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Empresa, Estabelecimento e Títulos de Crédito 19h as 20h40min(Horário de Brasília) Professora Amanda Jéssica da Silva Matos Roteiro Aula 03 – 18/03 Avisos – Revisão Aula 02 Conteúdo Aula 03- Chamada EMENTA 1.CONCEITOS BÁSICOS DE DIREITO EMPRESARIAL. SOCIEDADES REGULAMENTADAS NO CÓDIGO CIVIL 1.1 A ATIVIDADE EMPRESARIAL E AS CARACTERÍSTICAS DO EMPRESÁRIO 1.2 OS TIPOS SOCIETÁRIOS 1.3 AS REGRAS DE FUNCIONAMENTO DAS SOCIEDADES EMENTA 2.EXERCÍCIO, IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA E OBRIGAÇÕES DO EMPRESÁRIO; 2.1 A RELAÇÃO ENTRE EMPRESÁRIO, EMPRESA E ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL; 2.2 AS OBRIGAÇÕES DO EMPRESÁRIO PREVISTAS NO CÓDIGO CIVIL E SUAS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS; EMENTA 3. TÍTULOS DE CRÉDITO E CONTRATOS EMPRESARIAIS; 3.1 O CONCEITO DE TÍTULOS DE CRÉDITO, SEUS ELEMENTOS E APLICAÇÕES NAS RELAÇÕES CREDITÍCIAS; 3.2 OS PRINCÍPIOS CONTRATUAIS E SUA APLICAÇÃO NOS CONTRATOS EMPRESARIAIS; EMENTA 4. TÍTULOS DE CRÉDITO EM ESPÉCIE (ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA); 4.1 LETRA DE CÂMBIO; 4.2 CHEQUE E DUPLICATA; Cronograma de Aulas 1º Encontro 19/02 2º Encontro 26/02 3º Encontro 04/03 4º Encontro 11/03 5º Encontro 18/03 6º Encontro 25/03 Aula- Não teve Aula – Não teve Aula – Inaugural Teoria dos atos de Comércio Aula – Revisão Teoria da Empresa CC Conceito de Empresário Aula –Continuação Empresário Equiparado Aula 7º Encontro 01/04 8º Encontro 08/04 9º Encontro 15/04 10º Encontro 22/04 11º Encontro 29/04 12º Encontro 06/05 Aula Aula Aula AVALIANDO 1 Aula Aula AVALIANDO 2 (ONLINE) Abre 02/05 Fecha 05/06 Cronograma de Aulas 13º Encontro 13/05 14º Encontro 20/05 15º Encontro 27/05 16º Encontro 03/06 17º Encontro 10/06 18º Encontro 17/06 Aula Aula Aula AV NOVA CHANCE AV AVS Teoria da Empresa 1. Conceito de Empresário – Art.966 CC Elementos a) profissionalmente b) atividade econômica c) organizada (capital, mão de obra, insumos e tecnologia) d) para a produção/circulação de bens/serviços Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. 2. Equiparados a Empresário: O Código Civil também se preocupou em dar um tratamento especial ao exercício de atividade econômica rural, excluindo aqueles que se dedicam a tal atividade da obrigatoriedade de registro na Junta Comercial, prevista no art. 967 do Código. Todo empresário, antes de iniciar o exercício da atividade empresarial, tem que se registrar na Junta Comercial, seja empresário individual ou sociedade empresária. Para aqueles que exercem atividade econômica rural, todavia, o Código Civil concedeu a faculdade de se registrar ou não perante a Junta Comercial da sua unidade federativa. Assim sendo, se aquele que exerce atividade econômica Rural fizer o registro na Junta Comercial, será considerado empresário, para os efeitos legais (por exemplo, não se submeterá ao regime jurídico da Lei 11.101/2005, que trata da falência e da recuperação judicial e extrajudicial). Ressalta-se que, se ele optar por se registrar, será equiparado a empresário para todos os efeitos legais. Esta regra está contida no art. 971 do Código Civil: Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro. O §único do art. 971, CC, ainda, preceitua que: Art. 971, § único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo à associação que desenvolva atividade futebolística em caráter habitual e profissional, caso em que, com a inscrição, será considerada empresária, para todos os efeitos. (Incluído pela Lei nº 14.193, de 2021) Dessa forma, se um time de futebol na condição de Associação optar por fazer a inscrição na Junta Comercial será considerado “empresário” para todos os efeitos. Ou seja, tanto aquele que desempenha atividade rural quanto aqueles que desempenham atividade futebolística são equiparados à empresários para todos os fins, podendo inclusive pedir recuperação judicial ou extrajudicial. 3 Agentes econômicos excluídos do conceito de empresário: A teoria da empresa, opta por não excluir, em princípio, nenhuma atividade econômica do seu âmbito de incidência. Ocorre que esse critério - previsto no art. 966 do Código Civil - não se aplica a determinados agentes econômicos específicos, situação essa prevista no §único do art. 966, CC. Veja: Art. 966, § único, CC. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Isso significa dizer que o conceito de empresário previsto no art. 966 do Código Civil, que, em princípio, parece englobar toda e qualquer pessoa, física/natural (empresário individual) ou jurídica (sociedade empresária), que exerça toda e qualquer atividade econômica organizada, não abrange toda e qualquer atividade econômica, conforme previsto no art. 966, §único, CC. Ou seja, existem agentes econômicos que, a despeito de exercerem atividades econômicas, não são considerados empresários pelo legislador. Como não são classificados como empresários, a nomenclatura que deve ser utilizada para designar tais agentes econômicos será: ▪ Se pessoa física: Autônomo ou profissional liberal. ▪ Se pessoa jurídica: Sociedade simples – por força do que dispõe o art. 982, CC Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. Trata-se de um método de exclusão – se não for classificada como sociedade empresária, por exclusão será considerada sociedade simples. 3.1 Profissional Intelectual: Art. 966, Parágrafo único do CC - Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Exemplo: advogados, médicos, contadores, engenheiros, etc Destarte, o Código Civil prevê que o profissional intelectual que apenas exerce a sua atividade intelectual, ainda que com o intuito de lucro e mesmo contratando alguns auxiliares, NÃO será considerado empresário para os efeitos legais. A ideia é de que, no exercício de profissão intelectual, o essencial é a atividade pessoal do agente econômico, o que não acontece com o empresário. Para os profissionais intelectuais, em regra, não se visualiza essa organização dos fatores de produção, ou seja, exercem suas atividades sem a necessidade de organizar um estabelecimento empresarial, vale dizer, sem a necessidade, por exemplo, de contratar funcionários, de criar uma marca, de fixar um ponto de negócio etc. (É o caso do músico que toca em festas de casamento, do professor que ministra aulas particulares, dentre outras situações). É por essa razão, em suma, que o profissional intelectual, em regra, não é considerado empresário segundo os fundamentos da teoria da empresa, adotada pelo nosso atual Código Civil. A profissão intelectual se subdivide em: As atividades intelectuais são prestadas de forma pessoal, e ainda que contenha auxiliares ou colaboradores o personalismo prevalece. Na profissão intelectual a exclusão decorre do papel secundário que a organização assume nessas atividades. EXCEÇÃO: Se o profissional intelectual exercer sua atividade de forma empresarial (“impessoalizando”(expressãoutilizada pelo Professor André Santa Cruz) - sua atuação e passando a ostentar mais a característica de organizador da atividade desenvolvida), será considerado empresário e passará a ser regido pelas normas do direito empresarial. Ou seja, se o exercício da atividade intelectual constituir elemento de empresa. Ocorre que o elemento de empresa: quando a atividade intelectual estiver integrada em um objeto mais complexo (amplo), próprio da atividade empresarial. Exemplo: Imagine uma clínica veterinária constituída por dois veterinários. Se a atividade desta clínica for, única e exclusivamente, a veterinária estaremos diante de uma sociedade simples. Trata-se de atividade intelectual científica. Agora, imagine que além dos serviços veterinários se ofereça outros serviços como hospedagens, vendas de produtos, banho e tosa, espaço para eventos. Nesse caso, a atividade intelectual passou a fazer parte de um objeto mais amplo de atividade empresarial. Perceba, então, que a aditividade intelectual é apenas um dos elementos da empresa. Portanto, para se constatar se a atividade intelectual compõe um dos elementos de empresa é preciso analisar no caso concreto se há mais de um ramo de atividade sendo exercido. b) ocorre quando o serviço não se caracteriza personalíssimo, tendo em vista um cliente individualizado, mas sim um serviço impessoal, direcionado a uma clientela indistinta. Será considerado empresário quando oferecer a terceiros prestações intelectuais de pessoas contratadas a seu serviço. Exemplo: Imagine que um determinado fotografo possui um estúdio de fotografia. Nesse caso, é um profissional liberal. Porém, o estúdio cresce e o fotografo forma uma equipe de fotógrafos para atender a demanda, ou seja, há contratação de terceiros para o desempenho da atividade-fim. Outro exemplo, seriam as franquias de clínicas odontológicas. SINTETIZANDO – Teremos a atividade intelectual como um elemento de empresa quando: (i) há uma atividade empresarial mais ampla sendo exercida junto com a atividade intelectual, tornando-a elemento integrante de uma atividade mais complexa; (ii) há contratação de terceiros para o desempenho da atividade-fim. Nesse sentido, são bastante elucidativos os Enunciados 193, 194 e 195 do Conselho da Justiça Federal, aprovados na III Jornada de Direito Civil, realizada em 2005, os quais dispõem, respectivamente, que: Enunciado 193: “o exercício das atividades de natureza exclusivamente intelectual está excluído do conceito de empresa”; Enunciado 194: “os profissionais liberais não são considerados empresários, salvo se a organização dos fatores de produção for mais importante que a atividade pessoal desenvolvida”; Enunciado 195: “a expressão ‘elemento de empresa’ demanda interpretação econômica, devendo ser analisada sob a égide da absorção da atividade intelectual, de natureza científica, literária ou artística, como um dos fatores da organização empresarial”. TRF - 2ª REGIÃO - 2018 - Juiz Federal - Analise as alternativas abaixo e marque a opção correta, considerando o Código Civil e os Enunciados das Jornadas de Direito Civil: I- Os profissionais liberais não são considerados empresários, salvo se a organização dos fatores da produção for mais importante que a atividade pessoal desenvolvida. II- A expressão “elemento de empresa” demanda interpretação econômica, devendo ser analisada sob a égide da absorção da atividade intelectual, de natureza científica, literária ou artística, como um dos fatores da organização empresarial III- O exercício da empresa por empresário incapaz, representado ou assistido somente é possível nos casos de incapacidade superveniente ou incapacidade do sucessor na sucessão por morte. Estão corretas: A) apenas as assertivas I e II. B) Todas as assertivas estão corretas. C) Estão corretas as assertivas II e III. D) Estão corretas as assertivas I e III. E) Somente a assertiva I está correta. Gabarito Letra B UNIJIPA image2.jpeg image3.png image4.png image5.png image6.jpg image7.jpeg image1.jpeg