação ética intersubjetiva, com o intuito de alcançar possíveis 
respostas para a proposta aqui a ser discutida, a constituição da subjetividade. Em sua 
filosofia, Lévinas afirma que ao estabelecer uma relação interpessoal, o outro deve ser 
compreendido na sua exterioridade, percebendo-o não numa relação de totalidade, na 
qual prevalece o imperialismo do eu, mas numa abertura à sua complexidade e 
diferença. Assim, veremos que a relação do Eu consigo mesmo, que na tradição 
filosófica era primordial, perde espaço pra a intersubjetividade na filosofia levinasiana, 
e esta adquire maior relevância tendo o outro como fator principal. Este se relava na 
relação face-a-face, convocando à responsabilidade da ética da alteridade.Deste modo, 
o filósofo, ao propor uma ressignificação da relação intersubjetiva, desloca o eu, que até 
então ocupava lugar de destaque nessa relação e aponta para uma direção na qual o 
papel principal é ocupado pelo outro da relação, aquele que evoca para a 
interpessoalidade e nos exige um posicionamento, um revelar-se de si diante de um 
outro eu. O desafio aqui é compreender como Lévinas, ao colocar o outro na 
centralidade de sua filosofia ética, explica o lugar deste na constituição da subjetividade. 
 
 
Palavras-Chaves: Subjetividade, Ética, Lévinas 
 
21 
 
 
A CONSTRUÇÃO DA CONSCIÊNCIA NO SER SOCIAL EM KARL MARX DOS 
MANUSCRITOS ECONÔMICO-FILOSÓFICOS 
 
Manoel Neto (UFRB) 
 
 
A presente produção visa promover reflexões filosóficas em torno do conceito da 
consciência no ser social em Karl Marx nos Manuscritos econômico-filosóficos de 
1844. A partir deste referencial, o texto buscará fundamentar a problemática da 
construção da consciência por meio da relação material, social e histórica. Em Marx, a 
caracterização do ser se define em torno da mutabilidade, para isso será relacionado a 
compreensão do ser social com o devir do ser em Heráclito. Pois, pela sua atividade 
prática intencional dos indivíduos revela pelo trabalho a modificação da natureza e da 
realidade, tornando estes objetos cognoscíveis. Diante disso, Marx (2009), percebe que 
a relação material e a socialização dos indivíduos são produzidas como elementos 
históricos, em que a objetividade humana está diretamente entrelaçada à conexão pela 
sociabilidade entre os indivíduos. Assim, a linguagem torna-se o modo real e prático 
para confirmação e compreensão no outro e, da sua forma de pensar mediante a 
realidade. Este pressuposto demonstra que a linguagem, como reflexo do real e da 
interação, concederá pelas vivências práticas, sentido e significação à vida, bem como, a 
construção do conhecimento e validação dos elementos do mundo. Deste modo, 
pretende-se discutir que a construção da consciência parte necessariamente por relações 
com o outro e pelo mundo prático, tendo em vista que os indivíduos, mediante 
compreensão da realidade, poderão desvelar caminhos emancipatórios e educativos para 
constituir a tomada de consciência, o que propiciará tanto a mudança de si, quanto das 
circunstâncias sociais em ações coletivas por meio da práxis. 
 
 
Palavras-Chaves: Realidade, Consciência, Ser Social 
 
22 
 
 
A CRÍTICA DE HEGEL AO SUBJETIVISMO KANTIANO 
 
Carla Vanessa Brito de Oliveira (UFBA) 
 
 
O objetivo da comunicação é a apresentação da crítica hegeliana ao chamado 
subjetivismo kantiano, especialmente no campo epistemológico. De acordo com Hegel, 
Kant, ao erigir seu projeto de crítica à razão, incorre em dogmatismo subjetivo ao 
limitar a atividade da razão teórica às determinações finitas do entendimento. Este [o 
entendimento], na medida em que realiza a síntese das percepções, possível pela 
espontaneidade do sujeito puro, constrói um tipo de conhecimento empírico que é 
representativo e, assim, mediado subjetivamente. Ademais, segundo Hegel, os conceitos 
em Kant não possuiriam realidade ontológica, contrariando a própria identidade lógica 
entre ser e pensar, fundante da discursividade do real. Kant partiria da radical separação 
entre sujeito e objeto, de modo a sustentar dualismos a exemplo de fenômeno e coisa 
em si. Nessa medida, reconhecendo que a unidade sintética do conhecimento está 
circunscrita a uma mediação subjetiva autossuficiente e vazia de conteúdo, Hegel 
compreende que a objetividade do entendimento em Kant se efetiva enquanto 
subjetivismo abstrato e formal. Compreendendo a crítica hegeliana ao subjetivismo 
kantiano com lócus no interior da discussão acerca do conhecimento, a apresentação da 
crítica em questão se realizará enquanto explicitação do caráter reflexivo da experiência 
do saber em Hegel, de modo que a crítica ao subjetivismo kantiano se justifique através 
da crítica do modelo epistemológico transcendental procedimental a partir de um 
modelo epistemológico reflexivo imanente. 
 
 
Palavras-Chaves: Epistemologia Moderna, Criticismo Kantiano, Crítica Hegeliana 
 
23 
 
A DESCONSTRUÇÃO DO SABER FILOSÓFICO E SUAS IMPLICAÇÕES NA 
FORMAÇÃO DO PROFESSOR. 
 
Simone Siqueira Pereira (UFF) 
 
 
A Filosofia nasce em um contexto grego no qual predominava a vivência do mito, as 
experiências vividas pelo ser humano que busca explicar de forma racional a vida. Na 
área da formação do educador, o isolamento das disciplinas se torna um elemento 
fragmentador na construção do conhecimento, por serem múltiplos os campos de saber 
que investigam a realidade social. A Filosofia desempenha papel imprescindível na 
formação do educador nos cursos de graduação do nosso país. Na medida em que surge 
um problema, que é o ponto de partida para a atitude filosófica, surge a filosofia, pois 
ela nos remete a um momento de reflexão filosófica com fundamento em seu sentido 
global, no qual é possível ter uma postura dialética, pensando criticamente para 
compreender as partes que constituem a realidade. A Filosofia tenta superar a 
fragmentação do real, para que o homem seja resgatado na sua integridade e não 
sucumba à alienação do saber parcelado. A Filosofia tem uma função de 
interdisciplinaridade, estabelecendo o elo entre as diversas formas do saber e do agir. A 
necessidade de romper com a tendência fragmentadora e desarticulada do processo do 
conhecimento justifica-se pela compreensão da importância da interação e 
transformação recíprocas entre as diferentes áreas do saber. O isolamento das 
disciplinas hoje é o principal elemento fragmentador do saber, pois se houvesse em 
nosso sistema a interdisciplinaridade nas disciplinas o saber seria construído de forma 
aprazível pelos alunos. As aulas se tornariam mais estimulantes, haveria diminuição da 
evasão em determinadas aulas, haveria um conhecimento maior de cada disciplina. O 
saber seria construído por todos através do questionamento do “problema”, seria 
possível haver uma reflexão filosófica, levando ao conhecimento. O papel da Filosofia é 
justamente trazer essas discussões (reflexões) para a prática docente, levando a buscar 
as implicações na formação do professor nas mais diferentes áreas do saber. 
 
 
Palavras-Chaves: Formação-Saber-Interdisciplinaridade, Diálogo-Fragmentação-
Saber, Professor-Formação-Conhecimento 
 
 
24 
 
A DISPONIBILIDADE DO SUJEITO COMO UM PROBLEMA ÉTICO 
 
Leidiane Coimbra Castro (UFBA) 
 
 
Em A questão da técnica, Heidegger afirma que na contemporaneidade uma nova 
categoria é instaurada e a partir dela podemos responder às perguntas: o que é o homem, 
o mundo, o ser... esta é a "disponibilidade". Pertencendo à estacategoria a interpretação 
do modo de ser na nossa época acontece como "disponível". Este trabalho pretende um 
aprofundamento deste termo, estabelecendo uma relação entre Heidegger e Heisenberg, 
para então pensá-lo em uma perspectiva ética. A pergunta acerca de um sentido ético, 
portanto, se faz sobre um fundo ontológico, uma vez que é tomando a perspectiva do 
desvelamento do ser como disponível que constitui a técnica que fundamos nossa 
questão. Entendemos que a dificuldade de se colocar este problema a partir de 
Heidegger acontece, sobretudo, pela dificuldade de evidenciarmos o tema da ética em 
sua filosofia. No entanto, admitimos a possibilidade de problematizá-la a partir da 
estrutura do Dasein que, como ser-aí, ser-com, tem seus modos de ser possibilitados 
pela sua relação com o mundo e com os outros e, em última instância, como afirma 
Joana Hodge, em Heidegger e a ética, que se preocupa com o Ser. 
 
 
Palavras-Chaves: Ética, Técnica, Disponível 
 
 
25 
 
A EDUCAÇÃO PARA AUTONOMIA EM KANT 
 
Brendha Maria Malheiro Grangeiro (UFCA) 
 
 
Neste trabalho procuro analisar a proposta de Kant para a educação, que busca 
desenvolver predisposições naturais do homem e torná-lo capaz de um convívio social. 
Para Imannuel Kant, o homem é a única criatura que precisa ser educada. A educação 
nesse contexto pode ser entendida como o cuidado desde a infância, no qual se faz 
necessário que o indivíduo cumpra etapas, tais como o cuidado, a disciplina, cultura e 
prudência, já que enquanto crianças as ações são baseadas nos desejos. A educação terá 
o papel de aproximar a humanidade da moralidade, desenvolvendo a racionalidade. 
Encontro aqui a necessidade de investigar o processo de formação moral desses 
indivíduos, já que na formação autônoma precisamos de homens com ações livres, 
então como conceber essa liberdade e moralidade na formação do indivíduo? Essa 
educação é essencialmente moral? Como se daria essa educação moral? Como o homem 
adquire consciência moral? O caminho proposto por Kant possui dois objetivos 
principais. Uma formação voltada para o indivíduo, priorizando a formação moral. 
Assume também o papel da educação através das gerações. A moralidade é atingida no 
fim do processo. 
 
 
Palavras-Chaves: Kant, Educação, Autonomia 
 
 
26 
 
A EMERGÊNCIA DO NEGATIVO EM ASSIM FALOU ZARATUSTRA 
 
Leonardo Araújo Oliveira (UNESP) 
 
 
Em algumas passagens de sua autobiografia intelectual, Nietzsche parece ressaltar a 
preponderância da afirmação em sua obra Assim falou Zaratustra. Por exemplo, quando 
destaca o conceito de eterno retorno como a chave principal da obra e estabelece tal 
pensamento como o ápice de um estado afirmativo alcançável; ou quando diz que Além 
do bem e do mal daria início à parte negativa de sua filosofia, tendo encerrado a etapa 
afirmativa. Ora, Zaratustra é o livro imediatamente antecedente, ali onde se teria 
concluído a afirmação, de modo que a negação fosse deixada para textos futuros. 
Apesar dessas considerações, procuraremos demonstrar, com a presente comunicação, 
que essa obra não está isenta do movimento da negação. Em vários momentos ela 
apresenta elementos positivos, como a criação e o dizer “sim”, inseparáveis de suas 
faces negativas, como a destruição e o dizer “não”. Embora suas intenções fortemente 
afirmativas sejam inegáveis, isso não se dá sem uma tensão, sem pontos críticos em que 
se enredam afirmação e negação. Será exposto um mapeamento das aparições do 
negativo e uma discussão a partir delas, com o objetivo de pensar sua relação com o 
aspecto positivo e com a ideia de crítica na filosofia de Nietzsche. 
 
 
Palavras-Chaves: Negação, Zaratustra, Nietzsche. 
 
 
27 
 
A ESCRITA MONTAIGNIANA DO DEVIR 
 
Mateus Masiero (UNICAMP) 
 
 
O objetivo desta comunicação será propor uma leitura dos Ensaios de Michel de 
Montaigne por um viés estético, norteado pelo estudo da inovação formal que se 
percebe em tal obra e sua relação direta com alguns dos principais aspectos do 
pensamento do autor. O estilo fragmentado e labiríntico que Montaigne apresenta, 
acompanhado de variados recursos retóricos de que lança mão, propicia mais a confusão 
e o estranhamento de seus leitores, levados que são pela novidade de tal projeto, do que 
a compreensão imediata do mesmo. Novidade essa que não é ignorada pelo autor, em 
absoluto: perfeitamente consciente do caráter inovador de sua escrita, o filósofo francês 
parece atribuir especial significado à feição desconcertante que lhe caracteriza, sendo 
ela uma consequência direta das demais ideias propostas por ele. Desse modo, 
pretendemos mostrar que a inovação estética dos Ensaios, longe de ser gratuita, está 
atrelada a concepções mais abrangentes do autor, sobretudo à noção de que a natureza é 
puro movimento, constante devir. Diante de tal constatação, torna-se impossível 
descrever o “ser” das coisas (inclusive de si mesmo), restando-lhe apenas a descrição da 
passagem a que tudo e todos estão submetidos. Assim, nossa intenção é explicitar a 
concepção montaigniana de natureza como constante devir, e mostrar que ela embasa, 
de certa forma, a inovação estética da obra. 
 
 
Palavras-Chaves: Ensaios de Montaigne, Devir, Estética 
 
 
28 
 
A ESTRUTURA DA LINGUAGEM NAS INVESTIGAÇÕES FILOSÓFICAS DE 
WITTGENSTEIN A PARTIR DA NOÇÃO DE “JOGOS” 
 
Livia Karla Lima Leite (UEFS) 
 
 
Parte-se do pressuposto que para Wittgenstein a linguagem se relaciona com o mundo e 
que a estrutura interna da linguagem é caracterizada pela proposição em sua 
possibilidade de representar ou não o que ocorre no mundo. Conceber a linguagem 
através desta estrutura interna a punha em uma necessidade lógica e privada, na qual o 
mundo constituía a totalidade dos fatos. A preocupação inicial de Wittgenstein estava 
em localizar os “pensamentos” e sua “representação” expressos na proposição e a 
compreensão de uma “essência” da linguagem aberta ao seu “uso” ganhou notoriedade 
na filosofia de Wittgenstein a partir do conceito de “jogos de linguagem” , algo que, de 
certo modo, transpõe os limites que estavam postos, ainda, na estrutura formal da 
linguagem. Assim, não era possível presumir alguma relação da realidade com o 
mundo, considerando a semântica e a “forma de vida” humana. Vale salientar que, ao 
falar de “essência” de linguagem em Wittgenstein não se pressupõe que o mesmo 
apresente ou discuta esta “essência” e, sim, que esta é uma tentativa de abrir uma 
discussão sobre o “valor semântico” da linguagem introduzido pela noção de “jogos”, 
antes situado unicamente na linguagem formal. 
 
 
Palavras-Chaves: Wittgenstein, Jogos de linguagem, Investigações Filosóficas29 
 
A FIGURA DO INDIGENTE-CORPO DISCURSIVO EM SUA CONTRA-
HEGEMONIA 
 
Wellington Amâncio da Silva (UNEB) 
 
 
Este artigo investiga o conceito de corpo dócil em Foucault (2011) e a partir dele, de 
uma perspectiva oposta, esboça os conceitos de corpo indisciplinável e de corpo 
discursivo a partir da figura do indigente – imagem não elaborada, portanto contingente. 
Utilizamos os procedimentos genealógicos propostos por Foucault no intuito de 
clarificar algumas práticas extradiscursivas como exercício de poder sobre o corpo e, 
por outro lado, demonstrar como determinados corpos escapam dessas formas de poder 
regulador ou não suscitam interesse de controle, como, por exemplo, o corpo-discurso 
indisciplinável e de presença indesejável do indigente. Defendemos que a corporeidade 
do indigente é um contradiscurso em si mesmo que funciona não por resistir ao discurso 
instituído, mas por apresentar um discurso incomum, anormal, próprio, para além do 
corpo discursivo do cínico, pois o faz sem o saber, sem utilizar-se da linguagem formal 
como resistência discursiva, mas do próprio corpo caótico como “outro discurso”, 
alteridade desvelada e presença da indiferença. Não tomamos a figura do indigente, 
portanto, de uma perspectiva econômica, mas existencial e discursiva no âmbito de uma 
genealogia do controle sobre o corpo 
 
 
Palavras-Chaves: Corpo indócil, Corpo indisciplinável, Corpo discursivo 
 
 
30 
 
A FILOSOFIA DA CIÊNCIA E A FILOSOFIA DA QUÍMICA: UMA PERSPECTIVA 
CONTEMPORÂNEA 
 
Lisandro Bacelar Silva (UNEB) 
Uarison Barreto 
Marco Antonio Pinto Ribeiro 
 
 
Amparados em filósofos da química como Adúriz-Bravo (2014), Ribeiro (2014), Scerri 
(2006), Schummer (2006), Van Brakel (2006), Bensaude – Vicent (2005; 2008), 
Hoffmann (2007) e utilizando uma abordagem qualitativa (BOGDAN; BIKLEN, 2003; 
BACHELARD, 2004) do tipo estado da arte, este trabalho, tem por objetivo identificar 
e caracterizar o atual estado da relação entre a filosofia da ciência e a filosofia da 
química. Inicialmente, apontamos as razões da negligência da filosofia da química pela 
filosofia da ciência. Entendemos, assim como Ribeiro (2014), que a filosofia da ciência 
privilegia os esquemas filosóficos essencialmente físico-matemáticos em detrimento de 
outros modelos, como o químico (VAN BRAKEL, 2000; HOFFMANN, 2007). Em 
seguida, argumentamos que algumas dimensões da filosofia da química, notadamente o 
complexo estilo de pensamento químico, devem ser apropriadas pela filosofia da 
ciência. Nesse intuito, a dimensão multicontextual (RIBEIRO, 2014; SCHUMMER, 
2006) assumida pela química contemporânea, pode (e deve) ser um objeto de destaque 
na reflexão epistemológica da ciência, a qual parece valorizar demasiadamente o 
contexto da justificativa dentre outros tão relevantes como os de descoberta, aplicação e 
educação. Salientamos, ainda, que o fazer químico, no seio de um realismo operativo 
(BENSAUDE-VINCENT, 2008), de uma prática que pouco se destina a desvelar um 
real subjacente a macrofenômenos ou testar hipóteses teóricas (CALDIN, 1961), ao 
conceber a teoria como narrativa experimental (HOFFMANN, 1993, 2007), é um 
campo rico para atentas explorações da filosofia da ciência. Finalmente, refletimos 
como as problematizações acerca da especificidade da práxis química contemporânea e 
da própria relação entre a filosofia da química e a filosofia da ciência podem promover 
contribuições para a educação química, especificamente, para a formação de professores 
 
 
Palavras-Chaves: Filosofia da ciência, Filosofia da química, Especificidade do 
pensamento químico 
 
 
 
31 
 
A FILOSOFIA DA MENTE E A NOÇÃO DE INTELECTO EM TOMÁS DE 
AQUINO 
 
Antonio Janunzi Neto (UEFS) 
 
 
De maneira geral, pode-se pensar a temática do conhecimento como o grande tópico 
inaugural da filosofia moderna, entretanto, não se pode compreender tal afirmação 
como se, em momento anterior à inauguração da modernidade, não houvesse teóricos 
especulando sobre questões cognitivas. Ao longo do vasto período histórico, no qual a 
filosofia medieval se desenvolveu, uma das principais linhas de investigação 
impulsionadoras de inúmeros desenvolvimentos argumentativos foi precisamente a 
questão do conhecimento humano, em duas grandes vertentes, a saber, sua natureza e 
modos de operação. Já no século xx, a partir dos desenvolvimentos da conhecida virada 
linguística e origem da filosofia analítica, a temática do conhecimento ganhou força sob 
um feixe de questões conhecido como filosofia da mente. A partir das críticas de Gilbert 
Ryle ao dualismo cartesiano, ganhou fôlego nesse período a tentativa de se considerar 
qualquer dualismo do tipo mente-corpo como um erro de categoria filosófica. Assim 
sendo, como considerar tal crítica à luz dos desenvolvimentos medievais sobre a relação 
entre intelecto e matéria? Isto é, a crítica que os teóricos da filosofia da mente fizeram 
ao dualismo de Descartes também se aplicaria aos medievais? As referidas questões 
serão tratadas considerando-se a abordagem de Tomás de Aquino sobre a natureza do 
intelecto em suas principais obras, suas sumas e questões disputadas. 
 
 
Palavras-Chaves: Filosofia da mente, Intelecto, Tomás de Aquino 
 
 
32 
 
A FILOSOFIA DO ATO E O SUJEITO ARGUMENTANTE 
 
Lucas Nascimento (UFBA) 
 
 
Todo ato é realizado por um sujeito agente, cuja ação é responsiva e inscrita em práticas 
sócio-históricas, sem contudo aí se esgotar, pois o sujeito possui um excedente de visão 
que o capacita a assumir um compromisso ético. Neste sentido, há na constituição do 
ato/atividade um conteúdo, um processo, um produto e um agente. Deste, diz-se que ele 
é ativo e relacional, porque é um eu para-si, ao mesmo tempo em que é um eu para-o-
outro, estando, porquanto, a identidade no plano relacional responsável/responsivo, em 
que o ato do sujeito é a junção de processo e conteúdo, ou seja, do repetível e do 
irrepetível. Prenhes dessas noções basilares postuladas por Mikhail Bakhtin ([1920-24] 
2010), em Para uma filosofia do ato, objetivamos, primeiramente, estabelecer um 
diálogo, em termos de coerência, complementaridade e aproximações, entre as noções 
bakhtinianas de ato e de sujeito com a noção de discurso como ato do orador, resgatada 
da tradição aristotélica por PERELMAN e OLBRECHTS-TYTECA ([1958] 2005) em 
sua Nova Retórica. Em seguida, imbuídos da compreensão de que argumentar é uma 
forma de agir sobre o outro com a intenção de intensificar a adesão acerca de uma 
questão, discutimos, por sua vez, a noção de ato argumentativo e de sujeito 
argumentante. O que nos leva a colocar em questão o fato de que a argumentação se 
distingue da demonstração, sobretudo, porque a interação entreo orador e o seu 
discurso é constitutiva da apreciação do sentido dos enunciados. 
 
 
Palavras-Chaves: Filosofia do ato, Retórica, Sujeito 
 
 
33 
 
A FILOSOFIA EM SI MESMA E EM SEU CARÁTER INSTRUMENTAL 
 
Tatiane Boechat Zunino (UEFS) 
 
 
Este texto apresenta o tema da Filosofia e seu ensino, procurando pensá-lo através da 
questão sobre a linguagem. Inicialmente, procuramos trazer à vista o modo como nos 
relacionamos com este conceito cotidianamente em sala de aula, tanto os professores 
quanto os estudantes de filosofia. Nossa indagação se põe no caminho de retomada do 
sentido do termo Filosofia, ressaltando o momento grego na sua origem e a necessidade 
de uma atualização conceitual de seu legado. Em seguida, procuramos pensar em um 
modo de ensinar filosofia que se volte para a relação que ela guarda com o homem 
através da ligação constitutiva que temos com a criação de conceitos. Para tanto, nos 
serviremos do pensamento de Martin Heidegger, especificamente na preleção de 1929, 
Introdução à Filosofia. Assim, a proposta deste trabalho é assinalar a conexão entre o 
estado de disposição à filosofia própria do homem com o que hoje ela se tornou, isto é, 
uma ferramenta utilizada para despertar no outro um caráter crítico e questionador. 
 
 
Palavras-Chaves: Filosofia, Linguagem, Ensino 
 
 
34 
 
A FILOSOFIA ORIENTADA A OBJETOS E A REALIDADE DE LIVROS 
FICTÍCIOS 
 
André Roberto Tonussi Arnaut (IFAL) 
 
 
Busca-se, com esse trabalho, abordar a ontologia orientada a objetos de autores como 
Graham Harman e, em especial, Reza Negarestani, a partir da noção de realidade de 
livros fictícios como o Necronomicon (Lovecraft), O rei de amarelo (R. W. Chambers) 
e À beira da loucura (do filme homônimo de John Carpenter). Para essa ontologia, se o 
objeto não deve ser overmined em relações, ele não deve ser pensado a partir de uma 
ontologia plana ou labiríntica, de strata e poros, da morte como não dissociada da 
aniquilação criativa do devir. A ontologia de strata é substituída assim em Negarestani 
por uma ontologia do deserto, em que cada partícula de poeira é xenopartícula, 
radicalmente estranha à canalização labiríntica do devir nos strata. Portanto, as 
narrativas do deserto não devem ser pensadas como strata, como sólidos, como meios 
para o devir, mas como lubrificadas por líquidos inauditos (sem um retorno a uma 
ontologia hidráulica e do devir heraclitiano). O Necronomicon e O rei de amarelo, 
abrindo-se ao hidden writing a partir de sua descrição e exposição fragmentárias, 
abrem-se assim a narrativas não labirínticas, mas à deriva em líquidos no sentido acima: 
abomináveis, sem refúgio possível em uma afirmação dionisíaca do devir. Ao 
escaparem do devir, tais narrativas escapam também à lógica da precedência do autor 
sobre a obra. Inversão do tempo, mas não totalizante: não uma nova tese sobre o tempo, 
mas uma perfuração, contágio, infecção na metafísica da autoria. Assim, seu caráter 
fragmentário é sua realidade medonha mesma: o abominável O rei de amarelo é a 
coletânea de contos O rei de amarelo de R. W. Chambers, assim como a versão para o 
cinema de À beira da loucura é o filme mesmo de John Carpenter. 
 
 
Palavras-Chaves: Ontologia orientada a objetos, Reza Negarestani, H.P. Lovecraft 
 
 
35 
 
A FUNDAMENTAÇÃO TRANSCENDENTAL DA ÉTICA DO DISCURSO DE 
HABERMAS 
 
Manoel Pereira Lima Junior (SED-BA) 
 
 
A ética do discurso de Habermas está filiada à tradição do pensamento moral kantiano. 
Habermas tenta resgatar o fracassado projeto kantiano de uma fundamentação 
metafísica dos costumes, só que, ao invés de tentar uma fundamentação última para as 
questões práticas, ele fala em uma fundamentação fraca – não menos problemática que a 
fundamentação de Kant. Entretanto, tal fundamentação, de modo algum, poderia ser 
sustentada por fundamentos empíricos, uma vez que fundamentar a ética empiricamente 
exigiria operar a partir do princípio de indução, passando de casos particulares para 
princípios e regras gerais sem, contudo, mostrar como se dá o “pulo do gato”. Se algum 
tipo de fundamentação for possível, ela terá de ser transcendental. Neste texto, 
pretendemos refletir acerca da possibilidade de uma fundamentação transcendental da 
ética do discurso de Habermas a partir do que ele chamou de elementos pragmáticos 
transcendentais da linguagem, que devem ser supostos em qualquer discurso que vise o 
entendimento. 
 
 
Palavras-Chaves: Ética do discurso, Fundamentação, Transcendental. 
 
 
36 
 
A IDEIA UNGERIANA DE DEMOCRACIA E O CONTEXTO DA FILOSOFIA 
POLÍTICA CONTEMPORÂNEA 
 
Tiago Araujo (IFBA) 
 
 
Nesta comunicação, abordaremos as contribuições de Roberto Mangabeira Unger no 
campo da filosofia política recente, tomando-o como um interlocutor direto de filósofos 
como John Rawls, Michael Sandel, Jürgen Habermas, Axel Honneth e Richard Rorty. 
Na primeira parte, asseriremos que as ideias de democracia que alimentam os debates da 
filosofia política entre estes autores são formuladas em um jargão acadêmico 
autorreferente voltado essencialmente a questões como igualdade de oportunidade, 
comunicação não distorcida, reconhecimento e solidariedade, sendo fatalmente 
desligado do tema sobre a imaginação institucional, isto é, a sobre a reconstrução das 
estruturas sociais. Em seguida, enquadraremos as ideias daqueles filósofos na crítica de 
Unger à cultura acadêmica do Atlântico Norte e esmiuçaremos o conteúdo do 
pensamento político ungeriano, cujo cerne reside em devolver o tópico das estruturas, 
tal como abordado pelas teorias sociais novecentistas, ao âmbito do debate sobre 
democracia. Por fim, indicaremos como a ampliação semântica da ideia de democracia, 
doravante assumida como um projeto no qual as sociedades adotam uma 
autocompreensão baseada em transformações sem crises, favorece um entendimento 
renovado da política, suscitando alternativas promissoras para a prosperidade social. 
 
 
Palavras-Chaves: Democracia, Unger, Política 
 
 
37 
 
A INTERPRETAÇÃO DA IDEIA INADEQUADA EM SPINOZA 
 
Paulo Sérgio Oliveira Santana (UNEB) 
 
 
Para Spinoza, o status ou condição de padecimento da mente está diretamente 
correlacionada à passividade do corpo afetado nas operações de natureza psicofísica. 
Essa disposição mental (padecimento) é oriunda dos diversos efeitos ocasionados pelos 
atritos entre os corpos/mentes imprimindo-lhes marcas. Spinoza classificou esse estágio 
como: imaginação (imaginatio),o primeiro dos três modos de percepção do intelecto 
(imaginação, razão e intuição intelectual). A imaginação opera por meio de ideias 
inadequadas que são subprodutos de imagens (mutiladas e truncadas) fabricadas na 
consciência a partir das experiências sensoriais, conjugado ao processo de apreensão ou 
interpretação da realidade existente fora do pensamento — podendo produzir 
ignorância, medo e superstição. Todavia, esse processo não possui um teor exclusivo de 
negatividade, é o primeiro gênero do conhecimento. Contudo, a análise consoante 
acerca do tema (padecimento) tem como alicerce, os trechos que engloba o Prefácio; 
Definições; Postulados e a Proposição 1, Parte III, págs. 01, 02, 03 e 04 de sua obra 
Ética. 
 
 
Palavras-Chaves: Padecimento, Imagem, Corpo 
 
 
38 
 
 
A LIBERDADE EM JEAN-JACQUES ROUSSEAU 
 
Maria Aucimara Ribeiro Santos (UFRB) 
 
 
Este trabalho tem como objeto de estudo o tema da liberdade nas obras O contrato 
Social e O discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, 
do pensador Jean-Jacques Rousseau. Serão abordadas as descrições em que o autor 
compreende a liberdade natural – ou seja, o homem considerado em relação a si e aos 
seus semelhantes. O trabalho aborda também a liberdade enquanto bem supremo do 
homem, a partir da análise da hipótese utilizada por Rousseau segundo a qual o homem 
nasce livre e por toda a parte encontra-se a ferros. Averiguar-se-á a distinção do homem 
como deveria ser no seu estado de natureza original, do homem que se transformou no 
processo civilizatório, a evolução social teria corrompido a natureza humana. Rousseau 
retrata esta passagem entre a condição natural do homem, para sua condição social se 
propondo a investigar por que, e como, se dá esta passagem da liberdade natural para o 
condicionamento social. Portanto, o autor sugere um pacto social na medida em que os 
homens renunciem seu estado natural em prol do estado convencional. O objetivo 
principal desta pesquisa será, então, mostrar como as reformulações teóricas abordadas 
pelo pensador são relevantes para fazermos uma análise sobre o conceito de liberdade. 
Para o autor, a liberdade é o ponto crucial da vida política e do meio social, a liberdade 
tem uma relativa significância na vida dos indivíduos, na concepção rousseauniana, e 
também se faz presente na maioria de suas obras. 
 
 
Palavras-Chaves: Estado de natureza, Sociedade civil, Liberdade 
 
 
39 
 
A LIBERDADE ENQUANTO ALEGRIA: MÍSTICA E EXISTENCIALISMO 
 
Saulo Matias Dourado (UFBA) 
 
 
Na contemporaneidade, entre filósofos da existência, há uma disposição em identificar 
liberdade e angústia. Entende-se por liberdade um princípio de indeterminação, a 
possibilidade de ser em uma total abertura, sem o constrangimento de uma natureza 
específica ou de uma finalidade, por escolha e responsabilidade. Entende-se por 
angústia o estado de compreensão de si em meio ao nada, sem que haja, a priori, um 
modo de ser melhor do que outro, ou indício real do que deva ser escolhido. O nada e a 
ausência de determinação são os fundamentos da liberdade, com os quais o homem vê 
abrir o ser de si mesmo para o outro, numa correlação. Na amplidão, o homem se 
angustia, pois não há o que possa apelar para diminuir o peso de sua ação e escolha em 
existir. Assim, a angústia passa a ser condição da liberdade. Notamos que, na tradição 
de pensamento, há exemplos contrários. Mestre Eckhart, místico medieval, teve o seu 
pensamento definido por Reiner Schumann como uma “alegria errante”. Por vias teístas, 
Eckhart chega à noção de Nada e de liberdade original. O homem, em seu princípio, tem 
a centelha divina: livre de todo ser, pois todo ser lhe é posterior. O que o homem faz no 
ser é frutificar a centelha e fertilizar as criaturas ao torná-las tão livres quanto ele 
própria: deixar o ser ser. Esta vida para a frutificação e este viver sem porquê, para Deus 
enquanto deidade, esquecido de si enquanto substância e tomado do puro 
desprendimento, Eckhart chamou de alegria. A liberdade radical também poderia ter, 
desse modo, uma disposição alegre. 
 
 
Palavras-Chaves: Alegria, Liberdade, Existencialismo 
 
 
40 
 
A LIBERDADE, DO EXISTENCIALISMO AO HUMANISMO 
 
Luciene Braga Ramos Borges (UEFS) 
 
 
O existencialismo, assim como Sartre apresenta em O Existencialismo é um 
Humanismo, afirma que “a existência precede a essência”, o que implica dizer que o 
homem ao ser concebido não traz consigo uma definição, ou seja, o homem é aquilo que 
ele faz de si ao longo de um processo que, segundo Sartre, pode ser entendido como 
“engajamento”, uma “série de empreendimentos, a soma, organização, o conjunto de 
relações que constituem essas empreitadas”. Esse é, diz Sartre, o primeiro princípio do 
existencialismo. O texto O Existencialismo é um Humanismo é resultado de uma 
conferência, realizada em 1945, que tinha como objetivo principal defender o 
existencialismo das críticas que lhe estavam sendo dirigidas. Sartre, em um 
documentário intitulado Sartre por lui même, produzido por Pierre-André Boutang e 
Guy Seligmann (Instituto Nacional do Audiovisual de Paris), afirma sobre a mesma: 
“Conferência na qual experimentei ideias ainda frescas depois da guerra, ideias sobre o 
lado moral do existencialismo, sobre seu caráter humanista [...] muita gente pensou que 
compreenderia lendo O Existencialismo é um Humanismo e entenderam errado”. 
Objetivamos, com esta apresentação, explanar, de maneira introdutória, sobre o modo 
como Sartre aborda a questão do existencialismo, interligado a um humanismo e à ação 
humana subjetiva, tendo como referência a conferência citada. Salientamos que a 
pesquisa, aqui iniciada, faz parte de um projeto de Bolsa de Iniciação Científica 
vinculado à FAPESB, cujo título é “Freud e Sartre: da determinação pulsional à 
responsabilidade”. 
 
 
Palavras-Chaves: Existencialismo, Humanismo, Sartre 
 
 
41 
 
A LINGUAGEM COMO ELEMENTO EXISTENCIAL CONSTITUTIVO DA 
COMPREENSÃO SEGUNDO MARTIN HEIDEGGER 
 
Crislane Barreto Santana (UEFS) 
 
 
Este texto tem como proposta investigar a noção de compreensão (Verstehen) em 
Martin Heidegger exposta na obra Ser e Tempo, tendo como fio condutor sua relação 
constitutiva com a linguagem. Em um primeiro momento, trataremos do Dasein como 
compreensão de ser, ou seja, como o ente que compreende os entes em seu ser, na lida 
cotidiana. De acordo com o filósofo, a compreensão, assim como os outros existenciais, 
constituem a abertura para o ser dos entes, para o sentido. Assim, enquanto 
compreensão, o Dasein é um ente que se encontra necessariamente lançado ao mundo, 
encontra-se em todo modo de comportar-se em relaçãoao ente. Em um segundo 
momento, trataremos do modo de ser da linguagem, ao passo que ela assume a forma 
existencial da compreensão e se relaciona com tudo que se apresenta no mundo. 
Portanto, investigaremos a forma como a linguagem se constitui existencialmente a 
partir da lida cotidiana com os entes. 
 
 
Palavras-Chaves: Linguagem, Compreensão, Dasein. 
 
 
42 
 
 
A LÓGICA DE MERCADO E O TRABALHO COMO FORMA DE EXPLORAÇÃO 
MODERNA 
 
Anderson Rodrigues (FAPESB) 
 
 
Karl Marx (1842-1881), no volume I da sua obra O Capital, ao analisar a fundo a 
estrutura interna da sociedade, nos revela sua natureza abstrata, o funcionamento da 
lógica de mercado e suas contradições inerentes. A análise é extensa e se divide por 
partes, assim, nosso objetivo será restringido a compreender a primeira parte da obra 
mencionada: trata-se do valor comum a todas as mercadorias, de ser fruto do trabalho 
humano abstrato. Para tanto, partiremos da análise do processo de troca entre as 
mercadorias, a chegarmos ao seu duplo caráter, que se manifesta de modo antagônico 
entre seu valor de uso e valor de troca. O primeiro diz sobre a forma material das 
mercadorias, que são concretudes, produtos do trabalho humano. O segundo se revela 
enquanto sendo imaterial, a substância da coisa, oposto ao valor de uso e comum a 
todos os objetos do trabalho - trata-se do valor social, agregado a mercadoria durante a 
produção, no qual se mede e quantifica a sua grandeza e magnitude pelo tempo, pela 
quantidade de horas levada durante o processo de produção. Deste modo, ao ter 
decomposto a relação de troca entre os produtos, chegaremos ao ponto que nos interessa 
ser elucidado: o trabalho humano abstrato se caracteriza por ser a doação do suor do 
operário, da sua força, a autoridade de outrem, daquele que detém os meios de 
produção; ou seja, o trabalho, ao modo das sociedades capitalistas, se faz pela 
exploração do proletariado, pois, o patrão só pode obter lucro (excedente) através do 
uso da força de outros homens, pagando uma mísera fagulha do acumulo do seu capital, 
ficando com a parte não distribuída do seu excedente. 
 
 
Palavras-Chaves: Valor de uso,Valor de troca,Trabalho humano abstrato 
 
 
43 
 
A MATERIALIDADE DOS CORPOS EM BUTLER 
 
Karla Cristhina Soares Sousa (UFBA) 
 
 
A teoria feminista por muito tempo aceitou como certo os sistemas binários dados pelos 
conceitos de gênero/cultura e sexo/natureza, sendo o gênero uma interpretação do sexo 
ou uma construção cultural, e o sexo considerado como determinado por uma natureza 
biológica cujo corpo era um instrumento passivo de uma lei cultural fixa. Em Butler, a 
teoria feminista torna-se autocrítica, realizando uma genealogia das categorias da 
identidade, ela questiona conceitos fundantes para a teoria, como o de sujeito, gênero, 
sexo e materialidade dos corpos. Em lugar da ideia tradicional de construção do gênero, 
Butler sugere um processo de materialização reiterada de normas regulatórias que são 
fornecidas pela hegemonia sexual. Para Butler, a performatividade é central para 
compreensão do gênero. Contudo, o presente trabalho tem como principal objetivo 
investigar a noção de materialidade do corpo e sua relação com a performatividade de 
gênero na teoria de Judith Butler, evidenciando a importância desta para 
problematização da ação política feminista e seus aparatos conceituais. 
 
 
Palavras-Chaves: Materialidade, Gênero, Sexo 
 
 
44 
 
A MELANCOLIA DE MARTHA 
 
Luis Alberto Santos (UFBA) 
 
 
Incompreensão ou Mal entendido (Le malentendu) é uma peça em três atos do autor e 
pensador francês Albert Camus, lançada em 1944, na qual os relacionamentos possuem 
o dom de revelar o melhor e/ou o pior do ser humano. Jan, um jovem cuja vida bem 
sucedida, rica e no amor, decide renovar os laços com sua família, que tinha deixado há 
alguns anos. Então, com sua esposa Maria, ele retorna à sua cidade natal e mais 
especificamente à pensão dirigida por sua mãe e irmã. Não sabendo como revelar sua 
verdadeira identidade, Jan fica no abrigo, à espera do momento oportuno para o seu 
retorno depois de mais de vinte anos de distância decide ir para casa e dar sua fortuna 
para as duas mulheres abandonadas. Não será uma tarefa fácil, pois elas não vão se 
lembrar dele. Mas um destino cruel o aguarda e por meio de uma tragédia clássica, o 
destino dos personagens encontra-se, pois, em uma tensão constante com seus afetos. 
Sua mãe e sua irmã Martha têm o hábito de matar os viajantes que ficam no albergue 
para roubar, para obter os recursos necessários para escapar esses mouros tristes e 
encontrar terras ensolaradas. Jan, o anonimato, sofrer o mesmo destino na loja para o 
resto de viajantes. 
 
 
Palavras-Chaves: Absurdo, Melancolia, Morte 
 
 
45 
 
A METAFÍSICA COMO POLO DE ENCONTRO ENTRE HEIDEGGER E CARNAP 
 
Flávio de Oliveira Silva (UNEB) 
 
 
No encontro de Davos de 1929 na Suiça, entre Heidegger e Cassirer, Carnap presenciou 
a conferência de Heidegger de título O que é metafísica, na qual o filósofo defendia uma 
interpretação anti-lógica e anti-neokantiana para o sentido de metafísica, presente na 
Crítica da Razão Pura de Kant. Após esse encontro, Carnap voltou a Viena, estudou 
atentamente o tratado Ser e Tempo e no ano seguinte escreveu um esboço do artigo A 
superação da metafísica pela análise lógica da linguagem, com versão definitiva 
publicada em 1932. Desde então, a superação metafísica se tornou um termo recorrente 
para expressar a crítica à metafísica. Pretende-se explicitar pontos convergentes entre 
Heidegger e Carnap sobre a concepção de metafísica e apontar como divergência entre 
ambos a pretensão almejada com a superação da metafísica. Tem-se em vista como 
ponto de divergência na discussão, o posicionamento de cada um acerca do império da 
lógica e das ciências exatas. 
 
 
Palavras-Chaves: Metafísica, Heidegger, Carnap 
 
 
46 
 
A MÚSICA COMO POTENCIALIZADORA DO SOFRIMENTO: O CONCEITO DE 
`SOFRÊNCIA` EM PABLO DO ARROCHA 
 
Antônio Ismael da Silva Lima (UFCA) 
 
 
Esta pesquisa tem por objetivo pensar a música no sentido oposto ao que é apresentado 
por filósofos como Arthur Schopenhauer, autor que trabalho em minha monografia, 
para quem a música é o lenitivo que possibilitaria amenizar, mesmo que 
momentaneamente, toda dor e sofrimento que nos toma. Nossa proposta é caminhar por 
uma via contrária, suscitada por um questionamentono X Encontro de Pesquisa na 
Graduação em Filosofia da UNESP, realizado em maio deste ano: poderia a música 
potencializar o sofrimento? Para a nossa investigação, tomaremos a República de Platão 
e As Duas Fontes da Moral e da Religião de Bergson como fontes iniciais. Na primeira, 
Sócrates aponta a música como capaz de potencializar tanto as paixões alegres, 
corajosas, fortalecedoras, quanto as paixões tristes, melancólicas, amolecedoras. Isso se 
dá – e nisto (quase) todos os filósofos concordam – porque a música toca o que há de 
mais íntimo do indivíduo, atingindo mais profundamente a sua alma. Seguindo esta 
mesma linha, nosso filósofo francês acredita que a música pode suscitar em nós as mais 
variadas emoções. Tanto a tristeza profunda quanto a alegria plena podem ser evocadas 
na música e despertadas por ela. Bergson dirá que uma música melancólica pode nos 
conduzir à melancolia, como também outra, mais alegre, é capaz de despertar em nós o 
sentimento de que todo dia é carnaval. Para ajudar-nos a pensar a música como 
potencializadora do sofrimento, faremos uso da produção musical de Pablo do Arrocha, 
também conhecido como o rei da sofrência, marcada por certa valorização da dor, uma 
afirmação do sofrimento. Em Pablo, “ir até o fundo do poço da sofrência seria libertar-
se da necessidade de entender e afirmar apenas a beleza da vida”. 
 
 
Palavras-Chaves: Música, Sofrimento, Sofrência 
 
 
47 
 
A NATUREZA E O FILOSOFAR NO CAMPO 
 
Edcleide Silva (UFAL) 
 
 
A construção do conhecimento prático é algo que faz parte da natureza humana, assim 
como a execução do conhecimento. É com base neste pensar que trabalharemos vida no 
campo, visando valorizar o conhecimento e a investigação sobre o simples, mas um 
simples com raízes ricas de reflexões, problemáticas, e multiplicidade do saber. O 
filosofar no campo é dado em parte pela observação da Natureza, e em outra parte pela 
pratica de quem vive, luta, produz, ensina, e aprende. Tendo por meio o trabalho 
agrícola. Será de grande importância a investigação sobre a sensibilidade das 
experiências do processo do pensamento das mudanças em observações pelos (as) 
camponeses (as). A sensibilidade será porta central do processo filosófico, pois como 
qualquer ser humano dotado de razão, o homem e a mulher do campo conhecem e 
buscam o conhecimento, os investigando por meio da Natureza, buscando sempre a 
superação de seus limites como parte de uma existência maior, e que o coloca no 
mundo, é uma busca de entendimento de espaço e tempo, colocando em xeque a vida 
em defesa da vida. O trabalho do camponês é fonte de uma obra poética grega que 
carrega o início de um pensamento filosófico voltado para uma classe trabalhadora, que 
é O trabalho e os dias, do poeta Hesíodo, onde será narrado a forma simples e virtuosa 
de quem trabalha e usa de seus conhecimentos “primitivos” para se manter e manter a 
vida. Uma obra na qual o homem é dignificado por seu trabalho, por sua vida, por seu 
contato com o campo e com a produção alimentar. Na qual o conhecimento é parte do 
homem, e o homem parte do mundo, na relação natureza e trabalho. "A cabeça que não 
pensa o corpo padece". 
 
 
Palavras-Chaves: Natureza, Conhecimento, Campo 
 
 
48 
 
A NOÇÃO DE DEUS NA PÓS-MODERNIDADE 
 
Reinaldo Sales Oliveira (UFRB) 
 
 
As concepções de Deus concebidas ao longo do tempo influenciam diretamente na 
formação do caráter do ser humano enquanto ser social. Temas éticos, metafísicos, 
políticos e de todas esferas na sociedade ocidental tem relação direta ou indireta em um 
deus, ou, na crença em nenhum deus. Daí, todo o pensamento humano, seja ele 
individual ou coletivo, perpassam por uma raiz não necessariamente religiosa, mas, de 
uma noção de divindade. As concepções de Deus concebidas ao longo do tempo 
influenciam diretamente na formação do caráter do ser humano enquanto ser social. 
Temas éticos, metafísicos, políticos e de todas esferas na sociedade ocidental sempre 
tiveram e continuam a ter relação direta ou indireta na crença em um deus, ou, na crença 
em nenhum deus. Daí, todo o pensamento humano, seja ele individual ou coletivo, 
perpassam por uma raiz não necessariamente religiosa, mas, de uma noção de 
divindade. Na pós-modernidade, que ainda é indefinida para alguns, se faz necessária de 
caracterização para uma possível compreensão e, também não se sabe se por tendência, 
por um novo ditame geral ou talvez se por necessidade, pensar os saberes, o ser 
humano, o universo e o que mais for possível junto à idéia da existência (ou 
inexistência) de algum deus, ou em algum tipo de crença sobrenatural é uma hipótese 
relevante. Compreender a noção de Deus na pós-modernidade é compreender quais 
rumos está tomando a humanidade. Parece estranho à filosofia, uma espécie de 
previsão, mas não deixa de ser filosófico pensar para onde se está indo sabendo de onde 
se veio. 
 
 
Palavras-Chaves: Deus, Pós-modernidade, Homem 
 
 
49 
 
A PASSAGEM DO MUNDO DO SILÊNCIO AO MUNDO CULTURAL EM 
MERLEAU-PONTY. 
 
Liamar Francisco (IFBA) 
 
 
O filósofo francês Merleau-Ponty trata da questão da passagem do mundo do silêncio 
para o mundo cultural na Fenomenologia da percepção (1945), primeiramente, 
descrevendo como o corpo próprio situado no mundo, através da experiência 
perceptível, apreende a realidade. Para ele, existe uma comunicação entre o corpo e as 
coisas, isto é, uma expressão que se realiza, inicialmente, no campo do pré-reflexivo, da 
natureza, do mundo sensível. A comunicação estabelecida entre o corpo e o mundo é a 
da experiência originária da percepção e ocorre antes de qualquer pensamento. A 
passagem do mundo do silêncio para o mundo cultural é o momento que se instaura a 
expressividade dos gestos corporais e verbais e o surgimento da linguagem enquanto 
fala falada. Para que o mundo cultural aconteça é necessária a existência de um cogito, 
que chamou de Cogito tácito, silencioso e que se situa no pré-reflexivo. O Cogito tácito 
é o próprio corpo enquanto meio pelo qual o sujeito se percebe na dimensão espacial, na 
relação com o mundo e que, através da dimensão temporal, transcende. Mas para que 
haja significação conceitual, base em que está assentado o mundo cultural, é preciso que 
os corpos possam relacionar-se entre si, em uma mediação entre as subjetividades. 
Cabe a expressão exercer o papel de mediador para que a fala existencial se concretize 
em fala conceitual. O cogito permite o conhecimento de si, é o que lhe distingue do 
outro e das coisas. E a relação entre os corpos se dá, conforme Merleau-Ponty, por um 
processo de sinergia, uma capacidade que os corpos têm de intercambiar significações 
entre si por uma operação de espelhamento, uns com os outros. Merleau-Ponty diz que 
mundo cultural é o mundo falado, simbólico e instrumental, mas não é uma oposição ao 
mundo natural e silencioso e, sim, um dos seus desdobramentos.

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