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Direito Administrativo 2º Semestre Contratos Administrativos Os contratos administrativos são celebrados tanto público quanto privado; os contratos sob regime de direito privado, existindo então igualdade, entre particular e Estado e não existe cláusula exorbitante, como exemplo: locação, seguro, financiamento; Em contrato sob regime de direito público existe cláusula exorbitante, havendo posição de verticalidade do Estado, ou seja, não há igualdade, como exemplo: concessão. Não há igualdade porque se direcionam ao interesse público, sendo mais benéfico ao Estado tendo este mais prerrogativas que o particular, as partes devem cumprir o contrato pelo “pacta sunt servanda”, entretanto o Estado pode reincidir. - Tratamento legal - artigo 22, XXVII, CF -lei nº 8666/93 (licitações em contratos em geral), lei 8987/95 (lei de concessões) e lei 11079/04 (lei de PPP’s). Somente a União pode legislar privativamente sobre contratos administrativos e faz isso por meio da lei de licitações 8666/93, 8987/95 (lei de concessões) e 11.079 (lei das PPP’S). 1ª característica de contrato administrativo de direito público: presença do poder público como contratante, implicando a presença de cláusulas exorbitantes; 2ª característica: obediência à forma prevista em lei, com a lei 8666/93. 3ª característica: exigência prévia de licitação, salvo caso de contratação direta (inexigibilidade e dispensa); 4ª característica: “intuto personae”, contrato personalíssimo (aquele que somente e tão somente determinada pessoa cumpra com o pactuado), em regra é vedada a subcontratação, art. 78, VI, podendo excepcionalmente conforme art. 72. - Cláusulas exorbitantes *alteração unilateral do contrato (artigo 58, I c.c 65, I): pode haver também em contrato público, os contratos regidos pela lei de licitações podem ser alterados unilateralmente sem consentimento do particular contratado com a finalidade de melhor ajusta-las ao interesse público, com as justificativas do art. 65, porém a alteração do art. 65, I,a é qualitativa e b é quantitativa, mas, serão revistas para manter o equilíbrio contratual *rescisão unilateral: (i) motivos associados ao particular (art. 78, I a XI e XVIII); (ii) caso fortuito ou de força maior (art. 78, XVII); motivos associados à própria Administração (art. 78, XII a XVI); pode a administração reincidir contrato unilateralmente independente de anuência do contratado, antes de seu termo final, por descumprimento ou por razões de interesse público, devendo ser motivado e garantido a ampla defesa. O particular só pode reincidir por meio judicial, por caso fortuito ou força maior, sendo o art. 78 referido a motivos para rescisão do contrato; O art. 79,§2º, será de motivos para rescisão do contrato sendo indenizado e diz como será composta a indenização sendo sem culpa do devedor e sendo com culpa do devedor quando não cumpriu o contrato o art. 80. *Fiscalização (artigos 58, III, 67, 68, 70 e 78, VIII); é principalmente um dever da administração e também um direito de acompanhar e fiscalizar a execução do contrato (art. 68). O contratado deve manter um preposto aceito pela administração, no local de obra ou serviço para representa-lo. *Aplicação de penalidades (artigo 58, IV, 86-88): aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste, sem necessidade de pronunciamento de qualquer outro órgão ou poder. Os arts. 86 a 88, asseguram a defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no prazo de 5 dias úteis, com ênfase no art. 87. a-) advertência: para falhas leves, devendo ser aplicada, por escrito oque lhe deu causa, o fato que a gerou, art. 87,I. b-) multa: é o tipo de sanção com pagamento de determinado valor em dinheiro, com a forma prevista no instrumento convocatório ou contrato; há dois tipos de multa: a multa por mora por atraso injustificado na execução do contrato (art. 86) e multa por inexecução total ou parcial do contrato (art. 87,II), ambas sanções poderão ser impostos juntamente com as demais sanções e com a rescisão unilateral do contrato; caso tenha garantia, desta será descontada, se for superior a multa o valor da garantia a diferença será descontada nos pagamentos devidos pela administração e se não tiver garantia será descontado do pagamento e se não houver mais pagamentos será cobrado judicialmente. c-) suspensão não temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a administração: sanção com período de 2 anos (art. 87,III) , a administração fixará o prazo proporcional a gravidade do ato. d-) declaração de idoneidade: é a sanção mais grave, perpetuará enquanto continuar os motivos que levaram a aplicação da penalidade, até que seja promovida a reabilitação, até a empresa indenizar, parar o motivo ou fazer reabilitação (art. 87, IV). É de competência do Ministro ou Secretário conforme o caso declara-lo. O interessado pode defender-se no prazo de 10 dias da abertura da vista. *Ocupação provisória de bens e serviços: art. 58,V; quando for serviços essenciais o Estado poderá ocupar provisoriamente para garantir a prestação de serviço bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto de contrato, a título de cautela administrativa de faltas contratuais e na hipótese de rescisão de contrato. *Restrições à alegação da “exceptio non adimpleti contractus”: art. 78 XIV a XVI (constituem motivo para rescisão de contrato). Só posso exigir a coisa ou prestação de serviço se eu pagar o preço, é SOMENTE em contratos bilaterais comutativos. Inciso XIV: caso de inexecução e XVI: caso de atraso. O particular não pode deixar de cumprir o contrato mesmo que a Administração deixe de cumprir. * Mutabilidade do contrato administrativo: cláusula “rebu sic stantibus”, há a álea que pode se manifestar de duas maneiras: * quanto ao risco da atividade: álea ordinária (se manifesta como um risco, como por exemplo: greve dos funcionários, risco natural das atividades, risco inesperado). *pode se manifestar por fato imprevisível e que esse gera onerosidade: álea extraordinária – devendo a administração colocar o equilíbrio econômico financeiro (art. 65,II,b), e oque leva a isto é o fato imprevisível, art. 65,II: os contratos regidos pela lei 8666/93, poderão ser alterados com as justificativas neste artigo, o inciso II diz que é por acordo das partes. -pode ser administrativo: se manifesta por alteração unilateral do contrato, por fato da administração ou fato do príncipe; -pode ser econômica: por teoria da imprevisão (art. 65,II,d), gerando onerosidade excessiva por fatos novos. *Fato da administração: a administração age como parte no contrato; toda ação ou omissão do Poder Público que incidir diretamente sob o objeto ou contrato; exemplo: governador retirar 4 dos 8 pedágios, mas, o valor que era dos 4 vai para os outros, ficando o mesmo valor ao total; o particular pode pedir perdas e danos ou equilíbrio econômico financeiro. *Fato do Príncipe: a administração age como autoridade pública refletindo diretamente no contrato gerando onerosidade excessiva, está ligado a decisões administrativas alheias ao contrato entre si; atividade da administração pública. Pode pedir o equilíbrio econômico financeiro. *Teoria da imprevisão: aplicação em fatos supervenientes (fatos novos) imprevisíveis gerando onerosidade excessiva, associada a fatores econômicos; entes federativos diferentes. PS: Diferença entre “Rebu sic stantibus” (nem todo fato superveniente é imputável a administração) e fato do príncipe.
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