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CORDIOLI, Aristides Volpato; GIGLIO, Larriany. Como atuam as psicoterapias: os agentes de mudança e as principais estratégias e intervenções psicoterápicas. In CORDIOLI, Aristide Volpato (Org.) Psicoterapias: abordagens atuais. 3ª Edição. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 42 a 57. Resenha Crítica São diversas as contribuições que Cordioli e Giglio trazem sobre a atuação das psicoterapias no artigo “Como atuam as psicoterapias: os agentes de mudança e as principais estratégias e intervenções psicoterápicas”. Os autores fazem um debate conceitual sobre psicoterapias, analisam a contribuições de diversos métodos de psicoterapia, notadamente cognitivas, comportamental, afetiva, ambiental ou social. Conceitualmente os autores definem psicoterapia como uma técnica que tem o objetivo de reduzir ou remover um determinado problema, que para a psicologia se traduz em uma queixa manifestada por um indivíduo, ressalta-se da necessidade de um profissional treinado para esse fim. Citando pesquisas dos resultados da psicoterapia é possível afirmar que “a psicoterapia é mais efetiva e rápida do que as mudanças naturais...” e “os pacientes tratados com psicoterapia alcançam melhores resultados...”, “na maioria dos transtornos, a psicoterapia costuma manter seus resultados por mais tempo” e a não possibilidade de se confirmar a superioridade de uma determinada abordagem. Esses, e outros, dados demonstram a importância que a psicoterapia tem para as pessoas que possuem transtornos mentais. Os autores destacam fatores que provocam mudança na psicoterapia, a partir de Luborsky (1976), sendo eles as técnicas utilizadas e a relação entre paciente-terapeuta e a partir de Karasu (1986) experiência afetiva, aumento das habilidades cognitivas, regulação do comportamento e fatores sociais. De certa forma são estes elementos que permitem em um processo psicoterápico a mudança do comportamento do paciente, por conseguinte sua melhora. Ao longo do artigo os autores discutem mais detalhadamente esses fatores ou agentes de mudanças que a psicoterapia proporciona para quem faz uso dela. Os fatores de natureza cognitiva que busca ampliar as habilidades cognitivas do indivíduo para adquirir e integrar novas percepções ou correções distorcidas ou errôneas de suas interpretações, permitindo assim a lidar melhor com suas emoções, ter um melhor controle sobre os impulsos; ressaltam os fatores da psicoeducação (que busca “aumentar o conhecimento do paciente sobre o transtorno de que é portador”), reestruturação cognitiva (muito utilizada em TCC para corrigir as distorções cognitivas e modificar o comportamento e as emoções) e insight (aquisição de um grau de consciência e de entendimento que o paciente tem em relação ao fato de estar doente). Destacam-se ainda os fatores comportamentais, nesse caso as aprendizagens que são destacadas na escola comportamental: condicionamento clássico, condicionamento operante, a aprendizagem social e a habituação. Há os fatores que são inerentes à relação terapêutica, que precisa levar em consideração a experiência afetiva do paciente, nesse sentido destaca-se a psicoterapia de orientação dinâmica que observa os aspectos transferenciais que é considerada uma importante estratégia para a obtenção de insight, destacam-se nesse aspecto o vínculo afetivo e a aliança de trabalho, o que coloca algumas exigências do terapeuta: empatia, calor humano, interesse genuíno e competência profissional. Além desse vínculo afetivo, é necessária uma identificação com a pessoa do terapeuta em que o indivíduo assimila um aspecto, propriedade, atributo do outro e se transforma segundo o modelo dessa pessoa. Ainda na relação terapêutica observa-se o apoio, sendo comum a todas psicoterapias, e a catarse, considerado como um alívio da tensão e da ansiedade. Finalizando os fatores mudança na psicoterapia, os autores destacam os sociais, grupais ou sistêmicos, o que considera a influência do contexto social, familiar e das relações interpessoais e que tem como objetivo utilizar essas influências no sentido de auxiliar o indivíduo em seu crescimento emocional, superação de suas dificuldades. É reconhecidamente que há diversos elementos comuns entre as várias abordagens de psicoterapia, porém não é possível se falar ou propor um modelo único de psicoterapia , pois precisa-se levar em consideração os pacientes, o terapeuta, os transtornos mentais, as relações sociais, familiares que são únicas para cada pessoa. Além disso é necessário considera a subjetividade dos indivíduos que é única para cada um. Corrobora com essa afirmação a citação de Lambert (1986) de que a técnica psicoterápica contribui com 15% no processo terapêutico. Acadêmico Tácito Pereira dos Santos tacitosantos@yahoo.com.br Psicologia ULBRA – Porto Velho/RO
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