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INVENTARIO, COLAÇÃO, SONEGAÇÃO E PARTILHA DE BENS

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INVENTÁRIO, PARTILHA,
COLAÇÃO e
SONEGAÇÃO
Prof.º CLÁUDIO ROBERTO V. AFFONSO
2014
INVENTÁRIO
“AA palavrapalavra inventárioinventário derivaderiva dodo latimlatim inventariuminventarium,, dede
invenireinvenire,, queque significasignifica acharachar,, encontrarencontrar,, sendosendo empregadaempregada
nono sentidosentido dede relacionarrelacionar,, descreverdescrever,, enumerarenumerar,, catalogarcatalogar oo
queque forfor encontradoencontrado,, pertencentepertencente aoao mortomorto,, parapara serser
atribuídoatribuído aosaos seusseus sucessoressucessores”” (Carlos(Carlos RobertoRoberto GonçalvesGonçalves,, pp.. 480480))..
“É“É oo processoprocesso porpor meiomeio dodo qualqual éé formalizadaformalizada aa
transferênciatransferência dodo patrimôniopatrimônio dodo dede cujuscujus parapara osos
herdeiros”herdeiros” (Maria(Maria BereniceBerenice Dias,Dias, pp.. 618618))..
Inventário
EspéciesEspécies dede InventárioInventário JudicialJudicial::
II –– InventárioInventário pelopelo ritorito dede ArrolamentoArrolamento SumárioSumário (CPC,(CPC, artart..
11..031031 aa 11..035035))
IIII –– InventárioInventário pelopelo ritorito dede ArrolamentoArrolamento ComumComum (CPC,(CPC, artart..
11..036036))
IIIIII -- InventárioInventário pelopelo ritorito TradicionalTradicional ee SoleneSolene (CPC,(CPC, artart.. 982982 aa
11..030030))
InventárioInventário ExtrajudicialExtrajudicial ouou administrativoadministrativo::
LeiLei 1111..441441,, dede 44 dede janeirojaneiro dede 20072007..
PrazoPrazo:: ArtArt.. 983983,, CPCCPC:: OO processoprocesso dede inventárioinventário ee partilhapartilha devedeve serser abertoaberto dentrodentro
dede 6060 diasdias aa contarcontar dada aberturaabertura dada sucessão,sucessão, ultimandoultimando--sese nosnos 1212 mesesmeses
subseqüentessubseqüentes,, podendopodendo oo juizjuiz prorrogarprorrogar taistais prazos,prazos, dede ofícioofício ouou aa
requerimentorequerimento dada parteparte..
Arrolamento Sumário
SendoSendo todostodos osos herdeirosherdeiros maioresmaiores ee capazescapazes ee
estandoestando dede acordoacordo quantoquanto aa partilha,partilha, mostramostra--sese
possívelpossível oo usouso dodo arrolamentoarrolamento sumáriosumário (art(art..
11..031031 aa 11..035035,, CPC)CPC)..
QuandoQuando osos herdeirosherdeiros sãosão capazescapazes ee aa partilhapartilha éé
amigável,amigável, seuseu usouso sósó sese justificajustifica sese houverhouver
testamento,testamento, casocaso contráriocontrário melhormelhor fazerfazer usouso dada
viavia extrajudicialextrajudicial (Maria(Maria BereniceBerenice DiasDias.. ManualManual dasdas
SucessõesSucessões,, pp.. 536536))..
Inventário Extrajudicial ou 
Administrativo
SeráSerá possívelpossível quandoquando todostodos osos
herdeirosherdeiros foremforem maioresmaiores ee capazes,capazes,
estiveremestiverem dede acordoacordo quantoquanto aa
divisãodivisão dosdos bensbens ee nãonão houverhouver
testamentotestamento..
Arrolamento Comum
EstáEstá condicionadocondicionado aoao valorvalor dodo espólio,espólio, queque nãonão podepode serser
superiorsuperior aa 22..000000 ORTNORTN (Obrigações(Obrigações ReajustáveisReajustáveis dodo TesouroTesouro
Nacional),Nacional), índiceíndice queque nemnem maismais existeexiste..
AA ORTNORTN foifoi extintaextinta emem 19861986 pelopelo DLDL 22..284284//19861986,que,que crioucriou aa
OTNOTN.. EstaEsta foifoi extintaextinta pelapela LL 77..730730//19891989.. OO BTNBTN foifoi instituídoinstituído
pelapela LL.. 77..799799//19891989 ee foifoi extintoextinto pelapela LL 88..177177//19911991,, queque crioucriou aa
TRTR.. AA partirpartir dede 19911991,, aa ORTNORTN equivaleequivale aoao valorvalor dada BTNBTN (Bônus(Bônus
dodo TesouroTesouro Nacional)Nacional).. Assim,Assim, cadacada OTNOTN converteuconverteu--sese emem 66,,9292
BTNBTN..
22..000000 OTNOTN correspondecorresponde aa 4141..236236 BTN’sBTN’s,, queque atualmente,atualmente,
convertidosconvertidos emem realreal orçaorça emem RR$$--166166..754754,,0000..
((4141..236236 OTN’sOTN’s xx 44,,04389730438973 FAM*)FAM*)
** FatorFator ee AtualizaçãoAtualização MonetáriaMonetária Abr/Abr/1414
Inventário (Judicial)
OO inventárioinventário judicialjudicial éé tambémtambém chamadochamado dede
solenesolene porpor sese revestirrevestir dede umauma sériesérie dede
solenidadessolenidades (CPC,(CPC, artart.. 982982 aa 11..030030)).. ÉÉ
indispensávelindispensável seuseu usouso sempresempre queque houverhouver
herdeirosherdeiros menoresmenores ouou incapazesincapazes ouou quandoquando nãonão
existirexistir concordânciaconcordância sobresobre aa partilhapartilha..
COLAÇÃO
Quem deve conferir (sob que pena) e destino da colação (art. 2002,
CC);
• A colação (também designada pela expressão “conferência”) deve ser
realizada pelo “descendente” beneficiário de doação realizada pelo “de
cujus” – sempre que não tenha havido legítima “dispensa” (art. 2005 CC)
– quando aquele vier a concorrer com outros descendentes ou com o
cônjuge sobrevivo;
• Note-se que o Direito Comparado nos informa que é usual a atribuição
do dever de colacionar à generalidade dos “herdeiros legítimos” (neste
sentido o Código Civil francês, por seu art. 843); ou, ao menos, a todos
os “herdeiros necessários” (v. g., Código Civil espanhol, art. 1035; Código
Civil argentino, art. 3477; Código Civil italiano, art. 737);
• Vide art. 544, CC/02.
Quem deve conferir (sob que pena) e destino da colação (art. 2002,
CC) (cont.);
• A finalidade expressa da “conferência” é a de “igualar as legítimas” –
rectius, garantir a proporcionalidade estabelecida em lei – Vide art.
1832 CC;
• O descumprimento do dever de “colacionar” (qualificado pela
“malícia” caracterizadora da conduta do herdeiro) implica
“sonegação” – com a conseqüente perda dos direitos do sonegante
sobre o bem não-conferido – art. 1992 CC;
• Deve-se observar que a colação não importa em incremento do
acervo hereditário, uma vez que este permanece inalterado,
exatamente como estava ao tempo da abertura da sucessão;
• Ou seja: a “colação” surte efeitos exclusivamente entre os “herdeiros
necessários” – a fim de que se determine a maneira segundo a qual
será efetuada a partilha da “quota legitimária” (como um todo) entre
estes;
FinalidadeFinalidade dada colaçãocolação ee maneiramaneira porpor queque éé feitafeita (art(art.. 20032003,, CC)CC);;
 AA “conferência”“conferência” temtem porpor finalidadefinalidade preservarpreservar aa proporcionalidadeproporcionalidade
legallegal (“igualar(“igualar asas legítimas”)legítimas”) entreentre osos quinhõesquinhões dosdos herdeirosherdeiros
necessáriosnecessários –– descendentesdescendentes ee cônjugecônjuge (cf(cf.. artsarts.. 18451845,, 18291829,, II ee 18321832,,
CC)CC);;
 OO deverdever dede conferirconferir incumbeincumbe aoao donatáriodonatário aindaainda queque oo objetoobjeto dada
liberalidadeliberalidade nãonão maismais integreintegre oo seuseu patrimôniopatrimônio –– havendohavendo
possibilidade,possibilidade, inclusive,inclusive, dede suasua extensãoextensão aosaos respectivosrespectivos
descendentesdescendentes (cf(cf.. artart.. 20092009,, CC)CC);;
 ComoComo aa vontadevontade dodo “de“de cujuscujus”,”, viavia dede regra,regra, devedeve prevalecer,prevalecer, aa
colaçãocolação sese limita,limita, sempresempre queque possível,possível, àà apresentaçãoapresentação dada doaçãodoação
(antecipatória(antecipatória dede legítima)legítima) comocomo fatofato (critério(critério dada estimativa)estimativa);;
 Observe-se, contudo, que se o bem doado – e cuja conferência
específica se faz imprescindível – já houver sido alienado, não
restará outra alternativa senão a colação mediante a
conferência de seu respectivo valor (à época da liberalidade);
ValorValor dosdos bensbens conferidosconferidos (art(art.. 20042004,, CC)CC);;
 OO valorvalor dede conferênciaconferência dosdos bensbens doadosdoados éé –– viavia dede regraregra–– aqueleaquele
constanteconstante dodo instrumentoinstrumento dada liberalidadeliberalidade (seja(seja “certo”“certo” ouou simplesmentesimplesmente
“estimativo”)“estimativo”);;
 OO valorvalor dede colaçãocolação nãonão éé aqueleaquele queque sese verificaverifica aoao tempotempo dada aberturaabertura dada
sucessãosucessão (como(como erroneamenteerroneamente fazfaz crercrer oo artart.. 10141014,, parágrafoparágrafo únicoúnico
CPC)CPC);; aoao contrário,contrário, éé oo valorvalor dodo bembem aoao tempotempo dada liberalidadeliberalidade ––
monetariamentemonetariamente corrigidocorrigido;;
 PorPor suasua vez,vez, inexistindoinexistindo mençãomenção aoao valorvalor dada doaçãodoação (ou(ou estimativaestimativa
atribuívelatribuível àà própriaprópria época),época), seráserá realizada,realizada, então,então, umauma avaliaçãoavaliação atualatual
(retro(retro--operanteoperante àà datadata dada liberalidade)liberalidade);;
 NãoNão serãoserão abrangidosabrangidos pelapela conferênciaconferência osos acréscimosacréscimos supervenientes,supervenientes,
espontâneosespontâneos –– naturaisnaturais ouou civiscivis (juros,(juros, rendimentosrendimentos ouou lucros)lucros) –– ouou
imputáveisimputáveis àà açãoação dodo donatáriodonatário (benfeitorias)(benfeitorias)
 SeSe aa coisacoisa sese perderperder –– porpor “caso“caso fortuito”fortuito” ouou “força“força maior”maior” –– semsem queque sese
possapossa aferiraferir aa “culpa”“culpa” (ou(ou “dolo”)“dolo”) dodo donatário,donatário, éé dispensadadispensada aa colaçãocolação
dodo valorvalor dodo bembem doadodoado –– eiseis queque poderiapoderia terter perecidoperecido mesmomesmo sobsob oo
poderpoder dodo doadordoador;
DispensaDispensa dede colaçãocolação (parte(parte disponível)disponível) ee beneficiáriosbeneficiários (art(art.. 20052005,, CC)CC);;
 AoAo ascendenteascendente éé facultadafacultada aa doaçãodoação aa seuseu descendentedescendente comcom expressaexpressa
dispensadispensa dodo deverdever dede colaçãocolação;; parapara tanto,tanto, fazfaz--sese necessárianecessária declaraçãodeclaração
expressaexpressa dodo disponente,disponente, aa fimfim dede queque taltal liberalidadeliberalidade sejaseja computadacomputada
nana parteparte disponíveldisponível dodo acervoacervo hereditáriohereditário (consoante(consoante apuraçãoapuração aoao
tempotempo dada sucessão)sucessão);;
 Assim,Assim, enquantoenquanto aa doaçãodoação “sem“sem dispensa”dispensa” (do(do deverdever dede colação)colação) háhá dede
serser compreendidacompreendida comocomo simplessimples “antecipação”“antecipação” (de(de participaçãoparticipação nana
legítima),legítima), aa doaçãodoação “com“com dispensa”dispensa” éé liberalidadeliberalidade queque nãonão prejudicaprejudica oo
concursoconcurso dodo própriopróprio donatáriodonatário nono rateiorateio posteriorposterior dada “quota“quota
legitimária”legitimária” (contanto(contanto queque respeitadosrespeitados osos limiteslimites dada quotaquota disponíveldisponível àà
épocaépoca dodo negócionegócio “inter“inter vivos”)vivos”);;
Forma da dispensa de colação (art. 2006, CC);
• A dispensa de conferência corresponde a um mecanismo atrativo
da doação para o âmbito da sucessão testamentária (negocial);
assim, pode ser viabilizada:
– pelo próprio negócio de doação – o que é frequente com relação a bens
imóveis (objeto de negócio celebrado mediante escritura pública); ou
– por meio de testamento do doador – seja por se tratar de bens móveis, ou
mesmo por decorrer de uma deliberação “superveniente” do disponente;
• Se a dispensa de colação é promovida por meio de outra via que
não o testamento (ou o próprio ato de liberalidade), não resultarão
quaisquer efeitos do ato – uma vez que “nulo” por inobservância da
forma prescrita em lei (art. 166, IV, CC);
DoaçãoDoação inoficiosainoficiosa:: apuraçãoapuração ee reduçãoredução (procedimento)(procedimento) (art(art.. 20072007,,
CC)CC);;
 ReputamReputam--sese “inoficiosas”“inoficiosas” –– ee sujeitassujeitas aa nulidadenulidade parcialparcial (art(art.. 549549 CC)CC) ––
asas doaçõesdoações praticadaspraticadas porpor quem,quem, tendotendo herdeirosherdeiros necessáriosnecessários (art(art..
18451845,, CC),CC), dispuserdispuser dede maismais dada metademetade dede seuseu patrimôniopatrimônio;;
 AA inoficiosidadeinoficiosidade seráserá apuradaapurada segundosegundo osos valoresvalores prevalecentesprevalecentes àà
épocaépoca dada doaçãodoação;; assim,assim, oo empobrecimentoempobrecimento posteriorposterior dodo doadordoador nãonão
prejudicaráprejudicará oo negócionegócio regularregular àà datadata dede suasua celebraçãocelebração;;
 EvidenciadaEvidenciada aa inoficiosidade,inoficiosidade, seráserá promovidapromovida aa redução,redução, porpor meiomeio dada
conferênciaconferência “em“em espécie”espécie” dodo bembem doadodoado;; nãonão oo sendosendo possívelpossível (por(por
nãonão estarestar maismais oo objetoobjeto sobsob poderpoder dodo donatário),donatário), promoverpromover--sese--áá aa
restituiçãorestituição emem dinheiro,dinheiro, consoanteconsoante oo valorvalor daqueledaquele aoao tempotempo dada
aberturaabertura dada sucessãosucessão;;
Dever de conferir do renunciante e do excluído (art. 2008, CC);
• O “afastado” – voluntária ou compulsoriamente – do concurso
relacionado ao acervo hereditando (seja renunciante ou então
excluído) deverá conferir os bens recebidos em liberalidade “inter
vivos” praticada pelo autor da herança, a fim de que se exerça –
postumamente – o controle quanto à eventual inoficiosidade da
doação;
• A “exclusão” (por indignidade) não implica revogação automática da
doação; entretanto, se a liberalidade foi imoderada, deverá ser
reduzida, a fim de que se recomponha a “legítima” dos herdeiros
necessários;
Netos que devem conferir por seus pais (representação) (art. 2009,
CC);
• Como o “representante” somente pode herdar nos mesmos termos
em que herdaria o próprio “representado” (art. 1854 CC), o neto
deverá conferir doações recebidas pelo “representado” quando
concorrer com seus tios – diferentemente do que se daria caso
tivesse de concorrer, por cabeça, unicamente com seus primos
(hipótese em que seria desnecessária a referida colação);
• No entanto, caso tivesse recebido doação de seu avô, o neto não
teria de realizar a conferência se concorresse com seus tios, uma vez
que a tal dever não estaria jungido seu ascendente direto (ora
“representado”); neste sentido, pois, a solução do art. 2101º do
Código Civil português de 1867:
“os paes não são obrigados a conferir na herança de seus ascendentes o que
foi doado por estes a seus filhos, nem os filhos o que lhes foi doado pelos
ascendentes, succedendo-lhes representativamente”
Doação pelos cônjuges e dupla conferência por metade (art. 2012,
CC);
• Em caso de liberalidade praticada conjuntamente pelos cônjuges,
prescreve o legislador, naturalmente, que a colação será efetuada por
metade, durante a tramitação do inventário de cada um dos
doadores;
• Se a doação foi efetuada por um único doador a ambos os cônjuges
(pluralidade de donatários), somente o descendente deverá conferir
(metade do objeto da liberalidade) por ocasião do inventário do
doador – uma vez que o seu cônjuge não é herdeiro do “de cujus”;
neste sentido, os Códigos Civis portugueses de 1867 (art. 2103º) e de
1966 (art. 2107º);
PARTILHA DE BENS
“É a divisão do acervo hereditário levado a 
efeito entre os herdeiros” (Maria Berenice Dias, p. 
620). 
“Partilha é a divisão do espólio entre os
sucessores do falecido. Também a definem
como operação jurídica por meio da qual se
confere uma quota exclusiva e concreta aos
que possuem em comum uma sucessão e na
mesma têm apenas uma quota ideal” (Carlos
Maximiliano, p. 318).
PARTILHA DE BENS
Espécies:
I – Amigável (CC, art. 2.015)
II – Judicial (CC, art. 2.016)
Partilha Amigável – resulta de acordo entre interessados
capazes.Pode ser feita por escritura pública, termos nos
autos do inventário ou escrito particular, homologado
pelo juiz.
Partilha Judicial – é aquela realizada no processo de
inventário, por deliberação do juiz, quando não há
acordo entre os herdeiros ou sempre que um deles seja
menor ou incapaz.
Partilha em vida
A partilha por ato inter vivos é feita pelo
ascendente, por escritura pública ou
testamento, não podendo prejudicar a
legítima dos herdeiros necessários (CC, art. 2.018 e
2.014).
Espécies:
I – Partilha-doação
II – Partilha-testamento
SONEGAÇÃO
Omissão (bens possuídos, colacionáveis ou restituíveis) (art. 1992 CC);
• Tratando-se de hipótese ensejadora de “pena”, a sonegação somente
se opera em uma das hipóteses previstas pelo legislador civil, quais
sejam:
– Omissão (pelo inventariante ou pelo herdeiro) quanto à declaração de bens que
estejam em seu poder – ou, com a sua ciência, sob poder de outrem;
– Omissão (pelo herdeiro) quanto a bens sujeitos a colação (não-conferência);
– Omissão (pelo inventariante ou pelo herdeiro) quanto a bens sujeitos a restituição
(não-restituição);
• Note-se, ainda, que a feição “penal” da regra é clara, uma vez que se
determina não apenas a restituição do bem sonegado ao monte – mas
também a perda dos direitos do sonegador sobre este (se herdeiro for);
Omissão (bens possuídos, colacionáveis ou restituíveis) (art. 1992 CC)
(cont.);
• Para a caracterização da “sonegação”, mister se faz a conjugação entre
o elemento objetivo da “ocultação” e o elemento subjetivo
denunciador da malícia do sonegante; portanto, estará
descaracterizada a sonegação se ausente o “dolo”;
• Segundo a doutrina, a ocultação – por parte do herdeiro (ou do
inventariante) – induz sonegação, eis que o elemento subjetivo (dolo) é
pressuposto da conduta do agente; compete-lhe, pois, ilidir a
presunção “iuris tantum” de sua malícia, demonstrando ao juízo as
ponderáveis razões que conduziram ao seu “esquecimento”;
• Estão sujeitos à pena de sonegados: a) inventariante; b) herdeiro; e c)
testamenteiro, que perda a vintena (arts. 1977, 1978 e 1989 CC);
Sonegador inventariante e remoção (art. 1993 CC);
• Nada obsta, pois, que a sonegação seja praticada pelo
inventariante: neste caso, este deverá ser afastado de suas funções
tão logo evidenciada a sonegação – ou desde que negue a
existência dos bens indicados;
• Divisada, pois, a simples “hipótese” de sonegação, poderá o
magistrado destituir o acusado de suas funções, na forma prevista
pelos arts. 995, V e 996 do CPC;
• Se o inventariante sonegador não é herdeiro, experimentará –
como única sanção – a remoção do cargo; no entanto, em se
tratando de inventariante-herdeiro, além da remoção perderá seus
direitos sucessórios sobre o objeto sonegado;
Ação de sonegação: legitimidade de herdeiros e credores (art. 1994
CC);
• A legitimidade para a propositura da ação de sonegados é restrita;
assim, esta somente pode ser manejada por herdeiros ou credores do
acervo hereditário;
• No entanto, em virtude de seu caráter penal, a sentença que
reconhecer a causa de sonegação produz efeitos que aproveitam não
apenas aos autores, como também a todos os eventuais interessados
no afastamento do sonegador;
• Observe-se que, diante do arcabouço fático envolvido na apreciação
da questão – matéria de “alta indagação” – as partes serão remetidas
às vias ordinárias (assegurando-se, assim, amplo contraditório);
Bens que estão fora da esfera de poder do sonegador (art. 1995
CC);
• Diante da impossibilidade de restituição dos bens sonegados ao
acervo hereditário (inclusive em virtude da proteção a terceiros de
boa-fé), converter-se-á a pretensão dos autores em pleito
indenizatório contra o sonegador – abrangente não apenas dos
“valores” ocultados, como também das perdas e danos
experimentados (em virtude da sonegação);
Ocasião da arguição de sonegação (art. 1996 CC);
• A ação de sonegados somente será bem-sucedida se evidenciada a
má-fé do demandado (“sonegante”), mediante declaração
evidenciadora da sonegação;
• Assim, “em regra”, somente se poderá intentar a ação de sonegação
contra o inventariante depois que este afirme inexistirem outros
bens por declarar (e partilhar) – em meio às últimas declarações
(declarações finais);
• Com relação ao herdeiro inexiste momento preciso a caracterizar a
sonegação; basta que este declare – maliciosamente – não possuir
os bens indicados;

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