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Administração Pública

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CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 7. ed., Rio de Janeiro: Campus, 2004. 
BÄCHTOLD, Ciro. Noções de Administração Pública. UFMT, Cuiabá: 2008
República Federativa do Brasil, Constituição Federal/1988
A administração pública está presente desde a pré-história, pois o homem teve a necessidade de aprender a viver em sociedade organizada, pois dessa organização que proliferava sua subsistência alimentar e de segurança. A administração (liderança) era imposta pela força.
O tempo foi passando e a organização se aperfeiçoando, interferindo enfaticamente no meio ambiente com o cultivo da terra, produzindo o próprio alimento e domesticando animais. Essa evolução foi uma das mais importantes, os povos deixaram de se mudar em busca de comida e descobriram técnicas de agricultura que os mantiveram no mesmo lugar, todos trabalhavam e o consumo era igual, sem distinção social, surgindo então uma necessidade de proteção. Apareceram as tribos, as mulheres cuidavam dos afazeres domésticos e os homens do sustento e da segurança.
A exigibilidade de maiores cuidados com a agropecuária na época originou a divisão dos trabalhos e a qualificação de funções. Diante do “progresso” surgiram as primeiras cidades (áreas habitadas e cultivadas), com regras comuns e propriedades privadas, surgiram os primeiros ricos, e, os demais se tornavam dependentes e explorados, nascendo as classes sociais. Até então a administração pública era exercida por todos. Essas cidades foram crescendo e a administração foi tomando forma. Em meados dos séc. XVIII e XIX a administração começou a se organizar durante a revolução francesa, porém, não tinha uma forma normativa constitucional que se tem hoje, apenas poucas normas que levariam a evolução da administração pública atual. 
A grande transformação e o surgimento das máquinas industriais (tear, agrícolas, de transporte como o vapor e posteriormente o motor) obrigou a qualificação das forças e habilidades manuais para a modernização mecânica, houve uma revolução completa, uma mudança na maneira de administrar. Devido a enorme quantidade de funcionários que deixavam o campo para trabalhar nas fábricas ocasionou um crescimento descontrolado nas urbes, surgindo o proletariado e ocasionando condições precárias e desumanas de trabalho incluindo acidentes, gerando com tudo isto a insatisfação e os conflitos entre os funcionários e os proprietários das indústrias.
A maneira encontrada para resolver esses conflitos foi a criação de normas ou leis trabalhistas, que regulamentavam as condições mínimas de higiene e segurança ao trabalhador, garantindo assim seus direitos e acabando com a exploração pelos donos das fábricas.
Esta revolução industrial foi a mais importante na mudança definitiva da administração, mas não podemos esquecer que esta mudança sofreu ao longo da história, influências de outras áreas que lapidaram o caminho a ser trilhado para ao que é hoje, pois teve influência religiosa, influência militar, influência filosófica de grandes pensadores como Sócrates, Aristóteles, Platão. Montesquieu defendia a separação dos poderes para haver uma melhor governabilidade, a então conhecida “teoria tripartite”, e com ela houve a separação dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), e com essa separação estabeleceu-se o Direito Constitucional e o Estado de Direito, o que por sua vez, iniciou a formação do Direito Administrativo, acompanhado do princípio da legalidade, dando proteção aos Direitos Fundamentais ao ser humano tanto para com particulares quanto nas relações-públicas. Isto ocasionou a ampliação da administração pública, que passou a se responsabilizar pela tutela da educação, segurança, cultura, saúde, visando o bem-estar social. O que era de responsabilidade da administração privada, os Direitos Humanos e Fundamentais passaram a ser respeitados e protegidos pelos Estados.
Com a evolução das máquinas e a criação das leis trabalhistas, coube ao administrador uma mudança, ou melhor, uma readequação em relação ao comportamento patrão/empregado, passando a trabalhar em conjunto com seus funcionários, delegando poderes e capacitando cada um para cada função, um trabalho cooperativo para melhor obtenção de resultados.
Um administrador deve ter uma capacitação elevada dentro de uma organização, este será avaliado pela maneira de agir e pelos bons resultados obtidos, tem que estabelecer estratégias e conduzir o dia a dia da empresa, deve extrair de sua capacitação todas atribuições relacionadas a parte de recursos financeiros, recursos humanos, recursos materiais e recursos tecnológicos para melhor desenvoltura da organização, um administrador trabalha em quase todos os setores. Deve ser dotado ainda de habilidades que facilitem seu desempenho frente a instituição que administra, seja em lidar com os equipamentos (funcionamento e manuseio), tendo como exemplo a instalação de programas de computadores, como conduzir áreas administrativas (contábeis ou compras), essa habilidade é conhecida como habilidade técnica. Outra habilidade é a de se relacionar com as pessoas, seja de forma individual ou coletiva, apoiando e incentivando, sabendo liderar e gerenciar possíveis conflitos da melhor maneira, mantendo a harmonia no local de trabalho, conseguindo tornar um grupo unido os resultados serão melhores e a satisfação de trabalho será evidente, esta é a habilidade humana. Um administrador competente também deve possuir além das mencionadas, uma terceira habilidade que é a conceitual, quando dotado desta habilidade consegue ter uma visão geral da instituição, de todos os departamentos, uma visão de planejamento que busca melhores oportunidades e alternativas para o desenvolvimento, facilitando o trabalho, uma visão de como solucionar e superar possíveis dificuldades que possam advir.
De acordo com a evolução natural das coisas, não poderia ser diferente com a administração. Conhecida como clássica, a administração era voltada ao materialismo, uma reformulação com a transformação tecnológica a partir do séc. XX. Com o crescimento econômico e a globalização, torna-se primordial a contenção de despesas e os aumentos qualitativo e quantitativo dos produtos no mercado, apesar que, a administração pública na verdade, não era bem “pública”, era confundida ainda com administração privada, conduzida de forma coercitiva e autoritária, onde a produção e o método de trabalho era o principal objetivo e a primazia era a estrutura organizacional deixando para trás o improviso com a especialização, a divisão de trabalhos, coordenação e linha de produção, onde o chefe mandava e o trabalhador obedecia sem questionamento já que a mão de obra era abundante entendia-se que a organização não devia nada ao empregado, pois o salário já era a motivação necessária ao bom desempenho e lealdade. 
Nesta visão clássica, a administração previa a especialização, a divisão de trabalhos, coordenação e linha de produção, apenas visando lucros, essas eram as funções principais. Comparando com uma visão mais moderna nenhuma dessas funções foram descartadas, foram apenas atualizadas e criadas outras funções para o acompanhamento administrativo necessário aos tempos atuais, essa denominação “funções” por exemplo, hoje podem ser chamadas de departamentos; departamento de produção, departamento financeiro, departamento de recursos humanos etc. Essa necessidade de novos departamentos é devido ao crescimento desenfreado das organizações, o planejamento se tornou indispensável a qualquer organização, ele antecipa a maneira de como será feito e qual o objetivo a ser alcançado, se feito conforme determinado, ou seja, seguindo normas, procedimentos, orçamento e programas, elaborando um plano a ser seguido, e assim foi se formando a administração pública.
Para termos uma maior clareza ou melhor entendimento sobre Administração Pública nos dias de hoje (art.18, CF), devemos fazer uma divisão de jurisdição, onde teremos três esferas administrativas, e uma subdivisão entre direta e indireta e que,
em qualquer poder, seja Estadual, Municipal ou da própria União, deverão respeitar os princípios de moralidade, impessoalidade, eficiência, legalidade e publicidade, (art. 37,CF).
Na Administração Pública Federal de forma direta, temos a representação pelo(a) Presidente da República, e de forma indireta temos a representação dos Ministros em seus Ministérios, seja Ministério da Saúde, Ministério da Educação, Ministério de planejamento, ministério da Economia, Ministério dos Transportes entre outros.
Da competência da União, temos na Constituição Federal, a base legal da administração pública do país, dotada de direitos e deveres a serem seguidos por todos. Algumas competências são exclusivas da União, Segurança nacional (Marinha, Exército e Aeronáutica), relações exteriores, recursos minerais, emissão de moeda, população indígena entre outros, (art. 22, CF).
Na Administração Pública do Distrito Federal segue os mesmos preceitos sejam direta ou indiretamente, porém com ressalvas em relação a divisão de municípios. (art. 32,CF).
A Administração Pública Estadual direta, é representada pelo governador dos Estados-membros e indiretamente pelos seus secretários, de segurança pública, de educação, de saúde, e todas as demais secretarias, e compete a Administração Estadual seguir sua Constituição estabelecida pelo Estado, observando os princípios da Constituição federal. (art. 25,CF).
Na Administração Pública Municipal direta temos a representação dos Prefeitos, e indiretamente dos representantes nomeados pelo Executivo, sendo de competência tudo que for relacionado a cidade, obedecendo e complementado os dispostos na Constituição Estadual e Federal, cabendo ao Município a arrecadação de impostos urbanos e rurais, a participação de programas vinculados a União e ao Estado em educação infantil e ensino médio, entre outros, (art.30,CF).
De competência comum entre as três jurisdições temos: A assistência social, guarda e manutenção de patrimônio histórico, saúde, proteção ao meio ambiente, etc, (art. 23, CF).
A Administração Pública seja no âmbito Federal, Estadual, Distrito Federal ou Municípios tem por finalidade e objetivo o bem-estar social coletivo, protegendo os interesses públicos e respeitando os direitos fundamentais de cada um, pois respeitando os direitos individuais conseguirá o respeito coletivo e o bem-estar social, obtendo assim a harmonia e a tranquilidade. 
Um bom sistema de saúde, com atendimento digno, leitos e medicamentos para suprir as necessidades dos enfermos, boa educação com estrutura, alimentação adequada e capacitação aos profissionais da área, segurança pública em quantidade suficiente e tecnicamente bem preparada para atendimento a população, são obrigações essenciais de uma administração pública. O mínimo que o cidadão precisa para viver com um pouco de dignidade é isso, saúde, educação e segurança. Podemos falar muito mais sobre essas áreas debilitadas na administração atual, seja em qualquer jurisdição (raras as exceções), mas já é de entendimento o exposto.
Um administrador moderno tem que ter todas as habilidades que o cargo exige, conhecimento, habilidade técnica, habilidades conceituais, habilidade humana, habilidade de planejamento, enfim, inúmeras habilidades, mas de nada adianta se não houver o bom senso, o respeito pelo próximo, a valorização dos direitos humanos, colocar-se no lugar do outro visualizando e sentindo suas necessidades, sendo justo e igual a todos, com impostos moderados, dedicação total como administrador, uma administração voltada aos interesses do povo, para o povo, não basta simplesmente administrar, tem que administrar com competência, com ética, com moral, com justiça, com imparcialidade, com bom senso, e, acima de tudo, com dignidade e com honra por receber das mãos deste mesmo povo, o direito de representá-lo.

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