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Semiologia do Sistema
Reprodutor
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PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL, SEM AUTORIZAÇÃO.
Lei nº 9610/98 – Lei de Direitos Autorais
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O sistema reprodutor das fêmeas é composto por ovários, oviduto, cornos e corpo uterino,
cérvix, vagina e vulva. Na resenha raça e idade são importantes, para investigar
predisposição de doenças. Na anamnese é preciso questionar sobre histórico de partos
(nulípara, primípara, plurípara), se houve partos distócicos, uso de medicamentos (antes
ou durante a gestação) e uso de progestágenos. Durante a inspeção observar coloração
dos corrimentos (sanguinolento está relacionado com o pró estro em cadelas, verde
escuro associado ao puerpério, purulento ou marrom).
Os principais exames complementares são a dosagem hormonal, exames microbiológicos,
sorológicos, citológico e histopatológico. A dosagem hormonal é bastante importante para
diagnóstico de um estado fisiológico ou distúrbios endócrinos. Exame microbiológico e
sorológico são bastante úteis quando há suspeita de um processo infeccioso. No exame
citológico (citologia vaginal) coleta-se material com um suabe e depois deposita-se na
lâmina, que então é corada, isso possibilita a análise da morfologia celular, muco,
leucócitos e bactérias. Permite determinar em qual fase do ciclo reprodutivo a fêmea se
encontra, além de fornecer indícios sobre processos inflamatórios e tumorais. Exames de
imagem, como ultrassom e radiografias também são bastante usados para avaliação
desse sistema.
No exame ginecológico de rotina é realizada palpação abdominal, toque digital da vagina
e vaginoscopia. O principal exame usado para diagnóstico de gestação é a
ultrassonografia abdominal, cujas vesículas podem ser vistas a partir dos 20 dias. Nos
animais que estão em trabalho de parto, pelo toque digital avaliar vias fetais (abertura),
bolsas fetais (ruptura, cor, odor e quantidade de líquido), e determinar viabilidade do feto,
tamanho, apresentação (anterior ou posterior), posição (relação existente entre o dorso
fetal e o materno) e atitude (relação entre os membros, cabeça e pescoço). Algumas das
principais enfermidades da glândula mamária são a mastite e as neoplasias. A mastite é
um processo inflamatório da glândula mamária, na grande maioria das vezes de origem
infecciosa, há aumento de volume mamário, temperatura e dor a palpação, não é muito
comum em cadelas e gatas. Está associada a parto recente com abandono de filhotes. As
neoplasias apresentam tamanhos variáveis, é uma importante queixa dos tutores.
Examinar linfonodos axilares e inguinais. O exame radiográfico torácico é essencial para
pesquisar metástase.
O sistema reprodutor dos machos é composto pelo pênis, testículo, epidídimo, canal
deferente e próstata. O pênis apresenta forma cilíndrica em todas as espécies,
estendendo-se do arco isquiático até as proximidades do umbigo, exceto nos gatos.
O gubernáculo é o ligamento responsável pela descida do testículo até a bolsa escrotal. Os
testículos devem ser palpados na bolsa até por volta das 8 semanas de idade. Esse
sistema tem função de depositar sêmen no trato genital feminino, e como isso garantir a
geração de descendentes. Existem algumas particularidades nos machos, como o osso
peniano nos cães, a posição que os caninos assumem após o coito, em que o cão gira o
pênis a 180° e permanece dentro do trato da fêmea até o fim da ereção, isso pode durar
de 15 a 30 minutos; o pênis felino apresenta espículas (que regride nos animais
castrados). A próstata canina e felina também apresenta diferenças, a dos cães é esférica,
lisa, divida em lobos direito e esquerdo e envolve toda a uretra; a dos gatos têm superfície
irregular e recobre apenas a uretra dorsal e lateral.
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As principais anormalidades reprodutivas são a infertilidade, que é a redução temporária
ou permanente de conceber e produzir descendentes viáveis. É rara em cães e gatos; e
defeitos de conformação, como o criptorquidismo (quando um ou ambos testículos não
estão localizados na bolsa escrotal). Animais com defeitos de conformação não devem ser
colocados para reprodução, pois essa característica pode ser transmitida aos descentes,
além de que esses animais são mais predispostos a ocorrência de neoplasias testiculares.
 Machos obesos podem ter mais dificuldade na cobertura. Durante a anamnese investigar
se o animal já teve progênie e se estavam saudáveis ao nascimento, perguntar também
sobre a questão de libido e se foram feitos medicamentos anteriores.
Para examinar os testículos é feita a palpação, devem estar presentes na bolsa escrotal e
apresentarem consistência firme. Observar características como tamanho, forma,
consistência e simetria. O endurecimento testicular é sugestivo de neoplasia ou orquite
crônica e consistência flácida sugere processos degenerativos. O epidídimo deve ser
palpado em seus segmentos (cabeça, corpo e cauda), para caracterizar seu tamanho e
consistência. Nos quadros de epididimite, testículo e epidídimo ficam indistinguíveis a
palpação e há aumento do tamanho e sensibilidade. O prepúcio e o pênis devem ser
inspecionados e palpados. A pele do prepúcio normalmente é fina e elástica. O pênis do
cão pode ser exteriorizado empurrando o prepúcio para trás com os dedos das mãos. No
gato é possível empurrar o prepúcio com o indicador e o polegar. Observar coloração,
presença de lesões, TVT (neoplasia mais frequente observada em pênis canino). A
próstata é examinada através da palpação retal. A hipertrofia prostática é comum em
cães idosos inteiros. E alguns indícios de envolvimento prostático são incontinência
urinária, disquesia e disúria, hematúria. Doenças da próstata são extremamente raras em
gatos. Os exames complementares mais importantes para avaliação da próstata são o
ultrassom e a biópsia. Outro exame interessante para avaliação espermática é a colheita
de sêmen para determinar concentração, motilidade e morfologia. (Resumo baseado no
Livro Semiologia Veterinária - A arte do diagnóstico. Feitosa).
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Referências
CRIVELLENTI, Leandro Z., GIOVANINNI, Luciano H. Tratado de Nefrologia e Urologia de
cães e gatos. São Paulo: Medvet, 2021.
FEITOSA, Francisco Leydson F. Semiologia Veterinária – A arte do diagnóstico. 2ª.
Edição. Editora Roca. São Paulo, 2008.

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